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Prof. Vinícius Albuquerque UNIDADE II História Social da Arte Narração Histórica e o Estudo das Sociedades pelo uso da arte: Outras manifestações artísticas: Arquitetura e fotografia. Novas fontes documentais no século XX: Escola dos Annales. 1929 – Revista dos Annales, Marc Bloch e Lucien Febvre: novos documentos sobre a vida do homem e das sociedades, criticando os historiadores que dizem que fazer história só é possível com textos. Após 1968 - Nova História (origem nos Annales) novos sujeitos e temas: o estudo da participação das mulheres e dos trabalhadores, subjetividade na produção do conhecimento. História Social da Arte: unidade II Grupos agricultores próximos aos rios: agricultura e construção de moradias, a concepção de aldeias, rios Nilo, Tigre e Eufrates deram origem às civilizações egípcias e mesopotâmicas. Monumentos “megalíticos”: blocos de pedras de dimensões gigantescas, provavelmente associados a questões de caráter religioso e também sepulturas. Esses monumentos aparecem dispostos de formas variadas. Representações em diversas sociedades Ex.: construção de moradias para se proteger do frio e das intempéries, um abrigo resistente e seguro. Arquitetura Neolítica Habitação neolítica arte: arquitetura I. Espanha:Ediciones del Prado, 1996. p. 12. Entre os monumentos megalíticos, podemos destacar: Menires: grandes pedras isoladas erguidas em sentido vertical. Dólmens: duas pedras verticais que sustentavam uma terceira, que era posicionada horizontalmente. Henges: aterros circulares acompanhados por uma vala interna paralela. Cromlech: pedras agrupadas em um ou mais círculos em torno de um dólmen. Monumentos Megalíticos Dólmen ou mesa de pedra www.objetivo.br/conteudoonline/imagens/conteudo_22/001b.jpg>. O que levaria esse homem neolítico, que não conhecia a roda ou a carroça, a carregar enormes rochas com cerca de quatro toneladas cada e empilhá-las a mais de 320 km de distância do lugar de onde eram provenientes? Megalito www.objetivo.br/conteudoonline/imagens/conteudo_3401/006_.jpg>. O que levaria esse homem neolítico, que não conhecia a roda ou a carroça, a carregar enormes rochas com cerca de quatro toneladas cada e empilhá-las a mais de 320 km de distância do lugar de onde eram provenientes? Se devemos ou não chamar um monumento como esse de arquitetura, é uma questão de definição: temos uma tendência de pensar a arquitetura em termos de interiores fechados. [...] Talvez devêssemos consultar os gregos antigos que criaram a palavra. Para os gregos, “arqui-tetura” significa algo mais alto que a “tetura” convencional (isto é, “construção” ou “edificação”), uma estrutura diferenciada daquela de tipo exclusivamente prático e cotidiano, em termos de escala, ordem, permanência ou suntuosidade de propósitos. Um grego, certamente chamaria Stonehenge de arquitetura. [...] Se a arquitetura é a “arte de adaptar o espaço às necessidades e aspirações humanas”, então, Stonehenge faz mais do que preencher esses requisitos (JANSON; JANSON, 1996, p. 18). Monumentos Megalíticos são arquitetura? Diante do monoteísmo cristão, a divindade do imperador era inaceitável e assim os fiéis eram perseguidos. Não havia necessidade nem possibilidade de construir lugares públicos de culto - igrejas e salas de reunião eram pequenas e simples, a fim de passarem despercebidas. Há poucos registros da arte desses primeiros cristãos: as catacumbas e algumas tumbas com tetos e paredes laterais pintadas. Construções dos primeiros cristãos Construções dos primeiros cristãos Catacumba Domitilla, Roma PROENÇA, G. História da Arte. São Paulo: Ática, 1995. p. 45. Detalhe das galerias: catacumba de Priscila, Roma GOITIA, F. C. História geral da arte: arquitetura I. Espanha: Ediciones del Prado, 1996. p. 77. Pinturas parietais ww2.objetivo.br/conteudoonline/imagens/ conteudo_3399/02.gif>. Inicialmente essas pinturas limitavam-se