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Avaliação de Impactos Ambientais e Gerenciamento de Riscos - Livro-Texto - Unidade II

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Unidade II
Unidade II
5 LICENCIAMENTO AMBIENTAL
5.1 Aspectos gerais e legislação pertinente ao Licenciamento Ambiental
O Licenciamento Ambiental são os estudos ambientais exigidos de atividades que utilizem recursos 
naturais ou que sejam potencialmente capazes de causar degradação ambiental no seu processo 
produtivo; ele é necessário para a obtenção da autorização governamental de funcionamento. Essa 
autorização é conhecida como Licença Ambiental, um dos instrumentos mais importantes da política 
pública ambiental que, principalmente por ter caráter preventivo, evita a ocorrência de danos ambientais 
(SÁNCHEZ, 2010).
O Licenciamento Ambiental teve início em alguns estados brasileiros na década de 1970 e foi 
incorporado à legislação federal como um dos instrumentos da Política Nacional do Meio Ambiente 
(BRASIL, 1981).
 Lembrete
A Política Nacional do Meio Ambiente (PNMA), Lei n° 6.938, de 31 
de agosto de 1981, art. 9°, institui o Licenciamento Ambiental como 
instrumentos de controle.
Em 1986, surgiu a Resolução Conama n° 1/86, que iniciou no Brasil o Princípio da Anterioridade na 
área ambiental. E, partir dessa data, todo empreendimento com potencial de causar um significativo 
impacto ambiental na sua implantação era obrigado a realizar e apresentar ao órgão ambiental um 
Estudo Prévio de Impacto Ambiental dentro do seu procedimento de Licenciamento Ambiental. Esse 
valioso mecanismo de proteção ambiental foi composto por um estudo e por um relatório. O estudo mais 
complexo e detalhado foi chamado de Estudo de Impacto Ambiental (EIA) e o relatório, que compacta 
as informações do estudo numa linguagem de entendimento mais simples, foi denominado de Relatório 
de Impacto ao Meio Ambiente (Rima). Portanto, o EIA e o Rima passaram a ser instrumentos eficazes e 
modernos em termos ambientais (BRASIL, 1986).
No ano seguinte, surgiu a Resolução Conama nº 9, em dezembro de 1987, que iniciou o Princípio da 
Participação na área ambiental, com a criação de uma ferramenta denominada de Audiência Pública. A 
partir daí, todo empreendimento com potencial de causar significativo impacto e, portanto, obrigado 
a elaborar um EIA/Rima, teria de realizar uma Audiência Pública, caso fosse solicitada pela sociedade 
(BRASIL, 1987).
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AVALIAÇÃO DE IMPACTOS AMBIENTAIS E GERENCIAMENTO DE RISCOS
A atual Constituição da República Federativa Brasileira, de 1988, dedicou o artigo 225 ao Meio 
Ambiente, estendendo a todos o direito ao meio ambiente ecologicamente equilibrado, impondo ao 
Poder Público e à coletividade o dever de defendê-lo e preservá-lo para as futuras gerações. Há, em seu 
título VIII – da Ordem Social –, no capítulo VI, art. 225, normas direcionais da problemática ambiental 
que dão as diretrizes de preservação e proteção dos recursos naturais, incluindo a fauna e flora, bem 
como, entre outras medidas, normas de promoção da educação ambiental, definindo o meio ambiente 
como bem de uso comum do povo (BRASIL, 1988a).
Art. 225. Todos têm direito ao meio ambiente ecologicamente equilibrado, bem de uso 
comum do povo e essencial à sadia qualidade de vida, impondo-se ao Poder Público e à 
coletividade o dever de defendê-lo e preservá-lo para as presentes e futuras gerações.
§ 1º – Para assegurar a efetividade desse direito, incumbe ao Poder Público:
I – preservar e restaurar os processos ecológicos essenciais e prover o manejo ecológico 
das espécies e ecossistemas;
II – preservar a diversidade e a integridade do patrimônio genético do País e fiscalizar as 
entidades dedicadas à pesquisa e à manipulação de material genético;
III – definir, em todas as unidades da Federação, espaços territoriais e seus componentes 
a serem especialmente protegidos, sendo a alteração e a supressão permitidas somente 
através de lei, vedada qualquer utilização que comprometa a integridade dos atributos que 
justifiquem sua proteção;
IV – exigir, na forma da lei, para instalação de obra ou atividade potencialmente causadora 
de significativa degradação do meio ambiente, estudo prévio de impacto ambiental, a que 
se dará publicidade;
V – controlar a produção, a comercialização e o emprego de técnicas, métodos e 
substâncias que comportem risco para a vida, a qualidade de vida e o meio ambiente;
VI – promover a educação ambiental em todos os níveis de ensino e a conscientização 
pública para a preservação do meio ambiente;
VII – proteger a fauna e a flora, vedadas, na forma da lei, as práticas que coloquem em 
risco sua função ecológica, provoquem a extinção de espécies ou submetam os animais à 
crueldade.
[...]
§ 2º – Aquele que explorar recursos minerais fica obrigado a recuperar o meio ambiente 
degradado, de acordo com solução técnica exigida pelo órgão público competente, na 
forma da lei.
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Unidade II
§ 3º – As condutas e atividades consideradas lesivas ao meio ambiente sujeitarão os 
infratores, pessoas físicas ou jurídicas, a sanções penais e administrativas, independentemente 
da obrigação de reparar os danos causados.
§ 4º – A Floresta Amazônica brasileira, a Mata Atlântica, a Serra do Mar, o Pantanal 
Mato-Grossense e a Zona Costeira são patrimônio nacional e sua utilização far-se-á, na 
forma da lei, dentro de condições que assegurem a preservação do meio ambiente, inclusive 
quanto ao uso dos recursos naturais.
§ 5º – São indisponíveis as terras devolutas ou arrecadadas pelos Estados, por ações 
discriminatórias, necessárias à proteção dos ecossistemas naturais.
§ 6º – As usinas que operem com reator nuclear deverão ter sua localização definida em 
lei federal, sem o que não poderão ser instaladas.
Fonte: Brasil (1988a).
Por meio da Lei nº 7.735, de 22 de fevereiro de 1989, foi criado o Instituto Brasileiro do Meio 
Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama), que se constitui numa entidade autárquica de 
regime especial, dotada de personalidade jurídica de direito público, vinculada ao Ministério do Meio 
Ambiente. O Ibama é o executor, em âmbito federal, das Políticas Nacionais de Meio Ambiente relativas 
à preservação, à conservação e ao uso sustentável dos recursos ambientais e sua fiscalização e controle. 
Ele apoia o Ministério do Meio Ambiente na execução das ações supletivas da União, de conformidade 
com a legislação em vigor e as diretrizes daquele Ministério (BRASIL, 1989c).
Em 12 de fevereiro de 1998 surgiu a Lei nº 9.605, que dispôs sobre as infrações e sanções penais 
derivadas de condutas e atividades lesivas ao meio ambiente. Inovou sobre a aplicação das sanções 
penais tanto para as pessoas físicas, como para as jurídicas no cometimento de crimes contra o meio 
ambiente (BRASIL, 1998b). Atualmente, o Decreto nº 6.514, de 22 de julho de 2008, estabelece as 
seguintes infrações e sanções administrativas:
Art. 3o As infrações administrativas são punidas com as seguintes sanções:
I – advertência;
II – multa simples;
III – multa diária;
IV – apreensão dos animais, produtos e subprodutos da fauna e flora e 
demais produtos e subprodutos objeto da infração, instrumentos, petrechos, 
equipamentos ou veículos de qualquer natureza utilizados na infração;
V – destruição ou inutilização do produto;
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VI – suspensão de venda e fabricação do produto;
VII – embargo deobra ou atividade e suas respectivas áreas;
VIII – demolição de obra;
IX – suspensão parcial ou total das atividades; e
X – restritiva de direitos (BRASIL, 2008).
Em 19 de dezembro de 1997, o Conama, em sua Resolução nº 237/97, dispôs sobre procedimentos 
e critérios utilizados para o licenciamento, considerando a necessidade de rever e complementar os 
procedimentos e critérios usados no Licenciamento Ambiental e visando ao seu melhor aproveitamento 
como instrumento de gestão ambiental, estabelecido pela Política Nacional do Meio Ambiente 
(BRASIL, 1997).
 Saiba mais
O livro a seguir pode propiciar uma inter-relação com os conteúdos da 
unidade:
PIRES, E. O.; TOZATO, H. C. Avaliação do impacto ambiental e 
licenciamento: gestão ambiental. São Paulo: Pearson Prentice Hall, 2010.
6 PROCESSO DE LICENCIAMENTO AMBIENTAL
O Licenciamento Ambiental é definido como procedimento administrativo pelo qual o 
órgão ambiental competente licencia a localização, a instalação, a ampliação e a operação de 
empreendimentos e atividades utilizadoras de recursos ambientais consideradas efetiva ou 
potencialmente poluidoras ou aquelas que, sob qualquer forma, possam causar degradação 
ambiental, considerando as disposições legais e regulamentares e as normas técnicas aplicáveis 
ao caso (BRASIL, 1997; GUSMÃO, 2008).
