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Direito Constitucional II - 2019-1 - Aula 07 - Competência - parte 2

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Direito Constitucional II
Paulo Máximo
AULA 7
Unidade 1
Competência – Parte 2
competência privativa da União:
Para Alexandre de Moraes a Constituição prevê a competência privativa da União em diversos dispositivos: arts. 22, 48, 149, 164, 178 e 184. 
Contudo, considerando que nem todos os dispositivos prevêem a possibilidade de delegação, tecnicamente, é possível afirmar que estas são competências exclusivas. 
Destaques da competência privativa da União: Art. 22, I
Súmula nº 722/STF: São da competência legislativa da União a definição dos crimes de responsabilidade e o estabelecimento das respectivas normas de processo e julgamento. 
Destaques da competência privativa da União: Art. 22, I
Lei estadual 5.729/1995. (...) Elegibilidade do policial militar. Matéria de direito eleitoral. Competência legislativa da União (CF, art. 22, I, e art. 14, § 8º). (...) Ao dispor sobre o regime jurídico a que o policial militar estaria sujeito em caso de eleição para cargo público, a Lei estadual 5.729/1995 invadiu competência legislativa da União, prevista no art. 22, I, da Constituição. [ADI 1.381, rel. min. Dias Toffoli, j. 21-8-2014, P, DJE de 9-10-2014.]
Normas de processo x procedimentos:
Art. 22. Compete privativamente à União legislar sobre: 
I - direito (...) processual;
Art. 24. Compete à União, aos Estados e ao Distrito Federal legislar concorrentemente sobre: 
XI - procedimentos em matéria processual;
São normas de direito processual as relativas às garantias do contraditório, do devido processo legal, dos poderes, direitos e ônus que constituem a relação processual, como também as normas que regulem os atos destinados a realizar a causa finalis da jurisdição. (...) Presente, portanto, vício formal consubstanciado na invasão da competência privativa da União para legislar sobre direito processual. Precedente: HC 74.761, rel. min. Maurício Corrêa, DJde 12-9-1997. [ADI 2.970, rel. min. Ellen Gracie, j. 20-4-2006, P, DJ de 12-05-2006.]
Lei 7.716/2001 do Estado do Maranhão. Fixação de nova hipótese de prioridade, em qualquer instância, de tramitação processual para as causas em que for parte mulher vítima de violência doméstica. Vício formal. (...) A definição de regras sobre a tramitação das demandas judiciais e sua priorização, na medida em que reflete parte importante da prestação da atividade jurisdicional pelo Estado, é aspecto abrangido pelo ramo processual do direito, cuja positivação foi atribuída pela CF privativamente à União (Art. 22, I, da CF/1988). (...) A fixação do regime de tramitação de feitos e das correspondentes prioridades é matéria eminentemente processual, de competência privativa da União, que não se confunde com matéria procedimental em matéria processual, essa, sim, de competência concorrente dos Estados-Membros. [ADI 3.483, rel. min. Dias Toffoli, j. 3-4-2014, P, DJE de 14-5-2014.]
Normas de processo x procedimentos:
O Estado do Rio de Janeiro disciplinou a homologação judicial de acordo alimentar nos casos específicos em que há participação da Defensoria Pública, não estabelecendo novo processo, mas a forma como este será executado. Lei sobre procedimento em matéria processual. (...) A vertente extrajudicial da assistência jurídica prestada pela Defensoria Pública permite a orientação (informação em direito), a realização de mediações, conciliações e arbitragem (resolução alternativa de litígios), entre outros serviços, evitando, muitas vezes, a propositura de ações judiciais. Ação direta julgada improcedente. [ADI 2.922, rel. min. Gilmar Mendes, j. 3-4-2014, P, DJE de 30-10-2014.]
Normas de processo x procedimentos:
O inquérito civil é procedimento pré-processual que se insere na esfera do direito processual civil como procedimento, à semelhança do que sucede com relação ao inquérito policial em face do direito processual penal. Daí, a competência concorrente prevista no art. 24, XI, da CF. [ADI 1.285 MC, rel. min. Moreira Alves, j. 25-10-1995, P, DJ de 23-3-2001.]
