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Direito constitucional
Aula: 19/03
Sentido sociológico: a Constituição é a soma dos fatores reais do poder. É real e efetiva, não passando a constituição escrita de uma folha de papel. 
Sentido político: Carl Schmitt - decisão política fundamental. Constituição X leis constitucionais. 
Sentido jurídico: norma pura. Dever ser: fundamento lógico transcendental da validade do ordenamento; norma positiva suprema.
Critica José Afonso: as concepções pecam pela uniteralidade - não deve ser norma pura, precisa ter conexão com a realidade social. Deve ser um complexo. O sentido jurídico não se obterá desgarrado da totalidade da vida social , sem conexão com a comunidade. 
Resumo José Afonso da Silva
- O direito constitucional é a ciência positiva das constituições.
 Objeto da Constituição:
Organizar o Estado: estrutura, forma de governo, modo de aquisição e exercício do poder, estabelecimento dos seus órgãos. 
Delimitar o exercício do poder: limites da atuação do Estado.
Direitos fundamentais do homem: respectivas garantias e regras básicas da ordem econômica e social. 
Forma: complexo de normas (escritas ou costumeiras)
Conteúdo: conduta humana motivada pelas reações sociais (econômicas, políticas, religiosas).
Finalidade: realização de valores que apontam para o existir da comunidade.
Causa criadora e recriadora.: poder que emana do povo. 
Classificação das constituições 
Quanto ao Conteúdo:
a.) Materiais: a Constituição só se refere à matéria essencialmente constitucional (organização do estado, delimitação do poder e direitos fundamentais). 
b.) Formais: Constituição é o texto, o documento solenemente estabelecido pelo poder constituinte e somente modificável por processos e formalidades especiais nela própria estabelecidos. 
2. Quanto à forma:
a.) Escrita: quando codificada e sistematizada num texto único, elaborado reflexivamente por um órgão constituinte. 
b.) Não escrita: as normas não constam num documento único e solene, mas se baseiam principalmente nos costumes, na jurisprudência, em convenções e em textos constitucionais esparsos. Ex.: Constituição inglesa. 
OBS.: * Nagib Slaib Filho: considera que a Constituição inglesa é escrita. Isso porque as leis existem, apenas não estão organizadas em um documento único. Para Nagib, não existe constituição não escrita , mas sim codificadas e não-codificadas. Escrever significa reduzir a termo, enquanto unir em documento único é sinônimo de codificar.
3. Quanto ao modo de elaboração: 
a.) Dogmáticas: sempre escrita, é elaborada por um órgão constituinte, e sistematiza os dogmas ou idéias fundamentais da teoria política e do direito dominante no momento.
b.) Históricas: não escrita, resultante de lenta formação histórica, do lento evoluir das tradições, dos fatos sociopoliticos, que se cristalizam como normas fundamentais da organização de determinado Estado. Ex.: Constituição inglesa.
4. Quanto à origem:
a.) Democrática (populares): se originam de um órgão constituinte composto de representantes do povo. Ex.: Brasil 1988.
b.) Outorgadas: são elaboradas e estabelecidas sem a participação do povo, aquelas que o governante por si ou por interposta pessoa ou instituição, outorga, impõe, concede ao povo. Ex.: Brasil 1824.
c.) Cesarista: formada por plebiscito popular sobre um projeto elaborado por um imperador ou ditador. A participação popular não é democrática, porque visa apenas ratificar a vontade do detentor do poder. Ex.: Napoleão. 
Quanto à estabilidade:
a.) Rígida: somente alterável mediante processos, solenidades e exigências formais especiais, diferentes e mais difíceis que os de formação das leis ordinárias ou complementares. Ex.: Brasil 1988.
b.) Flexível: pode ser livremente modificada pelo legislador segundo o mesmo processo de elaboração das leis ordinárias. Na verdade, a própria lei ordinária contrastante muda o texto constitucional. 
c.) Semirrigida: contem uma parte rígida e outra flexível. Ex.: Brasil 1824: art. 178 - "é só constitucional o que diz respeito as limites e atribuições respectivos dos poderes políticos, e aos direitos políticos e individuais dos cidadãos; tudo o que não é constitucional pode ser alterado, sem as formalidades referidas pelas legislaturas ordinárias".
OBS.: As constituições históricas são juridicamente flexíveis, pois podem ser modificadas pelo legislador ordinário, mas normalmente são política e socialmente rígidas, raramente modificadas. 
Questão inglesa: 
- Na Bretanha não tinha uma dominação romana muito forte, houve a permissão que eles continuassem a resolver seus conflitos da forma que já faziam. Desenvolveram assim o sistema do direito consuetudinário. A vitoria do parlamento faz com que a revolução liberal inglesa seja bem-sucedida. O poder do rei é restrito porque há a soberania do Parlamento. A Constituição não é escrita, mas ela existe. Todas as normas que tratam das questões constitucionais são materialmente constitucionais. Por ser baseada na tradição e no costume, ela é muito difícil de ser modificada, podendo ser considerada mais rígida.
Classificações das Constituições
Quanto ao conteúdo: material ou formal.
Material: trabalha com o aspecto exclusivamente material ( organizar o Estado, delimitar o poder e estabelecer os direitos fundamentais); 
Formal: aquilo que está no texto da constituição. 
* o parâmetro de controle de constitucionalidade no Brasil é o formal ( será inconstitucional se violar o TEXTO da Constituição). 
Ex.: artigo do Pedro II, não é materialmente constitucional, mas é formalmente constitucional, por estar na Constituição. 
- Há quem aponte na doutrina que o Brasil não usa mais o parâmetro formal: Pedro Lenza caracteriza-a como mista. ( Emenda Constitucional 45 parag 5 - inclui no art. 5, parag 3) - os tratados internacionais de direitos humanos, que forem votados em cada casa do Congresso, por 2 turnos, com o quórum de 3/5, será equivalente à Emenda Constitucional. 
- Emenda: norma constitucional derivada. 
Se uma lei ordinária não respeitar a convenção que foi aprovada internamente e tem status de emenda, ela será inconstitucional, mesmo sem estar violando a constituição. Por isso, o parâmetro de constitucionalidade está maior. 
* ** questão do pacto de São José: amplia o direito à liberdade, pois a CF prevê dois tipos de prisão por divida (pensão alimentícia e depositário infiel) e o pacto só prevê um ( pensão alimentícia).
Art. 5º § 2º "- Os direitos e garantias expressos nesta Constituição não excluem outros decorrentes do regime e dos princípios por ela adotados, ou dos tratados internacionais em que a República Federativa do Brasil seja parte." 
- Se o tratado de direitos humanos não for votado como Emenda, será uma norma supra legal. 
Quanto ao conteúdo o Brasil adota como critério a constituição em sentido formal. O nosso parâmetro é a constituição em sentido formal,acrescido dos tratados internacionais de direitos humanos, de acordo com o art. 5º § 3º.
Quanto à forma:
Escrita: codificada, posta num documento jurídico único. Ex.: Brasil 1988. 
Não-escrita: não está codificada, não é escrita. Ex. Inglaterra. 
- Existem 5 sistemas de direito: common law, civil law, oriental, muçulmano, socialista. 
O common law e o civil law apresentam um maior grau de aproximação. 
- Brasil adota o sistema romano-germânico (civil law) devido à uma questão histórico-cultural. 
- Na Bretanha não tinha uma dominação muito forte, houve a permissão que eles continuassem a resolver seus conflitos da forma que já faziam. Desenvolveram assim o sistema do direito consuetudinário. A vitoria do parlamento faz com que a revolução liberal inglesa seja bem-sucedida. O poder do rei é restrito porque há a soberania do Parlamento. A Constituição não é escrita, mas ela existe. Todas as normas que tratam das questões constitucionais são materialmente constitucionais. Por ser baseada na tradição e no costume, ela é muito difícil de ser modificada, podendo ser considerada mais rígida.* Nagib Slaib Filho: considera que a Constituição inglesa é escrita. Isso porque as leis existem, apenas não estão organizadas em um documento único. Para Nagib, não existe constituição não escrita , mas sim codificadas e não-codificadas. Escrever significa reduzir a termo, enquanto unir em documento único é sinônimo de codificar.
