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1 IMUNOLOGIA: ESTUDO DIRIGIDO – P1 Prof. Rossy 1. Identifique cada um dos componentes celulares do sistema imunológico e suas funções respectivas. MONÓCITOS E MACRÓFAGOS: - Ativa LT, apresentação de antígenos, faz fagocitose; - O interferon gama produzido por linfócitos T helper estimula a fusão dos lisossomas com o fagossoma para que haja a digestão intracelular; - Eles se fundem e formam as células gigantes de Langhans; - No granuloma, os macrófagos (originados dos monócitos do sangue) se modificam e viram células epitelióides com grande atividade secretora e pouca atividade fagocítica. - Possui mecanismos bactericidas como superóxidos, radicais OH-, hidrolases ácidas e lisozima. - Funcionam como células apresentadoras de antígenos (APCS) - Micróglia - SNC; - Células de Kuppfer - fígado; - Macrófagos alveolares - pulmão; - Células dendríticas - região subcortical dos linfonodos; - Mesangio intraglomerular - glomérulo de Malpighi renal; - Macrófagos sinusais dos baço - cordões de billroth da polpa vermelha do baço. - Macrófagos das serosas - peritônio, pericárdio e pleura; - Células de Langehans - pele CÉLULAS NK: - Atua principalmente na citotoxicidade celular dependente de anticorpos (ADCC) e lise celular de células tumorais e infectadas por vírus. - Também podem funcionar como células secretoras de citocinas. CÉLULAS DENTRÍTICAS: são especializadas em capturar antígenos e no seu processamento e apresentação. Exercem a função de intermediar a ativação dos linfócitos pelos antígenos, podem originar-se tanto de precursores linfoides quanto mieloides. MASTÓCITOS: - São células do tecido conjuntivo quee participam nas defesas das mucosas; - Liberam grânulos contendo histamina e agentes ativos que ativam macrófagos, linfócitos, alterações vasculares e brônquicas e outros; a histamina causa uma vasodilatação, a heparina é anticoagulante, o ECF-A chama os eosinófilos e a fator quimiotáxico dos neutrófilos chama os neutrófilos ao local. O SRS-A (slow reacting substance of anaphilaxis) traduzindo, significa substância de reação lenta da anafilaxia e tem como efeito produzir contração lenta da musculatura lisa; - Existem vários mecanismos de liberação dos grânulos dos mastócitos, o dependente da ativação da adenil ciclase pelo receptor de IgE estimulado, outro meio de causar a ativação da desgranulação dos mastócitos, porém sem a participação da IgE é a ligação dos componentes C3a, C4a e C5a do complemento e de IL-3 com receptores de superfície. 2 BASÓFILOS: - Os basófilos são granulócitos encontrados no sangue em pequena quantidade, variando entre 0 a 1% dos leucócitos. - Esta célula é grande, com núcleo volumoso, geralmente em forma de “S” - Os basófilos tem função semelhante ao dos mastócitos. Possui aos mesmos mediadores nos seus lisossomas, e possui também receptores de IgE. - Participa de reações alérgicas da mesma forma que os mastócitos - A sua participação no choque anafilático (sistêmico) é maior que o mastócitos, pois os basófilos são células que realmente estão presentes no sangue, e liberam os mediadores para a circulação. EOSINÓFILOS: - São fundamentais na resposta aos parasitas principalmente quando recobertos por anticorpos; - Os eosinófilos são leucócitos granulócitos presentes no sangue em pequena quantidade; - É binucleado e seu citoplama possuem grânulos específicos que se coram pela eosina (acidófilos), que são lisossomas, sendo ricos em fosfatases ácidas; - Funcionalmente esta célula é capaz de fagocitar bactérias ou qualquer outro material estranho. Mas a sua principal função não é a fagocitose, mas sim a exocitose da PBM (proteína básica maior); - Os eosinófilos também estão muito presentes em reações alérgicas do organismo. NEUTRÓFILOS: - São os leucócitos mais importantes e os mais numerosos da resposta inata. - Fagocitam bactérias extracelulares e fungos. - São as primeiras células que atravessam a parede dos vasos e entra nos locais da inflamação , principalmente após a indução da maior expressão de moléculas de adesão nos leucócitos após iniciado