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TCC Complementação Pedagogica Kelly de Oliveira Camilo

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EDUCAÇÃO INCLUSIVA DO ALUNO COM NECESSIDADES ESPECIAIS 
INCLUSIVE STUDENT EDUCATION WITH SPECIAL NEEDS 
 
KELLY DE OLIVEIRA CAMILO 
kelly-camilo@hotmail.com 
COMPLEMENTAÇÃO PEDAGOGICA 
 
RESUMO 
 
 
Este artigo objetiva-se a analisar que a inclusão é algo que pode acontecer 
verdadeiramente, basta pensarmos nas necessidades de cada aluno e enxergá-los como 
seres humanos, como qualquer cidadão, com suas dificuldades sim, mas também com 
suas capacidades e que eles tem direito a educação e viver na sociedade, freqüentando 
escolas como qualquer outra criança. Aceitar é aceitar também suas diferenças e 
limitações.Já o termo inclusão como a própria palavra diz incluir estes deficientes e 
como Werneck (1997), traduz inclusão como uma forma de humanizar caminhos ou 
seja traçar caminhos fáceis e possíveis que levem de fato à inclusão.Hoje a Lei de 
Diretrizes e Bases da Educação garante o direito dessas crianças com atendimento 
preferencialmente na rede regular de ensino, com respeito e suas habilidades e 
individualidades, cabendo ao professor buscar esses caminhos que levem ao 
desenvolvimento do portador de necessidades especiais. 
 
Palavras-chaves: inclusão, sociedade, professor. 
 
ABSTRACT 
 
 
This article aims to analyze that inclusion is something that can happen truly, just think 
of the needs of each student and see them as human beings, like any citizen, with their 
difficulties yes, but also with their abilities and what they have right to education and to 
live in society, attending schools like any other child. Acceptance is also accepting their 
differences and limitations. Already the term inclusion as the word itself says to include 
these disabled and as Werneck (1997), translates inclusion as a way to humanize paths 
or to trace easy and possible paths that actually lead to inclusion. Today, the Law on the 
Guidelines and Bases of Education guarantees the right of these children with 
preferential care in the regular network of education, with respect and their abilities and 
individualities, and it is up to the teacher to seek those paths that lead to the 
development of the special needs bearer. 
 
Keywords: inclusion, society, teacher. 
 
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INTRODUÇÃO 
O impossível não é um fato: é uma opinião 
 
Mario Sergio Cortella 
 
O presente trabalho tem por objetivo a conclusão do curso de 
Complementação pedagógica e Especialização em Educação Especial e Educação 
Inclusiva, cuja pesquisa prática ocorreu em sua maioria em Goiânia-Go , por acreditar 
que a inclusão não significa apenas colocar um aluno deficiente na sociedade, na escola, 
mas sim dar-lhes suportes, condições para que se desenvolvam e aprendam como 
qualquer outra criança, deu início a este trabalho. 
Por acreditar que a inclusão não significa apenas colocar um aluno 
deficiente na sociedade, na escola, mas sim dar-lhes suportes, condições para que se 
desenvolvam e aprendam como qualquer outra criança, deu início a este trabalho.O 
objetivo é indagar os parâmetros recomendados pela lei, reconhecendo que algumas 
síndromes, com estágios de comprometimento mais avançados, não atenuam com o 
convívio com os demais, além de passarem aos colegas uma visão deturpada, criando 
barreiras ao relacionamento destes com os outros, em vez de incitar-lhes uma visão 
carinhosa. Com isso, questiona-se a não capacitação dos profissionais que atuam nesse 
tipo de atendimento educacional, que já têm inúmeras outras atribuições que dificultam 
ou até mesmo impedem a realização de um trabalho adequado. 
Na inclusão educacional, torna-se necessário o envolvimento de todos os 
membros da equipe escolar no planejamento de ações e programas voltados à temática 
coletivamente para que a inclusão escolar seja efetivada nas escolas. 
Essas novas mudanças têm evocado segundo Baptista (2006, p.7), “debates 
em diferentes campos disciplinares, exigindo que sejam revistas concepções sobre os 
sujeitos e sobre as instituições envolvidas”. 
Entender as necessidades dos portadores de deficiência é o primeiro passo a 
se chegar a devida inclusão. Embora existam barreiras para que ela aconteça é preciso 
estar preparados. 
DA INTEGRAÇÃO A INCLUSÃO 
 