Modo de elaboração
- Dogmática: feita pela Assembléia Nacional Constituinte. 
- Histórica: elaborada ao longo da história, dos usos e costumes do povo. 
Quanto à origem:
- Outorgada: imposta pelo detentor de poder. Ex: 1824, D. Pedro I - todo pais precisa ter uma Constituição, entretanto, a outorgada não cumpre com a função de limitar o poder do Estado. 
- Promulgada: elaborada democraticamente, com eleição para uma assembléia nacional constituinte, esses membros se reúnem e legitimamente fazem a Constituição.
- Cesarista: meio termo - o detentor do poder político faz o texto constitucional, mas não outorga. Submete a constituição à referendo. Não é democrática porque não houve participação popular na elaboração do texto.
- Pactuada (ou dualista): aquelas em que há dualidade do poder constituinte. Só existe um documento que se enquadra nessa classificação: Magna Carta Inglesa ( barões e o Rei João Sem terra). Muitos da doutrina não aderem essa classificação, porque não há Constituição que se enquadre nesse molde. 
Breve História das Constituições Brasileiras
- Independência do Brasil 1822 e Assembléia Nacional Constituinte em 1823. Conflitos entre Imperador e Assembléia, fazem com que haja a dissolução desta. Então, em 1824, D. Pedro I outorga a 1ª Constituição brasileira. Características: Imperial, Estado centralizado, quatro poderes, modelo parlamentarista. Sociedade brasileira era agraria, a elite da época eram os senhores de engenho; 
- 1888 Lei Áurea; Império perde o apoio das elites econômicas; Movimento militar, Deodoro proclama a república. 1891 promulgam a 1ª Constituição democrática brasileira. Inspirada fortemente na americana. Características: republica, presidencialismo, 3 poderes, federação.
- Movimento tenentista, problemas no modelo velho, agrário, revolução de 30. Vargas assume a presidência, rompe-se com a Constituição velha e há um atraso na elaboração de uma nova Constituição. Revolução em São Paulo em prol do constitucionalismo e, caso contrario, separatismo do Estado. É um grande fracasso, perante ao Exército brasileiro. Apesar disso, o ideal constitucionalista permaneceu, e Vargas promulga a constituição de 1834. 
- Em 1937, Vargas da um golpe, cancela as eleições presidenciais e inaugura o Estado Novo, outorgando uma nova Constituição. Há intervenção federal nos estados, fecha o congresso, edita decretos, fazendo com que a separação de poderes não tenha eficácia. 
- 1945, luta na 2ª Guerra contra o governo ditatorial na Europa, Vargas larga o poder. Em 1946 é promulgada uma nova Constituição. Liberal, democrática, trabalhava bem com poderes e direitos fundamentais. Permitia eleição para a vice-presidência da republica. (Problema porque poderia haver conflito dentro do poder executivo). 
- 1960 eleito Jânio Quadros, depois de Juscelino. O vice era João Goulart. As visões políticas eram opostas. Jânio renuncia e Goulart assume, porém num modelo parlamentarista. Povo vota para presidencialismo, Goulart é acusado de comunista quando tenta fazer suas reformas. Os militares tomam Brasília, o presidente vai para o Rio Grande do Sul, onde é acolhido por Brizola. Golpe de 1964. Acaba a constituição liberal de 1946 e os militares outorgam a Constituição de 1967. É feita uma Emenda em 1969 - parte da doutrina considera emenda (posição minoritária) mas a maior parte da doutrina considera que, como a emenda mudou todos os artigos da Constituição, era então é uma nova constituição, disfarçada de emenda. 
Período ditatorial. 
- Movimento pelas Diretas já. 1984. 100 mil pessoas na cinelândia. 
- Constituição de 1988: liberal e democrática. 
* Vargas Volta pelos braços do povo e morre em 1954, considerado suicídio.
Aula: 26/03
Continuação classificação: 
Quanto a extensão:
- analítica (complexa, mais extensa) ou sintética ( mais resumida, curta)
Brasil adota analítica. Do séc XX em diante há uma tendência às constituições analíticas, principalmente com as crescentes discussões acerca dos direitos fundamentais. Não só mais a eficácia vertical entre os direitos fundamentais mas também horizontal ( entre os cidadãos).
- Cada país adota a constituição compatível com o seu momento histórico e as características gerais da sociedade. "Cada sociedade tem a constituição que necessita". 
Quanto à estabilidade 
- Classificação importante, relacionada ao nível de dificuldade de alteração da Constituição. 
- Leva em conta o critério formal. O procedimento para se realizar Emenda. 
Rígida: difícil modificação. Não é imutável. Compara-se a alteração das leis do país com a da Constituição. Ex.: Brasil 88 ( emenda necessita de votação em dois turnos e aprovação por maioria absoluta). 
Flexível: fácil modificação. O processo de alteração da lei ordinária é o mesmo do processo de alteração da Constituição. Nesse sentido, não há hierarquia. *pressupostos de jurisdição constitucional ( controle de constitucionalidade): para isso, é preciso haver supremacia da norma constitucional. Para esse entendimento, é necessário que esta seja escrita e rígida. Ex. De const. Flexíveis: França 1814 e 1830; Itália- 1848.
Semi-rígida: uma parte da Constituição só se modifica com processo especial ( mais difícil do que alteração de lei ordinária) e outra parte muda-se com a própria legislação ordinária. O que é essencialmente constitucional não poderia ser modificado facilmente. Relaciona-se com conceito material de Constituição. Ex.: CF 1824 Brasil ( art.178). 
Imutável: aquela que não muda. É tudo clausula pétrea. Nada pode ser modificado. É muito difícil de se pensar em uma Constituição imutável, porque ela serve para regular a sociedade e esta se modifica. Por vezes, então, algumas mudanças no texto constitucional precisam ser feitas. A sociedade evolui e a Constituição também deve acompanhá-la. 
Super-rígida: é um conceito que não está em todos os doutrinadores. Alexandre de Morais o defende. Difícil alteração; além disso, possui cláusulas imutáveis ( cláusulas pétreas), ou seja, parte do texto não pode ser alterada. Considerando-se esse conceito, a constituição de 1988 do Brasil seria super-rígida. Nesse sentido, se é admitido que esse conceito é válido, a CF de 88 se encaixa nele. Para boa parte da doutrina essa distinção não tem sentido, porque todas as Constituições rígidas seriam, então, super-rígidas. Eles defendem que cláusula pétrea é inerente à constituição rígida. 
Fixa: só pode ser alterada pela assembléia nacional constituinte. Ex.: Constituição espanhola de 1876. Não tem muito sentido prático.
***tecnicamente falando a constituição inglesa é flexível. No entanto, um olhar sob o prisma sociológico leva a noção de que ela é uma constituição extremamente rígida, pois é pautada na tradição e no costume. 
Quanto a ideologia
- Ortodoxa: há uma única linha ideológica. Ex.: americana ( liberalismo).
- Eclética: varias linhas ideológicas no texto. Ex.: Constituição de 88. A sociedade tem formas diferentes de encarar o mundo, ela não é formada por uma única linha ideológica. Ex.: art. 5º, XXII - instituto capitalista da propriedade ( direito se propriedade); XXIII - propriedade atenderá à função social. Critérios função social ao imóvel rural (art.186 CF). Ex 3.: art. 170 - valorização do trabalho humano (questão social) e livre iniciativa ( liberal, capitalista). 
* Canotilli- " manter ou romper com a constituição dirigente"-constituição compromissória ou dirigente: idéia de dirigir a sociedade para a realização dos seus direitos sociais, efetivação dos seus direitos fundamentais. 
Quanto à correspondência com a realidade 
- Normativa: pretende organizar o Estado, delimitar o poder e é efetiva. Preocupa-secom isso e realmente consegue fazer isso. Há correspondência com a realidade.
