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352114477-Recursos-Terapeuticos-Calor-Frio-Propriedade-Da-Agua

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Brasília-DF. 
RecuRsos TeRapêuTicos, caloR, 
FRio e pRopRiedades da Água
Elaboração
Eduardo Filoni
Produção
Equipe Técnica de Avaliação, Revisão Linguística e Editoração
Sumário
APRESENTAÇÃO ................................................................................................................................. 4
ORGANIZAÇÃO DO CADERNO DE ESTUDOS E PESQUISA .................................................................... 5
INTRODUÇÃO.................................................................................................................................... 7
UNIDADE I
TERMORREGULAÇÃO .......................................................................................................................... 11
CAPÍTULO 1
EQUILÍBRIO TÉRMICO ............................................................................................................. 11
CAPÍTULO 2
CONTROLE COMPORTAMENTAL, ATIVIDADE FÍSICA E 
O CONTROLE DA TEMPERATURA CORPORAL .......................................................................... 15
UNIDADE II
CRIOTERAPIA ....................................................................................................................................... 19
CAPÍTULO 1
CRIOTERAPIA NA INFLAMAÇÃO .............................................................................................. 20
CAPÍTULO 2
MÉTODOS DE RECUPERAÇÃO PÓS-EXERCÍCIO POR MEIO DE MODALIDADES TERAPÊUTICAS ... 28
UNIDADE III
CALOR ................................................................................................................................................ 33
CAPÍTULO 1
EFEITOS FISIOLÓGICOS E EFEITOS TERAPÊUTICOS DO CALOR .................................................. 33
UNIDADE IV
HIDROTERAPIA ..................................................................................................................................... 37
CAPÍTULO 1
PROPRIEDADES FÍSICAS DA ÁGUA, SUA APLICAÇÃO PRÁTICA E CORRELAÇÃO CLÍNICA .......... 38
CAPÍTULO 2
EFEITOS FISIOLÓGICOS DA IMERSÃO ...................................................................................... 47
CAPÍTULO 3
MODALIDADES NO AMBIENTE AQUÁTICO ............................................................................... 51
REFERÊNCIAS ................................................................................................................................. 69
4
Apresentação
Caro aluno
A proposta editorial deste Caderno de Estudos e Pesquisa reúne elementos que se 
entendem necessários para o desenvolvimento do estudo com segurança e qualidade. 
Caracteriza-se pela atualidade, dinâmica e pertinência de seu conteúdo, bem como pela 
interatividade e modernidade de sua estrutura formal, adequadas à metodologia da 
Educação a Distância – EaD.
Pretende-se, com este material, levá-lo à reflexão e à compreensão da pluralidade dos 
conhecimentos a serem oferecidos, possibilitando-lhe ampliar conceitos específicos 
da área e atuar de forma competente e conscienciosa, como convém ao profissional 
que busca a formação continuada para vencer os desafios que a evolução científico-
tecnológica impõe ao mundo contemporâneo.
Elaborou-se a presente publicação com a intenção de torná-la subsídio valioso, de modo 
a facilitar sua caminhada na trajetória a ser percorrida tanto na vida pessoal quanto na 
profissional. Utilize-a como instrumento para seu sucesso na carreira.
Conselho Editorial
5
Organização do Caderno 
de Estudos e Pesquisa
Para facilitar seu estudo, os conteúdos são organizados em unidades, subdivididas em 
capítulos, de forma didática, objetiva e coerente. Eles serão abordados por meio de textos 
básicos, com questões para reflexão, entre outros recursos editoriais que visam a tornar 
sua leitura mais agradável. Ao final, serão indicadas, também, fontes de consulta, para 
aprofundar os estudos com leituras e pesquisas complementares.
A seguir, uma breve descrição dos ícones utilizados na organização dos Cadernos de 
Estudos e Pesquisa.
Provocação
Textos que buscam instigar o aluno a refletir sobre determinado assunto antes 
mesmo de iniciar sua leitura ou após algum trecho pertinente para o autor 
conteudista.
Para refletir
Questões inseridas no decorrer do estudo a fim de que o aluno faça uma pausa e reflita 
sobre o conteúdo estudado ou temas que o ajudem em seu raciocínio. É importante 
que ele verifique seus conhecimentos, suas experiências e seus sentimentos. As 
reflexões são o ponto de partida para a construção de suas conclusões.
Sugestão de estudo complementar
Sugestões de leituras adicionais, filmes e sites para aprofundamento do estudo, 
discussões em fóruns ou encontros presenciais quando for o caso.
Praticando
Sugestão de atividades, no decorrer das leituras, com o objetivo didático de fortalecer 
o processo de aprendizagem do aluno.