A Licença Ambiental é o ato administrativo pelo qual o órgão ambiental competente estabelece 
as condições, as restrições e as medidas de controle ambiental que deverão ser obedecidas pelo 
empreendedor, pessoa física ou jurídica, para localizar, instalar, ampliar e operar empreendimentos 
ou atividades utilizadoras dos recursos ambientais consideradas efetiva ou potencialmente 
poluidoras ou aquelas que, sob qualquer forma, possam causar degradação ambiental (BRASIL, 
1997; BARBOSA, 2014)
O sistema de Licenciamento Ambiental funciona como um processo de acompanhamento 
sistemático das consequências ambientais de uma atividade que se pretenda desenvolver. A partir 
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da etapa inicial, de seu planejamento, é preciso a emissão das três licenças e a verificação do 
cumprimento das restrições determinadas em cada uma delas, que condicionam a execução do 
projeto, as medidas de controle e as regras de operação. O processo inclui ainda as rotinas de 
acompanhamento de licença vinculadas à monitoração dos efeitos ambientais do empreendimento, 
componentes essenciais do sistema, além das normas técnicas e administrativas que o regulam 
(GUSMÃO, 2008; PIRES; TOZATO, 2010).
 Lembrete
O Licenciamento Ambiental é o procedimento administrativo pelo qual 
o órgão ambiental competente licencia atividades ou empreendimentos. 
E a Licença Ambiental é o ato administrativo pelo qual o órgão ambiental 
competente estabelece as condições, as restrições e as medidas de controle 
ambiental que deverão ser obedecidas pelo empreendedor.
Embora se aplique melhor aos novos empreendimentos, o Licenciamento Ambiental serve 
também para o controle e a correção dos danos causados por atividades poluidoras instaladas 
antes de sua instituição, que foi em 1981. Nesses casos, a legalidade é obtida pela concessão 
de Licenças de Operação ou de Licenças de Instalação para novos equipamentos de controle da 
poluição ou outros tipos de medidas corretivas, quando couberem. O Poder Público, no exercício 
de sua competência de controle, expedirá as seguintes licenças de acordo com Resolução Conama 
nº 237/97, art. 8°:
I – Licença Prévia (LP) – concedida na fase preliminar do planejamento do 
empreendimento ou atividade aprovando sua localização e concepção, 
atestando a viabilidade ambiental e estabelecendo os requisitos 
básicos e condicionantes a serem atendidos nas próximas fases de sua 
implementação.
II – Licença de Instalação (LI) – autoriza a instalação do empreendimento ou 
atividade de acordo com as especificações constantes dos planos, programas 
e projetos aprovados, incluindo as medidas de controle ambiental e demais 
condicionantes, da qual constituem motivo determinante.
III – Licença de Operação (LO) – autoriza a operação da atividade ou 
empreendimento, após a verificação do efetivo cumprimento do que 
consta das licenças anteriores, com as medidas de controle ambiental e 
condicionantes determinados para a operação.
Parágrafo único. As licenças ambientais poderão ser expedidas isolada 
ou sucessivamente, de acordo com a natureza, características e fase do 
empreendimento ou atividade (BRASIL, 1997, p. 646).
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6.1 Tipos de licenças segundo a Resolução Conama n° 237/97
6.1.1 Licença Prévia (LP)
A Licença Prévia (LP) deverá ser solicitada na fase preliminar do planejamento do 
empreendimento ou da atividade, na qual a localização ainda não está definida, para que o 
órgão ambiental possa analisar se está adequada. Para isso, exige-se o termo de anuência 
do município, justificando que o empreendimento está de acordo com o zoneamento urbano 
municipal. É concedida ao estabelecimento conforme o que está estabelecido no detalhamento 
do projeto e dos processos tecnológicos que serão desenvolvidos, além do conjunto de medidas 
e equipamentos de controle ambiental que serão utilizados. Portanto, a licença é concebida 
baseada nos documentos apresentadas pelo empreendedor, contendo os requisitos básicos e seus 
condicionantes a serem atendidos nas fases de localização, implantação e operação (BRASIL, 
1997; PIRES; TOZATO, 2010; SÁNCHEZ, 2010; BARBOSA, 2014). Assim, na emissão da LP são 
determinadas as exigências técnicas e ambientais que serão apresentadas na requisição da 
Licença de Instalação (PIRES; TOZATO, 2010).
6.1.2 Licença de Instalação (LI)
Uma vez concebida a LP, deve ser requerida a Licença de Instalação (LI), cuja permissão autoriza a 
implantação do empreendimento ou atividade de acordo com as especificações constantes no projeto 
executivo aprovado (BRASIL, 1997; SÁNCHEZ, 2010).
Nesta etapa, é necessária a apresentação de informações detalhadas sobre o projeto, os processos, 
as tecnologias utilizadas, incluindo as medidas de prevenção ambiental estabelecidas na fase anterior 
(BARBOSA, 2014). A LI define os parâmetros do projeto e os padrões de qualidade para concretização das 
obras que devem ser obedecidas para garantir que a instalação do empreendimento ou da atividade não 
cause impactos negativos além dos limites aceitáveis e estabelecidos na legislação ambiental estadual e 
federal (GUSMÃO, 2008; SÁNCHEZ, 2010).
6.1.3 Licença de Operação (LO)
A Licença de Operação (LO) é solicitada ao término da instalação do empreendimento ou da atividade 
e após a verificação da eficiência das medidas de controle ambiental e condicionantes determinadas 
para a operação (BRASIL, 1997). A LO autoriza o início do funcionamento da atividade licenciada e do 
funcionamento de seus equipamentos de controle de poluição, sendo obrigatória tanto para os novos 
empreendimentos quanto para aqueles instalados previamente à vigência do sistema. Nesses casos, é 
determinado um prazo para que o empreendimento ou a atividade possa ajustar-se às exigências legais 
e à implantação de dispositivos de controle ambientais apropriados (GUSMÃO, 2008; SÁNCHEZ, 2010; 
BARBOSA, 2014).
Desse modo, a LO estabelece todas as condições que o empreendimento deverá seguir durante o seu 
funcionamento; por exemplo, determinará os padrões de qualidade dos efluentes líquidos e gasosos, 
que deverão ser observados, bem como todos os critérios de controle ambiental a serem considerados. 
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Ela institui ainda o programa de monitoramento ambiental, definindo os parâmetros e a periodicidade 
das medições, cujos resultados são acompanhados pelo órgão ambiental licenciador (GUSMÃO, 2008; 
BARBOSA, 2014).
 Observação
De acordo com a Resolução Conama n° 237/90, art. 14°, o órgão 
ambiental competente poderá estabelecer prazos de análise diferenciados 
para cada modalidade de licença (LP, LI e LO) em razão das peculiaridades da 
atividade ou do empreendimento, assim como a formulação de exigências 
complementares.
6.2 Validade das licenças
O tempo de validade de cada licença pode variar, de acordo com as normas vigentes do Estado 
em que se localiza o empreendimento, o tipo de empreendimento e a situação ambiental da área, 
entretanto, sempre deverão ser obedecidos os limites máximos e mínimos que estão estabelecidos na 
Resolução Conama nº 237/97, art.18, incisos I, II e III:
I – O prazo de validade da Licença Prévia (LP) deverá ser, no mínimo, o 
estabelecido pelo cronograma de elaboração dos planos, programas e 
projetos relativos ao empreendimento ou atividade, não podendo ser 
superior a 5 (cinco) anos.
II – O prazo de validade da Licença de Instalação (LI) deverá ser, no mínimo, 
o estabelecido pelo cronograma de instalação do empreendimento ou 
atividade, não podendo ser superior a 6 (seis) anos.
III – O prazo de validade da Licença de Operação (LO) deverá considerar os 
planos de controle ambiental e será de, no mínimo, 4 (quatro) anos e, no 
máximo, 10 (dez) anos (BRASIL, 1997, p. 648).
De acordo com a Resolução Conama nº 237/97, a Licença Prévia e a Licença de Instalação 
podem ter seus prazos prorrogados, desde que não ultrapassem os prazos máximos definidos 
para Licença Prévia (de cinco anos) e para o Licença de Instalação (de seis anos), e compete 
ao órgão ambiental estabelecer prazos de validade específicos para a Licença de Operação de 
empreendimentos ou atividades que, por sua natureza e peculiaridades, estejam sujeitos a 
encerramento ou modificação em prazos inferiores. Para renovar a Licença de Operação (LO) de 
um empreendimento ou atividade, ela deverá ser requerida com antecedência mínima de cento 
e vinte dias da expiração de seu prazo de validade, fixado na respectiva licença, permanecendo 
ele automaticamente diferido até a manifestação decisiva do órgão ambiental competente, como 
descrito a seguir:
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§ 1º – A Licença Prévia (LP) e a Licença de Instalação (LI) poderão ter os 
prazos de validade prorrogados, desde que não ultrapassem os prazos 
máximos estabelecidos nos incisos I e II.
§ 2º – O órgão ambiental competente poderá estabelecer prazos de 
validade específicos para a Licença de Operação (LO) de empreendimentos 
ou atividades que, por sua natureza e peculiaridades, estejam sujeitos a 
encerramento ou modificação em prazos inferiores.
§ 3º – Na renovação da Licença de Operação (LO) de uma atividade ou 
empreendimento, o órgão ambiental competente poderá, mediante decisão 
motivada, aumentar ou diminuir o seu prazo de validade, após avaliação 
do desempenho ambiental da atividade ou empreendimento no período de 
vigência anterior, respeitados os limites estabelecidos no inciso III.
§ 4º – A renovação da Licença de Operação (LO) de uma atividade ou 
empreendimento deverá ser requerida com antecedência mínima de 120 
(cento e vinte) dias da expiração de seu prazo de validade, fixado na respectiva 
licença, ficando este automaticamente prorrogado até a manifestação 
definitiva do órgão ambiental competente (BRASIL, 1997, p. 648).
