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AULA 1 - INTRODUÇÃO AO MELHORAMENTO GENÉTICO DOS ANIMAIS DOMÉSTICOS O melhoramento genético de espécies de interesse zootécnico tem por objetivo, elevar a capacidade de produção dos rebanhos ou plantéis, no qual permite a redução dos custos de produção e aumento da lucratividade do produtor. Dessa forma, pode-se dividi-lo em melhoramento zootécnico e melhoramento genético: O primeiro visa aumentar a produtividade, por meio das modificações do ambiente em que os animais são manejados, como por exemplo, práticas de manejo alimentar, sanitário, reprodutivo, instalações e bem-estar para que os mesmos possam expressar todo o potencial genético as quais possuem. O segundo possui a mesma finalidade, porém por meio de modificações na composição genética dos rebanhos. O melhoramento genético é realizado explorando-se as diferenças genéticas existentes entre grupos genéticos e linhagens distintos ou por meio das diferenças genéticas existentes entre indivíduos pertencentes aos mesmos grupos genéticos e linhagens. As duas maneiras básicas de realizar o melhoramento genético são: Sistemas de acasalamentos (exogamia e endogamia) e seleção. O cruzamento consiste no sistema de acasalamento entre animais de grupos genéticos ou linhagens diferentes, no qual explora as divergências genéticas existentes entre os grupos. A consanguinidade, por sua vez, consiste no sistema de acasalamento entre indivíduos mais aparentados que a média da população em que pertencem, tendo por objetivo fixar determinadas características de interesse econômico nos rebanhos. Por outro lado, a seleção é um processo pelo qual são escolhidos indivíduos de mérito genético superior para serem acasalados entre si. Assim, a seleção induz à reprodução diferenciada que leva a concentrar na população, os patrimônios genéticos desejáveis, reduzindo-se, consequentemente os indesejáveis. BREVE HISTÓRICO DO MGA O melhoramento genético animal traduz o esforço de vários pesquisadores, ao longo dos anos, em distintas áreas da ciência. Os avanços conquistados na área de estatística, genética e informática permitiram alcançar o atual nível de conhecimento obtido na teoria do melhoramento genético animal. Segundo Bergman (1998), pode-se dizer que o melhoramento animal surgiu, como ciência, a partir das descobertas das leis de herança pelo austríaco Gregor Mendel (1822–1884), cujos trabalhos apesar de relacionar matemática à biologia careciam de uma abordagem mais metodológica. Kal Pearson (1837-1936) aplicou seus conhecimentos de matemáticos aos resultados evolucionários de Darwin (1809-1892). A junção da estatística com a herança genética foi iniciada pelo francês Galton (1822–1911), considerado fundador da escola de biometria aplicada. Importantes avanços também são atribuídos a Ronald Fisher e Sewall Wright, responsáveis pela moderna genética de populações. À medida que surgiram os experimentos de seleção e cruzamentos, a aplicação científica da genética ao MGA foi intensificada, principalmente, à partir dos trabalhos de Jay Lush (1896-1982), Charles Henderson (1911-1989) e Roberteson (1920-1989). Dentre os melhoristas, Henderson é considerado um dos mais influentes dos últimos 30 anos, seus trabalhos foram voltados para o desenvolvimento do método BLUP (Best Linear Unbiased Prediction) e dos modelos lineares mistos, que constituem a essência de todas as avaliações genéticas realizadas até hoje no mundo. AULA 2 - INTRODUÇÃO E GENÉTICA DE POPULAÇÕES A Genética de Populações é um dos ramos matemáticos da Genética porque visa estabelecer relações dos alelos mendelianos dentro de populações de indivíduos. Nascida da necessidade de explicações para a origem da variação explicada por Charles Darwin ao elaborar a Teoria da Evolução das Espécies, a Genética de Populações relaciona genes que determinam as características com suas frequências dentro de populações, explicando como ocorre variação nessas populações no tempo e no espaço. A Genética de Populações estuda a origem da variação, e como essa variação é transmitida dentro das populações. Além disso, é um mecanismo que auxilia os métodos de melhoramento genético animal. ESTRUTURA DA GENÉTICA DE POPULAÇÕES FREQUÊNCIAGÊNICAOU ALÉLICA - Proporção ou porcentagem na população dos diferentes alelos de um gene: f(A)= nº alelos “A”/nº total alelos; f(a)= nº