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EXECUÇÃO PENAL

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EXECUÇÃO PENAL
Conceito: é o ato judicial que põe termo ao processo julgando ou não o mérito.
Processo: é ato pelo qual se busca o julgamento de mérito.
Procedimento: é uma determinada quantidade de diligências que visam promover um fato jurídico.
ESPÉCIES DE SENTENÇAS
Sentença declaratória: encerra o processo sem julgar mérito. Exemplo: Morte do Réu, prescrição, etc.
Sentença Condenatória: julga procedente os pedidos que constam na petição inicial.
Sentença Absolutória: julga improcedente a ação penal, ou seja, rejeita a petição inicial. Podendo ser:
Própria: julgou improcedente.
Imprópria: quando o agente for inimputável, podendo ser encaminhado para tratamento ambulatorial ou internação.
Sentença Suicida: é NULA, trata-se de situação onde o réu confessa o crime, as testemunhas de acusação confirmam a versão do réu, não existem testemunhas de defesa. Nesta situação óbvia, o juiz deveria condenar o réu, mas por algum motivo, ele o absolve.
CLASSIFICAÇÃO DA SENTENÇA EM RAZÃO DA PESSOA QUE PROFERE A SENTENÇA
Subjetiva simples: sentença promovida por um único juiz.
Subjetiva Coletiva: sentença promovida por um colegiado. Exemplo: Câmara, Tribunal do Jurí.
REQUISITOS DA SENTENÇA
Relatório: é a prova que o juiz leu o processo, é um resumo do processo, é obrigatório constar na sentença.
Fundamentação: será informado pelo juiz ou colegiado os motivos que levaram a tomar aquela decisão.
Dispositivo ou Conclusão: é a decisão baseada no Art. X. Exemplo: Condeno o réu no Art. 121 do Código Penal à 12 anos de reclusão.
A ausência do relatório só poderá ocorrer nas penas que não ultrapassem 02 anos, ou seja, nos crimes de menor potencial ofensivo (Lei 9099/95).
EMBARGOS DE DECLARAÇÃO
Prazo: 02 dias corridos, a contagem começará sempre no primeiro dia útil seguinte. Os embargos interrompe o prazo recursal até seu julgamento, após julgado volta a correr o prazo de apelação. (+ 5 dias)
Para ingressar com embargos de declaração precisa existir: OMISSÃO, OBSCURIDADE, CONTRADITÓRIO E AMBIGUIDADE.
Emendatio Libelli: quando o Ministério público descreveu a conduta delitiva de uma forma e atribuiu dispositivo legal de outra forma, todavia o réu se defende dos fatos descritos na denúncia e não do dispositivo legal.
Ex: O MP descreveu os fatos como “violência ou grave ameaça”, mas quando citou o dispositivo, colocou o Art. 155, CP. O juiz aceitará a denúncia e invocará a Emendatio Libelli.
Mutatio Libelli: Quando ocorre mudança na acusação, quando um fato novo for mencionado na Instrução probatória, o juiz remeterá os autos para o Ministério público tomar vistas e aditar a denúncia. Prazo: 05 dias.
Se ocorrer do promotor de justiça se recusar a aditar a denúncia, o juiz cumprirá conforme determinado no Art. 28 do CPP, ou seja, será encaminhado ao chefe do MP (Procurador Geral) para regularização da denúncia, podendo o procurador geral redesignar o processo para outro promotor ou ele mesmo decidir. Se a decisão for mantida o juiz será obrigado a aceitar.
Se um fato novo for recebido somente na Segunda instância não existirá Mutatio libelli. Esta proibição está na Súmula 453 do STF.
Súmula 453: Não se aplicam à segunda instância o art. 384 e parágrafo único do Código de Processo Penal, que possibilitam dar nova definição jurídica ao fato delituoso, em virtude de circunstância elementar não contida, explícita ou implicitamente, na denúncia ou queixa.
Discussão de mérito será apenas até o segundo grau de jurisdição. Não será discutido mérito nos tribunais superiores.
STF – discute matéria constitucional.
STJ – discute leis federais.
SENTENÇA ABSOLUTÓRIA
Art. 386.  O juiz absolverá o réu, mencionando a causa na parte dispositiva, desde que reconheça:
I - estar provada a inexistência do fato;
II - não haver prova da existência do fato;
III - não constituir o fato infração penal;
IV –  estar provado que o réu não concorreu para a infração penal
V – não existir prova de ter o réu concorrido para a infração penal;
VI – existirem circunstâncias que excluam o crime ou isentem o réu de pena, ou mesmo se houver fundada dúvida sobre sua existência;
VII – não existir prova suficiente para a condenação.
