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CURSO DE PÓS-GRADUAÇÃO LATU SENSO
NUCLEO DE PÓS-GRADUAÇÃO E EXTENSÃO – FAVENI
 
 EDUCAÇÃO ESPECIAL
Maria Gonçalves Taveira da Silva
A EDUCAÇÃO ESPECIAL E EDUCAÇÃO INCLUSIVA: UM OLHAR VOLTADO AO ATENDIMENTO EDUCACIONAL ESPECIALIZADO E A INCLUSÃO NO ENSINO REGULAR NO CENTRO MUNICIPAL LÍVIA LORENE BUENO MAIA
ARRAIAS-TO
2020
A EDUCAÇÃO ESPECIAL E EDUCAÇÃO INCLUSIVA: UM OLHAR VOLTADO AO ATENDIMENTO EDUCACIONAL ESPECIALIZADO E A INCLUSÃO NO ENSINO REGULAR NO CENTRO MUNICIPAL LÍVIA LORENE BUENO MAIA
Maria Gonçalves Taveira da Silva
Declaro que sou autora deste Trabalho de Conclusão de Curso. Declaro também que o mesmo foi por mim elaborado e integralmente redigido, não tendo sido copiado ou extraído, seja parcial ou integralmente, de forma ilícita de nenhuma fonte além daquelas públicas consultadas e corretamente referenciadas ao longo do trabalho ou daqueles cujos dados resultaram de investigações empíricas por mim realizadas para fins de produção deste trabalho.
Assim, declaro, demonstrando minha plena consciência dos seus efeitos civis, penais e administrativos, e assumindo total responsabilidade caso se configure o crime de plágio ou violação aos direitos autorais. (Consulte a 3ª Cláusula, § 4º, do Contrato de Prestação de Serviços).
RESUMO
O presente artigo tem como tema: Educação Especial e Educação Inclusiva: um olhar voltado ao Atendimento Educacional Especializado e a Inclusão no ensino regular no Centro Municipal Lívia Lorene Bueno Maia. Seu objetivo geral é compreender como acontece o Atendimento Educacional Especializado e a Inclusão no ensino regular no Centro Municipal Lívia Lorene Bueno Maia. Tem como objetivos específicos: traçar um breve histórico da Educação Especial e Inclusiva no Brasil, refletir a respeito do papel do professor na educação inclusiva e compreender como suas práticas pedagógicas vêm atuando no processo de inclusão. Portanto, esse estudo trata-se de ima pesquisa de abordagem qualitativa, realizada através de pesquisa bibliográfica que deu suporte e fundamentou todo trabalho e também através de uma pesquisa campo, onde a coleta de dados aconteceu através de observações, questionários e entrevistas com algumas professoras que atendem os alunos com necessidade especiais. Portanto, a partir dos resultados obtidos após a realização dessa pesquisa foi possível identificar que a atuação do professor é de fundamental importância na inclusão do aluno com deficiência no ensino regular, mas, porém, pois, embora existam legislações que garantem o direito do aluno com deficiência, as mesmas não se mostram suficientes para que o cumprimento legal ocorra de forma eficaz na prática, pois a mesma não acontece conforme está escrito na lei.
Palavras-chave: Educação Especial. Educação Inclusiva. Inclusão. Ensino Regular. Práticas pedagógicas. 
1. INTRODUÇÃO
Sabe-se que, a educação é um direito de todos os cidadãos. Portanto, á educação do aluno com necessidades educativas especiais é um direito constitucional. Nesse sentindo, o presente artigo tem como tema: Educação Especial e Educação Inclusiva: um olhar voltado ao Atendimento Educacional Especializado e a Inclusão no ensino regular no Centro Municipal Lívia Lorene Bueno Maia.
A educação especial inclusiva no Brasil mesmo regida por lei, atualmente a inclusão dos alunos com necessidades especiais no ensino regular tem sido um dos maiores desafios ao ensino regular brasileiro, pois, embora existam legislações que garantem o direito do aluno com deficiência, as mesmas não se mostram suficientes para que o cumprimento legal ocorra de forma eficaz na prática, pois a mesma não acontece conforme a lei manda. 
E devido essa problemática acima citada é que surgiu a escolha do tema, para que possamos ter conhecimento de como acontece o Atendimento Educacional Especializado e a Inclusão no ensino regular no Centro Municipal Lívia Lorene Bueno Maia. 
