Buscar

Imunologia aplicada a Zootecnia - Prof Dr Mateus Matiuzzi

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 149 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 6, do total de 149 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 9, do total de 149 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

UNIVERSIDADE FEDERAL DO VALE DO SÁO FRANCISCO 
DISCIPLINA DE IMUNOLOGIA 
 
 MATEUS MATIUZZI DA COSTA 
ANTÔNIO WILTON CAVALCANTE FERNANDES 
CRISTINA DA COSTA KREWER 
 
 
 
 
 
 
 
 Imunologia aplicada a Zootecnia 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Fontes: http://4.bp.blogspot.com 
http://motility-machinery.jp 
http://escolakids.uol.com.br 
 
 
Petrolina 2018 
 
http://4.bp.blogspot.com/
http://motility-machinery.jp/
http://escolakids.uol.com.br/
Imunologia aplicada a Zootecnia 
 
MATEUS MATIUZZI DA COSTA 
 
ANTÔNIO WILTON CAVALCANTE FERNANDES 
 
CRISTINA DA COSTA KREWER 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Ficha catalográfica elaborada pelo Sistema Integrado de Biblioteca - SIBI/UNIVASF 
 
Costa, Mateus Matiuzzi da 
C837i Imunologia aplicada à zootecnia [Recurso eletrônico] / 
Mateus Matiuzzi da Costa (organizador); Antônio 
Cavalcante Fernandes, Cristina da Costa Krewer. – 
Petrolina-PE: Univasf, 2018. 
 148 p. : il. ; PDF 
 
 ISBN 9788553220021 
 
 
 1. Imunologia veterinária - Estudo e ensino. 2. 
Zootecnia. I. Título. II. Costa, Mateus Matiuzzi da. III. 
Fernandes, Antônio Cavalcante. IV. Krewer, Cristina da 
Costa. 
 
CDD 636.0896079 
SUMÁRIO 
 
 
1. INTRODUÇÃO A IMUNOLOGIA 7 
1.1 Histórico 7 
1.2 Defesas do Organismo 7 
1.3 Defesas imunes mediadas por anticorpos (Resposta Humoral) 9 
1.4 Resposta imune mediada por células (Resposta Celular) 10 
1.5 Fluxograma dos mecanismos das repostas imunes 10 
1.6 Papel dos micro-organismos nas defesas do organismos 10 
2. ÓRGÃOS LINFÓIDES 13 
2.1 Órgãos Linfoides Primários 13 
2.2 Timectomia e Burretomia 15 
2.3 Órgãos Linfoides Secundários 15 
3. CÉLULAS DO SISTEMA IMUNE 18 
3.1 Neutrófilos polimorfonucleares 18 
3.2 Eosinófilos 23 
3.3 Basófilos e Mastócitos 23 
3.4 Monócito e Macrófagos 23 
3.5 Fagocitose 27 
3.6 Linfócitos T 28 
3.7 Linfócito B 30 
3.8 Células Natural Killer (NK) 32 
4. MOLÉCULAS DO SISTEMA IMUNE 35 
4.1 Toll like receptors 35 
4.2 Citocinas 36 
5. INFLAMAÇÃO 39 
5.1 Inflamação Aguda 39 
5.2 Inflamação Crônica 42 
5.3 O Imflamossomo 42 
6. PROCESSAMENTO DOS ANTÍGENOS 47 
6.1 Células 47 
6.2 Processamento de Antígenos Exógenos 47 
6.3 Processamento de Antígenos Endógenos 48 
7. ANTÍGENOS(Ag) 49 
7.1 Epítopos ou Determinantes Antigênicos 50 
7.2 Haptenos 51 
7.3 Classificação dos Antígenos 51 
8. ANTICORPOS (Ac) 52 
8.1 Estrutura 54 
8.2 Classes das Imunoglobilinas 56 
8.3 Variantes Imunoglobulinas 59 
9. SISTEMA COMPLEMENTO 59 
9.1 Ativação do Complemento 60 
9.2 Regulação do Complemento 64 
10. DIAGNÓSTICO SOROLÓGICO 68 
10.1 Precipitação 68 
 
 
4 
 
10.2 Aglutinação 69 
10.3 Teste de Imunodifusão em Gel de Agarose 70 
10.4 Teste de Fixação do Complemento 70 
10.5 ELISA (Enzyme-linked Immunosorbent Assay) 71 
10.6 Imunofluorecência e Imunoperoxidase 72 
QUESTIONÁRIO DE IMUNOLOGIA 76 
11. IMUNIDADE ESPECÍFICA 81 
11.1 Imunidade contra Vírus 81 
11.1.1 Estrutura e Antígenos Virais 81 
11.1.2 Patogenicidade da infecção Viral 82 
11.1.3 Mecanismos de Resistência aos Vírus 82 
11.1.4 Estratégias virais para evadir do Sistema Imune 84 
12. RESISTÊNCIA A TUMORES 87 
12.1 Antígenos Tumorais 88 
12.2 Imunidade aos Tumores 88 
12.3 Falhas na Resposta aos Tumores 89 
13. RESISTÊNCIA AS BACTÉRIAS 91 
13.1 Infecções Exotoxigêncas 91 
13.2 Infecções Endotóxicas: Lipídeo A 91 
13.3 Patogenicidade da Infecção por bactérias invasivas 92 
13.4 Superantígenos 93 
13.5 Evasão da resposta Imune pelas bactérias 93 
14. IMUNIDADE AOS FUNGOS E PARASITAS 98 
14.1 Imunidade aos Parasitos 98 
15. VACINAS E VACINAÇÃO 101 
15.1 Vacinas Tradicionais 103 
15.2 Outros métodos de preparação de Vacinas 104 
15.3 Controle de Qualidade em Vacinas 105 
15.4 Administração de Vacinas 105 
15.5 Adjuvantes 106 
15.6 Vacinação e Imunidade Materna – Vacinação no Neonato 108 
15.7 Vacinação e Imunidade do Rebanho 108 
15.8 Falhas Vacinais 109 
15.9 Reações Adversas ás Vacinas 110 
16. IMUNIDADE DO NEONATO 111 
16.1 Transferência da imunidade de mãe para o descendente 111 
16.2 Falhas na Transferência da Imunidade Passiva 113 
17. NUTRIÇÃO E IMUNIDADE 116 
18. EVOLUÇÃO DO SISTEMA IMUNE 119 
REVISÃO DE IMUNOLOGIA 121 
ESTUDOS DE CASO 125 
ROTEIRO DAS AULAS PRÁTICAS 138 
BIBLIOGRAFIA CONSULTADA 147 
 
 
 
5 
 
LISTA DE QUADROS 
 
 
Qaudro 1. Características da resposta Imune Inata e Adaptativa 10 
Quadro 2. Órgãos linfoides e suas funções 13 
Quadro 3. Órgãos linfoides secundários e suas funções: 13 
Qaudro 4. Funções dos Linfócitos T auxiliares. 29 
Quadro 5. Comparação entre Linfócitos T e B. 30 
Quadro 6. Revisando os componentes do Sistema Imune 32 
Quadro 7. Moléculas vasoativas produzidas na resposta inflamatória. 40 
Quadro 8: Classificação quanto a resposta das APPs em diferentes espécies. 43 
Quadro 9: Correlação entre o valor da APP e doenças em bovinos. 43 
Quadro 10: Doenças onde as proteínas de fase aguda são descritas. 43 
Quadro 11: Situações onde o estresse pode ser comprovado a partir da 
determinação da resposta de APP. 
45 
Quadro 12. Relação entre a clivagem proteolítica das enzimas e a função das 
imunoglobilinas. 
52 
Quadro 13. Níveis séricos de imunoglobulinas nos animais domésticos e no ser 
humano. 
55 
Quadro 14. Variantes de imunoglobulinas. 56 
Quadro 15. Revisando as imunoglobulinas 57 
Quadro 16. Principais moléculas e partículas capazes de ativar o complemento 59 
Quadro 17. Algumas funções específicas de componentes do Sistema 
Complemento. 
64 
Quadro 18. Revisando o Sistema Complemento. 65 
Quadro 19. Revisando os testes para diagnóstico imunológico. 73 
Quadro 20. Tipos, origem e função dos Interferons. 81 
Quadro 21. Correlação entre o tipo de tumor e o Linfócito ativado. 88 
Quadro 22. Comparação de endotoxinas e exotoxinas 91 
Quadro 23. Estratégias bacterianas de escape do sistema imunológico. 95 
Quadro 24. Mecanismos de Escape dos parasitos. 98 
Quadro 25. Revisando a imunogenicidade dos micro-organismos 98 
Quadro 26. Comparação da Imunidade Passiva e Ativa. 100 
Quadro 27. Categorias de vacinas veterinárias de engenharia genética de acordo 
com o USDA. 
103 
Quadro 28. Controle de qualidade de vacinas. 104 
Quadro 29. Correlação entre a doença e o título sorológico do neonato. 107 
Quadro 30. Imunidade passiva (materna) para filhotes. 107 
Quadro 31. Níveis (mg/dL) de imunoglobulinas no colostro e leite nos animais 
domésticos. 
112 
Quadro 32. Comparação entre as principais técnicas empregadas para verificação de 
falhas na absorção do colostro. 
113 
Quadro 33. Efeito dos nutrientes sobre os leucócitos 115 
 
 
 
 
6 
 
LISTA DE TABELAS 
 
 
Tabela 1: Breve histórico da Imunologia 6 
Tabela 2: Comparação da resposta imune inata e adaptativa. 9 
Tabela 3. Efeitos da timectomia e bursectomia neonatal 14 
Tabela 4: Diferenças entre órgãos linfóides primários e secundários 16 
Tabela 5: Principais constituintes dos grânulos dos Neutrófilos 18 
Tabela 6: Diferenciação entre Mastócito e Basófilo 22 
Tabela 7: Principais locais de depuração (microbiana) do sangue de animais. 26 
Tabela 8: Células NK 31 
Tabela 9: Toll like receptors 34 
Tabela 10: Principais citocinas 36 
Tabela 11. Classificação das APPs. 43 
Tabela 12. Principais receptores para o complemento 63 
Tabela 13. Estratégias virais de escape do sistema imunológico 85 
Tabela 14. Mecanismos de sobrevivência intracelular de bactérias 95 
Tabela 15. Vantagens e desvantagens dos tipos de vacinas. 102 
Tabela 16. Exemplos de vacinas e seus adjuvntes. 106 
Tabela 17. Desenvolvimento do sistema imunológico durante a gestação em 
mamíferos. 
110 
Tabela 18. Distribuição do Ferro em seres humanos adultos 117 
 
 
 
 
 
7 
 
1. INTRODUÇÃO À IMUNOLOGIA 
 
1.1 Histórico 
 
A capacidade do corpo de expulsar agentes infecciosos (micro-organismos) é 
essencial para manutenção davida, uma vez que o corpo de todos os animais 
contém todos os elementos atrativos para estes organismos (temperatura, alimento, 
pH controlado...). Da mesma forma devido a grande complexidade de agentes 
agressores, nosso organismo desenvolveu complexos mecanismos de defesa que 
interagem entre si. Existem mecanismos de resposta gerais (ditos inespecíficos) e 
outros direcionados para uma única classe de agentes (específicos). È importante 
também destacar que diversos micro-organismos dispõem de mecanismos de 
escape das nossas defesas. Os mais bem sucedidos são aqueles que conseguem 
destruí-las (ex.: panleucopenia felina). Na figura abaixo é apresentado um pequeno 
histórico da imunologia: 
 
