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Unidade I PERCEPÇÃO E REPRESENTAÇÃO Profa. Selma Rofino A percepção e a psicologia das formas Percepção é uma função cerebral que impõe significado a estímulos sensoriais. “A percepção não envolve apenas um ato fisiológico, mas um processo altamente dinâmico e característico da consciência humana.” Fayga Ostrower São vários os tipos de percepção, podendo ser classificada como: visual, auditiva, olfativa, gustativa, tátil, temporal e espacial. Perceber, portanto, depende do que é sentido pelo homem, seja por influências externas ou internas. Como isso ocorre? Por que atua de forma diferente nos indivíduos? A Escola Gestalt Compreender aquilo que percebemos é a base da fundamentação teórica da Gestalt. A Psicologia da Gestalt: Auxilia na compreensão da problemática da percepção. Estuda os fenômenos da percepção humana, amparando-se dos resultados pictóricos sobre obras de arte. Contribuiu para os estudos da percepção, fundamentando suas pesquisas no campo da “linguagem, inteligência, aprendizagem, memória, motivação e dinâmica de grupos sociais”. Vai sugerir uma resposta ao porquê de umas formas agradarem mais e outras não. Fundamentos teóricos da Gestalt Segundo Descartes, para compreender um fenômeno complexo, deve-se dividi-lo em quantas partes forem possíveis. Esse princípio da fragmentação provocou grandes transformações, além da explosão tecnológica do século passado. A teoria dos sistemas parte do pressuposto que observar a totalidade de um sistema significa contemplar as inter-relações complexas de seus componentes. A fundamentação da Gestalt parte do princípio que o que enxergamos é diferente do que ocorre em nosso cérebro. Na ilusão de ótica percebemos que não vemos as partes fechadas, mas as relações que há entre as partes. Fundamentos teóricos da Gestalt No exemplo abaixo, a excitação cerebral se processa em função da figura total pela relação recíproca das suas várias partes dentro do todo. A linha superior nos parece menor que a inferior. Diante da ilusão de ótica, não enxergamos as partes fechadas, mas percebemos as relações que há entre as partes. Fundamentos teóricos da Gestalt Esse processo psicofisiológico é regido por forças espontâneas da nossa estrutura cerebral que buscam organizar as formas de modo coerente e unificado. Essas forças podem ser externas ou internas. Forças externas: A luz que emana do objeto e nossa retina são os elementos que constituem as forças externas que procuram estabilizar nossa percepção. Forças internas: Visam a estruturar e organizar os estímulos externos de maneira determinada pelas relações, que os psicólogos da Gestalt definiram como forças constantes. Fundamentos teóricos da Gestalt O embasamento científico das Leis da Gestalt parte do princípio que tais forças regem a percepção da forma, e são elas: Unidade, segregação, unificação, fechamento, continuidade, proximidade, semelhança e pregnância da forma. Essas constantes são chamadas de padrões, fatores, princípios básicos ou leis da organização da forma perceptual. São essas forças ou esses princípios que explicam por que vemos as coisas de uma maneira e não de outra. Fundamentos teóricos da Gestalt A unidade: conjunto de elementos relacionados entre si e suas subunidades e que configuram o próprio objeto, o estímulo é homogêneo. Estas partes (linhas, pontos, cores, brilhos, texturas e outras) podem ser segregadas, mas precisam ter relação com o todo para que ele faça sentido. Fonte: livro-texto Fundamentos teóricos da Gestalt Segregação significa a capacidade perceptiva de separar, identificar, evidenciar ou destacar unidades formais em um todo compositivo, age pela descontinuidade de estímulo. É possível segregar as unidades de um todo dependendo da desigualdade dos estímulos concebidos pelo nosso campo de visão. Fonte: livro-texto Fundamentos teóricos da Gestalt A unificação da forma consiste na igualdade ou na semelhança dos estímulos. Depende de variáveis como o equilíbrio, a ordem visual, a harmonia e a coerência do todo da composição. A organização das partes, por sua vez, é essencial para definir a qualidade. Por isso, a imagem abstrata pode ser compreendida pela mente, ela preenche os espaços vazios em busca de um entendimento pelo caminho mais simples possível. As leis da proximidade e da semelhança, se presentes nas partes ou no todo da composição, também fortalecem a unificação da organização da forma. Fundamentos teóricos da Gestalt Fonte: