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Revisão Esquematizada - Direito Tributário II

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Revisão Esquematizada – AV1 – Direito Tributário II. 
28/04/2019
Crédito Tributário: Entende-se por crédito tributário o direito subjetivo do Estado de exigir do contribuinte o pagamento de um tributo devido, derivado de relação jurídico tributária, que nasce com a ocorrência do fato gerador, na forma da lei. 
O crédito tributário representa o momento em que a obrigação tributária se torna exigível. 
O lançamento é o instrumento que confere essa exigibilidade, em face de um fato gerador que o antecede. 
O lançamento é ato administrativo vinculado (não discricionário), ou seja, não é opção da Administração deixar de pratica-lo. Não veiculado pela coerção humana e sim por atos administrativos vinculados. 
Importante salientar que o lançamento é sempre um ato privativo do Fisco, jamais podendo ser realizado pelo sujeito passivo da obrigação ou qualquer outro órgão. O que pode ocorrer é somente um auxílio por parte do contribuinte no ato de lançar, como veremos a seguir nas espécies de lançamento. 
Existem três espécies de lançamento: a) de ofício; b) por declaração; c) por homologação. 
O lançamento de ofício se dá quando o Fisco tem todos os dados necessários para realiza-lo, não precisando de nenhum auxílio por parte do sujeito passivo no tangente às informações. De tal forma que se dispensa a colaboração do contribuinte. São exemplos: IPTU e IPVA. 
O lançamento por declaração é uma ação conjugada entre o Fisco e o contribuinte, onde aquele não dispõe de dados suficientes e conta com a assistência do contribuinte, que supre essa deficiência de informação por meio de uma declaração. São exemplos: Imposto de exportação e importação. Por último tem-se o lançamento por homologação, onde o contribuinte oferece ao Fisco todos os dados necessários e este tem apenas o dever de homologar o lançamento (já que, como dito anteriormente, é ato privativo do Fisco). Há um auxílio ostensivo do sujeito passivo para com a Fazenda Pública. São exemplos: Imposto de renda; ICMS; IPI. 
O crédito tributário pode ser suspenso, extinto e excluído, veremos cada um desses institutos a seguir, 
Suspensão do Crédito Tributário. 
O crédito tributário será suspenso nas hipóteses do art. 151, CTN, que são: 
1 - Moratória; 
2 - Depósito do seu montante integral; 
3 - Reclamações e os recursos, nos termos das leis reguladoras o processo tributário administrativo; 
4 - Concessão de medida liminar; 
5 - Concessão de medida liminar ou tutela antecipada, em outras espécies de ação judicial; 
6 - Parcelamento; 
Moratória consiste na dilatação legal do pagamento, submetendo-se ao princípio da estrita legalidade, onde é permitido ao sujeito passivo o pagamento do tributo em cota única, porém, de modo prorrogado, por lei ordinária. Pode ser concedida em caráter geral ou individual. No caráter geral, não há necessidade de despacho da autoridade administrativa, já no caráter individual o despacho se faz necessário.
A moratória geral pode ser: a) autônoma; b) heterônoma. A moratória geral autônoma, é concedida pelo ente detentor da competência tributária respectiva. Exemplo: moratória de IPTU. 
Já a heterônoma, são concedidas pela União, quando os tributos são de competência dos Estados, Municípios e Distrito Federal. Trata-se de possibilidade excepcional. 
O artigo 152, CTN, indica a possibilidade de a moratória ser concedida em modo total (para toda a base territorial da entidade impositora), ou parcial (para parte do território, exemplo: área atingida por calamidade). 
O depósito de montante integral (tributo + multa + juros) é o ato de o contribuinte depositar, voluntariamente, o montante que o Fisco entende como devido. 
O depósito pode se dar até mesmo nos casos em que a suspensão do crédito tributário já tiver ocorrido. Ao final da discussão – entre sujeito passivo e ativo – sendo o ativo vitorioso, será o depósito convertido em renda do Estado credor, extinguindo-se o crédito tributário. 
Já na hipótese do contribuinte ser vitorioso, haverá o levantamento do depósito, ainda que débitos tributários do sujeito passivo remanesçam. 
