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UNIVERSIDADE PAULISTA UNIP LICENCIATURA EM HISTÓRIA TRABALHO EM GRUPO-TG POLO- JACAREÍ-SP 2017 1 ESTUDOS DISCIPLINARES VI Trabalho apresentado à Universidade Paulista – UNIP, do curso de História, como um dos requisitos para a obtenção da nota nos Estudos Disciplinares VI coordenado pela Pro f.ª: Ana Lúcia Machado Da Silva. 2 SUMÁRIO INTRODUÇÃO……………………………………………………………..….……………....3 DESENVOLVIMENTO……………………………………………………………….………..4 REFERENCIAS BIBLIOGRÁFICAS……………………………………….………....………..6 INTRODUÇÃO 3 Neste trabalho, dissertaremos a respeito do poema de Ana Cristina Cesar, extraído do livro “Inéditos e Dispersos”, para assim atender às enunciadas questões. Sobre o jogo de palavras, intertextualidade, neologismos e metalinguagem segundo a ideia expressa pela Escritora TRABALHO EM GRUPO (TG) 4 PROFESSORA: Ana Lúcia Machado Da Silva O poema abaixo é de Ana Cristina Cesar, retirado do livro “Inéditos e dispersos”, da Editora Ática. Artimanhas de um gasto gato Não sei desenhar gato. Não sei escrever gato. Não sei gatografia Nem a linguagem felina das suas artimanhas Nem as artimanhas felinas da sua não-linguagem Nem o que o dito gato pensa do hipopótamo (não o de Eliot) Eliot e os gatos de Eliot (“Practical Cats”) Os que não sei e nunca escreverei na tua cama. O hipopótamo e suas hipopotas ameaçam gato (que não é hopogato) Antes hiponímico. Coisa com peso e forma de peso e o nome do gato? J. Alfred Prufrock? J. Pinto Fernandes? o nome do gato é nome de estação de trem o inverno dentro dos bares a necessidade quente de tê-lo onde vamos diariamente fingindo nomear eu – o gato – e a grafia de minhas garras: toma: lê o que eu escrevo em teu rosto a parte que em ti é minha – é gato leio onde te tenho gato e a fotografia que nunca sei aprendi na marca no meu rosto aprendi nas garras que tomei e me tornei parte e sua – gata – a saltar sobre montanhas como um gato e deixar arco-irisado esse meu salto saltar nem ao menos sabendo que desenho e escrita esperam gato saltar felinamente sobre o nome de gato ameaçado ameaçado o nome de GATO ameaçado o nome de GASTO ameaçado de morrer na gastura de meu nome repito e me auto-ameaço: não sei desenhar gato não sei escrever gato não sei gatografia Nem… (2.10.1972) A autora faz jogo de palavras, recorre à intertextualidade explícita, cria neologismos, faz da metalinguagem um tema. Diante disso, vamos aprofundar um pouco mais nossa leitura: a) Destaque exemplos de neologismo (invenção de palavras) e discorre sobre sua importância no poema. Resposta: Gatografia= escrita do gato, que pode tanto significar que o gato está como sujeito quanto como objeto do “grafia”, ou seja, da escrita, do desenho. Como sujeito, gatografia poderia significar algo como o gato escrevendo através dos arranhões que faz, as cicatrizes que deixa no rosto da dona. Como objeto, gatografia significa o desenho do gato, como a autora mesma diz: “não sei desenhar gato”. 5 Hipopotas, hipogato, hiponímico= série de neologismo compostos pelo prefixo grego “hipo”, que significa cavalo, e que aparentemente foram formados em virtude de certa musicalidade dos termos colocados próximos. O emprego de neologismos no poema é importante, uma vez que, através deles percebemos uma gama muito maior de sentidos no texto que vão além do que está escrito, mas se pode alcançar, sutilmente, o que está sendo insinuado. b) A autora fala da linguagem (do gato, mas também da linguagem do poeta) e, em especial, o papel do ser humano em nomear os seres. Que verbo sintetiza a opinião da autora sobre o ato de nomear? Resposta: O tema principal é a palavra gato, isso remete a todo comportamento e característica desse animal e quando a poetisa se expressa na palavra “gatografia!, nos traz referência ao verbo escrever. c) Ela questiona sobre o nome gato nos versos “e o nome do gato?/ J. Alfred Prufrock? J. Pinto Fernandes?” Sabendo que J. Pinto Fernandes é um nome que aparece no poema Quadrilha, de Carlos Drummond de Andrade, nomear, escrever, desenhar são ações de que tipo: reais ou ficcionais? Afinal, o que é literatura na concepção dada pela poetisa? Resposta: Essas ações são ficcionais, pois se trata da representação de personagens e do sentimentos de descrição pela autora. A literatura é movida pela intertextualidade, diálogo com outros textos, citação, recorte e colagem, ou, num termo menos acadêmico e mais brejeiro escolhido pela própria poetisa, que não tinha escrúpulos em confessar seu delito, “ladroagem”. Esse ato de “ladroagem” incontestável leva a poetisa a se assumir gato, numa espécie de fantástica permutação que extrapola o âmbito de linguagem de metáfora. Segundo Ana Cristina César “Os textos mais densos de literatura, os que nos satisfazem mais se referem a muitos outros textos. Cada texto poético está entremeado com outros textos poéticos. Ele não está sozinho. É uma rede sem fim. É o que a gente chama de intertextualidade” (CESAR, 1999, p. 267). 6 REFERENCIAS BIBLIOGRÁFICAS CESAR, Ana Cristina. 1999, p. 267
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