Esse estudo tem como objetivo principal um olhar voltado ao Atendimento Educacional Especializado e a Inclusão no ensino regular no Centro Municipal Lívia Lorene Bueno Maia para que possamos compreender como acontece o Atendimento Educacional Especializado e a Inclusão no ensino regular na escola. São objetivos específicos desse estudo: traçar um breve histórico da Educação Especial e da educação Inclusiva no Brasil, refletir a respeito do papel do professor na educação inclusiva e compreender como suas práticas pedagógicas vêm atuando no processo de inclusão. 
No entanto, a metodologia utilizada para realização desse estudo foi à pesquisa de abordagem qualitativa, realizada através da pesquisa bibliográfica que deu suporte e fundamentou todo estudo. Foi desenvolvida também uma pesquisa campo realizada no Centro Municipal Lívia Lorene Bueno Maia onde a coleta de dados foi realizada através de observações e entrevistas com duas professoras que atendem alunos com necessidade especiais na unidade escolar.
Portanto, esse trabalho foi estruturado em três partes: na primeira parte foi abordado um breve histórico da Educação Especial no Brasil, logo após, a segunda parte foi apresentado a Trajetória da Educação Inclusiva no Brasil, em seguida, a terceira parte: um olhar voltado ao Atendimento Educacional Especializado e a Inclusão no ensino regular no Centro Municipal Lívia Lorene Bueno Maia. 
2. DESENVOLVIMENTO
2.1. UM BREVE HISTÓRICO DA EDUCAÇÃO ESPECIAL NO BRASIL
A Educação é referida na Constituição Federal (BRASIL, 1988, p. 56), como “direito de todos e dever do Estado”: O artigo 2005 enfoca que:
Art. 205. A Educação, direito de todos e dever do Estado e colaboração da sociedade, visando ao pleno desenvolvimento da pessoa, seu preparo para o exercício da cidadania e sua qualificação para o trabalho (BRASIL, 1988, p.89).
Segundo (JANNUZZI, 2004; MAZZOTTA, 2005 apud CORCINI & CASAGRANDE, 2016), entende-se como marco histórico da educação especial no Brasil o período final do século XIX, com a criação do Instituto dos Meninos Cegos, em 1854, sob a direção de Benjamin Constant, e o Instituto dos Surdos-Mudos, em 1857. 
Em 1874 foi construída na Bahia o Hospital Juliano Moreira, dando início a assistência médica aos indivíduos com deficiência intelectual, e em 1887, é criada no Rio de Janeiro a “Escola México” para o atendimento de pessoas com deficiências físicas e intelectuais. (JANNUZZI, 1992; MAZZOTTA, 2005 apud CORCINI & CASAGRANDE, 2016)
Segundo Corcini & Casagrande (2016), a autora e pesquisadora Helena Antipoff (1892-1974), iniciou uma proposta de organização da educação primária na rede comum de ensino baseado na composição de classes homogêneas. Em 1932 criou a Sociedade Pestalozzi de Minas Gerais, que mais tarde a partir de 1945, iria se expandir no país. A primeira escola com o nome “Pestalozzi” foi criada em Canoas, Rio Grande do Sul, em 1927 e em 1954, ela participou de muitas outras iniciativas entre elas implantação da Associação de Pais e Amigos dos Excepcionais- APAE.
Segundo Romero (2006, p. 21 apud CORCINI & CASAGRANDE, 2016), no período de 1961, a história da educação especial, passou por um período de ampliação das instituições especializadas. 
Em 1964, instala-se a primeira unidade assistencial da Associação de Pais e Amigos dos Excepcionais, o Centro Ocupacional Helena Antipoff, tendo como objetivo oferecer habilitação profissional a adolescentes deficientes mentais do sexo feminino. (MAZZOTTA, 1996 apud CORCINI & CASAGRANDE, 2016) 
Na década de 1950, de acordo com Jannuzzi (1992 apud CORCINI & CASAGRANDE, 2016), contava-se em torno de 190 estabelecimentos de ensino especial, sendo sua grande maioria pública e em escolas. 
