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Unidade IV PSICOLOGIA DO TRABALHO Prof. Me. Marcel Ferrada Cenário As novas realidades macroeconômicas e tendências em um mundo globalizado estão modificando o ambiente de negócios. Isso requer organizações competitivas que possam responder de forma rápida e positiva a essa realidade na tendência dos mercados futuros (SOTO, 2002). Criar diferenciais competitivos dentro da arena que se quer competir passa a ser uma questão de sobrevivência. Nessa perspectiva, a liderança passa a ser fundamental nas organizações. No início de século XIX, em plena Revolução Industrial, a figura do supervisor estava associada ao biótipo do homem forte, corpulento, com um tom de voz intimidador, que se fazia respeitar pelo medo. Continuação É preciso entender um pouco o fascínio que a liderança desperta em todos, afinal esse é um dos temas mais estudados em toda a história na tentativa de explicar, entender, identificar e desenvolver novos atores. No princípio, o poder era disputado na força física: o mais forte assumiria o comando e quem quisesse desafiaria o detentor do poder; o ganhador assumiria o comando; o perdedor era morto na disputa ou banido, sendo condenado a morrer no exílio, já que sozinho não conseguiria sobreviver. A história Podemos ainda nos debruçar sobre a beleza e o poder, pois ambos sempre estiveram juntos. No início, a fêmea escolhia o macho alfa dominante como forma de garantir a sua sobrevivência e a da sua cria. Quem estivesse no poder garantiria as melhores fêmeas, o que se mantém ao longo da história. Na Idade Medieval, déspotas criavam leis que lhes davam o direito de passar a noite de núpcias com qualquer noiva do reino. Sempre o poder da força ou o poder econômico que se sobressaem, o que parece que é ainda muito atual. Década de 1930 Pensamento predominante = biótipo, dom, determinismo. Algo como síndrome de Gabriela Cravo e Canela. Os trabalhos de Elton Mayo e Roethlisberger foram fundamentais para uma reflexão sobre a postura dos líderes, pois apresentaram a ideia de que os homens eram seres sociais, relacionais e que não poderiam ser tratados como peças ou objetos. Era necessária, então, uma postura diferente dos chefes, que deveriam estar preparados para lidar com as novas demandas. A frase de Abraham Lincoln fica muito atual: “Se quiser pôr a prova o caráter de um homem, dê-lhe poder”. Liderança Habilidade de influenciar o comportamento de pessoas ou grupos para atingir determinado objetivo. A maestria na busca do harmônico entre o talento, os desafios e os objetivos organizacionais. Liderança versus gerenciamento Liderança. Gerenciamento. Liderança bem-sucedida. Liderança malsucedida. Eficaz. Ineficaz. Interatividade Paulo Pedreira acordou cedo e foi até o quarto do irmão pedir que ele fosse comprar os ingredientes para preparar o café da manhã, solicitação que o irmão se viu tentado em não atender; mas como tinha acordado, ele se levantou e foi comprar, contrariado, mas foi. Com base na história, que tipo de liderança foi exercida? a) Bem-sucedida. b) Malsucedida. c) Bem-sucedida e eficaz. d) Malsucedida e ineficaz. e) Bem-sucedida e ineficaz. Poder Maquiavel, no século XVII, dizia que os governantes podem ser eficazes se: Conseguirem o amor das pessoas; ou Se agirem energicamente para que as pessoas o respeitem. O historiador ainda afirmava que, se for preciso escolher entre o amor e o temor, é melhor optar pelo segundo, pois não se deve sacrificar relações duradouras por sentimentos temporários. O conceito discutido se refere aos dois tipos de poder, o poder pessoal e o poder de posição. Liderança situacional O grau de direção e de controle que um líder oferece para o colaborador na realização de uma determinada tarefa (comportamento de tarefa). Quantidade de orientação e apoio socioemocional dado pelo líder na execução de uma tarefa pelo subordinado. Nível de prontidão dos subordinados no desempenho de uma tarefa (maturidade). Estilos Determinar ou diretivo. Treinar ou persuadir. Compartilhar ou apoio. Delegação. Grid gerencial Fonte: livro-texto Interatividade Bráulio Penteado, funcionário de carreira, está na empresa há dez anos. Sua dedicação e competência têm rendido algumas promoções e recompensas, a última há 15 dias quando recebeu a notificação