a representações dos símbolos cristãos: a cruz – símbolo do sacrifício de Cristo; a palma – símbolo do martírio; a âncora – símbolo da salvação; e o peixe – o símbolo preferido dos artistas cristãos – pois as letras da palavra “peixe”, em grego (ichtys), coincidiam com a letra inicial de cada uma das palavras da expressão Iesous Christos, Theou Yios, Soter, que significa “Jesus Cristo, Filho de Deus, Salvador” (PROENÇA, 1995, p. 45). O peixe era um dos principais símbolos cristãos. Início da simbologia cristã: arte paleocristã PROENÇA, G. História da Arte. São Paulo: Ática, 1995. p. 45. A arte paleocristã não era executada por artistas especializados. “Os lugares de culto não podiam adotar por modelo os antigos templos, já que sua função era inteiramente diferente. O interior do templo era, usualmente, apenas um pequeno sacrário para a estátua de um deus. As procissões e os sacrifícios tinham lugar do lado de fora. A igreja, por sua vez, tinha que encontrar espaço para toda a congregação que se reunia para o serviço religioso, quando o padre recitava a missa no altar-mor ou proferia seu sermão. Assim, aconteceu que as igrejas não foram modeladas pelos templos pagãos” (GOMBRICH, 1998, p. 113). Iniciaram-se as construções das igrejas cristãs no território do império romano pois o cristianismo passou de religião perseguida à religião oficial. O que é arte românica? Quando ela surge? Em que locais da Europa ela ocorre? Quais são as suas características? Essas são algumas questões às quais responderemos sobre a arte românica. Alta Idade Média: início da Idade Média (c. séc. V – séc. XI). Organização e consolidação do feudalismo como elementos romanos e germânicos. Arte cristã na Idade Média Na Europa do ano mil, a realidade é o que chamamos de feudalismo. Ou seja, maneiras de comandar adaptadas às condições reais, ao estado real, tosco, pouco aprimorado pela civilização. Tudo se agita nesse mundo, já o dissemos; mas, sem estrada, sem moeda, ou quase, quem poderia executar suas ordens muito longe do lugar onde se encontra sua pessoa? (DUBY e LACLOTTE,1998, p. 5) Arte cristã na Idade Média Representação: relações de suserania e vassalagem: a cerimônia de investidura. Cerimônia de suserania e vassalagem. Arte cristã na Idade Média Fonte: www2.objetivo.br/conteud oonline/imagens/conteudo _9591/070b.jpg Não há homogeneidade na arte românica e as variantes são consideráveis. Apesar das diferenças, o que fez com que as produções artísticas desse período fossem vistas como pertencentes ao estilo equivalente? Ponto comum: sentimento religioso (arte sacra). O românico da Alemanha se distingue da arte românica francesa ou da italiana. Além disso, em cada país existiam diferenças regionais. Influência do latim em dialetos europeus e a presença marcante da religiosidade cristã. A escultura românica era subordinada à arquitetura. Arte cristã na Idade Média: arte românica França: que as igrejas românicas começaram a ser decoradas com esculturas. As figuras representadas relacionavam-se com os ensinamentos da Igreja. Permanecia a ideia de que as imagens tinham uma função evangelizadora. Igreja “militante”. Os capitéis eram decorados com motivos diversos, tais como animais, demônios, figuras humanas e personagens bíblicos. Além dos capitéis, um local muito usado para a narração das histórias bíblicas era a entrada do templo. Arte cristã na Idade Média: arte românica O termo afresco é oriundo da técnica de pintura sobre paredes úmidas. Pintura com a argamassa ainda úmida: gesso fino e bem liso com a adesão do pigmento à parede. Pintura se incorporando à argamassaao secar. Os temas mais recorrentes nesses murais eram a criação do mundo e do homem, o pecado original, os símbolos dos evangelistas majestade (Cristo Pantocrator). Arte cristã na Idade Média: Afrescos e Mosaicos Cristo em Majestade, igreja de São Clemente de Tahul, Espanha www2.objetivo.br/conteudoonline/im