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RESENHA SOBRE A EDUCAÇÃO ESPECIAL NO BRASIL NO SEU CONTEXTO HISTÓRICO E SOBRE ATENDIMENTO EDUCACIONAL ESPECIALIZADO PARA A DEFICIÊNCIA INTELECTUAL

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FACULDADE RORAIMENSE DE ENSINO SUPERIOR
COORDENAÇÃO DO CURSO DE PEDAGOGIA
DISCIPLINA: TEORIA E METODOLOGIA DO ENSINO DAS CIÊNCIAS NATURAIS
TURMA “A”
MARIA LUCIENE SILVA LEITE
ROMAIANE ALVES DOS SANTOS
TEORIA E METODOLOGIA DO ENSINO DAS CIÊNCIAS NATURAIS
BOA VISTA – RR
2019.1
 MARIA LUCIENE SILVA LEITE
ROMAIANE ALVES DOS SANTOS
ATIVIDADE AVALIATIVA 2019.1
Trabalho apresentado ao Curso de Pedagogia e Distância da Faculdade Roraimense de Ensino Superior – FARES na disciplina: TEORIA E METODOLOGIA DE ENSINO DO ENSINO DAS CIÊNCIAS NATURAIS.
Professor(a) tutor (a) Halan Del Puppo
BOA VISTA – RR
2019.1
RESENHA SOBRE A EDUCAÇÃO ESPECIAL NO BRASIL NO SEU CONTEXTO HISTÓRICO E SOBRE ATENDIMENTO EDUCACIONAL ESPECIALIZADO PARA A DEFICIÊNCIA INTELECTUAL, AUDITIVA, VISUAL E FÍSICA E OS RECURSOS UTILIZADOS NO ATENDIMENTO
Compreender os aspectos sobre a educação do deficiente ao longo das vicissitudes da história brasileira constitui assim o foco principal deste trabalho considerando a relevância dessa temática para o âmbito acadêmico, tendo em vista, a necessidade de explanar o conhecimento sobre a deficiência e suas especificidades no processo de ensino e aprendizagem. Para isso, serão utilizados autores que abordam o tema, inicialmente será realizado um percurso histórico no Brasil e, posteriormente, como é realizado o atendimento educacional especializado para a deficiência intelectual, auditiva, visual e física, bem como os recursos utilizados no atendimento à pessoa com deficiência.
	A educação especial no Brasil ocorreu durante muito tempo por meio de produção teórica referente à deficiência mental restrita aos meios acadêmicos, com escassez no atendimento educacional para os deficientes mentais.
A história da Educação Especial no Brasil tem como marcos fundamentais a criação do “Instituto dos Meninos Cegos” (hoje “Instituto Benjamin Constant”) em 1854, e do “Instituto dos Surdos-Mudos” (hoje, “Instituto Nacional de Educação de Surdos – INES”) em 1857, ambos na cidade do Rio de Janeiro, por iniciativa do governo Imperial (MIRANDA, 2003).
A fundação desses dois Institutos representou uma grande conquista para o atendimento dos indivíduos deficientes, abrindo espaço para a conscientização e a discussão sobre a sua educação. No entanto, não deixou de se constituir em uma medida precária em termos nacionais, pois em 1872, com uma população de 15.848 cegos e 11.595 surdos, no país eram atendidos apenas 35 cegos e 17 surdos nas instituições.
Neste sentido, de acordo com Miranda (2003), a Educação Especial se caracterizou por ações isoladas e o atendimento se referiu mais às deficiências visuais, auditivas e, em menor quantidade, às deficiências físicas.
No Brasil, a deficiência mental não era considerada como uma ameaça social nem como uma degenerescência da espécie. Ela era atribuída aos infortúnios ambientais, apesar da crença numa concepção organicista e patológica. 
O movimento pela institucionalização dos deficientes mentais, em vários países, era crescente com a criação de escolas especiais comunitárias e de classes especiais em escolas públicas, porém no Brasil havia uma despreocupação com a conceituação, identificação e classificação dos deficientes mentais.