A imprecisão conceitual sobre integração e inclusão, às vezes empregadas 
com o mesmo significado, às vezes colocadas em oposição ou superação da integração 
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pela inclusão. Dentre outras conseqüências, tal definição contribui para uma visão entre 
defensores da integração e da inclusão, como se o próprio sentido de educação já não 
fosse a busca de integração ou inclusão social. Mais ainda, como salienta Glat (1997), a 
integração não pode ser vista simplesmente como um problema de políticas 
educacionais ou de modificações pedagógica – curriculares na Educação Especial. 
“Integração e um processo subjetivo e inter- relacional”.(Glat 1997, p 199) 
Segundo Sassaki (1997), a integração e a inclusão são dois processos muito 
importantes na busca de uma sociedade inclusiva. Princípio este que leva implícito o 
conceito de normalidade, destacando que a normalidade é um conceito relativo sujeito a 
critérios de tipo estatístico. 
O que hoje é normal pode não ter sido ontem e não sabemos como será 
amanhã. O que aqui é normal pode ser anormal em outro lugar ou vice-versa. De tal 
maneira que o normal não se encontram dentro da pessoa, mas fora dela é aquilo que os 
outros percebem nas pessoas.(SASSAKI, 1997, p 43) 
Normalizar uma pessoa não significa torná-la normal, mas sim dar a ela o 
direito de ser diferente e de ter suas necessidades reconhecidas e atendidas pela 
sociedade. É aceitá-los tal com são, oferecendo os serviços pertinentes para que os 
mesmos possam desenvolver suas potencialidades e viver uma vida tão normal quanto 
possível. 
É preciso que estas pessoas vivam com independência e liberdade. 
… Ter oportunidades para tomar decisões que afetam a própria vida, 
realizar atividades de própria escolha. Vida independente tem a ver com a auto- 
determinação. É com direto e a oportunidade para seguir um determinado caminho. E 
significa ter a liberdade de falhar e aprender das próprias falhas, tal qual pessoas não 
deficientes. (SASSAKI,1997, pg 32) 
Conforme o autor o estilo de vida independente é fundamental para que 
aconteça a inclusão do indivíduo na sociedade e para que aconteça tal normalização, ou 
seja ele terá vida independente exercendo a cidadania, sendo ele ativo e atuando como 
cidadão. 
Cabe ressaltar que a integração, no entanto, ocorre automaticamente quando 
o deficiente começa a freqüentar a sociedade e ela então se acostumaria com a presença 
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dessa pessoa descobrindo que eles são pessoas com potencialidade iguais a qualquer 
um. É isto que se espera com a integração, mas o que na verdade não vem acontecendo. 
Segundo Mantoan (1997), a integração dos deficientes como membros úteis 
e adaptados ao meio em que vivem parece ser um ponto crucial na consideração da 
problemática da excepcionalidade, no seu todo. Observando o modo pelo qual as 
instituições concebam e atuam face à deficiência, percebendo na grande contradição 
entre meta final do que se dedicam a causa a integração social em todos os níveis e os 
recursos utilizados a sua consecução. 
Porém o fracasso da tal integração se deve em parte à própria falta de 
experiência dos deficientes, que mesmo inseridos na comunidade ainda não se tornaram 
pessoas mais interessantes ou seja interessadas na vida social e no convívio com outras 
pessoas. 
De acordo com autora Glat (1998), integração/inclusão é como amor 
acontece ou não. Você não pode desenvolver um programa que faça com que duas 
pessoas se apaixonem uma pela outra. Você pode no máximo programar uma série de 
atitudes, comportamentose situações que aumentem a probabilidade do amor acontecer. 
Assim a integração tem como objetivo maior proporcionar ao indivíduo um 
ambiente menos restrito possível porque ninguém aprende quando não tem a liberdade e 
não se vê valorizado globalmente. 
Observa-se na verdade que atualmente a integração tem sido apenas integrar 
a pessoa na sociedade sem dar a ela condições de estar atuando e se desenvolvendo. 
Já a inclusão tem por objetivo incluir o deficiente ou um grupo que 
anteriormente foram excluídos da convivência com os demais ou seja segundo Werneck 
(1997) ”incluir é humanizar caminhos”. 
O mais polêmico de todos os princípios da inclusão é ser ela incondicional. 
Este é um ponto que vem perturbando e desconcertando pais e profissionais da 
educação. 
Enquanto se fala na integração de uma criança com deficiência leve e 
moderada na escola regular tudo bem, mas quando se trata de incluir um adolescente 
com comprometimentos múltiplos e severos, aí vem a desculpa de que este caso é um 
caso a parte, uma exceção. 