- Nominal: pretende delimitar o poder do Estado, mas não consegue. Não tem correspondência com a realidade.
- Semântica: elaborada normalmente por um ditador, que se preocupa apenas a legitimar o governo que está no poder. Não há uma preocupação em delimitar o poder do Estado. 
* a Constituição de 88 é vista de forma majoritária como normativa. No entanto, muita gente aponta que ela é nominal por causa da falta de efetividade dos direitos fundamentais. 
Poder Constituinte
- Poder de criar e de modificar o texto constitucional. 
Espécies: 
Originário: cria a Constituição. 
Derivado: decorre do originário.
Derivado - Reformador e Decorrente 
 I. I
 Altera a Constituição É próprio de federação. É o poder que os 
 Federal, reforma-a. No caso estados têm em uma federação de criar
 brasileiro é o Congresso suas próprias constituições estaduais. Art. 125
 Nacional. A const. estadual precisa estar de acordo com
 a federal. 
-> Em determinado momento da história, têm-se a necessidade de convocação de uma Assembléia Constituinte para a elaboração, criação de uma Constituição. 
-> A primeira Constituição escrita do mundo foi a norte-americana; mas a noção de assembléia constituinte surgiu na França, no período da Revolução Francesa. 
-> Revolução francesa: sociedade estamentada (1, 2, e 3 Estado); terceiro sustentava os outros; agravante - tratado com a Inglaterra, entrada livre de manufatura - terceiro Estado quebra ao não conseguir competir com produtos ingleses. Agravante - inverno muito rigoroso, fome na população. Crise econômica profunda. Rei convoca os estados gerais, 3 estado elege Sieyès como deputado. (Sieyès - "o que é o terceiro Estado" marco do constitucionalismo, no Brasil foi traduzido como "a constituinte burguesa"). 
Terceiro Estado propôs que todos pagassem tributos mas é derrotado pela proposta do clero e da nobreza, a qual defendia o aumento dos tributos pagos pelo terceiro estado. O terceiro estado se reúne em uma Assembléia Nacional, com a idéia de Sieyès, de que tinham legitimidade pra representar os interesses de todos. Para ele, só o povo tem legitimidade para determinar os rumos do Estado, os rumos do governo. 
-> Poder Constituinte Originário (PCO)
Só surge com a ruptura política do modelo vigente. Quando há uma necessidade de refundar o Estado. 
O titular do PCO é o povo.
Características:
- inicial (é a partir da Constituição que todo o ordenamento jurídico será estruturado). 
- soberano (absolutamente soberano, não tem órgão acima da Assembléia Nacional Constituinte). 
- incondicional (não está sujeita a termo ou condição, não a prazo para que o órgão termine o seu trabalho). 
- ilimitado (não está sujeita à limitação nenhuma, faz o que quiser ). *
* alguns autores defendem que há limitação no poder constituinte originário: Canotilho - limitação no ideal de justiça do povo. No entanto, o ideal de justiça já esta cristalizado no povo e, como a assembléia representa o povo, muitos defendem que essa não é uma limitação, mas sim algo já intrínseco na assembléia. 
* principio de vedação ao retrocesso: os direitos fundamentais, quando conquistados, não podem ser abolidos, somente acrescidos. Alguns consideram isso uma limitação à assembléia nacional constituinte. 
-> A Assembléia Nacional Constituinte vem num momento de ruptura com a ordem vigente, é eleita pelo povo, espelha suas noções, e, portanto, obviamente, tem seus ideais. 
* Professor Raul Machado Horta: defende a existência de um limite jurídico - ato convocatório - convoca Assembléia Nacional Constituinte e pode colocar limitações pontuais à Assembléia. Ex.: todos os atos convocatórios do Brasil tinham a limitação de que não poderia ser abolida a Federação. 
-> Poder constituinte derivado reformador 
- Ministro Carlos Aires Brito defende que não há poder constituinte derivado. Para ele só há um poder constituinte (organização do Estado, Constituição). O poder constituinte tira sua legitimidade do próprio povo. Poder constituído. 
- A alteração da Constituição é alterada pelo Congresso Nacional, que é um poder Constituído e não constituinte. Nesse sentido, para ele, há apenas um poder de reforma da Constituição. A maioria da doutrina ignora, entretanto, essa posição. 
-> A própria assembléia nacional constituinte deu ao Congresso o poder de reforma. Ele pode alterar a estrutura do Estado. Ele exerce parcela do poder constituinte. 
Titularidade 
- poder constituinte originário: o povo. É sempre do povo, se manifesta no momento de ruptura com a ordem constitucional. Só há um meio do povo exercer esse poder: eleger uma assembléia constituinte para essa função. 
- poder constituinte derivado: Congresso Nacional - só o CN. (Presidente não sanciona ou veta PEC). 
-> Características do poder constituinte derivado 
- Não é soberano, vem do poder originário. 
- É limitado pela própria Constituição. 
Limitações 
Emenda: art. 60 CF
Iniciativa: 
I - de um terço, no mínimo, dos membros da Câmara dos
Deputados ou do Senado Federal;
II - do Presidente da República;
III - de mais da metade das Assembléias Legislativas das unidades da Federação (deputados estaduais- é unicameral, só há uma casa), manifestando-se, cada uma delas, pela maioria relativa de seus membros (maioria simples - entre os presentes). A ratio é o principio federativo, ou seja, a autonomia dos Estados, capacidade de se manifestar na opinião nacional. 
*** não pode ser proposta por um senador ou deputado. Para ser proposta de PEC precisa alcançar 1/3.
*maioria: 1º número inteiro depois da metade. 
* Questão da iniciativa partir do povo: José Afonso da Silva argumenta que pode. Se o povo pode apresentar uma nova Constituição, re-fundar um Estado, por analogia, ele pode propor uma Emenda. No entanto, devido à omissão do art. 60, não cabe a iniciativa popular, pois seus incisos tem um rol taxativo. 
Limitações circunstanciais:
- No advento de certas circunstancias, a CF não pode ser emendada. Art. 60 § 1º: "A Constituição não poderá ser emendada na vigência de intervenção federal, de estado de defesa ou de estado de sítio." 
No momento de crise o Estado já tem os meios necessários para agir, não precisa de emenda. 
Estado de defesa e estado de sítio: art. 136 e 137 CF. 
Intervenção federal: art. 34 CF
 -> Limitações formais / procedimentais art. 60 §2º 
- Casa iniciadora: será o Senado se a proposta for apresenta por seus membros ou pelas assembléias legislativas (representantes dos Estados) art. 64 
- Casa revisora: 
Votação : quorum 3/5 dos membros em 2 turnos em cada casa. 
- Questão do segundo turno: formaram-se duas orientações no STF sobre a questão do segundo turno poder ou não ser contínuo. A vitoria, infelizmente, foi dos que consideraram possível a continuidade, ou seja, logo após a votação no 1º turno. Emenda 62 serviu de base. 
- Art. 60 §5º
Legislatura do Congresso Nacional: 4 anos tempo de mandato de um deputado federal. (Tem 4 sessões legislativas).
Sessão legislativa: ano parlamentar. Art. 57
Sessão ordinária: acontece diariamente no Congresso Nacional de segunda a sexta.
-> projeto de lei: regra diferente - segue o art. 67 - o projeto pode ser re-apresentado na mesma sessão legislativa se a proposta vier de maioria absoluta dos membros. 
-** Alteração da proposta: art. 65 parágrafo único - é consolidado na jurisprudência que depende da natureza da alteração. Se for de mera redação, que não prejudicou o sentido do projeto, não há necessidade do projeto regressar a casa iniciadora. Serve pra PEC e projeto de lei. 
Ação direta de inconstitucionalidade formal: ADI 2135Limitações temporais 
- Durante um determinado lapso temporal a Constituição não pode ser modificada. 
- A CF não tem esse tipo de limitação. Barroso enxerga essa limitação no art. 60 §5º
- Art. 3º, ADCT. Norma constitucional, está sujeita ao principio da supremacia, mas é transitória. Revisão constitucional: após cinco anos. 6 Emendas aprovadas na revisão.(ECR). 