6
Atenção
Chamadas para alertar detalhes/tópicos importantes que contribuam para a 
síntese/conclusão do assunto abordado.
Saiba mais
Informações complementares para elucidar a construção das sínteses/conclusões 
sobre o assunto abordado.
Sintetizando
Trecho que busca resumir informações relevantes do conteúdo, facilitando o 
entendimento pelo aluno sobre trechos mais complexos.
Exercício de fixação
Atividades que buscam reforçar a assimilação e fixação dos períodos que o autor/
conteudista achar mais relevante em relação a aprendizagem de seu módulo (não 
há registro de menção).
Avaliação Final
Questionário com 10 questões objetivas, baseadas nos objetivos do curso, 
que visam verificar a aprendizagem do curso (há registro de menção). É a única 
atividade do curso que vale nota, ou seja, é a atividade que o aluno fará para saber 
se pode ou não receber a certificação.
Para (não) finalizar
Texto integrador, ao final do módulo, que motiva o aluno a continuar a aprendizagem 
ou estimula ponderações complementares sobre o módulo estudado.
7
Introdução
Calor, frio e água são, provavelmente, os recursos físicos mais antigos aplicados na área 
de saúde. Uma dessas formas de modalidades terapêuticas tem sido aplicada no corpo 
com a finalidade de promover a cura, mas com a evolução da ciência, a comprovação 
dos efeitos fisiológicos e efeitos terapêuticos, a comprovação das contraindicações, as 
possibilidade de aplicação desses recursos aumentaram consideravelmente e auxiliam 
na recuperação de lesões, antes ou após das atividades físicas e prescrição de exercícios. 
Com o avanço tecnológico, foram desenvolvidas novas modalidades para a utilização 
dos agentes físicos, modalidades essas comuns em clubes esportivos e clínicas 
especializadas em reabilitação esportiva. (ROBERTSON et al., 2009)
Existem muitas dúvidas na população e também entre os profissionais da área de saúde 
sobre a prescrição do calor e do frio e como esses agentes físicos poderiam colaborar na 
prevenção e no tratamento de lesões ortopédicas, traumatológicas e esportiva. É possível 
que professores de educação física, fisioterapeutas e médicos do esporte utilizem como 
rotina em suas prescrições e orientações os agentes terapêuticos físicos relacionados ao 
frio e ao calor e as suas modalidades.
Segundo Robertson et al. (2009), para entender o que ocorre com o aquecimento 
da matéria, é necessário considerarmos sua microestrutura sólida, líquida e gasosa. 
Sólidos são formados por um conjunto de átomos ou moléculas compactadas em 
padrões regulares e com um agrupamento muito próximo. Os átomos ou moléculas 
vibram em torno de suas posições de equilíbrio, gerando movimento, energia cinética, 
que é reconhecida como calor. Nos líquidos, as moléculas tem maior amplitude de 
vibração, com a capacidade de mudar seu posicionamento de forma aleatória, com 
maiorfluidez. O estado gasoso dos átomos são amplamente espaçados e movimentam-
se aleatoriamente quando percorrem grandes distância. Pode-se destacar a água no 
estado líquido, que tem uma capacidade de calor muito maior que outros materiais 
comuns. Nas unidades específicas ficará claro a importância prática, a importância 
clínica no caso de lesões e a importância na prescrição de exercícios. 
O aquecimento da matéria pode gerar: dilatação; mudanças no seu estado – sólidos 
se dissolvem e líquidos se evaporam –; aumento na velocidade das reações químicas; 
produção de radiação eletromagnética e a redução da viscosidade dos fluídos. (LOW et 
al., 2001) O calor e o frio, aplicado, de forma terapêutica nos tecidos biológicos (corpo 
humano), também são capazes de promover alterações fisiológicas que promovam 
benefícios no aspecto terapêutico.
8
Existem quatro mecanismos de transferência de calor, conhecidos também como 
conversão de energia. São considerados mecanismos de transferência de calor: 
condução, irradiação, convecção e evaporação. Esses mecanismos permitem a troca 
constante de calor entre o corpo humano e o ambiente. (KITICHEN, S.; BAZIN, S., 
1998)
Segue, a seguir, a descrição dos mecanismos de transferência de calor baseado em 
Guyton e Hall (2002):
 » A condução é caracterizada como um mecanismo por transferência de 
calor por meio do contato entre os objetos e são caracterizados por três 
pré-requisitos: contato; transferência de calor para o objeto de maior 
temperatura para o objeto de menor temperatura e atrito (“choque”) 
molecular.
