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EXCELENTÍSSIMO(A) SENHOR(A) DOUTOR(A) JUIZ(ÍZA) FEDERAL DA 9° VARA FEDERAL DA SEÇÃO JUDICIARIA DE MINAS GERAIS PROCESSO: XXXXXXXXXXXXXX JOSIANE ALMEIDA, já qualificada nos autos da presente ação penal em epigrafe, por seu procurador infra-assinado, vêm à ilustre presença de Vossa Excelência, apresentar a presente APELAÇÃO Com fulcro no art.593, inciso I do CPP, por não se conformar com a r. sentença de fls. XX Requerendo, desde já, seja o recurso conhecido por este juízo e, consequentemente remetido ao Egrégio Tribunal Regional Federal da 1ª Região, para que dele conheça e de provimento. Termos em que, Pede deferimento. Belo Horizonte, 01 de Dezembro de 2018 Nome do Advogado OAB XXX.XX RAZÕES RECURSAIS APELANTE: JOSIANE ALMEIDA APELADO: JUSTIÇA PUBLICA ORIGEM: PROCESSO XXXXX.XXXXX 9° VARA FEDERAL DA SEÇÃO JUDICIARIA DE MINAS GERAIS EGRÉGIO TRIBUNAL COLENDA CAMARA EMÉRITOS DESEMBARGADORES DOS FATOS A Sra. Josiane Almeida fora notificada do recebimento de denúncia apresentada pelo ministério público Federal, onde é acusada de ter cometido crime de peculato, previsto no artigo 312 do Código Penal Após oferecimento de defesa preliminar, Josiane foi denunciada pela primeira parte do caput do art. 312, o chamado PECULATO APROPRIAÇÃO, sendo citada, para apresentação de resposta a acusação. Apresentada a Resposta à Acusação de maneira tempestiva, foram os autos conclusos ao MM. Juiz da 9ª Vara Federal da Seção Judiciária de Minas Gerais, que proferiu decisão determinando o prosseguimento do feito, marcando audiência de instrução e julgamento, na data designada para Audiência de Instrução e Julgamento, aberta a audiência, procedeu-se aos depoimentos das testemunhas de acusação. Ato contínuo o MM Juiz, mesmo sobre os protestos desta Defesa, indeferiu a oitiva de todas as testemunhas de defesa, ao final, houve o interrogatório da Ré. Não havendo diligências complementares, a audiência foi encerrada, com o Juiz invocando o §3º do artigo 403 do CPP para determinar a abertura de vistas sucessivas às partes para apresentação da peça cabível no presente momento. Em data posterior à realização da AIJ, foram juntados aos autos os laudos periciais das câmeras de segurança das agências em que os supostos saques teriam sido realizados pela Ré. E nesses documentos, após análise das imagens, os peritos foram contundentes e esclarecedores: a Ré jamais esteve presente na referida agência mencionada na exordial acusatória. Contudo, após as alegações finais apresentadas pelo réu, o Magistrado proferiu sentença, afastando a preliminar de nulidade do processo por cerceamento de defesa arguido. No mérito, o Magistrado também afastou a tese absolutória (ausência de provas), dando total provimento à Denúncia, condenando a Ré Josiane Almeida à pena de 06 anos de reclusão. Ressalte-se que o Magistrado considerou os supostos antecedentes criminais como sendo a circunstância judicial necessária e suficiente para fixar a pena-base supramencionada. DOS FUNDAMENTOS PRELIMINARMENTE DO CERCEAMENTO DA DEFESA Nobres desembargadores, Na data designada para Audiência de Instrução e Julgamento, aberta a audiência, procedeu-se aos depoimentos das testemunhas de acusação. Ato contínuo o MM Juiz, mesmo sobre os protestos desta Defesa, indeferiu a oitiva de todas as testemunhas de defesa. Ao final, houve o interrogatório da Ré. Cabe ressaltar que a negativa do Magistrado se deu sem qualquer motivação ou justificativa. Com todas as vênias, este subscritor encontra-se perplexo com tamanho cerceamento a defesa, uma vez que foi deixado se observar