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76 GA M B - Re vi sã o: C rs tin a - Di ag ra m aç ão : F ab io - 0 4/ 08 /2 01 5 Unidade II Unidade II 5 LICENCIAMENTO AMBIENTAL 5.1 Aspectos gerais e legislação pertinente ao Licenciamento Ambiental O Licenciamento Ambiental são os estudos ambientais exigidos de atividades que utilizem recursos naturais ou que sejam potencialmente capazes de causar degradação ambiental no seu processo produtivo; ele é necessário para a obtenção da autorização governamental de funcionamento. Essa autorização é conhecida como Licença Ambiental, um dos instrumentos mais importantes da política pública ambiental que, principalmente por ter caráter preventivo, evita a ocorrência de danos ambientais (SÁNCHEZ, 2010). O Licenciamento Ambiental teve início em alguns estados brasileiros na década de 1970 e foi incorporado à legislação federal como um dos instrumentos da Política Nacional do Meio Ambiente (BRASIL, 1981). Lembrete A Política Nacional do Meio Ambiente (PNMA), Lei n° 6.938, de 31 de agosto de 1981, art. 9°, institui o Licenciamento Ambiental como instrumentos de controle. Em 1986, surgiu a Resolução Conama n° 1/86, que iniciou no Brasil o Princípio da Anterioridade na área ambiental. E, partir dessa data, todo empreendimento com potencial de causar um significativo impacto ambiental na sua implantação era obrigado a realizar e apresentar ao órgão ambiental um Estudo Prévio de Impacto Ambiental dentro do seu procedimento de Licenciamento Ambiental. Esse valioso mecanismo de proteção ambiental foi composto por um estudo e por um relatório. O estudo mais complexo e detalhado foi chamado de Estudo de Impacto Ambiental (EIA) e o relatório, que compacta as informações do estudo numa linguagem de entendimento mais simples, foi denominado de Relatório de Impacto ao Meio Ambiente (Rima). Portanto, o EIA e o Rima passaram a ser instrumentos eficazes e modernos em termos ambientais (BRASIL, 1986). No ano seguinte, surgiu a Resolução Conama nº 9, em dezembro de 1987, que iniciou o Princípio da Participação na área ambiental, com a criação de uma ferramenta denominada de Audiência Pública. A partir daí, todo empreendimento com potencial de causar significativo impacto e, portanto, obrigado a elaborar um EIA/Rima, teria de realizar uma Audiência Pública, caso fosse solicitada pela sociedade (BRASIL, 1987). 77 GA M B - Re vi sã o: C rs tin a - Di ag ra m aç ão : F ab io - 0 4/ 08 /2 01 5 AVALIAÇÃO DE IMPACTOS AMBIENTAIS E GERENCIAMENTO DE RISCOS A atual Constituição da República Federativa Brasileira, de 1988, dedicou o artigo 225 ao Meio Ambiente, estendendo a todos o direito ao meio ambiente ecologicamente equilibrado, impondo ao Poder Público e à coletividade o dever de defendê-lo e preservá-lo para as futuras gerações. Há, em seu título VIII – da Ordem Social –, no capítulo VI, art. 225, normas direcionais da problemática ambiental que dão as diretrizes de preservação e proteção dos recursos naturais, incluindo a fauna e flora, bem como, entre outras medidas, normas de promoção da educação ambiental, definindo o meio ambiente como bem de uso comum do povo (BRASIL, 1988a). Art. 225. Todos têm direito ao meio ambiente ecologicamente equilibrado, bem de uso comum do povo e essencial à sadia qualidade de vida, impondo-se ao Poder Público e à coletividade o dever de defendê-lo e preservá-lo para as presentes e futuras gerações. § 1º – Para assegurar a efetividade desse direito, incumbe ao Poder Público: I – preservar e restaurar os processos ecológicos essenciais e prover o manejo ecológico das espécies e ecossistemas; II – preservar a diversidade e a integridade do patrimônio genético do País e fiscalizar as entidades dedicadas à pesquisa e à manipulação de material genético; III – definir, em todas as unidades da Federação, espaços territoriais e seus componentes a serem especialmente protegidos, sendo a alteração e a supressão permitidas somente através de lei, vedada qualquer utilização que comprometa a integridade dos atributos que justifiquem sua proteção; IV – exigir, na forma da lei, para instalação de obra ou atividade potencialmente causadora de significativa degradação do meio ambiente, estudo prévio de impacto ambiental, a que se dará publicidade; V – controlar a produção, a comercialização e o emprego de técnicas, métodos e substâncias que comportem risco para a vida, a qualidade de vida e o meio ambiente; VI – promover a educação ambiental em todos os níveis de ensino e a conscientização pública para a preservação do meio ambiente; VII – proteger a fauna e a flora, vedadas, na forma da lei, as práticas que coloquem em risco sua função ecológica, provoquem a extinção de espécies ou submetam os animais à crueldade. [...] § 2º – Aquele que explorar recursos minerais fica obrigado a recuperar o meio ambiente degradado, de acordo com solução técnica exigida pelo órgão público competente, na forma da lei. 78 GA M B - Re vi sã o: C rs tin a - Di ag ra m aç ão : F ab io - 0 4/ 08 /2 01 5 Unidade II § 3º – As condutas e atividades consideradas lesivas ao meio ambiente sujeitarão os infratores, pessoas físicas ou jurídicas, a sanções penais e administrativas, independentemente da obrigação de reparar os danos causados. § 4º – A Floresta Amazônica brasileira, a Mata Atlântica, a Serra do Mar, o Pantanal Mato-Grossense e a Zona Costeira são patrimônio nacional e sua utilização far-se-á, na forma da lei, dentro de condições que assegurem a preservação do meio ambiente, inclusive quanto ao uso dos recursos naturais. § 5º – São indisponíveis as terras devolutas ou arrecadadas pelos Estados, por ações discriminatórias, necessárias à proteção dos ecossistemas naturais. § 6º – As usinas que operem com reator nuclear deverão ter sua localização definida em lei federal, sem o que não poderão ser instaladas. Fonte: Brasil (1988a). Por meio da Lei nº 7.735, de 22 de fevereiro de 1989, foi criado o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama), que se constitui numa entidade autárquica de regime especial, dotada de personalidade jurídica de direito público, vinculada ao Ministério do Meio Ambiente. O Ibama é o executor, em âmbito federal, das Políticas Nacionais de Meio Ambiente relativas à preservação, à conservação e ao uso sustentável dos recursos ambientais e sua fiscalização e controle. Ele apoia o Ministério do Meio Ambiente na execução das ações supletivas da União, de conformidade com a legislação em vigor e as diretrizes daquele Ministério (BRASIL, 1989c). Em 12 de fevereiro de 1998 surgiu a Lei nº 9.605, que dispôs sobre as infrações e sanções penais derivadas de condutas e atividades lesivas ao meio ambiente. Inovou sobre a aplicação das sanções penais tanto para as pessoas físicas, como para as jurídicas no cometimento de crimes contra o meio ambiente (BRASIL, 1998b). Atualmente, o Decreto nº 6.514, de 22 de julho de 2008, estabelece as seguintes infrações e sanções administrativas: Art. 3o As infrações administrativas são punidas com as seguintes sanções: I – advertência; II – multa simples; III – multa diária; IV – apreensão dos animais, produtos e subprodutos da fauna e flora e demais produtos e subprodutos objeto da infração, instrumentos, petrechos, equipamentos ou veículos de qualquer natureza utilizados na infração; V – destruição ou inutilização do produto; 79 GA M B - Re vi sã o: C rs tin a - Di ag ra m aç ão : F ab io - 0 4/ 08 /2 01 5 AVALIAÇÃO DE IMPACTOS AMBIENTAIS E GERENCIAMENTO DE RISCOS VI – suspensão de venda e fabricação do produto; VII – embargo deobra ou atividade e suas respectivas áreas; VIII – demolição de obra; IX – suspensão parcial ou total das atividades; e X – restritiva de direitos (BRASIL, 2008). Em 19 de dezembro de 1997, o Conama, em sua Resolução nº 237/97, dispôs sobre procedimentos e critérios utilizados para o licenciamento, considerando a necessidade de rever e complementar os procedimentos e critérios usados no Licenciamento Ambiental e visando ao seu melhor aproveitamento como instrumento de gestão ambiental, estabelecido pela Política Nacional do Meio Ambiente (BRASIL, 1997). Saiba mais O livro a seguir pode propiciar uma inter-relação com os conteúdos da unidade: PIRES, E. O.; TOZATO, H. C. Avaliação do impacto ambiental e licenciamento: gestão ambiental. São Paulo: Pearson Prentice Hall, 2010. 