 » Transferência de calor por meio de grandes massas de ar é uma 
característica da convecção. Quando átomos ou moléculas mais quentes 
se movem de um lugar para o outro lugar mais frio, isto é chamado de 
convecção.
 » Na convecção, ocorre a troca de calor devido à movimentação do ar ou 
água próximo ao corpo. A convecção aérea está sempre ocorrendo porque 
o ar quente é menos denso e, por consequência, sobe, porém ela pode ser 
facilitada por forças externas como o vento e o ventilador.
 » Os pré-requisitos para a transferência de calor por irradiação são: não 
existir contato entre os objetos; transferência de calor do objeto de maior 
temperatura para o objeto de menor temperatura e transferência por 
meio de ondas eletromagnéticas. 
A figura 1 apresenta uma representação do mecanismo de calor (condução, convecção 
e irradiação) no dia a dia: a condução por meio do aquecimento de um metal e uma 
chama acessa, a irradiação por meio de ondas eletromagnéticas provenientes da chama 
da fogueira e a conveçcão por meio da transferências das massas de ar quente e frio.
9
Figura 1. Representação dos mecanismos de transferência de calor no dia a dia.
Fonte: <http://brasilescola.uol.com.br/fisica/processo-propagacao-calor.htm#slider-1>. Acesso em: 3/2/2016.
A figura 2 apresenta uma representação dos mecanismos de transferência de calor do 
corpo humano, na qual, em muitas situações da vida real, os três modos operam como 
cadeias complexas de trocas de calor. Pode-se destacar a irradiação como principal 
mecanismo, sendo responsável por aproximadamente 60% dessas transferências. Isso 
comprova a necessidade de utilização de roupas leves durante a prática de atividade 
física e nas prescrições de exercícios.
Figura 2. Representação dos mecanismos de transferência de calor no corpo humano.
Fonte: <http://www.drcruzan.com>. Acesso em: 3/2/2016.
10
Ainda considerando Guyton e Hall (2002), a evaporação é um mecanismo de 
transferência que se caracteriza exclusivamente pela perda de calor, principalmente por 
um mecanismo denominado sudorese. O calor produzido pelos órgãos e tecidos mais 
profundos, em particular fígado, cérebro, coração e músculos esqueléticos, durante o 
exercício é transferido pela pele, onde é perdido para o meio ambiente por irradiação 
e sudorese, e, em menor grau, o calor é perdido pelas vias respiratórias. Quando a área 
se evapora da superfície corporal, há uma perda de calor de 0,58 gramas de água que se 
evapora. A taxa de perda de calor depende da umidade relativa do ar ambiente. Quando 
essa excede 60% ou mais, o suor não evapora facilmente, fazendo com que se tenha uma 
situação desagradável. Quando o ar está seco, a umidade é quase nula o que provoca 
uma maior evaporação.
Portanto, o entendimento do conteúdo abordado na introdução é fundamental para as 
unidades do Caderno de Estudos. 
Objetivos
 » Conhecer os recursos terapêuticos físicos aplicados a atividade física, 
bem como saber aplicá-los.
 » Estar capacitado a realizar as correlações fisiológicas para justificar as 
prescrições dos recursos terapêuticos físicos relacionados ao frio, ao calor 
e às propriedades da água. 
 » Estabelecer as contraindicações dos recursos terapêuticos físicos.
11
UNIDADE ITERMORREGULAÇÃO
CAPÍTULO 1
Equilíbrio térmico
Equilíbrio térmico
A termorregulação explica fisiologicamente como ocorre o controle da temperatura 
corporal. Trata-se de um tema importante para os profissionais da área da saúde, 
principalmente os profissionais que prescrevem exercícios, tendo como justificativa que 
o exercício pode aumentar o metabolismo em até 50 vezes. Deve ser considerado o tipo 
de população que o exercício ou atividade é prescrito e, como outra justificativa para a 
importância do tema, a população alvo da prescrição, pois o exercício pode ser prescrito 
para atletas, idosos, crianças, gestantes, indivíduos com sequelas, pessoas obesas, dentre 
outras situações, que fazem necessário conhecer a fisiologia do controle da temperatura 
corporal a fundo, para tomadas de decisões, orientações e principalmente a prescrição 
dos agentes físicos relacionados ao calor, frio e movimento (exercício). 
A temperatura do corpo humano necessita de um equilíbrio constante e, por conta 
desse equilíbrio, os humanos são considerados homeotérmicos. A manutenção 
dessa temperatura central, em torno de 36,5° C, depende de um evento denominado 
equilíbrio térmico. Este tem uma relação direta entre a produção e a perda de calor. 