agens/conteudo_9591/070b.jpg Afresco e Mosaico Mosaico da catedral de Palermo www2.objetivo.br/conteudoonline/imagens/conteudo_ 1599/A_8_5.jpg Afresco do Arcanjo São Miguel, Capua ROMÂNICO. Florença: Editora Scala, 2011 As iluminuras se destacam com cores vivas e materiais como o ouro e a prata, além de motivos como folhagens e flores empregadas como molduras para o texto. Arte cristã na Idade Média: Iluminuras Miniatura do Século XII Autorretrato de um miniaturista Fonte: www2.objetivo.br/conteudoonline/imagens/conteudo_1599/A_8_2.jpg www2.objetivo.br/conteudoonline/imagens/conteudo_9591/067c.jpg O uso de novas fontes documentais no século XX pode ser relacionado: a) Ao retorno da história positivista. b) À afirmação da historicidade. c) Ao movimento da micro-história que dá origem aos Annales. d) À recusa do pensamento social na História. e) Ao desenvolvimento da Revista dos Annales e também à Nova História. Interatividade Egito: arte e arquitetura profundamente relacionadas com a religião e a crença na vida pós-morte. Túmulos grandiosos, que não apenas serviam para proteger o corpo do morto, mas também para demonstrar a importância e o poder social dele. Antigo Império: Quéops, Quéfren e Miquerinos e Esfinge de Quéfren. A arquitetura Fonte: Esfinge www.objetivo.br/conteudoon line/imagens/conteudo_112 76/008.png O desejo de edificar inclui, evidentemente, respostas a requisitos funcionais, mas com frequência vai muito além deles e acaba por abordar necessidades espirituais, psicológicas e emocionais. Em alguns tipos de edificações, como as industriais, as questões práticas predominam naturalmente. Em outras, como as cívicas e religiosas, certos significados podem ser revelados de modo espetacular por meio de formas simbólicas. Para a maioria das pessoas, por exemplo, deve elevar o espírito humano, ao passo que um armazém precisa apenas proteger bens materiais [...]. Assim, durante muitos períodos, as edificações religiosas foram os principais laboratórios de experimentação na área de arquitetura, tendo sido construídas para perdurar, enquanto a arquitetura habitacional e mesmo comercial era transitória [...] (FAZIO, 2011, p. 21). A arquitetura Mosteiros. Complexos arquitetônicos rurais e independentes, reunindo igreja, claustro, dormitório, moinho, biblioteca, escola e capelas, entre outras construções. A arcos e abóbadas nas paredes de pedra com janelas pequenas. Arquitetura medieval românica: monastérios Fonte: Saint-Pere de Roda PLAZAOLA, J. Arte e Iglesia: veinte siglos de arquitectura y pintura cristiana.Hondarribia: Nerea, 2001. Arte românica: estilo mais leve e delicado na Península Itálica. Influências greco-romanas (clássicas). Mármores, arcos e colunas. Pisa: igreja, batistério de planta circular e campanário. Arquitetura medieval românica Pisa Fonte: www2.objetivo.br/conteudoonline/imagens/conteudo_3362/51.jpg www2.objetivo.br/conteudoonline/imagens/conteudo_879/imagem0010.gif A basílica: [...] o nicho semicircular, ou abside, seria usado para o altar-mor, para o qual os olhos dos fiéis eram dirigidos. Essa parte do edifício, onde se situava o altar, passou a ser conhecida como o coro. O espaço central entre as colunatas, onde a congregação se reunia, seria mais tarde conhecida como a nave, que realmente significava “navio”, ao passo que os compartimentos laterais receberam o nome de alas, o que quer dizer “asas”. Na maioria das basílicas, a espaçosa nave era simplesmente coberta por um teto de madeira com vigas visíveis. As alas tinham com frequência um teto plano. As colunas, que separavam a nave das alas, eram muitas vezes suntuosamente decoradas. (GOMBRICH,1998, p.133). Arquitetura na Idade Média: construção religiosa no Ocidente A divisão do Império Romano logo levou, também, a uma cisão religiosa. Divisão da Cristandade em uma Igreja ocidental, ou católica, e uma Igreja oriental, ou ortodoxa, tomou-se quase definitiva. As diferenças entre ambas