Entre a década de 30 e 40 houveram várias mudanças na educação brasileira, como a expansão do ensino primário e secundário, a fundação da Universidade de São Paulo etc. Neste período a preocupação era com as reformas na educação da pessoa normal, enquanto a educação especial ficava limitada.
No Brasil, na década de 50, houve uma expansão das classes e escolas especiais no âmbito público e privado. Conforme Miranda (2003), o número de escolas especializadas em ensino especial aumentou entre 1950 e 1959, sendo que a maioria destes eram públicos em escolas regulares.
1957, que o atendimento educacional aos indivíduos que apresentavam deficiência foi assumido explicitamente pelo governo federal, em âmbito nacional, com a criação de campanhas voltadas especificamente para este fim.
Ao longo da década de 60, ocorreu a maior expansão no número de escolas de ensino especial já vista no país.
Na década de 70, observamos nos países desenvolvidos, amplas discussões e questionamentos sobre a integração dos deficientes mentais na sociedade, no Brasil acontece neste momento a institucionalização da Educação Especial em termos de planejamento de políticas públicas com a criação do Centro Nacional de Educação Especial.
No Brasil, na década de 80, representou também um tempo marcado por muitas lutas sociais empreendidas pela população marginalizada.
Em 1988, com a Constituição Federal de 1988, fica estabelecido em seu art. 208, que “o dever do Estado com a educação será efetivado mediante a garantia de: III - atendimento educacional especializado aos portadores de deficiência, preferencialmente na rede regular de ensino” (BRASIL, 1988).
A Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional 9.394/96, apresenta também aspectos sobre a educação especial. Nesta lei em seu art. 58 apresenta a modalidade de educação escolar oferecida preferencialmente na rede regular de ensino, para educandos com deficiência, transtornos globais do desenvolvimento e altas habilidades ou superdotação. Compreende o acesso igualitário aos benefícios dos programas sociais suplementares disponíveis para o respectivo nível do ensino regular.
Com isso, na década de 90, no Brasil, começaram as discussões em torno do novo modelo de atendimento escolar denominado inclusão escolar. Esse novo paradigma surge como uma reação contrária ao processo de integração, e sua efetivação prática tem gerado muitas controvérsias e discussões (MIRANDA, 2003).
A educação especial é uma modalidade de ensino que deve perpassar todos os níveis, etapas e modalidades, realiza o atendimento educacional especializado, disponibiliza os serviços e recursos próprios desse atendimento e orienta os alunos e seus professores quanto a sua utilização nas turmas comuns do ensino regular (PIRES, 2008).
O Atendimento Educacional Especializado decorre de uma nova concepção da Educação Especial, sustentada legalmente, e é uma das condições para o sucesso da inclusão escolar dos alunos com deficiência. Esse atendimento existe para que os alunos possam aprender o que é diferente dos conteúdos curriculares do ensino comum e que é necessário para que possam ultrapassar as barreiras impostas pela deficiência (BRASIL, 2007).
De acordo com a cartilha do MEC, o Atendimento Educacional Especializado para alunos com deficiência deve privilegiar o desenvolvimento e a superação de seus limites intelectuais, exatamente como acontece com as demais deficiências, como exemplo: para o cego, a possibilidade de ler pelo braile; para o surdo, a forma mais conveniente de se comunicar e para a pessoa com deficiência física, o modo mais adequado de se orientar e se locomover.
Na deficiência auditiva as tendências de educação escolar para pessoas com surdez centram-se ora na inserção desses alunos na escola comum e/ou em suas classes especiais, ora na escola especial de surdos. Existem três tendências educacionais: a oralista, a comunicação total e a abordagem por meio do bilinguismo. O Atendimento Educacional Especializado em Libras fornece a base conceitual dessa língua e do conteúdo curricular estudado na sala de aula comum, o que favorece ao aluno com surdez. 
O planejamento do Atendimento Educacional Especializado em Libras é feito pelo professor especializado, juntamente com os professores de turma comum e os professores de Língua Portuguesa, pois o conteúdo deste trabalho é semelhante ao desenvolvido na sala de aula comum (BRASIL, 2007).