 Lembrete
Cada tipo de licença deve ser reavaliado e seus prazos devem ser 
verificados nos órgãos ambientais competentes. A licença de operação 
deverá ser requerida cento e vinte dias antes da expiração do seu prazo de 
validade.
6.3 Etapas e competências do Licenciamento Ambiental
6.3.1 Etapas do procedimento de Licenciamento Ambiental
O procedimento de Licenciamento Ambiental segundo a Resolução Conama nº 237/97, art.10°, 
obedecerá às seguintes etapas:
I – Definição pelo órgão ambiental competente, com a participação do 
empreendedor, dos documentos, projetos e estudos ambientais, necessários 
ao início do processo de licenciamento correspondente à licença a ser 
requerida.
II – Requerimento da Licença Ambiental pelo empreendedor, acompanhado 
dos documentos, projetos e estudos ambientais pertinentes, dando-se a 
devida publicidade.
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III – Análise pelo órgão ambiental competente, integrante do Sisnama, dos 
documentos, projetos e estudos ambientais apresentados e a realização de 
vistorias técnicas, quando necessárias.
IV – Solicitação de esclarecimentos e complementações pelo órgão ambiental 
competente, integrante do Sisnama, uma única vez, em decorrência da 
análise dos documentos, projetos e estudos ambientais apresentados, 
quando couber, podendo haver a reiteração da mesma solicitação caso os 
esclarecimentos e complementações não tenham sido satisfatórios.
V – Audiência pública, quando couber, de acordo com a regulamentação 
pertinente.
VI – Solicitação de esclarecimentos e complementações pelo órgão 
ambiental competente, decorrentes de audiências públicas, quando couber, 
podendo haver reiteração da solicitação quando os esclarecimentos e 
complementações não tenham sido satisfatórios.
VII – Emissão de parecer técnico conclusivo e, quando couber, parecer jurídico.
VIII – Deferimento ou indeferimento do pedido de licença, dando-se a 
devida publicidade.
6.3.2 Competências do Licenciamento Ambiental
O licenciamento e a revisão de atividades efetiva ou potencialmente poluidoras é um dos 
instrumentos de controle da Política Nacional do Meio Ambiente, previsto no inciso IV, do artigo 9º, da 
Lei nº 6.938/81. Como já mencionado anteriormente, o Licenciamento Ambiental é obrigatório desde 
1981 e é importante ressaltar que a Lei nº 6.938/81 já passou por várias alterações, mas a redação do 
inciso IV, do artigo 9º, permanece na forma original (BRASIL, 1981).
O artigo 10 da Lei nº 6.938/81, na sua versão original, estabelecia que:
A construção, instalação, ampliação e funcionamento de estabelecimentos 
e atividades utilizadoras de recursos ambientais, considerados efetiva ou 
potencialmente poluidores, bem como os capazes, sob qualquer forma, 
de causar degradação ambiental, dependerão de prévio licenciamento por 
órgão estadual competente, integrante do Sisnama, sem prejuízo de outras 
licenças exigíveis (BRASIL, 1981).
Essa redação foi alterada pela Lei nº 7.804/89, que estabeleceu que:
A construção, instalação, ampliação e funcionamento de estabelecimentos 
e atividades utilizadoras de recursos ambientais, considerados efetiva e 
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potencialmente poluidores, bem como os capazes, sob qualquer forma, 
de causar degradação ambiental, dependerão de prévio licenciamento de 
órgão estadual competente, integrante do Sisnama, e do Ibama, em caráter 
supletivo, sem prejuízo de outras licenças exigíveis. Caberá exclusivamente 
ao Poder Executivo Federal, ouvidos os Governos Estadual e Municipal 
interessados, o licenciamento relativo a polos petroquímicos e cloroquímicos, 
bem como a instalações nucleares e outras definidas em lei. Compete ao 
Ibama o licenciamentode atividades e obras com significativo impacto 
ambiental, de âmbito nacional ou regional (BRASIL, 1989b).
Até a metade dos anos 1990 não havia legislação que admitia estender a competência do 
Licenciamento Ambiental para a esfera municipal. Em 1997, definiu-se a repartição das competências para 
o Licenciamento Ambiental, estendendo a competência até a esfera municipal, por meio da Resolução 
Conama nº 237/97, que considerou que era preciso revisar o sistema de Licenciamento Ambiental e 
incorporar a ele os instrumentos de gestão ambiental, visando ao desenvolvimento sustentável e à 
melhoria contínua (BRASIL, 1997; GUSMÃO; MARTINI JR., 2009).
Atualmente, de acordo com a Resolução Conama nº 237/97, art. 4°, compete ao Ibama o Licenciamento 
Ambiental de empreendimentos e atividades com significativo impacto ambiental de âmbito nacional 
ou regional, a saber:
I – localizadas ou desenvolvidas conjuntamente no Brasil e em país limítrofe; 
no mar territorial; na plataforma continental; na zona econômica exclusiva; 
em terras indígenas ou em unidades de conservação do domínio da União.
II – localizadas ou desenvolvidas em dois ou mais estados;
III – cujos impactos ambientais diretos ultrapassem os limites territoriais do 
País ou de um ou mais estados.
IV – destinados a pesquisar, lavrar, produzir, beneficiar, transportar, armazenar 
e dispor material radioativo, em qualquer estágio, ou que utilizem energia 
nuclear em qualquer de suas formas e aplicações, mediante parecer da 
Comissão Nacional de Energia Nuclear – CNEN.
V – bases ou empreendimentos militares quando couber, observada a 
legislação específica.
§ 1º – [...] fará o licenciamento de que trata este artigo após considerar o 
exame técnico procedido pelos órgãos ambientais dos estados e municípios 
em que se localizar a atividade ou empreendimento, bem como, quando 
couber, o parecer dos demais órgãos competentes da União, dos estados, 
do Distrito Federal e dos municípios, envolvidos no procedimento de 
licenciamento.
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§ 2º - [...] ressalvada sua competência supletiva, poderá delegar aos estados 
o licenciamento de atividade com significativo impacto ambiental de âmbito 
regional, uniformizando, quando possível, as exigências (BRASIL, 1997).
De acordo com o art. 5° da Resolução Conama nº 237/97, o Licenciamento Ambiental dos 
empreendimentos e das atividades citadas a seguir competem ao órgão ambiental estadual ou do 
Distrito Federal:
I – localizados ou desenvolvidos em mais de um município ou em Unidades 
de Conservação de domínio estadual ou do Distrito Federal.
II – localizados ou desenvolvidos nas florestas e demais formas de vegetação 
natural de preservação permanente relacionadas no artigo 2º, da Lei nº 4.771, 
de 15 de setembro de 1965, e em todas as que assim forem consideradas por 
normas federais, estaduais ou municipais.
III – cujos impactos ambientais diretos ultrapassem os limites territoriais de 
um ou mais municípios.
IV – delegados pela União aos Estados ou ao Distrito Federal, por instrumento 
legal ou convênio.
Parágrafo único. O órgão ambiental estadual ou do Distrito Federal 
fará o licenciamento de que trata este artigo após considerar o exame 
técnico procedido pelos órgãos ambientais dos municípios em que se 
localizar a atividade ou empreendimento, bem como, quando couber, 
o parecer dos demais órgãos competentes da União, dos Estados, do 
Distrito Federal e dos Municípios, envolvidos no procedimento de 
licenciamento (BRASIL, 1997).
Segundo a Resolução Conama nº 237/97, art. 6°, compete ao: “órgão ambiental municipal, 
[...] quando couber, o Licenciamento Ambiental de empreendimentos e atividades de impacto 
ambiental local e daquelas que lhe forem delegadas pelo Estado por instrumento legal ou 
convênio” (BRASIL, 1997).
A partir de 1997, caminhou-se no sentido da descentralização do Licenciamento Ambiental e 
determinou-se que cada atividade ou empreendimento seja licenciado em um único nível de competência, 
mediante a participação de convênios com municípios que possuam órgão ambiental competente, ou 
não estejam devidamente estruturados e equipados (BRASIL, 1997). Pode ser objeto de convênio a ser 
celebrado com os municípios e estados o Licenciamento Ambiental de atividades cujo impacto ambiental 
seja restrito aos seus limites territoriais e classificados como pequeno potencial poluidor. Poderá o 
estado, mediante a celebração de convênios próprios, transferir ao município as atividades referentes ao 
procedimento de Licenciamento Ambiental e a respectiva fiscalização dos empreendimentos e atividades 
cujos impactos ambientais locais sejam diretos. Contudo, a exigência para realização do Licenciamento 
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Ambiental municipal é a de que o município possua corpo técnico especializado, integrante do seu quadro 
funcional, para realizar a fiscalização e o Licenciamento e que possua legislação própria, disciplinando o 
Licenciamento Ambiental municipal e as sanções administrativas pelo seu descumprimento (GUSMÃO; 
MARTINI JR., 2009).
Desse modo, as atividades licenciadas no município são aquelas com impacto ambiental direto, 
capazes de causar comprometimento aos meios físicos e biológicos do município, desde que não 
ultrapassem seus limites territoriais e sejam classificadas como pequeno potencial poluidor, salvo os 
empreendimentos e atividades sujeitos à elaboração de Estudos de Impactos Ambientais e Relatórios de 
Impactos do Meio Ambiente.