eram muito profundas: O catolicismo romano mantinha sua independência da autoridade imperial e de qualquer outra forma de autoridade do Estado, uma Igreja Universal. Por outro lado, a Igreja Ortodoxa baseava-se na união da autoridade espiritual e secular, na pessoa do imperador. Arquitetura na Idade Média: construção religiosa no Oriente cristão Divisão do Império Romano: Ocidente e Oriente A divisão do Império Romano www.objetivo.br/conteudoonline/imagens/conteudo_3399/mapa_07_pequeno.jpg Divisão do Império Romano: Ocidente e Oriente Basílica de Santa Sofia www2.objetivo.br/conteudoonline/imagens/conteudo_9591/056b.jpg Expressão foi criada na Itália por volta dos séculos XV e XVI: Revalorização da Antiguidade greco-romana e desvalorização da arte medieval. Godos = bárbaros. Origem: Île de France, região da França onde se localiza Paris. Arquitetura com leveza e luminosidade. A introdução de janelas: iluminação interna. O gótico é mais homogêneo do que o românico. A catedral era a igreja do bispo e, ao contrário da arte românica, predominantemente rural, a arte gótica nasce com as cidades, tornando-se o centro das atenções. Arte cristã na Idade Média: o Gótico Catedrais Góticas Catedral de Chartres, França www2.objetivo.br/conteudoonline/imagens/conteudo_3363/100.jpg Vista lateral da catedral de Notre Dame, de Paris. Destaque para os arcobotantes PROENÇA, G. História da Arte. São Paulo: Ática, 2011. p. 78 Catedrais Góticas Fonte: – Fachada frontal da catedral de Saint- Denis GÓTICO. Florença: Editora Scala, 2011. A igreja é um “livro em pedra”: os escultores procuram detalhar a mensagem ilustrada. A escultura se faz vivaz e serena: é mais sincera e humana. A preocupação com a naturalidade nas figuras e nas vestes mais leves, movimento e drapeado das roupas. Expressividade das feições: transmissão de sentimentos. Arte cristã na Idade Média: o Gótico e a escultura As convenções iconográficas permitem identificar as personagens e as cenas. Lugar de cada figura: Cristo situa-se ao centro. Composição da cena: quanto mais elevada encontra-se a personagem, maior é a sua categoria: Estar à direita de Cristo, por exemplo, representa uma honra maior do que estar à esquerda; nos Juízos Finais, os eleitos estão sempre à direita de Cristo, os condenados, à esquerda. Arte cristã na Idade Média: o Gótico e as convenções iconográficas Arte cristã na Idade Média: o Gótico e as esculturas Catedral de Reims GÓTICO. Florença: Scala, 2011. p. 29.Escultura, catedral de Chartres GÓTICO. Florença: Scala, 2011. p. 23. Arte cristã na Idade Média: o Gótico e as esculturas Detalhe de escultura da Catedral de Naumburg PROENÇA, G. História da Arte. São Paulo: Ática, 2011. p. 84. Arquitetura com arco em ogiva. Produção típica: catedral. Construções não religiosas: mercados, sedes de corporações, casas e palácios particulares, fortalezas, muralhas de defesa, palácios públicos, batistérios, hospitais e castelos. Os próprios reis franceses apropriam-se desse estilo e o divulgam em todos os seus domínios territoriais. As cidades rivalizam: a catedral de Notre Dame, de Paris, atingiu 32 metros;a catedral de Reims, 38 metros; a catedral de Notre Dame, em Amiens, 42 metros, a catedral de Beauvais buscou atingir 48 metros, o que levou ao seu desabamento. Arte medieval: arte Gótica Em busca da luminosidade, o grande destaque vai para os vitrais, que recobriam as janelas das capelas como se fossem grandes mosaicos de vidro, permitindo a entrada da luz solar, simbolizando a presença de Deus. Arte cristã na Idade Média: o Gótico Vitrais GÓTICO. Florença: Editora Scala, 2011. Rosácea da catedral de Reims GÓTICO. Florença: Scala, 2011. p. 26. No ensino de História, a opção de se trabalhar com a arte não se resume aos quadros nos museus, uma vez que: a) Podemos observar os quadros fora dos museus. b) Vai além das representações guardadas em acervos de museus para incluir expressões culturais mais