As reclamações e recursos administrativos tratam de uma hipótese de suspensão do crédito tributário pela administrativa. É o primeiro passo antes da vida judicial. 
Enquanto a discussão na via administrativa durar, o crédito ficará suspenso, permitindo ao contribuinte obter certidão positiva com efeito de negativa. 
Na concessão de medida liminar em mandado de segurança (remédio constitucional que visa proteger o direito líquido e certo) necessita da presença de dois requisitos: fumus boni iuris (fumaça do bom direito) e periculum in mora (risco de dano irreparável). 
A liminar suspende o crédito tributário nas cobranças que o contribuinte considerar indevidas. 
Assim como a concessão de liminar, a concessão de tutela antecipada necessita da presença de fumus boni iuris e periculum in mora. Porém, na liminar temos uma ação de rito mandamental e na tutela antecipada, decisão interlocutória. 
Por último, temos o instituto do parcelamento, que tem como característica o comportamento comissivo do contribuinte que se predispõe a conduzir recursos para o Fisco, mas não de uma só vez. Consiste no pagamento de débitos tributários, após seu vencimento, geralmente em períodos mensais, durante alongados períodos de tempo. 
A obrigação só é extinta após a quitação da última parcela. Não dispensa incidência de juros e multa. Apesar de a multa ser utilizada como penalidade para atividade ilícita e o parcelamento ser licito, entende-se a possibilidade do pagamento parcelado, ainda que espontaneamente solicitado, sofrer multa relativa ao não pagamento espontaneamente denunciado. As normas gerais da moratória serão postas ao parcelamento. 
Extinção do Crédito Tributário. 
As modalidades de extinção do crédito tributário encontram-se de modo taxativo no art. 156, CTN e são: 
1 - Pagamento; 
2 - Compensação; 
3 - Transação; 
4 - Remissão;
5 - Prescrição e decadência; 
6 - Conversão de depósito em renda; 
7 - Pagamento antecipado e homologação do pagamento; 
8 - Consignação em pagamento; 
9 - Decisão administrativa irreformável; 
10 - Decisão judicial transitada em julgado; 
11 - Dação em pagamento de bens imóveis; 
O pagamento é modalidade direta de extinção do crédito tributário, portanto dispensa autorização por lei. Em regra, o pagamento deve ser realizado em pecúnia (dinheiro ou cheque – depois de ser compensado). Entretanto, também existe a possibilidade de extinção por meio de dação em pagamento. A dação em pagamento é modalidade indireta de extinção do crédito tributário, posto faz-se necessária lei que discipline essa modalidade. Consiste na entrega, em pagamento, de algo que venha a substituir o que foi anteriormente acordado, no intuito de extinguir a obrigação. Tal instituto se refere somente os bens imóveis. Sendo assim, o pagamento de tributo não se admite na modalidade in natura, ou seja, pagamento feito com bens moveis, distintos de pecúnia. 
A compensação é um confronto entre crédito e débito, encontra-se no art. 170, CTN. É modalidade extintiva de obrigação, quando se é devedor e credor, concomitantemente. 
Já a transação consiste no fim de um litígio entre Fisco e contribuinte, por meio de um acordo de concessões recíprocas. 
Remissão consiste no perdão (total ou parcial) da dívida pelo credor em casos específicos, sendo eles: 
a) Situação econômica do sujeito passivo;
b) Erro ou ignorância escusável do sujeito passivo;
c) Diminuta importância do crédito tributário;
d) Considerações de equidade;
e) Condições peculiares de determinada região. 
A decadência é uma forma extintiva do direito subjetivo do sujeito ativo, nasce da omissão/inanição do sujeito ativo no exercício da faculdade de proceder ao lançamento. O prazo decadencial tem por objetivo obrigar o sujeito ativo a constituir o crédito tributário com presteza, não sendo atingido pela perda do direitode lançar. O lançamento deve se dar no prazo de 05 anos. Se não o fizer, o Fisco perde o direito material, ou seja, perece o crédito tributário, não mais existindo dívida. 