a inflamação. - São importantes produtores de agentes quimiotáxicos liberados pelos mastócitos, basófilos e complemento. - Eles possuem receptores de superfície denominados LFA-1( presente também em macrófagos), que é uma molécula de adesão, se ligando ao ICAM-1 dos endotélios, que se refere ao receptor de neutrófilos nos vasos sendo assim importantes no processo de migração leucocitária. - Os neutrófilos possuem em sua membrana receptores para o componente C3b do complemento . O C3b estimula a fagocitose pelos neutrófilos - Os neutrófilos ainda possuem receptores da fração FC das IgGs - O citoplasma destes granulócitos neutrófilos é rico em grânulos específicos como colagenase, fosfatase ácida, fosfatase alcalina, lisozima, mieloperoxidase, APB e lactoferrina. LINFÓCITOS T: - Reconhecem Ags Ligados ao MHC – não aos solúveis - Secretam hormônios – citocinas funções: - Estimula proliferação e diferenciação de LT, LB, Macrófagos (auxiliares) - Recrutam a ativam leucócitos –ligação da imunidade inata e adquirida (auxiliares) - Lisam as células (citolíticos E NK) - Inibir respostas imunes (supressores) 3 LINFÓCITOS B: - Apresentam antígenos (MHC-II) através de receptores de células T (TCR). - Possui receptor CR1 e 2 (CD21): receptor de complemento - Reconhecem antígenos extracelulares. - Se diferenciam em plasmócitos, células secretoras de anticorpos. - Produzidos na medula e maturados inicialmente na própria medula - Únicas células produtora de anticorpos - Seus receptores são Ac de membrana LINFÓCITOS TCD4: expressam proteínas na sua superfície que interagem com ligantes de outras células do sistema imune. Secretam citocinas que estimulam as células do sistema imune. LINFÓCITOS TCD8: contém grânulos que destroem células infectadas, células tumorais e células transplantadas. Reconhecem também antígenos de microrganismos intracelulares. 2. O que é imunidade Inata e Adquirida e seus componentes com suas respectivas funções? Imunidade Inata: é a primeira linha de defesa do organismo. Não possui memória. Possui especificidade e diversidade baixa. É dependente de fagócitos e células NK. O reconhecimento se dá através de receptores que reconhecem padrões moleculares comuns a vários microrganismos. Seus componentes são barreiras físicas e químicas, proteínas sanguíneas e células fagocíticas (neutrófilos, macrófagos e NK). Imunidade Adquirida: é um mecanismo de defesa altamente evoluído que é estimulado pela exposição aos agentes infecciosos e aumentam em magnitude e capacidade defensiva em cada exposição sucessiva a um microrganismo particular. Possui alta especificidade e altamente especializado, pois possui respostas diferentes aos diferentes microrganismos. Possui capacidade de memória que é incrementada a cada re-exposição. 3. O que são vias de infecção? São locais onde o patógeno invade o organismo. Exemplo: vias aéreas, trato gastrointestinal, trato reprodutivo, fermentos ou arranhões. 4. Quais os diferentes tipos de órgãos linfoides auxiliado e suas localizações relacionadas com as vias de infecção? Os linfócitos são derivados das células-tronco da medula óssea e se diferenciam nos órgãos linfoides centrais (PRIMÁRIOS): as células B na medula óssea e as células T no timo. Essas células migram desses tecidos e são levadas pela circulação sanguínea até os órgãos linfoides periféricos (SECUNDÁRIOS). Estes incluem os linfonodos, o baço e os tecidos linfoides associados à mucosa,como as tonsilas, as placas de Peyer e o apêndice. Os órgãos linfoides periféricos são os locais de ativação dos linfócitos pelo antígeno, e os linfócitos recirculam entre o sangue e esses órgãos até encontrar seu antígeno específico. Os vasos linfáticos drenam o fluido extracelular dos tecidos periféricos, através dos linfonodos para o ducto torácico, desembocando na veia subclávia esquerda. Esse fluido, conhecido como linfa, leva o antígeno capturado pelas células dendríticas e macrófagos para os linfonodos recirculando os linfócitos dos linfonodos de volta para o sangue. Os tecidos linfoides também estão associados a outras mucosas, como as que revestem os brônquios. 