6 PROCESSO DE LICENCIAMENTO AMBIENTAL O Licenciamento Ambiental é definido como procedimento administrativo pelo qual o órgão ambiental competente licencia a localização, a instalação, a ampliação e a operação de empreendimentos e atividades utilizadoras de recursos ambientais consideradas efetiva ou potencialmente poluidoras ou aquelas que, sob qualquer forma, possam causar degradação ambiental, considerando as disposições legais e regulamentares e as normas técnicas aplicáveis ao caso (BRASIL, 1997; GUSMÃO, 2008). A Licença Ambiental é o ato administrativo pelo qual o órgão ambiental competente estabelece as condições, as restrições e as medidas de controle ambiental que deverão ser obedecidas pelo empreendedor, pessoa física ou jurídica, para localizar, instalar, ampliar e operar empreendimentos ou atividades utilizadoras dos recursos ambientais consideradas efetiva ou potencialmente poluidoras ou aquelas que, sob qualquer forma, possam causar degradação ambiental (BRASIL, 1997; BARBOSA, 2014) O sistema de Licenciamento Ambiental funciona como um processo de acompanhamento sistemático das consequências ambientais de uma atividade que se pretenda desenvolver. A partir 80 GA M B - Re vi sã o: C rs tin a - Di ag ra m aç ão : F ab io - 0 4/ 08 /2 01 5 Unidade II da etapa inicial, de seu planejamento, é preciso a emissão das três licenças e a verificação do cumprimento das restrições determinadas em cada uma delas, que condicionam a execução do projeto, as medidas de controle e as regras de operação. O processo inclui ainda as rotinas de acompanhamento de licença vinculadas à monitoração dos efeitos ambientais do empreendimento, componentes essenciais do sistema, além das normas técnicas e administrativas que o regulam (GUSMÃO, 2008; PIRES; TOZATO, 2010). Lembrete O Licenciamento Ambiental é o procedimento administrativo pelo qual o órgão ambiental competente licencia atividades ou empreendimentos. E a Licença Ambiental é o ato administrativo pelo qual o órgão ambiental competente estabelece as condições, as restrições e as medidas de controle ambiental que deverão ser obedecidas pelo empreendedor. Embora se aplique melhor aos novos empreendimentos, o Licenciamento Ambiental serve também para o controle e a correção dos danos causados por atividades poluidoras instaladas antes de sua instituição, que foi em 1981. Nesses casos, a legalidade é obtida pela concessão de Licenças de Operação ou de Licenças de Instalação para novos equipamentos de controle da poluição ou outros tipos de medidas corretivas, quando couberem. O Poder Público, no exercício de sua competência de controle, expedirá as seguintes licenças de acordo com Resolução Conama nº 237/97, art. 8°: I – Licença Prévia (LP) – concedida na fase preliminar do planejamento do empreendimento ou atividade aprovando sua localização e concepção, atestando a viabilidade ambiental e estabelecendo os requisitos básicos e condicionantes a serem atendidos nas próximas fases de sua implementação. II – Licença de Instalação (LI) – autoriza a instalação do empreendimento ou atividade de acordo com as especificações constantes dos planos, programas e projetos aprovados, incluindo as medidas de controle ambiental e demais condicionantes, da qual constituem motivo determinante. III – Licença de Operação (LO) – autoriza a operação da atividade ou empreendimento, após a verificação do efetivo cumprimento do que consta das licenças anteriores, com as medidas de controle ambiental e condicionantes determinados para a operação. Parágrafo único. As licenças ambientais poderão ser expedidas isolada ou sucessivamente, de acordo com a natureza, características e fase do empreendimento ou atividade (BRASIL, 1997, p. 646). 81 GA M B - Re vi sã o: C rs tin a - Di ag ra m aç ão : F ab io - 0 4/ 08 /2 01 5 AVALIAÇÃO DE IMPACTOS AMBIENTAIS E GERENCIAMENTO DE RISCOS 6.1 Tipos de licenças segundo a Resolução Conama n° 237/97 6.1.1 Licença Prévia (LP) A Licença Prévia (LP) deverá ser solicitada na fase preliminar do planejamento do empreendimento ou da atividade, na qual a localização ainda não está definida, para que o órgão ambiental possa analisar se está adequada. Para isso, exige-se o termo de anuência do município, justificando que o empreendimento está de acordo com o zoneamento urbano municipal. É concedida ao estabelecimento conforme o que está estabelecido no detalhamento do projeto e dos processos tecnológicos que serão desenvolvidos, além do conjunto de medidas e equipamentos de controle ambiental que serão utilizados. Portanto, a licença é concebida baseada nos documentos apresentadas pelo empreendedor, contendo os requisitos básicos e seus condicionantes a serem atendidos nas fases de localização, implantação e operação (BRASIL, 1997; PIRES; TOZATO, 2010; SÁNCHEZ, 2010; BARBOSA, 2014). Assim, na emissão da LP são determinadas as exigências técnicas e ambientais que serão apresentadas na requisição da Licença de Instalação (PIRES; TOZATO, 2010). 6.1.2 Licença de Instalação (LI) Uma vez concebida a LP, deve ser requerida a Licença de Instalação (LI), cuja permissão autoriza a implantação do empreendimento ou atividade de acordo com as especificações constantes no projeto executivo aprovado (BRASIL, 1997; SÁNCHEZ, 2010). Nesta etapa, é necessária a apresentação de informações detalhadas sobre o projeto, os processos, as tecnologias utilizadas, incluindo as medidas de prevenção ambiental estabelecidas na fase anterior (BARBOSA, 2014). A LI define os parâmetros do projeto e os padrões de qualidade para concretização das obras que devem ser obedecidas para garantir que a instalação do empreendimento ou da atividade não cause impactos negativos além dos limites aceitáveis e estabelecidos na legislação ambiental estadual e federal (GUSMÃO, 2008; SÁNCHEZ, 2010). 6.1.3 Licença de Operação (LO) A Licença de Operação (LO) é solicitada ao término da instalação do empreendimento ou da atividade e após a verificação da eficiência das medidas de controle ambiental e condicionantes determinadas para a operação (BRASIL, 1997). A LO autoriza o início do funcionamento da atividade licenciada e do funcionamento de seus equipamentos de controle de poluição, sendo obrigatória tanto para os novos empreendimentos quanto para aqueles instalados previamente à vigência do sistema. Nesses casos, é determinado um prazo para que o empreendimento ou a atividade possa ajustar-se às exigências legais e à implantação de dispositivos de controle ambientais apropriados (GUSMÃO, 2008; SÁNCHEZ, 2010; BARBOSA, 2014). Desse modo, a LO estabelece todas as condições que o empreendimento deverá seguir durante o seu funcionamento; por exemplo, determinará os padrões de qualidade dos efluentes líquidos e gasosos, que deverão ser observados, bem como todos os critérios de controle ambiental a serem considerados. 82 GA M B - Re vi sã o:C rs tin a - Di ag ra m aç ão : F ab io - 0 4/ 08 /2 01 5 Unidade II Ela institui ainda o programa de monitoramento ambiental, definindo os parâmetros e a periodicidade das medições, cujos resultados são acompanhados pelo órgão ambiental licenciador (GUSMÃO, 2008; BARBOSA, 2014). Observação De acordo com a Resolução Conama n° 237/90, art. 14°, o órgão ambiental competente poderá estabelecer prazos de análise diferenciados para cada modalidade de licença (LP, LI e LO) em razão das peculiaridades da atividade ou do empreendimento, assim como a formulação de exigências complementares. 6.2 Validade das licenças O tempo de validade de cada licença pode variar, de acordo com as normas vigentes do Estado em que se localiza o empreendimento, o tipo de empreendimento e a situação ambiental da área, entretanto, sempre deverão ser obedecidos os limites máximos e mínimos que estão estabelecidos na Resolução Conama nº 237/97, art.18, incisos I, II e III: I – O prazo de validade da Licença Prévia (LP) deverá ser, no mínimo, o estabelecido pelo cronograma de elaboração dos planos, programas e projetos relativos ao empreendimento ou atividade, não podendo ser superior a 5 (cinco) anos. II – O prazo de validade da Licença de Instalação (LI) deverá ser, no mínimo, o estabelecido pelo cronograma de instalação do empreendimento ou atividade, não podendo ser superior a 6 (seis) anos. III – O prazo de validade da Licença de Operação (LO) deverá considerar os planos de controle ambiental e será de, no mínimo, 4 (quatro) anos e, no máximo, 10 (dez) anos (BRASIL, 1997, p. 648). De acordo com a Resolução Conama nº 237/97, a Licença Prévia e a Licença de Instalação podem ter seus prazos prorrogados, desde que não ultrapassem os prazos máximos definidos para Licença Prévia (de cinco anos) e para o Licença de Instalação (de seis anos), e compete ao órgão ambiental estabelecer prazos de validade específicos para a Licença de Operação de empreendimentos ou atividades que, por sua natureza e peculiaridades, estejam sujeitos a encerramento ou modificação em prazos inferiores. Para renovar a Licença de Operação (LO) de um empreendimento ou atividade, ela deverá ser requerida com antecedência mínima de cento e vinte dias da expiração de seu prazo de validade, fixado na respectiva licença, permanecendo ele automaticamente diferido até a manifestação decisiva do órgão ambiental competente, como descrito a seguir: 83 GA M B - Re vi sã o: C rs tin a - Di ag ra m aç ão : F ab io - 0 4/ 08 /2 01 5 AVALIAÇÃO DE IMPACTOS AMBIENTAIS E GERENCIAMENTO DE RISCOS § 1º – A Licença Prévia (LP) e a Licença de Instalação (LI) poderão ter os prazos de validade prorrogados, desde que não ultrapassem os prazos máximos estabelecidos nos incisos I e II. § 2º – O órgão ambiental competente poderá estabelecer prazos de validade específicos para a Licença de Operação (LO) de empreendimentos ou atividades que, por sua natureza e peculiaridades, estejam sujeitos a encerramento ou modificação em prazos inferiores. § 3º – Na renovação da Licença de Operação (LO) de uma atividade ou empreendimento, o órgão ambiental competente poderá, mediante decisão motivada, aumentar ou diminuir o seu prazo de validade, após avaliação do desempenho ambiental da atividade ou empreendimento no período de vigência anterior, respeitados os limites estabelecidos no inciso III. § 4º – A renovação da Licença de Operação (LO) de uma atividade ou empreendimento deverá ser requerida com antecedência mínima de 120 (cento e vinte) dias da expiração de seu prazo de validade, fixado na respectiva licença, ficando este automaticamente prorrogado até a manifestação definitiva do órgão ambiental competente (BRASIL, 1997, p. 648). Lembrete Cada tipo de licença deve ser reavaliado e seus prazos devem ser verificados nos órgãos ambientais competentes. A licença de operação deverá ser requerida cento e vinte dias antes da expiração do seu prazo de validade. 