É importante ressaltar que a celebração de convênio não desobriga o estado do exercício do poder 
de polícia ambiental, quando caracterizada a omissão ou incapacidade do município no desempenho da 
atividade de licenciamento e fiscalização, não impedindo a adoção, pelo estado, de medidas urgentes 
necessárias a evitar ou minorar danos ambientais (GUSMÃO; MARTINI JR., 2009).
 Saiba mais
A leitura da Resolução Conama nº 237/97 propicia uma inter-relação 
com os conteúdos da unidade:
BRASIL. Resolução Conama nº 237, de 19 de dezembro de 1997. Dispõe 
sobre a revisão e complementação dos procedimentos e critérios utilizados 
para o licenciamento ambiental. Brasília, 1997. Disponível em: <http://
www.mma.gov.br/port/conama/legiabre.cfm?codlegi=237>. Acesso em: 6 
jul. 2015.
6.4 Tipos de empreendimentos que precisam de licença ambiental
O quadro a seguir cita todas as atividades ou empreendimentos que estão sujeitos ao Licenciamento 
Ambiental.
Quadro 7 – Atividades ou empreendimentos sujeitos ao Licenciamento Ambiental, 
de acordo com a Resolução Conama nº 237/97
Tipo Modalidade 
Extração e tratamento 
de minerais
- pesquisa mineral com guia de utilização;
- lavra a céu aberto, inclusive de aluvião, com ou sem beneficiamento;
- lavra subterrânea, com ou sem beneficiamento;
- lavra garimpeira;
- perfuração de poços e produção de petróleo e gás natural.
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Indústria de produtos 
minerais não metálicos
-beneficiamento de minerais não metálicos, não associados à extração;
- fabricação e elaboração de produtos minerais não metálicos tais como: produção de material 
cerâmico, cimento, gesso, amianto e vidro, entre outros.
Indústria metalúrgica
- fabricação de aço e de produtos siderúrgicos;
- produção de fundidos de ferro e aço/forjados/arames/relaminados, com ou sem tratamento de 
superfície, inclusive galvanoplastia;
- metalurgia dos metais não-ferrosos,em formas primárias e secundárias, inclusive ouro;
- produção de laminados/ligas/artefatos de metais não-ferrosos com ou sem tratamento de 
superfície, inclusive galvanoplastia;
- relaminação de metais não-ferrosos, inclusive ligas;
- produção de soldas e anodos;
- metalurgia de metais preciosos;
- metalurgia do pó, inclusive peças moldadas;
- fabricação de estruturas metálicas com ou sem tratamento de superfície, inclusive 
galvanoplastia;
- fabricação de artefatos de ferro/aço e de metais não-ferrosos, com ou sem tratamento de 
superfície, inclusive galvanoplastia;
- têmpera e cementação de aço, recozimento de arames, tratamento de superfície.
Indústria mecânica - fabricação de máquinas, aparelhos, peças, utensílios e acessórios com e sem tratamento térmico e/ou de superfície.
Indústria de material 
elétrico, eletrônico e 
comunicações
- fabricação de pilhas, baterias e outros acumuladores;
- fabricação de material elétrico, eletrônico e equipamentos para telecomunicação e informática;
- fabricação de aparelhos elétricos e eletrodomésticos.
Indústria de material 
de transporte
- fabricação de pilhas, baterias e outros acumuladores;
- fabricação de material elétrico, eletrônico e equipamentos para telecomunicação e informática;
- fabricação de aparelhos elétricos e eletrodomésticos;
- fabricação e montagem de veículos rodoviários e ferroviários, peças e acessórios;
- fabricação e montagem de aeronaves;
- fabricação e reparo de embarcações e estruturas flutuantes. 
Indústria de madeira
- serraria e desdobramento de madeira;
- preservação de madeira;
- fabricação de chapas, placas de madeira aglomerada, prensada e compensada;
- fabricação de estruturas de madeira e de móveis. 
Indústria de papel e 
celulose
- fabricação de celulose e pasta mecânica;
- fabricação de papel e papelão;
- fabricação de artefatos de papel, papelão, cartolina, cartão e fibra prensada.
Indústria de borracha
- beneficiamento de borracha natural;
- fabricação de câmara de ar e fabricação e recondicionamento de pneumáticos;
- fabricação de laminados e fios de borracha;
- fabricação de espuma de borracha e de artefatos de espuma de borracha, inclusive látex.
Indústria de couros e 
peles
- secagem e salga de couros e peles;
- curtimento e outras preparações de couros e peles;
- fabricação de artefatos diversos de couros e peles;
- fabricação de cola animal.
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Indústria química
- produção de substâncias e fabricação de produtos químicos;
- fabricação de produtos derivados do processamento de petróleo, de rochas betuminosas e da 
madeira;
- fabricação de combustíveis não derivados de petróleo;
- produção de óleos/gorduras/ceras vegetais-animais/óleos essenciais vegetais e outros produtos 
da destilação da madeira;
- fabricação de resinas, de fibras e fios tanto artificiais como sintéticos e de borracha e látex 
sintéticos;
- fabricação de pólvora/explosivos/detonantes/munição para caça-desporto, fósforo de segurança 
e artigos pirotécnicos;
- recuperação e refino de solventes, óleos minerais, vegetais e animais;
- fabricação de concentrados aromáticos naturais, artificiais e sintéticos;
- fabricação de preparados para limpeza e polimento, desinfetantes, inseticidas, germicidas e 
fungicidas;
- fabricação de tintas, esmaltes, lacas, vernizes, impermeabilizantes, solventes e secantes;
- fabricação de fertilizantes e agroquímicos;
- fabricação de produtos farmacêuticos e veterinários;
- fabricação de sabões, detergentes e velas;
- fabricação de perfumarias e cosméticos;
- produção de álcool etílico, metanol e similares.
Indústria de produtos 
de matéria plástica
- fabricação de laminados plásticos;
- fabricação de artefatos de material plástico.
Indústria têxtil, de 
vestuário, calçados e 
artefatos de tecidos
- beneficiamento de fibras têxteis, vegetais, de origem animal e sintéticos;
- fabricação e acabamento de fios e tecidos;
- tingimento, estamparia e outros acabamentos em peças do vestuário e artigos diversos de 
tecidos;
- fabricação de calçados e componentes para calçados.
Indústria de produtos 
alimentares e bebidas
- beneficiamento, moagem, torrefação e fabricação de produtos alimentares;
- matadouros, abatedouros, frigoríficos, charqueadas e derivados de origem animal;
- fabricação de conservas;
- preparação de pescados e fabricação de conservas de pescados;
- preparação, beneficiamento e industrialização de leite e derivados;
- fabricação e refinação de açúcar;
- refino/preparação de óleo e gorduras vegetais;
- produção de manteiga, cacau, gorduras de origem animal para alimentação;
- fabricação de fermentos e leveduras;
- fabricação de rações balanceadas e de alimentos preparados para animais;
- fabricação de vinhos e vinagre;
- fabricação de cervejas, chopes e maltes;
- fabricação de bebidas não alcoólicas, bem como engarrafamento e gaseificação de águas 
minerais;
- fabricação de bebidas alcoólicas.
Indústria de fumo - fabricação de cigarros/charutos/cigarrilhas e outras atividades de beneficiamento do fumo.
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Indústrias diversas
- usinas de produção de concreto;
- usinas de asfalto;
- serviços de galvanoplastia.
Obras civis
- usinas de produção de concreto;
- usinas de asfalto;
- serviços de galvanoplastia;
- rodovias, ferrovias, hidrovias, metropolitanos;
- barragens e diques;
- canais para drenagem;
- retificação de curso de água;
- abertura de barras, embocaduras e canais;
- transposição de bacias hidrográficas;
- outras obras de arte.
Serviços de utilidade
- produção de energia termoelétrica;
- transmissão de energia elétrica;
- estações de tratamento de água;
- interceptores, emissários, estação elevatória e tratamento de esgoto sanitário;
- tratamento e destinação de resíduos industriais (líquidos e sólidos);
- tratamento/disposição de resíduos especiais tais como: agroquímicos e suas embalagens usadas e 
serviço de saúde, entre outros;
- tratamento e destinação de resíduos sólidos urbanos, inclusive aqueles provenientes de fossas;
- dragagem e derrocamentos em corpos d’água;
- recuperação de áreas contaminadas ou degradadas.
Transporte, terminais e 
depósitos
- transporte de cargas perigosas;
- transporte por dutos;
- marinas, portos e aeroportos;
- terminais de minério, petróleo e derivados e produtos químicos;
- depósitos de produtos químicos e produtos perigosos. 
Turismo - complexos turísticos e de lazer, inclusive parques temáticos e autódromos. 
Atividades diversas
- parcelamento do solo;
- distrito e polo industrial.
Atividades 
agropecuárias
- projeto agrícola;
- criação de animais;
- projetos de assentamentos e de colonização. 
Uso de recursos 
naturais
- silvicultura;
- exploração econômica da madeira ou lenha e subprodutos florestais;
- atividade de manejo de fauna exótica e criadouro de fauna silvestre;
- utilização do patrimônio genético natural;
- manejo de recursos aquáticos vivos;
- introdução de espécies exóticas e/ou geneticamente modificadas;
- uso da diversidade biológica pela biotecnologia.
Adaptado de: Brasil (1997).