Perguntas pra casa 
1- O art. 3º ADCT pode ser aplicado para se fazer uma nova revisão?
2-É possível uma emenda a CF, aprovada nos termos do art. 60, estabelecer uma nova revisão constitucional com quorum facilitado de aprovação de emendas? 
1-Segundo José Afonso da Silva, a revisão que era prevista no art. 3º do ADCT Ja foi concluída e não cabe mais falar em revisão constitucional, não há revisão legitimamente. Agora só existe os processos de emendas. 
2- há limitações materiais implícitas com relação à modificação do texto constitucional. No caso de mudanças relativas a própria emenda não é aceitável uma reforma que vise atenuar o seu processo, porque, caso contrario, de nada adiantaria a Constituição ter estabelecido vedações circunstanciais ou materiais ao poder de reforma. 
Aula: 15/04
Monitor: Abner - vellasco.abner@gmail.com 
Sessão unicameral -> diferente de sessão conjunta. Sessão conjunta -> a câmara e o Senado estão unidos em uma sessão, discutindo um mesmo assunto. Há duas casas mesmo assim. Na votação será preciso a aprovação em cada casa. 
Limitações Materiais (relativas ao conteúdo)
Clausulas pétreas - núcleo imodificável 
- é da natureza da emenda ir contra certos dispositivos constitucionais, porque o seu objetivo é justamente alterar, acrescentar, modificar a Constituição. 
- A cláusula pétrea é a espinha dorsal do Estado Democrático de Direito. 
- A Emenda será materialmente inconstitucional quando violar clausula pétrea. (Ditadura dos mortos sobre os vivos). 
Expressas: art. 60 §4º
Implícitas :
Aula: 18/04
- Limitações materiais: são as de conteúdo 
- Clausula pétrea - alicerces do Estado democrático de direito 
- Poder constituinte derivado pode mudar tudo, menos as clausulas pétreas, porque se isto ruir, cai a própria democracia. 
60§4º - Não será objeto de deliberação. 
- Supondo que tem uma proposta de emenda a Constituição que claramente viole clausula pétrea: um deputado ou senador pode tentar mandato de segurança no Supremo Tribunal Federal para garantir direito liquido e certo. Não precisa ter dilação probatória (não precisa provar que tem um direito. Não ha discussão que a pessoa tem esse direito). 
- O Supremo pode determinar o arquivamento da PEC. Normalmente o Supremo não discute a proposta, espera sair. Isso é uma exceção, quando a proposta CLARAMENTE viole clausula pétrea. 
- O Parlamentar pode entrar com mandato de segurança contra o Congresso Nacional que esta discutindo a PEC. 
- Tem uma proposta de Emenda a Constituição, que visava criar pena de morte e abolir alguns direitos fundamentais (contraditório, ampla defesa e devido processo legal) - essa proposta foi arquivada pela comissão de Constituição e justiça. Se não tivesse sido arquivado, qualquer deputado poderia entrar com mandato de segurança e pedir o trancamento da PEC. 
- Normalmente o Supremo não se intromete no processo legislativo e o controle de constitucionalidade das leis é feito a posteriori. 
- Não será objeto de deliberação proposta de emenda Tendente a abolir clausula pétrea. ( pode levar a abolir. Se indiretamente de levar a ferir uma clausula pétrea)
- Pode alterar uma clausula pétrea ? Pode, desde que não restrinja (tenda a abolir). 
- Forma federativa de Estado é clausula pétrea: pode ser alterada. Ex.: pode uma emenda transferir para os Estados a competência de direito penal, que é da União. 
-> Forma federativa de Estado: 
-tradição da nossa história constitucional. Nunca saiu de nossas constituições desde a proclamação de republica por Deodoro (1789), através de um decreto. Já em 1791 foi nossa primeira Constituição republicana e federativa. 
- A CF 88 re-discutiu o modelo federativo. Ex.: município passou a ter autonomia federativa. 
- A União tem uma preocupação geral, mas o interesse local é do Estado, o Município. Separação de poder verticalmente (União, Estados e Municípios). 
Ex.: questão tributaria 
Voto direto, secreto, universal e periódico 
- Voto obrigatório não é clausula pétrea.
- Voto direto: podemos ter o voto indireto (art.81) - vagando os cargos de presidente e vice-presidente da republica nos dois últimos anos do período presidencial, a eleição para ambos os cargos será feita pelo Congresso Nacional. "Mandato tampão." É só para completar o período. 
-Normalmente a votação no CN é publica. A votação é secreta no CN para perda de mandato parlamentar e derrubada do veto do presidente da republica. 
- Universal: todos tem direito a participar. ( limite de idade não tira a universalidade de voto) 
Voto periódico: os mandatos têm prazo determinado. São todos de quatro anos, exceto o do senador (8anos). 
-> Separação de poderes 
- Não é de tripartiçao de poderes. É separação de poderes! 
- parlamentarismo não pode ser incluído porque já foi discutido no referendum. 
 - Não pode o der derivado passar por cima da decisão do próprio povo. Para ser incluído tem que ou ser precedido por um plebiscito popular ou submetido a referendo.
Duas posições sobre o parlamentarismo: se viola a Constituição de poderes não pode ter plebiscito; se não viola pode ter o plebiscito (maior parte da doutrina considera que não viola). 
 
Aula: 07/05/13 
-> Cláusula pétrea implícita 
Divergência se republica é clausula pétrea implícita ou não. 
Argumentos: 1- é clausula pétrea, porque toda a Constituição é pautada e organizada de acordo com o sistema republicano. 
 2- é clausula pétrea, porque as clausulas pétreas expressas (voto, forma federativa, direitos fundamentais) seriam típicos e associados ao sistema republicano.
 3- não é clausula pétrea porque não fere nem tende a ferir clausulas pétreas expressas. 
 
Consequências do poder constituinte 
Regra geral: a Constituição nova revoga inteiramente a Constituição antiga. 
Exceção: desconstitucionalização - a assembleia nacional constituinte elabora uma nova constituição e determina que a constituição antiga permanecerá em vigor com status de lei. A Constituição antiga é rebaixada à condição de lei. O que for incompatível com a nova constituição será automaticamente revogado. No entanto, é mais uma hipótese acadêmica, pois, segundo o professor, não faz sentido fazer uma nova Constituição se vai manter a outra em vigor como lei. 
 Vacatio constitucionalis: é possível, mas não é comum, pois a idéia é romper com a ordem estabelecida. 
Vacatio constitucionalis parcial - é possível. Art. 34 ADCT. 
Legislação: principio da continuidade do ordenamento jurídico. A legislação anterior à Constituição permanece em vigor, desde que compatível. 
Incompatibilidade 
Material 
Formal (ex.: Constituição ordena que determinada matéria seja regulamentada por lei complementar e esta está regulamentada em lei ordinária).
Recepção de normas: quando a lei é compatível materialmente com a Constituição. 
-> se for compatível materialmente e incompatível formalmente: art. 146, II. - CTN é lei. Para ser recepcionada, basta a lei ter compatibilidade material. O CTN foi recepcionado com status de lei complementar, porque a Constituição de 1988 estabelece isso.
** a lei posterior a Constituição deve ter compatibilidade formal e material. Qualquer incompatibilidade dessas faz com que a lei seja inconstitucional. A ação direta de inconstitucionalidade é só para leis promulgadas após a nova Constituição. Não serve para leis recepcionadas, porque estas, quando não compatíveis, são revogadas.
*** mesmo posterior à Constituição, se posteriormente uma emenda for editada e a lei for incompatível, esta será revogada. 
ADPF argüiçãode descumprimento de preceito fundamental. - discute legislação anterior; discute a compatibilidade. Ex.: lei de Imprensa - supremo entendeu que foi revogada. 
Art. 97 CF. 
Aula: 09/05
Direito adquirido 
- Em termos de teoria da Constituição, não há direito adquirido perante o poder constituinte originário. 
