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Plano de Aula: Introdução à Cultura das Mídias CULTURA DAS MÍDIAS - CCA0789 Título Introdução à Cultura das Mídias Número de Aulas por Semana Número de Semana de Aula 1 Tema Apresentação dos conteúdos da disciplina Objetivos Apresentar os conteúdos do curso, a metodologia, os critérios de avaliação, a bibliografia e o mapa conceitual; Contextualizar os estudos de mídia/comunicação na contemporaneidade; Comparar o pensamento clássico sobre a mídia com o pensamento atual. Estrutura do Conteúdo O Cenário A década de 60 fomentou transformações nas públicas esferas públicas e privadas que puderam ser materializadas no início dos anos 70. A chamada pós- modernidade[1] teve seu início com falência dos projetos revolucionários, o desmoronamento das grandes ideologias e a ruína das utopias, dando um novo perfil à sociedade. A pós-modernidade dá início a uma cultura neo-individualista, centrada num presente rápido, acelerado, privilegiando a autonomia individual, o prazer, o lazer e o consumo. Como diz Gilles Lipovetsky[2], uma hipermoderna[3] ou "sociedade- moda". Moda aqui não no sentido da estética das roupas, mas com um sentido de ter suas bases na renovação, na sedução, na mudança, no lúdico e no hedonismo, em detrimento as normas rígidas, tradicionais do passado. Nesse tempo presente as normas são maleáveis. Os anos 80 trazem a efeito as mudanças promovidas pela globalização neoliberal e pelas novas tecnologias da comunicação e da informação. Cabe aqui uma discussão acerca do papel das mídias e das tecnologias em ascensão na produção, circulação, armazenamento e consumo da informação na época atual, bem como a imbricação da mídia, o Estado e o mercado, a cultura e a produção de subjetividades e a formação de sujeitos sociais cada vez mais interativos e participativos. Esta aula tem por intuito apresentar ideias sobre a mídia e favorecer um olhar mais atualizado, tais como: Caráter normatizador da mídia; a mídia pode favorecer o comportamento do público, mas não impô-los; A mídia adota a lógica da moda: registros espetaculares e superficiais, valorizando a sedução, o entretenimento e o lúdico em suas mensagens; a mídia é decisiva, mas só faz plenamente sentido quando tomada em conexão com outros fenômenos socioculturais (Lembrar o conceito de complexidade[4] de Edgar Morin); A comunicação depende do meio, os fins podem estimular a decodificação das mensagens (meios, interfaces, subjetividades, mediações, negociações, contextos, filtros, situações históricas, percursos individuais); A mídia não inventa nada, apenas dá visibilidade ao que já acontece na sociedade. É um reducionismo pensar a mídia como onipotente e o receptor como passivo no processo (negociação, participação, interatividade); Entender a mídia a partir de um pensamento complexo, multidimensional; Entender a questão da manipulação com os nossos imaginários. A relação é de projeção e identificação com os símbolos, mitos, sinais e imagens disponibilizados pelas mídias. O que é a Cultura das Mídias ? Lúcia Santaella, pesquisadora da área de semiótica, afirma que as novas tecnologias da comunicação e da informação estão transformando não apenas o entretenimento e o lazer, mas modificando todas as esferas da sociedade[5]. Ela defende ainda a ideia de que devemos compreender de modo mais efetivo as complexidades que esta nova realidade nos apresenta. A autora nos aponta a explosão das redes e a cibercultura (ou cultura do virtual) como a noção de sentido para a expressão "Cultura das Mídias", mas que não se confunde com a Cultura das Massas, de um lado, nem com a Cultura do virtual[6] (ou cibercultura) de outro. Para ela, a Cultura das Mídias funciona como uma cultura intermediária, situada entre as duas anteriormente citadas. Explica Santaella: "... a cultura virtual não brotou diretamente da cultura das massas, mas foi sendo semeada por processos de produção, distribuição e consumo comunicacionais a que chamo de Cultura das Mídias".[7] Para entender melhor o processo, Lúcia Santaella sistematiza o processo em uma divisão das eras em seis tipos de informação: A cultura oral A cultura escrita A cultura impressa A cultura das massas A cultura das mídias A cultura digital Tais divisões estão pautadas na convicção de que os meios de comunicação são meros canais para a transmissão da informação. Assim sendo, não devemos julgar as mudanças culturais a partir de um olhar no advento das novas tecnologias e novos meios de comunicação e cultura. O importante é entender que tipo de signos circulam nesses meios, os tipos de mensagens e os processos comunicacionais que neles se engendram, "os verdadeiros responsáveis não só por moldar o pensamento e a sensibilidade, sem como propiciar o surgimento de novos ambientes socioculturais". Santaella afirma que: "mídias são meios, e meios, como o próprio nome já diz , são simplesmente meios, isto é, suportes materiais, canais físicos, nos quais as linguagens se corporificam e através dos quais transitam. O estudo da cultura das mídias está nos processos comunicativos e nas formas de cultura que se realizam a partir de diferentes linguagens e sistemas signícos que se configuram dentro dos veículos em consonância com o potencial e limite de cada veículo".[8] [1] http://pt.wikipedia.org/wiki/P%C3%B3s-modernidade. [2] http://pt.wikipedia.org/wiki/Gilles_Lipovetsky. [3] http://pt.wikipedia.org/wiki/Hipermodernidade. [4] http://pt.wikipedia.org/wiki/Complexidade. [5] SANTAELLA, Lúcia. Da cultura das mídias à cibercultura: o advento do pós-humano. IN: Revista FAMECOS ? Porto Alegre ? nº 22 ? dezembro 2003 ? quadrimestral. Pag. 23. [6] http://pt.wikipedia.org/wiki/Cibercultura. [7] SANTAELLA, Lúcia. Da cultura das mídias à cibercultura: o advento do pós-humano. IN: Revista FAMECOS ? Porto Alegre ? nº 22 ? dezembro 2003 ? quadrimestral. Pag. 24. [8] SANTAELLA, Lúcia. Da cultura das mídias à cibercultura: o advento do pós -humano. IN: Revista FAMECOS ? Porto Alegre ? nº 22 ? dezembro 2003 ? quadrimestral. Pag. 25. Aplicação Prática Teórica Os alunos deverão fazer uma arguição sobre sociedade líquida.
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