Quanto à decadência: 
1 - Atinge o direito subjetivo do sujeito ativo; 
2 - Decorre sempre de lei; 
3 - Aplicam-se os princípios da legalidade e da segurança jurídica; 
4 - Antes do lançamento somente ocorre à decadência; 
5 - Ocorrendo decadência, não se opera prescrição; 
6 - É possível a restituição do tributo atingido pela decadência;
A prescrição se refere ao fato de o Fisco deixar de impetrar execução fiscal no prazo que lhe cabe, sendo este de 05 anos.
Como debatido anteriormente, com decisão judicial favorável ao sujeito ativo, o deposito integral, realizado pelo sujeito passivo, será convertido em renda para o Fisco.
Nos tributos em que o lançamento se dá por homologação, o sujeito passivo realiza um pagamento com base na apuração feita por ele mesmo. Sendo assim, é um pagamento antecipado, haja vista que foi feito antes do lançamento. A extinção do crédito tributário, nesse caso , não será efetivada com o pagamento e sim com a homologação do lançamento por parte da autoridade administrativa. O Fisco tem o prazo de 05 anos para realizar essa homologação, caso não o faça, ocorrerá decadência. 
A ação de consignação em pagamento permite ao sujeito passivo a efetivação do seu direito de pagar o débito tributário, conforme o exposto no art. 164, CTN. Ao fim da demanda judicial, sendo julgado procedente a consignação, o crédito tributário resta extinto. Se julgada improcedente, o débito tributário será co brado com juros de mora, sem prejuízo das penalidades. 
Exclusão do Crédito Tributário. 
A exclusão do crédito tributário pode se dar de duas formas: a) por isenção; b) por anistia. As formas de exclusão do crédito tributário impedem a constituição do mesmo. Apesar de haver o fato gerador e a obrigação tributária, não pode haver o lançamento. Embora haja dispensa da obrigação principal o contribuinte ainda está convencionado às obrigações acessórias.
A exclusão por isenção é referente à exclusão relativa ao tributo. Modalidade de dispensa legal do pagamento do tributo devido, por meio de lei específica. A isenção, segundo o CTN, tem a possibilidade de abranger apenas parte de um território. Em regra, não se aplica a taxas e contribuições de melhoria, já que esses institutos consistem em contraprestação. Fica difícil imaginar a isenção de um tributo que vai ser criado no futuro. Pode ser revogada ou modificada a qualquer tempo, em regra. O STF tem o entendimento que as isenções concedidas sob caráter oneroso podem ser livremente extintas.
Há um direito adquirido na isenção e ele se encontra nos casos dos contribuintes, que ao tempo da mesma, cumpriam as condições impostas na lei concessionária, ou seja, aqueles que já estavam beneficiados.
A isenção tem caráter geral quando beneficiar a todos, sem requisitos preestabelecidos (naquele contexto territorial). Será individual quando impuser condições ao sujeito passivo e nesse caso não há possibilidade de direito adquirido. No caso de revogação da isenção – por o sujeito passivo não a mereces – será cobrado tanto o tributo quanto os juros de mora. Se advier de dolo ou simulação, haverá cobrança de penalidade. Tempo não será computado para efeito de prescrição.
Na anistia o perdão legal está nas infrações (sem dolo, fraude ou simulação, não se aplica a crimes/contravenções), sendo estas cometidas anteriormente a lei que a concede. Somente poderá ser cometida após cometimento da infração e antes do lançamento da penalidade pecuniária, pois se o crédito for constituído só haverá possibilidade de remissão.
Poderá ser concedida em caráter geral (sem requisitos impostos ao sujeito passivo) ou limitadamente (referente apenas a um tipo de tributo). Exemplo: Anistiar determinada região.
Princípios do Direito Tributário
Princípio da legalidade
Conforme previsão do art. 150, da CF, que diz: “Sem prejuízo de outras garantias asseguradas ao contribuinte, é vedado a União, Estados, Distrito Federal e aos Municípios: I – exigir ou aumentar tributo sem lei que o estabeleça”.
Assim, o artigo ora citado é um contraste ao art. 5º da CF, que: “ninguém será obrigado a fazer ou deixar de fazer alguma coisa senão em virtude de lei”, pois, ao contrário, para o Administrador Público, como o Legislador, devem obedecer aos ditames da lei, portanto, quanto à competência para criar, instituir, cobrar impostos, bem como a diminuir ou majorar as alíquotas, etc.