Destaques da competência privativa da União:
Art. 22, IV - águas, energia, informática, telecomunicações e radiodifusão;
Competência normativa. Telefonia. Assinatura básica mensal. Surge conflitante com a Carta da República lei local a dispor sobre a impossibilidade de cobrança de assinatura básica mensal pelas concessionárias de serviços de telecomunicações. [ADI 4.369, rel. min. Marco Aurélio, j. 15-10-2014, P, DJE de 3-11-2014.] = ADI 4.603 MC, rel. min. Dias Toffoli, j. 26-5-2011, P, DJE de 6-3-2012
Lei 10.248/1993 do Estado do Paraná, que obriga os estabelecimentos que comercializem Gás Liquefeito de Petróleo (GLP) a pesarem, à vista do consumidor, os botijões ou cilindros entregues ou recebidos para substituição, com abatimento proporcional do preço do produto ante a eventual verificação de diferença a menor entre o conteúdo e a quantidade líquida especificada no recipiente. Inconstitucionalidade formal, por ofensa à competência privativa da União para legislar sobre o tema (CF/1988, art. 22, IV, e art. 238). Violação ao princípio da proporcionalidade e razoabilidade das leis restritivas de direitos. [ADI 855, rel. p/ o ac. min. Gilmar Mendes, j. 6-3-2008, P, DJE de 27-3-2009.]
Destaques da competência privativa da União:
Art. 22, VIII - comércio exterior e interestadual;
É formalmente inconstitucional a lei estadual que cria restrições à comercialização, à estocagem e ao trânsito de produtos agrícolas importados no Estado, ainda que tenha por objetivo a proteção da saúde dos consumidores diante do possível uso indevido de agrotóxicos por outros países. A matéria é predominantemente de comércio exterior e interestadual, sendo, portanto, de competência privativa da União (CF, art. 22, inciso VIII). [ADI 3.813, rel. min. Dias Toffoli, j. 12-2-2015, P, DJE de 20-4-2015.]
Destaques da competência privativa da União: Art. 22, VIII
Ação direta de inconstitucionalidade contra Lei paranaense 13.519, de 8-4-2002, que estabelece obrigatoriedade de informação, conforme especifica, nos rótulos de embalagens de café comercializado no Paraná. (...) Não há usurpação de competência da União para legislar sobre direito comercial e comércio interestadual porque o ato normativo impugnado buscou, tão somente, assegurar a proteção ao consumidor. Precedente deste Tribunal (ADI 1.980-MC, rel. min. Sydney Sanches) no sentido de que não invade esfera de competência da União, para legislar sobre normas gerais, lei paranaense que assegura ao consumidor o direito de obter informações sobre produtos combustíveis. [ADI 2.832, rel. min. Ricardo Lewandowski, j. 7-5-2008, P, DJE de 20-6-2008.]
Destaques da competência privativa da União: Art. 22, XI
Leis capixabas 5.717/1998 e 6.931/2001. Autorização de utilização, pela polícia militar ou pela polícia civil do estado, de veículos apreendidos e não identificados quanto à procedência e à propriedade, exclusivamente no trabalho de repressão penal. Questão afeta à administração pública estadual: competência não atribuída privativamente à união. [ADI 3.327, rel. p/ o ac. min. Cármen Lúcia, j. 8-8-2013, P, DJE de 30-10-2014.]  Vide ADI 3.639, rel. min. Joaquim Barbosa, j. 23-5-2013, P, DJE de 7-10-2013
Como a regra não especifica os motivos pelos quais os veículos passíveis de utilização foram retirados da esfera de uso e gozo de seus proprietários, a permissão se estende aos veículos apreendidos não apenas em razão de infração de trânsito, mas de outras violações, como a da ordem tributária. Ao assim prescrever, a Lei 8.493/2004 viola o direito constitucional ao devido processo legal que leva à perda compulsória da propriedade ou do direito de uso e gozo (posse), cuja positivação no campo infraconstitucional é atribuída à União, seja no campo da legislação de trânsito ou não (arts. 5º, caput, XXV e XLV, e 22, I, III e XI, da Constituição [ADI 3.639, voto do rel. min. Joaquim Barbosa, j. 23-5-2013, P, DJE de 7-10-2013.]
Destaques da competência privativa da União: Art. 22, XI
Violação da competência privativa da União para legislar sobre trânsito etransporte. (...) Inconstitucionalidade formal da Lei 10.521/1995 do Estado do Rio Grande do Sul, a qual dispõe sobre a obrigatoriedade do uso de cinto de segurança e proíbe os menores de dez anos de viajar nos bancos dianteiros dos veículos que menciona. [ADI 2.960, rel. min. Dias Toffoli, j. 11-4-2013, P, DJE de 9-5-2013.]
Lei 6.908, de 1997, do Estado do Mato Grosso, que autoriza o uso de película de filme solar nos vidros dos veículos: sua inconstitucionalidade, porque a questão diz respeito ao trânsito.[ADI 1.704, rel. min. Carlos Velloso, j. 1º-8-2002, P, DJ de 20-9-2002.]