alelos “a”/nº total alelos; FREQUÊNCIAGENOTÍPICA - Proporção ou porcentagem na população dos diferentes genótipos para o gene considerado: f(AA)= nº indivíduos genótipo “AA”/nº total indivíduos; f(Aa)= nº indivíduos genótipo “Aa”/nº total indivíduos; f(aa)= nº indivíduos genótipo “aa”/nº total indivíduos; TEOREMA OU LEI DE HARDY-WEINBERG (1908) O equilíbrio das populações foi primeiramente estudado por Godfrey Harold Hardy, na Inglaterra e por Wihelm Weimberg, na Alemanha em 1908. Ambos os pesquisadores estabeleceram o Teorema de Hardy-Weimberg que descreve o equilíbrio genético. O Teorema de Hardy-Weimberg possui o seguinte enunciado: “Numa população grande, sob acasalamento ao acaso, na ausência de migração, mutação e seleção, tanto as frequências alélicas como as genotípicas permanecem constantes, geração após geração”. ANÁLISE DE FREQUÊNCIAS MENDELIANAS: TEOREMA DE HARDY-WEIMBERG A Evolução fundamentalmente é um processo que envolve mudanças genéticas na estrutura das populações. Para se poder compreendê-las é necessário, portanto, um estudo prévio da genética a nível populacional. É perfeitamente possível predizer a frequência com que ocorrem os diversos genótipos na descendência de um dado cruzamento. Para se fazer uma previsão exata é preciso levar em conta uma série grande de fatores, tais como: os loci e os alelos envolvidos, os genótipos dos genitores, a viabilidade relativa dos gametas e a viabilidade relativa dos genótipos. As frequências fenotípicas podem ser iguais às genotípicas, mas podem também deferir bastante destas, como consequência de outros fatores como a dominância, a epistasia e a penetrância. A Genética de Populações vem a ser, basicamente, o estudo de tais fatores. O Teorema de Hardy-Weimberg é a base inicial para o estudo mais aprofundado que se denomina Genética de Populações. Esse teorema prevê que a soma das frequências alélicas (p+q) seja igual a 1, isso se refere a que esses gametas sejam viáveis, podendo fecundar ou serem fecundados. Da mesma forma a soma das frequências genotípicas (p² + 2pq + q²) seja também 1, o que indica a viabilidade dos indivíduos que possuem os alelos em estudo. CONCLUSÕES DO TEOREMA DE HARDY-WEIMBERG - Independente da constituição genética da população inicial, de acordo com o teorema de H-W, a distribuição genotípica da geração seguinte será: p2, 2pq, q2 - Não há alteração nas frequências alélicas e genotípicas de uma geração para outra (na ausência de fatores que alteram a constituição genética da população); - A condição de equilíbrio é alcançada em apenas uma geração de acasalamento ao acaso. FATORES QUE ALTERAM A FREQUÊNCIA GÊNICA - Mutação; - Migração; - Seleção; - Acasalamentos dirigidos; - População pequena (deriva genética). MUTAÇÃO - Qualquer alteração permanente (herdável) no material genético de um indivíduo (mudança na sequência dos nucleotídeos); - Fenômeno que origina novos alelos na população, ou um alelo pode se modificar e ficar igual ao outro alelo já existente; ➢ Causas: - Erros de cópia do material genético durante a divisão celular; - Exposição à radiação ultravioleta ou ionizante; - Agentes químicos.MIGRAÇÃO - É o movimento de indivíduos de uma população em acasalamento para outra; - Resultado: “Mistura” dos patrimônios genéticos entre as populações. ➢ Alteração na Frequência Alélica na População Inicial (Nativa), Depende: - Taxa de migração; - Diferenças de frequência entre os imigrantes e a população inicial (nativa). SELEÇÃO - Processo pelo qual, alguns indivíduos de uma população são escolhidos para se reproduzirem e deixarem descendentes; - Descarte de determinados genótipos da população e aumento daqueles favoráveis à produção animal; ➢ Efeito Genético da Seleção - Alteração da frequência alélica e genotípica da população. ➢ Seleção Natural - Refere-se a influência do ambiente sobre a probabilidade de determinado genótipo sobreviver e reproduzir-se; ➢ Seleção Artificial - Refere-se à um conjunto de regras designado pelo homem para governar a probabilidade de um indivíduo sobreviver e reproduzir-se. ▪ Conclusões da Seleção Artificial - Aumenta a quantidade de genes desejáveis, e reduz a quantidade de genes indesejáveis na população; - Constitui a força mais importante para o aumento da frequência alélica em uma população; - Uma população sujeita a uma seleção contínua nunca atingirá o equilíbrio