Principio da isonomia ou igualdade
O art. 5º da CF assegura que: “todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza”. Também será aplicável tal previsão constitucional na seara tributária, pois o art. 150, II, da CF, não se esqueceu de consagrar ainda mais tal principio ao estabelecer a proibição da União, dos Estados, do DF e dos Municípios de “instituir tratamento desigual entre os contribuintes que se encontrem em situação equivalente, proibida qualquer distinção em razão de ocupação profissional ou função por eles exercida, independentemente da denominação jurídica dos rendimentos, títulos ou direitos”.
Para tanto, não nos podemos nos esquecer dos ensinamentos de Rui Barbosa, de que a regra da igualdade não consiste senão em quinhoar desigualmente aos desiguais, na medida em que se desigualam, portanto, não é tratar a todos de forma igual, mas igualar os desiguais, a ponto de que possam de fato ser comparáveis. A exemplo fático temos os incetivos fiscais federais.
Principio da capacidade contributiva
Encontra-se inserido no art. 145, § 1º da CF:
Sempre que possível, os impostos terão caráter pessoal e serão graduados segundo a capacidade econômica do contribuinte facultando à administração tributária, especialmente para conferir efetividade a esse objetivo, identificar, respeitados os direitos individuais e dos termos da lei, o patrimônio, os rendimentos e as atividades econômicas do contribuinte.
Cumpre-se observar que a capacidade contributiva, é estabelecida como critério de graduação do imposto e do limite à tributação, impondo ao criador da lei determinar o que seja tributável ou não.
Principio da vedação ao confisco
Encontra-se no art. 150, IV, da CF:
Sem prejuízo de outras garantias asseguradas ao contribuinte, é vedado a União, aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios IV – utilizar tributo com efeito de confisco.
Entende-se que o Estado, de modo geral, está proibido de instituir tributo que ultrapasse o patrimônio pessoal do contribuinte, promovendo uma expropriação indireta.
Sobre a temática, bem afirma o mestre Hugo de Brito Machado que:
A vedação do confisco é atinente ao tributo. Não à penalidade pecuniária, vale dizer, à multa. O regime jurídico do tributo não se aplica à multa, porque o tributo e multa são essencialmente distintos. O licito é pressuposto essencial desta, e não daquele.
Principio da irretroatividade
Entende-se que, é proibida a cobrança de fato gerador ocorrido antes da lei que instituir o tributo ou majorá-lo. Este principio está atrelado ao principio da segurança jurídica, conforme a Lei de Introdução as Normas do Direito Brasileiro, no art. 6º, que diz:
A Lei entra em vigor terá efeito imediato e geral, respeitados o ato jurídico perfeito, o direito adquirido e a coisa julgada
Também, o art. 150, III, A, da CF:
Sem prejuízo de outras garantias asseguradas ao contribuinte, é vedado a União, aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios:III – cobrar tributos:
a) em relação a fatos geradores ocorridos antes de inicio da vigência da lei que os houver instituído ou aumentado;
O principio da irretroatividade não deve ser confundido com outro principio, o da anterioridade ao qual iremos tratar adiante.
Principio da anterioridade: Previsto no art. 150, III, alíneas b e c da CF, exige que a leitributária não gere seus efeitos de forma imediata.
Trata-se de uma promoção do não surpreendimento ao contribuinte, pois o sujeito passivo do tributo deve ter um tempo para se preparar aos impactos sobre a atividade econômica.
Processo Tributário Administrativo
Pois bem, a administração fiscal pública possuí diversos princípios, mas para o âmbito fiscal alguns se sobressaem. Um deles é o princípio da inquisitoriedade que basicamente, concede poder ao fisco para realizar investigações e apurações sem que o contribuinte possa de fato opinar sobre isso, podendo ser chamado para apresentar livros fiscais e outros documentos comprobatórios.
Desse procedimento investigatório, decorrem as famosas intimações para comparecimento na Receita Federal para prestar esclarecimentos, tal intimação advém do princípio da cientificação segundo o qual o contribuinte deve ser formalmente comunicado de que o procedimento fiscalizatório está sendo realizado.