Dois exemplos clássicos: o filme Titanic dirigido por James Cameron, com Leonardo 
Di Caprio e Kate Winslet. Nesse caso, a perda de calor sobressaiu sobre a produção de 
calor e houve incompatibilidade com a vida. Outro exemplo comum é das pessoas que 
realizam atividades físicas com excesso de roupa ou com agasalhos (principalmente 
em climas quentes); nesse caso a produção de calor predomina, enquanto o excesso de 
roupa se torna um isolante para dissipação de calor. 
À medida que a temperatura externa aumenta, aproximando-se da temperatura da 
superfície do corpo, a efetividade da radiação e da condução torna-se cada vez menor. 
12
UNIDADE I │TERMORREGULAÇÃO
Se a temperatura exterior está acima da temperatura corporal, o corpo ganha ainda 
mais calor pela radiação dos arredores. Nessas circunstâncias, a perda de calor deve-se 
exclusivamente a evaporação, por meio da sudorese. 
A temperatura corporal pode ser dividida em temperatura corporal interna ou central 
e temperatura corporal externa e periférica. A temperatura corporal periférica tem 
uma relação direta com o meio ambiente e obviamente é menor que a temperatura 
interna por conta dessa relação. A temperatura corporal interna, segundo Guyton e 
Hall (2002), tem uma média de 36,5ºC, podendo variar 0,6ºC para cima ou para baixo, 
ou seja, entre 35,9ºC e 37,1ºC. Deve-se considerar um padrão de normalidade para 
mensuração de temperatura axilar. A mensuração sublingual e retal possui valores de 
referência maiores, pois são regiões extremamente vascularizadas que favorece uma 
maior temperatura e, devido a essa vascularização, as regiões retal e sublingual são 
excelentes vias de absorção medicamentosa. 
Situações específicas durantea prescrição do exercício que favorecem o excesso 
de produção de calor do corpo humano podem ser prejudiciais se não existir um 
planejamento da execução dessa atividade física ou prática desportiva. Um exemplo 
importante de prescrição são o de atletas que praticam esportes onde o peso corporal 
determina a categoria. Se o atleta necessita perder alguns quilos em um espaço curto 
de tempo, algumas atitudes radicais são tomadas por preparadores físicos, treinadores 
ou pelos próprios atletas, sobrecarregando o sistema termorregulador com excesso de 
calor. 
Resfriamento e superaquecimento do meio 
ambiente
Com a conceituação de equilíbrio térmico esclarecida, podemos dar continuidade com 
as providências do organismo em situações de resfriamento e superaquecimento do 
meio ambiente. 
O organismo possui mecanismos que favorecem a produção de calor ou a perda de calor 
de acordo com as necessidades ambientais, laborais, esportivas ou patológicas. 
O corpo humano pode passar por duas situações: resfriamento ou 
superaquecimento. As decisões tomadas estão ligadas diretamente a uma estrutura 
localizada no sistema nervoso central, mais especificamente no diencéfalo chamada 
hipotálamo. O hipotálamo (figura 3), dentre várias funções, é considerado o centro 
termorregulador do corpo humano (termostato fisiológico).
13
TERMORREGULAÇÃO│ UNIDADE I
Figura 3. Localização do hipotálamo.
Fonte: <http://www.infoescola.com/sistema-endocrino/hipofise/>. Acesso em: 3/2/2016.
Em uma situação de resfriamento, o corpo o humano precisa evitar a perda de calor 
e aumentar a produção de calor. Então, para evitar a perda de calor, acontece a 
piloereção, vasoconstrição periférica e a abolição da sudorese. Destaco a vasoconstrição 
periférica, pois, a circulação é considerada um sistema radiador no processo. Com a 
vasoconstrição, ocorre a diminuição do fluxo e, consequentemente, a retenção do calor 
no organismo em maior proporção. Na situação de superaquecimento, é mais simples: 
ocorre vasodilatação generalizada e sudorese, ou seja, situações que promovem a perda 
de calor. 
No frio sofremos mais, o frio incomoda mais, as pessoas se protegem mais do frio. O 
corpo humano possui três receptores de frio para um receptor de calor, além disso, 
a diferença da temperatura da pele para a temperatura ambiente fria faz com que o 
receptor de dor capte esses estímulos como uma agressão. O julgamento feito pelo 
sistema nervoso não é absoluto, e tão pouco 100% eficaz, sendo susceptível a alterações 
como a hipotermia e a hipertermia. Mortes por hipotermia ocorrem frequentemente 
em invernos vigorosos e, em geral, podem ser prevenidas. As causas incluem a perda 
de calor, a redução na produção de calor ou a debilidade no sistema termorregulador.