-> No Brasil, tradicionalmente é admitido o direito adquirido e essa admissão muitas vezes é expressa, ou seja, a própria Constituição nova a autoriza. Ex.: Art. 29 §3º ADCT. No entanto para quem ingressou no MP após 1988: - art. 128 §5º CF. 
-> Direito adquirido: aquilo que já está incorporado no patrimônio jurídico da pessoa. No momento a pessoa já pode exercê-lo. 
- Emenda não pode abolir direito adquirido porque este é um direito individual. 
Entendimento do STF - não ha direito adquirido às regras do regime jurídico. Caso da aposentadoria. Na prática ha uma grande dificuldade em definir o direito adquirido.
Normas constitucionais e hermenêutica constitucional
Classificação 
1- Trazida do direito americano por Rui Barbosa: 
a- auto aplicáveis: não precisa de regulamentação. Ex. Art. 226, §5º CF- "Os direitos e deveres referentes à sociedade conjugal são exercidos igualmente pelo homem e pela mulher." 
b- não auto aplicáveis: precisa de regulamentação. Ex. Art. 7º, XXI CF - "aviso prévio proporcional ao tempo de serviço, sendo no mínimo de trinta dias, nos termos da lei". 
A CF garante um direito, mas este deve ser discutido em lei. De quanto será a proporcionalidade, como será feita? - lei 12506/2011. 
- não há hierarquia entre lei complementar e lei ordinária, pois ambas tem a Constituição como fundamento de validade.
2 - José Afonso da Silva
a- Eficácia plena: tem aplicabilidade direta, imediata e integral. Não precisa de uma norma que a regulamente. As normas jurídicas não podem restringir sua eficácia. Ex.: Art. 226, §5º CF. Art. 227§6º. Uma vez promulgada produz todos os seus efeitos. É auto aplicável. 
b- eficácia contida: quando é promulgada a Constituição, essa norma está apta a produzir todos os seus efeitos, não precisa ser regulamentada. No entanto, admite, aceita, tolera, que uma norma infra constitucional venha restringir o seu alcance. É auto aplicável, pois não precisa de regulamentação. Ex.: art. 5º, XIII. (Advocacia – qualquer um pode exercer, mas precisa cumprir certos requisitos - bacharel em direito e exame da OAB. Ex2.: art. 5º, XII. – a lei que restringiu só foi publicada em 1996 (9296/96), portanto, de 1988 a 1996, a prova que viesse de escuta telefônica seria ilícita. 
c- eficácia limitada:
 Aula 21/05
Eficácia limitada : institutivas e programáticas 
Programáticas: estabelecem meta/programa/objetivo da ação do Estado. Conteúdo genérico e abstrato. Elementos constituintes do Estado: território, soberania, povo,finalidade. Alguns discutem que elas não deveriam estar na Constituição, porque não acontecem na pratica e, portanto, poderiam contribuir para a ridicularização da Constituição. No entanto, as normas são importantes para obrigar o Estado a perseguir seu objetivo. Essas normas são genéricas, precisam de leis que a dêem completude, concretizando-as. Mas elas tem eficácia e é possível fundar pedido com norma programática. Ela tem eficácia, limitada, mas tem. Art. 196; art. 215; art. 225. 
Institutivas: instituem algo; criam. Confere direitos ao cidadão. Não estabelecem uma meta de ações do Estado. Constituição institui essa espécie de norma e a norma regulamentadora deve regular o seu exercício. Ex.: art. 7º, XIX. Art. 125 §2º e §3º. As institutivas podem ser impositivas (criação da norma regulamentadora é obrigatória — art. 32§4º, art. 37§7º) ou facultativas (o Estado faz a norma regulamentadora se quiser — ex.: art. 125 §3º). 
Na impositiva cabe:
- Mandado de junção (art. 5º, LXXI) com relação a direito fundamental. Pode ser individual ou coletivo. Ex.: greve de servidor publico (art. 37, VII).
- ADI por omissão (art. 103, §2º) no STF.
Mandado de junção 107. A intenção do constituinte esta que o mandado funcionasse como uma regulamentação provisória. No entanto, o STF adotou o posicionamento de que a sentença seria meramente declaratória, ou seja, apenas verificaria a omissão do Congresso. 
- Ler MI 708 e MI 713
Aula 23/05
—> Inúmeros casos sobre o mesmo tema chegaram ao STF e então este editou o MI 708 e MI 713.
— Conferiu ao mandado de junção natureza constitutiva e não mais declaratória. Conferiu aos servidores públicos o direito de greve, aplicando-se a lei geral de greve até a regulamentação pelo Congresso. A decisão não teve eficacia inter partes, mas teve erga omnes, ou seja, todos os servidores públicos de todos os locais poderiam fazer greve. Apesar dessa situação, o Supremo continuou dando natureza declaratória a outros mandados de junção. 
— Essa mudança de interpretação é denominada mutação constitucional. Não se muda o texto da Constituição, mas sim a interpretação de determinado dispositivo. 
— Aviso prévio proporcional ao tempo de serviço: o Supremo regulamentou provisoriamente, devido a demora do Congresso (20 anos sem regulamentação). Quando o Supremo começou a apresentar a proposta, o Congresso resolveu finalmente fazer a lei. 
Hermenêutica Constitucional
— Interpretação constitucional. 
— Toda norma precisa ser interpretada. Alguns dispositivos podem ser de fácil interpretação, outros de difícil interpretação, mas todos PRECISAM ser interpretados. 
Aula 28/05
— O centro da ordem jurídica era o código civil. Não havia o processo chamado hoje de filtragem constitucional. 
— hoje é normal fazer uma interpretação à luz da Constituição. 
Direito positivo: é o direito aplicado. 
Kelsen - ordenamento jurídico, estrutura hierárquica. Sistema romano-germânico -> primado da lei.
Evolução histórica: Kopernico, Darwin, Freud, etc. 
Kelsen - direito é ciência porque tem um objeto próprio de estudo: a lei. Idéia da completude do ordenamento jurídico. Premissa maior (lei), premissa menor(caso concreto), conclusão (sentença). 
1ª e 2ª Guerra - Tribunal de Nuremberg - atrocidades cometidas dentro da legalidade.
-> Princípios ganham uma força maior. 
- Discussão ao Estado Democrático de Direito: maior peso aos valores; foco no direito constitucional.
Dworkin - pós-positivismo = regras + princípios
A diferença passa a ser qualitativa e não mais quantitativa. Regra é um comando do tipo tudo ou nada, ou seja, ou ela se aplica inteiramente, integralmente, ou não se aplica. Não se pondera a regra. Se ocorre a hipótese de incidência, a lei se aplica. 
No caso de principio não pode-se falar qual se aplica sem uma analise do caso concreto. 
Método jurídico clássico 
- Gramatical: aplicação da lei ao caso
- Histórica: evolução da norma
- Sistemático: contexto do ordenamento jurídico 
- Teleológico: sentido da norma; por que a norma foi criada
Aula: 07/05/13 
-> Cláusula pétrea implícita 
Divergência se república é clausula pétrea implícita ou não. 
Argumentos: 1- é clausula pétrea, porque toda a Constituição é pautada e organizada de acordo com o sistema republicano. 
 2- é clausula pétrea, porque as clausulas pétreas expressas (voto, forma federativa, direitos fundamentais) seriam típicos e associados ao sistema republicano.
 3- não é clausula pétrea porque não fere nem tende a ferir clausulas pétreas expressas. 
 
Consequências do poder constituinte 
Regra geral: a Constituição nova revoga inteiramente a Constituição antiga. 
Exceção: desconstitucionalização - a assembleia nacional constituinte elabora uma nova constituição e determina que a constituição antiga permanecerá em vigor com status de lei. A Constituição antiga é rebaixada à condição de lei. O que for incompatível com a nova constituição será automaticamente revogado. No entanto, é mais uma hipótese acadêmica, pois, segundo o professor, não faz sentido fazer uma nova Constituição se vai mantera outra em vigor como lei. 