livro-texto Fundamentos teóricos da Gestalt Fechamento é importante para a formação de unidades. As forças de organização da forma dirigem-se espontaneamente para uma ordem espacial que tende para a formação de unidades em todos fechados. Há uma sensação de fechamento visual da forma pela continuidade bem definida dos elementos. Essa percepção faz com que enxerguemos a imagem mesmo que ela não esteja estruturalmente lá, pois as informações necessárias se completam pelo alinhamento dos elementos. Fundamentos teóricos da Gestalt Fonte: livro-texto Interatividade Observe as duas figuras: Assinale a alternativa que aborda corretamente os princípios da Gestalt percebidos nas figuras. a) Unidade e segregação na primeira e fechamento na segunda. b) Lei da pregnância da forma e lei da proximidade. c) Lei da continuidade em ambas as figuras. d) Lei da proximidade. e) Lei da semelhança. Fundamentos teóricos da Gestalt Já a continuidade tem como princípio que “toda unidade linear tende, psicologicamente, a se prolongar na mesma direção e com o mesmo movimento”. Como podemos observar na figura da esquerda: A nossa organização tende a se orientar no sentido da boa continuação, ela é funcional quando há necessidade de organizar uma ou duas figuras, como podemos perceber na figura da esquerda. Fonte: livro-texto Fundamentos teóricos da Gestalt A boa continuidade, ou boa continuação, é a impressão visual de como as partes se sucedem pela organização perceptiva da forma de modo coerente, sem quebras ou interrupções na sua trajetória ou na sua fluidez visual. Esse princípio enfoca a tendência dos elementos de seguirem uns aos outros, como se uma direção fosse preestabelecida, mais suave e estável. Fonte: livro-texto Fundamentos teóricos da Gestalt A lei da boa continuação, porém, não é interpretada na figura abaixo, em que observamos a interrupção natural da curva, o que nos causa uma sensação estética desagradável. A Gestalt pode também explicar a lei da continuidade em formas tridimensionais. Problema discutido em teorias, que vão desde a capacidade fisiológica, inata, da retina, como o hábito adquirido de perceber os objetos no campo da profundidade. Fundamentos teóricos da Gestalt A teoria gestaltista não nega tais efeitos, mas os explica como processos oriundos da organização perceptiva do homem, conforme exemplos abaixo: Forma bidimensional, forma bidimensional ou tridimensional e forma tridimensional, da esquerda para a direita. Fundamentos teóricos da Gestalt A proximidade parte do princípio que quanto mais próximos estão os elementos óticos, mais configuram unidade. A proximidade do grupo ab é maisnatural que o grupo ac. A igualdade de forma e cor desperta a tendência dinâmica de constituir unidades, estabelecendo agrupamento das partes semelhantes. Fundamentos teóricos da Gestalt Para explicar agrupamentos é necessário o fator da proximidade, pois ele indica as qualidades em comum entre os elementos. Na figura da esquerda observamos a organização de grupos pela semelhança; já na figura da direita, apesar dos espaços iguais entre os elementos, o agrupamento se forma pela semelhança da cor. A Gestalt corrobora a teoria de que existe ordem das partes dentro do todo. Fundamentos teóricos da Gestalt Proximidade: quanto maior a semelhança entre as condições que envolvem as formas, maior tendência para se agrupar e constituir unidades, principalmente se estiverem próximas. A proximidade e a semelhança são forças que, muitas vezes, agem em comum, não apenas se reforçando como se enfraquecendo mutuamente. Fonte: livro-texto Fundamentos teóricos da Gestalt Semelhança: a igualdade de forma e de cor desperta também a tendência de se construir unidades, isto é, de estabelecer agrupamentos de partes semelhantes. Vimos que elementos semelhantes tendem a se agrupar pela proximidade, mas essa tendência de permanecerem juntos também ocorre diante da similaridade. A lei da semelhança, junto com o princípio da proximidade, confere ao objeto ordenação, harmonia e equilíbrio visual. Fonte: livro-texto Fundamentos teóricos da Gestalt A teoria da boa forma determinou, ainda, um princípio ao qual abrangeu os demais. A lei da pregnância da forma. Segundo esse princípio, as forças de organização da forma tendem a se dirigir tanto quanto o permitem as condições dadas no sentido da clareza, da unidade e do equilíbrio. A teoria gestaltista não nega tais efeitos, mas os explica como processos oriundos da organização perceptiva do homem. Fonte: livro-texto