14
UNIDADE I │TERMORREGULAÇÃO
Esse vídeo trata-se de uma aula da Universidade Federal da Paraíba sobre 
termorregulação.
<https://www.youtube.com/watch?v=XfEyYERXnlQ>.
Esse vídeo trata-se de uma aula da sobre os mecanismos de transferência de 
calor:
<https://www.youtube.com/watch?v=1AxduD-kEOs>.
15
CAPÍTULO 2
Controle comportamental, atividade 
física e o controle da temperatura 
corporal
O controle comportamental da temperatura corporal é defindo como decisões voluntárias 
e respostas familiares que dependem de sensações de calor ou de frio, considerados 
desconfortáveis pelos indivíduos.
Mellion(1997) destaca as providências voluntárias em situação de frio extremo:
 » roupas que favoreçam o isolamento térmico e consequentemente 
dificultam a perda de calor;
 » ingestão de alimentos com maior conteúdo calórico, como feijoada por 
exemplo, maior frequência e maior intensidade;
 » ingestão de bebidas quentes; 
 » atividade muscular rigorosa.
Em uma situação de calor extremo, exemplifica-se com as seguintes providências 
voluntárias: 
 » hidratação frequente;
 » ingestão de frutas e alimentos leves;
 » evitar a radiação permanecendo na sombra e limitar a atividade física em 
ambientes quentes;
 » utilização de roupas leves e largas;
 » aplicação de corrente de ar fixa por meio de ventilador ou ar condicionado.
Como as cores escuras absorvem o calor e as claras o refletem, devem-se vestir roupas 
de cores claras, para reduzir a quantidade de energia de radiação absorvida pelo corpo 
durante os exercícios no calor. A perda de calor é mais eficaz quando as roupas ficam 
úmidas, portanto, quando as roupas ficam úmidas não precisam ser trocadas por 
secas. Por outro lado, as roupas úmidas aumentam as afecções cutâneas e as bolhas. 
As roupas devem ser bem arejadas e frouxas, permitindo boa circulação do ar sobre 
16
UNIDADE I │TERMORREGULAÇÃO
o corpo para que possa ocorrer perda de calor por evaporação. As roupas devem ser 
lavadas regularmente, depois do exercício, por que a sujeira, o óleo e o sal podem fechar 
os furos dos tecidos, reduzindo a circulação do ar e retendo o suor. As roupas pesadas 
ou as confeccionadas de poliéster ou borracha retardam a evaporação, reduzindo assim 
a perda de calor. (MORRIS, B.M, 1997)
A utilização de filtro solar é importante para proteção contra queimaduras solares, além 
de protegerem a pele da velhice e do câncer de pele.
<http://www.rbne.com.br/index.php/rbne/article/viewFile/30/29>.
Trata-se de um artigo da Revista Brasileira de Nutrição Esportiva, com o título de 
“Nível de desidratação durante uma aula de ciclismo indoor”.
<http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1517-86922010000200014>
Trata-se de um artigo da Revista Brasileira de Medicina Esportiva, com o título de 
“Nutrição e Hidratação no Esporte”.
Em repouso, os músculos podem produzir até 25% do calor do corpo e curtos períodos 
de contração muscular máxima, em qualquer um dos músculos, e podem liberar, 
por poucos segundos de cada vez, até 100 vezes a quantidade de calor liberada em 
repouso. Durante um exercício vigoroso, devido taxa metabólica, ocorre o aumento 
de 1ºC da temperatura central a cada cinco minutos. Uma pessoa que se exercita em 
um ambiente quente pode suar de dois a três litros por hora, chegando a 15 litros por 
dia, dependendo de suas condições físicas. Em condições que permitem uma rápida 
evaporação, incluindo cobertura por nuvens, brisas e constantes e baixa umidade, a 
capacidade diária de resfriamento pela sudorese e de vários milhares de sudorese. 
Em atletas, existem alguns fatores que predispõem a doenças térmicas, dentre elas 
destacam-se a aclimatação insuficiente, condicionamento cardiopulmonar baixo, falta 
de sono, esforços extremos, roupas apertadas, equipamentos inadequados, disfunções 
endócrinas e medicamentos. (MORRIS, 1997)
A perda excessiva de água e eletrólitos decorrente da sudorese podem provocar 
câimbras, por meio de espasmos dolorosos. Em situações em que não ocorre hidratação 
adequada, pode ter como consequência a redução do volume plasmático, dificultando 
a homeostase cardiovascular. Na desidratação, reduz-se a liberação de oxigênio para o 
trabalho dos músculos com fadiga precoce. Uma desidratação leve, de 2% a 3%, reduz 
de 15% a 20% a capacidade de trabalho. À medida que ocorre a desidratação, ocorre a 
deteriorizição da função cognitiva, com grande comprometimento da capacidade física. 