princípios contuticionais basilares, como a ampla defesa e o contraditório previstos no art. 5° LV da CF “aos litigantes, em processo judicial ou administrativo, e aos acusados em geral são assegurados o contraditório e ampla defesa, com os meios e recursos a ela inerentes;” Cabe ainda ressaltar a não observação do princípio constitucional do devido processo legal, previsto no art. 5° LIV da CF, uma vez que a defesa, sem produzir provas testemunhas extremamente relevantes ao processo, comprometeu todo o andamento do mesmo. Dito isto, não resta outra opção a defesa, a não ser o requerer a nulidade absoluta da presente ação penal, com fulcro no art. 563 do CPP, uma vez que o prejuízo resultado é imensurável. DO MÉRITO DA ABSOLVIÇÃO POR AUSÊNCIA DE PROVAS Conforme exposto nos fatos, foram juntados aos autos os laudos periciais das câmeras de segurança das agências em que os supostos saques teriam sido realizados pela Ré. E nesses documentos, após análise das imagens, os peritos foram contundentes e esclarecedores: a Ré jamais esteve presente na referida agência mencionada na exordial acusatória. Ora, MM Juiz, não há que se falar em crime cometido pela ré, vez que as provas periciais demonstram claramente que o réu não concorreu para a infração penal. Ainda que os eméritos desembargadores não entendam desta maneira, ressaltasse o fato de não existir prova de ter o réu concorrido para a infração penal, bem como o fato de não existir prova suficiente para a sua condenação Todas as hipóteses demostradas acima estão taxativamente previstas no artigo 386 do CPP “O juiz absolverá o réu, mencionando a causa na parte dispositiva, desde que reconheça: IV – estar provado que o réu não concorreu para a infração penal; V – não existir prova de ter o réu concorrido para a infração penal; VII – não existir prova suficiente para a condenação.” Mediante o exposto, pede-se a reforma da condenação, com a absolvição do réu por ausência de provas. DA PENA APLICADA Deve-se ressaltar que o quantum da pena (06 anos) aplicada pelo Magistrado foi equivocada, tendo em vista que a circunstância por ele aplicada não se adéqua à Ré, haja vista que os antecedentes criminais dizem respeito a tão somente uma investigação em curso, sem haver qualquer sentença penal condenatória transitada em julgado. Vejamos o artigo 63 do Código Penal Brasileiro: Art. 63 - Verifica-se a reincidência quando o agente comete novo crime, depois de transitar em julgado a sentença que, no País ou no estrangeiro, o tenha condenado por crime anterior. Ora, Doutos desembargadores, não seria razoável nem admissível que tamanho equivoco praticado pelo juízo a quo , venha permanecer neste Egrégio Tribunal, de maneira que, pede-se a imediata correção na dosimetria da pena aplicada, sendo ela, substancialmente diminuída, caso não ocorra a justa absolvição da ré. DOS PEDIDOS Pelo exposto, requer: Que, sendo o presente recurso conhecido e provido. Conforme pedido preliminar, se digne a DECLARAR NULIDADE ABSOLUTA mediante grave cerceamento de defesa ocorrido na presente ação, nos termos do artigo 563 do código de processo penal. Subsidiariamente, a reforma da r. sentença com ABSOLVIÇÃO DA RÉ, ante a insuficiência de provas para condenação nos termos do artigo 386, incisos IV, V e VII do código de processo penal, por estar demonstrada a não concorrência da ré para infração penal. Na hipótese de não aceitação das teses anteriores, que se aplique a pena-base em seu mínimo legal. Termos em que, Pede deferimento Belo Horizonte, 01 de Dezembro de 2018 Nome do Advogado OAB XXX.XXX
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