amplas, tais como a arquitetura. c) As pessoas quase não frequentam mais os museus. d) A compreensão dos quadros é sempre muito mais complexa e hermética que as demais representações humanas. e) Existem as estátuas incorporadas recentemente à noção acadêmica de arte. Interatividade Arte sincrética: A orientação da arte islâmica foi em grande parte marcada por estruturas políticas e sociais que desconheceram fronteiras geográficas. A natureza complexa da arte islâmica desenvolveu-se na base de tradições pré-islâmicas nos vários países conquistados, em uma síntese perfeitamente integrada de tradições árabes, turcas e persas, manifestando-se em todas as partes do império muçulmano. Além da forte presença da política na arte islâmica, são também cruciais as próprias crenças espirituais e normas religiosas, que aparecem nas várias expressões artísticas do islã como elemento fundamental (HISSA; PEREIRA, 2011, p. 3). A arte islâmica foi essencialmente decorativa e voltada à religiosidade. Arte Islâmica: sincretismo Arte Islâmica: religião e sincretismo Interior dos banhos, Alhambra www2.objetivo.br/conteudoonline/imagens/conteudo_3360/42.jpg Exemplo de azulejo decorado GALLENO, R. História del Arte. Madrid, Editorial Editex, 2009. p. 121 Alhambra www2.objetivo.br/conteudoonline/ imagens/conteudo_9591/059b.jpg Outras características são o uso de arcos com formas variadas (ogivas, ferraduras) e a presença de colunas de sustentação com capitéis enfeitados com rendilhados florais estilizados. O edifício fundamental da arquitetura islâmica é a mesquita - “lugar de prostração”. Espaço de religiosidade e sociabilidade, a mesquita era o centro da vida cotidiana dos mulçumanos. Arte Islâmica: sincretismo Arte Islâmica: sincretismo Mesquita de Selim, Turquia ARQUITETURA II. Espanha: Ediciones del Prado, 1996. p. 14. Mesquita Azul, Turquia ARQUITETURA II. Espanha: Ediciones del Prado, 1996. p. 14. Uma cúpula hemisférica central rege toda a simetria, medindo 26 metros de altura por 20 metros de diâmetro. Sobre esta se apoia outra, de aspecto de bulbo, que mede 60 metros de seu ápice até o nível da plataforma. O palácio de Alhambra, em Granada, na Espanha, é o maior dos muçulmanos. É um complexo de pátios abertos, vestíbulos e salão desorientado pela extensão e variedade. O exterior singelo e austero lembra uma fortaleza. Arte Islâmica: sincretismo Pátio dos Leõeswww2.objetivo.br/conteudoon line/imagens/conteudo_3360/41.jpg Taj Mahal. Arquitetura II. Espanha: Ediciones del Prado, 1996. Arte Islâmica: sincretismo Pintura medieval era fortemente marcada pelos aspectos das relações de poder na sociedade e, principalmente, pela religiosidade. A pintura gótica ocorre do século XIII até o século XV. Para alguns os pintores dos séc. XIV e XV seriam pré-renascentistas ou pertencentes ao Trecento italiano. Os pintores italianos de grande destaque: Giotto di Bondone Duccio, Cimabue, Simone Martini e os irmãos Lorenzetti. Mudanças nas imagens no decorrer da História Mudanças nas imagens no decorrer da História Cristo Entrando em Jerusalém, Duccio JANSON, H. W.; JANSON, A. F. Iniciação à história da arte. Tradução de Jefferson Luiz Camargo. 2. ed. São Paulo: Martins Fontes, 1996. A pintura mural: afrescos. Também era comum o desenho em madeira com painéis e retábulos. Duccio di Buoninsegna, influenciado pela arte grego-romana, busca transmitir uma sensação de profundidade em sua obra com elementos góticos. Cimabue: influência dos ícones bizantinos; representa figuras humanas realistas e com movimentos conseguidos pela postura corporal e pelos drapeados das roupas. Giotto: afrescos na igreja de São Francisco, em Assis. Procurou identificar a figura dos santos com pessoas comuns, destacando-os na pintura o caráter tridimensional: com profundidade e volume. Pintura mural: afrescos e outras pinturas [...] o caráter tridimensional de seus traços vigorosos é tão convincente que eles parecem