Segundo Mazzota (1980 apud CORCINI & CASAGRANDE, 2016), a década de 1980 ficou marcada pelo início da superação da visão assistencialista e das perspectivas de benevolência, através de ações que comemoraram em 1981, o Ano Internacional das Pessoas com Deficiência, apoiado pela Organização das Nações Unidas - ONU, onde defendeu os desdobramentos que culminaram na elaboração de dois planos: Plano de Ação da Comissão Internacionalde Pessoas Deficientes (1981) e Plano Nacional da Ação Conjunta para a Integração da Pessoa Portadora de Deficiência (1985). 
No final da década de 70, são implantados os primeiros cursos de formação de professores na área de educação especial ao nível do terceiro grau e os primeiros programas de pós-graduação a se dedicarem à área de educação especial (NUNES, et al, 1999; BUENO, 2002 apud CORCINI & CASAGRANDE, 2016). 
De acordo com Mendes (2006 apud CORCINI & CASAGRANDE, 2016) os debates sobre inclusão no Brasil ganharam força na década de 1990 por conta da penetração da cultura americana em nossa sociedade, considerando que os movimentos de reforma no sistema educacional como a Declaração Mundial sobre Educação para Todos (BRASIL, 1990) e a Declaração de Salamanca (BRASIL, 1994). 
Conforme Corcini & Casagrande (2016), no dia 9 de janeiro de 2001 foi instituída a Lei nº 10.172, que trata da Educação Especial no Plano Nacional de Educação. Esse documento estabeleceu como meta principal, a formação de recursos humanos com capacidade de oferecer o atendimento aos educandos especiais nas creches, pré-escolas, centros de educação infantil, escolas regulares de ensino fundamental, médio e superior, bem como instituições específicas e outras (BRASIL, 2001, p. 80 apud CORCINI & CASAGRANDE, 2016). 
Segundo Mantoan (2005 apud CORCINI & CASAGRANDE, 2016), o primeiro conceito de alunos com Necessidades Educacionais Especiais, surgiu após o Relatório Britânico Warnock Report, publicado em 1978. De acordo com a prática da Inclusão, consolidada nos anos 1990, defende a matricula e a inclusão do jovem com alguma deficiência preferencialmente na rede regular de ensino. (BRASIL, 2004 apud CORCINI & CASAGRANDE, 2016). 
Segundo Corcini & Casagrande (2016), ainda em 2002, surge a Lei nº 10.436 de 2002, que reconhece a Língua Brasileira de Sinais – LIBRAS- como um meio de comunicação e expressão legal das comunidades surdas. Em 2003, surge o Programa de Educação Inclusiva: direito à Diversidade, implantado pelo Ministério da Educação e Secretaria de Educação Especial, tendo como objetivo, transformar os sistemas de ensino, em sistema de ensino Inclusivo. 
Em 2004, o Ministério Público Federal, por meio do Decreto nº 3.956 de 2001, reafirma o direito a escolarização de todos os educandos com ou sem deficiência. (BRASIL, 2009 apud CORCINI & CASAGRANDE, 2016).
Em 2006, ocorre a Convenção Sobre os Direitos das Pessoas com Deficiência aprovada pela Organização das Nações Unidas, sendo o Brasil signatário, alterando a ideia da incapacidade ou limitação presente na pessoa com deficiência para sua interação com o ambiente, definindo no artigo 1º, que: “Pessoas com deficiência são aquelas que têm impedimento de natureza física, intelectual ou sensorial, os quais em interação com diversas barreiras podem obstruir sua participação plena e efetiva na sociedade com as demais pessoas” (BRASIL, 2001, p. 34 apud CORCINI & CASAGRANDE, 2016). 
De acordo com Brasil (2001, p. 78 apud CORCINI & CASAGRANDE, 2016), já em 2007, forma-se uma comissão constituída por profissionais da Secretaria da Educação Especial, e por alguns estudiosos na Área da Educação, sendo nomeados pela Portaria n° 948 de 2007, com a proposta de discutir e analisar Políticas Inclusivas. 
Ainda conforma Corcini & Casagrande (2016), em 2007 surge o Plano de Desenvolvimento da Educação – PDE, amparado pelo Decreto 6.094 de 2007 que tem como eixos norteadores à formação de docentes, a implantação de Salas de Recursos Multifuncionais, a acessibilidade arquitetônica, o acesso e a permanência das pessoas com necessidades educacionais especiais no Ensino Superior. 