6.3 Etapas e competências do Licenciamento Ambiental 6.3.1 Etapas do procedimento de Licenciamento Ambiental O procedimento de Licenciamento Ambiental segundo a Resolução Conama nº 237/97, art.10°, obedecerá às seguintes etapas: I – Definição pelo órgão ambiental competente, com a participação do empreendedor, dos documentos, projetos e estudos ambientais, necessários ao início do processo de licenciamento correspondente à licença a ser requerida. II – Requerimento da Licença Ambiental pelo empreendedor, acompanhado dos documentos, projetos e estudos ambientais pertinentes, dando-se a devida publicidade. 84 GA M B - Re vi sã o: C rs tin a - Di ag ra m aç ão : F ab io - 0 4/ 08 /2 01 5 Unidade II III – Análise pelo órgão ambiental competente, integrante do Sisnama, dos documentos, projetos e estudos ambientais apresentados e a realização de vistorias técnicas, quando necessárias. IV – Solicitação de esclarecimentos e complementações pelo órgão ambiental competente, integrante do Sisnama, uma única vez, em decorrência da análise dos documentos, projetos e estudos ambientais apresentados, quando couber, podendo haver a reiteração da mesma solicitação caso os esclarecimentos e complementações não tenham sido satisfatórios. V – Audiência pública, quando couber, de acordo com a regulamentação pertinente. VI – Solicitação de esclarecimentos e complementações pelo órgão ambiental competente, decorrentes de audiências públicas, quando couber, podendo haver reiteração da solicitação quando os esclarecimentos e complementações não tenham sido satisfatórios. VII – Emissão de parecer técnico conclusivo e, quando couber, parecer jurídico. VIII – Deferimento ou indeferimento do pedido de licença, dando-se a devida publicidade. 6.3.2 Competências do Licenciamento Ambiental O licenciamento e a revisão de atividades efetiva ou potencialmente poluidoras é um dos instrumentos de controle da Política Nacional do Meio Ambiente, previsto no inciso IV, do artigo 9º, da Lei nº 6.938/81. Como já mencionado anteriormente, o Licenciamento Ambiental é obrigatório desde 1981 e é importante ressaltar que a Lei nº 6.938/81 já passou por várias alterações, mas a redação do inciso IV, do artigo 9º, permanece na forma original (BRASIL, 1981). O artigo 10 da Lei nº 6.938/81, na sua versão original, estabelecia que: A construção, instalação, ampliação e funcionamento de estabelecimentos e atividades utilizadoras de recursos ambientais, considerados efetiva ou potencialmente poluidores, bem como os capazes, sob qualquer forma, de causar degradação ambiental, dependerão de prévio licenciamento por órgão estadual competente, integrante do Sisnama, sem prejuízo de outras licenças exigíveis (BRASIL, 1981). Essa redação foi alterada pela Lei nº 7.804/89, que estabeleceu que: A construção, instalação, ampliação e funcionamento de estabelecimentos e atividades utilizadoras de recursos ambientais, considerados efetiva e 85 GA M B - Re vi sã o: C rs tin a - Di ag ra m aç ão : F ab io - 0 4/ 08 /2 01 5 AVALIAÇÃO DE IMPACTOS AMBIENTAIS E GERENCIAMENTO DE RISCOS potencialmente poluidores, bem como os capazes, sob qualquer forma, de causar degradação ambiental, dependerão de prévio licenciamento de órgão estadual competente, integrante do Sisnama, e do Ibama, em caráter supletivo, sem prejuízo de outras licenças exigíveis. Caberá exclusivamente ao Poder Executivo Federal, ouvidos os Governos Estadual e Municipal interessados, o licenciamento relativo a polos petroquímicos e cloroquímicos, bem como a instalações nucleares e outras definidas em lei. Compete ao Ibama o licenciamentode atividades e obras com significativo impacto ambiental, de âmbito nacional ou regional (BRASIL, 1989b). Até a metade dos anos 1990 não havia legislação que admitia estender a competência do Licenciamento Ambiental para a esfera municipal. Em 1997, definiu-se a repartição das competências para o Licenciamento Ambiental, estendendo a competência até a esfera municipal, por meio da Resolução Conama nº 237/97, que considerou que era preciso revisar o sistema de Licenciamento Ambiental e incorporar a ele os instrumentos de gestão ambiental, visando ao desenvolvimento sustentável e à melhoria contínua (BRASIL, 1997; GUSMÃO; MARTINI JR., 2009). Atualmente, de acordo com a Resolução Conama nº 237/97, art. 4°, compete ao Ibama o Licenciamento Ambiental de empreendimentos e atividades com significativo impacto ambiental de âmbito nacional ou regional, a saber: I – localizadas ou desenvolvidas conjuntamente no Brasil e em país limítrofe; no mar territorial; na plataforma continental; na zona econômica exclusiva; em terras indígenas ou em unidades de conservação do domínio da União. II – localizadas ou desenvolvidas em dois ou mais estados; III – cujos impactos ambientais diretos ultrapassem os limites territoriais do País ou de um ou mais estados. IV – destinados a pesquisar, lavrar, produzir, beneficiar, transportar, armazenar e dispor material radioativo, em qualquer estágio, ou que utilizem energia nuclear em qualquer de suas formas e aplicações, mediante parecer da Comissão Nacional de Energia Nuclear – CNEN. V – bases ou empreendimentos militares quando couber, observada a legislação específica. § 1º – [...] fará o licenciamento de que trata este artigo após considerar o exame técnico procedido pelos órgãos ambientais dos estados e municípios em que se localizar a atividade ou empreendimento, bem como, quando couber, o parecer dos demais órgãos competentes da União, dos estados, do Distrito Federal e dos municípios, envolvidos no procedimento de licenciamento. 86 GA M B - Re vi sã o: C rs tin a - Di ag ra m aç ão : F ab io - 0 4/ 08 /2 01 5 Unidade II § 2º - [...] ressalvada sua competência supletiva, poderá delegar aos estados o licenciamento de atividade com significativo impacto ambiental de âmbito regional, uniformizando, quando possível, as exigências (BRASIL, 1997). De acordo com o art. 5° da Resolução Conama nº 237/97, o Licenciamento Ambiental dos empreendimentos e das atividades citadas a seguir competem ao órgão ambiental estadual ou do Distrito Federal: I – localizados ou desenvolvidos em mais de um município ou em Unidades de Conservação de domínio estadual ou do Distrito Federal. II – localizados ou desenvolvidos nas florestas e demais formas de vegetação natural de preservação permanente relacionadas no artigo 2º, da Lei nº 4.771, de 15 de setembro de 1965, e em todas as que assim forem consideradas por normas federais, estaduais ou municipais. III – cujos impactos ambientais diretos ultrapassem os limites territoriais de um ou mais municípios. IV – delegados pela União aos Estados ou ao Distrito Federal, por instrumento legal ou convênio. Parágrafo único. O órgão ambiental estadual ou do Distrito Federal fará o licenciamento de que trata este artigo após considerar o exame técnico procedido pelos órgãos ambientais dos municípios em que se localizar a atividade ou empreendimento, bem como, quando couber, o parecer dos demais órgãos competentes da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, envolvidos no procedimento de licenciamento (BRASIL, 1997). Segundo a Resolução Conama nº 237/97, art. 6°, compete ao: “órgão ambiental municipal, [...] quando couber, o Licenciamento Ambiental de empreendimentos e atividades de impacto ambiental local e daquelas que lhe forem delegadas pelo Estado por instrumento legal ou convênio” (BRASIL, 1997). A partir de 1997, caminhou-se no sentido da descentralização do Licenciamento Ambiental e determinou-se que cada atividade ou empreendimento seja licenciado em um único nível de competência, mediante a participação de convênios com municípios que possuam órgão ambiental competente, ou não estejam devidamente estruturados e equipados (BRASIL, 1997). Pode ser objeto de convênio a ser celebrado com os municípios e estados o Licenciamento Ambiental de atividades cujo impacto ambiental seja restrito aos seus limites territoriais e classificados como pequeno potencial poluidor. Poderá o estado, mediante a celebração de convênios próprios, transferir ao município as atividades referentes ao procedimento de Licenciamento Ambiental e a respectiva fiscalização dos empreendimentos e atividades cujos impactos ambientais locais sejam diretos. Contudo, a exigência para realização do Licenciamento 87 GA M B - Re vi sã o: C rs tin a - Di ag ra m aç ão : F ab io - 0 4/ 08 /2 01 5 AVALIAÇÃO DE IMPACTOS AMBIENTAIS E GERENCIAMENTO DE RISCOS Ambiental municipal é a de que o município possua corpo técnico especializado, integrante do seu quadro funcional, para realizar a fiscalização e o Licenciamento e que possua legislação própria, disciplinando o Licenciamento Ambiental municipal e as sanções administrativas pelo seu descumprimento (GUSMÃO; MARTINI JR., 2009). Desse modo, as atividades licenciadas no município são aquelas com impacto ambiental direto, capazes de causar comprometimento aos meios físicos e biológicos do município, desde que não ultrapassem seus limites territoriais e sejam classificadas como pequeno potencial poluidor, salvo os empreendimentos e atividades sujeitos à elaboração de Estudos de Impactos Ambientais e Relatórios de Impactos do Meio Ambiente. É importante ressaltar que a celebração de convênio não desobriga o estado do exercício do poder de polícia ambiental, quando caracterizada a omissão ou incapacidade do município no desempenho da atividade de licenciamento e fiscalização, não impedindo a adoção, pelo estado, de medidas urgentes necessárias a evitar ou minorar danos ambientais (GUSMÃO; MARTINI JR., 2009). Saiba mais A leitura da Resolução Conama nº 237/97 propicia uma inter-relação com os conteúdos da unidade: BRASIL. Resolução Conama nº 237, de 19 de dezembro de 1997. Dispõe sobre a revisão e complementação dos procedimentos e critérios utilizados para o licenciamento ambiental. Brasília, 1997. Disponível em: <http:// www.mma.gov.br/port/conama/legiabre.cfm?codlegi=237>. Acesso em: 6 jul. 2015. 