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Analisando esta maneira de pensar não existe a devida inclusão, pois a 
inclusão não admite exceções, não separa, não existe diferenças. 
Desta forma a escola é a instituição que deve dar o começo de tudo, pois 
acredito que se ela não alterar seus princípios jamais teremos uma sociedade inclusiva. 
Cabe a escola dar o ponto de partida para que outras inclusões ocorram. 
A inclusão, portanto, causa uma mudança de perspectiva educacional, pois 
não se limita a ajudar somente os alunos que apresentam dificuldades na escola, mas 
apóia a todos como professores, alunos, pessoal administrativo e para que obtenham 
sucesso na corrente educativa geral e preciso que todos estejam envolvidos. 
Para Mantoan (1997) a metáfora inclusão é a do caleidoscópio, ou seja, 
precisa de todas os pedaços para formar as figuras. Portanto assim é a criança que 
precisa de um ambiente variado, de ajuda de todos para que se desenvolva e consiga 
atuar dentro de uma sociedade sem limitações. 
A autora Werneck (1997) destaca que: “Incluir não é favor, mas troca. 
Quem sai ganhando nesta troca são todos nós em igual medida. Conviver com as 
diferenças humanas é direito do pequeno cidadão, deficiente ou não..” (p.58) 
Para ela incluir é uma forma de acabar com o preconceito, e isto, no entanto, 
pode ser começado nas escolas, cursos e universidades que formam professores, 
conscientes de que alunos deficientes são responsabilidades de todos os educadores e 
não apenas do profissional que se interessa por educação especial. 
Para Werneck (1997), chegar a inclusão e um processo individual e, 
portanto para muitos solitário, pois todo processo de busca de conhecimento é solitário 
e doloroso. Mesmo quando duas pessoas tenham passado por situações idênticas e 
obtido informações sobre determinado assunto, jamais estaria no mesmo patamar de 
conhecimento ou se igualando. 
Diante disto temos que mudar nossos conceitos, caso contrário, 
caminharemos com tartarugas em busca da tal inclusão. Cabe a escola preparar a criança 
para a cidadania, isto inclui orientá-lo para valorizar a particularidade de seu povo. 
Assim, se privarmos crianças normais de seus pares deficientes, estaremos 
tirando de todos a chance de trabalharem na construção de sua cidadania. 
Para entendemos melhor o termo inclusão é necessário reatar os princípios 
deste termo e as leis que asseguram a inclusão. 
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Para Sassaki (1997), tanto a integração como a inclusão constituem formas 
de inserção. A parte da integração, principalmente nos anos sessenta e setenta estava 
baseada no modelo médico da deficiência, segundo qual tínhamos que modificar a 
(habilitar, reabilitar) a pessoa com deficiência para torná-la apta a satisfazer os padrões 
da sociedade, aceitos no meio social (familiar escolar, recreativo e ambiental). 
Já a prática da inclusão consolidada nos anos 90, vem seguindo o modelo 
social da deficiência segundo a tarefa consistia em modificar a sociedade e não o 
deficiente para torná-los capazes de receber todas as pessoas que incluídas nela, poderão 
ter suas necessidades atendidas. 
Na visão de Mantoan (1997), a noção de integração tem sido compreendida 
de diversas maneiras, quando aplicada a escola. Os diversos significados que lhe são 
atribuídos devem- se ao uso do termo para expressar fins diferentes, sejam eles 
pedagógicos , sociais, filosóficos e outros. 
Uma outra opção de inserção segundo a autora e a inclusão, que questiona 
as políticas e a organização da educação especial e regular. A noção da inclusão institui 
a inserção de uma forma mais radical, completa e sistemática. O vocabulário integração 
é abandonado uma vez que o objetivo é incluir um aluno ou um grupo de alunos que já 
foram anteriormente excluídos. 
Portanto, quando empregamos a palavra inclusão estamos nos referindo a 
uma inserção total e incondicional. Por outro lado, quando usamos a palavra integração 
queremos dar a idéia de que a inserção é parcial e condicionada às possibilidades de 
cada pessoa. A inclusão exige uma transformação da sociedade, da escola, pois defende 
a inserção no ensino regular de alunos com qualquer deficiência, exigindo mudanças no 
sistema educacional cabendo a escola, a sociedade adaptar-se às suas necessidades e não 
os alunos se adaptarem ao modelo exigido. 
Para melhor clarificar este termo polêmico que e a inclusão é necessário 
conhecer um pouco mais da historia da educação especial, como tudo se iniciou e das 
leis que surgiram para assegurar uma educação inclusiva, suas controvérsias. Só assim 
então poderemos entender a palavra inclusão e sua ação. 
 
