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Unidade III LEGISLAÇÃO HOSPITALAR Prof. Dr. Bruno Caputo Legislação geral para registro de produtos para a saúde Produtos utilizados na realização de procedimentos médicos, odontológicos e fisioterápicos; assim como no diagnóstico, no tratamento, na reabilitação ou na monitoração de pacientes. Incluem desde uma gaze até um equipamento de ressonância magnética. Antes que os produtos médicos possam estar disponíveis para uso, os fabricantes, os representantes e os importadores devem primeiro receber aprovação ou permissão do Ministério da Saúde / Anvisa para a comercialização. Legislação geral para registro de produtos para a saúde Essa ação é classificada como pré-comercialização dos produtos da saúde, conforme preconiza a Lei no 6.360, de 23 de setembro de 1976 (publicada no DOU de 24/09/1976), em seu artigo 12, transcrito a seguir: “Art. 12. Nenhum dos produtos de que trata esta Lei, inclusive os importados, poderá ser industrializado, exposto à venda ou entregue ao consumo antes de registrado no Ministério da Saúde.” Legislação geral para registro de produtos para a saúde Após o processo de pré-comercialização, o produto começa a ser utilizado. Dessa maneira, é importante que o produto da saúde seja analisado na etapa da pós-comercialização: Revisão e avaliação de informações que são adquiridas sobre o produto, uma vez que ele esteja registrado e disponível para comercialização. São analisados os eventos adversos que estejam ligados com a rotulagem do produto, instruções de uso, manuais de operação e até mesmo a técnica e a habilidade do usuário. Durabilidade, biocompatibilidade e toxicidade dos produtos em seres humanos são investigados em relação ao comportamento do produto no mercado. Legislação geral para registro de produtos para a saúde A Tecnovigilância tem a função de suporte, organizar e capacitar as ações de vigilância sanitária nos hospitais. Visa à segurança sanitária de produtos para saúde pós-comercialização (equipamentos, materiais, artigos médico- hospitalares, implantes). A Tecnovigilância é o conjunto de ações necessárias para alcançar objetivos: envolve estudos, análises e investigações do somatório de informações reunidas a respeito do desempenho de um produto durante a fase pós- comercialização. Legislação geral para registro de produtos para a saúde Diversos produtos podem ser utilizados na área da saúde e, de acordo com a Anvisa, podemos entender as definições desses produtos: Equipamentos de diagnóstico: equipamento, aparelho ou instrumento de uso médico, odontológico ou laboratorial, destinado à detecção de informações do organismo humano para auxílio de procedimento clínico. Exemplos: Aparelho de ressonância magnética. Aparelho de tomografia computadorizada. Legislação geral para registro de produtos para a saúde Equipamento de terapia: equipamento, aparelho ou instrumento de uso médico ou odontológico, destinado a tratamento de patologias, incluindo a substituição ou modificação da anatomia ou processo fisiológico do organismo humano. Figura 1 – equipamento estimulador neuromuscular Fonte: autoria própria Interatividade Em relação à legislação geral para registro de produtos para a saúde, podemos afirmar corretamente: a) Essa legsilação só compreende produtos médicos. b) A fase de pré-comercialização é a mais importante, pois compreende a fase de análise dos eventos adversos que estejam ligados com a rotulagem do produto. c) A Tecnovigilância na pós-comercialização tem a função de suporte, organização e capacitação das ações de vigilância sanitária nos hospitais. d) A pós-comercialização é a fase de provação ou permissão do Ministério da Saúde / Anvisa. e) A Tecnovigilância utiliza informações reunidas a respeito do desempenho de um produto durante a fase pré-comercialização. Legislação geral para registro de produtos para a saúde Materiais e artigos descartáveis: são os materiais e os artigos de uso médico, odontológico ou laboratorial, utilizáveis somente uma vez de forma transitória ou de curto prazo. Exemplos: Agulhas. Lâminas de bisturi. Gaze. Legislação geral para registro de produtos para a saúde Materiais e