6.4 Tipos de empreendimentos que precisam de licença ambiental O quadro a seguir cita todas as atividades ou empreendimentos que estão sujeitos ao Licenciamento Ambiental. Quadro 7 – Atividades ou empreendimentos sujeitos ao Licenciamento Ambiental, de acordo com a Resolução Conama nº 237/97 Tipo Modalidade Extração e tratamento de minerais - pesquisa mineral com guia de utilização; - lavra a céu aberto, inclusive de aluvião, com ou sem beneficiamento; - lavra subterrânea, com ou sem beneficiamento; - lavra garimpeira; - perfuração de poços e produção de petróleo e gás natural. 88 GA M B - Re vi sã o: C rs tin a - Di ag ra m aç ão : F ab io - 0 4/ 08 /2 01 5 Unidade II Indústria de produtos minerais não metálicos -beneficiamento de minerais não metálicos, não associados à extração; - fabricação e elaboração de produtos minerais não metálicos tais como: produção de material cerâmico, cimento, gesso, amianto e vidro, entre outros. Indústria metalúrgica - fabricação de aço e de produtos siderúrgicos; - produção de fundidos de ferro e aço/forjados/arames/relaminados, com ou sem tratamento de superfície, inclusive galvanoplastia; - metalurgia dos metais não-ferrosos,em formas primárias e secundárias, inclusive ouro; - produção de laminados/ligas/artefatos de metais não-ferrosos com ou sem tratamento de superfície, inclusive galvanoplastia; - relaminação de metais não-ferrosos, inclusive ligas; - produção de soldas e anodos; - metalurgia de metais preciosos; - metalurgia do pó, inclusive peças moldadas; - fabricação de estruturas metálicas com ou sem tratamento de superfície, inclusive galvanoplastia; - fabricação de artefatos de ferro/aço e de metais não-ferrosos, com ou sem tratamento de superfície, inclusive galvanoplastia; - têmpera e cementação de aço, recozimento de arames, tratamento de superfície. Indústria mecânica - fabricação de máquinas, aparelhos, peças, utensílios e acessórios com e sem tratamento térmico e/ou de superfície. Indústria de material elétrico, eletrônico e comunicações - fabricação de pilhas, baterias e outros acumuladores; - fabricação de material elétrico, eletrônico e equipamentos para telecomunicação e informática; - fabricação de aparelhos elétricos e eletrodomésticos. Indústria de material de transporte - fabricação de pilhas, baterias e outros acumuladores; - fabricação de material elétrico, eletrônico e equipamentos para telecomunicação e informática; - fabricação de aparelhos elétricos e eletrodomésticos; - fabricação e montagem de veículos rodoviários e ferroviários, peças e acessórios; - fabricação e montagem de aeronaves; - fabricação e reparo de embarcações e estruturas flutuantes. Indústria de madeira - serraria e desdobramento de madeira; - preservação de madeira; - fabricação de chapas, placas de madeira aglomerada, prensada e compensada; - fabricação de estruturas de madeira e de móveis. Indústria de papel e celulose - fabricação de celulose e pasta mecânica; - fabricação de papel e papelão; - fabricação de artefatos de papel, papelão, cartolina, cartão e fibra prensada. Indústria de borracha - beneficiamento de borracha natural; - fabricação de câmara de ar e fabricação e recondicionamento de pneumáticos; - fabricação de laminados e fios de borracha; - fabricação de espuma de borracha e de artefatos de espuma de borracha, inclusive látex. Indústria de couros e peles - secagem e salga de couros e peles; - curtimento e outras preparações de couros e peles; - fabricação de artefatos diversos de couros e peles; - fabricação de cola animal. 89 GA M B - Re vi sã o: C rs tin a - Di ag ra m aç ão : F ab io - 0 4/ 08 /2 01 5 AVALIAÇÃO DE IMPACTOS AMBIENTAIS E GERENCIAMENTO DE RISCOS Indústria química - produção de substâncias e fabricação de produtos químicos; - fabricação de produtos derivados do processamento de petróleo, de rochas betuminosas e da madeira; - fabricação de combustíveis não derivados de petróleo; - produção de óleos/gorduras/ceras vegetais-animais/óleos essenciais vegetais e outros produtos da destilação da madeira; - fabricação de resinas, de fibras e fios tanto artificiais como sintéticos e de borracha e látex sintéticos; - fabricação de pólvora/explosivos/detonantes/munição para caça-desporto, fósforo de segurança e artigos pirotécnicos; - recuperação e refino de solventes, óleos minerais, vegetais e animais; - fabricação de concentrados aromáticos naturais, artificiais e sintéticos; - fabricação de preparados para limpeza e polimento, desinfetantes, inseticidas, germicidas e fungicidas; - fabricação de tintas, esmaltes, lacas, vernizes, impermeabilizantes, solventes e secantes; - fabricação de fertilizantes e agroquímicos; - fabricação de produtos farmacêuticos e veterinários; - fabricação de sabões, detergentes e velas; - fabricação de perfumarias e cosméticos; - produção de álcool etílico, metanol e similares. Indústria de produtos de matéria plástica - fabricação de laminados plásticos; - fabricação de artefatos de material plástico. Indústria têxtil, de vestuário, calçados e artefatos de tecidos - beneficiamento de fibras têxteis, vegetais, de origem animal e sintéticos; - fabricação e acabamento de fios e tecidos; - tingimento, estamparia e outros acabamentos em peças do vestuário e artigos diversos de tecidos; - fabricação de calçados e componentes para calçados. Indústria de produtos alimentares e bebidas - beneficiamento, moagem, torrefação e fabricação de produtos alimentares; - matadouros, abatedouros, frigoríficos, charqueadas e derivados de origem animal; - fabricação de conservas; - preparação de pescados e fabricação de conservas de pescados; - preparação, beneficiamento e industrialização de leite e derivados; - fabricação e refinação de açúcar; - refino/preparação de óleo e gorduras vegetais; - produção de manteiga, cacau, gorduras de origem animal para alimentação; - fabricação de fermentos e leveduras; - fabricação de rações balanceadas e de alimentos preparados para animais; - fabricação de vinhos e vinagre; - fabricação de cervejas, chopes e maltes; - fabricação de bebidas não alcoólicas, bem como engarrafamento e gaseificação de águas minerais; - fabricação de bebidas alcoólicas. Indústria de fumo - fabricação de cigarros/charutos/cigarrilhas e outras atividades de beneficiamento do fumo. 90 GA M B - Re vi sã o: C rs tin a - Di ag ra m aç ão : F ab io - 0 4/ 08 /2 01 5 Unidade II Indústrias diversas - usinas de produção de concreto; - usinas de asfalto; - serviços de galvanoplastia. Obras civis - usinas de produção de concreto; - usinas de asfalto; - serviços de galvanoplastia; - rodovias, ferrovias, hidrovias, metropolitanos; - barragens e diques; - canais para drenagem; - retificação de curso de água; - abertura de barras, embocaduras e canais; - transposição de bacias hidrográficas; - outras obras de arte. Serviços de utilidade - produção de energia termoelétrica; - transmissão de energia elétrica; - estações de tratamento de água; - interceptores, emissários, estação elevatória e tratamento de esgoto sanitário; - tratamento e destinação de resíduos industriais (líquidos e sólidos); - tratamento/disposição de resíduos especiais tais como: agroquímicos e suas embalagens usadas e serviço de saúde, entre outros; - tratamento e destinação de resíduos sólidos urbanos, inclusive aqueles provenientes de fossas; - dragagem e derrocamentos em corpos d’água; - recuperação de áreas contaminadas ou degradadas. Transporte, terminais e depósitos - transporte de cargas perigosas; - transporte por dutos; - marinas, portos e aeroportos; - terminais de minério, petróleo e derivados e produtos químicos; - depósitos de produtos químicos e produtos perigosos. Turismo - complexos turísticos e de lazer, inclusive parques temáticos e autódromos. Atividades diversas - parcelamento do solo; - distrito e polo industrial. Atividades agropecuárias - projeto agrícola; - criação de animais; - projetos de assentamentos e de colonização. Uso de recursos naturais - silvicultura; - exploração econômica da madeira ou lenha e subprodutos florestais; - atividade de manejo de fauna exótica e criadouro de fauna silvestre; - utilização do patrimônio genético natural; - manejo de recursos aquáticos vivos; - introdução de espécies exóticas e/ou geneticamente modificadas; - uso da diversidade biológica pela biotecnologia. Adaptado de: Brasil (1997). 