 E em 2008, A Política Nacional de Educação Especial na Perspectiva da Educação Inclusiva (BRASIL, 2009, p. 45 apud CORCINI & CASAGRANDE, 2016), vem alterar os termos “classes” e “escolas especiais” respectivamente, por Salas de Recursos Multifuncionais. 
E segundo Rogalski ( 2010, p.6), cabe salientar que a Educação Especial hoje, integrada ao sistema educacional identificou-se com suas dificuldades, objetivos e filosofia, que consiste em formar cidadãos conscientes e participativos.
2.2. TRAJETÓRIA DA EDUCAÇÃO INCLUSIVA NO BRASIL
Segundo Ferreira (2005 apud SANTANA, 2015, P. 08), no Brasil, já em 1600, existia uma instituição especializada, na área de deficiência física, mantida pela irmandade da Santa Casa de Misericórdia. Mas foi somente na década de 1930, que se iniciou efetivamente a educação escolar das pessoas com necessidades especiais. 
Conforme Ferreira (2005 apud SANTANA, 2015, p. 08), em 1942, já havia no país 40 escolas públicas regulares que prestavam algum tipo de atendimento a deficientes mentais e 14 que atendiam alunos com outras deficiências, o Instituto Benjamin Constant editou em braile a Revista Brasileira para Cegos, primeiro do gênero no Brasil. 
Segundo Tavares (2005 apud SANTANA, 2015, p. 08), em 1954 surge a primeira APAE – Associação de Pais e Amigos de Excepcionais – onde elas acabam predominando no Brasil, em virtude do despreparo da escola pública para atender as necessidades individuais dos alunos deficientes. A preocupação com a Educação Especial inicia-se em 1958, em Curitiba, no Centro Educacional Guairá onde é criada uma clínica psicológica para o estudo de crianças com problemas de aprendizagem e repetência escolar. Mas, foi somente em 1963 que a Secretaria de Estado da Educação e Cultura instituiu o serviço de Educação de Excepcionais. Nacionalmente, um marco importante foi à inclusão, pela primeira vez da Educação Especial na lei nº 4024/61.
Já nos anos 70, a Secretaria Estadual de Educação/SEED foi reestruturada e passou a contar com o Departamento de Educação Especial – DEE – dividido em setores que correspondem aos atuais Serviços de Educação de Deficiência Auditiva, de Deficiência Física, de Deficiência Mental, de Deficiência Visual, Altas Habilidades, condutas Típicas e o grupo de apoio à profissionalização.
Segundo Santana (2010, p.10), em 1977 foi desenvolvida a política de Educação Especial, sob a orientação do Ministério da Educação que definia a criação de classes especiais e escolas especiais para as redes de ensino. Adotou-se, o modelo médico psicológico, e criaram-se as classes especiais e, a partir daí, a Educação Especial assumiu o ensino dos alunos com necessidades especiais, até então, considerados excepcionais, deficientes. 
A partir dos anos 80 acelerou-se a criação de instituições, principalmente, na área de deficiência mental como resultado da Interiorização das Associações de Pais e Amigos de Excepcionais, bem como outras conquistas, que se basearam, notadamente, na elaboração de legislações específicas que passaram a normatizar a Educação Especial nos Estados brasileiros (SANTANA, 2010, p.10).
Ainda de acordo com Santana (2010, p.10), a Constituição de 1988 trouxe mudanças significativas para a educação dos portadores de necessidades educativas especiais. A Educação Especial passou a ser prevista, sendo de competência comum da União, Estado, do Distrito Federal e dos Municípios:
II – Cuidar da saúde e assistência pública, da proteção e garantia das pessoas portadoras de deficiência; 
Art.24 – Compete a União, aos Estados e ao Distrito Federal, legislar corretamente sobre: XVI – Proteção e integração social das pessoas portadoras de deficiência. 
 Art. 208 – O dever do Estado com a educação será efetivado mediante a garantia de: III – Atendimento educacional especializado aos portadores de deficiência, preferencialmente na rede regular de ensino (CF/88, art. 203).
Segundo Silva (2001 apud SANTANA, 2010, p.10), em 1990 foi aprovada na Conferência Mundial sobre Educação para Todos, realizada na Tailândia, uma declaração no que tange aos portadores de deficiências, afirmando que os mesmos são considerados cidadãos “comuns” tendo acesso à educação igualmente como os outros cidadãos, devendo ser inserido no sistema educativo independente do tipo de deficiência que possua.