 Vacatio constitucionalis: é possível, mas não é comum, pois a idéia é romper com a ordem estabelecida. 
Vacatio constitucionalis parcial - é possível. Art. 34 ADCT. 
Legislação: principio da continuidade do ordenamento jurídico. A legislação anterior à Constituição permanece em vigor, desde que compatível. 
Incompatibilidade 
Material 
Formal (ex.: Constituição ordena que determinada matéria seja regulamentada por lei complementar e esta é regulamentada em lei ordinária).
Recepção de normas: quando a lei é compatível materialmente com a Constituição. 
-> se for compatível materialmente e incompatível formalmente: art. 146, II. - CTN é lei. Para ser recepcionada, basta a lei ter compatibilidade material. O CTN foi recepcionado com status de lei complementar, porque a Constituição de 1988 estabelece isso.
** a lei posterior a Constituição deve ter compatibilidade formal e material. Qualquer incompatibilidade dessas faz com que a lei seja inconstitucional. A ação direta de inconstitucionalidade é só para leis promulgadas após a nova Constituição. Não serve para leis recepcionadas, porque estas, quando não compatíveis, são revogadas.
*** mesmo posterior à Constituição, se posteriormente uma emenda for editada e a lei for incompatível, esta será revogada. 
ADPF argüição de descumprimento de preceito fundamental. - discute legislação anterior; discute a compatibilidade. Ex.: lei de Imprensa - supremo entendeu que foi revogada. 
Art. 97 CF. 
Aula: 09/05
Direito adquirido 
- Em termos de teoria da Constituição, não há direito adquirido perante o poder constituinte originário. 
-> No Brasil, tradicionalmente é admitido o direito adquirido e essa admissão muitas vezes é expressa, ou seja, a própria Constituição nova a autoriza. Ex.: Art. 29 §3º ADCT. No entanto para quem ingressou no MP após 1988: - art. 128 §5º CF. 
-> Direito adquirido: aquilo que já está incorporado no patrimônio jurídico da pessoa. No momento a pessoa já pode exercê-lo. 
- Emenda não pode abolir direito adquirido porque este é um direito individual. 
Entendimento do STF - não ha direito adquirido às regras do regime jurídico. Caso da aposentadoria. Na prática ha uma grande dificuldade em definir o direito adquirido.
Normas constitucionais e hermenêutica constitucional
Classificação 
1- Trazida do direito americano por Rui Barbosa: 
a- auto aplicáveis: não precisa de regulamentação. Ex. Art. 226, §5º CF- "Os direitos e deveres referentes à sociedade conjugal são exercidos igualmente pelo homem e pela mulher." 
b- não auto aplicáveis: precisa de regulamentação. Ex. Art. 7º, XXI CF - "aviso prévio proporcional ao tempo de serviço, sendo no mínimo de trinta dias, nos termos da lei". 
A CF garante um direito, mas este deve ser discutido em lei. De quanto será a proporcionalidade, como será feita? - lei 12506/2011. 
- não há hierarquia entre lei complementar e lei ordinária, pois ambas tem a Constituição como fundamento de validade.
2 - José Afonso da Silva
a- Eficácia plena: tem aplicabilidade direta, imediata e integral. Não precisa de uma norma que a regulamente. As normas jurídicas não podem restringir sua eficácia. Ex.: Art. 226, §5º CF. Art. 227§6º. Uma vez promulgada produz todos os seus efeitos. É auto aplicável. 
— Não pode o constituinte regular tudo diretamente, nem é oportuno que o faça; confere ele, então, ao Poder Legislativo ordinário a tarefa de desenvolver principio fundamental já sancionado na própria norma, mantendo, todavia, sua supremacia. 
b- eficácia contida: quando é promulgada a Constituição, essa norma está apta a produzir todos os seus efeitos, não precisa ser regulamentada. No entanto, admite, aceita, tolera, que uma norma infra constitucional venha restringir o seu alcance. É auto aplicável, pois não precisa de regulamentação. Ex.: art. 5º, XIII. (Liberdade do indivíduo de determinar-se em relação ao trabalho, oficio e profissão, segundo seu próprio entendimento e conveniência. A lei só poderá interferir para exigir certa habilitação para o exercicio de uma ou outra profissão. na ausência de lei, a liberdade é ampla. Advocacia – qualquer um pode exercer, mas precisa cumprir certos requisitos - bacharel em direito e exame da OAB. Ex2.: art. 5º, XII. – a lei que restringiu só foi publicada em 1996 (9296/96), portanto, de 1988 a 1996, a prova que viesse de escuta telefônica seria ilícita. 
Enquanto o legislador ordinário não expedir a normação restritiva, sua eficácia será plena; 
c- eficácia limitada:
 Aula 21/05
Eficácia limitada : institutivas e programáticas 
Programáticas: estabelecem meta/programa/objetivo da ação do Estado. Segundo Pontes de Miranda: "são aquelas em que o legislador, constituinte ou não, em vez de editar regra jurídica de aplicação concreta, apenas traças linhas diretoras, pelas quais se hão de orientar os Poderes Públicos. A legislação, a execução e a própria justiça ficam sujeitas a esses ditames, que são como programas dados à sua função. " Atribui fins ao Estado. Conteúdo genérico e abstrato. Elementos constituintes do Estado: território, soberania, povo,finalidade. Alguns discutem que elas não deveriam estar na Constituição, porque não acontecem na pratica e, portanto, poderiam contribuir para a ridicularização da Constituição. No entanto, as normas são importantes para obrigar o Estado a perseguir seu objetivo. Essas normas são genéricas, precisam de leis que a dêem completude, concretizando-as. Mas elas tem eficácia e é possível fundar pedido com norma programática. Ela tem eficácia, limitada, mas tem. Art. 196; art. 215; art. 225. (José Afonso dita algumas características: estabelecem um dever para o legislador; condicionam a legislação futura, com a consequência de serem inconstitucionais as leis ou os atos que a ferirem; informam a concepção do Estado e da sociedade e inspiram sua ordenação jurídica, mediante a atribuição de fins sociais, proteção dos valores de justiça social e revelação dos componentes do bem comum). 
Institutivas: instituem algo; criam. Confere direitos ao cidadão. São normas através das quais o legislador constituinte traça esquemas gerais de estruturação e atribuições de órgãos, entidades ou institutos, para que o legislador ordinário os estruture em definitivo, mediante lei. Não estabelecem uma meta de ações do Estado. Constituição institui essa espécie de norma e a norma regulamentadora deve regular o seu exercício. Ex.: art. 7º, XIX. Art. 125 §2º e §3º. As institutivas podem ser impositivas (criação da norma regulamentadora é obrigatória — art. 32§4º, art. 37, VII) ou facultativas (não impõe uma obrigação; limitam-se a dar ao legislador ordinário a possibilidade de instituir ou regular a situação nelas delineadas) o Estado faz a norma regulamentadora se quiser — ex.: art. 125 §3º, art. 195§4º, art. 22§ único). 
Na impositiva cabe:
Inconstitucionalidade por omissão: a mera ciência ao Poder Legislativo pode ser ineficaz, já que ele não pode ser obrigado a legislar, embora um dever moral de legislar possa o impulsionar. 
- Mandado de injunção (art. 5º, LXXI) com relação a direito fundamental. Pode ser individual ou coletivo. Ex.: greve de servidor publico (art. 37, VII).
- ADI por omissão (art. 103, §2º) no STF.
Mandado de injunção 107. A intenção do constituinte esta que o mandado funcionasse como uma regulamentação provisória. No entanto, o STF adotou o posicionamento de que a sentença seria meramente declaratória, ou seja, apenas verificaria a omissão do Congresso. 
- Ler MI 708 e MI 712
Aula 23/05
—> Inúmeros casos sobre o mesmo tema chegaram ao STF e então este editou o MI 708 e MI 712.
— Conferiu ao mandado de injunção natureza constitutiva e não mais declaratória. Conferiu aos servidores públicos o direito de greve, aplicando-se a lei geral de greve até a regulamentação pelo Congresso. A decisão não teve eficacia inter partes, mas teve erga omnes, ou seja, todos os servidores públicos de todos oslocais poderiam fazer greve. Apesar dessa situação, o Supremo continuou dando natureza declaratória a outros mandados de injunção. 