4 5. O que é recirculação linfocitária? É o padrão de movimento dos linfócitos. Movem-se da corrente sanguínea para dentro dos órgãos linfoides periféricos (linfonodos), e através dos vasos linfáticos de volta a corrente sanguínea muitas vezes, até encontrarem um antígeno que eles reconheçam dentro do linfonodo. 6. Quais as citocinas atuam no inicio do processo inflamatório e o que elas promovem? Fator de necrose tumoral (TNF): é produzido por monócitos e outras células, como as células-T e células NK. O TNF ativa neutrófilos, mas tem particular efeito sobre células endoteliais, induzindo o estado de pró-coagulação. O TNF alfa é o principal mediador da resposta inflamatória aguda a bactérias gram-negativas e outros microrganismos infecciosos. É responsável por muitas das complicações sistêmicas de infecções graves. O aumento local de TNF- alfa provoca: calor, dor, rubor, edema e perda da função. Interleucina 1 (IL-1): é produzida por monócitos e células endoteliais e é responsável, em parte, pela febre que aparece durante a infecção. Também pode ativar células endoteliais e induzir um estado de pró-coagulação. Principal fonte celular: fagócitos mononuleares ativados, neutrófilos, células epiteliais e endoteliais, linfócitos. Ações biológicas: mediador da inflamação local, induz febre, síntese de proteínas plasmáticas de fase aguda, produção de neutrófilos e plaquetas. Interleucina 6 (IL-6): é produzida por monócitos e células endoteliais. Pode iniciar uma resposta da fase aguda e é responsável pelo aumento dos níveis de proteína C reativa e de proteínas da fase aguda produzidas durante a inflamação; Interleucina 8 (IL-8): é produzida por uma grande variedade de células, incluindo monócitos, linfócitos, neutrófilos, células endoteliais e fibroblastos, sendo sua principal característica a quimiotaxia dos neutrófilos 7. O que é resposta induzida da imunidade inata e a sua importância? A resposta produz moléculas que vão fazer a ativação linfocitária; vai induzir a formação de receptores; e produzir citocinas. A resposta induzida da imunidade inata tenta acabar com a infecção ou pelo menos contê-la até que a imunidade adaptativa se desenvolva. Compreende reações como: produção de moléculas de sup. que ajudam na ativação linfocítica, indução da formação de receptores e produção de citocinas. 8. Qual a importância dos neutrófilos? Eles atuam na inflamação que tem a finalidade de remover o estímulo lesivo e iniciar a recuperação tecidual local. O neutrófilos são as primeiras células que atravessam a parede dos vasos e chegam ao local de infecção para fazer a fagocitose. São os leucócitos mais numerosos da resposta inata. Fazem fagocitose de bactérias extracelulares. 9. Quais são os mecanismos micorbicidas dos neutrófilos? Mieloperoxidase(MPO): é responsável pela geração do ácido hipocloroso e também pela oxidação de compostos endógenos. MPO é uma enzima que compõem o sistema “peróxido de hidrogênio-MPO-hialida”. Este é o sistema mais eficiente e mais importante anti-microbiana por ação oxidativa mata a bactéria. 5 Lisozima: presente nos fagócitos em geral, hidrolisa (quebra) a parede de bactérias gram-positivas principalmente. Lactoferrina: é um ligante do ferro, que é importantíssimo para a vida e desenvolvimento da bactéria. Quando a lactoferrina é liberada no meio por exocitose, ela se liga a todo o ferro que encontra no caminho e mata a bactéria de fome, pois ela não tem ferro para ingerir. APB (proteína bactericida de aumento da permeabilidade): é uma substância altamente catiônica que altera a permeabilidade da membrana plasmática das bactérias (que é altamente aniônica) e as mata por osmose (entrada excessiva de líquido). Colagenase: digere o colágeno nos tecidos, e é responsável por criar o “abcesso” presente na inflamações purulentas ( furúnculo p. exemplo). Enzimas hidrolíticas: vão agir sobre as bactérias presentes do fagossoma e fazer a digestão 10. Como ocorre a migração leucocitária? O primeiro passo para a migração leucocitária envolve as selectinas que induzem as interações leucócito- endotélio