Tabela 1: Breve histórico da Imunologia 
Data Local Evento 
Século XII China Exposição de crianças ao vírus da varíola 
 China Exposição a formas brandas de varíola 
1798 Inglaterra 
Edward Jenner 
Inoculação de pessoas com o vírus da varíola bovina 
1879 França 
Louis Pasteur 
Inoculação de culturas velhas de P. multocida em aves 
Inoculação de cepas avirulentas de carbúnculo hemático 
18.. EUA 
Salmon 
Microrganismos mortos podem ser utilizados na 
imunização 
18.. Alemanha 
VonBehring & 
Kitasato 
Inoculação de filtrados de culturas de C. tetani (toxinas) 
 
1.2 Defesas do organismo 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
As defesas do organismo contra a invasão por micro-organismos são muitas e 
inicialmente poderíamos citar as barreiras físicas a infecção 
- Pele: É uma proteção mecânica contra bactérias e fungos e a sua 
descamação remove os micro-organismos aderidos. 
- Membranas mucosas: São recobertas por muco, o que restringe a 
movimentação de alguns micro-organismos. São muito importantes para o controle 
de patógenos oportunistas. O muco contém substâncias de caráter antimicrobiano, 
como a llisozima. 
Barreiras Físicas 
Resposta local 
Imunidade específica 
 
 
8 
 
- Escada rolante mucociliar: Proteção do trato respiratório. O muco secretado 
pelas células caliciformes prende os micro-organismos e as células ciliadas 
removem o material contaminado, para o meio externo ou para o trato 
gastrointestinal. 
- Conchas nasais: Aquecem e filtram o ar. Predem e eliminam sujidades 
atráves de cílios e muco. 
- Fluxo urinário e lacrimal: Deslocam micr-organismos das superfícies. 
- Peristaltismo: Empura o conteúdo intestinal e patógenos (virais, bacterianos 
e parasitários) para o exterior do hospedeiro. 
- Tosse e espirro: Reflexos que expulsam partículas do trato respiratório 
superior. 
Caso algum organismo consiga sobrepujar estas barreiras serão ativados 
mecanismos de resposta localizada (inespecífica), que potencializa os demais 
mecanismos de defesa. Este tipo de resposta é denominado INFLAMAÇÃO. 
Na Inflamação, ocorre um aumento de permeabilidade nos vasos sanguíneos 
(hiperemia) atraindo células e moléculas capazes de destruir os organismos 
invasores, Também são observados o edema, devido ao acúmulo de líquido (com 
eles chegam diversas moléculas defesa) nos tecidos, bem como o aumento da 
temperatura, a dor no local de invasão e, a em último caso, perda da função do 
órgão afetado. 
 
 
Fonte: www.biomaterial.com.br 
 
 As respostas focalizadas são respostas momentâneas, não constituindo uma 
maneira eficaz de resolver o problema. Para isto se torna necessário um sistema 
que possa estudar e aprender os mecanismos para derrotar o invasor de uma forma 
mais sofisticada e principalmente capaz de reconhecer e eliminar este organismo 
prontamente em encontros futuros, num processo denominado MEMÓRIA 
IMUNOLÓGICA. Este padrão de resposta tão evoluído exige que para cada invasor 
exista um grupo de células (resposta específica). 
Alguns invasores caracterizam-se por viverem no meio extracelular (maioria 
das bactérias, fungos e parasitas), enquanto que outros vivem dentro das células 
(algumas bactérias, vírus, alguns parasitas e células tumorais). Estes grupos são 
http://www.biomaterial.com.br/
 
 
9 
 
atacados por sistemas diferenciados, sendo que o primeiro sofre ataque direto de 
proteínas especiais chamadas de ANTICORPOS (RESPOSTA HUMORAL). Contra 
invasores intracelulares, os animais possuem um SISTEMA DE DEFESA 
CONSTITUÍDO POR CÉLULAS, entre elas muitas citotóxicas (RESPOSTA 
CELULAR). 
 
1.3 Defesas imunes mediadas por Anticorpos (RESPOSTA HUMORAL) 
Os anticorpos (Ac) são proteínas especiais encontradas no soro sanguíneo. 
Estas moléculas foram descritas pela primeira vez, após a observação de que a 
inoculação de soro de eqüinos vacinados com toxóide tetânico ou veneno de 
serpentes poderia prevenir a morte de animais infectados. 
 
 
Fonte: www.diariodebiologia.com 
 
Os anticorpos são produzidos sempre que o organismo entra em contato com 
um antígeno (Ag) específico – Resposta imune primária (molécula presente no 
invasor, a exemplo do veneno de cobra). Estas proteínas nos protegem por se 
combinar com os antígenos facilitando a sua destruição. Quando de um primeiro 
encontro os anticorpos geralmente são detectados em 15 dias no soro em altos 
níveis. Caso ocorra um novo contato estes anticorpos serão produzidos em 
quantidade maior e serão detectados num período não maior que 2 a 3 dias – 
Resposta imune secundária. Pode-se provocar uma resposta secundária meses 
ou anos após o primeiro contato, entretanto esta tende a diminuir com o tempo. A 
resposta secundaria também é denominada ANAMNÉSTICA. 
 
 
Fonte: www.boiapasto.com.br 
http://www.diariodebiologia.com/
http://www.boiapasto.com.br/
 
 
10 
 
1.4 Resposta Imune mediada por células (RESPOSTA CELULAR) 
 
Este tipo de resposta é bem característico do processo de rejeição a 
transplantes onde células do organismo do receptor, reconhecem as células do 
doador como não próprias e as destroem. No caso de uma nova tentativa de 
transplante as novas células enxertadas morrerão com maior rapidez que a primeira 
devido ao mecanismo de MEMÓRIA IMUNOLÓGICA. Da mesma forma como as 
células do receptor reagirão a do doador, as do doador poderão reagir, numa escala 
menor as do receptor (menor número). Estas rejeições se devem ao não 
reconhecimento dos COMPLEXOS DE HISTOCOMPATIBILIDADE PRINCIPAL 
(MHC do inglês Major Histocompatibility Complex), que identificam todas as células 
de um organismo. 
 
Tabela 2: Comparação da resposta imune inata e adaptativa. 
 Inata Adaptativa 
Células Macrófagos, células dendirticas, Neutrófilos, 
células natural killer 
Linfócitos T e B 
Evolução Antiga Recente 
Surgimento Rápido (minutos a horas) Lento (dias a semanas) 
Especificidade Padrões microbianos Antígenos únicos 
Potencia Pode ser Sobrecarregada Raramente 
Sobrecarregada 
Memória Não Sim 
Efetividade Não aumenta Aumenta com a 
exposição 
Fonte: TIZARD (2013). 
1.5 Fluxograma dos mecanismos das repostas imunes 
 
 Material Estranho 
 
 
 Extracelular Intracelular 
 
 
Células processadoras de antígeno Células processadoras de antígeno 
 
 
 
 Células sensíveis ao antígeno Células sensíveis ao antígeno 
 
 
 
Memória Célula produtora de Ac Célula efetora Memória 
 
 
 
 AC Efeito (citotóxico) 
 (HUMORAL) (CELULAR) 
 
 
Destruição do antígeno 
 
 
11 
 
1.6 Papel dos micro-organismos nas defesas do organismos 
 
Assim como muitos micro-organismos são patogênicos e provocam doenças, 
existem aqueles que contribuem com a saúde e proteção do corpo do hospedeiro, 
geralmente conhecidos como microbioma normal. Estes organismos colonizam 
diversas superfícies corporais (como a pele, trato gastrointestinal e genitourinário) 
logo após o nascimento. Desta forma os organismos vivem em relativaharmonia, 
com os micro-organismos vivendo em locais onde estes podem ser tolerados, bem 
como contidos por mecanismos naturais de defesa (barreiras físicas). Muitas vezes 
para que este equilíbrio seja mantido boas condições de manejo, nutrição, ambiente 
e bem estar. 
Os micro-organismos competem para ocupar diferentes sítios nos corpos dos 
hospedeiros. Para que estes possam ter sucesso e compor o microbioma de forma 
estável e duradoura estes devem tolerar barreiras naturais e a presença de 
compostos antimicrobianos naturais dos diferentes sistemas. Os micro-organismos 
holobiontes também competem com os patógenos prevenindo o surgimento de 
doenças. Estas se dão muitas vezes pela competição por nutrientes, produção de 
substâncias antimicrobianas e ligação a sítios de adesão de patógenos, impedindo 
desta forma a adesão e posterior infecção. Além disto, estas bactérias podem 
contribuir para um estímulo delicado ao sistema imune de indivíduos jovens, os 
preparando para futuros encontros com agentes virulentos. 
A reposta inata é característica tanto de animais vertebrados como 
invertrebados. A resposta adaptativa é descrita apenas nos vertebrados e depende 
de estímulo via infecção ou vacinação. Abaixo estão descritas algumas 
características das repostas inata e adaptativa 
 
Quadro 1: Características da resposta imune Inata e Adaptativa 
Característica Imunidade Inata Imunidade Adaptativa 
Ocorrência 
Forma ancestral de proteção 
presente em todos animais 
Vertebrados 
Indução 
Presente ao nascimento, 
sem contato 
Desenvolve-se após o 
contato com o antígeno 
Velocidade de resposta 
Rápida minutos a horas Relativemente lenta mais de 
sete dias 
Barreiras físicas Sim Não 
Especificidade 
Relativamente não 
específicas, mesmo grupos 
de células respondem contra 
agentes diferentes 
Extremamente, células são 
geneticamente selecionadas 
para responder contra 
determinados antígenos 
Reconhecimento 
Antígenos são reconhecidos 
por padrões, poucas 
centenas de receptores 
Antígenos são reconhecidos 
por anticorpos, receptores 
de células T e MHC 
Memória Ausente Presente 
Hipersensibilidade Incomuns Periódicas 
Contribuição 
Primeira linha de defesa, 
oferecem proteção limitada 
contra patógenos, mas são 
importantes para o inicio da 
resposta adaptaiva 
Produzem uma reposta 
eficaz contra diversos micro-
organismos virulentos. 
Protegem contra encontros 
futuros 
Células envolvidas 
PMN, Monócitos, 
Macrófagos, Células 
dendríticas, Mastócitos, 
Células apresentadoras de 
antígenos, Linfócitos T e B 
 
 
12 
 
Células epiteliais e Células 
Natural Killer 
Fatores solúveis 
Complemento, lisozima, 
interferons, proteínas de 
fase aguda, enzimas 
citocinas, peptídeos 
antimicrobianos 
Citocinas, mediadores 
citotóxicos e anticorpos 
Fonte: Adaptado de Quinn et al. (2011).
 