quase tão sólidos como esculturas independentes. Com Giotto, as figuras criam o seu próprio espaço, e a arquitetura é reduzida ao mínimo necessário exigido pela narrativa. Consequentemente, sua profundidade é obtida através dos volumes combinados dos corpos sobrepostos na pintura, mas, mesmo restrito a esses limites, os resultados são muito convincentes. Giotto considerava a pintura superior à escultura – uma pretensão nada vã, pois ele de fato inicia o que poderíamos chamar de “era da pintura” na arte do Ocidente. Entretanto, seu objetivo não era simplesmente rivalizar com a estatuária; queria, antes, que o impacto total da cena atingisse o espectador de imediato (JANSON; JANSON, 1996, p. 150). Giotto É importante ressaltar que o trabalho de Giotto para a família Scrovegni foi um dos primeiros de que se tem notícia que teria sido financiado pela burguesia – antecipando o mecenato renascentista. Outros dois pintores da Baixa Idade Média que muitas vezes são analisados a partir das características renascentistas são Bosch e Jan van Eyck. Por meio das obras de Giotto e dos irmãos Van Eyck, é possível perceber não apenas as mudanças de estilo da pintura, mas também as vividas pela sociedade medieval. Giotto Entrada de Cristo em Jerusalém, Giotto afresco da capela da Arena, Pádua. Giotto Lamento sobre Cristo Morto, Giotto, capela dos Scrovegni, Pádua JANSON, H. W.; JANSON, A. F. Iniciação à história da arte. 2. ed. São Paulo: Martins Fontes, 1996. JANSON, H. W.; JANSON, A. F. Iniciação à história da arte. 2. ed. São Paulo: Martins Fontes, 1996. A ideia da arte como algo absolutamente estático é, no mínimo, imprecisa, pois: a) O estudo da arte nos mostra como alguns poucos gênios conseguem fazer importantes modificações. b) Mesmo sendo um momento pouco estudado, o Renascimento comprova que existem mudanças. c) Mesmo que as mudanças nos quadros sejam muito poucas na história, a arquitetura evolui muito. d) As esculturas podem mostrar movimentos, mesmo que isso seja impossível em outras representações. e) Nas variações de estilos e mudanças na maneira de fazer arte percebemos o intenso dinamismo da produção humana em diferentes épocas. Interatividade Além da pintura também são importantes documentos a arquitetura, a escultura e a fotografia. Fontes de cultura material e iconográfica. Outras manifestações artísticas: arquitetura e fotografia A cultura visual, ou estudos visuais: Estados Unidos, década de 1990. Estudos de Artes, Comunicação, Antropologia, História e Sociologia. Perspectiva multidisciplinar e procuravam problematizar a centralidade das imagens e a importância do olhar na sociedade ocidental contemporânea. Para algunsvivemos um pictorial turn ou um visual turn, uma vez que o papel do visual e da visualização é extremamente importante no mundo atual. Marcado pelas imagens digitais e virtuais presentes em todas as instâncias da vida cotidiana. Fotografia e cultura visual Segundo Knauss (2006, p. 108-110), é possível identificar duas grandes perspectivas de estudo da cultura visual: uma mais restrita, que analisa experiência visual da sociedade ocidental na atualidade, completamente marcada pela imagem digital e virtual. A outra perspectiva é mais abrangente, e permite pensar diferentes experiências visuais ao longo da história em diversos tempos e sociedades. Nessa conjuntura, como a fotografia se insere no contexto mais amplo dos estudos sobre a imagem? Estudo da cultura visual Kern (2005, p. 7) defende que, desde seu início, a ilustração esteve relacionada à representação e à noção de imitação do real. Ela emerge de uma troca simbólica e de um simulacro fabricado para enfrentar a destruição provocada pela passagem do tempo, surge para agenciar a memória, manter a coesão social e ainda exercer o controle político. Funções sociais não abolem a dimensão artístico-criativa do ato de criação da imagem no tempo. A imagem situava-se entre a mimese, pela