Destaques da competência privativa da União: Art. 22. XVI
Profissionais fisioterapeutas e terapeutas ocupacionais. Carga horária. Lei 8.856/1994. Competência privativa da União para legislar sobre condições de trabalho. [ARE 758.227 AgR, rel. min. Cármen Lúcia, j. 29-10-2013, 2ª T, DJE de 4-11-2013.]
Destaques da competência privativa da União: Art. 22, XX
Súmula vinculante 2: É inconstitucional a lei ou ato normativo estadual ou distrital que disponha sobre sistemas de consórcios e sorteios, inclusive bingos e loterias.
Destaques da competência privativa da União: Art. 22, XXIV
Invade a competência da União para legislar sobre diretrizes e bases da educação a norma estadual que, ainda que de forma indireta, subtrai do Ministério da Educação a competência para autorizar, reconhecer e credenciar cursos em instituições superiores privadas. [ADI 2.501, rel. min. Joaquim Barbosa, j. 4-9-2008, P, DJE de 19-12-2008.]
Destaques da competência privativa da União: Art. 22, XXVI
Ao estabelecer a prévia aprovação da Assembleia Legislativa estadual, ratificada por plebiscito, como requisito para a implantação de instalações industriais para produção de energia nuclear no Estado, invade a Constituição catarinense a competência legislativa privativa da União. [ADI 329, rel. min. Ellen Gracie, j. 1º-4-2004, P, DJ de 28-5-2004.] = ADI 1.575, rel. min. Joaquim Barbosa, j. 7-4-2010, P, DJE de 11-6-2010.
Delegação de competência: Art. 22, par. Único.
Bernardo Gonçalves Fernandes (2017: p. 88) ensina que para a delegação da competência é necessário respeitar os seguintes requisitos:
Requisito formal: Lei complementar da União.
Requisito material: as normas presentes no art. 22 da Constituição
Requisito implícito: trata-se do respeito ao princípio da isonomia previsto no art. 19, III da Constituição.
A competência legislativa do Estado do Rio de Janeiro para fixar piso salarial decorre da LC federal 103, de 2000, mediante a qual a União, valendo-se do disposto no art. 22, inciso I e parágrafo único, da Carta Maior, delegou aos Estados e ao Distrito Federal a competência para instituir piso salarial para os empregados que não tenham esse mínimo definido em lei federal, convenção ou acordo coletivo de trabalho. (...) A expressão ‘que o fixe a maior’ contida no caput do art. 1º da Lei estadual 5.627/2009 tornou os valores fixados na lei estadual aplicáveis, inclusive, aos trabalhadores com pisos salariais estabelecidos em lei federal, convenção ou acordo coletivo de trabalho inferiores a esse. A inclusão da expressão extrapola os limites da delegação legislativa advinda da LC 103/2000, violando, assim, o art. 22, inciso I e parágrafo único, da CF, por invadir a competência da União para legislar sobre direito do trabalho. [ADI 4.391, rel. min. Dias Toffoli, j. 2-3-2011, P, DJE de 20-6-2011.]
Competência concorrente entre União, Estados e Distrito Federal:
No âmbito da legislação concorrente, a doutrina tradicionalmente classifica-a em: 
Cumulativa: sempre que inexistirem limites prévios para o exercício da competência por parte de um ente, seja a União, seja o Estado-membro; e 
Competência concorrente entre União, Estados e Distrito Federal:
Não cumulativa: que estabelece a chamada repartição vertical, pois, dentro de um mesmo campo material (concorrência material de competência), reserva-se um nível ao ente federativo União, que fixa os princípios e normas gerais, deixando-se ao Estado-membro a complementação.
A Constituição brasileira adotou a competência concorrente não cumulativa ou vertical de forma que a competência da União está adstrita ao estabelecimento de normas gerais, devendo os Estados e o Distrito Federal especificá-las, através de suas respectivas leis. 
Destaques da concorrente entre União, Estados e Distrito Federal: Art. 24, i
Lei que institui incentivo fiscal para as empresas que contratarem apenados e egressos. Matéria de índole tributária e não orçamentária. [ADI 3.809, rel. min. Eros Grau, j. 14-6-2007, P, DJ de 14-9-2007.]
Destaques da concorrente entre União, Estados e Distrito Federal: Art. 24, V
A natureza das disposições concernentes a incentivos fiscais e determinação para que os supermercados e hipermercados concentrem em um mesmo local ou gôndola todos os produtos alimentícios elaborados sem a utilização de glúten não interferem na função administrativa do Poder Executivo local. A forma de apresentação dos produtos elaborados sem a utilização de glúten está relacionada com a competência concorrente do Estado para legislar sobre consumo, proteção e defesa da saúde. Art. 24, V e XII, da CR. [ADI 2.730, rel. min. Cármen Lúcia, j. 5-5-2010, P, DJE de 28-5-2010.]