vascular. Portanto, a selectina P aparece nas superfícies das células endoteliais logo após o início da inflamação pela ação de leucotrienos, sistema complemento ou histamina. Posteriormente ocorre o aparecimento da selectina E também no endotélio vascular que surge após algumas horas após algumas horas do início da inflamação. Segue a interação das selectinas com proteínas da superfície dos leucócitos e o rolamento pelo endotélio. Segundo passo: depende da interação entre integrinas leucocitárias (LFA-1 e CR3 nos leucócitos) e as moléculas de adesão (ICAM-1 e ICAM-2 no endotélio). Esses dois passos aumentam a força de ligação do leucócito ao endotélio, parando o processo de rolamento. Neste processo a IL-8 exerce importante ação aumentando a apacidade de adesão dos leucócitos. Terceiro passo: é o cruzamento ou passagem do leucócito pela parede endotelial (diapedese). Envolve outra molécula menos conhecida que é o PECAM. Quarto passo: é a migração dos leucócitos através dos tecidos sob a influência das quimiocinas produzidos nos locais de infecção: IL-8 e IL-2. Primeiro os neutrófilos depois os macrófagos. 11. Quais os antígenos T dependentes e os T independentes? Antígenos T dependentes: antígenos que requerem a intervenção de linfócitos T para desencadear a produção de anticorpos pelo linfócito B. A maioria dos antígenos do tipo proteína está enquadrada nessa categoria. Antígenos T independentes: são capazes de estimular os linfócitos B para produzirem anticorpos sem o auxílio dos linfócitos T. Os antígenos T-independentes são normalmente grandes compostos com múltiplas sub unidades repetidas como aqueles da cápsula polissacarídica bactéria da Neisseria meningitidis; Haemophilus influenzae tipo b, ou estreptococos do grupo B. 12. O que é processamento de antígenos? É um fenômeno de digestão enzimática nos compartimentos celulares das células apresentadoras de antígenos, na qual os antígenos são reduzidos a pequenos fragmentos que irão se associar ao MHC. 6 13. Como ocorre a Apresentação de antígenos pela via citosólica? Os antígenos intracelulares são processados por proteossomos no citosol da APC e os peptídeos serão transportados por TAP-1 e TAP-2, e reconhecidos pelo MHC-I que ativará os TCD8 que promoverá a lise celular expondo o antígeno que será destruído por anticorpos. Processamento e apresentação de antígeno via MHC-I ao LTD8+ (via citosólica): os antígenos presentes no citoplasma (vírus) são apresentados por essa via. Primeiro, ocorre a ubiquitinação dos produtos antigênicos que são levados à proteólise dentro do proteassoma para formação de peptídeos do antígeno. Ao mesmo tempo, ocorre a síntese do MHC-I no RE, uxiliado pela calnexina, sendo também sintetizadas moléculas TAP e tapasina que vão auxiliar no processo de apresentação de antígeno. O Complexo MHCse liga à TAP (molécula responsável pelo transporte dos peptídeos presentes no citoplasma para o RE através da tapasina), provocando a estabilização da molécula que é levada para a membrana celular para ser exposta. 14. Como ocorre a Apresentação de antígenos pela via endocítica? Os antígenos extracelulares são captados por fagocitose pelas APCs onde serão processados em sequência de peptídeos nas vesículas endossômicas. Esses peptídeos serão reconhecidos pelo MHC-II que ativará linfócitos TCD4. Processamento e apresentação de antígeno via MHC-II ao LTCD4+ (via endocítica): Os antígenos são capturados/endocitados pelas APC’s em vesículas endossômicas que se fundem com vesículas endossomiais formando o fagolisossomo. Os antígenos são clivados em peptídeos por enzimas para que possam se ligar a molécula de MHC-II. O MHC-II é produzido no RE juntamente com a molécula da cadeia invariante e a molécula CLIP, que ocupa a fenda de ligação ao antígeno. Também é sintetizada no RE a HLA-DM, que depois vai deslocar o CLIP da fenda do MHC-II. Esse complexo é levado por vesículas até o fagolisossomo, e eles se fundem, ocorrendo, então a proteólise da cadeia invariável e a HLA-DM efetua a ligação do peptídeo microbiano na fenda de ligação do MHC-II. Esse complexo é levado até a membrana extracelular, onde é exposto para o possível encontro com o LT naive. 