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Fichamento - Caso Santander Consumer Finance

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UNIVERSIDADE ESTÁCIO DE SÁ
MBA EM CONTROLADORIA E GESTÃO FINANCEIRA
Fichamento de Estudo de Caso
Everton Luiz Behrens Ferreira
Trabalho da disciplina Análises de Investimentos em Ações e Fundos
 Tutor: Prof. James Dantas de Souza
Salvador
2019
Estudo de Caso de Harvard: Análises de Investimentos em Ações e Fundos
Referência: TRUMBULL, Gunnar; CORSI, Elena; BARRON, Andrew; Santander Consumer Finance; Harvard Business School 712-P04; Publicado em 13/10/2010.
FICHAMENTO
Magda Salarich Fernández de Valderrama, CEO da Santander Consumer Finance, uma divisão do grupo Santander, apreciava o novo campus do banco, denominado de Ciudad Financiera. A SCF havia crescido rapidamente nos últimos cinco anos, sob a gestão do seu antigo CEO, Juan Rodriguez Inciarte. E o papel de salarich era de planejar o caminho a seguir nos dez anos seguintes.
Inciarte notou a tendência de crescimento do setor de financiamentos ao consumidor na Europa nos últimos 20 anos, com isso ela fez com que a SCF passasse de um pequeno grupo de unidades que operava na Espanha, Alemanha e Itália a uma das maiores empresas de financiamento ao consumidor do mundo. 
Salarich tinha quatro meses para apresentar a nova estratégia e direção da SCF ao presidente e diretor executivo do Santander, Emilio Botín-Sanz de Sautuola y García de los Ríos, assim como aos outros membros do Comitê Executivo do grupo, incluindo o próprio Inciarte. Certamente haveriam decisões importantes a tomar, estas seriam postas num cenário de preocupação crescente com a sustentabilidade dos níveis de endividamento domiciliar na Europa e nos Estados Unidos.
O grupo Santander foi fundado em 1857, quando, por um decreto real, a rainha da Espanha autorizou a criação de um banco na cidade de Santander, em Cantábria, norte da Espanha. Sendo que Setenta e dois empresários locais se subscreveram ao capital do banco. Com o tempo o banco foi se expandindo em todo o mundo.
Para acompanhar o crescimento acelerado, em 2004, o grupo realocou operações no centro de Madri para a Cuidad Financiera Santander. Em 2007, na comemoração de seu 150º aniversário, o grupo Santander era um dos maiores bancos do mundo em termos de capitalização de mercado e lucro líquido.
A Santander Consumer Finance tem suas raízes em 1987, quando o Banco Santander comprou o Bankhaus Centrale Credit AG (CC Bank), um banco alemão em operação desde a década de 1950, com 51 filiais, especializado em financiamento de veículos. Fusões subsequentes os expuseram ainda mais ao empréstimo ao consumidor. Em 2002, os grupos nacionais de empréstimos ao consumidor foram reunidos sob uma nova divisão interna do Santander, a SCF.
Javier San Félix, que agora liderava uma das áreas de negócios da SCF, comentava que a SCF em 2004 era uma “mera soma de diversas unidades localizadas em diferentes países, com diferentes modelos de negócios, operações, plataformas da TI e abordagens de 
marketing”. Após centralizar as decisões com relação a financiamento e os bancos de dados dos clientes, a marca SCF passou a ser conhecida. Após 4 anos a Santander Consumer Financiera já operava em 20 países.
O crescimento do setor de manufatura de bens duráveis na era entre guerras e pós-Segunda Guerra transformou o crédito ao consumidor em uma característica aceitável da sociedade moderna. Inovações em avaliação de risco, processamento de dados e financiamento; todos esses fatores contribuíam para um boom nos empréstimos, começando no final da década de 1980.
O diretor de análise de investimento da SCF afirmou que o estadunidense médio ainda tem mais do que duas vezes o valor de endividamento do europeu médio (EU15), portanto o mercado de crédito ao consumidor europeu tinha características diferenciadas. Em primeiro lugar, o risco médio de inadimplência dos empréstimos ao consumidor na Europa era geralmente mais baixo.
Em segundo lugar, os empréstimos na Europa eram menos baseados em mutuários sub-prime (de alto risco). Ou seja, as taxas de juros normalmente não eram ajustadas para levar em conta o risco individual, e uma parte menor dos empréstimos estava em contas rotativas. 
As características institucionais dos mercados de créditos europeus também limitavam as possibilidades de gerir produtos de risco. Bureaus de crédito trabalhavam em nível nacional, e cada país impunha diferentes padrões para coleta, processamento e distribuição de dados. Nenhum dos bureaus nacionais oferecia pontuações de crédito.
Um ex-gerente de área de negócios da SCF pontuou a diferença entre os mercados europeus de crédito ao consumidor. Deu o exemplo da Alemanha, que não há cartões de crédito, em relação a Espanha e França, lugares onde os cartões de crédito são a maioria em relação a formas de pagamento. 
Num esforço para promover integração, em 1987, a Comissão Europeia introduziu a primeira diretiva de crédito ao consumidor da União Europeia (UE). Seu objetivo era estabelecer padrões básicos para procedimentos e relatórios. Em janeiro de 2008, após seis anos de negociação, foi aprovada uma nova e mais completa diretiva da UE sobre crédito ao consumidor. Cobrindo todos os tipos de empréstimos ao consumidor entre 500 a 50.000 euros.
Porém a diretiva da UE gerou reações negativas, um ex-gerente de negócios resumiu a situação afirmando que um mercado integrado, por enquanto, continua sendo uma realidade distante, já que empresas de crédito ao consumidor precisam estar próximas de seus clientes.
A maior atividade de empréstimos da SCF era o financiamento de veículos: o fornecimento de empréstimo para clientes de revendedores de automóveis comprarem carros, às veze associado a empréstimo para revendedores financiarem seus estoques. Também fornecia serviços financeiros diversos, sendo que possuía a abordagem direta e indireta em seu plano de negócios.
Como a concorrência nos negócios de PDV (Pontos de Venda) é muito agressiva, após atingir os clientes através desse meio e depois de conhecer o perfil do cliente, a SCF tentava transformá-los de cliente indireto em direto propondo outros produtos com margens maiores.
Para ficar mais próxima dos mercados locais, a Santander Consumer Finance tinha adotado uma estrutura descentralizada, sendo que seu crescimento foi impulsionado por aquisições e joint ventures com empresas locais, assim, as equipes são compostas por funcionários da própria região.
A ampla cobertura geográfica da SCF permitia que ela distribuísse o risco. Além disso, a Santander Consumer Finance esperava aprender com seus diferentes negócios, exportando por exemplo o know-how das operações nos EUA para a Europa. Aprendendo assim a precificar o produto de acordo com o risco do consumidor, além de saber que o modelo de negócio tem que estar bem alinhado com as necessidades do segmento de risco em que atendem. 
Por fim, Salarich continuava pensando no futuro da Santander Consumer Finance, e passou a pensar nos países emergentes, a exemplo do Brasil, Índia e China, como uma boa margem para crescimento. Porém ela reconhece que para investir nesses países é preciso ter certeza que o negócio principal é suficientemente forte.
Logo, foram identificadas quatro áreas que precisam ser melhoradas: financiamento de estoque, conversão de clientes, cobrança de pagamentos e seguros. Por isso Salarich tinha que definir o mix de produtos da SCF. E com isso ela tinha mais quatro meses para decidir para onde sua estratégia de mercado estaria apontando para um destino de sucesso.
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