que seria promovido ao nível gerencial e isso apenas com 32 anos. Sabe que o desafio será grande e terá que voltar aos bancos acadêmicos para ampliar o seu conhecimento. Ele está a caminho de uma reunião com você para receber algumas orientações. Usando a liderança situacional, responda: qual é o nível de maturidade de Bráulio Penteado? a) Maturidade entre moderada e alta. b) Maturidade entre moderada e baixa. c) Alta maturidade. d) Baixa maturidade. e) Imaturo. Flexibilidade Capacidade para transitar nos quatro estilos, mas isso não garante sucesso no uso do estilo. Pode conhecer os estilos e ainda emitir respostas neles, mas se usar erradamente de nada adiantará ser flexível. Poderá abandonar o colaborador na realização das tarefas ou adotar supervisão excessiva, ou seja, controlar quem não precisa ser controlado. Adaptabilidade Isso é o que importa, usar o estilo adequado à situação. Ambiente Assim como mudou a forma de liderar as pessoas, o ambiente de trabalho foi também se modificando. No passado, ambientes deteriorados e inseguros dão lugar a ambientes organizados e produtivos. A indústria se torna não apenas eficiente, mas um lugar onde o trabalhador se apropria do trabalho e introduz alterações à medida em que questiona o que e a forma como faz as coisas. Vamos recapitular a história. Continuação No século XVIII (1ª fase do capitalismo industrial), a Europa passa por uma mudança significativa no que se refere ao sistema de produção. A Revolução Industrial, iniciada na Inglaterra, fortalece o sistema capitalista e solidifica suas raízes na Europa e em outras regiões do mundo. A Revolução Industrial modificou o sistema de produção, pois colocou a máquina para fazer o trabalho que antes era realizado pelos artesãos. O dono da fábrica conseguiu, desta forma, aumentar a sua margem de lucro, pois a produção acontecia com mais rapidez. Se por um lado essa mudança trouxe benefícios (queda no preço das mercadorias), por outro, a população perdeu muito. O desemprego, baixos salários, péssimas condições de trabalho, poluição do ar e rios e acidentes nas máquinas foram problemas enfrentados pelos trabalhadores desse período. O comportamento humano e sua relação com o acidente de trabalho Uma realidade que não poderíamos desconsiderar é que os países em busca de um desenvolvimento acelerado o faziam por via da industrialização. Alta produção X baixa proteção. Crianças de 4 anos de idade trabalhando nas minas. A Constituição garante que lugar de criança é na escola. A Consolidação das Leis do Trabalho (CLT) constitui um instrumento que busca observar todas as necessidades de proteção do trabalhador em defesa dos seus direitos. Continuação Segundo a CLT, a definição de segurança do trabalho é “acidente de trabalho é o que ocorre pelo exercício do trabalho a serviço da empresa ou pelo exercício do trabalho dos segurados, provocando lesão corporal ou perturbação funcional que cause a morte ou a perda ou redução, permanente ou temporária, da capacidade para o trabalho” (NASCIMENTO, 2003, p. 694). Dois conceitos são apresentados: falhas ativas e condições latentes.Falhas ativas: dizem respeito àquelas ações e decisões de pessoas mais próximas ao final da cadeia do sistema, como o pessoal da manutenção. As condições latentes abordam os processos organizacionais genéricos, como as decisões estratégicas, projeto e planejamento. Ter uma visão mais abrangente possibilita considerar as condições latentes e atuar mais efetivamente, antecipando-se e identificando as falhas ativas. Interatividade No século XVIII (1ª fase do capitalismo industrial), a Europa passa por uma mudança significativa no que se refere ao sistema de produção. A Revolução Industrial, iniciada na Inglaterra, fortalece o sistema capitalista e solidifica suas raízes na Europa e em outras regiões do mundo. Aponte a alternativa que representa um sentimento desenvolvido recentemente pelo trabalhador. a) Tempo trabalhado não é tempo vivido. b) O trabalho é visto como um mal necessário. c) O empregador se apropriando do tempo das pessoas. d) Ambientes deteriorados em que eficiência se sobrepõe à segurança. e) Apropriação do tempo pelo trabalhador. Continuação Cultura técnica do improviso, em função da fragilidade econômica e sindical em alguns setores que apresentam equipamentos