Fundamentos teóricos da Gestalt Pregnância da forma: qualquer padrão de estímulo tende a ser visto de tal modo que a estrutura resultante é tão simples quanto o permitam as condições dadas. Tende a apontar a simplicidade natural perceptiva, por isso também é chamada lei da simplicidade. Fonte: livro-texto Fundamentos teóricos da Gestalt Quanto maior a percepção de confusão refletida na organização visual, menor será o grau de pregnância. A ordem baseada na técnica da simplicidade é elementar e imediata, sem preparações acessórias, enquanto sua técnica oposta, a complexidade, tende a compreender várias forças elementares, o que dificulta sua compreensão. Fonte: livro-texto Fundamentos teóricos da Gestalt Profusão é a técnica de abundância visual pela ornamentação, que associa poder e opulência. É oposta à técnica de economia que é a presença mínima de elementos na mensagem. Verificamos o grau de baixa pregnância causado, principalmente, pelas irregularidades e pelas sobreposições dos elementos abstratos. Essa desarmonia visual causa desconforto e perturbação. Fonte: livro-texto Interatividade Observe a capa do CD da banda Blink-182: A partir da análise dessa capa, podemos perceber alguns princípios básicos da Gestalt. Assinale a alternativa que não indica corretamente um princípio básico da Gestalt: a) Podemos perceber o princípio da pregnância, na medida em que existe uma rapidez na leitura da forma pelos nossos olhos. b) Está presente nessa composição o princípio da semelhança. c) Podemos perceber o princípio da proximidade. d) A composição dessa forma é de alta pregnância. e) A abundância de elementos da imagem dificulta a compreensão deles. Fonte: livro-texto Definição e classificação dos elementos básicos da percepção visual É difícil conceber uma dissociação entre percepção e criação, quase ninguém mais supõe que a criação surge do nada ou que a percepção seja um ato passivo e casual. Não há dúvida, tanto que a arte não é só sentimento, mas detentora e desencadeadora de uma significação cognitiva e representacional, isso se deve, principalmente, aos enunciados formulados por Rudolf Arnheim e Erinaldo Alves do Nascimento. Pessoas visitam museus, adquirem obras de arte, mas para realmente ter acesso a elas é preciso ir mais além. Definição e classificação dos elementos básicos da percepção visual Um bom começo para se aproximar desse universo artístico e entender seu funcionamento é a pesquisa por meio da leitura de teóricos da área e do contato com a prática. Às vezes deparamos com uma obra de arte e vemos nela qualidades que não conseguimos explicar. Estamos vivenciando nesse momento experiências perceptivas. Rudolf Arnheim, em seu livro “Arte e Percepção Visual: uma Psicologia da Visão Criadora”, escrito em 1954, nos diz: “Se alguém quiser entender uma obra de arte, deve antes de tudo encará-la como um todo.” Definição e classificação dos elementos básicos da percepção visual “Guiado com segurança pela estrutura total, tentamos, então, reconhecer as características principais e explorar seu domínio sobre detalhes dependentes.” Percebe-se a riqueza dessa obra tanto em suas categorias visuais explicitadas, como nas relações estruturais que estão em ação. Dessa maneira, não se pretende substituir a intuição espontânea, e sim aguçá-la ainda mais, tornando seus elementos comunicáveis. Discutiremos algumas das qualidades da visão, usando como apoio à psicologia, sem a qual não é possível discutir os processos criativos ou experimentar arte. Equilíbrio A definição de equilíbrio que consta no dicionário online Aurélio: “Estado de repouso de um corpo solicitado por várias forças que se anulam”. A palavra equilíbrio, segundo o dicionário Aurélio: “1 Estado de um corpo que se mantém, ainda que solicitado ou impelido por forças opostas. 2 Igualdade das forças de dois corpos que obram um contra o outro. 3 Igualdade. 4 Boa inteligência, harmonia. 