Perito e assistente técnico RESOLUÇÃO CFP Nº 008 RESUMO

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RESOLUÇÃO CFP Nº 008/2010
Qual o objetivo? Regulamentar a atuação do psicólogo como perito e assistente técnico no Poder Judiciário.
Qual era o contexto? Houve um crescente aumento no número de psicólogos no Poder Judiciário, principalmente como peritos e assistentes frente a demandas familiares. Além disso, Havia a necessidade de estabelecer parâmetros e diretrizes para delimitar o trabalho dos psicólogos para que fosse de qualidade, especificamente no que diz respeito a interação profissional entre os psicólogos que atuam como peritos e assistentes técnicos.
Profissional designado pelo juiz para assessorá-lo
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Devendo atuar com comprometimento ético e imparcialidade em relação as partes envolvidas, para emitir posicionamento de sua competência teórico-técnica, que subsidiará a decisão judicial.
PERITO
ASSISTENTE TÉCNICO
Profissional de confiança da parte para assessorá-la e garantir o direito ao contraditório.
Qual a postura do psicólogo para atuar como perito ou assistente técnico?
Atuar com responsabilidade social, analisando critica e historicamente a realidade política econômica, social e cultural, de acordo com o código de ética. 
Considerando as relações de poder e seus impactos nas atividades profissionais além de se posicionar criticamente de acordo com o código de ética. 
Com respeito, consideração e solidariedade em relação aos outros psicólogos e profissionais.
Compartilhar apenas informações relevantes, resguardando a confidencialidade das comunicações e assinalando a responsabilidade de quem as receber de preservar sigilo.
Tanto o assistente como o perito deverão fundamentar sua intervenção em referenciais teóricos, técnicos e metodológicos, respaldados na ciência psicológica, ética e legislação. 
Não estabelecer vínculos pessoais ou profissionais com a pessoa/família/terceiro que tenha vínculo com o atendido. 
Não ser perito, avaliador ou parecerista, garantindo a qualidade do trabalho prestado. 
REALIZAÇÃO DA PERÍCIA:
O perito e o assistente devem evitar qualquer interferência durante a avaliação que possa prejudicar o princípio da autonomia teórico-técnica e ético-profissional e que possa constranger o periciando. 
O Assistente não deve estar presente durante a realização dos procedimentos metodológicos que norteiam o atendimento do perito e vice-versa, para não haver interferência na dinâmica e qualidade do serviço realizado. 
Conforme a situação, a pericia pode contemplar entrevistas, observações, visitas domiciliares e institucionais, aplicação de testes, recursos lúdicos e outros instrumentos e técnicas reconhecidas pelo CFP. 
Para a realização da perícia é necessário espaço físico apropriado e privacidade no atendimento além de qualidade dos recursos técnicos utilizados.
O perito pode atuar em equipe multiprofissional desde que preserve sua especificidade e limite de intervenção.
PRODUÇÃO E ANÁLISE DE DOCUMENTOS 
Os documentos devem ser de acordo com a Resolução CFP nº 06/2019.
No relatório deverá conter informações que possam subsidiar o Juiz na solicitação realizada, sem adentrar nas decisões, que são exclusivas dos magistrados.
O assistente, restringirá sua análise ao estudo resultante da perícia, elaborando quesitos que venham a esclarecer pontos não contemplados ou contraditórios, identificando a partir de criteriosa análise. O assistente poderá ouvir pessoas envolvidas e solicitar documentos em poder das partes. 
TERMO DE COMPROMISSO DO ASSISTENTE TÉCNICO
Antes do inicio do trabalho, formalizar sua prestação de serviço mediante Termo de Compromisso firmado em cartório onde esta tramitando o processo, em que conste sua ciência e atividade a ser exercidas, com anuência da parte contratante. 
- No termo deve conter nome das partes do processo, numero do processo, data de inicio dos trabalhos e o objetivo do trabalho a ser realizado.
7) ATUAÇÃO DO PSICOLOGO QUE ATUA COMO PSICOTERAPEUTA
O psicólogo que esteja atuando como psicoterapeuta das partes envolvidas em litigio não pode:
Atuar como perito ou assistente 
Fornecer documentos do processo psicoterapeutico como provas a instancia judicial sem o consentimento dos envolvidos, a não ser que este documento seja uma declaração de acordo com a resolução 06/2019
- quando a pessoa atendida for criança adolescente ou interdito, deverá ter o consentimento formal dado por pelo menos um dos responsáveis. 
8) A atuação do perito e do assistente técnico de acordo com o Código de Processo Civil 
Art. 157 CPC: o perito tem o dever de cumprir o ofício no prazo que lhe designar o juiz, empregando toda sua diligência, podendo excusar-se do cargo alegando motivo legítimo.
§ 1º A excusa será apresentada no prazo de 15 (quinze) dias, contado da intimação, da suspeição ou do impedimento supervenientes, sob pena de renúncia do direito de alegá-la 
A partir da nomeação do perito, dentro de quinze dias, incumbe às partes, arguir o impedimento ou a suspeição do perito, se for o caso (artigo 465 § 1º, inciso I CPC). No mesmo prazo, a contar da intimação do despacho de nomeação do perito, poderão as partes indicar assistente técnico e apresentar quesitos (artigo 465 § 1º, incisos II e III CPC). 
Os assistentes técnicos não apenas irão elaborar os quesitos, mas, também participarão da perícia:
Artigo 474 do CPC: é assegurada às partes a ciência da data e do local designados pelo juiz ou indicados pelo perito para ter início a produção da prova, pois fica entendido que somente analisar o laudo pericial pode não ser suficiente para a compreensão do caso avaliado, devendo-se facultar às partes uma ampla participação, inclusive com objetivos fiscalizadores, durante toda a fase de produção da prova pericial. 
Artigo 466, § 2º, do CPC: o perito deve assegurar aos assistentes das partes o acesso e o acompanhamento das diligências e dos exames que realizar, com prévia comunicação, comprovada nos autos, com antecedência mínima de 5 (cinco) dias.
A relação entre os assistentes técnicos e o perito deve ser de colaboração, pautada na ética e no conhecimento técnico profissional de cada área envolvida.
9) DISPOSIÇÕES FINAIS
A não observância constitui falta ética-disciplinar.