— Essa mudança de interpretação é denominada mutação constitucional. Não se muda o texto da Constituição, mas sim a interpretação de determinado dispositivo. 
— Aviso prévio proporcional ao tempo de serviço: o Supremo regulamentou provisoriamente, devido a demora do Congresso (20 anos sem regulamentação). Quando o Supremo começou a apresentar a proposta, o Congresso resolveu finalmente fazer a lei. 
Hermenêutica Constitucional
— Interpretação constitucional. 
— Toda norma precisa ser interpretada. Alguns dispositivos podem ser de fácil interpretação, outros de difícil interpretação, mas todos PRECISAM ser interpretados. 
Aula 28/05
— O centro da ordem jurídica era o código civil. Não havia o processo chamado hoje de filtragem constitucional. 
— hoje é normal fazer uma interpretação à luz da Constituição. 
Direito positivo: é o direito aplicado. 
Kelsen - ordenamento jurídico, estrutura hierárquica. Sistema romano-germânico -> primado da lei.
Evolução histórica: Kopernico, Darwin, Freud, etc. 
Kelsen - direito é ciência porque tem um objeto próprio de estudo: a lei. Idéia da completude do ordenamento jurídico. Premissa maior (lei), premissa menor(caso concreto), conclusão (sentença). 
1ª e 2ª Guerra - Tribunal de Nuremberg - atrocidades cometidas dentro da legalidade.
-> Princípios ganham uma força maior. 
- Discussão ao Estado Democrático de Direito: maior peso aos valores; foco no direito constitucional.
Dworkin - pós-positivismo = regras + princípios
A diferença passa a ser qualitativa e não mais quantitativa. Regra é um comando do tipo tudo ou nada, ou seja, ou ela se aplica inteiramente, integralmente, ou não se aplica. Não se pondera a regra. Se ocorre a hipótese de incidência, a lei se aplica. 
No caso de principio não pode-se falar qual se aplica sem uma analise do caso concreto. 
Método jurídico clássico 
- Gramatical: aplicação da lei ao caso
- Histórica: evolução da norma
- Sistemático: contexto do ordenamento jurídico 
- Teleológico: sentido da norma; por que a norma foi criada
Aula 04/06
 
Método cientifico-espiritual
- Rudolf Smend
- Direito como ciência do espirito (humano) e não como ciência natural
- A humanidade cria, inventa, não descobre.
- Necessidade de se interpretar o direito contextualizando-o com os valores sociais.
 
Método tópico-problemático
- Theodor Viehweg
- Inversão do método clássico (raciocínio dedutivo)
- Topois e o raciocínio indutivo
- Solução ideal: auditório
- Parte do estudo do caso, das circunstancias do caso, para o ordenamento jurídico. Premissa menor primeiro e depois premissa maior. Sempre ha diversos pontos de vista. Um Topoi é um ponto de vista, um ponto com relação a um problema e a solução ideal do problema é dada pelo auditório, que são os destinatários da decisão. A partir dos diversos topois, expondo os pontos de vista daquele problema, as partes podem apresentar a solução.
- Critica - se ao analisar todos os topois, o auditório chegar a conclusão que a melhor solução é contra legem será um problema.
 
Método normativo-estruturante
- Frederic Müller
- Norma e texto da norma
- Norma como resultado da interpretação: norma é a interpretação do texto à luz do caso concreto. 
 
**Método hermenêutico- concretizador
- Konard Hesse
- Dois elementos: pre-compreensão (norma) e problema
- Comunicação entre fato e norma
- força normativa
- ciclo hermenêutico
- Espiral hermenêutica: interpreta-se a norma de acordo com o caso e o caso de acordo com a norma varias vezes, constantemente. É uma comunicação tão intensa entre o fato e a norma até chegar num ponto de encontro, numa solução.
 
— interpreta-se a norma à luz do caso concreto e o caso concreto à luz da norma. O Topoi, neste sentido, só é valido se esta em harmonia com o ordenamento. Então, não se pode ter uma solução contra legem.
— O caso e a norma tem que ser interpretado em conjunto.
— Idéia da força normativa da Constituição. Ela não é só um conjunto de princípios para inspirar o legislador, tem força normativa.
 
 
Teoria da Sociedade dos Interpretes da Constituição
 
— Peter Häberle
— Sociedade fechada dos intérpretes da Constituição: grupo que interpreta a Constituição de maneira obrigatória, vinculante. Basicamente o STF.
— Sociedade aberta dos intérpretes da Constituição: todos interpretam a Constituição. Tem que ter a possibilidade de influir na decisão da sociedade fechada, participar.
Amicus curiae - antes do Supremo tomar a decisão que vai vincular toda a sociedade ele escuta a própria sociedade. Art. 9º§1º lei 9868 e 6º§1º 9882. O Supremo vai julgar a DI, a DC, a DPF, mas ele ouve. Ex.: caso do aborto de anencefalo - ouviu médicos, grupos feministas, grupos religiosos, etc.
Aula: 06/06 
Métodos de interpretação americano 
— Interpretativismo 
- Método conservador
- Juiz apenas interpreta a Constituição, sem criar, já que não integra o Poder Legislativo. 
- Pais fundadores 
- Questionamento acerca da legitimidade da jurisdição constitucional.
— Não Interpretativismo 
- método progressista
- Constituição como obra viva e não como uma "ditadura dos mortos sobre os vivos". 
Princípios Básicos de Interpretação Constitucional
- Supremacia da Constituição 
-Presunção de constitucionalidade das leis (significa que ao argüir a inconstitucionalidade ela precisa ser demonstrada). 
art. 14, III - lei 9869/1999 - ação declaratória de constitucionalidade e ação direta de inconstitucionalidade. 
- Unidade da Constituição: ela é una, não existe hierarquia entre normas constitucionais. Otto Bachof - admite a possibilidade de normas originárias da Constituição serem inconstitucionais. Brasil analisou essa teoria na DI 815.DI 4097.
- Interpretação conforme à Constituição - a lei é interpretada em harmonia com a constituição. (Com e sem redução de texto) a inconstitucionalidade será declarada se não houver como fazer uma interpretação da lei conforme a Constituição. 
- Concordância pratica (harmonização): ponderação de princípios, não sacrificando nem um, nem outro. 
- Força normativa da Constituição
- Máxima efetividade dos direitos fundamentais 
Principio da proporcionalidade/razoabilidade 
- Adequação: porque deve prevalecer um principio 
- necessidade: de ponderar, mostrar que não tem como fazer harmonização, explicando o motivo, é necessário sacrificar um direito fundamental em relação do outro. 
- proporcionalidade em sentido estrito: é o próprio juízo de razoabilidade. 
Usos da proporcionalidade 
- Como técnica de hermenêutica
- Como parâmetro de controle (STF já declarou uma norma inconstitucional por falta de razoabilidade -lei do estado do Paraná, que determinava que o bujão de gás fosse pesado à vista do consumidor). 
Aula 11/06
Federação
— Forma de Estado 
* Confederação - Estados soberanos, independentes, que se unem. Base jurídica - tratado — defesa externa e manutenção da paz interna. Surgiu nos EUA, no momento da independência. Os 13 estados eram soberanos entre si, mas só conseguiram a independência porque estavam juntos, unidos.
* Estado Unitário - um único pais, tem a Constituição, e tem um único centro emanador de decisões políticas. As regiões não tem autonomia. Ex.: Portugal, França.
Federação 
- Um único país
- documento jurídico: Constituição
- regiões: autonomia 
- Toda federação por si só é indissolúvel. Art. 1º CRF. 
- art. 34, I.
Federação por agregação — confederação vira federação. Modelo EUA 
- Poder central existe mas não tem a capacidade de esmagar os estados. Ha um grande cuidado com a autonomia dos estados. 
Federação por desagregação - Estado unitário passou para federação . Modelo Brasil.