 
13 
 
2. ÓRGÃOS LINFÓIDES 
 
Os órgãos linfóides são especialmente constituídos de pequenas células 
denominadas LINFÓCITOS. Os Linfócitos são as células envolvidas na montagem e 
controle da Resposta Imune Específica (celular e humoral). Esta resposta imune 
geralmente se desenvolve dentro dos órgãos linfóides. 
No inicio da vida embrionária os precursores dos Linfócitos são produzidos no 
saco vitelino, contudo nos fetos mais velhos a medula óssea assume esta função. 
No animal adulto a medula executa diferentes funções como hematopoiese , que 
serve para dar origem a todas as células sanguíneas, incluindo os Linfócitos (células 
tronco hematopoiéticas e mesenquimais). A medula é tão eficaz que pode repovoar 
rapidamente todos os órgãos linfáticos de um indivíduo irradiado (transplante de 
medula). 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 Primário Secundário 
 
2.1 Órgãos linfóides primários 
 
 Regulam a produção e a diferenciação de um Linfócito (aprendizagem). 
Os Linfócitos maduros se dividem em dois grandes grupos: Os Linfócitos T e 
os Linfócitos B. Os Linfócitos T amadurecem no Timo, enquanto que os Linfócitos B 
podem madurecer em diferentes órgãos como a Bursa de Fabricius, nas aves, a 
medula óssea nos primatas e demais animais e a placa de Peyer nos ruminantes e 
suínos. 
Nestes órgãos além do processo de diferenciação ocorre um processo de 
seleção onde os Linfócitos serão apresentados a antígenos próprios do organismo, 
casos estes não apresentem tolerância (capacidade de distinguir o próprio do não 
próprio) estes serão destruído rapidamente (SELEÇÃO NEGATIVA). As células 
sobreviventes são estimuladas a multiplicar e povoar os órgãos linfóides (SELEÇÃO 
POSITIVA). 
 
Fontes: 
 
Saco vitelínico 
Fígado (feto) 
Medula Vermelha 
 
Treinamento: 
 
Bursa 
Timo 
Placas de Peyer 
Medula Vermelha 
 
Armazenamento: 
 
Tonsilas 
Baço 
Linfonodo 
Placas de Peyer 
Medula Vermelha 
 
 
 
14 
 
 
Fonte: www.moreirajr.com.br 
 
Quadro 2: Órgãos linfoides e suas funções 
 
Fonte: www.reconexaomadeira.pt 
Timo: Este órgão localiza-se no mediastino e pode se 
estender pelo pescoço até a altura da glândula tireóide. 
Após a puberdade este órgão atrofia e o córtex é 
substituído por tecido adiposo. È o principal formador de 
células T envolvidas no controle da resposta imune 
humoral e celular. Produz a timulina um ativador de 
Linfócitos T. Este hormônio contém zinco (Zn+2), sendo 
este mineral essencial para uma resposta celular 
adequada. 
 
Fonte: 
www.gardensandchickensandworms.com 
Bursa de Fabricius: Encontrada somente em aves. Trata-
se de um saco redondo localizado logo acima da cloaca e 
também apresenta seu maior desenvolvimento no pintinho 
em cerca de 1-2 semanas após a eclosão. A bursa é órgão 
de amadurecimento dos Linfócitos B que são as células 
produtoras de anticorpos (plasmócitos). Os Linfócitos B são 
as células mais sujeitas a apoptose (seleção negativa). 
Produz a bursina um importante ativador de Linfócitos B 
mas não de Linfócitos T. 
http://www.moreirajr.com.br/
http://www.reconexaomadeira.pt/
http://www.gardensandchickensandworms.com/
 
 
15 
 
 
Fonte: www.datuopinion.com 
Placas de Peyer: Nos ruminantes algumas das placas 
intestinais podem funcionar como órgãos linfóides 
primários. As placas de Peyer persistem por toda a vida do 
animal. A remoção nas placas de Peyer leva a uma 
redução nas células B e no nível de anticorpos circulantes. 
 
Fonte: www.infoescola.com 
Medula óssea: Embora não seja um reservatório exclusivo 
de células B a medula óssea é muito importante no 
amadurecimento destas células nas outras espécies 
animais, incluindo o homem. Na medula óssea são 
destruídos cerca de 75% das células pré-B geradas. 
 
2.2 Timectomia e Bursetomia 
 
Tabela 3. Efeitos da timectomia e bursectomia neonatal 
Função Timetomia Bursectomia 
N de Linfócitos --- O 
Áreas T dependentes --- O 
Rejeição de transplantes --- O 
Áreas T independentes - --- 
Plasmócitos - --- 
Imunoglobulinas (Ac) - --- 
Formação de Ac - --- 
 
2.3 Órgãos linfóides secundários 
 
 Estes órgãos surgem tardiamente na vida fetal e persistem por toda vida 
adulta. São altamente responsivos e se encontram atrofiados nos animais livres de 
micro-organismos (gnotobióticos). 
Sua remoção não afeta significativamente a resposta imune. Estes órgãos 
são ricos em Macrófagos e Células Dendritícas que processam apresentam os 
antígenos aos Linfócitos. Estes órgãos são principalmente os linfonodos e o baço. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
http://www.datuopinion.com/
http://www.infoescola.com/
 
 
16 
 
Quadro 3: Órgãos linfoides secundários e suas funções: 
 Fonte: 
www.fisioterapiaparatodos.com 
Linfonodos: são órgãos arredondados ou em forma de 
feijão, estrategicamente posicionados para colher e 
capturar antígenos transportados via linfa. As células B 
ocupam geralmente o córtex, onde se encontram os 
centros germinativos. As células T predominam no 
paracórtex, enquanto que na medula são encontrados 
Linfócitos B, macrófagos reticulócitos e plasmócitos. A 
corrente linfáticacircula por todo o corpo levando 
Linfócitos entre os órgãos linfóides e destes para o 
sangue. Do sangue para os tecidos e de volta para a 
linfa. 
 
Fonte: www.tuasaude.com 
Baço: Ao contrário dos linfonodos que filtram a linfa o 
baço filtra o sangue. Este órgão é responsável tanto 
pela remoção de hemácias velhas (alteradas) na sua 
polpa vermelha, como armazenamento de Linfócitos 
para resposta imune na polpa branca. No caso do baço 
encontrar algum antígeno este realiza a captura de 
Linfócitos até então livres no sangue. 
 
No fluxograma abaixo se verifica uma representação esquemática da 
circulação linfocitária: 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Fonte: TIZARD (2013). 
 
 
 
Outros tecidos linfóides secundários: podemos citar os nódulos 
hemolinfáticos, medula óssea e tonsilas e MALT (agregado linfático associado a pele 
e mucosas). 
 
 
 
Baço Coração Medula óssea 
Timo 
Tecidos inflamados 
Linfonodos 
Ducto torácico 
(exceto suíno) 
http://www.fisioterapiaparatodos.com/
http://www.tuasaude.com/
 
 
17 
 
Tabela 4: Diferenças entre órgãos linfóides primários e secundários 
 Primário Secundário 
Origem Ectoderme ou endoderme Mesoderme 
Desenvolvimento Inicio da fase embrionária Final da vida fetal 
Persistência Involui na puberdade Persiste no adulto 
Remoção Perda da resposta imune Pequeno ou nenhum 
Resposta antígenos Nenhum Reativo 
Exemplo Timo, bursa e medula óssea Baço e linfonodos 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
18 
 
3. CÉLULAS DO SISTEMA IMUNE 
 
 
Fonte: www.vetimunodeficiencia.blogspot.com 
 
3.1 Neutrófilos polimorfonuclear (célula “suicida” ou “mártir”) 
 
São consideradas células de infantaria sendo as 
primeiras e as mais intensas nas respostas a injúrias ou 
infecções nos tecidos próximos aos vasos sanguíneos. Tem 
normalmente uma vida curta de alguns dias e são 
especializados na reposta a bactérias. 
São células do sistema imune mieloide, que são 
formadas na medula óssea, migram para corrente sanguínea 
e cerca de 12h mais tarde se movem para o interior dos 
tecidos. Cerca de 95% dos Neutrófilos produzidos na medula 
ficam lá. Esta reserva pode ser prontamente mobilizada em 
casos de infecção. A medula óssea pode produzir Neutrófilos 
numa taxa de 2x 1011 células/dia. Constituem de 65-70% dos 
leucócitos sanguíneos dos carnívoros, mas apenas 20-30% 
dos ruminantes. Nos eqüinos 50% dos leucócitos são Neutrófilos. 
O fluxo dos granulócitos oscila entre o que está no sangue circulando e 
aqueles que estão na periferia dos vasos sanguíneos, sendo que os últimos podem 
ter um fácil acesso aos tecidos. Para MARGINALIZAÇÃO DOS NEUTRÓFILOS são 
http://www.vetimunodeficiencia.blogspot.com/
 
 
19 
 
necessárias proteínas presentes nos vasos chamadas selectinas e integrinas que 
irão interagir com receptores específicos na superfície dos Neutrófilos (PSGL-1). No 
ataque são formadas sempre duas frentes de ataque a primária por Neutrófilos que 
estão nos tecidos e uma segunda dos que são recrutados. 
A entrada dos Neutrófilos nos tecidos é mediada pelos Monócitos. Durante a 
inflamação o número de Neutrófilos aumenta, sendo que com o tempo estas células 
morrem por apoptose e, então serem removidas por macrófagos e células 
dendríticas. Os neutrófilos são menos equipados que monócitos e macrófagos para 
a fagocitose e destruição intracelular de patógenos. Na ausência de opsoninas sua 
habilidade de fagocitose fica muito prejudicada. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Fonte: Adaptado de Dale et al. (2008) 
 
Os Neutrófilos pertencem á família dos GRANULÓCITOS. Células que 
apresentam grânulos no citoplasma. Estes são formados durante a sua maturação e 
contem substâncias pró-inflamatórias. Estudos apontam que os grânulos podem 
conter mais de 700 proteínas diferentes. Nos grânulos primários (azurofílicos) 
está contida a mieloperoxidase, nos secundários (específicos) a lactoferina e 
gelatinase, nos terciários a meteloptroteinase de matriz. 
Os Neutrófilos possuem grânulos ricos em enzimas bactericidas, como a 
lisozima e protease. Estas enzimas são produzidas durante seu amadurecimento, 
pois quando maduros não podem mais produzir altas quantidades de proteínas. Na 
Tabela abaixo estão relacionadas as enzimas produzidas pelos Neutrófilos com a 
sua função. 
 
Tabela 5: Principais constituintes dos grânulos dos Neutrófilos 
Enzima Função 
Defensinas Matam bactérias gram positivas 
Mieloperoxidases Explosão respiratória 
Hidrolases / proteases Degradam produtos bacterianos 
Lisozima Destrói a parede celular bacteriana 
Lactoferrina Conjuga o ferro 
Colagenase Degrada o tecido conjuntivo 
 
 Os Neutrófilos possuem sistemas de transporte rápido dos grânulos para 
superfície da célula e após para o meio extracelular. 
 
Funções dos Neutrófilos: 
 
- Quimiotaxia: os Neutrófilos estão normalmente no sangue, quando estimulados 
se aderem as células do endotélio vascular por meio de selectinas e integrinas. 
A partir daí os Neutrófilos atravessam o endotélio vascular e vão aos tecidos 
Medula 
Óssea 
Sangue 
Circulante 
Periférico 
 
Tecidos 
 
 
20 
 
inflamados atraídos por substâncias como C5a, fibrinopeptídeo B, moléculas 
derivadas por plaquetas, leucotrienoB 
 
 
Fonte: www.patogeralpunf.wix.com 
 
- Aderência e Opsonização: Uma vez encontrada uma partícula estranha esta 
deve ser retida e fagocitada, contudo muitos dos antígenos possuem cara 
elétrica negativa semelhante a das membranas dos fagócitos. Para contornar 
este problema as cargas elétricas negativas devem ser neutralizadas por 
proteínas positivas, como os anticorpos e moléculas do C3b (opsoninas). A 
fagocitose facilitada é denominada OPSONIZAÇÃO. Os fagócitos possuem 
receptores para opsoninas, logo se ligam a elas e desta forma aos antígenos. 
 