O Estatuto da Criança e do Adolescente (1990) - ECA, no seu art. 66, asseveraque: “ao adolescente portador de deficiência é assegurado trabalho protegido”. Ele então prever a tutela integral dos direitos fundamentais da criança e do adolescente, não se refere apenas ao Estado como protetor-mor desses bens, até mesmo porque existe o mito do abraço do Poder Público em relação a todos os problemas, como se a sociedade também não tivesse sua parcela de responsabilidade em relação aos jovens.
Em junho de 1994, em decorrência da Conferência Mundial sobre Necessidades Educacionais Especiais, foi elaborada a Declaração de Salamanca no sentido de orientar organizações e governos em suas práticas, propondo dentre outras que as escolas acolham tanto as crianças com deficiências como os bens dotados (SANTANA, 2010, p.11). 
Para Fagundes (2001 apud SANTANA, 2010, p.11-12), a linha de ação da Declaração Salamanca inspirasse na experiência nacional dos países participantes e nas resoluções, recomendações e publicações do sistema das Nações Unidas e de outras organizações intergovernamentais, especialmente as Normas Uniformes sobre a Igualdade de Oportunidades para Pessoas com Deficiências.
Conforme Santana (2010, p.13), a Declaração de Salamanca apresenta como perspectiva política a inclusão de toda e qualquer criança no ensino regular, independente de suas condições físicas ou de sua origem social ou cultural.
A Declaração ainda prevê o desenvolvimento de escolas inclusivas como o modo mais efetivo de atingir à educação para todos, devendo ser reconhecida como uma política governamental que venha garantir o desenvolvimento da nação. Para que se obtenham recursos adicionais e para que se re-empregue os recursos já existentes. (Santana, 2010, p.13-14)
Segundo Santana (2010, p.14), a Constituição Federal e a própria LDB, Lei de nº 9394-96 fundamentam-se nos princípios e na filosofia de que todos devem ter iguais oportunidades para aprender e desenvolver suas capacidades, habilidades e potencialidades para assim alcançar a independência social, e econômica, bem como se inserir totalmente na vida em sociedade. (Santana, 2010, p.14)
 A Lei de Diretrizes e Bases da Educação (Lei nº 9.394/96) destina o capítulo V para a Educação Especial, determinando garantias de matrículas para atender as peculiaridades da clientela de Educação Especial, oferta de Educação Especial durante a educação infantil e a especialização de professores:
Art. 58. Entende-se por Educação Especial, para os efeitos desta lei, a modalidade de educação escolar, oferecida preferencialmente na rede regular de ensino, para educandos portadores de necessidades especiais. 
§ 1º Haverá, quando necessário, serviços de apoio especializado, na escola regular, para atender às peculiaridades da clientela de educação especial.
§ 2º O atendimento educacional será feito em classes, escolas ou serviços especializados, sempre que, em função das condições especificas dos alunos, não for possível a sua integração nas classes comuns de ensino regular. 
§ 3º A oferta de educação especial, dever constitucional do Estado, tem inicio na faixa etária de zero a seis anos, durante a educação infantil.
Art. 59. Os sistemas de ensino assegurarão aos educandos com necessidades especiais: 
I. Currículos, métodos, técnicas, recursos educativos e organização específica para atender às suas necessidades;
II. Terminalidade especifica para aqueles que não poderem atingir o nível exigido para a conclusão do em sino fundamental, em virtude de suas deficiências, e aceleração para concluir em menor tempo o programa escolar para os superdotados. 
III. Professores com especialização adequada em nível médio ou superior, para atendimento especializado, bem como professores do ensino regular capacitados para a integração desses educandos nas classes comuns;
IV. Educação especial para o trabalho, visando a sua efetiva integração na vida em sociedade, inclusive condições adequadas para os que não revelarem capacidade de inserção no trabalho competitivo, mediante articulação com os órgãos oficiais afins, bem como aqueles que apresentam uma habilidade superior nas áreas artísticas, intelectual ou psicomotora.
Art. 60. Os órgãos normativos dos sistemas de ensino estabelecerão critérios de caracterização das instituições privadas sem fins lucrativos, especializados e como atuação exclusiva em educação especial, para fins de apoio técnico e financeiro pelo Poder Público. Parágrafo Único. O Poder Público adotará, como alternativa preferencial, a ampliação do atendimento aos educandos com necessidades especiais na própria rede regular de em sino independentemente do apoio às instituições previstas neste artigo.