15. Quais são as características estruturais do MHC tipo I e II? MHC-I: o sítio de ligação é a junção das cadeias alfa 1 e alfa 2. A fenda de ligação possui constricção ligando apenas peptídeos menores de 8 a 10aa. MHC-II: o sítio de ligação é a junção das cadeias alfa 1 e beta 1. A fenda de ligação é mais aberta ligando à peptídeos maiores de 8 a 12aa. 16. O que é um imunógeno? É uma molécula capaz de induzir respostas do sistema imune. 17. O que é um Superantígenos? Normalmente, um antígeno T-dependente é capaz de ativar apenas uma pequena fração de células T (ativação monoclonal ou oligoclonal). Porém, existem alguns antígenos que podem ativar vários clones de celúlas T. Esses antígenos capazes de fazer uma ativação policlonal são chamados de superantígenos. Eles ligam-se fora da fenda de ligação do MHC e à cadeia β do TCR e respondem de modo forte. Essa superestimulação é responsável pela seleção negativa de alguns tipos de células T no Timo. 7 18. Qual a estrutura básica de um anticorpo? É composto de duas cadeias polipeptídicas pesadas e duas cadeias polipeptídicas leves unidas por pontes dissulfeto. Possuem 2 fragmentos: 2 Fab e 1Fc. Fragmentos Fab (fragmentos ligadores de antígeno): são chamados monovalentes, pois cada um possui um local de ligação e os dois são completamente idênticos. · Fragmento Fc (fragmento cristalizável): incapaz de ligar antígeno mas, como foi mostrado em seguida, é responsável pelas funções biológicas do anticorpo (função efetora) após a ligação do antígeno com as partes de Fab da molécula intacta 19. Explique as funções dos anticorpos? Ligam-se especificamente às moléculas dos patógenos induzindo a resposta imune humoral, além de recrutar células e moléculas a fim de destruir o patógeno. Eles promovem a neutralização de antígenos, promovem a opsonização e ativação do complemento. Anticorpos ou IG são glicoproteínas sintetizadas e excretadas por células plasmáticas derivadas dos linfócitos B, os plasmócitos, presentes no plasma, tecidos e secreções que atacam proteínas estranhas ao corpo, chamadas de antígenos, realizando assim a defesa do organismo (imunidade humoral). 20. O que é cadeia pesada da imunoglobulina e qual é a sua importância? É composta de glicoproteína. Sua função é conectar o anticorpo a receptores posicionados na superfície de células fagocitárias, como macrófagos ou neutrófilos. É a cadeia pesada, denominada região Fc que define a classe do anticorpo. Existem 5 classes de anticorpos. 21. Quais as características da Ig A? - Vias aéreas superiores e inferiores, representa 10 a 15% das Ig; - Aparecem nas secreções seromucosas; - Molécula monomérica no soro e dimérica nas secreções - Principal imunoglobulina presente nas secreções externas como saliva, muco, suor - Suco gástrico e lágrimas - Principal imunoglobulina contida no colostro e no leite - Duas subclasses: IgA1 (soro) e IgA2 (secreções) - Não atravessam a placenta - Quase não fixam complemento 22. Quais as características da Ig G? - Monomérica, de fase crônica, faz opsonização - Predominante no sangue, na linfa e nos líquidos cerebroespinhal e peritoneal - Corresponde a 75% das imunoglobulinas séricas - Quatro subclasses: IgG1, IgG2, IgG3 e IgG4 - Atravessar a barreira placentáriaos (não por causa do PM e sim da Fc) - Aglutinação e formação de precipitado - Passagem através da placenta e absorção no neonato - Citotoxicidade dependente de anticorpos e mediada por células - Ativação do complemento 8 23. Quais as características da Ig M? - É pentamérica, de fase aguda, representa 10% das Ig - Se ligam avidamente à anticorpos multivalentes - São citolíticas e aglutinizantes eficientíssimas - Aparece logo que se inicia uma resposta imunitária - Estão confinadas na corrente sanguínea - São excelentes fixadores do complemento - Ativam o sistema complemento - As iso-hemaglutinas são IgM - Primeira imunoglobulina produzida após a imunização - Receptor de células B 24. Quais as características da Ig E? - Baixas concentrações