 
 
 
 
 
 
 
- Ingestão e Destruição: As partículas estranhas depois de aderidas são 
englobadas e ficam nos fagossomos. Um dos mecanismos mais importantes de 
destruição de bactérias pelos Neutrófilos é a chamada explosão respiratória (o 
aumento no consumo de oxigênio no interior dos Neutrófilos aumenta 100X), que 
produz diversos radicais livres, que atuarão intracelularmente e serão liberados 
nos tecidos. Os Neutrófilos não são bons apresentadores de antígenos, pois 
destroem rapidamente o material fagocitado. Para facilitar na fagocitose os 
Neutrófilos possuem inúmeros receptores de indutores microbianos (para 
reconhecimentos de padrões metabólicos microbianos), para partículas de 
complemento e anticorpos (menos importantes, dado o lapso de tempo entre a 
ação dos Neutrófilos e a produção de anticorpos pelo corpo). 
 
http://www.patogeralpunf.wix.com/
 
 
21 
 
 
 
 
 
Fonte: www.nature.com 
 
Fonte : Dale et al. (2008) 
 
 Além da opsonização e degranulação os Neutrófilos possuem o sistema de 
NETs (Neutrophil Extrecellular Traps – armadilhas) que são constituídas de DNA 
desempacotado e envolto em proteínas como histonas mieloperoxidases, 
proteases, gelatinases e lactoferrina que predem os micro-organismos até a sua 
destruição. Abaixo são representados os principais mecanismos microbiocidas dos 
Neutrófilos. 
 
http://www.nature.com/
 
 
22 
 
 
 
 
Fonte: Kolaczowska e Kubes (2013) 
 
Obs.: Além do sistema de estresse oxidativo outras enzimas também são 
muito importante para destruição de bactérias pelos Neutrófilos. 
 
 Muitas bactérias possuem sistemas de proteção contra os radicais livres 
produzidos pelos fagócitos. 
Embora os Neutrófilos tenham sido por muito tempo considerados apenas 
como agentes pró-inflamatórios, recentemente seu papel na remodelação tecidual e 
atração de Monócitos tem sido revista. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
23 
 
3.2 Eosinófilos 
 
Sua meia vida na circulação é muito curta sendo 
normalmente de apenas 30 min. Nos tecidos tem uma 
meia vida de 12 dias. De cada eosinófilo visto no sangue 
existem 500 armazenados nos tecidos. Estes são 
liberados maduros da medula óssea e após uma breve 
passagem pelacorrente circulatória eles se dirigem ao 
timo, trato gastrointestinal (onde residem normalmente) e 
tecidos (estímulos inflamatórios). 
Podem ser facilmente diferenciados dos Neutrófilos 
pelo seu núcleo bilobulado e grânulos específicos grandes. 
Eosinófilos são encontrados em todos os vertebrados, 
contudo sua morfologia, diversidade de receptores 
celulares e funções variam entre as espécies. 
A função dos Eosinófilos é a fagocitose. Sua principal função é a destruição 
de parasitas invasores. Também possuem grânulos contendo diferentes 
compostos. Seus grânulos se coram facilmente pela eosina (corantes acidofílico). 
 
3.3 Basófilos e Mastócitos 
 
São encontrados inclusive na hemolinfa de 
organismos invertebrados. Estima-se que sua origem 
tenha se dado a 500 milhões de anos atrás. Seus grânulos 
contêm histamina e heparina e se coram facilmente pela 
hematoxilina (corante basofílico). Constitui cerca de 0,5% 
dos leucócitos sanguíneos, sendo o grupo de células 
menos abundante. Nos tecidos os Basófilos, sob influencia 
dos Linfócitos, podem provocar inflamações, pois contém 
aminas vasoativas, tais como histamina e serotonina. 
Mastócitos e Basófilos são linhagens celulares diferentes 
com funções sobrepostas. Abaixo uma Tabela 
comparando mastócitos e Basófilos: 
 
 
Tabela 6: Diferenciação entre Mastócito e Basófilo 
Característica Mastócito Basófilo 
Tamanho 5- 5- 
Morfologia nuclear Redondo Segmentado 
Meia Vida Semanas a meses 60horas 
Degranulação Induzida por IgE Induzida por IgE 
Substâncias no interior Histamina, serotonina, heparina, várias proteases 
Fonte : Adaptado de Voehringer (2013). 
 
3.4 Monócitos e Macrófagos 
 
Pertencem ao sistema mononuclear fagocítico e constituem uma segunda 
frente de ataque, pois são bem mais duradouros que os Neutrófilos e demais 
granulócitos. 
 
 
24 
 
Possuem um núcleo 
arredondado e único, sendo 
fagócitos eficientes. 
Os macrófagos imaturos no 
sangue são denominados 
Monócitos e forma cerca de 5% da 
população leucocitária. Os 
macrófagos maduros são 
encontrados residindo nos 
diferentes tecidos onde podem 
receber diferentes denominações. Embora este conceito ainda seja o mais aceito 
trabalhos modernos tem questionado e desmonstrado que não existe evolução e 
sim que os macrófagos teciduais se originam de células embrionárias depositadas 
nos tecidos antes do nascimento, sendo os Monócitos ativos apenas durante o 
início da inflamação. 
 
Funções dos macrófagos: 
 
1. Fagocitose: 
- Processo semelhante ao descrito em Neutrófilos. Os Neutrófilos quando morrem 
ou são destruídos liberam elastase e colagenase, importantes fatores, que além 
de destruírem o tecido infectado, são importantes quimiotáxicos de Monócitos. 
Os macrófagos destroem os organismos pela produção de radicais livres (óxido 
nítrico). O óxido nítrico produzido pelos macrófagos não é muito tóxico, contudo 
ao reagir com o ânion superóxido produz radicais de grande toxicidade. Além 
dos mecanismos oxidativos, existem outros como enzimas lisossomais. 
 
 
Fonte: www.materiais.dbio.uevora.pt 
 
- A ativação de macrófagos ocorre pela ação de diferentes moléculas, oriundas do 
sistema imune ou do interiro das bactérias. Os macrófagos ativados são bem 
mais eficientes na morte bacteriana. Quando o material estranho for capaz de 
debelar as defesas do organismo e persistir nos tecidos por longos períodos 
(ex.: Mycobacterium sp.) os macrófagos se acumulam ao redor do material 
estranho formando um agrupado de células, semelhante a um tecido. Este 
agrupamento é denominado células epitelióides. Conforme a evolução do 
http://www.materiais.dbio.uevora.pt/
 
 
25 
 
processo ocorre a fusão destas células formando as células gigantes 
(multinucleadas). Caso não possa fagocitar estas células irão liberara enzimas 
proteolíticas (suicídio), no sentido de destruir o tecido infectado e 
conseqüentemente o microrganismo invasor. 
 
 Estímulo Inflamatório Interferonss- produtos bacterianos 
 
 
 
Monócitos Macrófagos Inflamatórios Macrófagos Ativados 
 
 Repouso Aumento: Aumento: 
 Enzimas lisossomais Tamanho e movimento 
 Fagocitose Atividade de membrana 
 Recepetores de membrana Enzimas lisossomais 
 Fagocitose 
 Atividade antibacteriana 
 MHC tipo II 
 
Obs.: os macrófagos possuem diversos receptores para anticorpos e 
moléculas do complemento. Assim como os Neutrófilos, precisam de 
integrinas (colágeno, fibronectina) para chegar os tecidos. 
 
2. Secreção: 
Os macrófagos sintetizam e secretam muitas substâncias. Várias são 
produzidas de modo contínuo ou durante a fagocitose (lisozima, moléculas do 
complemento, proteases, ativadores de 
plasminogênio). Contudo existe um grupo de 
proteínas produzidas pelos macrófagos que irão 
desencadear um papel chave na regulação da 
resposta imune. 
 
Entre eles: 
- Interleucina (IL-1): Age no cérebro causando 
febre, letargia, mal estar e perda de apetite, 
além da ativação dos Linfócitos T. 
- Interleucina (IL-6): Estimula a produção de 
anticorpos. Também causa febre embora de um modo menos eficiente que o IL-
1 e TNF- 
- Interleucina (IL-12): Comparável a IL-1 na estimulação de Linfócitos T 
- TNF-a: Muito importante no choque séptico. Animais que sofrem da liberação 
continua deste componente perdem peso (mobilização de gordura), ficam 
anêmicos e com hipoproteinemia. Agem no cérebro causando febre e podem 
levar a necrose de centros tumorais, devido uma ação citotóxica. 
 
3. Remodelação Tecidual/ Cicatrização: fagocitam e degradam o tecido 
danificado, bem como agentes invasores. Estimulam a produção de colagenases e 
proteases pelos fibroblastos através da secreção de IL-1. Produzem fatores de 
crescimento dos fibroblastos. 
 
 
 
26 
 
De acordo com o padrão de ativação os macrófagos podem ser classificados em 
dois tipos : 
M1- Fagocitose e apresentação 
M2- Reparo tecidual 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Macrófagos em Repouso 
Toll Like Recepetors 
Padrões Microbianos 
Ativação Inata: 
-Enzimas lisossomais 
-Fagocitose 
-Receptores de 
membrana 
- Secreção de proteases 
 
IFN-gama 
Ativação Clássica (M1): 
-Tamanho e movimento 
- Atividade de memmbrana 
- Enzimas lisossomiais 
-Fagocitose 
- Atividade bactericida 
- MHCII 
 
IL-4 
IL-13 
IL-10 
Ativação Alternativa (M2): 
-Reparo tecidual 
-MHC II 
- reduz atividade bactericida 
 
 
 
27 
 
 
Fonte: TIZARD (2013) 
3.5 A Fagocitose 
 
A fagocitose é um evento muito importante para 
as células. Este é um mecanismo muito antigo das 
células para obtenção de alimento e depende de da 
interação de uma série de organelas celulares, como 
o citoesqueleto e sistema de endomembranas. Para o 
sistema imune a fagocitose é fundamental para 
eliminação de invasores. 
Dois grupos principais de leucócitos são 
envolvidos na fagocitose. Estas células são os 
Neutrófilos e Monócitos. Os Neutrófilos se deslocam 
rapidamente, contudo não conseguem sustentar o 
esforço de fagocitose por muito tempo utilizando este 
mecanismo para sua própria estimulação (explosão respiratória). Já os macrófagos 
se deslocam devagar, contudo são muito eficientes na fagocitose, podendo repeti-la 
por diversas vezes, o que os torna excelentes células apresentadoras para os 
Linfócitos T. 
 