Parágrafo único.  Na sentença absolutória, o juiz:
I - mandará, se for o caso, pôr o réu em liberdade;
II – ordenará a cessação das medidas cautelares e provisoriamente aplicadasIII - aplicará medida de segurança, se cabível.
Própria: Não reconhece a acusação, julga improcedente.
Imprópria: Aplica-se medida de segurança.
EFEITOS DA SENTENÇA ABSOLUTÓRIA
Soltura do réu;
Devolução do pagamento da fiança.
MOTIVOS QUE LEVAM A SENTENÇA ABSOLUTÓRIA
Provada inexistência do fato;
Não existe provas da existência do fato;
Não constituir o fato como infração penal;
Estar provado que o réu não concorreu para o crime;
Não existir prova da participação do réu do crime;
Quando as circunstâncias levarem a exclusão do crime;
Não existir prova suficiente para concordar “in dubio pro reu”.
SENTENÇA CONDENATÓRIA
Art. 92.  Se a decisão sobre a existência da infração depender da solução de controvérsia, que o juiz repute séria e fundada, sobre o estado civil das pessoas, o curso da ação penal ficará suspenso até que no juízo cível seja a controvérsia dirimida por sentença passada em julgado, sem prejuízo, entretanto, da inquirição das testemunhas e de outras provas de natureza urgente.
Parágrafo único.  Se for o crime de ação pública, o Ministério Público, quando necessário, promoverá a ação civil ou prosseguirá na que tiver sido iniciada, com a citação dos interessados.
EFEITOS DA SENTENÇA CONDENATÓRIA
Certeza para indenizar a vitima
Perda do cargo ou função pública (mandato);
Perde o pátrio poder;
Lançamento do nome do réu no holl dos culpados
Ação Civil “Ex Delicto”: quando a vítima após roubo, já existindo sentença condenatória, poderá a vítimalevar a sentença ao cível e ingressar com ação para reaver os bens roubados.
Pátrio Poder: é um conjunto de direitos e obrigações, quanto à pessoa e bens do filho menor não emancipado, exercido em igualdade de condições, por ambos os pais, para que possam desempenhar os encargos que a norma jurídica lhes impõe, tendo em vista o interesse e a proteção do filho.
Holl dos culpados: lista onde constam os condenados.
Publicação da Sentença: tornar pública a sentença.
P.R.I.C. = Publique-se, Registre-se, Intime-se e Cumpra-se.
Intimação: Serão intimados o ministério público, o réu, e o advogado/defensor público.
Ministério Público: será intimado pessoalmente, prazo para início do recurso será o próximo dia útil. Prazo: 05 dias corridos. Processos eletrônicos será via sistema.
Réu Revéu: quando o réu não for encontrado, será intimado por edital.
Réu preso: o oficial de justiça irá até o presídio. O prazo será de 05 dias contados a partir da data que for intimado.
Súmula 710, STF: No processo penal, contam-se os prazos da data da intimação, e não da juntada aos autos do mandado ou da carta precatória ou de ordem.
Réu solto: será intimado pessoalmente, se não for localizado será intimado por edital.
Advogado constituído / Defensor Público: Pessoalemente, o prazo para advogado constituído será de 05 dias corridos. Defensor Público tem prazo em dobro.
Detração Penal: é abatido da pena o período de prisão provisória.
RECURSO
Prazo de apelação: 05 dias.
Conceito: é um instituto que visa a revisão da decisão. Será sempre feito de ofício pelas partes.
FUNDAMENTOS DO RECURSO
Corrigir falha humana
Psicológica
Duplo grau de jurisdição.
PRESSUPOSTOS OBJETIVOS
Para cada ação precisa ter cabimento / adequação, ou seja, precisa entrar com recurso correto. Caso ingresse com o recurso errado, o juiz aceitará com base no princípio da fungibilidade aplicando sempre a boa-fé e a tempestividade (prazo do recurso).
PRESSUPOSTOS SUBJETIVOS
Interesse jurídico e legitimidade.
Sucumbência é o prejuízo processual.
Custus Legis = fiscal da Lei.
O Ministério público tem o dever de agir comofiscal da lei (custus legis), se ocorrer do juiz aplicar uma pena muito severa, acima daquilo que está previsto, o promotor poderá solicitar a correção da dosimetria.