produção de uma cópia do real por meio da semelhança, e a representação, ao buscar tornar presente uma ausência e conferir-lhe significados sociais precisos e controlados. A fotografia e a cultura visual A partir do século XIX, com o advento da fotografia, a imagem fotográfica altera de forma radical o mundo no contexto da Revolução Industrial. Anseio da burguesia de se autorrepresentar, buscando uma cópia rápida e fiel de si mesma. Urbanização e industrialização: foto de identificação, controle e disciplina social. Santaella (2009, p. 295-307) afirma que esse mundo das imagens pode ser dividido em termos de diferentes meios de produção, ambientes de circulação, formas de recepção e de estatuto dos quadros no tempo, em três paradigmas: pré-fotográfico, fotográfico e pós-fotográfico. Fotografia: pré-fotográfico, fotográfico e pós-fotográfico Paradigma pré-fotográfico: conjunto das imagens produzidas de forma artesanal pela mão do homem, dependendo de sua habilidade e imaginação, para plasmar o visível, portanto guardam a sua marca e a aura de objetos originais; circulação restrita, feitas sobretudo para serem expostas em galerias e museus. Paradigma fotográfico: as ilustrações produzidas por captação física de fragmentos do mundo visível com o auxílio de um aparelho mecânico, visando a sua reprodução em série; saem das galerias e museus para circular em diferentes meios de comunicação de massa. Origina-se da câmara obscura (Renascimento). O ato fotográfico é o fruto de um corte, tanto no campo visual (espaço) quanto na duração (tempo). Fotografia: pré-fotográfico, fotográfico e pós-fotográfico Embora a fotografia não inaugure a era da reprodutividade das ilustrações (precedida por outras técnicas como a xilogravura, litografia etc.), ela inaugura a era da reprodutividade técnica das imagens, permite que essa reprodução seja muito mais rápida, barata e em massa, bem como considerada mais fiel do que aquelas obtidas pelas tecnologias anteriores. Para Dubois (1993, p. 23-56),esse percurso pode ser pensado em três tempos: a fotografia do real (o discurso da mimese); a fotografia como transformação do real (o discurso do código e da desconstrução); a fotografia como um traço do real (o discurso do índice e da referência). Fotografia e a reprodutividade das imagens Um segundo momento – transformação do real – é caracterizado pela denúncia da fotografia como metamorfose do real. Fim do século XIX e início do século XX: falsa neutralidade e a redução do real produzida pela fotografia. Segundo Dubois (1993, p. 61), a fotografia seria um índice, pois guardaria um elo físico com o seu referente. Ela seria uma marca deixada pelo rastro de luz emitido ou refletido por um corpo físico (pessoa ou objeto) sobre uma superfície sensível (filme, papel etc.). Mario Costa (2006, p. 179-92), questiona essa posição, ressaltando a importância do processo mecânico e da produção de uma memória da máquina ou dos materiais (película, papel), e não de uma projeção do referente na superfície sensível. Roland Barthes, em A Mensagem Fotográfica (1982, p. 11- 25), defende que a fotografia é uma imagem híbrida parte do aparelho técnico e parte, uma mensagem com conteúdo histórico, social e cultural. A fotografia é uma convenção do olhar e uma linguagem de representação e expressão de uma visão sobre o mundo. As imagens são ambíguas (por sua natureza técnica) e passíveis de múltiplas interpretações (em relação ao meio por meio do qual elas circulam e do olhar que as contempla). Para a análise são necessárias a compreensão e a desconstrução do olhar fotográfico, discussão teórico- metodológica que permita formular problemas históricos. Fotografia: análise como compreensão e desconstrução do olhar Kossy (Fotografia e História, 1989): necessidade de pensar a tríade sujeito (fotógrafo), técnica (equipamento) e assunto (a história do tema abordado). O historiador deveria procurar informações