Tabela 7: Principais locais de depuração (microbiana) do sangue de animais.Espécie Pulmão Fígado-Baço 
Bovino 93 6 
Ovino 94 6 
Canino 6,5 80 
Felino 86 14 
Coelho 0,6 83 
Porco da India 1,5 82 
Rato 0,1 97 
Camundongo 1,0 94 
Peixe - - 
 
 
 
 
 
 
28 
 
3.6 Linfócitos T 
 
Representam 70% das células linfáticas no sangue periférico. 
Existem três grupos de Linfócitos T distintos: células T 
auxiliares, células T citotócicas e células T supressoras. A 
atividade destas células é mediada pela presença de 
receptores na sua superfície. O Linfócito B sozinho não 
consegue responder de modo eficiente caso não seja 
corretamente estimulados pelas células T auxiliares. 
 Receptores antigênicos das células T (RCT): São 
encontrados na superfície das células T e reconhecem as 
partículas apresentadas pelas células apresentadoras de 
antígeno. Cada célula T possui cerca de 30.000 RCT 
idênticos, ou seja, cada Linfócito T reconhece um único antígeno. Os RCT tem uma 
estrutura semelhante aos anticorpos e possuem um domínio constante e outro 
variável. Estas moléculas possuem cadeias do tipo alfa/beta e gama/delta (função 
ainda não bem compreendida). A região variável reconhece o antígeno a ser 
destruído (resposta específica). Os receptores de células T pertencem a 
superfamília de imunoglobulinas. Esta classe de moléculas se caracterizam por 
possuir domínios de interação de lipídeos o que permite sua ligação a membrana 
citoplasmática. Dentro deste grupo de moléculas estão os Toll-Like receptor, 
receptores de células T, MHC do tipo I, MHC do tipo II e Imunoglobulinas 
(receptores de células B). 
 
 
 
Fonte: www.melhorbiologia.blogspot.com 
 
Quando ocorre a conjugação antigênica (interação RCT+ag+MHC), ocorre 
uma transdução de sinal, a qual ativa a produção de citosinas que estimulam a 
resposta imune ou de moléculas indutoras de divisão (memória) e apoptose 
(reposta citotóxica). Auxiliando na conjugação antigênica existem moléculas do tipo 
CD4 (T auxiliar) ou CD8 (T citotóxico). 
 
 
 
 
 
 
http://www.melhorbiologia.blogspot.com/
 
 
29 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 Células T 
 
 
 
 Receptores antigênicos 
 
 
 Moléculas acessórias CD4 CD8 
 
 
 
 Função Taux. 1 Memória Citotócica 
 Taux. 2 Reguladora 
 Taux. 17 
 Reguladora 
 
 
O Linfócito auxiliar (CD4) pode ser dividido em dois tipos principais o 
Linfócito T auxiliar do tipo 1, que contribui com a resposta celular, e o Tauxiliar 
do tipo 2 que participa da resposta humoral. As duas populações de Linfócitos T 
auxiliares se revezam, podendo um transformar no outro. Durante a transição a 
célula fica temporariamente inativa, sendo denominada Th0. Recentemente um 
novo tipo de Linfócito T auxiliar foi descoberto, o Linfócito auxiliar 17 (Th17), o qual 
produz a interleucina 17, que era uma grande incógnita a imunologia. Seu papel é 
contribuir com a resposta inflamatória, além de participar nas doenças autoimunes o 
que faz do seu estudo muito importante os seres humanos e animais de companhia. 
 
 
Célula apresentadora de Ag 
MHC II IL-1 
Linfóito T 
IL- 
citocinas 
Transdução de 
sinal 
CD 4 / 8 
 
 
30 
 
 
Fonte: www.imunova.com.br 
 
A memória dos Linfócitos T é muito importante e também é conhecida com 
resposta efetora e periféria, sendo que nela os Linfócitos migram para tecidos não 
linfoides ou em alguns residem nestes tecidos a fim de articular mais rapidamente a 
organização das defesas do corpo assim que necessário. A memória T residente 
nos tecidos é basicamente CD8. Alguns estudos têm demonstrado que a reposta 
periférica residente pode se formar mesmo na ausência de uma infecção prévia, 
particularmente nas mucosas. 
 
No Quadro abaixo estão apresentados as principais funções dos Linfócitos T 
auxiliares. 
 
Quadro 4: Funções dos Linfócitos T auxiliares. 
Célula Substâncias 
secretadas 
Função 
Th1 IL-2, IL-3, IFN-gama, 
TNF-beta 
Ativação de Linf. T citotóxico 
Hipersensibilidade do tipo IV 
Th2 IL-4, IL-5, IL-6, IL-10, 
IL-13 
Ativação de linfócitos B 
Th17 IL-17 Resposta inflamatória e auto-imune 
 
3.7 Linfócitos B 
 
Os Linfócitos B são especializados na 
produção de anticorpos para destruição de 
antígenos exógenos. 
Os receptores de células B (RCB) são 
cerca de 200.000 a 500.000 e estão envolvidos 
na fagocitose, proteólise e apresentação de 
antígenos pelo próprio Linfócito B. Os RCB 
pertencem a classe das imunoglobulinas, logo 
são anticorpos. Isto permite que os Linfócitos B 
reconheçam antígenos livres. 
A transdução de sinal nas células B leva a 
http://www.imunova.com.br/
 
 
31 
 
divisão celular (memória). As células B não preparadas requerem a interação com 
Linfócitos T auxiliar que produzirão as IL-2, 4 e 5. 
A IL-2 é produzida por Linfócitos T citotóxicos e não estimulam grandemente 
os Linfócitos B. As IL-4 e 5 são produzidas pelos Linfócitos Ta2 e induzem o 
crescimento e diferenciação dos Linfócitos B em plasmócitos. 
Plasmócitos são células ricas em Retículo Endoplasmático Rugoso (produção 
de Ac), Aparelho de Golgi e grânulos de secreção (secreção de Ac). Plasmócitos 
produzem cerca de 10.000 moléculas de anticorpos por segundo. Os anticorpos 
produzidos pelos Linfócitos B ou por plasmócitos são idênticos em estrutura e 
função. Os plasmócitos não dividem e duram menos que as células de memória. 
Estas células não geram memória e mantém a produção de anticorpos usualmente 
por mais de duas semanas. 
 
 Antígeno 
 
 
 Processado Livre 
 
 
 MHC I MHC II 
 
 
 
 
 Linf. T citotóxico Linf. T aux. Linf. B 
 
 Tipo 1 Tipo 2 
 
 
Quadro 5: Comparação entre Linfócito T e B. 
Característica Linfócito T Linfócito B 
Origem Medula Medula 
Maturação 
Timo Bursa de Fabricius nas aves, 
medula vermelha e tecidos 
linfoides associados ao 
intestino nos mamíferos 
Receptores RCT Ig 
Compostos secretados Citocinas Anticorpos 
Papel 
Variados dependendo do 
subtipo 
Produção de anticorpos 
Reações de 
hipersensibilidade 
Tipo IV Tipos I, II e III 
Memória Sim Sim 
Fonte: Adaptado de Quinn et al. (2011). 
 
Obs.: Quando falamos da memória imunológica tanto de linfócitos T, como B 
esta ocorre pelo aumento de volume e desenvolvimento das células em 
linfoblastos após ativação. Estes diferenciam para células efetoras (de ataque) 
e células de memória. 
 
 
RCT 
Ac 
 
 
32 
 
3.8 Células Natural Killer (NK) 
 
Também conhecidas como 
exterminadoras naturais são células que 
trabalham em conjunto com os Linfócitos T 
citotóxicos a fim de destruir antígenos 
intracelulares através da indução da 
apoptose celular. Eles derivam do mesmo 
ramo linfoide e executam um grande 
número de funções, interagindo com 
diferentes grupos celulares. Novos estudos 
têm apontado que as células NK também 
possuem memória, além de diferenciar o 
próprio do não próprio. Contudo esta atividade é inibida por receptores inibitórios 
que ao ligar ao MHC I desativam o Linfócito NK até o comando do Linfócito citotóxico 
(CD8). Nas infecções virais a expressão de MHC I pode ser inibida, o que faz com 
que as células NK sejam mais ativas no inicio das infecções virais. As células NK 
conseguem perceber anormalidades na superfície das células, como mudanças nos 
antígenos de superfície ou reduções na expressão de MHC I. Representam 15% dos 
linfócitos sanguíneos nos mamíferos. As células NK podem também se ligar a 
anticorpos na superfície de células infectadas por vírus iniciando um processodenominado citotoxicidade mediada por células e dependente de anticorpos 
(antibody dependent cellmediated cytotoxicity-ADCC). 
Para executar suas funções estas células são ricas em grânulos contendo 
perforinas e granzimas. Após a liberação dos grânulos, as perforinas vão induzir 
lesões na superfície das células, desde que na presença de grandes concentrações 
extracelulares de cálcio. Na sequencia as granzimas (serino proteases) penetrarão 
nas células, onde quebrarão e ativarão as caspases, que são enzimas responsáveis 
pela apoptose celular (morte celular programada). 
Recentemente, outras famílias de células linfoides inatas (as células natural 
killer pertencem a uma delas) foram descobertas, contudo seu papel ainda não esta 
totalmente é claro. Alguns autores acreditam que o papel delas é ajudar na 
montagem da reposta inata inicial aos agentes agressores. Nestes casos eles 
estariam para os Linfócitos T auxiliares, como a célula NK está para os Linfócitos T 
citotóxico, como grandes companheiros (assistentes) de função. 
 
Tabela 8: Células NK 
Tipo Sinal Célula Linfóide Linfócito Th Efeito 
1 Parasitas 
intracelulares: 
Vírus e tumores 
NK Th1 Ativação de 
macrófagos, 
ROS, 
citotoxicidade 
ILC-1 Th1 Ativação de 
macrófagos, 
ROS 
2 Parasitas, 
alérgenos e 
dano tecidual 
ILC-2 Th2 Produção de 
muco, ativação 
alternativa de 
macrófagos, 
reparo tecidual, 
vasodilatação e 
 
 
33 
 
termorregulação 
3 Antígenos 
extracelulares: 
Bactérias e 
fungos 
ILC-3 Th17 Fagocitose, 
peptídeos 
antimicrobianos e 
sobrevivência 
epitelial 
Fonte: Adaptado de Erbel et al. (2015). 
 
 
Quadro 6: Revisando os componentes do Sistema Imune 
Célula Origem Característica Sangue 
Resposta 
(I-A) 
Entrada Saída Função 
Neutrófilo 
 
 
 
 
Eosinófilo 
 
 
 
 
Basófilo 
 
 
 
 
Mastócito 
 
 
 
 
Monócito 
 
 
 
 
Macrófago 
 
 
 
 
Células 
Dendríticas 
 
 
 
 
Th1 
 
 
 
 
Th2 
 
 
 
 
Th17 
 
 
 
 
T 
citotóxico 
 
 
 
 
NK 
 
 
 
 
ILC-1 
 
 
 
 
ILC-2 
 
 
 
 
 
 
34 
 
ILC-3 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
35 
 
4. MOLÉCULAS DO SISTEMA IMUNE 
 
4.1 Toll like receptors - TLR 
 
São receptores de superfície semelhantes às proteínas Toll encontradas em 
Drosophila melanogaster. São receptores cuja função é atribuir certa 
especificidade a resposta inata (inespecífica), acelerando de certa forma a 
montagem da resposta imune por reconhecerem padrões microbianos 
específicos. 
Acredita-se que sua origem tenha ocorrido nas plantas e insetos, onde genes 
envolvidos para o desenvolvimento celular foram captados para a defesa do 
organismo. Nos seres humanos são encontrados 10 genes codificantes destes 
receptores, enquanto que em camundongos 12 genes são descritos. 
 