A INCLUSÃO SOCIAL FUNDAMENTADA NOS DIREITOS HUMANOS 
 
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De acordo com Mazzotta (1996), a inclusão da educação de deficientes ou 
da educação especial na política educacional brasileira vem ocorrer no final dos anos 
cinqüenta e início da década de sessenta século XX. 
Segundo o autor a evolução da educação especial no Brasil e destacado por 
dois períodos marcados pela natureza e abrangência das ações desencadeadas para a 
educação dos portadores de deficiência. 
O primeiro período de 1954 a 1956, onde o atendimento escolar aos 
portadores de deficiência teve início com a primeira providencia concretizada por D. 
Pedro II, fundando no Rio de Janeiro o Imperial Instituto dos Meninos Cegos. 
Por volta de 1891 foi assinado outro decreto nº 1320 onde a escola passou 
denominar-se Instituto Benjamim Constant. Em 1857 D. Pedro fundou no Rio de 
Janeiro o Imperial Instituto dos Surdos- Mudos. 
E importante ressaltar que desde o inicio a referida escola caracterizou-se 
por uma instituição educacional voltada para a educação literária e ensino 
profissionalizante, de meninos e meninas surdo – mudos com idade de sete a quatorze 
anos. 
Ainda, segundo o autor, foram implantadas oficinas para aprendizagens de 
ofícios como tipografia, encadernação para os meninos cegos, tricô para as meninas e 
sapataria . 
A instalação do Instituto Benjamim Constant e do Instituto Nacional de 
Surdos abriu possibilidades de discussão da educação dos portadores de deficiência, no 
primeiro congresso de instrução publica (1883), onde abordava a sugestão de currículo e 
formação de professores para cegos e surdos. 
Portanto na primeira metade do século XX haviam quarenta 
estabelecimentos mantidos pelo poder publico e um federal. 
No segundo período 1957 a 1993 o atendimento aos excepcionais foi 
assunto a nível nacional, assumido pelo governo onde foram criadas as campanhas 
especialmente voltadas ao atendimento dos mesmos. 
O autor afirma que em 1960 foi instituída a Campanha Nacional de 
Educação e Reabilitação de DeficientesMentais a CADEME, onde sua finalidade era 
promover em todo o território nacional a educação, treinamento, reabilitação e 
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assistência educacional das crianças portadoras de deficiência de qualquer idade ou 
sexo. 
Também foi criado em 1973 o CENESP (Centro Nacional de Educação 
Especial), com a finalidade de promover em todo o território nacional a expansão e 
melhoria ao atendimento dos excepcionais. 
Para Mazzotta (1996), buscou-se na historia da educação informações 
significativas sobre o atendimento educacional dos portadores de deficiência. 
A luta para que os portadores de deficiência contem com as mesmas 
condições e oportunidades educacionais que o conjunto a população tem dentre outras 
referencias, a Declaração Universal dos Direitos do Homem na qual afirma: “todo 
homem tem direito a instrução”. (art. XXVI). 
Durante a constituição de 1988, com objetivo de garantir direitos e deveres 
dos portadores de deficiência na constituição brasileira, houve mobilização de 
representações de associações de deficientes e de órgãos governamentais responsáveis 
pela implementação e políticas educacionais, de pais e portadores de deficiência e de 
pesquisadores e profissionais atuantes em educação especial. 
Segundo Prietro (1997), a Constituição Federal de 1988 e a primeira dentre 
nossas constituições que inscreve de modo explicito o direito aos portadores de 
deficiência. 
O dever do estado com a educação será efetivado mediante a garantia de : 
III- Atendimento educacional especializado aos portadores de deficiência, 
preferencialmente na rede regular de ensino. (art.208) 
A autora afirma que a luta da sociedade brasileira pela universalização do 
acesso a escola remonta a década, e a persistência de pautas essa reivindicação como 
prioridade garantiu, inclusive que o ultimo texto constitucional reafirmasse a educação 
como direitos de todos, definindo a quem cabe a responsabilidade por sua promoção e 
incentivo e estabelecesse seus fins. 
De tal forma, a educação assim ficou assegurada: A educação, direito de e 