artigos implantáveis: materiais e artigos de uso médico ou odontológico, destinados a serem introduzidos total ou parcialmente no organismo humano, ou destinados a substituir uma superfície epitelial ou superfície do olho, por intervenção médica, permanecendo no corpo após o procedimento por longo prazo e podendo ser removidos unicamente por intervenção cirúrgica. Exemplos: Implantes. Stent cardíaco. Legislação geral para registro de produtos para a saúde Materiais, equipamentos e artigos de apoio médico-hospitalar: são os materiais e os artigos de uso médico, odontológico ou laboratorial, destinados a fornecer suporte a procedimentos diagnósticos, terapêuticos ou cirúrgicos. Exemplos: Termômetro. Aparelhos para mesurar pressão e glicemia. Legislação geral para registro de produtos para a saúde Produtos para diagnóstico de uso in-vitro: são reagentes, instrumentos e sistemas que, em conjunto com as instruções para seu uso, contribuem para efetuar uma determinação qualitativa, quantitativa ou semiquantitativa em uma amostra biológica e que são utilizados exclusivamente para prover informações sobre amostras coletadas do organismo humano. Exemplos: Microscópio. Placas de Petri. Tubos de ensaio. Classificação de risco dos produtos de saúde Os produtos para saúde são enquadrados de acordo com o risco intrínseco que podem representar à saúde do consumidor, paciente, operador envolvidos nas Classes I, II, III ou IV. Classe I baixo risco Classe II médio risco Classe III alto risco Classe IV máximo risco Figura 2 – Classificação de risco dos produtos de saúde Fonte: autoria própria Classificação de risco dos produtos de saúde Classe I Classe II Classe III Classe IV Seringas sem agulhas Tubos de traqueostomia Equipamentos de raios X para diagnóstico Válvulas cardíacas Produtos que fornecem uma simples função de canalização, com a gravidade provendo a força para transportar o líquido (ex: equipamentos para soro) Agulhas de sutura Curativos para queimaduras severas que romperam a derme Cimentos ósseos com antibióticos Curativos com tiras absorventes Lâminas de uso único para bisturis Agulha para anestesia peridural Cateteres cardiovasculares Almofadas absorventes Sugador cirúrgico Stents ureterais Próteses vasculares para aorta Quadro 1 – Exemplos de produtos da saúde de Classes I, II, III e IV Interatividade Os produtos para saúde são enquadrados de acordo com o risco intrínseco que podem representar à saúde do consumidor, paciente, operador envolvidos em Classes. Qual das afirmações corresponde a exemplos de produtos somente da classe II? a) Seringas sem agulhas, tubos de traqueostomia e equipamentos de raios X para diagnóstico. b) Agulhas de sutura, lâminas de uso único para bisturis e tubos de traqueostomia. c) Curativos para queimaduras severas que romperam a derme e cimentos ósseos com antibióticos. d) Sugador cirúrgico, cateteres cardiovasculares e stents ureterais. e) Válvulas cardíacas, sugador cirúrgico e cateteres cardiovasculares. Avaliação de tecnologia em saúde A tecnologia na área da saúde pode ser compreendida como um conjunto de ferramentas que movimentam uma ação transformadora da natureza. De acordocom o Ministério da Saúde, são considerados tecnologias em saúde: medicamentos, equipamentos, procedimentos e sistemas organizacionais e de suporte dentro dos quais os cuidados com a saúde são oferecidos. Avaliação de tecnologia em saúde (ATS) É o processo contínuo de análise e síntese dos benefícios para a saúde, das consequências econômicas e sociais do emprego das tecnologias. Caracteriza por ser uma área de atuação multidisciplinar, atuando em conjunto para analisar as pesquisas já feitas sobre a segurança e a eficácia de tecnologias de saúde ou para produzir novos estudos, quando não houver evidências convincentes sobre o desempenho de um tratamento. O objetivo é prover informações para a tomada de decisão tanto política quanto clínica. Legislação para a publicidade relacionada a produtos que interferem na saúde Entende-se tanto os medicamentos como também os alimentos e os produtos para saúde em geral. Propaganda de medicamentos. Os medicamentos não são bens de consumo comuns, e sim bens