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6.5 Licenciamento Ambiental Simplificado
O artigo 12, § 1º, da Resolução Conamanº 237/97 prevê a possibilidade de estabelecer procedimentos 
específicos para o Licenciamento Ambiental Simplificado para atividades com potencial de causar 
pequeno impacto ambiental. O órgão ambiental competente definirá, se necessário, procedimentos 
específicos para as licenças ambientais, observadas a natureza, características e peculiaridades da 
atividade ou empreendimento e, ainda, a compatibilização do processo de licenciamento com as etapas 
de planejamento, implantação e operação. Poderão ser estabelecidos procedimentos simplificados 
para as atividades e empreendimentos de pequeno potencial de impacto ambiental que deverão ser 
aprovados pelos respectivos Conselhos Estaduais de Meio Ambiente (BRASIL, 1997).
6.5.1 Licenciamento Ambiental Simplificado para empreendimentos elétricos com 
pequeno potencial de impacto ambiental
A Resolução Conama nº 279/01, de 27 de junho de 2001, determinou os procedimentos e os prazos, 
em qualquer nível de competência, para o Licenciamento Ambiental Simplificado de empreendimentos 
elétricos com pequeno potencial de impacto ambiental. Considerando os Princípios da Eficiência, 
da Publicidade, da Participação e da Precaução, e fundamentando-se nos termos do artigo 12, § 1º, 
da Resolução nº 237/97, que prevê a possibilidade de estabelecer procedimentos específicos para o 
Licenciamento Ambiental Simplificado para atividades com potencial de causar pequeno impacto 
ambiental, o Conama considerou a necessidade de estabelecer procedimento simplificado para o 
Licenciamento Ambiental – com prazo máximo de sessenta dias de tramitação – dos empreendimentos 
com impacto ambiental de pequeno porte, necessário ao incremento da oferta de energia elétrica 
no País, bem como às complexidades de avaliação dos efeitos sobre o meio ambiente decorrentes da 
implantação de projetos de energia elétrica (BRASIL, 2001b).
Existem algumas situações citadas na Resolução Conama nº 279/01 consideradas restrições, quanto 
ao licenciamento ambiental simplificado, previstas em leis e regulamentos, tais como as Unidades de 
Conservação de uso indireto, as terras indígenas, as questões de saúde pública, as regiões onde se 
encontram espécies ameaçadas de extinção, os sítios de ocorrência de patrimônio histórico e arqueológico, 
entre outras. Nesses casos há necessidade de cumprimento das exigências que regulamentam outras 
atividades correlatas com o processo de licenciamento ambiental (BRASIL, 2001b).
O art. 1° da Resolução Conama nº 279/01 estabelece prazos e procedimentos que se aplicam, em 
qualquer nível de competência, ao Licenciamento Ambiental Simplificado de empreendimentos elétricos 
com pequeno potencial de impacto ambiental. Entre eles encontram-se:
I – Usinas hidrelétricas e sistemas associados.
II – Usinas termelétricas e sistemas associados.
III – Sistemas de transmissão de energia elétrica (linhas de transmissão e 
subestações).
IV – Usinas eólicas e outras fontes alternativas de energia.
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Parágrafo único. Para fins de aplicação desta Resolução, os sistemas 
associados serão analisados conjuntamente aos empreendimentos principais 
(BRASIL, 2001b).
A Resolução Conama nº 279/01 criou o Relatório Ambiental Simplificado (RAS), que se constitui no 
estudo relativo aos aspectos ambientais relacionados a localização, instalação, operação e ampliação 
de uma atividade ou empreendimento, apresentados como subsídio para a concessão da Licença Prévia 
requerida, que conterá, dentre outras, as informações relativas ao diagnóstico ambiental da região de 
inserção do empreendimento, sua caracterização, a identificação dos impactos ambientais e das medidas 
de controle, de mitigação e de compensação (BRASIL, 2001b; GUSMÃO, 2008).
6.5.2 Licenciamento Ambiental Simplificado para sistemas de esgotamento sanitário
A Resolução Conama nº 377/06, de 9 de outubro de 2006, criou o Licenciamento Ambiental 
Simplificado para sistemas de esgotamento sanitário. Considerando a atual situação dos recursos hídricos 
no País, cuja carga poluidora é, em grande parte, proveniente de lançamento de esgotos domésticos 
sem prévio tratamento, e levando em conta que obras de saneamento estão diretamente vinculadas à 
saúde pública, ao caráter mitigador da atividade de tratamento de esgotos sanitários e à necessidade 
de integrar os procedimentos dos instrumentos da Lei nº 6.938/81 (que instituiu a Política Nacional de 
Meio Ambiente) e da Lei nº 9.433/97 (que instituiu a Política Nacional de Recursos Hídricos), o Conama, 
no uso das suas competências e fundamentado nos termos do artigo 12, § 1º, da Resolução nº 237/97, 
editou a Resolução nº 377/06, que dispôs sobre o Licenciamento Ambiental Simplificado para sistemas 
de esgotamento sanitário (BRASIL, 2006b).
A Resolução Conama nº 377/06 estabeleceu que estão sujeitas a Procedimentos Simplificados de 
Licenciamento Ambiental as unidades de transporte e de tratamento de esgoto sanitário, separadas 
ou conjuntamente, de pequeno e médio porte. Os Procedimentos Simplificados não se aplicam aos 
empreendimentos situados em áreas declaradas pelo órgão competente como ambientalmente sensíveis. 
A Resolução Conama nº 377/06 definiu as unidades de transporte e de transferência de esgotos, de 
pequeno e de médio porte. As unidades de coleta, transporte e tratamento de esgoto sanitário foram 
chamadas de sistemas de esgotamento sanitário (BRASIL, 2006b).
Os órgãos ambientais definirão os critérios para o enquadramento de sistemas de esgotamento 
sanitário de pequeno e médio porte, de acordo com os parâmetros de vazão nominal ou população 
atendida. O Ato Administrativo Único que autoriza a implantação e a operação do empreendimento 
foi chamado de Licença Ambiental Única de Instalação e Operação – LIO. O estado que desejar legislar 
concorrentemente poderá criar um Ato Administrativo Equivalente, com outra denominação (GUSMÃO; 
MARTINI JR., 2009). O prazo para a emissão da LIO ou do Ato Administrativo Equivalente será de no 
máximo de trinta dias a partir da data do protocolo de recebimento do pedido.
Os empreendimentos que se encontrarem em processo de Licenciamento Ambiental na data da 
publicação da Resolução Conama nº 377/06 e que atenderem aos requisitos nela previstos poderão ser 
enquadrados como Licenciamento Ambiental Simplificado, desde que requerido pelo empreendedor. 
Antes do início da operação, poderão ser realizados testes pré-operacionais, mediante ciência do órgão 
ambiental competente (BRASIL, 2006b).
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7 TENDÊNCIAS DO LICENCIAMENTO AMBIENTAL
Segundo Gusmão e Martini Jr. (2009), a evolução do procedimento de licenciamento deverá ser no 
sentido da criação de uma nova etapa no seu processo, referente à preocupação da sociedade em relação 
aos passivos ambientais deixados após o encerramento de atividades produtivas com potencial de causar 
impacto ambiental. Essa nova etapa deverá criar procedimentos, definir responsabilidades e estabelecer 
sanções administrativas para assegurar que o encerramento de atividades de significativo impacto 
ambiental seja efetuado, de forma a evitar o abandono de instalações, equipamentos, substâncias e 
produtos perigosos e minimizar os riscos ao ambiente, em particular, à saúde da população.
Os estados brasileiros, usando a competência concorrente que têm para legislar no vazio ou na 
ausência de lei federal sob o tema, poderão criar uma lei tornando obrigatório o requerimento do Termo 
de Encerramento para aquelas empresas potencialmente poluidoras que encerrarem suas atividades 
produtivas. As Juntas Comerciais dos estadose os Registros Civis das Pessoas Jurídicas não poderão 
arquivar ou registrar documentos relativos à dissolução ou extinção de pessoas jurídicas ou firmas 
individuais que não apresentarem o Termo de Encerramento, que será objeto de uma lei específica.
O Termo de Encerramento das atividades de significativo impacto ambiental somente será expedido 
mediante a apresentação e aprovação de um relatório de avaliação da situação ambiental, realizado 
por profissionais devidamente habilitados e registrados nos respectivos Conselhos de Classe, constando 
informações importantes sugeridas por Gusmão e Martini Jr. (2009):
• Destinação ambientalmente correta e em conformidade com a legislação aplicável à respectiva 
atividade de todos os resíduos gerados.
• Remoção e destinação de todas as instalações e equipamentos, superficiais ou subterrâneos, 
substâncias e produtos perigosos em conformidade com a legislação aplicável à respectiva 
atividade.
• Reparação de todos os danos eventualmente causados ao ambiente pela atividade.
• Quitação de todas as multas ambientais lavradas pelos órgãos ambientais estaduais, inscritas ou 
não em dívida ativa, inclusive aquelas em cobrança judicial.
• Avaliação da contaminação do solo, das águas superficiais e subterrâneas.
8 GERENCIAMENTO DE RISCOS AMBIENTAIS
Na conclusão dos trabalhos de Avaliação de Impactos Ambientais (AIA) o parecer final é atribuído 
por meio do Relatório de Impacto Ambiental (Rima). Neste momento é preciso analisar os resultados e 
se ainda há como minimizar os riscos ambientais.