dever do estado e da família, será promovida e incentivada com a colaboração da 
sociedade , visando o pleno desenvolvimento da pessoa, seu preparo para o exercício da 
cidadania e sua qualificação para o trabalho (CF 1988 Cap III, seção I, art 205). 
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Portanto assegurar oportunidades iguais, não significa garantir tratamento 
idênticos a todos, mais sim oferecer a cada pessoa meios para que eles desenvolva, tanto 
quanto possível, o máximo de suas potencialidades. Assim, para que o principio da 
igualdade de oportunidade se torne um fato (real), e indefensável que sejam oferecidas 
oportunidades educacionais diversificadas. 
O verdadeiro significado da igualdade de oportunidades repousa mais na 
diversificação que na semelhança de programas escolares.(MAZZOTTA, 1982, p.34) 
Além da educação outros direitos aos portadores de deficiência são 
contemplados destacando-se: a igualdade de direitos no trabalho, assistência social 
especial, adaptações materiais, físicas e sociais, visando proporcionar a eles condições 
adequadas de acesso aos bens sociais e locomoção o mais independente possível alem 
do direito ao ensino especializado. 
Na visão de Mazzotta (1996, p. 15): A defesa da cidadania e do direito a 
educação de pessoas portadoras de deficiência e atitude muito recente em nossa 
sociedade, manifestando-se através de medidas isoladas de indivíduos ou grupos. A 
conquista e o reconhecimento de alguns direitos dos portadores de deficiência podem 
ser identificados como elementos integrantes de políticas sociais, a partir de meados 
deste século. 
Cabe ainda ressaltar que a Constituição Federal de 1946 estabeleceu a 
obrigatoriedade de criação em cada sistema de ensino de serviços de assistência 
educacional que assegurassem aos alunos necessitados condições de eficiência escola 
(art 172) 
Embora não deixando claro o sentido de necessitado, nem a que assistência 
se refere pode-se dizer que já havia preocupação com a diferença naquela época. 
De acordo com Prietro (1997), após 1946, a emenda Constitucional em seu 
artigo 175, parágrafo 4º, estabelecia que: “A Lei disporá sobre assistência a maternidade 
a infância e a adolescência e sobre a educação de excepcionais.“ 
Portanto e na emenda constitucional 12 de dezessete de outubro de 1958, 
que aparece pela primeira vez garantia da educação especial em artigo único. “E 
assegurado aos deficientes a melhoria de sua condição social e economia, especialmente 
mediante: Educação especial e gratuita.” 
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Observa-se, no entanto, que a anos vem se pensando na inclusão dos 
portadores de deficiência e numa maneira de buscar com que suas diferenças não sejam 
alvo de preconceitos e discriminação, mas sim que eles se tornem especiais perante a 
sociedade.e que o conceito de diferenças individuais sejam compreendidas 
Não basta apenas pregar o que está escrito na constituição e preciso que se 
acredite realmente que um deficiente tenha a capacidade de interagir em nosso meio, 
que são tão ou mais capazes que as pessoas consideradas normais, que são pessoas com 
sentimentos, apenas em busca de oportunidades e credibilidade. 
Para que tudo isso ocorra e preciso imediatamente inovar a maneira de se 
pensa sobre inclusão, e que a sociedade , e principalmente a escola proceda não apenas 
com situações não programadas chamadas de informais, que ocorrem em nossa própria 
vida, mas que como também de situações programadas que acontecem nas instituições 
sociais e que procurem orientar o individuo para um fim determinado. 
E preciso que cada um tenha o seu valor reconhecido e suas diferenças 
respeitadas. “A educação de um individuo procede de situações capazes de transformá-
lo ou de permitir transformar-se..” (Mazzotta, 1982, p 33). 
Enfim, assumir o deficiente na família ou na comunidade não significa 
adotá-lo em razão de suas limitações, mas de suas potencialidades, abrindo espaço para 
que tenham chances de mostrar seus valores e que o mesmo seja reconhecido pela 
sociedade. 
A EXCLUSÃO E A INCLUSÃO ESCOLAR 
 