No entanto, de acordo com Santana (2010, p.150), apesar de a legislação nacional garantir o direito à educação, a história da Educação Inclusiva, no Brasil, esteve sempre marcada pela exclusão, tanto em nível da formação do professor como nos diferentes níveis de ensino. 
2.3. O ATENDIMENTO EDUCACIONAL ESPECIALIZADO E A INCLUSÃO NO ENSINO REGULAR NO CENTRO MUNICIPAL DE EDUCAÇÃO LÍVIA LORENE BUENO MAIA
A presente pesquisa foi realizada no Centro Municipal de Educação Básica Lívia Lorene Bueno Maia, situada na Avenida JK nº. 08 Setor Arnaldo Prieto, na Cidade de Arraias – TO. Criada pela Lei Municipal de n°. 662 de 08 de dezembro de 2003, a escola no seu primeiro momento recebeu o nome de Escola Municipal Escadinha do Saber e, em 2007, foi renomeada com o título de homenagem a uma professora que foi uma das pioneiras no processo de formação da Instituição: a servidora Professora Lívia Lorene Bueno Maia.
A escola conta com um quadro de profissionais qualificados, todos graduados em Pedagogia, alguns com especializações, outros cursando. Portanto, é uma escola bem vista pela comunidade local pelos trabalhos desenvolvidos. E quanto à estrutura física, a escola possui 10 salas, 01 cozinha, 03 banheiros, 01 dispensa 01 secretaria, 01 diretoria, 01 sala de professores e uma 01 sala de recursos. A escola possui 27 professores e atende 645 alunos (06 desses alunos são especiais).
Como instrumento de coleta de dados utilizou-se uma entrevista, com um roteiro de 10 questões, que foi realizada com duas educadoras atuantes, que atendem os alunos com necessidades especiais no Centro Municipal de Educação Infantil Irmã Lívia Lorene Bueno Maia. Para melhor entender, nomeou-se as duas professoras como professora um e professora dois.
De acordo com Lüdke e André (1986, p.33), a entrevista firma sua relevância quando é “uma das principais técnicas de trabalho em quase todos os tipos de pesquisa utilizados nas ciências sociais. Ela desempenha importante papel não apenas nas atividades cientificas como em muitas outras atividades humanas”. Esta entrevista leva a formulação das ideias apresentadas pelos professores e os pressupostos teóricos existentes, contemplando coerência ou não, apresentando assim os pontos de discussão da pesquisa. Lüdke e André (1986, p.46) corroboram “além de favorecer análise, essas questões possibilitam a articulação entre os pressupostos teóricos do estudo e os dados da realidade”.
Portanto, segundo a professora um, a escola desenvolve algumas ações da educação especial inclusiva: 
· Integrar as tecnologias na educação inclusiva 
· Desenvolver as habilidades orais e cognitivas dos alunos
· Promover o avanço para superação dos níveis de estágios de desenvolvimento intelectual e hipótese da escrita através de atividades desafiadoras e lúdicas.
· Identificar, organizar e planejar de forma coletiva e colaborativa com o professor de sala de aula através de seleção de estratégicas e de recursos para melhoria da aprendizagem de alunos e do uso de metodologias diversificadas.
· Estimular o interesse dos alunos pela apropriação dos conceitos matemáticos desenvolvendo o raciocínio lógico.
· Buscar sempre através de estímulos positivos e motivadores a participação de todos nas atividades propostas, respeitando suas limitações.
· Aprimorar a linguagem, a construção da língua oral e escrita, comunicação e interpretação.
Quanto à formação continuada, a professoraum, ressalta que na verdade as formações são muito poucas, quando tem alguma é voltado para todos os professores de como trabalhar com alunos especiais. “Participo de algumas, pois sempre sou convidada por outras escolas” e quantos os recursos financeiros exclusivos para se investir na educação desses alunos com necessidades especiais, infelizmente a escola não recebe nenhum.