de saúde e é por esse motivo que sua propaganda está sujeita a regras específicas. De uma maneira geral, apenas é permitida a publicidade de medicamentos de venda isenta de prescrição médica. Já aqueles medicamentos que necessitam de prescrição médica, ou também considerados medicamentos controlados, só devem ser anunciados aos profissionais de saúde que podem receitar ou dispensar medicamentos. Propaganda de alimentos De uma maneira geral, as propagandas de alimentos não devem enfatizar que os alimentos possuem propriedades de cura e tratamento de doenças, levando o consumidor a comprá-los para esses fins. Embora existam alimentos vendidos em forma tipicamente farmacêuticas (cápsulas, comprimidos, xaropes, entre outros), eles não podem ser confundidos com medicamentos. Só é permitido relatar as propriedades funcionais dos alimentos somente quando essas características forem devidamente analisadas e aprovadas pela Anvisa. A publicidade de bebidas ou alimentos com quantidade elevadas de açúcar, sal ou gordura deve apresentar frases de alerta sobre os perigos do consumo excessivo desses produtos. Propaganda para produtos de saúde A Anvisa regulamenta a propaganda de produtos da saúde em diferentes níveis de risco sanitário. Esses produtos envolvem desde compressas de gazes até equipamentos de medicina diagnóstica que utilizam raios X. O Projeto de Monitoração de Propaganda se voltou para a área de produtos para a saúde porque a Anvisa passou a captar e a receber inúmeras denúncias de que produtos registrados na Agência eram anunciados como detentor de propriedades extraordinárias de finalidade estética. A legislação sanitária determina que alguns produtos não podem ser industrializados, expostos à venda ou entregues ao consumo antes de registrado no Ministério da Saúde, para que sejam comprovadas a sua eficácia e a sua segurança. Síntese da legislação para medicamentos A primeira lei que iniciou a respeito do controle sanitário do comércio de drogas, medicamentos, insumos farmacêuticos e correlatos, foi a Lei no 5.991, de 17 de dezembro de 1973. Em seguida, a Lei no 6.360, de 23 de setembro de 1976, dispõe sobre a Vigilância Sanitária a que ficam sujeitos os medicamentos, as drogas, os insumos farmacêuticos que foram definidos na Lei no 5.991. Interatividade Em relação à legislação para a publicidade relacionada a produtos que interferem na saúde, qual afirmação está incorreta? a) A propaganda dos medicamentos está sujeita a regras específicas. b) A Anvisa regulamenta a propaganda de produtos da saúde em diferentes níveis de risco sanitário. c) Os alimentos vendidos em forma tipicamente farmacêuticas (cápsulas, comprimidos, xaropes) podem ser considerados como medicamentos. d) As propagandas de alimentos não devem enfatizar que os alimentos possuem propriedades de cura e tratamento de doenças, levando o consumidor a comprá-los para esses fins. e) É permitida a publicidade de medicamentos de venda isenta de prescrição médica. Comercialização de medicamentos As farmácias e as drogarias são obrigadas a manter à disposição dos consumidores listas de preços contendo os “preços máximos de venda ao consumidor”, que poderá sofrer atualização mensal. Os medicamentos devem, obrigatoriamente, ter registro legal e obedecer aos padrões estabelecidos sobre: composição; segurança e eficácia; atividade; qualidade e pureza. Comercialização de medicamentos Além dos critérios, todas as medicações devem trazer na bula ou embalagem: fórmula de composição; vias de administração (oral, injetável); indicações; contraindicações; efeitos colaterais e reações adversas; reações e cuidados que devem ser observados; prazo de validade; cuidados de conservação; instruções de uso; modo de ação. Legislação para a pesquisa clínica e ensaios clínicos, e o uso de produtos e medicamentos experimentais Há um grande interesse de empresas de tecnologia para a saúde em relação às pesquisas clínicas, em que seus equipamentos, medicamentos e materiais sejam testados e aprovados pelos médicos. Há um incentivo por parte dessas empresas para o desenvolvimento de pesquisas e ensaios clínicos. Deve-se ter respeito com o paciente e seus familiares, sendo