Desde o início do século passado a questão da exclusão escolar está em 
constante discussão, entretanto Freitas (2007) afirma que estão surgindo novas formas 
de exclusão e estas estão sendo implementadas nos sistemas escolares e sobre elas não 
se tem muito controle e conhecimento. Além disso, o autor afirma que a reprovação é 
uma antiga forma de exclusão e que agora ela se mostra unida a outras formas de 
exclusão mais recentes desenvolvidas pelo sistema. “As novas formas de exclusão 
atuam agora por dentro da escola fundamental. Adiam a eliminação do aluno e 
internalizam o processo de exclusão” (FREITAS, 2007). Neste sentido, Carvalho (2001) 
afirma que todos os brasileiros estão imersos em uma sociedade que tem grandes 
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desigualdades de raça, classe e gênero, por isso os mesmos estão marcados por essas 
desigualdades. 
Deste modo é possível perceber que a repetência e a evasão escolar são 
abarcadas pelas definições de fracasso escolar, pois é resultado do baixo rendimento 
escolar do aluno que deveria cumprir as etapas escolares conforme exige o sistema 
escolar e que de acordo com Freitas (2007) estão diretamente ligadas à exclusão, visto 
que, a reprovação está conectada a deficiência do aluno na escola, onde algumas 
crianças são tratadas como incapazes de aprender, não tendo o direito de se 
expressarem, cabendo ao professor inserir-lhes o “real” conhecimento. A não adaptação 
a esse conhecimento é um problema do aluno, que por razões pessoais, emocionais, 
culturais, familiares, não consegue se sair bem. O professor ao deparar-se com esse 
alunoe suas dificuldades de aprendizagem acaba por excluí-lo, pois como ele não 
acompanha o ritmo imposto pelo professor ele não está apto para desenvolver ou 
adquirir novos conhecimentos. Ou seja, a forma como o professor vê o aluno 
“fracassado” acaba muitas vezes por determinar a sua interação com ele, influindo 
necessariamente na sua auto-imagem e nas representações a respeito de si mesmo, de 
seu desempenho como aluno e de suas possibilidades de aprendizagem. Tais 
representações são conhecimentos construídos na experiência escolar, mas que não são 
tão facilmente notadas pelo professor quanto aquilo que o aluno está aprendendo em 
suas aulas. Logo, o professor demonstra desinteresse pelo aluno fracassado e se 
distancia, pois acredita que ele não conseguirá aprender. 
 Segundo Silva (2005, p. 02) a exclusão escolar pode ser visibilizada pela 
incapacidade do aluno realizar atividades tipicamente escolares no espaço de sala de 
aula, bem como pela inadaptação dos mesmos para agir com sucesso nas ações sociais 
envolvendo o uso da língua escrita e falada. A primeira limitação é percebida facilmente 
pelos educadores em contexto de ensino, pois, devido a resquícios de praticas da 
tradição pedagógica, as habilidades necessárias para um bom desempenho escolar 
continuam sendo supervalorizadas. 
O tema da exclusão faz parte da nossa atualidade e conforme Sawaia (1999) 
é usado nas diferentes áreas do conhecimento. Permite-nos usos retóricos de diferentes 
qualidades, desde a concepção de desigualdade ate a injustiça e exploração. A exclusão 
é um processo sutil e dialético, existe em relação à inclusão como parte constitutiva a 
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dela, é um processo que envolve a pessoa por inteiro e suas relações com os outros, 
sendo um produto do funcionamento do sistema. 
A educação inclusiva é uma força renovadora na escola, e para 
Zimmermann (2008) em seu artigo inclusão escolar, ela amplia a participação dos 
estudantes nos estabelecimentos de ensino regular. Trata-se de uma ampla 
reestruturação da cultura, da nossa práxis e das políticas vigentes na escola. É a 
reconstrução do ensino regular que, embasada neste novo paradigma educacional, 
respeita a diversidade de forma humanística, democrática e percebe o sujeito aprendente 
a partir de sua singularidade, tendo como objetivo principal, contribuir de forma que 
promova a aprendizagem e o desenvolvimento pessoal para que cada um se construa 
como um ser global. 
Apesar das iniciativas acanhadas da comunidade escolar e da sociedade 
geral, é possível adequarmos a escola para um novo tempo. Precisamos estar imbuídos 
de boa vontade e compromisso, enfrentarmos com segurança e otimismo este desafio, 
enxergarmos a clareza e obviedade ética da proposta inclusiva, e contribuirmos para o 
desmantelamento dessa máquina escolar enferrujada. 
Sabe-se que dentro da escola os alunos que tem dificuldades para aprender 
são vistos com outros olhos, por isso, são diferentes. Há os que não conseguem 
simpatizar-se com o regime disciplinar e também são diferentes. 
A escola inclusiva ainda tem um longo caminho a percorrer no 
Brasil.Segundo Folkis, falar em educação de inclusão implica em se pensar numa escola 
onde os alunos recebam oportunidades educacionais adequadas às suas habilidades e 
necessidades; em pensar uma escola da quais todos fazem parte, em que todos são 
aceitos em que todos ajudam e são ajudados pelos professores,pelos colegas e pelos 
membros da comunidade, independentemente do talento, deficiência, origem sócio -
econômica ou cultural. Uma escola de inclusão só existe na medida em que aceitarmos 
que é preciso tirar proveito das diferenças. 
 