91 GA M B - Re vi sã o: C rs tin a - Di ag ra m aç ão : F ab io - 0 4/ 08 /2 01 5 AVALIAÇÃO DE IMPACTOS AMBIENTAIS E GERENCIAMENTO DE RISCOS 6.5 Licenciamento Ambiental Simplificado O artigo 12, § 1º, da Resolução Conamanº 237/97 prevê a possibilidade de estabelecer procedimentos específicos para o Licenciamento Ambiental Simplificado para atividades com potencial de causar pequeno impacto ambiental. O órgão ambiental competente definirá, se necessário, procedimentos específicos para as licenças ambientais, observadas a natureza, características e peculiaridades da atividade ou empreendimento e, ainda, a compatibilização do processo de licenciamento com as etapas de planejamento, implantação e operação. Poderão ser estabelecidos procedimentos simplificados para as atividades e empreendimentos de pequeno potencial de impacto ambiental que deverão ser aprovados pelos respectivos Conselhos Estaduais de Meio Ambiente (BRASIL, 1997). 6.5.1 Licenciamento Ambiental Simplificado para empreendimentos elétricos com pequeno potencial de impacto ambiental A Resolução Conama nº 279/01, de 27 de junho de 2001, determinou os procedimentos e os prazos, em qualquer nível de competência, para o Licenciamento Ambiental Simplificado de empreendimentos elétricos com pequeno potencial de impacto ambiental. Considerando os Princípios da Eficiência, da Publicidade, da Participação e da Precaução, e fundamentando-se nos termos do artigo 12, § 1º, da Resolução nº 237/97, que prevê a possibilidade de estabelecer procedimentos específicos para o Licenciamento Ambiental Simplificado para atividades com potencial de causar pequeno impacto ambiental, o Conama considerou a necessidade de estabelecer procedimento simplificado para o Licenciamento Ambiental – com prazo máximo de sessenta dias de tramitação – dos empreendimentos com impacto ambiental de pequeno porte, necessário ao incremento da oferta de energia elétrica no País, bem como às complexidades de avaliação dos efeitos sobre o meio ambiente decorrentes da implantação de projetos de energia elétrica (BRASIL, 2001b). Existem algumas situações citadas na Resolução Conama nº 279/01 consideradas restrições, quanto ao licenciamento ambiental simplificado, previstas em leis e regulamentos, tais como as Unidades de Conservação de uso indireto, as terras indígenas, as questões de saúde pública, as regiões onde se encontram espécies ameaçadas de extinção, os sítios de ocorrência de patrimônio histórico e arqueológico, entre outras. Nesses casos há necessidade de cumprimento das exigências que regulamentam outras atividades correlatas com o processo de licenciamento ambiental (BRASIL, 2001b). O art. 1° da Resolução Conama nº 279/01 estabelece prazos e procedimentos que se aplicam, em qualquer nível de competência, ao Licenciamento Ambiental Simplificado de empreendimentos elétricos com pequeno potencial de impacto ambiental. Entre eles encontram-se: I – Usinas hidrelétricas e sistemas associados. II – Usinas termelétricas e sistemas associados. III – Sistemas de transmissão de energia elétrica (linhas de transmissão e subestações). IV – Usinas eólicas e outras fontes alternativas de energia. 92 GA M B - Re vi sã o: C rs tin a - Di ag ra m aç ão : F ab io - 0 4/ 08 /2 01 5 Unidade II Parágrafo único. Para fins de aplicação desta Resolução, os sistemas associados serão analisados conjuntamente aos empreendimentos principais (BRASIL, 2001b). A Resolução Conama nº 279/01 criou o Relatório Ambiental Simplificado (RAS), que se constitui no estudo relativo aos aspectos ambientais relacionados a localização, instalação, operação e ampliação de uma atividade ou empreendimento, apresentados como subsídio para a concessão da Licença Prévia requerida, que conterá, dentre outras, as informações relativas ao diagnóstico ambiental da região de inserção do empreendimento, sua caracterização, a identificação dos impactos ambientais e das medidas de controle, de mitigação e de compensação (BRASIL, 2001b; GUSMÃO, 2008). 6.5.2 Licenciamento Ambiental Simplificado para sistemas de esgotamento sanitário A Resolução Conama nº 377/06, de 9 de outubro de 2006, criou o Licenciamento Ambiental Simplificado para sistemas de esgotamento sanitário. Considerando a atual situação dos recursos hídricos no País, cuja carga poluidora é, em grande parte, proveniente de lançamento de esgotos domésticos sem prévio tratamento, e levando em conta que obras de saneamento estão diretamente vinculadas à saúde pública, ao caráter mitigador da atividade de tratamento de esgotos sanitários e à necessidade de integrar os procedimentos dos instrumentos da Lei nº 6.938/81 (que instituiu a Política Nacional de Meio Ambiente) e da Lei nº 9.433/97 (que instituiu a Política Nacional de Recursos Hídricos), o Conama, no uso das suas competências e fundamentado nos termos do artigo 12, § 1º, da Resolução nº 237/97, editou a Resolução nº 377/06, que dispôs sobre o Licenciamento Ambiental Simplificado para sistemas de esgotamento sanitário (BRASIL, 2006b). A Resolução Conama nº 377/06 estabeleceu que estão sujeitas a Procedimentos Simplificados de Licenciamento Ambiental as unidades de transporte e de tratamento de esgoto sanitário, separadas ou conjuntamente, de pequeno e médio porte. Os Procedimentos Simplificados não se aplicam aos empreendimentos situados em áreas declaradas pelo órgão competente como ambientalmente sensíveis. A Resolução Conama nº 377/06 definiu as unidades de transporte e de transferência de esgotos, de pequeno e de médio porte. As unidades de coleta, transporte e tratamento de esgoto sanitário foram chamadas de sistemas de esgotamento sanitário (BRASIL, 2006b). Os órgãos ambientais definirão os critérios para o enquadramento de sistemas de esgotamento sanitário de pequeno e médio porte, de acordo com os parâmetros de vazão nominal ou população atendida. O Ato Administrativo Único que autoriza a implantação e a operação do empreendimento foi chamado de Licença Ambiental Única de Instalação e Operação – LIO. O estado que desejar legislar concorrentemente poderá criar um Ato Administrativo Equivalente, com outra denominação (GUSMÃO; MARTINI JR., 2009). O prazo para a emissão da LIO ou do Ato Administrativo Equivalente será de no máximo de trinta dias a partir da data do protocolo de recebimento do pedido. Os empreendimentos que se encontrarem em processo de Licenciamento Ambiental na data da publicação da Resolução Conama nº 377/06 e que atenderem aos requisitos nela previstos poderão ser enquadrados como Licenciamento Ambiental Simplificado, desde que requerido pelo empreendedor. Antes do início da operação, poderão ser realizados testes pré-operacionais, mediante ciência do órgão ambiental competente (BRASIL, 2006b). 93 GA M B - Re vi sã o: C rs tin a - Di ag ra m aç ão : F ab io - 0 4/ 08 /2 01 5 AVALIAÇÃO DE IMPACTOS AMBIENTAIS E GERENCIAMENTO DE RISCOS 7 TENDÊNCIAS DO LICENCIAMENTO AMBIENTAL Segundo Gusmão e Martini Jr. (2009), a evolução do procedimento de licenciamento deverá ser no sentido da criação de uma nova etapa no seu processo, referente à preocupação da sociedade em relação aos passivos ambientais deixados após o encerramento de atividades produtivas com potencial de causar impacto ambiental. Essa nova etapa deverá criar procedimentos, definir responsabilidades e estabelecer sanções administrativas para assegurar que o encerramento de atividades de significativo impacto ambiental seja efetuado, de forma a evitar o abandono de instalações, equipamentos, substâncias e produtos perigosos e minimizar os riscos ao ambiente, em particular, à saúde da população. Os estados brasileiros, usando a competência concorrente que têm para legislar no vazio ou na ausência de lei federal sob o tema, poderão criar uma lei tornando obrigatório o requerimento do Termo de Encerramento para aquelas empresas potencialmente poluidoras que encerrarem suas atividades produtivas. As Juntas Comerciais dos estadose os Registros Civis das Pessoas Jurídicas não poderão arquivar ou registrar documentos relativos à dissolução ou extinção de pessoas jurídicas ou firmas individuais que não apresentarem o Termo de Encerramento, que será objeto de uma lei específica. O Termo de Encerramento das atividades de significativo impacto ambiental somente será expedido mediante a apresentação e aprovação de um relatório de avaliação da situação ambiental, realizado por profissionais devidamente habilitados e registrados nos respectivos Conselhos de Classe, constando informações importantes sugeridas por Gusmão e Martini Jr. (2009): • Destinação ambientalmente correta e em conformidade com a legislação aplicável à respectiva atividade de todos os resíduos gerados. • Remoção e destinação de todas as instalações e equipamentos, superficiais ou subterrâneos, substâncias e produtos perigosos em conformidade com a legislação aplicável à respectiva atividade. • Reparação de todos os danos eventualmente causados ao ambiente pela atividade. • Quitação de todas as multas ambientais lavradas pelos órgãos ambientais estaduais, inscritas ou não em dívida ativa, inclusive aquelas em cobrança judicial. • Avaliação da contaminação do solo, das águas superficiais e subterrâneas. 8 GERENCIAMENTO DE RISCOS AMBIENTAIS Na conclusão dos trabalhos de Avaliação de Impactos Ambientais (AIA) o parecer final é atribuído por meio do Relatório de Impacto Ambiental (Rima). Neste momento é preciso analisar os resultados e se ainda há como minimizar os riscos ambientais. Portanto, os resultados serão analisados e suas causas verificadas; e a partir desta etapa, serão decididas as direções a serem seguidas, ou seja, o deferimento com a aprovação do empreendimento, ou a necessidade de melhoramento, ou o total indeferimento dos 94 GA M B - Re vi sã o: C rs tin a - Di ag ra m aç ão : F ab io - 0 4/ 08 /2 01 5 Unidade II empreendimentos ou atividades potencialmente poluidoras. Deste modo, o gerenciamento de riscos é cada vez mais importante dentro da gestão ambiental, e o aspecto desse processo gera muitas discussões entre os participantes dos sistemas decisórios governamentais, empresariais e comunitários (SILVA, 2007). 