17
TERMORREGULAÇÃO│ UNIDADE I
Uma desidratação aguda, de 5% a 6% do peso corporal, pode ser incompatível com a 
função orgânica adequada. (KITICHEN; BAZIN, 1998)
Em situações extremas, podem ocorrer a síncope de calor, devido a uma hipotensão 
ortostática e a perda da consciência. Tais situações podem ocorrer devido a indivíduos 
não aclimatados ao calor, insolação ou exaustão térmica. (MORRIS, B.M, 1997)
A exaustão térmica (incapacidade de concluir o exercício físico por conta do excesso de 
calor) e insolação (emergência médica que pode serreconhecida quando a temperatura 
central estiver acima de 41° C) são síndromes hipertérmicas que ameaçam a vida e 
necessitam de tratamento médico. (MORRIS, 1997)
Podem-se destacar como principais sintomas da exaustão térmica: 
 » mal-estar; 
 » fraqueza; 
 » cefaleia; 
 » hiper-irritabilidade; 
 » ansiedade; 
 » taquicárdia; 
 » tontura;
 » náusea; 
 » vômito; 
 » diarreia; 
 » hipotensão.
A melhor maneira de monitorar o estado de desidratação é pelo peso corporal 
nú e seco, pré e pós-exercício. O decréscimo do peso corporal encontrado após o 
exercício representa as perdas do fluído. Deve-se repor esses fluídos normalizando-
se o peso antes do novo exercício. Outros sinais de depleção de volume são o 
aumento da densidade urinária e a taquicárdia e repouso. (MORRIS, 1997)
18
UNIDADE I │TERMORREGULAÇÃO
Deve-se ingerir de 400 ml a 600 ml de líquidos frios, de preferência água, de 15 
a 20 minutos antes do exercício. Uma vez iniciado o exercício, recomenda-se a 
ingestão de um volume de cerca de 250 ml a cada 15 minutos.
Não há evidência de que seja benéfica a ingestão de eletrólitos durante o exercício de 
fato devido ao aumento da osmolalidade, as soluções de eletrólitos ingerindo em uma 
dieta balanceada de frutas e vegetais ricas em potássio e cálcio.
A aclimatação é uma estratégia importante por parte dos profissionais da área da saúde, 
para minimizar os efeitos do estresse térmico durante a prática da atividade física ou 
prática desportiva. Define-se como aclimatação as trocas fisiológicas que aumentam a 
capacidade de fazer exercícios no calor e a redução do desconforto por ele provocado. 
Quatro a sete sessões de exercício, com duração de uma a quatro horas, podem aclimatar 
a pessoa ao calor. Para aumentar a tolerância, deve-se iniciar gradualmente, com 15 
minutos de trabalho alternados com 15 minutos de repouso para construir a tolerância. 
(MORRIS, 1997)
O resfriamento de atletas ou praticantes de atividade física em ambientes quentes é 
uma opção importante em uma situação de emergência. Diversos dispositivos têm sido 
usados para resfriar os atletas durante as competições em calor extremo. A retirada do 
calor do corpo refresca o atleta. Pode ser uma opção enrolar uma toalha embebida em 
água gelada sobre a cabeça ou usar uma compressa fria em torno do pescoço, ou no 
alto da cabeça. Algumas têm forma de colares e faixas para a cabeça para facilitar a sua 
utilização.
<http://revistaneurociencias.com.br/edicoes/2005/RN%2013%20SUPLEMENTO/
Pages%20from%20RN%2013%20SUPLEMENTO-2.pdf>.
Trata-se de um artigo científico da Revista Neurociências sobre Fisiologia da 
Termorregulação Normal, escrito por José Reinado Cerqueira Braz.