no soro: menos de 1% - Monomérica - Ligam-se e permanecem ligados À superfície de mastócitos - Participam dos distúrbios alérgicos e do combate as infestações parasitárias - Está envolvida nas reações de hipersensibilidade - Confere proteção contra helmintos e parasitas 25. Quais as características da Ig D? - É um receptor de superfície celular; é Monomérica e possui meia vida plasmática curta - Está junto com a IgM na superfície de LB funcionando como receptores de antígenos - Presentes na superfície de células B maduras 26. Qual a diferença entre os subtipos da Ig G? IgG1: Fixa bem o sistema complemento e é a subclasse mais abundante, correspondendo a 65 % do total das IgG. Ela produz a resposta timo-dependente dominante contra antígenos protéicos/polipeptídicos. A IgG1 se liga aos receptores Fc das células fagocitárias e pode ativar a cascata do complemento ao se ligar ao C1q. Respostas de IgG1 podem ser detectadas desde o nascimento e níveis plasmáticos “adultos” são alcançados na primeira infância. IgG2: fixa pouco o sistema complemento. Esta subclasse provê a resposta imune dominante contra antígenos de carboidratos/polissacarídicos. Ela constitui 20 a 25 % do total das IgG e suas respostas ocorrem a partir de aproximadamente 2 anos de idade. Níveis “adultos” não são atingidos antes dos 6 a 7 anos de idade. A deficiência de IgG2 é a deficiência de subclasse mais frequente. Ela é particularmente associada a infecções respiratórias recorrentes na infância devidas a bactérias com cápsulas polissacarídicas como o Haemophilus influenzae tipo b e o Streptococcus pneumoniae. IgG3: Fixa muito bem o sistema complemento e contribui com 5 a 10 % do total das IgG e proporciona uma boa resposta a antígenos protéicos/polipeptídicos, às vezes até com maior afinidade que as IgG1. É a única subclasse de IgG com apenas 7 dias de vida-média biológica. A região da dobradiça da molécula, mais longa que a das outras subclasses, é responsável pelo seu peso molecular de 165 kDa. O nível de resposta da IgG3 aumenta 9 com o desenvolver da infância e níveis plasmáticos “adultos” podem ser observados a partir de 1 ano de idade.A deficiência de IgG3 pode ocorrer em associação com a deficiência de IgG1. IgG4: é incapaz de fixar o sistema complemento e corresponde a menos de 5 % do total das IgG. A sua resposta cresce lentamente na infância e níveis “adultos” não são alcançados antes dos 10 a 12 anos. A IgG4 não atua sobre antígenos polissacarídicos. Seus níveis são altos em doenças alérgicas e podem bloquear as IgE. Níveis elevados podem ser observados na asma, dermatite atópica e também em certas doenças parasitárias. Como os níveis normais de IgG4 são comparativamente baixos, uma deficiência muitas vezes é mascarada pelos níveis normais da IgG total. 27. O que é seleção positiva e negativa no timo? Seleção positiva: promove a sobrevivência e expansão dos linfócitos com TCR’s com especificidade para antígenos ligados a MHC. Seleção negativa: induz a morte celular por apoptose cujos receptores têm afinidade pelos auto-antígenos, antígenos próprios. 28. Como ocorre a ativação do linfócito T? Para que ocorra a ativação dos linfócitos T é necessário que ocorra dois sinais de ativação: 1) o primeiro sinal é a interação do antígeno com os TCR dos linfócitos ativados do MHC. 2) O segundo sinal de ativação é a interação de outras moléculas da membrana do linfócito com seus ligantes da APC da seguinte forma: o CD28 do linfócito T interage com B7 das APC transmitindo um forte sinal de ativação para linfócito T. dependendo da classe de MHC do primeiro sinal, o linfócito T se diferenciará em TCD8 ou TCD4: Se o MHC-I apresentar o antígenos, o LT se diferenciará em TCD8 ou citotóxico. Se o MHC-II apresentar o antígeno, o LT se diferenciará em TCD4 ou auxiliar. Estes últimos por sua vez, quando estimulados epla IL-12 se diferenciam em Th1 e po IL-4 emcélulas Th2. 