Conforme a professora um, o atendimento aos alunos especiais é feito individual ou coletivo com no máximo três alunos, vai depender da especialidade daquele aluno. O atendimento funciona quatro dias semanais com duração de duas horas aulas de acordo um cronograma e o número de alunos que serão atendidos. Destina aos alunos com Deficiência intelectual e Dificuldades de Aprendizagem e segundo ela, os professores estão preparados para atuar no Atendimento Educacional Especializado, pois muitos dos se especializaram nessa área. 
No que se refere ao papel do professor no Atendimento Educacional Especializado na escola a professora um, reponde que o trabalho do professor do Atendimento Educacional Especializado abrange todas as instâncias da escola, pois envolve a direção, a equipe pedagógica, os professores,  a família  e principalmente os alunos.   O papel do professor do Atendimento Educacional Especializado é ser facilitador no processo pedagógico na instituição escolar, apoiando os professores que tem na sala comum alunos deficientes. Desenvolvendo um trabalho colaborativo, e acompanhando o desenvolvimento acadêmico desse aluno na sala comum. E participar da elaboração do projeto político pedagógico juntamente com os demais profissionais da comunidade escolar.
Quanto à participação da família no Atendimento Educacional Especializado a professora um, conforme ela, a participação da família é levar o seu filho para o atendimento, participar de reuniões quando solicitado e acompanhar no desenvolvimento escolar do aluno.
Após os relatos das duas educadoras pode concluir que o desafio maior que elas enfrentam é não ter a valorização como deveria, com mais formações e auxilio dos gestores com uma sala bem equipada para fazer um trabalho de qualidade. Os recursos são poucos para a quantidade de alunos que às vezes precisam do atendimento.
Segundo a professora dois, o Centro Municipal de Educação Básica Lívia Lorene Bueno Maia vem desenvolvendo ações com vistas a garantir um atendimento educacional de qualidade aos estudantes com necessidades educacionais especializados. Desse modo, após estes serem devidamente matriculados passam a serem assistidos no ensino regular e atendidos com o professor e com um monitor de individual e ainda recebem no contra turno, atendimento especializado- AEE em sala de recursos e multifuncional- SEM.
 No que se refere ao atendimento aos alunos especiais à professora dois ressalta que todos os alunos que são atendidos na sala de recursos são da própria escola, onde os mesmos frequentam o ensino Regular e são atendidos na sala de recurso no contra turno. Quanto aos recursos financeiros exclusivos para se investir na educação desses alunos com necessidades especiais a professora dois, enfoca que recebem apenas do Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação para as prefeituras, mas nenhum recurso exclusivo para escola investir no Atendimento Educacional Especializado.
A professora dois relata ainda que o Atendimento Educacional Especializado funciona com um professor que se destina a alunos com deficiência física, mental, sensorial (visual e pessoas com surdez parcial e total), alunos com transtornos globais de desenvolvimentos e com altas habilidades (que constituem o publico alvo da Educação especial) também podem ser atendidos por esse serviço.
No que se refere à formação do professor da educação especial a professora dois fala que para o trabalho do SEM - sala de recursos e multifuncional é essencial para que seja possível verificar as dificuldades encontradas, para obter-se conhecimento sobre a nova realidade proposta na educação brasileira. Nem sempre é disponibilizada essa formação ao professor, apenas quando o próprio professor faz sua especialização, o que precisa ser melhorado e o que requerem mais investimentos.
A professora dois ressalta que o papel do professor de Educação Especial é identificar, elaborar e organizar os recursos pedagógicos e de acessibilidade com foco na eliminação de barreiras para a plena participação dos estudantes com deficiência, transtornos de aspectos autistas (TEA) e altas habilidades de superdotação.
No entanto, pode concluir que os professores que atendem os alunos com necessidades especiais são todos especializados na área, mas não são oferecidos a eles cursos de capacitação e formação continuada para melhor atender esses alunos. A escola também não recebe recursos financeiros exclusivos para se investir na educação desses alunos.