Brasil
Assumiu a forma de Estado Federal em 1889 com a Proclamação da Republica. 
Entes federativos: Art. 18. A organização político-administrativa da República Federativa do Brasilcompreende a União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios, todos autônomos, nos termos desta Constituição.
— O Estado Federal, o todo, como pessoa jurídica reconhecida pelo direito internacional é o único titular da soberania, considerada poder supremo consistente na capacidade de autodeterminação. Os estados federados são titulares tão só de autonomia, compreendia como governo próprio dentro do circulo de competências traçadas pela Constituição Federal.
Jose Afonso criticou a autonomia dos municípios. Para ele, estes não são entes federativos, pois continuam a ser divisões políticas dos estados, não da União. Para ele, se os municípios fossem divisões políticas do território da União, os Estados ficariam com todo seu território repartido entre seus municípios e, portanto, ficariam sem território próprio. No entanto a maior parte da doutrina apoiou a decisão do constituinte. 
Art. 32 - distrito federal não pode ser dividido em municípios. 
- Brasília é a capital federal (art. 18 §1º): é a cidade-centro, polo irradiante, de onde partem, aos governados, as decisões mais graves, e onde acontecem os fatos decisivos para os destinos do país.
Cidades satélite — não é município, é cidade apenas. 
Entes federativos da federação do Brasil - art. 18
É característica da federação a indissolubilidade - no caso brasileiro, tem menção expressa na constituição.Tentar dissolver a federação é um dos motivos para intervenção federal
Autonomia - os entes federativos são autônomos: união, estados, município, DF 
** Territórios Federais: são mera autarquia da União, simples descentralização administrativo-territorial desta. Não ha mais territórios federais no Brasil, porque a Constituição transformou os últimos (Roraima e Amapá) em Estados.
*** Estados: há possibilidade de transformação deles por incorporação entre si, por subdivisão ou desmembramento quer para se anexarem a outros, quer para formar novos Estados, quer, ainda, para formarem Territórios Federais, mediante aprovação da população diretamente interessada, através de plebiscito, e do Congresso Nacional, por lei complementar, ouvidas as respectivas Assembléias Legislativas. (Art.18§3º ; 48,VI). 
Autonomia: auto governo, auto organização (engloba auto legislação) e autoadministração.
— Autoadministração
União: pessoa jurídica de direito publico interno.Tem autonomia. Integra a federação, mas não exerce soberania (quem exerce a soberania é a federação, o Brasil). Quem representa federação é a União. Competência da união (art. 21, CF)
A auto organização da união é dada pela constituição e por leis federais.A autorganização é a capacidade que o ente tem de organizar a si mesmo, sem a intervenção dos demais entes. A união se organiza por meio da autolegislação (capacidade do ente de gerar suas próprias leis).Autorganização anda lado a lado com a autolegislação
Lei nacional - vale para todos os entes federativos Lei federal - lei para a união. Só vale para a federação.
As vezes há uma mistura entre as leis. Uma lei com aspecto de lei federal e lei nacional. Ex.: lei da licitação e contratos administrativos (8666/93) - essa lei tem aspectos de normais gerais, se é norma geral, se aplica a todos (aspecto nacional). Também tem algumas partes especificas, que não é norma geral. Se é especifica, aplica-se somente a união.
A união tem capacidade para legislar sobre normas gerais de licitação e contratos administrativos. Só a união pode legislar acerca disso. Pode ter leis especificas de licitação e contratos estaduais.
art. 102, I, a - é entendimento pacifico da doutrina que cabe ação direta de inconstitucionalidade para lei nacional também. O constituinte pensou em ato do congresso. Não foi técnico
A distinção entre lei federal e nacional é relevante, basicamente, no dir. Administrativo. ADI é só pra lei federal e estadual.
Autogoverno da União: capacidade do ente constituir seu governo sem a interferência dos demais entes.Tem três poderes (executivo, judiciário e legislativo)
Poder executivo: presidente da republica: única eleição nacional. Presidente nomeia seus ministros de estado (cargo de confiança do presidente da republica. Livre nomeação e livre exoneração). Os ministros de Estado auxiliam o presidente. Qualquer brasileiro (nato ou naturalizado) pode ser ministro de estado, com exceção do
Ministro de Defesa (art. 12, §3o,VII)
Poder legislativo da união: congresso nacional (câmara dos deputados e Senado federal) - art. 44. Problema relatado por José Afonso com relação à Câmara dos Deputados: a Constituição não fixa o número total de deputados federais, deixando isso e a representação por Estado e pelo Distrito Federal para serem estabelecidos por lei complementar. No entanto, nenhuma das unidades da federação pode ter menos de oito e mais de setenta deputados (art. 45§1º). Com essa fixação de mínimo e máximo, não se encontrará meio de fazer uma proporção que atenda ao principio do voto com valor igual para todos, consubstanciado no art. 14, que é a aplicação particular do principio democrático de igualdade em direitos de todos perante a lei. Ex.: um estado com 400 mil habitantes terá oito representantes, enquanto um de trinta milhões terá apenas 70, o que significa que no primeiro ha um deputado para cada 50 habitantes e no segundo ha um deputado para 428 mil habitantes. Para o autor, tal fato constitui verdadeiro atentado ao principio da representação proporcional. 
Poder judiciário: a união tem o poder judiciário dela: STF
CNJ: controle administrativo e financeiro do do poder judiciário (controla todos os órgãos, com exceção do STF). O STF controla o CNJ
Poder judiciário brasileiro é só da união e dos estados. Município e DF não tem poder judiciário.
STF
I
STJ TST TSE STM 
 ↙↘. ⬇ ⬇. ⬇
TJ TRF TRT TRE TM
 ⬇ ⬇. ⬇. ⬇. ⬇
 JD JF JT JT JM
(Juiz de direito)
 
Justiça do trabalho é da União.
justiça militar é da união.
Justiça eleitoral também é da união. A justiça eleitoral não tem concurso para juiz eleitoral. Os juízes são emprestados de outras justiças.
TRF e JF- justiça federal comum. Julgar questões de interesse da união, entidade autárquica e empresa federal.Art. 109, CF. É da união.
Autoadministração: adminsitra-se por ela própria. Sem interferência dos outros entes. Arrecada verba e gasta essa verba como bem entender, de acordo com a lei. Pratica atos de gestão sem interferência dos demais entes da federação. O art. 153, dá a união a competência tributaria. O inciso VII nunca foi e nunca será instituído.
Estado:
Estado membro (da federação), estados federados (é diferente de federal)
Federado é diferente de federal. Federado integra uma federação. Estado Federal é um Estado soberano, independente, país, que se organiza internamente como federação.
Principio constitucional da simetria - as organizações estaduais e municipais têm que ser simétricas ao modelo federal. Principio geral de federação (aplica-se a todas as federações). Por exemplo, não pode a federação ser presidencialista e o Estado ser parlamentarista.
Normas de reprodução obrigatória - constituição do Estado repete normas da constituição federal.
ex: art. 61, §1o, II, a - por os Estados terem autonomia, essa competência do presidente da república é no âmbito federal (servidor publico federal). Por simetria, esse dispositivo aplica-se a municípios e estados. nesses casos, quem teria essa capacidade seria o prefeito e o governador, respectivamente.
Se a constituição de um Estado modificasse quem tem competência para criar de cargos, funções ou empregos públicos na administração direta e autárquica ou aumentar a remuneração, seria inconstitucional.Iniciativa de leis é de reprodução obrigatória!!!!!
Auto governo: poder executivo é o governador, auxiliado por secretários de estado. Poder legislativo: assembléia legislativa: unicameral (na união, é bicameral. Duas casas) Poder judiciário: tribunais de justiça é juiz de direito (competência residual)
Autoadministração: gerir suas verbas com autonomia. Praticar atos administrativos sem interferência dos outros Entes. Art. 155 - competência tributária dos Estados
ICMS - maior tributo do Estado (circulação de mercadorias e prestação de serviços) - sustenta o Estado.

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