8.1 Conceito de risco A partir da Idade Média, com o desenvolvimento da civilização ocidental, sugiram vários significados para o termo “risco”: a expressão rozik, que na língua persa significa destino; a palavra latina resecum, que pode significar perigo, do grego rhiza, cujo significado é penhasco contribui para a origem da palavra (SILVA, 2007). De acordo com Bernstein (1997) “a palavra ‘risco’ é derivada do italiano antigo risicare, que significa ousar”. Surge o conflito entre os significados dos termos “risco” e “perigo”, que são expressões derivadas; no entanto, há distinções conceituais para o estudo. Considera-se que perigo é uma situação ou condição potencialmente capaz de acarretar algum tipo de perda, dano ou prejuízo indesejável ambiental, material ou humano. E considera-se que risco é a probabilidade de ocorrência dos efeitos (danos, perdas ou prejuízos) advindos da consumação de um perigo (SOUZA JR., 2008; SÁNCHEZ, 2010). O conceito de risco e a noção de incerteza estão intimamente relacionados, por isso o risco sempre está ligado à sensação de ameaça, sempre tem-se a sensação que algo indesejável e danoso possa ocorrer com determinada probabilidade. Já o perigo é uma ameaça por si só, uma característica intrínseca a uma substância (natural ou sintética), um artefato ou uma instalação – por exemplo, uma refinaria de petróleo, um aterro sanitário de que recebem rejeitos tóxicos, são atividades que podem causar um dano ambiental (SILVA, 2007). Lembrete Perigo é circunstância potencialmente capaz de acarretar algum tipo de perda, dano ou prejuízo ambiental, material ou humano. Risco expressa a probabilidade esperada de ocorrência dos efeitos (danos, perdas ou prejuízos) ocorridos da consumação de um perigo. Entre as fontes potencialmente geradoras de riscos, há uma preocupação especial com as substâncias químicas perigosas, definidas na Convenção sobre a Prevenção de Acidentes Industriais Maiores nº 174, da Conferência Geral da Organização Internacional do Trabalho (OIT), em Genebra, em 2 de junho de 1993, como “toda substância ou mistura que, em razão de suas propriedades químicas, físicas ou toxicológicas, seja só ou em combinação com outras, represente um perigo”. Para as substâncias químicas perigosas, estabeleceu-se uma classificação internacional de periculosidade, evitando que as substâncias sejam confundidas por causa da semelhança de nomenclatura (SÁNCHEZ, 2010). 95 GA M B - Re vi sã o: C rs tin a - Di ag ra m aç ão : F ab io - 0 4/ 08 /2 01 5 AVALIAÇÃO DE IMPACTOS AMBIENTAIS E GERENCIAMENTO DE RISCOS Portanto, o risco é a contextualização de uma ocorrência de perigo ou da possibilidade de um evento indesejável ocorrer. Então se esta substância perigosa não estiver devidamente identificada e seu condicionamento estiver em um recipiente mal vedado, ela representa um risco maior do que se estivesse corretamente identificada e armazenada em recipiente adequado. Cabe ressaltar que seu manuseio também deve ser realizado por pessoas capacitadas, ou seja, que conheçam sua periculosidade e os procedimentos de segurança. Assim, o risco, como é definido pela Society for Risk Anslysis, é o potencial de ocorrência de resultados adversos indesejáveis para a saúde, ambiente e bens materiais (SÁNCHEZ, 2010). Segundo Souza Jr. (2008), o risco (R) pode ser definido de modo mais formal como a frequência (F) de ocorrência de um determinado evento pela magnitude das consequências (C) ou: R = F x C A frequência pode ser expressa em: eventos/ano; ocorrência/mês; acidentes/ano. A consequência pode ser expressa em: fatalidades/evento; lesões/acidente; R$/evento; dias perdidos/ acidente. O risco pode ser expresso em: fatalidades/ano; R$/ano, dias perdidos/mês. Exemplo de aplicação Se em uma estrada ocorrem em média 100 acidentes por ano: F = 100 acidentes/ano Se ocorrer em média 1 morte a cada 10 acidentes: C = 1/10 = 0,1 morte/acidente R = F x C O risco social médio nesta estrada é: Rsoc = 100 X 0,1 = 10 mortes/ano Se transitarem nesta estrada 100.000 pessoas por ano, o risco individual é: Rind= 10/100.000 = 10 -4/ano Utilizando-se essa expressão, torna-se possível calcular matematicamente diversos riscos e comparar situações de risco. Convenciona-se risco como a quantidade anual de perda de vidas humanas associada a determinada atividade, dada pelo produto do número de mortes por acidente pelo número 96 GA M B - Re vi sã o: C rs tin a - Di ag ra m aç ão : F ab io - 0 4/ 08 /2 01 5 Unidade II de acidentes por ano. E se define como risco individual a razão entre o risco social e o número de habitantes/população da zona em estudo (SÁNCHEZ, 2010). 8.2 Avaliação de riscos ambientais A avaliação de riscos é uma atividade correspondente à avaliação de impacto ambiental, mas se desenvolve em contextos separados por equipes profissionais e disciplinares distintas (ANDREWS, 1988) e, de acordo com Carpenter (1995) e Kates (1978), frequentemente é realizada nas seguintes etapas: • identificação dos perigos; • análise das consequências e estimativa dos riscos; • avaliação dos riscos; • gerenciamento dos riscos. O cálculo do risco é uma tentativa de estimar matematicamente as possibilidades de um evento e a magnitude de suas consequências. A avaliação de risco é a aplicação de um ajuizamento de valor para debater a importância dos riscos e suas consequências sociais, econômicas e ambientais (GRIMAet al., 1986). Já o gerenciamento dos riscos, conforme Sánchez (2010, p. 321), [...] é um termo que, para muitos autores, engloba o conjunto de atividades de identificação, estimação, comunicação e avaliação de riscos, associado à avaliação de alternativas de minimização dos riscos e suas consequências. Identificação dos eventos acidentais Cálculo do risco R=(FxC) Considerar medidas de redução de risco Cálculo das frequências de ocorrência Cálculo das consequências Risco é aceitável? Gerenciamento de risco Figura 19 – Processo de análise de risco 97 GA M B - Re vi sã o: C rs tin a - Di ag ra m aç ão : F ab io - 0 4/ 08 /2 01 5 AVALIAÇÃO DE IMPACTOS AMBIENTAIS E GERENCIAMENTO DE RISCOS Se o risco é uma conjugação da possibilidade de ocorrer uma falha com a magnitude das consequências, logo o gerenciamento de riscos deve agir sobre esses dois pontos. As medidas preventivas de acidentes devem estar associadas à localização do empreendimento. Observação Salvaguardas são ações ou medidas que visam evitar a consumação dos perigos. 8.2.1 Metodologias e técnicas empregadas para análise de risco 8.2.1.1 Análise Preliminar de Perigo (APP) Análise Preliminar de Perigo (APP) visa encontrar situações em que haja possibilidade de ocorrência de falhas na instalação ou na unidade estudada, devido a perigos a que esteja exposta. Para cada perigo, sejam falhas humanas ou de equipamentos, busca-se determinar as causas e os efeitos das ocorrências. Além disso, procede-se a uma estimativa qualitativa preliminar do risco associado a cada sequência de eventos, a partir da estimativa da frequência e da severidade em que se enquadram. Esses resultados são expostos em planilhas (modelo a seguir), representados pelos perigos, os eventos causais, suas consequências e as categorias de severidade para cada um dos componentes, materiais ou sistema em análise (SILVA, 2007; SOUZA JR., 2008; SÁNCHEZ, 2010). Quadro 8 – Modelo de planilha para Análise Preliminar de Perigo (APP) Análise Preliminar de Perigo (APP) Folha n° Unidade: Sistema: Perigo Causas Efeitos Frequência Severidade Risco Comentários/recomendações Adaptado de: Souza Jr. (2008). 98 GA M B - Re vi sã o: C rs tin a - Di ag ra m aç ão : F ab io - 0 4/ 08 /2 01 5 Unidade II Para a avaliação preliminar de perigo, utilizam-se as seguintes categorias: Quadro 9 – Categorias de frequência dos eventos acidentais Categoria Denominação Definição A Muito provável Evento com mais de uma ocorrência esperada ao longo da vida útil da instalação. B Provável Evento com pelo menos uma ocorrência esperada ao longo da vida útil da instalação. C Pouco provável Evento com baixa probabilidade de ocorrência, não esperada ao longo da vida útil da instalação. D Remota Evento com muito baixa probabilidade de ocorrência ao longo de vida útil da instalação. Adaptado de: Souza Jr. (2008). Quadro 10 – Categorias de severidade dos eventos acidentais Categoria Denominação Definição I Baixa - Danos insignificantes a funcionários ou ao público externo. - Dano ambiental leve, imediatamente recuperável sem intervenção. I I Moderada - Lesões leves em funcionários ou público externo. - Danos localizados ao meio ambiente, com rápida recuperação. I I I Séria - Lesões sérias em funcionários ou público externo. - Danos localizados ao meio ambiente, com lenta recuperação. IV Crítica - Mortes ou lesões graves em funcionários ou público externo. - Danos extensos ao meio ambiente. Adaptado de: Souza Jr. (2008). Quadro 11 – Matriz para classificação de risco dos eventos acidentais Severidade I – Baixa II – Moderada III – Séria IV – Crítica Fr eq uê nc ia A – Muito provável Risco moderado Risco sério Risco crítico Risco crítico B – Provável Risco baixo Risco moderado Risco sério Risco crítico C – Pouco provável Risco baixo Risco baixo Risco moderado Risco sério D – Remota Risco baixo Risco baixo Risco baixo Risco moderado Adaptado de: Souza Jr. (2008). 