 Sabemos que ao longo do tempo, a educação no Brasil vem enfrentando grandes mudanças e desafios com a inclusão de crianças com Necessidades Educacionais Especiais na rede regular de ensino. Para atender essa demanda, esses alunos precisam estar totalmente inseridos no contexto escolar, para que assim possam se desenvolver positivamente tanto no ensino acadêmico, como no seu desenvolvimento físico, sensorial, cognitivo e emocional. Entretanto, sabemos que as escolas precisam estar capacitadas para receber esses alunos, e que os professores necessitam de uma qualificação adequada para atuar de maneira eficiente e segura na preparação e desenvolvimento dessas crianças. Os profissionais em educação devem apresentar capacidades e habilidades ao saber lidar com a situação prevista. É dever do educador, buscar qualificar-se de alguma forma para que o seu fazer pedagógico envolva também aqueles que buscam ser inseridos no ensino escolar regular por meio da inclusão social. (MOURA, 2015, p.33)
3.CONSIDERAÇÕES FINAIS
A educação especial inclusiva no Brasil mesmo regida por lei, atualmente a inclusão dos alunos com necessidades especiais no ensino regular tem sido um dos maiores desafios ao ensino regular brasileiro, pois, embora existam legislações que garantem o direito do aluno com deficiência, as mesmas não se mostram suficientes para que o cumprimento legal ocorra de forma eficaz na prática, pois a mesma não acontece conforme a lei manda. 
Entende-se que a educação inclusiva deve ser um sistema educacional que vise não somente colocar em uma sala de aula portadora de necessidades especiais, mas que haja uma real integração entre os portadores de necessidades especiais e o educando que não as necessite, para que haja a inclusão e não exclusão.
Então segundo Moura (2015, p. 33), faz-se necessário saber que a inclusão não se resume simplesmente em inserir o aluno com necessidades educacionais especiais na rede regular de ensino. A inclusão vai mais além, é um caminho cheio de barreiras e desafiador que precisa ser entendido como algo que necessita de mudanças e transformações e para que isso efetivamente aconteça, essas barreiras devem ser quebradas, eliminadas como o preconceito, a diferença e outros. 
Foi objetivo principal desse estudo, um olhar voltado ao Atendimento Educacional Especializado e a Inclusão no ensino regular no Centro Municipal Lívia Lorene Bueno Maia para que possamos compreender como acontece o Atendimento Educacional Especializado e a Inclusão no ensino regular na escola e pode concluir que os professores que atendem os alunos com necessidades especiais são todos especializados na área, mas não são oferecidos a eles cursos de capacitação e formação continuada para melhor atender esses alunos. A escola também não recebe recursos financeiros exclusivos para se investir na educação desses alunos. 
4. REFERÊNCIAS
	
BRASIL. Constituição (1988). Constituição da República Federativa do Brasil. Brasília, DF: Senado Federal: Centro Gráfico, 1988, 292 p.
LEI Nº 9.394, DE 20 DE DEZEMBRO DE 1996. Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l9394.htm. Acesso em 01 de julho de 2020.
LUDKE, Menga; ANDRÉ, Marli E. D. A.Pesquisa em Educação: abordagens qualitativas. São Paulo: EPU, 1986. Disponível em: https://edisciplinas.usp.br/pluginfile.php/4091392/mod_resource/content/1/Lud_And_cap3.pdf. Acesso em 091 de julho de 2020
MOURA, JOSÉ J O. Educação Inclusiva: Um desafio para professores do Ensino Infantil Da Zona Rural Do Município De Cruzeiro Do Sul – Acre, BRASÍLIA/2015. Disponível em: https://www.bdm.unb.br/bitstream/10483/15759/1/2015_JoseJairoDeOliveiraMoura_tcc.pdf. Acesso em 10 de julho de 2020.
SANTANA; Adriana Silva Andrade. Educação Inclusiva no Brasil: Trajetória e Impasses na Legislação, 2010. Disponível em: https://portal.fslf.edu.br/wp-content/uploads/2016/12/tcc_8.pdf. Acesso em: 01 de julho de 2020.
CORCINI, M. A. C; CASAGRANDE, R.C. Educação especial e sua trajetória histórico-política: uma abordagem por meio de grupos de discussão. PARANÁ, 2016. Disponível em: http://www.diaadiaeducacao.pr.gov.br/portals/cadernospde/pdebusca/producoes_pde/2016/2016_artigo_edespecial_uepg_marliaparecidacasprovcorcini.pdfAcesso em: 01 de julho de 2020.
ROGALSKI, Solange Menin. Histórico do surgimento da educação Especial. Revista de Educação do Ideau, Vol. 5 – Nº 12 - Julho - Dezembro 2010. Disponível em: https://www.bage.ideau.com.br/wp-content/files_mf/02839f232c38b58c9b9915aae8e7a0d8168_1.pdf. Acesso em 01 de julho de 2020.
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