 
 
Estes receptores aceleram a resposta pró-inflamatória , contribuindo 
para a liberação de citocinas, quimiocinas e interferons. Abaixo são descritos os 
principais tipos e funções dos Toll like recepetors. 
 
Tabela 9: Toll like receptors 
TLR 
Localização 
(célula) 
Ligante Organismo 
1 Superfície Proteínas triacetiladas Bactérias 
2 Superfície Lipoproteinas Bactérias, Vírus e Parasitas 
3 Interna dsRNA Vírus 
4 Superfície LPS Bactérias, Vírus 
5 Superfície Flagelina Bactérias 
6 Superfície Proteínas diacetiladas Bactérias, Vírus 
 
 
36 
 
7 Interna ssRNA Bactérias, Vírus 
8 Interna ssRNA Bactérias, Vírus 
9 Interna dsDNA, CpG DNA Bactérias, Vírus e 
Protozoários 
10 Interna desconhecida Desconhecida 
11 Superfície Moléculas semelhantes a 
profilina 
Protozoários 
12 e 
13 
Camundongo desconhecida Desconhecida 
Fonte: Adaptado de Tizard (2013). 
 
Os TLR interagem com a microbiota e são responsáveis pela tolerância 
destas, bem como dos alimentos ingeridos. 
 
4.2 Citocinas 
 
Constituem um grupo de moléculas cuja função é o estabelecimento da 
comunicação celular. Possuem o mesmo papel dos hormônios (sinalizadores 
celulares) com a diferença de atuarem localmente (em sua maioria, também podem 
atuar sistemicamente), enquanto os hormônios atuam a distância. 
As principais propriedades das citocinas são: 
- São proteínas; 
- Baixo peso molecular; 
- Meia-vida curta; 
- Ligam-se a receptores presentes em outras células; 
- A ligação gera um sinal que altera a expressão gênica da célula alvo; 
- São tóxicas em altas doses. 
Possuem um controle muito refinado da sua expressão, podendo ser: 
Interleucinas, Quimiocinas, Interferonss (IFN alfa, beta e gama), Fator de Necrose 
Tumoral (TNF-superfamília), Fator de Crescimento Celular (CSF) e as citocinas 
inflamatórias. 
As interleucinas são muito importantes na sinalização entre Linfócitos e os 
demais leucócitos. Compreendem um grupo muito heterogêneo de proteínas, que 
diferem tanto em sua estrutura como em função. Até o momento cerca de 37 
interleucinas foram descritas. Enquanto algumas interleucinas são essenciais ao 
sistema imune outras são menos importantes. 
Os interferonss são muito importantes nas respostas aos vírus, sendo muito 
importantes para o reconhecimento da infecção e imunoestimulação. Os interferonss 
tem este nome por interferirem com o RNA viral e síntese proteica bloqueando o 
ciclo viral. 
O Fator de Necrose Tumoral (TNF) é produzido por macrófagos e Linfócitos. 
Embora possam matar células tumorais são muito importantes no processo de 
inflamação aguda. Os Fatores de Crescimento Celular (CSF) são muito importantes 
para garantir que o corpo possua o número adequado de células a fim de garantir a 
sua proteção. 
As principais funções das citocinas são diferenciação celular, quimiotaxia, 
inflamação, crescimento ou expansão clonal, diferenciação terminal, inibidores do 
crescimento celular e ações citotóxicas. As citocinas ativam a expressão das células 
alvo por interferirem diretamente com os fatores de transcrição essenciais para a 
regulação ou funcionamento da RNA polimerase celular. Na Tabela abaixo estão as 
principais características das citocinas. 
 
 
37 
 
Tabela 10: Principais citocinas 
Citocina Célula de Produção Célula Efetora Função 
IL-1 Monócitos e macrófagos 
(principal fonte) e outros 
tipos celulares, como 
fibroblastos, células 
endoteliais, miócitos, 
células de Langerhans e 
Linfócitos B e astrócitos 
Células endoteliais 
Linfócitos B 
Linfócitos T 
Hipotálamo 
 
Pirógeno pró-inflamatório 
endógeno, ativação de 
fibroblastos, granulócitos, 
osteoclastos, ativação de 
células T e macrófagos. 
IL-2 Linfócitos T CD4+ 
 
Alguns Linfócitos B, 
Monócitos, 
Linfócitos T e 
Células NK 
 
Proliferação dos Linfócitos T, 
B e NK 
IL-3 Linfócitos T Progenitores da 
medula óssea 
Proliferação de células 
hemocitopoéticas jovens 
(multi-CSF) 
Crescimento e diferenciação 
IL-4 Células T CD4+, Células T 
TH2, mastócitos, Basófilos 
e eosinófilos. 
Células endoteliais, 
Células B e Células 
T 
Regulação do sistema imune; 
Diferenciação de Linfócitos 
TH2; 
Proliferação e diferenciação 
de Linfócitos B; 
Ativação. 
IL-5 Células T TH2 e 
mastócitos 
 
Eosinófilos Produção de células B; 
Aumento da secreção de 
imunoglobulina; 
Ativação de eosinófilos; 
Produção de IgA e IgG. 
IL-6 Células T e B; Células 
endoteliais. 
Células B; 
Hepatócitos 
Crescimento de Linfócitos; 
Estimula a produção de 
citocinas; 
Estimula a secreção de 
anticorpos. 
IL-8 Macrófagos, Linfócitos, 
Neutrófilos, fibroblastos 
 
Células endoteliais 
Estimula os Neutrófilos; 
Tem atividade quimiotática; 
Aumenta o metabolismo 
oxidativo. 
IL-9 
Células T CD4+ 
Diferentes tipos de 
células epiteliais 
Aumenta a proliferação de 
células T CD4+, promove a 
proliferação e diferenciação 
dos mastócitos e de células 
hematopoiéticas precursoras. 
IL-10 Macrófagos, 
Células T, 
Células Th2 
 
Macrófagos 
Células Th1 
Células B 
Células NK 
Redução da expressão de 
coestimulantes e moléculas 
de MHC II 
Inibição da síntese de 
citocinas Th1: IL1, IFNɣ e 
TFNβ 
Atua nos macrófagos para 
suprimir a secreçãodas 
citocinas IL-
radicais reativos de oxigênio 
Inibe a função das células NK 
IL-12 Macrófagos Células NK Produção de IFNɣ, aumento 
 
 
38 
 
Células B 
 
Células T da atividade citotóxica 
Coestimulação de células 
TH1 
IL-13 Células T CD4+/Th2; T 
CD8+, NK no início da 
reação alérgica. 
 
Células epiteliais 
das mucosas. 
Defesa contra helmintos e da 
resposta alérgica. 
TNF-alfa Macrófagos, Linfócitos e 
Monócitos. 
 
Células endoteliais Recrutamento de Neutrófilos 
e Monócitos para o local da 
infecção; promove a resposta 
inflamatória. Apoptose de 
células tumorais. 
TNF-
beta 
 
Células Th1 e TCD8+ 
Células endoteliais Apoptose das células 
tumorais e ativa Neutrófilos, 
macrófagos, células 
endoteliais e células B. 
IFN-alfa 
Leucócitos 
Células infectadas 
por vírus e células 
vizinhas 
Antiviral 
IFN-beta Fibroblasto Células infectadas 
por vírus e células 
vizinhas 
Antiviral 
IFN-
gama 
Linfócitos T e células NK Macrófagos, 
Células B, T e NK 
Imunomodulador 
B7 Células dendríticas Linfócitos T Co-estimula a proliferação de 
células T 
GM-CSF Células TCD4 (Th1 e 
algumas Th2) e alguns 
TCD8 
Células: B, T, 
hematopoiéticas; 
macrófagos 
Células B: Diferenciação 
Células T: Inibe o 
crescimento 
Células hematopoiéticas: 
Aumento da produção de 
granulócitos e macrófagos 
(mielopoiese e células 
dendríticas) 
Macrófagos: Ativação e 
diferenciação de células 
dendríticas 
 
 
. 
 
 
 
 
 
39 
 
5. INFLAMAÇÃO 
 
É a resposta dos tecidos a presença de microrganismos ou a uma lesão. È um 
mecanismo protetor essencial a vida. Envolve a entrada de fagócitos e moléculas 
de defesa (como anticorpos e complemento) tem acesso aos tecidos injuriados 
(lesados). 
 
5.1 Inflamação aguda 
 
Desenvolve-se em menos de 1hora após o tecido se encontrar danificado. Os 
quatro sinais cardinais são observados e resultam da alteração nos pequenos vasos 
sanguíneos. Caso os vasos sanguíneos estejam danificados estes irão atrair 
plaquetas e fatores de coagulação. Os Neutrófilos por apresentarem maior 
mobilidade são os primeiros a chegarem, sendo seguidos pelos Monócitos. 
 
 
Fonte: www.youtube.com/watch?v=gqCIIpHIfqw 
 
Emigração de leucócitos 
 
1. Aderência: Para que ocorra a emigração dos leucócitos deve ocorrer à aderência 
destas células ao endotélio vascular. Este processo é mediado por moléculas 
(selectinas e integrinas) expressas na superfície das células endoteliais. Estas 
moléculas somente são expressas quando da presença de produtos bacterianos, 
tais como o LPS - Lipopolissacarídeo. 
 
2. Quimiotaxia: Uma vez nos tecidos estas células são atraídas para os locais de 
dano tecidual e/ou multiplicação bacteriana. Nos tecidos estas células são capazes 
de fagocitar e destruir qualquer material estranho, bem como, no caso dos 
http://www.youtube.com/watch?v=gqCIIpHIfqw
 
 
40 
 
macrófagos, realizar a remoção e cicatrização do tecido morto. Muitas moléculas 
podem ser quimiotáticas, contudo uma em particular é extremamente importante o 
C5a (fator do complemento). O composto quimiotático mais potente é um lipídeo 
bacteriano denominado leucotrieno B4. 
 
Alteração na permeabiliadade vascular 
 
 Neste processo estão envolvidos dois eventos: ação de moléculas vasoativas, 
como a histamina. Em seguida emigração dos leucócitos leva a contração das 
células do endotélio e conseqüentemente a saída de fluído dos vasos. As duas 
formas levam ao acúmulo de líquido nos tecidos (EDEMA). 
 
 
Fonte: www.leapato.blogspot.com 
 
Moléculas vasoativas: 
 
I. HISTAMINA: É um aminoácido armazenado nos grânulos encontrados em 
mastócitos e Basófilos. 
 
II. METABÓLITOS DO ÁCIDO ARAQUIDÔNICO: Quando há lesão tecidual, 
fosolipases são ativadas levando a degradação de lipídeos da membrana 
citoplasmática das células danificadas. Por ação da 5-lipooxigenase, o ácido 
araquidônico é convertido em moléculas biologicamente ativas como os 
Leucotrienos (LT). As Prostaglandinas (PGE/PGI/PC) e os Tromboxanos 
(TXA) são produzidos pela ação da enzima Ciclooxigenase (COX). 
 
http://www.leapato.blogspot.com/
 
 
41 
 
 Fosfolipases da membrana celular 
 
 
 5-lipoxigenase Ácido araquidônico Cicloxigenase 
 
 
 Leucotrienos PGG2 
 
 
 Prostaglandinas Tromboxanos 
 
 
III. POLIPEPTÍDEOS VASOATIVOS: As mais importantes são as Cininas e 
Anafilaxinas. 
 
IV. MOLÉCULAS DERIVADAS DE NEUTRÓFILOS: Calicreínas e SOD liberadas 
dos lisossomos para o interior dos tecidos. O Fator Agregador de Plaquetas 
(FAP) é muito importante e pode ser produzido por mastócitos, plaquetas, 
células endoteliais, Neutrófilos e eosinófilos. 
 