Portanto, os resultados serão analisados e suas causas verificadas; e a partir desta etapa, 
serão decididas as direções a serem seguidas, ou seja, o deferimento com a aprovação 
do empreendimento, ou a necessidade de melhoramento, ou o total indeferimento dos 
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empreendimentos ou atividades potencialmente poluidoras. Deste modo, o gerenciamento de 
riscos é cada vez mais importante dentro da gestão ambiental, e o aspecto desse processo gera 
muitas discussões entre os participantes dos sistemas decisórios governamentais, empresariais 
e comunitários (SILVA, 2007).
8.1 Conceito de risco
A partir da Idade Média, com o desenvolvimento da civilização ocidental, sugiram vários significados 
para o termo “risco”: a expressão rozik, que na língua persa significa destino; a palavra latina resecum, 
que pode significar perigo, do grego rhiza, cujo significado é penhasco contribui para a origem da 
palavra (SILVA, 2007). De acordo com Bernstein (1997) “a palavra ‘risco’ é derivada do italiano antigo 
risicare, que significa ousar”.
Surge o conflito entre os significados dos termos “risco” e “perigo”, que são expressões derivadas; 
no entanto, há distinções conceituais para o estudo. Considera-se que perigo é uma situação ou 
condição potencialmente capaz de acarretar algum tipo de perda, dano ou prejuízo indesejável 
ambiental, material ou humano. E considera-se que risco é a probabilidade de ocorrência dos 
efeitos (danos, perdas ou prejuízos) advindos da consumação de um perigo (SOUZA JR., 2008; 
SÁNCHEZ, 2010).
O conceito de risco e a noção de incerteza estão intimamente relacionados, por isso o risco sempre 
está ligado à sensação de ameaça, sempre tem-se a sensação que algo indesejável e danoso possa ocorrer 
com determinada probabilidade. Já o perigo é uma ameaça por si só, uma característica intrínseca a 
uma substância (natural ou sintética), um artefato ou uma instalação – por exemplo, uma refinaria de 
petróleo, um aterro sanitário de que recebem rejeitos tóxicos, são atividades que podem causar um dano 
ambiental (SILVA, 2007).
 Lembrete
Perigo é circunstância potencialmente capaz de acarretar algum tipo de 
perda, dano ou prejuízo ambiental, material ou humano.
Risco expressa a probabilidade esperada de ocorrência dos efeitos 
(danos, perdas ou prejuízos) ocorridos da consumação de um perigo.
Entre as fontes potencialmente geradoras de riscos, há uma preocupação especial com 
as substâncias químicas perigosas, definidas na Convenção sobre a Prevenção de Acidentes 
Industriais Maiores nº 174, da Conferência Geral da Organização Internacional do Trabalho (OIT), 
em Genebra, em 2 de junho de 1993, como “toda substância ou mistura que, em razão de suas 
propriedades químicas, físicas ou toxicológicas, seja só ou em combinação com outras, represente 
um perigo”. Para as substâncias químicas perigosas, estabeleceu-se uma classificação internacional 
de periculosidade, evitando que as substâncias sejam confundidas por causa da semelhança de 
nomenclatura (SÁNCHEZ, 2010).
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AVALIAÇÃO DE IMPACTOS AMBIENTAIS E GERENCIAMENTO DE RISCOS
Portanto, o risco é a contextualização de uma ocorrência de perigo ou da possibilidade de um 
evento indesejável ocorrer. Então se esta substância perigosa não estiver devidamente identificada 
e seu condicionamento estiver em um recipiente mal vedado, ela representa um risco maior do 
que se estivesse corretamente identificada e armazenada em recipiente adequado. Cabe ressaltar 
que seu manuseio também deve ser realizado por pessoas capacitadas, ou seja, que conheçam sua 
periculosidade e os procedimentos de segurança. Assim, o risco, como é definido pela Society for Risk 
Anslysis, é o potencial de ocorrência de resultados adversos indesejáveis para a saúde, ambiente e 
bens materiais (SÁNCHEZ, 2010).
Segundo Souza Jr. (2008), o risco (R) pode ser definido de modo mais formal como a frequência (F) 
de ocorrência de um determinado evento pela magnitude das consequências (C) ou:
R = F x C
A frequência pode ser expressa em: eventos/ano; ocorrência/mês; acidentes/ano.
A consequência pode ser expressa em: fatalidades/evento; lesões/acidente; R$/evento; dias perdidos/
acidente.
O risco pode ser expresso em: fatalidades/ano; R$/ano, dias perdidos/mês.
Exemplo de aplicação
Se em uma estrada ocorrem em média 100 acidentes por ano:
F = 100 acidentes/ano
Se ocorrer em média 1 morte a cada 10 acidentes:
C = 1/10 = 0,1 morte/acidente
R = F x C
O risco social médio nesta estrada é:
Rsoc = 100 X 0,1 = 10 mortes/ano
Se transitarem nesta estrada 100.000 pessoas por ano, o risco individual é:
Rind= 10/100.000 = 10
-4/ano
Utilizando-se essa expressão, torna-se possível calcular matematicamente diversos riscos e 
comparar situações de risco. Convenciona-se risco como a quantidade anual de perda de vidas humanas 
associada a determinada atividade, dada pelo produto do número de mortes por acidente pelo número 
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de acidentes por ano. E se define como risco individual a razão entre o risco social e o número de 
habitantes/população da zona em estudo (SÁNCHEZ, 2010).
8.2 Avaliação de riscos ambientais
A avaliação de riscos é uma atividade correspondente à avaliação de impacto ambiental, mas se 
desenvolve em contextos separados por equipes profissionais e disciplinares distintas (ANDREWS, 1988) 
e, de acordo com Carpenter (1995) e Kates (1978), frequentemente é realizada nas seguintes etapas:
• identificação dos perigos;
• análise das consequências e estimativa dos riscos;
• avaliação dos riscos;
• gerenciamento dos riscos.
O cálculo do risco é uma tentativa de estimar matematicamente as possibilidades de um evento e a 
magnitude de suas consequências. A avaliação de risco é a aplicação de um ajuizamento de valor para 
debater a importância dos riscos e suas consequências sociais, econômicas e ambientais (GRIMAet al., 
1986). Já o gerenciamento dos riscos, conforme Sánchez (2010, p. 321),
[...] é um termo que, para muitos autores, engloba o conjunto de atividades 
de identificação, estimação, comunicação e avaliação de riscos, associado à 
avaliação de alternativas de minimização dos riscos e suas consequências.
Identificação dos 
eventos acidentais
Cálculo do risco 
R=(FxC)
Considerar medidas de 
redução de risco
Cálculo das frequências de 
ocorrência
Cálculo das 
consequências
Risco é 
aceitável?
Gerenciamento de risco
Figura 19 – Processo de análise de risco
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Se o risco é uma conjugação da possibilidade de ocorrer uma falha com a magnitude das consequências, 
logo o gerenciamento de riscos deve agir sobre esses dois pontos. As medidas preventivas de acidentes 
devem estar associadas à localização do empreendimento.
 Observação
Salvaguardas são ações ou medidas que visam evitar a consumação dos 
perigos.
8.2.1 Metodologias e técnicas empregadas para análise de risco
8.2.1.1 Análise Preliminar de Perigo (APP)
Análise Preliminar de Perigo (APP) visa encontrar situações em que haja possibilidade de ocorrência 
de falhas na instalação ou na unidade estudada, devido a perigos a que esteja exposta. Para cada 
perigo, sejam falhas humanas ou de equipamentos, busca-se determinar as causas e os efeitos das 
ocorrências. Além disso, procede-se a uma estimativa qualitativa preliminar do risco associado a cada 
sequência de eventos, a partir da estimativa da frequência e da severidade em que se enquadram. Esses 
resultados são expostos em planilhas (modelo a seguir), representados pelos perigos, os eventos causais, 
suas consequências e as categorias de severidade para cada um dos componentes, materiais ou sistema 
em análise (SILVA, 2007; SOUZA JR., 2008; SÁNCHEZ, 2010).
Quadro 8 – Modelo de planilha para Análise Preliminar de Perigo (APP)
Análise Preliminar de Perigo (APP) Folha n°
Unidade:
Sistema:
Perigo Causas Efeitos Frequência Severidade Risco Comentários/recomendações
Adaptado de: Souza Jr. (2008).
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Para a avaliação preliminar de perigo, utilizam-se as seguintes categorias:
Quadro 9 – Categorias de frequência dos eventos acidentais
Categoria Denominação Definição
A Muito provável Evento com mais de uma ocorrência esperada ao longo da vida útil da instalação.
B Provável Evento com pelo menos uma ocorrência esperada ao longo da vida útil da instalação. 
C Pouco provável Evento com baixa probabilidade de ocorrência, não esperada ao longo da vida útil da instalação.
D Remota Evento com muito baixa probabilidade de ocorrência ao longo de vida útil da instalação. 
Adaptado de: Souza Jr. (2008).
Quadro 10 – Categorias de severidade dos eventos acidentais
Categoria Denominação Definição
I Baixa
- Danos insignificantes a funcionários ou ao público externo.
- Dano ambiental leve, imediatamente recuperável sem 
intervenção.
I I Moderada
- Lesões leves em funcionários ou público externo.
- Danos localizados ao meio ambiente, com rápida recuperação.
I I I Séria
- Lesões sérias em funcionários ou público externo.
- Danos localizados ao meio ambiente, com lenta recuperação.
IV Crítica
- Mortes ou lesões graves em funcionários ou público externo.
- Danos extensos ao meio ambiente.
Adaptado de: Souza Jr. (2008).