e processos obsoletos acompanhados por manutenções inadequadas e modos operatórios temerários, nos quais as anormalidades são incorporadas como normalidades nas organizações. A cultura de segurança é o produto dos valores individuais e de grupo, atitudes, competências e padrões de comportamento que determinam o comprometimento, o estilo e a proficiência dos programas de SST de uma organização. Organizações com uma cultura positiva de segurança são caracterizadas por comunicações baseadas em confiança mútua, por percepções da importância de segurança compartilhadas e por confiança na eficácia de medidas preventivas. Continuação A cultura de segurança é sinônimo da cultura de informação, que deve ser construída baseada nos seguintes pilares de relação com os indivíduos: confiança, comunicação e cooperação. A aprendizagem organizacional tem a sua contribuição quando estimula e propicia aquisição de conhecimento, a sua disseminação e a utilização. Organização que aprende é aquela que dispõe de habilidades para criar, adquirir e transferir conhecimentos e é capaz de modificar seu comportamento, de modo a refletir os novos conhecimentos e ideias. Continuação “Elimine slogans, frases e cartazes” (DEMING). A gerência deveria se preocupar em melhorar os sistemas em vez de fazer solicitações vagas do tipo “evitem acidentes”. Nenhum trabalhador sai de casa com a ideia de fazer a sua tarefa de maneira inadequada. As pessoas aumentam os seus atos seguros à medida que têm o domínio da tarefa adquirido pelo treinamento, pela qualificação, pelas condições de trabalho e pelo uso dos equipamentos de proteção individual. Se insistirem ser reducionistas escolhendo a falha humana como o único motivo para os erros, teremos dificuldades em conhecer as verdadeiras razões e nada se poderá fazer a não ser aceitar os acontecimentos. A percepção tem uma importância substancial nessa situação. Percepção A percepção se dá por meio dos estímulos que a pessoa recebe do meio e que são captados pelos nossos sentidos (tato, olfato, visão, audição e paladar). Aquilo que é captado está em consonância com os nossos valores, crenças, experiências, já que a percepção é seletiva. Captamos aquilo que queremos e, se não formos capazes de abstrairmos de nós mesmos as nossas tendências, teremos fragmentos da realidade. As pessoas reagem àquilo que percebem e suas percepções nem sempre refletem a realidade objetiva. Esse é um problema importante, porque à medida que aumenta a diferença entre a realidade percebida e a objetiva, aumenta proporcionalmente a possibilidade de incompreensão, frustração e conflito. Continuação Por sua vez, da mesma forma que temos e percebemos as coisas por meio dos nossos sentidos, a distorção é o fenômeno pelo qual transformamos a realidade para que ela se adapte à nossa cultura, crença, valores e até mesmo às impressões e intenções momentâneas. Essa falha na percepção pode nos levar ao engano, autoengano, seja na avaliação das circunstâncias aumentando ou diminuindo a sua importância ou risco, pode ainda comprometer a interpretação da análise que se pretende realizar da situação. É importante analisar os dados que indicam a existência de precursores, nome dado a uma situação de alto risco em que os controles gerenciais estão ausentes, não conformes ou ineficazes, podendo levar a um acidente fatal ou alguma lesão incapacitante se o trabalho não for interrompido. Continuação O papel dos líderes é de extrema importância, pois lidam e interferem nos eventos potenciais. O seu trabalho será facilitado se estabelecer um canal de comunicação bilateral e se houver um ambiente que estimula e encoraja o diálogo. Interatividade A percepção se dá por meio dos estímulos que a pessoa recebe do meio e que são captados pelos nossos sentidos (tato, olfato, visão, audição e paladar). Com relação à percepção podemos dizer que: a) Somos capazes de perceber tudo o que acontece em nossa volta. b) A realidade é indiretamente proporcional a nossa capacidade de perceber as coisas. c) Sempre estamos tentando captar a verdadeira interpretação da realidade. d) A nossa percepção é objetiva. e) A nossa percepção é seletiva. Assim, de um modo geral, vemos apenas as coisas que estamos procurando, de tal forma que, às vezes, até as vemos onde elas não estão. ATÉ A PRÓXIMA!