Destaques da concorrente entre União, Estados e Distrito Federal: Art. 24, V
O texto normativo questionado contém diretrizes relativamente ao consumo de produtos acondicionados em recipientes reutilizáveis – matéria em relação à qual o Estado-membro detém competência legislativa (art. 24, V, da CB). (...) A lei hostilizada limita-se a promover a defesa do consumidor, dando concreção ao disposto no art. 170, V, da CB. O texto normativo estadual dispõe sobre matéria da competência concorrente entre a União, os Estados-membros e o Distrito Federal. [ADI 2.359, rel. min. Eros Grau, j. 27-9-2006, P, DJ de 7-12-2006.] = ADI 2.818, rel. min. Dias Toffoli, j. 9-5-2013, P, DJE de 1º-8-2013
Destaques da concorrente entre União, Estados e Distrito Federal: Art. 24, VI
O Município é competente para legislar sobre meio ambiente com União e Estado, no limite de seu interesse local e desde que tal regramento seja e harmônico com a disciplina estabelecida pelos demais entes federados (art. 24, VI c/c 30, I e II da CRFB). [RE 586.224, rel. min. Luiz Fux, j. 5-3-2015, P, DJE de 8-5-2015, com repercussão geral.]
Competência suplementar dos Estados e do Distrito Federal: Art. 24, §§ 1º a 4º
A competência suplementar pode ser dividida em (LENZA: 2016, p. 531):
Suplementar complementar: já existe lei federal que versa sobre normas gerais referentes a matéria de competência concorrente. O Estado irá complementar essas regras, conforme suas especificidades.
Suplementar supletiva: não existe lei federal com normas gerais sobre a matéria. O Estado exercerá competência plena (normas gerais e especiais) temporariamente. A edição de lei federal suspende as normas gerais da lei estadual.
CUIDADO:
O art. 24 da CF compreende competência estadual concorrente não-cumulativa ou suplementar (art. 24, § 2º) e competência estadual concorrente cumulativa (art. 24, § 3º). (...) na segunda hipótese, poderão os Estados e o DF, inexistente a lei federal de normas gerais, exercer a competência legislativa plena “para atender a suas peculiaridades” (art. 24, § 3º). Sobrevindo a lei federal de normas gerais, suspende esta a eficácia da lei estadual, no que lhe for contrário (art. 24, § 4º). (ADI 3.098, Rel. Min. Carlos Velloso, julgamento em 24-11-05, DJ de 10-3-06) 
Revisão da competência concorrente entre União, Estados e do Distrito Federal:
Cabe à União editar apenas normas gerais;
Aos Estados e ao DF, cabe editar normas específicas, detalhes, minúcias (competência suplementar ou suplementar complementar);
não haverá possibilidade de delegação por parte da União, aos Estados-membros e Distrito Federal das matérias elencadas no art. 24 da Constituição;
O rol dos incisos destinados à competência concorrente é taxativo. 
Não há possibilidadede legislação em matéria destinada a lei complementar, por ausência de previsão do art. 24 da CF;
A inércia da União não impede o Estado-membro ou ao Distrito Federal a regulamentação das matérias do art. 24 (competência suplementar supletiva ou apenas supletiva). 
Nessa hipótese eles adquirirão competência plena para a edição tanto de normas de caráter geral, quanto específico;
a competência plena é temporária, pois dura até a União exercer sua competência, editando lei federal sobre normas gerais;
a superveniência de lei federal sobre normas gerais suspende a eficácia da lei estadual, no que lhe for contrário.
Caberá ainda aos Estados e ao DF compatibilizar as normas específicas à normativa da União. 
Competência legislativa dos Municípios:
A competência legislativa do município caracteriza-se pelo princípio da predominância do interesse local consubstanciando-se em exclusiva e suplementar.
Competência exclusiva:
competência genérica em virtude da predominância do interesse local (art. 30, I);
competência para estabelecimento de um Plano Diretor (art. 182);
hipóteses descritas na Constituição presumindo-se constitucionalmente o interesse local (art. 30, III a IX e art. 144, § 8º);
Competência suplementar (art. 30, II).
Destaques da competência legislativa dos Municípios:
Art. 30 (...) I - legislar sobre assuntos de interesse local;
Súmula nº 419/STF: Os municípios têm competência para regular o horário do comércio local, desde que não infrinjam leis estaduais ou federais válidas. 