sobre a atuação profissional do fotógrafo (ateliê, clientela, encomendas, a classe social a que pertencia, os seus gostos e os preços cobrados). Considerar filtros culturais e ideológicos de classe do fotógrafo e de sua época. Equipamentos e técnicas empregadas: o tipo de câmara, o modelo de negativo, as lentes, a forma de revelação, os moldes das fotografias etc. O assunto deve ser colocado no seu tempo e gênero específico: retrato, vistas urbanas, cartão-postal, álbum de família, último retrato ou fotorreportagem. Fotografia: análise como compreensão e desconstrução do olhar Para Kossoy (1989), o assunto tem uma lógica própria que extrapola os quadros da imagem fotográfica. Para discutir determinado tipo de fotografia, diz que é preciso compreender o percurso histórico do assunto: das formas de representação do poder da classe dominante, do jogo político ou da cidade. a fotografia tem uma primeira realidade ligada ao momento de produção da imagem pelo fotógrafo. segunda realidade, ligada à circulação e aos usos posteriores da imagem em contextos sob formas que não foram previstas pelo fotógrafo no momento de sua produção. Fotografia: análise como compreensão e desconstrução do olhar Brasil, nos anos 1980, publicação de autores como Roland Barthes, Susan Sontag, Philippe Dubois, Jean-Marie Schaeffer e Rosalind Krauss. Novo contexto de pesquisa histórica impulsionando investigações a partir da renovação da matriz teórica e da elaboração de novos problemas de pesquisa relativos ao campo visual: História visual, cultura visual e regimes de visualidade. Na década de 1990, multiplicaram-se as investigações sobre fotografia e cidade para refletir sobre o acelerado processo de transformação da paisagem e da sociedade urbana brasileira no século XX. Fotografia: análise como compreensão e desconstrução do olhar Ana Maria Mauad. Representa uma nova fase dos estudos sobre cidade e fotografia, pesquisando a construção da visualidade urbana do Rio de Janeiro em revistas ilustradas na primeira metade do século XX. Estudo dos privados da fotografia pelo grupo familiar. Abordou a fotografia de imprensa a partir das revistas Careta e O Cruzeiro, esta última sendo a mais importante e inovadora revista ilustrada brasileira entre as décadas de 1930 e 1960. Novas investigações sobre a fotografia Problemática do espaço na construçãode códigos de expressão fotográfica do comportamento da sociedade burguesa carioca entre 1900 e 1950. Mauad (2004, p. 19-36) estabeleceu para sua análise das imagens fotográficas cinco categorias espaciais, que abrangem tanto o plano do conteúdo quanto o da expressão: O espaço fotográfico, geográfico, do objeto, da figuração e da vivência. Mauad relacionou e cruzou os padrões técnicos envolvidos na forma de expressão das imagens com os padrões de conteúdo para elaborar a sua interpretação dos códigos de representação social da classe dominante carioca. Esse trabalho sugere uma série de questões sobre a predominância de certas imagens, por exemplo, as urbanas, de específicos grupos sociais, de um gênero sobre outro e de certos objetos a eles associados. Novas investigações sobre a fotografia O uso de fotografias no estudo da arte é uma grande contribuição para a compreensão da História. Como toda forma de análise, envolve peculiaridades, uma vez que: a) Apenas fotógrafos profissionais conseguem decodificar as fotografias. b) As representações presentes nas fotografias são incompreensíveis a grande parte dos observadores. c) É preciso compreender o percurso histórico do assunto apresentado. d) Por se tratar também de relações de poder, as fotografias são objetos que apresentam mais dificuldades do que contribuições para o olhar histórico. e) A fotografia deve ser evitada sempre que envolver representações políticas, pois isso deve ser dissociado dos estudos históricos. Interatividade ATÉ A PRÓXIMA!
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