Quadro 11 – Matriz para classificação de risco dos eventos acidentais
Severidade
I – Baixa II – Moderada III – Séria IV – Crítica
Fr
eq
uê
nc
ia
A – Muito 
provável Risco moderado Risco sério Risco crítico Risco crítico
B – Provável Risco baixo Risco moderado Risco sério Risco crítico
C – Pouco 
provável Risco baixo Risco baixo Risco moderado Risco sério
D – Remota Risco baixo Risco baixo Risco baixo Risco moderado
Adaptado de: Souza Jr. (2008).
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8.2.1.2 Análise de Perigos e Operabilidade ou Método de Hazard Operability Analysis 
(HazOp)
O Método de Hazard Operability Analysis (HazOp) é muito utilizado, principalmente por sua 
característica de simulação e previsibilidade, pois ele permite identificar os perigos advindos 
de problemas ou disfunções operacionais. Baseia-se na análise de cada segmento do processo, 
visando à determinação de causas e consequências dos possíveis desvios das condições normais 
de operação.
Com a HazOp, verifica-se a instalação – com a finalidade de identificar perigo ou possíveis problemas 
operacionais – por meio de um conjunto de palavras-guia que enfocam as irregularidades dos parâmetros 
estabelecidos para o processo ou operação em análise. Os resultados, apesar de somente qualitativos, 
permitem um conhecimento minucioso e sistemático do processo e, principalmente, dos seus desvios 
operacionais (FREEDMAN, 2003; SOUZA JR., 2008).
Quadro 12 – Modelo de planilha para Análise de Perigos e Operabilidade (HazOp)
Análise de Perigos e Operabilidade (HazOp) Folha n°
Unidade:
Sistema:
Localização do nó:
Desvio Causas Consequências Comentários/recomendações
Adaptado de: Souza Jr. (2008).
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Quadro 13 – Conjunto de parâmetros, palavras-guia e desvios
Parâmetros Palavras–guia Desvios
Fluxo
Nenhum
Menos
Mais
Reverso
Também
Outro
Nenhum fluxo
Menos fluxo
Mais fluxo
Fluxo reverso
Fluxo contaminado
Fluxo distinto
Pressão MenosMais
Pressão baixa
Pressão alta
Temperatura MenosMais
Temperatura baixa
Temperatura alta
Nível MenosMais
Nível baixo
Nível alto
Tempo MenosMais
Adiantamento
Atraso
Adaptado de: Souza Jr. (2008).
8.2.1.3 Análise de Modos e Efeitos de Falhas (FMEA)
Esse método identifica falhas hipotéticas de um equipamento ou componente e faz a relação de 
cada falha com seus respectivos efeitos (SÁNCHEZ, 2010). Portanto, essa técnica tem como objetivo 
a avaliação dos modos pelos quais um determinado equipamento ou componente pode falhar e dos 
efeitos que essas falhas ocasionam no sistema (SOUZA JR., 2008).
Cada modo de falha de cada equipamento ou componente é considerado como uma ocorrência 
independente, sem relação com outros eventos, exceto seus próprios efeitos sobre o sistema. Pode ser 
usado para estimar a criticalidade de cada modo de falha da frequência e da severidade esperada de 
ocorrência (SOUZA JR., 2008). Cada falha pode ter várias causas, e nesse método o que importa é o 
modo da falha. Por exemplo, em uma válvula de fechamento manual podem ocorrer os seguintes modos 
de falhas: para abrir, quando requisitada; para fechar, quando requisitada; emperrada; ajustada de modo 
errado para menos ou para mais; ruptura do corpo da válvula. Se houver uma dessas falhas, ocorrerá 
vazamento de líquido inflamável, e um efeito é o incêndio. Essa é uma técnica indutiva (SÁNCHEZ, 2010).
Quadro 14 – Modelo de planilha para Análise de Modos e Efeitos de Falhas (FMEA)
Análise de Modos e Efeitos de Falhas (FMEA) Folha n°
Unidade:
Sistema:
Componente Modo de falha Efeito Comentários/recomendações
Adaptado de: Souza Jr. (2008).
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8.2.1.4 Árvore de Falhas
Essa é uma técnica dedutiva de análise que identifica as falhas básicas que podem levar à 
ocorrência de um evento acidental específico, denominado de evento de topo, que é resultante 
da combinação de vários eventos. Para esse objetivo emprega-se um modelo gráfico que ilustra 
as sequências acidentais, por meio de operadores booleanos que utilizam portões lógicos do tipo 
e/ou.
A Árvore de Falhas também pode ser usada para gerar uma lista das possíveis combinações de 
falhas que conduzem ao evento acidental específico ou evento de topo, por exemplo, um sistema 
de alimentação de água pode falhar por falta de água no reservatório ou por falha no sistema 
de bombeamento; este, por sua vez, pode falhar em cada uma das bombas (SOUZA JR., 2008; 
SÁNCHEZ, 2010).
O método permite análise qualitativa e quantitativa, atribuindo-se probabilidade de 
ocorrência a cada evento, determinando a taxa de falha de cada componente do sistema. E 
também pode determinar as falhas mais críticas para os sistemas, através das combinações dos 
eventos com maior probabilidade de causar a uma ocorrência indesejável (SOUZA JR., 2008; 
SÁNCHEZ, 2010).
Eventos
Evento de topo
Evento intermediário
Evento ou causa básica
Portões lógicos
E
OU
Figura 20 – Simbologia
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Evento de topo
Evento intermediárioCausa 
básica 
1
Causa 
básica 
2
Causa 
básica 
3
Causa 
básica 
4
Figura 21 – Exemplo de Árvore de Falhas
8.2.1.5 Análise de Árvore de Eventos
É uma técnica de análise indutiva que tem por objetivo a identificação de falhas, a partir de um 
evento iniciador, por meio de diagramas que descrevem a sequência de eventos que conduzem a uma 
determinada condição final necessária para que ocorra um acidente. Cada sequência é determinada por 
apenas duas condições: de sucesso ou falha na atuação de dispositivos de segurança ou da presença 
ou não de determinada circunstância. Cada ramo da árvore representa uma associação específica de 
eventos que conduzem a uma determinada condição final (SOUZA JR., 2008; SÁNCHEZ, 2010).
Liberação de 
gás natural
Válvula de bloqueio 
automática
Ignição 
imediata
Ignição 
retardada
Dispersão sem danos
Incêndio em nuvem
Jato de fogo
Interrupção da liberação
Figura 22 – Exemplo de Árvore de Eventos
8.2.1.6 Análise de Causas e Consequências
Este método utiliza-se de diagramas de causas e consequências e segue uma sequência de passos: 
1) identificação dos fatores que possuem características que possam causar acidentes; 2) elaboração de 
uma Árvore de Eventos; 3) preparação de uma Árvore de Falhas; 4) determinação de medidas mitigadoras 
de eventos acidentais (SÁNCHEZ, 2010).
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8.2.1.7 Análise de Vulnerabilidade e Consequências
Essa técnica tem como objetivo estimar os danos causados pela ocorrência dos cenários acidentais 
postulados, com base na determinação das áreas atingidas pelos seus efeitos físicos. A caracterização 
dos cenários acidentais leva em conta o tipo de substância envolvida, as condições físicas (pressão, 
temperatura etc.), o tipo e a forma de liberação e os efeitos físicos esperados. A determinação das áreas 
vulneráveis é feita com o uso de modelos matemáticos que calculam o alcance de determinados níveis 
de intensidade dos efeitos físicos ou toxicológicos resultantes do acidente (liberação tóxica, incêndio ou 
explosão) (SOUZA JR., 2008). 
8.3 Avaliação de riscos tecnológicos – indústrias químicas
Os riscos são aferidos por meio de perspectivas técnicas capazes de prever prováveis danos à 
saúde humana ou aos ecossistemas, medir eventos geradores desses danos em função do espaço e do 
tempo e empregar frequências relativas (observadas ou modeladas) como uma forma de especificar 
probabilidade. A norma técnica normativa é clara: para os danos que sejam percebidos como impactos 
negativos (pelo menos para a maioria significativa do grupo social ou de toda a sociedade), as avaliações 
de perspectiva técnica poderão ser empregadas para revelar, modificar ou evitar as causas que levaram 
aos impactos negativos. Essas avaliações também poderão ser utilizadas para diminuir consequências 
desses impactos negativos quando as causas ainda forem desconhecidas, afastadas da possibilidade de 
influência humana ou excessivamente complexas para serem alteradas.
Desse modo, sua importância para a sociedade se deve à possibilidade de aceitar os riscos, mediante 
a sua redução quando possível, à mitigação das consequências, ao estabelecimento de padrões para o 
aperfeiçoamento da confiabilidade e à segurança dos sistemas tecnológicos (PORTO; FREITAS, 1997; 
SILVA, 2007). As análises que utilizam as perspectivas técnicas são as seguintes:
- Enfoque atuarial: permite uma resposta direta às questões sobre a 
conceituação de incerteza, o escopo dos efeitos negativos e o grau por meio 
do qual o conhecimento humano reflete a realidade. Nessa abordagem, 
os eventos danosos são agrupados em um sistema no qual se permite sua 
observação e sua mensuração por métodos científicos adequados. Um 
exemplo pode ser a previsão de fatalidades provocadas por acidentes com 
veículos motorizados em um determinado ano, a partir de estatísticas de 
acidentes similares.