genético, porque em cada geração, os animais de elevado mérito genético deixarão um maior número de filhos; - As mudanças são permanentes e acumulativas com o passar das gerações: “Capital de Investimento” ACASALAMENTOS DIRIGIDOS - Os acasalamentos dirigidos alteram as frequências genotípicas da população, mas não alteram as frequências alélicas de uma geração para outra; - A frequência alélica da população inicial será a mesma da progênie, após o direcionamento dos acasalamentos. POPULAÇÕES PEQUENAS - As frequências alélicas estão sujeitas às flutuações aleatórias (oscilação genética); - Amostragem na formação dos gametas que darão origem à próxima geração; ➢ Consequências: - Redução na variabilidade genética; - Aumento na frequência de indivíduos homozigotos; - Determinado alelo pode desaparecer da população. AULA 3 - MODOS DE AÇAO GÊNICA E INTRODUÇÃO À GENÉTICA QUANTITATIVA As características genéticas a serem melhoradas em uma espécie agrícola, podem ser de dois tipos: caracteres qualitativos ou caracteres quantitativos. Os caracteres qualitativos são aqueles governados por um ou poucos genes. Denominados de variáveis discretas por apresentarem classes fenotípicas facilmente separáveis umas das outras, podem ser associadas a um ou poucos genótipos No entanto, grande parte das características agronômicas que os melhoristas e geneticistas de plantas trabalham, apresentam herança quantitativa. Este tipo de herança não pode ser estudado da mesma maneira que as variáveis discretas. Para isso, há uma área da genética que estuda este tipo de herança, chamada de genética quantitativa. Como os caracteres quantitativos são controlados por vários genes, e com elevada influência ambiental, torna-se importante conhecer o tipo de ação gênica que tem predominância na formação de novos genótipos. Basicamente, há três tipos de ação gênica: Ação gênica aditiva, ação gênica dominante e ação gênica epistática ou de interação. ➢ CARACTERES QUALITATIVOS - Características cujos fenótipos são expressos em categorias (ocorrem em classes fenotípicas bem definidas); Exemplo: Presença/ausência de chifres, aprumos; - Não são descritos por valores numéricos; - São analisadas por meio de contagens e proporções; - São devido a ação de um ou poucos pares de genes “Herança Simples”; - O ambiente desempenha um papel irrelevante na manifestação fenotípica dos caracteres qualitativos. ➢ CARACTERES QUANTITATIVOS - Características cujos fenótipos tem expressão contínua: Exemplo: Produção de leite, ganho de peso, perímetro escrotal; - Não há possibilidade de serem classificadas em grupos fenotípicos distintos; - Descritas por valores numéricos; - São analisadas por meio de estimação de parâmetros populacionais (média, variância, etc); - São devido à ação das “Poligenes”; - Sofrem bastante influência do meio ambiente. IMPORTANTE CONCEITO EM GENÉTICA QUANTITATIVA A caracterização do fenótipo em genética quantitativa é importante, pois grande parte da identidade de um genótipo é determinada por genes múltiplos que possuem grande influência pelo ambiente. Esta influência é consequência da interação do genótipo mais o ambiente na manifestação um determinado fenótipo. Portanto, na genética quantitativa procura-se determinar qual a proporção da variação fenotípica que se refere ao genótipo e ao ambiente, portanto: Fenótipo = Fatores genéticos + Fatores ambientais P= G + E O genótipo refere-se à constituição genética de um organismo, representada por todos os genes que possui um indivíduo de uma espécie. O fenótipo é uma característica observada, identificada e individualizada de um indivíduo, de difícil repetição, que expressa um genótipo em um determinado ambiente. Os efeitos da ação dos genes podem ser ADITIVOS E NÃO ADITIVOS: AÇÃO GÊNICA ADITIVA A ação gênica aditiva o efeito médio de cada alelo que contribui na formação de um fenótipo. Na ação gênica dominante este efeito não corresponde a média, pois os alelos dominantes controlam a expressão do caráter. Neste caso, genes heterozigóticos ou homozigóticos terão o mesmo valor na contribuição do fenótipo. O efeito total de um conjunto de genes será igual à soma dos efeitos de cada gene; - Cada um tem ação própria e independente; - Se 1 (um) for substituído o fenótipo sofrerá alterações correspondentes a unidade do gene, independente dos outros. Consequências da ação gênica aditiva: - Acasalamentos de indivíduos superiores produz descendência também superior; A seleção dos melhores fenótipos é eficiente; - Se todas as características de importância econômica fossem controladas por meio de A Gênica Aditiva, o Progresso Genético seria rápido e de fácil execução. Exemplo: Pelagem da galinha Azul de Andaluzia: - Penas totalmente brancas; - Penas totalmente pretas; - Penas branca e pretas; - Padrão racial: Penas brancas e pretas (heterozigotos); AÇÃO GÊNICA NÃO ADITIVA Neste tipo de ação gênica os genes não agem independentemente do número e do tipo dos outros genes existentes no genótipo do indivíduo. Dessa forma, os genes agem por meio de interações gênicas. A Dominância Completa – O gene dominante mascara o efeito do alelo recessivo. Quadro 1: Cor de pelagem em Aberdeen Angus. A EPISTASIA (EPI, SOBRE, STASIS, PARADA, INIBIÇÃO) É outro tipo de ação gênica não aditiva, refere-se à interação entre loci ou seja a interação entre alelos de diferentes loci. O alelo que age inibindo é chamado epistático. B:Aguti; bb: Preto; cc: albino (impede expressão B e b) AULA 4 - ANÁLISE ESTATÍSTICA DE CARACTERES QUANTITATIVOS A análise dos caracteres quantitativos baseia-se na quantificação da variação em torno de uma população, não devendo ser realizada da mesma forma que as características governadas por poucos genes. Neste caso, os caracteres quantitativos devem ser descritos em termos de parâmetros estatísticos. Um primeiro passo é estimar a média, a variância e o desvio padrão da população a ser melhorada. A média corresponde ao valor médio da distribuição dos dados. Duas distribuições de dados podem ter a mesmamédia, porém com formatos de curva diferentes. Uma distribuição pode ter mais ampla e a outra com mais estreita e próxima a média (Figura 1). A variância corresponde à determinação da variabilidade da distribuição dados. Na figura abaixo, podem ser observadas duas populações com a mesma média, porém com variâncias diferentes. O desvio padrão indica variação em torno da média (média + desvio padrão), portanto, valores maiores indicam que haver maior variabilidade da população analisada. COMPONENTES DA VARIÂNCIA DE UM CARACTERE QUANTITATIVO A variância fenotípica de uma população segregante, pode ser desdobrada para se estimar a proporção da variação que corresponde aos fatores genéticos da população selecionada e a proporção da variação devido aos fatores ambientais. Quanto esta população é testada em vários ambientes, pode ser quantificado a proporção da variação que corresponde a interação genótipo x ambiente. Portanto o fenótipo pode ser expresso como: VP = VG + VE + VGE Onde: VG: Variação devido fatores genéticos; VE: Variação devido aos fatores ambientais; VGE : Variação devido a interação genótipo x ambiente. COVARIÂNCIA A covariância "mede" a relação entre duas características (variáveis). O que importa na análise de covariância é conhecer, o sentido da variação entre as características (positiva/negativa). ➢ Associação Entre as Características: - Direção (+ ou -); - Grau (força) de associação; - Quanto de mudança vai ocorrer em uma característica, devido à mudança em uma outra característica. ➢ EXEMPLOS: ✓ Covariância Positiva - Peso ao nascer e peso ao desmame; - Comprimento do corpo do suíno e quantidade de carne magra; - Peso do vêlo e diâmetro; - Duração da lactação e produção de leite; ✓ Covariância Negativa - Perímetro escrotal e idade à puberdade em novilhas; - Peso do vêlo e qualidade da lã em ovinos. É relativamente difícil fazer julgamentos sobre o poder de associação entre duas variáveis analisando apenas a covariância, pois ela não é uma medida padronizada. Assim, a correlação é a medida padronizada da relação entre duas variáveis!!! CORRELAÇÃO GENÉTICA: IMPORTÂNCIA O grau de associação e o sentido das respostas correlacionadas são determinados, principalmente, pela correlação genética entre as características envolvidas. Dessa forma, as correlações genéticas entre duas características mostram a extensão em que os mesmos genes afetam a expressão de ambas. A PLEIOTROPIA, consiste na principal causa de correlação entre características, na qual mede a probabilidade de duas características diferentes serem afetadas pelo mesmo gene. ➢ CONSEQUÊNCIAS DA CORRELAÇÃO - Se duas características de importância econômica possuem correlação positiva, a ênfase na seleção