Legitimidade: só quem pode recorrer de uma sentença é a parte.
Recurso de Ofício: o juiz poderá recorrer de ofício de sua própria sentença, ao final escreverá: “DESSA DECISÃO RECORRO DE OFÍCIO”, nas seguintes hipóteses:
Quando o juiz de primeiro grau concede habeas corpus;
Da decisão concessiva de reabilitação;
Da sentença absolutória ou decisão que homologa o arquivamento dos crimes contra a economia popular (lei 1521/51
Absolvição sumária de processos que apuram os crimes dolosos contra a vida.
Juditio Accusationis: ó poderá resultar em pronúncia (se houver indícios da autoria e materialidade de crime doloso contra a vida), ou impronúncia (se o juiz não se convencer da materialidade do fato ou da existência de indícios suficientes de autoria ou de participação), ou desclassificação (se os indícios não forem de crime doloso contra a vida), ou absolvição sumária (se houver prova incontroversa da inexistência do crime, da não autoria, da atipicidade, da excludente da ilicitude, ou da excludente da culpabilidade).
Sentença de pronúncia: significa que o crime foi provado.
Sentença de impronuncia: significa que o crime não foi provado.
Juditio causae: juízo de causa.
EFEITOS DO RECURSO
Devolutivo: devolve a matéria para novo julgamento.
Extensivo: suspende a decisão com a imputação do recurso.
Iterativo, Diferido ou regressivo: é a possibilidade do juiz se retratar da sua própria decisão.
EXTINÇÃO DO RECURSO
Ocorre pela deserção ou desistência.
Desistência: embora a parte já apresentou o recurso, enquanto não for julgado, poderá desistir, sem necessidade de aprovação do MP.
Art. 576, CPP. O Ministério Público não poderá desistir de recurso que haja interposto.
Vale ressaltar que a Defensoria pública também não pode desistir do recurso, mas é facultado o direito de recorrer.
Deserção: quando a parte ingressa com recurso, mas não recolhe o preparo (taxa). No caso da ação penal privada tem pagamento de preparo.
RECURSO
Interposição de recurso: é o ingresso do recurso. No processo penal, a interposição do recurso é somente uma comunicação de que irá apresentar um recurso. As contrarrazões serão apresentadas em momento futuro diretamente ao juízo Ad Quem, sendo que a interposição é do juízo A quo. Pode ocorrer se for da vontade da parte, apresentar a interposição junto com as razões afim de acelerar o processo.
Juízo de Prolibação: é o juízo que vai analisar os requisitos de admissibilidade (a quo).
Juízo de Delibação: é o juízo que julga o recurso (ad quem).
FORMAS DE INTERPOSIÇÃO DE RECURSO
De forma escrita
Poderá ser de forma oral no tribunal do júri.
Apelação: é um recurso voluntário que visa a modificação plena ou total de uma decisão de primeiro grau. Essa decisão pode ser de mérito (condeno ou absolvo).
Recurso residual: quando a lei não prevê o recurso cabível, a parte entra com apelação.
Prazo para apelação: 05 dias corridos
Prazo para Contrarrazões: 08 dias corridos
Defensor público ou advogado dativo: 10 dias corridos
A apelação pode ser plena / total ou parcial:
Plena: quando a apelação atacar todos os pontos da sentença.
Parcial: quando a apelação atacar apenas uma parte da sentença.
Quem tem legitimidade para recursar?
Ministério Público, mesmo que seja em benefício do Réu como fiscal da lei.
Defesa do acusado
Assistente do MP.
Assistente de acusação: é a vítima, através de um advogado, tendo em vista que a vítima não possui capacidade postulatória. A função é buscar a condenação, com a sentença de acusação proferida, o assistente de acusação poderá ingressar com ação civil “ex delicto” para promover o ressarcimento dos danos. 
	O assistente de acusação não pode recorrer para aumento de pena, somente para pedir a condenação, independentemente da quantidade da pena. O prazo para recurso será baseado se o assistente já estava nos autos antes da sentença ser proferida, será de 05 dias após o término do prazo do Ministério Público. Porém se até a hora da sentença não houver assistente de acusação, o prazo para o assistente recursar é de 15 dias após o término do prazo do Ministério Público.
CABIMENTO DA APELAÇÃO
Poderá ocorrer nas seguintes hipóteses:
Com a sentença condenatória ou absolutória.
Decisões interlocutórias que terminam o processo que não julgam mérito.
Das decisões do tribunal do júri.

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