Como resultado deste procedimento investigatório, caso o Fisco identifique alguma irregularidade irá efetuar o “Lançamento” ou “Auto de Infração”, com incidência de multa para cobrar a quantia que julga devida do contribuinte.
Com o Lançamento, nos termos do Art. 5º do Decreto 70.235/72 o contribuinte possui um prazo de 30 (trinta) dias para apresentar a Impugnação Administrativa e de Manifestação de Inconformidade que, se feita no prazo estipulado, instala de fato o processo administrativo.
Isto é, caso o contribuinte não apresente a Impugnação Administrativa o Lançamento não configura processo administrativo, mas meramente procedimento administrativo. É com a defesa do contribuinte que surge o contraditório e a ampla defesa similar aos princípios do processo tributário.
A Impugnação Administrativa pode ser realizada pelo próprio contribuinte, não sendo necessária a presença de Advogado, ainda que seja de suma importância estar amparado por um profissional capacitado, já que a peça apresentada será julgada por uma Delegacia de Julgamento especializada que por diversas vezes, infelizmente, costuma se distanciar da realidade dos fatos e da legislação pátria, prejudicando os contribuintes.
É também em 30 (trinta) dias que o contribuinte pode efetuar o pagamento do valor exigido no Lançamento, ocasião em que será possível realizar um parcelamento da dívida, o que, ressalte-se, é sempre uma opção a ser considerada, já que seja no âmbito administrativo ou judicial, o processo é longo, independente da matéria de defesa utilizada, sendo simplesmente estressante.
Realizado o pagamento da dívida ou o parcelamento desta, desde que respeitadas as parcelas acordadas, evita-se ter seu débito inscrito em dívida ativa, que no futuro, irá caminhar ao ajuizamento de uma Ação de Execução Fiscal, que pode colocar os bens do devedor em risco, podendo ter suas contas bancárias até mesmo bloqueadas.
Se certo de seu Direito e disposto a “confrontar o Leão”, apresentando a Impugnação Administrativa, nos termos do Art. 24 da Lei 11.457/07 a Receita Federal possui o prazo máximo de 360 (trezentos e sessenta dias) para proferir a decisão administrativa.
Proferida a decisão administrativa referente a Impugnação e intimado o contribuinte, se proferida uma decisão negativa, abre-se a fase recursal, em que surge a possibilidade de se socorrer do Recurso Voluntário, que também é apresentado pelo contribuinte e encaminhado para o Conselho Administrativo de Recursos Fiscais – CARF.
Para recorrer, atualmente, não é necessário realizar nenhum depósito, graças ao pronunciamento do Supremo Tribunal Federal que no bojo da ADIn nº 1976-7, em que o ministro relator, Joaquim Barbosa deixou nítido que a exigência do depósito recursal afronta o princípio democrático.
Se mesmo depois de toda esta trajetória, o contribuinte receber novamente uma decisão negativa, há ainda uma luz no fim do túnel. Trata-se do Recurso Especial, que deve ser direcionado para a Câmara Superior de Recursos Fiscais, entretanto, o recebimento deste recurso comporta juízo de admissibilidade restrito, sendo estabelecidas as condições formais e materiais para o cabimento e conhecimento deste recurso no art. 67 da RICARF.
O Recurso Especial não será conhecido se: (a) houver contrariedade do recurso à súmula administrativa; (b) não cabimento de julgado que contenha anulação de decisão da primeira instância; (c) exigência de prequestionamento da matéria recorrida; (d) exigência de comprovação formal da existência da divergência; (d) exigência de demonstração analítica do teor das divergências; (e) exigência de que a divergência não esteja superada.
Ressalte-se que o Mandado de Segurança com pedido de liminar ainda é um remédio eficiente para Lançamentos indevidos, caso o contribuinte opte por resolver a decisão judicialmente, com risco eminente de se tornar sujeito passivo de uma Ação de Execução Fiscal.
Portanto, inúmeras são as opções de defesa devendo antes de qualquer coisa o contribuinte manter a calma e procurar um profissional competente para auxiliar na sua jornada e analisar a melhor opção ao seu caso.

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