deverá ser em apenas uma delas, para o melhoramento de ambas: Redução no número de características selecionas; EXEMPLO: % GORDURA X % PROTEÍNA - Se duas características de importância econômica não possuem correlação, a seleção de uma não afetará a outra; - Se as características estão negativamente correlacionadas, a seleção para a melhoria de uma poderá ser (ou não) vantajosa, em virtude da redução na segunda. EXEMPLO: - PERÍMETRO ESCROTAL (PE) X IDADE A PUBERDADE EM NOVILHAS (IPN) - PRODUÇÃO DE LEITE (PL) X % PROTEÍNA (%PB) ➢ MEDIDA PADRÃO DA CORRELAÇÃO ➢ INTERPRETAÇÃO - Próximo +1: Características muito associáveis – correlação no mesmo sentido; - Próximo 0: Características pouco associáveis; - Próximo -1: Características muito associáveis – correlação no sentido contrário AULA 5 – HERDABILIDADE HERDABILIDADE (h²) O coeficiente de herdabilidade, consiste em um parâmetro genético, determinado por métodos estatísticos, com o objetivo de identificar se uma característica de interesse econômico é ou não passível de seleção direta; O conhecimento de h² é de fundamental importância para a definição dos métodos de MGA mais apropriados, e a escolha de indivíduos candidatos à seleção. ➢ h² das Características Qualitativas - Cor da pelagem, ausência/presença de chifres, aprumos; - Determinadas por poucos pares de genes, são pouco influenciadas pelo ambiente em que os animais são manejados: Alto coeficiente de h². ➢ h² das Características Quantitativas - Peso, ganho de peso, altura, número de cordeiros nascidos por parto, perímetro escrotal, idade ao primeiro parto; - Determinadas por muitos pares de genes, na qual o ambiente em que os animais são manejados exerce forte influência sob essas características: h² varia de baixa à alta magnitude. ➢ Cálculo h² - Corresponde a proporção da variância fenotípica,causada por diferenças entre genes ou genótipos dos indivíduos. Também definida como a proporção da superioridade dos pais, que se espera que seja transmitida à sua progênie. ➢ Coeficiente de h2 ➢ Classificação ➢ Interpretação dos coeficientes de h2 BAIXA: MENOR OU IGUAL A 0,2 Exemplo: h2 = 0,1 - As combinações gênicas e o ambiente são responsáveis, pela variação entre os indivíduos da população para uma determinada característica; - Pequena parte dessa superioridade será transmitida à progênie. MODERADA: VARIA ENTRE 0,2 A 0,4 ALTA: MAIOR OU IGUAL A 0,4 Exemplo: h2 = 0,7 - As diferenças, entre os indivíduos da população para uma determinada característica é devido aos méritos genéticos do indivíduo; - Grande parte dessa superioridade será transmitida à progênie; - Animais que apresentam o melhor desempenho são os geneticamente superiores para determinadas características. ➢ CLASSIFICAÇÃO GERAL DE GRUPOS DE CARACTERÍSTICAS, DE ACORDO COM A h² AULA 6 - REPETIBILIDADE (t) A repetibilidade consiste no parâmetro genético que está relacionado com as mensurações das expressões da mesma característica (exemplo: Produção de leite, produção de ovos, número de leitões/leitegada) avaliadas em diferentes momentos da vida do animal. - Determina até que ponto o desempenho do animal se repete; - Indica a acurácia das mensurações múltiplas; - É uma medida populacional; - O valor da característica do mesmo indivíduo tende a repetir-se, sendo dependente do genótipo e dos fatores de ambiente permanente que são constantes durante toda a vida do animal; - Utilizada para medir a capacidade mais provável de produção (CMPP- medida individual). ➢ Cálculo - Corresponde a proporção da variância fenotípica, atribuída às diferenças permanentes entre os indivíduos da população. ➢ Considerações sobre a repetibilidade (t) Não é uma constante biológica de uma característica, pois depende da composição GENÉTICA dos indivíduos da população, além das circunstâncias AMBIENTAIS, as quais a população está submetida!!! ➢ Coeficiente de repetibilidade (t) ➢ Interpretação ➢ Exemplos ➢ Capacidade (Habilidade) Mais Provável de Produção (CMPP) A repetibilidade permite a previsão de desempenhos futuros utilizando-se informações de uma ou mais mensurações anteriores, isto é, sua CMPP. A CMPP calculada para os animais de um rebanho gera uma classificação (“ranking”) relativa entre eles, ponderado para o número de informações e repetibilidade para determinada característica, facilitando as decisõesde descarte. ✓ Características de Repetibilidade