19
UNIDADE IICRIOTERAPIA
O termo crioterapia deriva do grego cryos, que significa frio, e refere-se a redução de 
temperatura dos tecidos moles com fins terapêuticos (BÉLANGER, 2012). Portanto, 
a crioterapia é definida como tratamento por meio do frio, ou seja, É a terapia pelo 
frio, abrangendo grande quantidade de técnicas específicas que utilizam o frio nas 
formas líquida (água), sólida (gelo) e gasosa (gases) com o objetivo de retirar calor 
do corpo. As evidências científicas demonstram benefícios fisiológicos do frio no 
organismo que favorecem a prevenção de sinais e sintomas decorrente de uma 
inflamação, após a atividade física, independente da modalidade. (ROBERTSON et al., 
2009). O metabolismo (produção de calor) aumenta em até 50 vezes durante a prática 
esportiva e as estruturas músculoesqueléticas têm uma maior predisposição a quadros 
inflamatórios por excesso de repetição e sobrecarga (over use), que pode ser exacerbada 
por fatores extrínsecos (calçado, tipo de solo, clima), fatores intrínsecos (alterações 
posturais, lesões pré-existentes, biótipo, fatores genéticos) e hábitos inadequados. O 
único recurso físico capaz de diminuir o metabolismo é o frio; desta forma, o controle 
do processo inflamatório é favorecido, além de controlar a hemorragia (extravasamento 
de fluído), que induz indiretamente o quadro de dor, devido a uma compressão dos 
receptores que são responsáveis por captar a informação dolorosa.
O objetivo da crioterapia é induzir os tecidos a um estado de hipotermia para favorecer 
uma redução da taxa metabólica local, promovendo uma redução das necessidades de 
O2 pela célula, preservando-a e permitindo que ela possa ser recuperada sem maiores 
danos que os já causados pelo trauma primário.
Figura 4. Representação esquemática da importância para a base científica da crioterapia.
Fonte: autoria própria.
20
CAPÍTULO 1
Crioterapia na inflamação
A inflamação é um conjunto de respostas fisiológicas e morfológicas mediante um 
trauma ou uma agressão física, química ou orgânica tomada pelo organismo, visando a 
regeneração e cicatrização do tecido lesionado. (ROBERTSON et al., 2009)
O trauma é a causa da inflamação e pode ser de dois tipos: físico (mecânico) ou químico. 
O trauma mecânico pode ser direto ou indireto. 
A figura 5 apresenta exemplos de mecanismo de lesões comuns durante a prática de 
esportivas. O trauma físico ou mecânico pode ser direto (com contato) e indireto (sem 
contato), enquanto o trauma químico é caracterizado por queimaduras.
Figura 5. Exemplos de mecanismos de lesões.
 Fonte: <http://uolesporte.blogosfera.uol.com.br/2012/05/07/armador-dos-knicks-sofre-lesao-no-joelho-semelhante-a-de-
ronaldo-fenomeno-assista/>. Acesso em: 10/11/2015.
21
CRIOTERAPIA│UNIDADE II
A inflamação é necessária para sobrevivência, apesar de os sinais e sintomas serem 
desagradáveis, os eventos fisiológicos da inflamação são necessários para o reparo 
tecidual. O processo de reparação tecidual pode ser dividido em três fases (figura 6): 
1. Fase inflamatória (fase aguda); 
2. Fase proliferativa; 
3. Fase de remodelagem.
Apesar dessa divisão didática, observa-se na prática uma sobreposição entre os eventos 
fisiológicos das três fases. 
Figura 6. Representação esquemática das fases do processo de reparo tecidual.
Fonte: autoria própria.
Diversos autores já citados (ROBERTSON et al., 2009; BÉLANGER, 2012; KITICHEN; 
BAZIN, 1998) afirmam que fase inflamatória é caracterizada pelos eventos fisiológicos 
a seguir, que ocorrem imediatamente após o trauma (Figura 7):
 » hemorragia devido à ruptura de capilares;
 » vasocontrição durante alguns segundos com o objetivo de conter a 
hemorragia. Essa vasoconstrição é modificada devido à liberação de 
proteínas de baixo peso molecular, principalmente a histamina que é 
vasodilatadora.
 » vasodilatação arteriolar, pela liberação de histamina;
22
UNIDADE II │CRIOTERAPIA
 » aumento do fluxo sanguíneo nas arteríolas, capilares e vênulas;
 » aumento da permeabilidade capilar;
 » exsudação de líquidos contendo todas proteínas do plasma (albumina, 
globulina, fibrinogênio, histamina);
 » aglomeração de glóbulos vermelhos nos capilares;
 » estase do fluxo sanguíneo, podendo chegar à estagnação;
 » organização dos glóbulos brancos na periferia (marginação); 
 » migração dos leucócitos dos vasos para o foco inflamatório.
Figura 7. Representação esquemática das respostas fisiológicas do trauma agudo.
Fonte: autoria própria.
As reações fisiológica pós-trauma específicas da fase aguda promovem as reações 
inflamatórias nas quias predominam as alterações vasculares e exsudativas e no sentido 
clínico, vêm acompanhada de dor, calor, rubor, tumor (edema) e perda da função (figura 
8).