V. SISTEMA DE COAGULAÇÃO: Quando os tecidos são invadidos pelo fluído 
plasmático, um das principais cascatas enzimáticas ativadas é a cascata de 
coagulação. A trombina age sobre o fibrinogênio levando ao acúmulo de 
fibrina insolúvel nos tecidos, gerando uma barreira efetiva contra o 
alastramento do processo infeccioso. 
 
Quadro 7. Moléculas vasoativas produzidas na resposta inflamatória. 
Mediador Origem Função 
Histamina Mastócitos, Basófilos e 
plaquetas 
Vasodilatação e dor 
Serotonina Plaquetas, mastócitos e 
Basófilos 
Aumento da permeabilidade 
vascular 
Cininas Proteínas plasmáticas e 
teciduais 
Vasodilatação, dor 
Prostaglandinas Ac. araquidônico Vasodilatação 
Tromboxanos Ac. Araquidônico Agregação plaquetária 
Leucotrieno B4 Ac. araquidônico Quimiotaxia, aumento da 
permeabilidade vascular 
Leucotrienos Ac. araquidônico Contração da musculatura 
lisa 
FAP Células fagocitárias e 
endoteliais 
 
Fatores derivados do 
fibrinogênio 
coágulo Contração da musculatura 
lisa, quimiotaxia, aumento da 
permeabilidade vascular 
C3a e C5a Complemento sérico Contração da musculatura 
lisa e quimiotaxia 
 
Obs.: No controle da inflamação aguda está envolvida uma proteína C – 
reativa, presente no plasma, a qual impede a agregação plaquetária. Logo o 
plasma é um importante fator de inibição inflamatória. Outras proteínas 
 
 
42 
 
também são importantes marcadores da inflamação como a proteína 
soroamilóide A (SAA). 
 
5.2 Proteínas de Fase Aguda (APPs) 
 
São proteínas do sangue que podem indicar a resposta imune inata a 
infecções, inflamação, trauma ou estresse. 
 
Por definição estas proteínas alteram sua concentração na ordem de mais de 
25% em reposta a citocinas pró-inflamatórias, estímulos a padrões moleculares de 
micro-organismos patogênicos (PAMP) e de dano tecidual (DAMP). 
Estas proteínas são importantes componentes não específicos do sistema 
imune envolvidas na restauração da homeostase e resposta a micro-organismos 
antes do desenvolvimento de uma resposta imune específica. 
O aumento na circulação das APPs é diretamente proporcional aos danos 
gerados e desta forma estas podem ser utilizadas como biomarcadores de 
enfermidades, com potencial para o diagnóstico, prognóstico e monitoramento de 
tratamentos. Embora apresentem uma baixa especificidade, as APPs possuem 
grande utilidade na detecção de inflamação. Um aspecto muito importante da 
detecção de APPs é identificação de enfermidades subclínica, que podem reduzir o 
crescimento e impactar sobre a produção animal. 
Os níveis das proteínas de fase aguda podem variar de acordo com a idade 
dos animais. Os neonatos, por exemplo, são imunocompetentes, entretanto sua 
resposta imune adaptativa é imatura. Desta forma os mecanismos de resposta inata 
são mais intensos. Níveis elevados de APPs em neonatos não significam o mesmo 
que para animais adultos. 
A rede de regulação das APPs é descrita no esquema baixo. 
 
 
 
Onde: Ativação Supressão 
Fonte: MURATA et al. (2004). 
 
 
43 
 
As principais APPs são: 
 
I.Alfa 1- Glicoproteína ácida (AGP): É uma sialo-glicoproteína sintetizada e 
secretada pelos hepatócitos. Sua produção em sítios extra hepáticos também 
pode ocorrer. Estas proteínas apresentam dois importantes papéis a ligação a 
drogas e a imunomodulação. A AGP pode se ligar tanto a substâncias de origem 
endógena, como exógena, como a heparina, histamina, serotonina e esteroides. 
AGP são anti-inflamatórios naturais inibindo a ativação de neutrófilos e 
aumentando a proliferação de linfócitos. Além de contribuem também na 
remoção de LPS (Lipopolissacarídeo) bacteriano e neutralização de sua 
toxicidade (endotoxina), bem como funcionar como chaperoninas. Está presente 
na fração alfa 1 da eletroforese do soro. 
 
II. Proteína C reativa (PCR): Primeira APP a ser caracterizada (década de 30). 
Muito importante para o combate a infecção, limpeza de tecidos danificados, 
prevenção da autoimunização e regulação da resposta imune. É um pentâmero 
que reconhece bactérias, cromatina e antígenos endógenos. Estas estimulam a 
ativação do complemento, opsonização e a fagocitose, enquanto inibem a 
ativação e explosão respiratória de neutrófilos. Está presente na fração beta da 
eletroforese do soro. Nos suínos, cães e seres humanos a PCR e a APP são as 
proteínas de maior interesse para o diagnóstico. 
 
III. Haptoglobinas: É um constituinte das alfa globulinas, que se ligam a 
hemoglobinas livres, e são tóxicas, além de pró-inflamatórias (principal agente 
de sequestro de hemoglobina no sangue). Possuem efeitos bacteriostáticos. No 
sangue reduzem o estresse oxidativo produzido pela hemólise. Esta proteína 
inibe a quimitoaxia de granulócitos, a fagocitose e a atividade bactericida. Inibem 
as enzimas pró inflamatórias COX (Ciclooxigenase) e LOX (Lipooxigenase). 
Previne a maturação das células de Langerhans e surprimem à proliferação de 
células T. As haptoglobinas estimulam a angiogenese. Está presente na fração 
alfa 2 da eletroforese do soro. 
 
IV. Proteína Soro Amilóide A: Apolipoproteína presente no plasma. Suas funções 
ainda não são bem determinadas. Importante para eliminação de endotoxinas, 
inibição de linfócitos, proliferação tecidual e agregação plaquetária. Além disto, 
esta proteína estimula quimiotaxia dos neutrófilos, embora atue como inibidor de 
mieloperoxidase. Estimula a produção de mucina no intestino. Inibe a febre. Está 
presente na fração beta da eletroforese do soro. Atualmente testes de ELISA e 
aglutinação em látex estão disponíveis para detecção cruzada entre espécies de 
interesse veterinário. 
 
As APPs são importantes ferramentas para o diagnóstico de diferentes 
situações na clínica veterinária e produção animal, identificando desde infecções até 
estresse nos animais. Estas proteínas ficam viáveis quando o soro é conservado a -
20°C, contudo para estoque por períodos prolongados, a temperatura de 
armazenamento de -70°C pode ser necessária. 
Os níveis das APPs podem ser medidos com sistemas comerciais de 
eletroforese e ELISA. Muitos destes sistemas de diagnósticos foram desenvolvidos 
para seres humanos e estão sendo adaptados para os animais. 
 
 
44 
 
As APPs podem apresentar uma resposta alta, moderada ou baixa de acordo 
com o nível de intensidade de resposta. A Tabela abaixo indica uma classificação 
das mesmas: 
 
Tabela 11. Classificação das APPs. 
Classificação Aumento (x) Pico Declínio 
Alta 100-1000 Rápido (24-48hs) Rápido 
Moderada 5-10 Moderado (24-72hs) Moderado 
Baixa 2 Lento Lento 
 
No quadro abaixo está a classificação das APPs em diferentes espécies 
animais. 
 
Quadro 8: Classificação quanto a resposta das APPs em diferentes espécies. 
Espécie Resposta alta Resposta moderada 
Gato SAA AGP, Hp 
Cão CRP, SAA AGP, Hp 
Equino SAA Hp, Fibrinogênio 
Bovinos Hp, SAA AGP 
Caprinos Hp, SAA Fibrinogênio 
Ovinos Hp, SAA CRP, AGP 
Humanos CRP, SAA AGP, Hp, Fibrinogênio 
Suínos CRP, MAP, SAA Hp 
Aves não AGP, SAA 
Onde: SAA- Proteína Soro Amilóide, CRP- Proteína C reativa, Hp-Haptoglobina, MAP-Proteína Principal de fase aguda, AGP-
alfa-1-glicoproteína ácida. 
Fonte: Adaptado de ECKERSALL e BELL (2010) 
 
No Quadro 9 tem a descrição dos valores das APPs em relação ao 
diagnóstico de algumas doenças em bovinos. 
 
Quadro 9: Correlação entre o valor da APP e doenças em bovinos. 
APP Categoria Saúde Fase Aguda Doença 
Haptoglobina (g/l) Maior <0,1 1,15-2,09 Metrite 
SAA (mg/l) Maior 0,9-1,7 78-152 Mastite SC 
AGP (g/l) Moderada 0,2-0,45 0,66-1,54 
Doenças 
Agudas 
Fibrinogênio (g/l) Moderada 1,58-2,94 2,13-5,0 
Doença do 
casco 
Fonte: Ceciliani et al. (2012) 
 
Quadro 10: Doenças onde as proteínas de fase aguda são descritas. 
Apps Caninos-Felinos Ruminantes Equino Suínos 
CRP 
Cão: 
Trauma cirúrgico, 
artrite reumatoide, 
poliartrite, obstrução 
intestinal, linfoma, 
pancreatite aguda, 
piometra, pneumonia, 
Colibacilose, 
babesiose, Infecções 
por Bordetella 
 
Infecção por 
Mycoplasma spp 
e vírus 
Canibalismo 
Artrite 
 
 
45 
 
bronchiseptica, 
Erhlichia canis, 
leshimaniose, 
leptospirose, 
parvovirose, 
tripanossomíase, 
enterite bacteriana 
Gato: 
- 
Haptoglobina 
Cão: 
Trauma cirúrgico, 
leshimaniose, 
tripanossomíase, 
síndrome de cushing, 
tratamento com 
corticosteroides 
Gato: 
Peritonite infecciosa 
felina, Vírus da 
imunodeficiência felina 
Trauma cirúrgico 
Infecção por 
Mannheimia 
haemolytica, 
infecção por 
Pasteurella 
multocida, 
diarreia viral 
bovina, infecção 
pelo vírus 
respiratório 
sincistial bovino, 
febre aftosa, 
mastite, doença 
respiratória, 
metrite, lipidose 
hepática 
Influenza e 
Castração 
Coronavirose 
Infecção por 
Mycoplasma spp 
e vírus 
Canibalismo 
Artrite 
SAA 
Cão: 
Parvovirose, infecção 
por B. bronchispetica, 
leshimaniose 
Gato: 
Peritonite infecciosa 
felina 
Trauma cirúrgico 
Pancreatite aguda 
Linfoma 
Mastite, infecção 
por M. 
haemolytica, 
diarreia viral 
bovina, infecção 
pelo vírus 
respiratório 
sincistial bovino 
Cólica, 
Infecção 
bacteriana, 
Trauma 
cirúrgico 
Artrites 
(infecciosa 
ou não) 
Infecções 
em Potros 
Pleuropneumonia 
suína 
Infecção por 
Mycoplasma spp. 
e vírus 
Canibalismo 
Artrite 
AGP 
Parvovirose, 
Babesiose, infecção 
por E. canis, Linfoma, 
carcinoma, sarcoma 
Gato: 
Peritonite infecciosa 
felina, Vírus da 
imunodeficiência felina 
Trauma cirúrgico 
Linfoma, sarcoma e 
carcinoma 
Abscedação 
hepática, metrite, 
mastite, doença 
respiratória, 
Linfadenite 
caseosa 
 
Fonte. Adaptado de ECKERSALL e BELL (2010); CRAY et al. (2009). 
 