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CONSIDERAÇÕES FINAIS 
 
Através deste estudo, busquei compreender o processo de inclusão, entendendo 
que é peça fundamental no ambiente escolar quanto ao atendimento a todos, 
independentemente de qualquer diferença. Na escola inclusiva deve-se ter uma equipe 
especializada com espaços privilegiados à disposição de todos os alunos da escola; uma 
equipe que também se integra ao corpo docente para partilhar procedimentos didáticos 
que se fazem necessários para algumas situações em especial, mas também para aqueles 
que só tem a ganhar com uma escola de maior qualidade, ou seja, todos os alunos e que 
esta escola propicie uma educação que de fato seja a síntese entre o patrimônio cultural 
da humanidade, e que o professor tenha condições de tratar os alunos como seres únicos 
a serem socializados. 
É fundamental que a população possa dizer e olhar o mundo valendo-se de uma 
linguagem que contenha a possibilidade de transformação da sociedade injusta e de 
afirmação de seus direitos, não sendo veículo de sua subalternização. É necessário 
perceber que a construção e o uso da linguagem é um processo permanente de criação e 
de repetição. Defende-se uma pedagogia que se preocupe com todas as dimensões da 
pessoa humana e que crie um ambiente educativo baseado na ação e na participação 
democrática, na dimensão educativa do trabalho, da cultura e da história de nosso povo. 
Acredita-se numa escola que desperte os sonhos de nossa juventude, que cultive 
a solidariedade, a esperança, o desejo de aprender e ensinar sempre e de transformar o 
mundo. Entende-se que, para participar da construção desta nova escola, nós educadores 
e educadoras, precisamos constituir coletivos pedagógicos com clareza política, 
competências técnicas, valores humanistas e socialistas. Compreende-se que a educação 
sozinha não resolve os problemas do povo, mas é um elemento fundamental nos 
processos de transformação social da humanidade. 
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REFERÊNCIAS 
 
BRASIL. Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional. Lei nº 9.394/96. 
 
BRASIL. Estatuto da Criança e do Adolescente. Lei nº 8.069 de 13 de junho de 1990. 
 
GLAT, Rosana. Educação Especial: A integração Social dos portadores de deficiência, 
uma reflexão. Vol I 2ª edição. Ed. Eletrônica – 1998 
 
MAZZOTTA, M.J.S. Educação Escolar: Comum ou Especial. São Paulo: Pioneira, 
1982 
 
MANTOAN, M.T.H. A integração de pessoas com deficiência. São Paulo: Senac, 1997 
 
MAZZOTTA, M.J.S. Educação Especial no Brasil. São Paulo: Cortez,1996. 
 
Políticas da inclusão: Compromisso do poder publico, da escola e dos 
professores.R.G,PRIETO-1997 
 
SASSAKI, Romeu Kazumi. Construindo uma sociedade inclusiva. Rio de Janeiro: Ed 
W.V.A, 1997 
 
WERNECK, Claudia. Ninguém mais vai ser bonzinho na sociedade inclusiva. Rio de 
Janeiro: ED. W.V.A, 1997. 
 
CARVALHO, R. E. Educação inclusiva: com os pingos nos “is”. Porto Alegre: 
Mediação, 2004.

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