5 Perder o equilíbrio, cair.” Observe, agora, o quadrado a seguir: Equilíbrio Não vemos os dois objetos separadamente, mas o “todo” como uma unidade, uma figura: o disco está fora do centro. Existe aí repulsão e atração do círculo com o quadrado, como um jogo de forças em movimento. Essas tensões independem do querer do observador, elas são inerentes a qualquer percepção como cor, local ou tamanho; podemos dizer que são “forças psicológicas”. Como ocorre esse “ato de ver”? Muitas são as possibilidades: a percepção da posição assimétrica do disco, a relação espacial que torna os dois objetos uma única figura, a escala de valores de claridade, o movimento do disco que se apresenta descentralizado. Equilíbrio A experiência visual é dinâmica, sensorial e intuitiva. Comparem as duas figuras. Qual é a mais equilibrada? A percepção é fator primordial e segundo Arnheim: “não se pode descrever a natureza de uma experiência visual em termos de centímetros de tamanho e distância, graus de ângulo ou comprimentos de onda de cor.” Equilíbrio “Essas medições estáticas definem apenas o ‘estímulo’ [...], a vida daquilo que se percebe – sua expressão e significado – deriva inteiramente da atividade das forças perceptivas.” Vamos analisar mais um exemplo: “Madame Cézanne em uma Cadeira Amarela”, de Paul Cézanne. Fonte: livro-textoForma Definição online Michaelis: “1 Figura ou aspecto exterior dos corpos materiais. 2 Modo sob o qual uma coisa existe ou se manifesta. 3 Constituição, modo particular de ser. 4 Modelo, norma. 5 Talhe ou feição da letra. 6 Modo, maneira. 7 Alinhamento de tropas; formatura. 8 Gram Aspecto sob o qual se apresenta um termo ou um enunciado.” Forma é a configuração visível do conteúdo. Podemos dizer que a configuração nos mostra, pela aparência externa, a natureza das coisas. Forma Assim, uma configuração nunca é percebida como apenas a forma de uma coisa em particular, mas sempre como a de um tipo de coisa (ARNHEIM, 1989, p. 89). A forma ultrapassa sua função prática e primeira das coisas quando percebemos fatores contraditórios e complementares em sua configuração. Orientação no espaço Na figura a seguir, a mudança ocorre de maneira mais abrupta, pois a figura foi colocada de cabeça para baixo. Forma Ambas as figuras são triangulares e do mesmo tamanho. O que difere são suas configurações. Um exemplo excelente de mudança nas configurações de uma forma são os filmes surrealistas, nos quais os rostos se apresentam às vezes de cabeça para baixo. As crianças possuem uma capacidade natural de reconhecer objetos fora da sua posição espacial original. Forma Qual o melhor aspecto? Uma forma pode ser apresentada de diversas maneiras. Qual a melhor ou mais adequada? Isso é muito relativo quando nos referimos ao “conceito visual” dos objetos, pois ele deriva de experiências perceptivas. Podemos dizer que um objeto é tridimensional, tem forma constante e não se limita a qualquer aspecto projetivo particular. Arnheim diz: “Concebe-se o objeto como tridimensional, de forma constante e não limitado a qualquer aspecto projetivo particular”. Forma Ao olhar a imagem, temos uma ideia do “todo” e conseguimos projetar nela o significado real ou imaginário. O que você vê na imagem a seguir? Dois círculos? Uma rosca? O que mais? O real e o imaginário se contrapõem e se complementam ao mesmo tempo. Forma Na figura abaixo, temos quatro representações da mesma figura vista por diferentes perspectivas: um objeto simples, uma cadeira. Fonte: livro-texto Forma Uma solução do problema é melhor exemplificada nas pinturas murais, nos relevos dos egípcios e nos desenhos de crianças. Consiste em escolher para cada parte de um objeto ou combinação de objetos o aspecto que melhor se adapte à finalidade pictórica. Em artes, precisamos nos livrar desse “pré-conceito” de que existem sempre conceitos preestabelecidos que não podem ser rompidos. Fonte: livro-texto Interatividade Na confecção de uma imagem, podemos buscar uma maneira tradicional de se obter a composição de uma comunicação visual que é a chamada regra do terço. Como observamos na imagem, podemos dividir o suporte em três partes e posicionar as figuras, coincidindo-as com as linhas de intersecções da divisão. A imagem e o texto fazem referência a um elemento da percepção visual. Assinale a alternativa que o indica corretamente: a) Forma. b) Equilíbrio. c) Luz. d) Configuração. e) Contraste. Fonte: livro-texto Luz A luz é mais do que apenas a causa física do que vemos. É uma experiência humana fundamental, uma aparição venerada, celebrada e solicitada nas cerimônias religiosas. É uma onda, uma partícula, composta de partículas como sugeriu Isaac Newton. James Maxwell descreveu que a radiação luminosa era composta de ondas. Einstein apresentou uma descrição dizendo que ela só seria válida se fosse “composta” por partículas. Luz A luz precede todos os outros elementos importantes da percepção visual, pois sem ela não podemos ver cor, espaço, forma, movimento, entre outros. O que é a sombra? Uma região escura, em que temos um espaço privado ou com ausência