Obs. O estresse é uma importante fonte de prejuízo na produção animal e 
também pode ser considerado uma importante causa da elevação das APPs, 
logo os níveis de estresse dos animais também podem ser medidos utilizando 
estes biomarcadores. 
 
 
 
46 
 
Quadro 11: Situações onde o estresse pode ser comprovado a partir da 
determinação da resposta de APP. 
Espécie Resposta da APPs 
Bovinos 
SAA-nutrição (3 dias), ambiente, manejo, 
transporte (2 dias), castração 
Fibrinogênio- Desmame abrupto 
Suínos 
PRC, MAP, Hp- transporte, manejo 
MAP- Canibalismo 
 
 
5.3 Inflamação Crônica 
 
 Realizada principalmente pelo macrófagos, atraídos por diversos compostos 
liberados pelos próprios Neutrófilos (colagenases). Uma vez nos tecidos os 
Monócitos irão ser ativados e atacar qualquer partícula estranha, células bacterianas 
e do tecido lesado. Após a remoção do tecido danificado estes liberam IL-1 que atrai 
fibroblastos dano origem a um tecido cicatricial. Além disto devido a fraca tensão de 
oxigênio o macrófago produz fatores de neovascularização e em breve o tecido 
estará recuperado a persistência excessiva dos agentes infeccioso nos tecidos leva 
a formação de um tecido de granulação caracterizado pelo acúmulo de macrófagos 
e depósito de fibrina. 
 
Alterações sistêmicas decorrentes da Inflamação 
 
1. Febre: provocada pela ação da Il-6, Il-1 e TNF-a, no cérebro induzindo o sono 
e cortando o apetite. 
2. Alterações metabólicas: catabolismo protéico induzido pela Il-6,Il-1 e TNF-a 
3. Alterações leucocitárias: estimulam a produção e liberação de Neutrófilos 
(neutrofilia). 
 
5.4 O Inflamossomo 
 
O inflamossomo é formado por um conjunto de proteínas citoplasmáticas, que 
reagem a estímulos infecciosos, ou não (diabetes, estresse, etc..). Este complexo 
multiproteíco leva a um aumento na expressão da interleucina-1, bem como a morte 
celular induzida por inflamação chamada pirólise. Os principais estímulos infecciosos 
são os chamados de padrões microbianos, sendo estes ácidos nucleicos, proteínas 
e demais metabólitos produzidos por vírus, bactérias, fungos, protozoários e 
parasitas. Este conjunto de proteínas é formado em cascata e na forma de longos 
filamentos, o que é associado com o controle negativo de sua ativação. A ativação 
do inflamossomo nem sempre é benéfica, uma vez que pode gerar dano oxidativo 
aos tecidos. 
 
 
 
47 
 
6. PROCESSAMENTO ANTIGÊNICO 
 
6.1. Células 
 
I. Macrófagos: São as mais acessíveis das células apresentadoras e as mais 
importantes quando não existem anticorpos circulantes, os quais aumentam 
grandemente a atividade de apresentação de antígeno por Linfócitos B e 
Células Dendríticas. 
II. Células Dendríticas: também são células mononucleares. Localizam-se por 
todo corpo, especialmente em órgãos linfóides. Formam uma grande rede 
para captura e processamento de antígenos. Ex.: Células de Langehans na 
pele, enolvidas nas repostas alérgicas a picada de insetos. 
III. Linfócitos B: é uma célula apresentadora eficiente, especialmente para 
Linfócito T. 
As células apresentadoras de antígenos são um grupo heterogêneo de células muito 
importante para conectar as respostas inata e adpativa e desempenham um papel 
fundamental na ativação dos linfócitos T auxiliares do tipo II. Pela maior quantidade 
de MHC II as células dendríticas são consideradas as melhores apresentadoras. 
 
6.2. Processamento de antígenos exógenos 
 
IV. Envolve MHC do tipo II. Estes complexos se associam a antígenos 
fagocitados e digeridos e são apresentados aos Linfócitos T auxiliares, para 
que estes possam reconhecer o antígeno. Os macrófagos que possuem MHC 
II são encontrados especialmente no baço, timo e fígado. Alguns macrófagos 
expressam o MHC II somente quando ativados. A apresentação de antígenos 
via MHC II pode ser observada no esquema abaixo: 
 
Obs. Existem cerca de 2x 105 MHC II nas células apresentadoras de Ag. 
 
 
 
 
48 
 
 6.3. Processamento de antígenos endógenos: 
 
V. São antígenos que disparam a resposta imune sem serem fagocitados em 
destruídos, sendo gerados dentro da própria célula. Temos como exemplo 
células infectadas por vírus. São apresentados por MHC tipo I 
 
 
 
Obs. Processamento cruzado: ocorre quando antígenos exógenos ou endógenos 
tomam rotas erráticas na célula. Ex.: antígenos exógenos soltos no citoplasma e 
partículas virais endocitadas. Nestes casos as proteínas de choque térmico são 
muito importantes na correção da rota. 
 
 
 
49 
 
7. ANTÍGENOS 
 
São moléculas capazes de elícita/desencadear a resposta imunológica do 
organismo. 
 
 Os antígenos (Ag) podem ser endógenos ou exógenos. Sua origem pode ser 
de agentes infecciosos, como vírus, bactérias e parasitas. 
 
 
Fonte: www.carola4u.blogspot.mx 
 
Para que reconheçamos o papel dos antígenos torna-se importante a 
diferenciação de duas propriedades: 
 
I. Antigenicidade: Capacidade de uma substância em estimular a 
resposta imune. Envolve a ligação a receptores específicos como 
anticorpos e RCTs. 
II. Imunogenicidade: Capacidade de uma substância em induzir uma 
resposta imune específica. 
 
Logo podemos dizer que todo imunógeno é um antígeno, mas nem 
todo antígeno é um imunógeno 
 
De acordo com a classificação bioquímica, estas substâncias podem variar 
quanto a imunogenicidade e podem ser: 
a) Proteínas: Possuem diversos determinantes antigênicos, que são 
grupamentos protéicos externos capazes de estimular o sistema imune. 
b) Ácidos Nucleicos: Maus imunógenos 
c) Polissacarídeos 
d) Lipídeos 
e) Moléculas Pequenas. 
 
 
 
 
 
http://www.carola4u.blogspot.mx/
 
 
50 
 
 
 
 
 
Vários fatores tornam um antígeno bom ou ruim, entre eles os descritos abaixo: 
 
 
 
Proteínas em geral são bons imunógenos, pois são grandes e apresentam 
uma variedade na sua composição (aa - aminoácidos). Como exemplo, de bons 
imunógenos protéicos temos toxinas bacterianas, flagelo, membrana das células de 
protozoários, venenos de cobra, proteínas séricas (incluindo anticorpos), proteínas 
do leite. Os polissacarídeos não são bons antígenos, entretanto antígenos de parede 
celular são adequados. Os lipídeos são muito instáveis e de composição muito 
simples, logo são maus antígenos (ex.: lipídeo A bacteriano). Os ácidos nucléicos 
também são maus antígenos pela sua composição química homogênea (A, C, G e 
T). De forma geral, compostos com menos de 1KDa não são imunogênicos, 
compostos de 1KDa a 6KDa são imunogênicos em certas situações. Compostos 
com mais de 6KDa são usualmente imunogênicos. 
 
7.1 Epítopos ou determinantes antigênicos 
 
São as MENORES partículas capazes de elicitar/desencadear uma resposta 
imune específica (conjugação antigênica). Apenas uma pequena porção da molécula 
antigênica interage com receptores específicos nas células T e B. Os receptores de 
células T são compostos por 12 a 15 aminoácidos. 
 
 
Fonte: www.labs.icb.ufmg.br 
 
http://www.labs.icb.ufmg.br/
 
 
51 
 
7.2 Haptenos 
 
São menores que os epítopos, logo não são capazes de induzir uma resposta 
imune específica. Contudo, quando associadas às moléculas maiores, podem 
funcionar como antígenos. A penicilina funciona como um hapteno na resposta 
alérgica, logo esta só desenvolve a reação quando combinadas a proteínas maiores 
como a albumina. 
 
Fontes: www.pt.dreamstime.com (Penicilina) e www.teliga.net (Albumina) 
 
7.3 Classificação dos Antígenos (Ag) 
Os antígenos podem ser classificados quanto a sua origem como: 
 
1. Antígenos Microbianos: 
a) Antígenos Bacterianos: Podem ser externos ou internos. Os principais 
antígenos bacterianos são Flagelar (H), Capsular (K) Fimbrial (F) e de 
Parede Celular (O). As exotoxinas também são bons imunógenos. 
b) Antígenos Virais: As proteínas virais, mesmo quando produzidas no 
interior da célula do hospedeiro podem ser detectados (antígenos 
endógenos). 
c) Outros: Compreendem antígenos fúngicos e parasitários. 
2. Auto-antigenos: São moléculas próprias do organismo, que em certas 
situações podem ativar o sistema de defesa do organismo. Entre alguns 
destes compostos podemos citar hormônios, como a Tireoglobulina, lipídeos 
complexos, proteínas mitocondriais, receptores hormonais. 
3. Antígenos T dependentes: Envolvem o processamento antigênico via 
Linfócito T e induzem tanto a formação de anticorpos como a memória 
imunológica. 
4. Antígenos T independentes: Envolvem o processo de estimulação somente 
via Linfócito B. São geralmente lipopolissacarídeos de E.coli, flagelina de 
Salmonella sp. e polissacarídeo de pneumococos. 
 
Resposta Cruzada: Ocorrem quando encontramos epítopos iguais em proteínas 
diferentes. Desta forma, anticorpos produzidos podem reconhecer os epítopos de 
modo não específico. Ex.: antígenos bacterianos e alimentares nos suínos, B. 
abortus e Y. enterocolítica, PIF e GET. Os anticorpos produzidos contra a proteína 
original são denominados homologo, enquanto que o produzido contra a proteína 
semelhante é denominado heterólogo. 
http://www.pt.dreamstime.com/
http://www.teliga.net/2011/05/aspectos-gerais-das-proteinas.html
 
 
52 
 
8. ANTICORPOS 
 
8.1 Estrutura 
São proteínas encontradas no soro que podem estar na forma livre ou 
associadas a células do Sistema Imune como os Linfócitos B (RCB – Receptor de 
Célula B). Estas moléculas se conjugam especificamente com os antígenos 
(epítopos) e aceleram a sua destruição ou eliminação. Os anticorpos nos defendem 
de uma série de agentes agressores e podem ser encontrados

Outros materiais