Súmula nº 645/STF: É competente o Município para fixar o horário de funcionamento de estabelecimento comercial. 
Destaques da competência legislativa dos Municípios:
Art. 30 (...) I - legislar sobre assuntos de interesse local;
(...) o acórdão recorrido está em harmonia com a pacífica jurisprudência do Supremo Tribunal Federal firmada no sentido de que o Município tem competência para legislar sobre a distância mínima entre postos de revenda de combustíveis. (RE 566.836-ED, voto da Rel. Min. Cármen Lúcia, julgamento em 30-6-09, 1ª Turma, DJE de 14-8-09). Vide: RE 235.736, Rel. Min. Ilmar Galvão, julgamento em 21-3-00, 1ª Turma, DJ de 26-5-00. 
Os Municípios são competentes para legislar sobre questões que respeite a edificações ou construções realizadas no seu território, assim como sobre assuntos relacionados à exigência de equipamentos de segurança, em imóveis destinados a atendimento ao público. (AI 491.420-AgR, Rel. Min. Cezar Peluso, julgamento em 21-2-06, DJ de 24-3-06) 
competência legislativa exclusiva dos estados:
André de Ramos Tavares (2017, p. 902) destaca que a Constituição também outorgou aos Estados-membros competência legislativa exclusiva, ainda que não a tenha sistematizado topograficamente como no caso da União. 
Para o autor, são competência do Estado a edição de leis que versam sobre:
Formação (lato sensu) dos Municípios (CF, art. 18, § 4º);*
Exploração de gás canalizado (CF, art. 25, § 2º);
Criação de regiões metropolitanas (lato sensu) (CF, art. 25, § 3º);*
Normas de iniciativa popular no processo legislativo estadual (CF, art. 27, § 4º);
Controle externo das Câmaras Municipais (CF, art. 31, § 1º);
Aspectos de seu direito administrativo e previdenciário (CF, arts. 27, § 2º, 12, §§ 4º e 5º, 169 e 195; ADCT, arts. 24 e 39);*
O Direito Tributário (CF, art. 145, 149 e 155 e ADCT, art. 41).*
CUIDADO:
Para a formação dos Municípios (CF, art. 18, §4º) nas normas dos Tribunais de Contas (CF, art. 75) a Constituição prevê lei federal que estipule normas gerais.
Direito administrativo, tributário e previdenciário tem previsão constitucional como competência concorrente.
Quanto ao projeto de iniciativa popular as normas referentes ao processo legislativo tratam-se de princípios constitucionais extensíveis.
CUIDADO:
A Lei nº 13.089/15 (Estatuto da Metrópole) regulamenta normas gerais sobre a formação de regiões metropolitanas.
A Lei nº 11.909/09 dispõe sobre as atividades relativas ao transporte de gás natural, de que trata o art. 177 da Constituição Federal, bem como sobre as atividades de tratamento, processamento, estocagem, liquefação, regaseificação e comercialização de gás natural.
competência legislativa remanescente dos estados:
O art. 25, § 1º da Constituição, atribuiu aos Estados-membros a competência legislativa remanescente às matérias não enumeradas por ela.
competência legislativa remanescente do distrito federal:
O art. 32, § 1º atribui ao DF as competências reservadas dos Estados (exceto a organização e manutenção da polícia civil, polícia militar, bombeiros militares, Poder Judiciário e Ministério Público) e dos Municípios.
Repartição de competência legislativa:
Descrição
Artigo da Constituição
Competência privativa da União
Art. 22
Possibilidade de delegação de competência da União para os Estados
Art. 22, parágrafo único;
Competência concorrente União / Estado / Distrito Federal
Art. 24
Competência exclusiva do Município
Art. 30, I.
Competência suplementar do Município
Art. 30, II
Competência reservada do Distrito Federal
Art. 32, § 1º
Competência reservada dos Estados
Art. 25, § 1º
Competência exclusiva dos Estados
Art. 25, §§ 2º e 3º
REFERÊNCIAS:
FERNANDES, Bernardo Gonçalves. Curso de Direito Constitucional. 9. ed. rev., ampl. e atual. Salvador: JusPODIVM, 2017.
LENZA, Pedro. Direito constitucional esquematizado. 20 ed. rev. atual. e ampl. São Paulo, 2016.
MORAES, Alexandre de. Direito constitucional. 24 ed. São Paulo: Atlas, 2009.
TAVARES, André Ramos. Curso de direito constitucional. 15. ed. rev. e atual. São Paulo: Saraiva, 2017.

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