parcial de luz. Ela muda de posição de acordo com a origem da luz. Por um lado, a sombra não existe – costumamos denominá-la de ausência de luz; por outro, ela ocupa espaço e pode ter peso, se pensarmos no equilíbrio de uma composição. Fonte: livro-texto Luz A sombra pode sofrer uma distorção perspectiva, convergindo de sua base de contato com o objeto quando se encontra atrás dele e divergindo quando se encontra à sua frente. Essa discordância será aumentada ou contrabalançada pela perspectiva, dependendo da posição da sombra em relação ao observador. Fonte: livro-texto Configuração A forma física de um objeto é determinada por suas bordas, seu contorno e as superfícies que determinam os lados e/ou a base de uma figura. A posição em que a figura se encontra, em pé ou de cabeça para baixo, não é de grande relevância, e sim sua forma exterior. Definição da palavra configuração, dicionário Priberam: “1. Forma exterior dos corpos. 2. Figura que apresenta um grupo de coisas dispostas em certa ordem = composição, disposição. 4. Ato ou efeito de configurar. 5. Conjunto de opções ou parâmetros definidos para um programa ou sistema informático ou para um equipamento.” Configuração A configuração perceptiva é o resultado de uma interação entre três fatores: o objeto, a luz e o observador. Quando o objeto físico é atingido pela luz que transmite informações, o resultado dependerá do sistema nervoso do observador. A luz não atravessa os objetos, exceto os que chamamos de translúcidos. Isso significa que os olhos recebem informação somente sobre as formas exteriores e não sobre as interiores. A luz se propaga em linha reta e, portanto, as projeções formadas na retina correspondem apenas àquelas partes da superfície externa que estão ligadas aos olhos por meio de linhas retas. Configuração A forma do objeto que vemos não depende exclusivamente da projeção retiniana, pois nossos olhos recebem subsídios sobre as formas externas. A imagem é gerada pela totalidade das experiências visuais que tivemos no decorrer da vida. Se alguém fizer uma imagem de algo que experimentou, pode escolher quanto da configuração deseja incluir. O estilo de pintura ocidental criado pela Renascença limitou a configuração ao que se pode ver de um ponto fixo de observação. Os egípcios, os índios americanos e os cubistas ignoram essa restrição. Observe a figura. Mesmo a imagem estando incompleta, podemos imaginar seu todo; o fato de ela não ter um contorno não prejudica a nossa compreensão. Podemos representar um objeto dando ênfase às suas características espaciais que, nesse caso, serão consideradas essenciais. Configuração Fonte: livro-texto Configuração Uma figura pode mudar sua configuração subitamente quando nos dão uma nova informação. Podemos fazer uma identificação com nossa memória visual. Fonte: livro-texto Expressão Conceito: maneiras de comportamentos orgânico ou inorgânico revelados na aparência dinâmica de objetos ou acontecimentos perceptivos. Definição da palavra expressão: Ação de exprimir. Manifestação do pensamento, do sentimento pela palavra, fisionomia ou gesto; fluência e elegância na linguagem; virtualidade ou fascínio com que um artista apresenta sua arte. Muito usada na área das artes visuais, a expressão está presente o tempo todo, seja quando a composição tem figuras humanas ou não. Expressão Nas grandes obras de arte, a expressão pode ter seu ponto de destaque nos olhos dos seus personagens. Tendo no seu esquema compositivo uma ação imediata pelas características perceptivas da obra. Para Arnheim: “Nas grandes obras de arte, o significado mais profundo é transmitido aos olhos com poderosa imediatez pelas características perceptivas do esquema compositivo”. Podemos observar essa característica na obra “Criação do Homem”, de Michelangelo. A história está modificada de modo a torná-la mais compreensível e impressiva aos olhos. Expressão Fonte: livro-texto Expressão Fonte: livro-texto Interatividade “Essa Maria Fumaça é devagar quase parada Ô seu foguista, bota fogo na fogueira Que essa chaleira tem que estar até sexta-feira Na estação de Pedro Osório, sim senhor.” (KLEITON e KLEDIR. “Maria fumaça”) O texto e a imagem referem-se à ferrovia, porém trazem características opostas a saber: a) Ambiente iluminado e ambiente obscuro. b) Lentidão e rapidez. c) Proximidade e distanciamento. d) Transparência e opacidade. e) Cidade e campo. MONET. Le train dans la neige. ATÉ A PRÓXIMA!
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