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A QUESTÃO BASCA A questão Basca, iniciou-se no final do século XV e início do século XVI, período em que a Espanha foi unificada. Assim, uma grande parte da região ficou com a Espanha e outra com a França, desta forma, os bascos ficaram sem território. O povo basco chegou a Península Ibérica em torno de 2.000 A.C., resistindo a ataques de vários povos, inclusive dos mouros e romanos. O idioma basco é o Euskara, ainda que só tenha aparecido como língua escrita no século XVI, é considerado o idioma mais antigo falado na Europa até os dias atuais. O país Basco conta com sete regiões: Ávala, Biscaia, Guipúscoa e Navarra pertencente ao território de Hegoalde na Espanha. Baixa Navarra, Lapurdi e Sola fazem parte da região Iparralde na França. Oficialmente Iparralde é considerado parte da região do departamento francês dos Pirineus Atlânticos e Hogoalde é uma comunidade independente chamada de Euzkadi. Atualmente a população do país Basco é de aproximadamente três milhões de pessoas Com a intenção de manter sua identidade própria e negando-se a incorporar o idioma e costumes de outros povos europeus, os bascos decidiram lutar para que seu território fosse reconhecido e estabeleceram um movimento nacionalista e de emancipação no século XIX, em meio a ditadura de Francisco Franco na Espanha, que ocorreu entre 1939 e 1975. Francisco Franco Com a opressão exercida sobre o povo basco durante a ditadura, ocorreu a criação do movimento socialista chamado ETA – Euzkadi Ta Askatana (Pátria Basca e Liberdade), formado por diversos grupos políticos da região. O principal objetivo da ETA era o combate à ditadura, no entanto, com o passar do tempo, o grupo foi ganhando força e ficando mais violento, passando a ter status de grupo terrorista. Os primeiro ataques realizados pelo ETA tinham o apoio das populações basca e espanhola, eis que a população enxergou nesse movimento uma forma de lutar contra a ditadura. A organização tornou-se mais poderosa, conseguindo, inclusive, executar, em 1973, o presidente do governo, que era considerado o possível sucessor de Franco, Luís Carrero Blanco. Luís Carrero Blanco O ETA foi perdendo o apoio da população conforme ficava mais violenta. Com a morte de Franco em 1975, a Espanha voltou a ser uma democracia. Contudo, tal mudança não agradou o povo basco. A partir disso foi criado o partido político Herri Batasuna, que tinha fundamental importância para a autonomia do país basco. A ETA intensificou seus ataques, matando mais de 230 pessoas entre 1978 e 1981. A partir disso, criaram-se outras organizações armadas de extrema-direita para combater a ETA. Em 1995 tentaram matar José Luís Rodriguez Zapatero, que se tornaria primeiro-ministro da Espanha no ano seguinte. José Luís Rodriguez Zapatero Em 1997 a ETA sequestrou e matou o vereador Miguel Àngel Blanco. Tal fato culminou com manifestações de rejeição ao ETA pelas populações basca e espanhola. Nos anos 2000, nas eleições na Espanha, José Luís Rodriguez Zapatero elegeu-se presidente. A ETA, desde o seu início em 1986, deixou um rastro de violência e morte, contabilizando-se: 829 assassinatos, mais de 2.000 pessoas feridas, 46 sequestros, sendo que alguns duraram anos, mais de 41.650 pessoas ameaçadas de morte pelo grupo. Os últimos atentados foram em 2010 e 2011, quando mataram dois policiais franceses durante uma operação. Passaram-se seis anos até o grupo decidir depor e entregar às autoridades as localizações dos arsenais e depósitos de explosivos. Em 2017 o grupo desarmou-se oficialmente. Com o fim do eta, como fica a questão da independência basca? Atualmente, o governo regional é comandado pelo moderado Partido Nacionalista Basco (PNV), e o presidente, Ìñigo Urkullu, declarou que não aposta na separação, embora tenha eleitores separatistas. O país basco é uma região autônoma da Espanha que tem sua própria cultura e língua. Em 1978 , com a assinatura da Constituição Espanhola, conseguiu um alto grau de autonomia, inclusive fiscal, e criou partidos legais. Os bascos não são espanhóis nem franceses. São simplesmente bascos como eles próprios se definem, tem idioma próprio e anseiam e lutam para fazer daquela comunidade um país independente entre o sul da França e o norte da Espanha.
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