- Enfoque de avalição de riscos à saúde humana ou aos ecossistemas: é 
semelhante ao enfoque anterior, diferindo dele no método de cálculo da 
possibilidade dos efeitos indesejáveis. Aqui, as relações causais devem ser 
exploradas e modeladas de modo explícito. Baseando-se em conhecimento 
de natureza toxicológica (experimentos com animais) ou em estudos 
epidemiológicos (comparação entre populações expostas e não expostas a 
um agente de risco), os pesquisadores tentam identificar e quantificar a 
relação entre humanos ou outros organismos vivos expostos.
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- Enfoque probabilístico: procura prever a probabilidade de falhas em 
sistemas tecnológicos complexos, mesmo na ausência de dados suficientes 
para descrever o sistema como um todo. Utilizando métodos para cada 
componente do sistema, são sistematicamente estimadas e, então, ligadas 
à estrutura completa do mesmo sistema. Todas as probabilidades de tais 
árvores lógicas são sintetizadas de modo a modelar a taxa global de falhas 
do sistema (SILVA, 2007, p. 796).
As discussões mais levantadas no campo da avaliação dos riscos ambientais são relativas a questões 
relacionadas aos sistemas tecnológicos de alta complexidade, como é o caso das indústrias químico-
industriais, devido ao seu alto risco para a saúde e o meio ambiente (PERROW, 1984; WYNNE, 1987; 
FREITAS, 1996). A partir da Segunda Guerra Mundial, os processos químico-industriais sofreram 
automatização e complexificação de suas condições operacionais mais severas (pressão e temperatura), 
o que possibilitou o desenvolvimento tecnológico por meio do uso de novos materiais e substâncias 
químicas perigosas. Isso se deveu, principalmente, à concorrência proveniente do capitalismo e resultou 
no aumento da escala das plantas industriais (MARSHALL, 1987), provocando a expansão mundial da 
capacidade de produção, armazenamento, transporte, uso e destinação final dos resíduos das substâncias 
químicas (PORTO; FREITAS, 1997; SILVA, 2007).
Isso vem contribuindo ainda mais para a vulnerabilidade das sociedades 
contemporâneas aos riscos químicos, seja através de emissões contínuascomo nos casos da Baía de Minamata no Japão e de Cubatão no Brasil, 
seja através dos desastres industriais como Seveso (Itália), Bhopal (Índia) e 
Vila Socó (Brasil). Nesse cenário, principalmente nos países industrializados, 
trabalhadores, moradores e grupos ambientalistas têm-se organizado e 
cobrado posições mais rigorosas de controle e transformação social, em 
processos eventualmente fragmentados pela diversidade de interesses 
conflitantes e pela dificuldade de serem estabelecidas visões aglutinadoras 
das causas dos problemas e estratégias de ação para o controle e mitigação 
(PORTO; FREITAS, 1997, p. 61).
 Lembrete
A indústria química/petroquímica contribuiu fortemente para o 
aumento do potencial de gravidade dos acidentes, principalmente 
a partir da década de 1960. As condições operacionais tornaram-se 
mais severas, com maior acúmulo de energia nos processos, que 
ficaram cada vez mais complexos. Novos materiais e substâncias 
perigosas passaram a ser utilizadas como matérias-primas ou geradas 
como produtos, subprodutos ou resíduos. Como resultado, apesar do 
aprimoramento tecnológico e do desenvolvimento do gerenciamento 
de risco, o mundo assistiu à ocorrência de grandes acidentes, alguns 
com consequências catastróficas.
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8.3.1 Prevenção e mitigação no gerenciamento dos produtos químicos perigosos
O ciclo de produção dos produtos químicos perigosos tem várias etapas: a extração da matéria-prima; o 
processo de industrialização; o armazenamento; o transporte por rodovias, hidrovias, dutovias, ferrovias, 
vias aéreas etc.; o uso domiciliar ou industrial; e a destinação final desses usos, que vêm contribuindo 
para o crescimento das concentrações de substâncias químicas normalmente inexistentes em ambientes 
não industrializados (PORTO; FREITAS, 1997; SILVA, 2007).
Para a prevenção de acidentes, principalmente nas instalações industriais, durante o gerenciamento 
de riscos devem ser observados os seguintes itens: 1) a disponibilidade e atualização da documentação 
técnica; 2) os procedimentos operacionais de rotina segundo as normas técnicas; 3) o sistema de 
inspeção e manutenção; 4) a análise de risco; 5) o gerenciamento de modificações, que sempre devem 
ser autorizadas e registradas; 6) os procedimentos para realização de serviços não rotineiros; 7) o 
registro e a investigação de acidentes e quase acidentes; 8) a capacitação e o treinamento de pessoal; 
9) a contratação de terceiros, que pode ser causa de acidentes; 10) o planejamento de emergências para 
redução das consequências caso ocorra um acidente (SOUZA JR., 2008).
O planejamento de emergência visa à segurança dos trabalhadores e da comunidade que reside 
próximo às áreas de risco e do ecossistema. Esse planejamento é denominado de Plano de Ação de 
Emergência (PAE) e sua elaboração é específica para cada tipo de cenário e suas variáveis intervenientes 
na ação de mitigar os possíveis impactos negativos.
Esses planos seguem as regras de funcionamento dos sistemas operacionais, da análise dos cenários 
existentes e da simulação de eventos e consequências futuras nos demais cenários possíveis. Além disso, 
consideram o comportamento de seres humanos em situações estressantes, independentemente da 
situação (SILVA, 2007).
Na realidade, existe aqui uma impropriedade no que diz respeito à 
ênfase que se deu anteriormente à necessidade da correspondência 
biunívoca entre termo e conceito. Não é a questão do produto 
químico perigoso em si que deverá ser objeto de preocupação, mas 
seu manuseio. Produtos químicos perigosos podem ser produzidos, 
armazenados e transportados em segurança, independentemente de 
sua periculosidade. O que importa para nós será o cenário do qual tais 
produtos participarão (SILVA, 2007, p. 797).
A prevenção inicia-se no planejamento e projeto da planta da industrialização, com a avaliação 
dos riscos ambientais, por meio da aplicação das metodologias citadas anteriormente, de acordo com 
o tipo e a complexidade ambiental. A avaliação dos riscos ambientais está associada ao processo de 
Licenciamento Ambiental e será coordenada pelo órgão ambiental responsável pelo controle ambiental 
na área de projetos (SILVA, 2007; BARBOSA, 2014).
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Unidade II
 Saiba mais
O livro a seguir pode propiciar uma inter-relação com os conteúdos da 
unidade:
BARBOSA, R. P. Avaliação de risco e impacto ambiental. São Paulo: 
Érica, 2014.
Quanto ao transporte, com o objetivo de prevenir a ocorrência de acidentes com produtos 
químicos perigosos e aperfeiçoar o sistema de elaboração e resposta a emergências químicas no 
País, foi criado, em 3 de junho de 2004, o Plano Nacional de Prevenção, Preparação e Resposta 
Rápida a Emergências Ambientais com Produtos Químicos Perigosos (P2R2), por meio do Decreto 
do Presidente da República n° 5.098/2004, considerando o art. 5º da Lei nº 6.938, de 31 de agosto 
de 1981, sobre a Política Nacional de Meio Ambiente, que determina que as diretrizes da referida 
política sejam elaboradas sob a forma de normas e planos. O decreto mencionado é destinado 
a orientar a ação no que se relaciona à preservação da qualidade ambiental e manutenção do 
equilíbrio ecológico (BRASIL, 2004).
Art. 1o Fica criado o Plano Nacional de Prevenção, Preparação e Resposta Rápida a 
Emergências Ambientais com Produtos Químicos Perigosos – P2R2 –, com o objetivo de 
prevenir a ocorrência de acidentes com produtos químicos perigosos e aprimorar o sistema 
de preparação e resposta a emergências químicas no País.
Parágrafo único. O P2R2 será constituído de ações, atividades e projetos a serem 
formulados e executados de forma participativa e integrada pelos governos federal, distrital, 
estaduais e municipais e pela sociedade civil, e observará os princípios, diretrizes estratégicas 
e a organização definidos neste Decreto.
Art. 2o São princípios orientadores do P2R2, aqueles reconhecidos como princípios gerais 
do direito ambiental brasileiro, tais como:
I – princípio da informação;
II – princípio da participação;
III – princípio da prevenção;
IV – princípio da precaução;
V – princípio da reparação; e
VI – princípio do poluidor-pagador.
Art. 3o São diretrizes estratégicas do P2R2:
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AVALIAÇÃO DE IMPACTOS AMBIENTAIS E GERENCIAMENTO DE RISCOS
I – elaboração e constante atualização de planejamento preventivo que evite a ocorrência 
de acidentes com produtos químicos perigosos;
II – identificação dos aspectos legais e organizacionais pertinentes a tais ocorrências;
III – criação e operação de estrutura organizacional adequada ao cumprimento das 
metas e dos objetivos estabelecidos no P2R2;
IV – estímulo à adoção de soluções inovadoras que assegurem a plena integração de 
esforços entre o poder público e a sociedade civil, especialmente no âmbito dos estados e 
municípios;
V – definição das responsabilidades respectivas do poder público e dos setores privados 
em casos de acidentes com produtos químicos perigosos, e dos compromissos a serem 
assumidos pelas partes de proteger o meio ambiente e a saúde da população;
VI – desenvolvimento e implementação de sistemas de geração e compilação de 
informações essenciais à execução eficaz do P2R2, integrando as ações de controle 
(licenciamento e fiscalização) e de atendimento a emergências, com as atividades de 
produção, armazenamento, transporte e manipulação de produtos químicos perigosos, bem

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