99 GA M B - Re vi sã o: C rs tin a - Di ag ra m aç ão : F ab io - 0 4/ 08 /2 01 5 AVALIAÇÃO DE IMPACTOS AMBIENTAIS E GERENCIAMENTO DE RISCOS 8.2.1.2 Análise de Perigos e Operabilidade ou Método de Hazard Operability Analysis (HazOp) O Método de Hazard Operability Analysis (HazOp) é muito utilizado, principalmente por sua característica de simulação e previsibilidade, pois ele permite identificar os perigos advindos de problemas ou disfunções operacionais. Baseia-se na análise de cada segmento do processo, visando à determinação de causas e consequências dos possíveis desvios das condições normais de operação. Com a HazOp, verifica-se a instalação – com a finalidade de identificar perigo ou possíveis problemas operacionais – por meio de um conjunto de palavras-guia que enfocam as irregularidades dos parâmetros estabelecidos para o processo ou operação em análise. Os resultados, apesar de somente qualitativos, permitem um conhecimento minucioso e sistemático do processo e, principalmente, dos seus desvios operacionais (FREEDMAN, 2003; SOUZA JR., 2008). Quadro 12 – Modelo de planilha para Análise de Perigos e Operabilidade (HazOp) Análise de Perigos e Operabilidade (HazOp) Folha n° Unidade: Sistema: Localização do nó: Desvio Causas Consequências Comentários/recomendações Adaptado de: Souza Jr. (2008). 100 GA M B - Re vi sã o: C rs tin a - Di ag ra m aç ão : F ab io - 0 4/ 08 /2 01 5 Unidade II Quadro 13 – Conjunto de parâmetros, palavras-guia e desvios Parâmetros Palavras–guia Desvios Fluxo Nenhum Menos Mais Reverso Também Outro Nenhum fluxo Menos fluxo Mais fluxo Fluxo reverso Fluxo contaminado Fluxo distinto Pressão MenosMais Pressão baixa Pressão alta Temperatura MenosMais Temperatura baixa Temperatura alta Nível MenosMais Nível baixo Nível alto Tempo MenosMais Adiantamento Atraso Adaptado de: Souza Jr. (2008). 8.2.1.3 Análise de Modos e Efeitos de Falhas (FMEA) Esse método identifica falhas hipotéticas de um equipamento ou componente e faz a relação de cada falha com seus respectivos efeitos (SÁNCHEZ, 2010). Portanto, essa técnica tem como objetivo a avaliação dos modos pelos quais um determinado equipamento ou componente pode falhar e dos efeitos que essas falhas ocasionam no sistema (SOUZA JR., 2008). Cada modo de falha de cada equipamento ou componente é considerado como uma ocorrência independente, sem relação com outros eventos, exceto seus próprios efeitos sobre o sistema. Pode ser usado para estimar a criticalidade de cada modo de falha da frequência e da severidade esperada de ocorrência (SOUZA JR., 2008). Cada falha pode ter várias causas, e nesse método o que importa é o modo da falha. Por exemplo, em uma válvula de fechamento manual podem ocorrer os seguintes modos de falhas: para abrir, quando requisitada; para fechar, quando requisitada; emperrada; ajustada de modo errado para menos ou para mais; ruptura do corpo da válvula. Se houver uma dessas falhas, ocorrerá vazamento de líquido inflamável, e um efeito é o incêndio. Essa é uma técnica indutiva (SÁNCHEZ, 2010). Quadro 14 – Modelo de planilha para Análise de Modos e Efeitos de Falhas (FMEA) Análise de Modos e Efeitos de Falhas (FMEA) Folha n° Unidade: Sistema: Componente Modo de falha Efeito Comentários/recomendações Adaptado de: Souza Jr. (2008). 101 GA M B - Re vi sã o: C rs tin a - Di ag ra m aç ão : F ab io - 0 4/ 08 /2 01 5 AVALIAÇÃO DE IMPACTOS AMBIENTAIS E GERENCIAMENTODE RISCOS 8.2.1.4 Árvore de Falhas Essa é uma técnica dedutiva de análise que identifica as falhas básicas que podem levar à ocorrência de um evento acidental específico, denominado de evento de topo, que é resultante da combinação de vários eventos. Para esse objetivo emprega-se um modelo gráfico que ilustra as sequências acidentais, por meio de operadores booleanos que utilizam portões lógicos do tipo e/ou. A Árvore de Falhas também pode ser usada para gerar uma lista das possíveis combinações de falhas que conduzem ao evento acidental específico ou evento de topo, por exemplo, um sistema de alimentação de água pode falhar por falta de água no reservatório ou por falha no sistema de bombeamento; este, por sua vez, pode falhar em cada uma das bombas (SOUZA JR., 2008; SÁNCHEZ, 2010). O método permite análise qualitativa e quantitativa, atribuindo-se probabilidade de ocorrência a cada evento, determinando a taxa de falha de cada componente do sistema. E também pode determinar as falhas mais críticas para os sistemas, através das combinações dos eventos com maior probabilidade de causar a uma ocorrência indesejável (SOUZA JR., 2008; SÁNCHEZ, 2010). Eventos Evento de topo Evento intermediário Evento ou causa básica Portões lógicos E OU Figura 20 – Simbologia 102 GA M B - Re vi sã o: C rs tin a - Di ag ra m aç ão : F ab io - 0 4/ 08 /2 01 5 Unidade II Evento de topo Evento intermediárioCausa básica 1 Causa básica 2 Causa básica 3 Causa básica 4 Figura 21 – Exemplo de Árvore de Falhas 8.2.1.5 Análise de Árvore de Eventos É uma técnica de análise indutiva que tem por objetivo a identificação de falhas, a partir de um evento iniciador, por meio de diagramas que descrevem a sequência de eventos que conduzem a uma determinada condição final necessária para que ocorra um acidente. Cada sequência é determinada por apenas duas condições: de sucesso ou falha na atuação de dispositivos de segurança ou da presença ou não de determinada circunstância. Cada ramo da árvore representa uma associação específica de eventos que conduzem a uma determinada condição final (SOUZA JR., 2008; SÁNCHEZ, 2010). Liberação de gás natural Válvula de bloqueio automática Ignição imediata Ignição retardada Dispersão sem danos Incêndio em nuvem Jato de fogo Interrupção da liberação Figura 22 – Exemplo de Árvore de Eventos 8.2.1.6 Análise de Causas e Consequências Este método utiliza-se de diagramas de causas e consequências e segue uma sequência de passos: 1) identificação dos fatores que possuem características que possam causar acidentes; 2) elaboração de uma Árvore de Eventos; 3) preparação de uma Árvore de Falhas; 4) determinação de medidas mitigadoras de eventos acidentais (SÁNCHEZ, 2010). 103 GA M B - Re vi sã o: C rs tin a - Di ag ra m aç ão : F ab io - 0 4/ 08 /2 01 5 AVALIAÇÃO DE IMPACTOS AMBIENTAIS E GERENCIAMENTO DE RISCOS 8.2.1.7 Análise de Vulnerabilidade e Consequências Essa técnica tem como objetivo estimar os danos causados pela ocorrência dos cenários acidentais postulados, com base na determinação das áreas atingidas pelos seus efeitos físicos. A caracterização dos cenários acidentais leva em conta o tipo de substância envolvida, as condições físicas (pressão, temperatura etc.), o tipo e a forma de liberação e os efeitos físicos esperados. A determinação das áreas vulneráveis é feita com o uso de modelos matemáticos que calculam o alcance de determinados níveis de intensidade dos efeitos físicos ou toxicológicos resultantes do acidente (liberação tóxica, incêndio ou explosão) (SOUZA JR., 2008). 8.3 Avaliação de riscos tecnológicos – indústrias químicas Os riscos são aferidos por meio de perspectivas técnicas capazes de prever prováveis danos à saúde humana ou aos ecossistemas, medir eventos geradores desses danos em função do espaço e do tempo e empregar frequências relativas (observadas ou modeladas) como uma forma de especificar probabilidade. A norma técnica normativa é clara: para os danos que sejam percebidos como impactos negativos (pelo menos para a maioria significativa do grupo social ou de toda a sociedade), as avaliações de perspectiva técnica poderão ser empregadas para revelar, modificar ou evitar as causas que levaram aos impactos negativos. Essas avaliações também poderão ser utilizadas para diminuir consequências desses impactos negativos quando as causas ainda forem desconhecidas, afastadas da possibilidade de influência humana ou excessivamente complexas para serem alteradas. Desse modo, sua importância para a sociedade se deve à possibilidade de aceitar os riscos, mediante a sua redução quando possível, à mitigação das consequências, ao estabelecimento de padrões para o aperfeiçoamento da confiabilidade e à segurança dos sistemas tecnológicos (PORTO; FREITAS, 1997; SILVA, 2007). As análises que utilizam as perspectivas técnicas são as seguintes: - Enfoque atuarial: permite uma resposta direta às questões sobre a conceituação de incerteza, o escopo dos efeitos negativos e o grau por meio do qual o conhecimento humano reflete a realidade. Nessa abordagem, os eventos danosos são agrupados em um sistema no qual se permite sua observação e sua mensuração por métodos científicos adequados. Um exemplo pode ser a previsão de fatalidades provocadas por acidentes com veículos motorizados em um determinado ano, a partir de estatísticas de acidentes similares. - Enfoque de avalição de riscos à saúde humana ou aos ecossistemas: é semelhante ao enfoque anterior, diferindo dele no método de cálculo da possibilidade dos efeitos indesejáveis. Aqui, as relações causais devem ser exploradas e modeladas de modo explícito. Baseando-se em conhecimento de natureza toxicológica (experimentos com animais) ou em estudos epidemiológicos (comparação entre populações expostas e não expostas a um agente de risco), os pesquisadores tentam identificar e quantificar a relação entre humanos ou outros organismos vivos expostos. 