Os conteúdos a serem trabalhados pelo Atendimento Educacional especializado para deficientes visual são: atividades de vida diária, sistema Braille, informática aplicada à produção Braille, recursos tecnológicos e informática aplicada à deficiência visual (software sintetizadores de voz), adaptação de materialimpresso em tinta e produção Braille, adaptação, produção, ampliação de livros didáticos, de literatura e de atividades que serão realizadas no ensino comum, técnica de uso do soroban, orientação e mobilidade, escrita cursiva, grafia do nome e assinatura em tinta.
Já o aluno com deficiência física, ou seja, aquele que em virtude de limitações de locomoção, postura ou uso das mãos, ou ainda limitação no vigor, vitalidade e agilidade, precisa ser atendido como um todo, de modo que o atendimento educacional deve ser prestado por profissionais qualificados e conscientes das necessidades educacionais especiais que estes alunos podem demandar no contexto da escola regular.
Neste sentido, o professor precisa se reconhecer como o principal ator desse processo de inclusão, torna-se imprescindível que os mesmos estejam preparados para atuar junto a esses alunos, identificando e sabendo intervir sobre suas necessidades educacionais especiais, assim como, a colaboração entre professores, pais e outros profissionais, respeitando a diversidade são devidamente reconhecidos como estratégias poderosas e bem-sucedidas no âmbito da escola inclusiva (MELO e PEREIRA, 2013).
Por fim, é relevante ressaltar que essa formação possibilita a sua atuação no atendimento educacional especializado, aprofunda o caráter interativo e interdisciplinar da atuação nas salas comuns do ensino regular, nas salas de recursos, nos centros de atendimento educacional especializado, nos núcleos de acessibilidade das instituições de educação superior, nas classes hospitalares e nos ambientes domiciliares, para a oferta dos serviços e recurso de educação especial (BRASIL, 2008).
REFERÊNCIAS
MIRANDA, Arlete Aparecida Bertoldo. História, deficiência e educação especial. A Prática Pedagógica do Professor de Alunos com Deficiência Mental, Unimep, 2003. Disponível em: http://www.histedbr.fe.unicamp.br/revista/revis/revis15/art1_15.pdf Acesso em: 22 de abril de 2019.
BRASIL. Constituição Federal de 1988. Promulgada em 5 de outubro de 1988. Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/constituicaocompilado.htm Acesso em: 22 de abril de 2019.
BRASIL, Lei Nº 9.394, de 20 de dezembro de 1996. Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l9394.htm Acesso em: 22 de abril de 2019.
BRASIL, Atendimento Educacional Especializado: Deficiência Mental, 2007. Disponível em: http://portal.mec.gov.br/seesp/arquivos/pdf/aee_dm.pdf Acesso em: 22 de abril de 2019.
BRASIL, Atendimento Educacional Especializado: Pessoa com Surdez, 2007. Disponível em: http://portal.mec.gov.br/seesp/arquivos/pdf/aee_da.pdf Acesso em: 23 de abril de 2019.
BRASIL. Ministério da Educação. Inclusão. Revista da Educação Especial. Política
Nacional de Educação Especial na Perspectiva da Educação Inclusiva. Secretaria de Educação Especial, v. 04. n 05. Brasília: SEESP, 2008.
PIRES, Rogério Sousa; PLÁCIDO, Reginaldo Leandro. A educação da pessoa com deficiência visual: marcos históricos e políticos da formação e atuação docente. Revista Linhas. Florianópolis, v. 19, n. 39, p. 30-54, jan./abr. 2018.
SILVA, Maria das Dores Marques da. Atendimento educacional especializado a alunos com deficiência visual, 2017. Disponível em: https://www.portaleducacao.com.br/conteudo/artigos/conteudo/atendimento/14238 Acesso em: 23 de abril de 2019.
MELO, Francisco Ricardo Lins Vieira de; PEREIRA, Ana Paula Medeiros. Inclusão Escolar do Aluno com Deficiência Física: Visão dos Professores Acerca da Colaboração do Fisioterapeuta. Rev. Bras. Ed. Esp., Marília, v. 19, n.1, p. 93-106, Jan.- Mar., 2013. Disponível em: http://www.scielo.br/pdf/rbee/v19n1/07.pdf Acesso em: 24 de abril de 2019.

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