29. Quais são e qual a importância dos subtipos de linfócitos Cd4? As células CD4 são subdivididas funcionalmente pelo padrão de citocinas que produzem. Durante o estímulo fornecido por uma célula apresentadora de antígenos (APC), um linfócito precursor Th0 pode se tornar uma célula Th1, Th2 ou Th17, na dependência do ambiente de citocinas presente. Embora morfologicamente indistinguíveis essas células apresentam distintos padrões de citocinas secretadas e, conseqUentemente, diferentes repostas efetoras. Células Th1 As células Th1 produzem grandes quantidades de IL-2, que induz proliferação de LT (incluindo as próprias células T CD4 de maneira autócrina). A IL-2 também induz a proliferação e aumenta a capacidade citotóxica dos LT CD8. A outra citocina produzida em grandes quantidades pelas células Th1 é o INF-g, uma citocina muito importante na ativação de macrófagos infectados com patógenos intracelulares como micobactérias, protozoários e fungos. O INF-g apresenta também um papel relevante na ativação de LT CD8. A importância desta citocina produzida por LTh1 pode ser observada nos pacientes com síndrome de imunodeficiência em que o receptor de INF-g está ausente, que sofrem de infecções graves por micobactérias. As citocinas Th1 são as grandes indutoras das respostas inflamatórias mediadas por células nas lesões granulomatosas da tuberculose. Existe um ciclo de retroalimentação positiva na ação do INF-g sobre outras células Th0, induzindo a polarização das mesmas para a via de diferenciação Th1 e inibindo a via Th2. A resposta Th1 é essencial para o hospedeiro no controle da replicação de patógenos 10 intracelulares, sendo possível que contribuam para a patogênese de algumas doenças reumáticas auto-imunes como artrite reumatóide (AR) e esclerose múltipla (EM). Entretanto, nos últimos anos, as células Th1 vêm deixando de ser vistas como participantes centrais em modelos experimentais de AR e EM. Em seu lugar, uma nova subpopulação de LT, os LTh17, tem sido responsabilizada pelo processo fisiopatológico destas enfermidades. Células Th2 A segunda população Th muito importante nas repostas imunes humorais é LTh2, que produz IL-4, IL-5, IL-6 e IL-10, favorecendo a produção de anticorpos. As respostas Th2 estão associadas com as doenças alérgicas e infecções por helmintos, uma vez que a IL-4 induz a troca de classe de imunoglobulinas nos linfócitos B para IgE e a IL-5 induz a produção e ativação de eosinófilos. De forma análoga ao INF-g, a IL-4 também promove uma retroalimentação positiva para a via Th2 e suprime a via Th1. Em situações de hipersensibilidade imediata, como nas doenças alérgicas, a terapia visa a dessensibilização imune Th2 e indução de respostas Th1 alérgeno-específicas. Já em doenças sabidamente causadas por células Th1, as citocinas Th2 têm sido consideradas protetoras, portanto a busca pela alteração no padrão de resposta imune de Th1 para Th2 tem sido muito estudada em pesquisas que visam a melhora ou o restabelecimento da tolerância imunológica. Com o recente reconhecimento do importante papel das células Th17 nos processos auto-imunes esta teoria tem sido questionada. Células Th17 Os linfócitos Th17 representam um novo subtipo de linfócitos T efetores importantes na proteção contra infecção por microorganismos extracelulares. Foram originalmente descritos em modelos de doenças auto-imunes experimentais como encefalite auto-imune e artrite induzida por colágeno, doenças que antes se acreditava serem causadas por células Th1. Esta nova via de diferenciação Th começou a ser elucidada com a descoberta da citocina IL-23. Esta citocina é um heterodímero que compartilha uma subunidade com a IL-12, chamada IL-12p40, e possui uma subunidade específica, a IL-23p19. Em modelos experimentais de auto-imunidade, observou-se que camundongos nocaute para IL-12p40 apresentavam desenvolvimento atenuado de doença auto-imune, já os animais nocaute para o complexo do receptor de IL-12 (citocina ligada à via Th1) desenvolviam a doença normalmente. Outra evidência interessante foi a descoberta de que anticorpos contra subunidade IL-12p40 são eficazes no tratamento da doença de Crohn. 30. O que são células duplo negativas e qual a sua importância? Daniele
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