proibida a discussão do caso clínico em sua presença, pois, ainda quando aparenta ignorar as discussões e os comentários de professores e alunos, ele está atento ao seu quadro, podendo ser afetado emocionalmente, perdendo a confiança nos médicos. Legislação para a pesquisa clínica e ensaios clínicos, e o uso de produtos e medicamentos experimentais É importante estar de acordo com as normas das autoridades de saúde do Brasil e as diretrizes internacionais adotadas, que são seguidas nas publicações das pesquisas clínicas em revistas científicas. As pesquisas em serviços da saúde tem um papel fundamental nas mudanças da pesquisa sanitária, nos instrumentos científicos, na evolução de tratamentos e novos métodos de diagnóstico. Legislação para a pesquisa clínica e ensaios clínicos, e o uso de produtos e medicamentos experimentais A Resolução do Conselho Nacional de Saúde (CNS) no 466/12 aborda um importante assunto para pesquisa em seres humanos, o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (TCLE). O Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (TCLE) é um documento obrigatório para o protocolo do projeto de pesquisa submetido à Comissão Nacional de Ética em Pesquisa (CONEP). Legislação para a pesquisa clínica e ensaios clínicos, e o uso de produtos e medicamentos experimentais A Conep tem como principal atribuição o exame dos aspectos éticos das pesquisas que envolvem seres humanos. Como missão, elabora e atualiza as diretrizes e as normas para a proteção dos sujeitos de pesquisa e coordena a rede de Comitês de Ética em Pesquisa das instituições. Avaliar e acompanhar os protocolos de pesquisa em áreas temáticas e especiais como: genética e reprodução humana, novos equipamentos, dispositivos para a saúde, novos procedimentos, população indígena, projetos ligados à biossegurança e como participação estrangeira. Interatividade A respeito do TCLE, qual afirmação está correta? a) O TCLE é um documento obrigatório desde da Resolução do CNS no 01/78. b) O TCLE foi criado para proteger o pesquisador de acidentes de trabalho. c) O TCLE não necessita ser preenchido no início da pesquisa, pois, muitas vezes, a pesquisa gera resultados negativos, sendo o pesquisador principal obrigadoa cancelá-la. d) É um documento obrigatório que deve conter informações sobre os riscos e os benefícios da pesquisa de maneira clara, para o completo entendimento do voluntário. e) O TCLE só é obrigatório em ensaios clínicos para medicamentos novos que envolvam seres humanos nas pesquisas, sempre respeitando as quatro fases clínicas preconizadas pela Anvisa. ATÉ A PRÓXIMA! Slide Number 1 Legislação geral para registro de produtos para a saúde Legislação geral para registro de produtos para a saúde Legislação geral para registro de produtos para a saúde Legislação geral para registro de produtos para a saúde Legislação geral para registro de produtos para a saúde Legislação geral para registro de produtos para a saúde Interatividade Resposta Legislação geral para registro de produtos para a saúde Legislação geral para registro de produtos para a saúde Legislação geral para registro de produtos para a saúde Legislação geral para registro de produtos para a saúde Classificação de risco dos produtos de saúde Classificação de risco dos produtos de saúde Interatividade Resposta �Avaliação de tecnologia em saúde � �Avaliação de tecnologia em saúde (ATS)� Legislação para a publicidade relacionada a produtos que interferem na saúde Propaganda de alimentos Propaganda para produtos de saúde Síntese da legislação para medicamentos Interatividade Resposta Comercialização de medicamentos Comercialização de medicamentos Legislação para a pesquisa clínica e ensaios clínicos, �e o uso de produtos e medicamentos experimentais Legislação para a pesquisa clínica e ensaios clínicos, �e o uso de produtos e medicamentos experimentais Legislação para a pesquisa clínica e ensaios clínicos, �e o uso de produtos e medicamentos experimentais Legislação para a pesquisa clínica e ensaios clínicos, �e o uso de produtos e medicamentos experimentais Interatividade Resposta Slide Number 34
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