104 GA M B - Re vi sã o: C rs tin a - Di ag ra m aç ão : F ab io - 0 4/ 08 /2 01 5 Unidade II - Enfoque probabilístico: procura prever a probabilidade de falhas em sistemas tecnológicos complexos, mesmo na ausência de dados suficientes para descrever o sistema como um todo. Utilizando métodos para cada componente do sistema, são sistematicamente estimadas e, então, ligadas à estrutura completa do mesmo sistema. Todas as probabilidades de tais árvores lógicas são sintetizadas de modo a modelar a taxa global de falhas do sistema (SILVA, 2007, p. 796). As discussões mais levantadas no campo da avaliação dos riscos ambientais são relativas a questões relacionadas aos sistemas tecnológicos de alta complexidade, como é o caso das indústrias químico- industriais, devido ao seu alto risco para a saúde e o meio ambiente (PERROW, 1984; WYNNE, 1987; FREITAS, 1996). A partir da Segunda Guerra Mundial, os processos químico-industriais sofreram automatização e complexificação de suas condições operacionais mais severas (pressão e temperatura), o que possibilitou o desenvolvimento tecnológico por meio do uso de novos materiais e substâncias químicas perigosas. Isso se deveu, principalmente, à concorrência proveniente do capitalismo e resultou no aumento da escala das plantas industriais (MARSHALL, 1987), provocando a expansão mundial da capacidade de produção, armazenamento, transporte, uso e destinação final dos resíduos das substâncias químicas (PORTO; FREITAS, 1997; SILVA, 2007). Isso vem contribuindo ainda mais para a vulnerabilidade das sociedades contemporâneas aos riscos químicos, seja através de emissões contínuascomo nos casos da Baía de Minamata no Japão e de Cubatão no Brasil, seja através dos desastres industriais como Seveso (Itália), Bhopal (Índia) e Vila Socó (Brasil). Nesse cenário, principalmente nos países industrializados, trabalhadores, moradores e grupos ambientalistas têm-se organizado e cobrado posições mais rigorosas de controle e transformação social, em processos eventualmente fragmentados pela diversidade de interesses conflitantes e pela dificuldade de serem estabelecidas visões aglutinadoras das causas dos problemas e estratégias de ação para o controle e mitigação (PORTO; FREITAS, 1997, p. 61). Lembrete A indústria química/petroquímica contribuiu fortemente para o aumento do potencial de gravidade dos acidentes, principalmente a partir da década de 1960. As condições operacionais tornaram-se mais severas, com maior acúmulo de energia nos processos, que ficaram cada vez mais complexos. Novos materiais e substâncias perigosas passaram a ser utilizadas como matérias-primas ou geradas como produtos, subprodutos ou resíduos. Como resultado, apesar do aprimoramento tecnológico e do desenvolvimento do gerenciamento de risco, o mundo assistiu à ocorrência de grandes acidentes, alguns com consequências catastróficas. 105 GA M B - Re vi sã o: C rs tin a - Di ag ra m aç ão : F ab io - 0 4/ 08 /2 01 5 AVALIAÇÃO DE IMPACTOS AMBIENTAIS E GERENCIAMENTO DE RISCOS 8.3.1 Prevenção e mitigação no gerenciamento dos produtos químicos perigosos O ciclo de produção dos produtos químicos perigosos tem várias etapas: a extração da matéria-prima; o processo de industrialização; o armazenamento; o transporte por rodovias, hidrovias, dutovias, ferrovias, vias aéreas etc.; o uso domiciliar ou industrial; e a destinação final desses usos, que vêm contribuindo para o crescimento das concentrações de substâncias químicas normalmente inexistentes em ambientes não industrializados (PORTO; FREITAS, 1997; SILVA, 2007). Para a prevenção de acidentes, principalmente nas instalações industriais, durante o gerenciamento de riscos devem ser observados os seguintes itens: 1) a disponibilidade e atualização da documentação técnica; 2) os procedimentos operacionais de rotina segundo as normas técnicas; 3) o sistema de inspeção e manutenção; 4) a análise de risco; 5) o gerenciamento de modificações, que sempre devem ser autorizadas e registradas; 6) os procedimentos para realização de serviços não rotineiros; 7) o registro e a investigação de acidentes e quase acidentes; 8) a capacitação e o treinamento de pessoal; 9) a contratação de terceiros, que pode ser causa de acidentes; 10) o planejamento de emergências para redução das consequências caso ocorra um acidente (SOUZA JR., 2008). O planejamento de emergência visa à segurança dos trabalhadores e da comunidade que reside próximo às áreas de risco e do ecossistema. Esse planejamento é denominado de Plano de Ação de Emergência (PAE) e sua elaboração é específica para cada tipo de cenário e suas variáveis intervenientes na ação de mitigar os possíveis impactos negativos. Esses planos seguem as regras de funcionamento dos sistemas operacionais, da análise dos cenários existentes e da simulação de eventos e consequências futuras nos demais cenários possíveis. Além disso, consideram o comportamento de seres humanos em situações estressantes, independentemente da situação (SILVA, 2007). Na realidade, existe aqui uma impropriedade no que diz respeito à ênfase que se deu anteriormente à necessidade da correspondência biunívoca entre termo e conceito. Não é a questão do produto químico perigoso em si que deverá ser objeto de preocupação, mas seu manuseio. Produtos químicos perigosos podem ser produzidos, armazenados e transportados em segurança, independentemente de sua periculosidade. O que importa para nós será o cenário do qual tais produtos participarão (SILVA, 2007, p. 797). A prevenção inicia-se no planejamento e projeto da planta da industrialização, com a avaliação dos riscos ambientais, por meio da aplicação das metodologias citadas anteriormente, de acordo com o tipo e a complexidade ambiental. A avaliação dos riscos ambientais está associada ao processo de Licenciamento Ambiental e será coordenada pelo órgão ambiental responsável pelo controle ambiental na área de projetos (SILVA, 2007; BARBOSA, 2014). 106 GA M B - Re vi sã o: C rs tin a - Di ag ra m aç ão : F ab io - 0 4/ 08 /2 01 5 Unidade II Saiba mais O livro a seguir pode propiciar uma inter-relação com os conteúdos da unidade: BARBOSA, R. P. Avaliação de risco e impacto ambiental. São Paulo: Érica, 2014. Quanto ao transporte, com o objetivo de prevenir a ocorrência de acidentes com produtos químicos perigosos e aperfeiçoar o sistema de elaboração e resposta a emergências químicas no País, foi criado, em 3 de junho de 2004, o Plano Nacional de Prevenção, Preparação e Resposta Rápida a Emergências Ambientais com Produtos Químicos Perigosos (P2R2), por meio do Decreto do Presidente da República n° 5.098/2004, considerando o art. 5º da Lei nº 6.938, de 31 de agosto de 1981, sobre a Política Nacional de Meio Ambiente, que determina que as diretrizes da referida política sejam elaboradas sob a forma de normas e planos. O decreto mencionado é destinado a orientar a ação no que se relaciona à preservação da qualidade ambiental e manutenção do equilíbrio ecológico (BRASIL, 2004). Art. 1o Fica criado o Plano Nacional de Prevenção, Preparação e Resposta Rápida a Emergências Ambientais com Produtos Químicos Perigosos – P2R2 –, com o objetivo de prevenir a ocorrência de acidentes com produtos químicos perigosos e aprimorar o sistema de preparação e resposta a emergências químicas no País. Parágrafo único. O P2R2 será constituído de ações, atividades e projetos a serem formulados e executados de forma participativa e integrada pelos governos federal, distrital, estaduais e municipais e pela sociedade civil, e observará os princípios, diretrizes estratégicas e a organização definidos neste Decreto. Art. 2o São princípios orientadores do P2R2, aqueles reconhecidos como princípios gerais do direito ambiental brasileiro, tais como: I – princípio da informação; II – princípio da participação; III – princípio da prevenção; IV – princípio da precaução; V – princípio da reparação; e VI – princípio do poluidor-pagador. Art. 3o São diretrizes estratégicas do P2R2: 107 GA M B - Re vi sã o: C rs tin a - Di ag ra m aç ão : F ab io - 0 4/ 08 /2 01 5 AVALIAÇÃO DE IMPACTOS AMBIENTAIS E GERENCIAMENTO DE RISCOS I – elaboração e constante atualização de planejamento preventivo que evite a ocorrência de acidentes com produtos químicos perigosos; II – identificação dos aspectos legais e organizacionais pertinentes a tais ocorrências; III – criação e operação de estrutura organizacional adequada ao cumprimento das metas e dos objetivos estabelecidos no P2R2; IV – estímulo à adoção de soluções inovadoras que assegurem a plena integração de esforços entre o poder público e a sociedade civil, especialmente no âmbito dos estados e municípios; V – definição das responsabilidades respectivas do poder público e dos setores privados em casos de acidentes com produtos químicos perigosos, e dos compromissos a serem assumidos pelas partes de proteger o meio ambiente e a saúde da população; VI – desenvolvimento e implementação de sistemas de geração e compilação de informações essenciais à execução eficaz do P2R2, integrando as ações de controle (licenciamento e fiscalização) e de atendimento a emergências, com as atividades de produção, armazenamento, transporte e manipulação de produtos químicos perigosos, bem
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