Alta: - Animais com o primeiro desempenho acima da média, normalmente, associam-se a CMPP também acima da média (com intensidades similares). Dessa forma, uma única informação de desempenho dos animais fornecerá boas indicações de suas CMPP para determinada característica. ✓ Características de Repetibilidade Baixa: - A informação contida em um único registro de desempenho, representa pouco acerca da CMPP dos animais. Assim, várias medidas de desempenhos (máximo 3) serão necessárias para decidir quem descartar do rebanho. AULA 7 – SELEÇÃO A Seleção consiste no processo decisório, na qual escolhe os melhores animais para serem pais da próxima geração. Dessa maneira, a seleção determina o número de descendentes que cada reprodutor e/ou matriz deixará, ao longo de sua vida útil, na qual acarreta o aumento da frequência de alelos desejáveis na população. ➢ Etapas da Seleção - Estimação do valor genético do animal, por meio de avaliações genéticas; - Classificar os animais com base em um ou mais critérios de seleção previamente estabelecidos; - Decisão, com base no valor genético, se o animal deverá participar ou não da reprodução. ➢ Consequências da Seleção ▪ Efeitos: - Dependentes da variação genética já existente na população; - Alteração da média fenotípica da população, para a característica selecionada, por meio do aumento da frequência de alelos favoráveis; - Alteração da amplitude de distribuição dos genótipos (variância genética da população). ➢ Objetivos de seleção: - Combinação de características importantes economicamente, dentro de um sistema de produção; ▪ Definição dos objetivos de seleção: - Sistema de produção da propriedade; - Mercado consumidor; ➢ Critérios de seleção: - São as características com base nas quais os animais são escolhidos; - O critério de seleção é, então, o meio utilizado para se atingir os objetivos de seleção. ➢ Fonte de informação utilizada na seleção ➢ Medidas auxiliares à seleção: - Seleção individual = seleção massal; - Seleção fenotípica individual com mais de um registro por animal – CMPP; - Seleção pela progênie; - Seleção com base nos colaterais; - Seleção pelos ancestrais ou pedigree. ➢ Métodos de seleção para várias características: - Unitário ou “Tandem”; - Níveis Independentes de Eliminação; - Índices de Seleção Econômicos. AULA 8 – EXOGAMIA Sistema de acasalamentos entre indivíduos menos aparentados entre si, que a média do rebanho ao qual pertencem. O cruzamento consiste no acasalamento entre indivíduos de raças diferentes (e/ou grupos genéticos distintos). ➢ Objetivos dos cruzamentos: - Produção de Heterose ou “Vigor Híbrido”; - Incorporação de genes desejáveis na população mais rapidamente que por seleção, dentro da população; - Complementaridade entre raças; - Formação de raças “Sintéticas ou Compostas”: Flexibilidade ao sistema de produção. ➢ Consequências da exogamia: - Aumento da heterozigose: Efeito primário da exogamia; - Mascara a expressão de genes recessivos deletérios; - Heterose ou “Vigor Híbrido”. ➢ Heterose ou “vigor híbrido” Superioridade média das progênies resultantes do acasalamento entre animais de raças diferentes, em relação à média dos pais para uma determinada característica. ➢ Sistemas de cruzamentos: - Cruzamento Simples ou Industrial; - Cruzamento Contínuo ou Absorvente; - Cruzamento Rotacional ou Alternativo; - Formação de Raças Sintéticas e/ ou compostas. AULA 9 – ENDOGAMIA Sistema de acasalamento que consiste na união de indivíduos mais aparentados que a média da população. Indivíduo Endogâmico ou Consanguíneo é resultante do acasalamento entre parentes. ➢ Parentesco Em MGA, parentesco consiste na semelhança de genótipos. Dois indivíduos são considerados parentes quando possuem um ou mais ancestrais comuns ou um é descendente direto do outro. ➢ Consequências da endogamia: - Alteração da Frequência Genotípica: Fração de decréscimo na frequência de heterozigotos, que resulta em um aumento das frequências dos homozigotos. - Depressão endogâmica: Redução no valor fenotípico médio dos animais, ocasionando alterações na capacidade reprodutiva e eficiência fisiológica dos indivíduos da população. ➢ Coeficiente de consanguinidade (F) - Mede a probabilidade que dois alelos presentes em um determinado “locus” sejam idênticos por descendência; - Varia de 0 a 1 (0 a 100%);
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