A dor é justificada pela liberação da prostaglandina que favorece a sensibilização dos 
receptores de dor. A presença do edema ocorre devido ao extravasamento de plasma 
e sangue após o trauma; como o dano vascular é inevitável, a ruptura desses vasos 
favorecem a hemorragia e o edema. Além disso, a liberação de proteínasde baixo 
peso molecular que ocorre favorece a atração de água e colabora mais ainda para a 
caracterização do edema. O rubor, também conhecido como vermelhidão ou hiperemia, 
ocorre pelo aumento do fluxo sanguíneo local. E o calor, considerando o sinal clínico 
23
CRIOTERAPIA│UNIDADE II
principal para considerar que a fase realmente está na fase aguda, é promovido pelo 
aumento do metabolismo local. É necessária uma série de reações químicas, sendo 
essas reações químicas aceleradas, que levam a um aumento da taxa metabólica local. 
A figura 8 representa os sinais cardenais da inflamação, que também pode ser chamado 
de sinais flogísticos da inflamação.
Figura 8. Sinais da inflamação.
Fonte: <http://www.biomaterial.com.br/inflama/sinais.html>. Acesso em: 3/2/2016.
O objetivo da crioterapia na fase aguda é prevenir a quantidade de reações inflamatórias 
para que a recuperação possa ocorrer de forma mais rápida. A modalidade mais comum 
nessa fase é gelo + compressão + elevação e retirada do estresse; essa técnica é 
conhecida como modalidade PRICE (KNIGHT, 1998).
A técnica PRICE inclui 20 minutos de aplicação compressiva, com o segmento em 
repouso e elevação, imediatamente após o trauma agudo. A aplicação no final dos 
treinos e das competições é uma prescrição comum e importante no local das lesões 
crônicas, pois favorece a diminuição do metabolismo local, com a finalidade de auxiliar 
na prevenção das tendinites (inflamação dos tendões) e das tendinoses (degeneração 
dos tendões) todo atleta deve ter sua própria bolsa específica para aplicação de gelo. 
(ROBERTSON et al., 2009)
O principal efeito fisiológico da hipotermia é reduzir a atividade metabólica dos tecidos 
envolvidos, para que aqueles que estejam lesados, ou recebendo pouco O2 (isquemia), 
tenham uma melhor condição de sobrevivência. Trabalhos mostraram como o 
resfriamento dos tecidos pode abaixar a atividade respiratória das células, sem deprimir 
a função dos tecidos essenciais, abaixo de um nível compatível com a vida. A hipotermia 
diminui as necessidades celulares de energia, diminuindo assim a necessidade de O2 
24
UNIDADE II │CRIOTERAPIA
para o tecido. Quanto mais profundo o resfriamento de um organismo, mais profunda 
é a depressão do seu metabolismo. (KNIGHT, 1998)
Esse vídeo trata-se de uma descrição do método PRICE
<https://www.youtube.com/watch?v=kttdsaVd-2A>.
Entre a fase inflamatória e a fase proliferativa, dois eventos fisiológicos importantes 
acontecem: a angiogênese, caracterizada pela neoformação vascular decorrente do dano 
vascular da fase inflamatória; e a fibroplasia, caracterizada pela deposição e síntese 
de colágeno decorrente da fibrina depositada durante a agregação plaquetária da fase 
inflamatória. Tanto o vaso neoformado quanto o colágeno depositado no início da fase 
proliferativa são frágeis, imaturos e pouco resistentes. Um excesso de calor poderia 
trazer danos ao tecido. Nessa fase, os exercícios são moderados e sem resistência de 
oposição ao movimento. Tambérm nessa fase é comum a ocorrência de recidiva das 
lesões esportivas. A crioterapia nessa fase pode ser prescrita antes de uma sessão de 
exercícios de uma academia ou de um centro de reabilitação. 
A fase de remodelagem é caracterizada por um processo fisiológico de amadurecimento 
dos vasos que foram neoformados e pela maturação do colágeno, além disso na fase 
de remodelagem ocorre o realinhamento e a reorganização do colágeno depositado. A 
tabela 1 apresenta os objetivos da crioterapia nas diferentes fases do reparo tecidual, 
baseado em Knight (1998).
A presença e persistência do agente lesivo, por semanas e meses, mantendo um estímulo 
contínuo para a resposta inflamatória, caracteriza a cronicidade. Clinicamente, esse 
tipo de inflamação pode resultar do prolongamento da reação aguda ou pode começar 
insidiosamente como resposta de baixa intensidade e de ritmo lento, que nunca adquire 
as características clássicas da forma aguda.
Tabela 1. Sinais da inflamação.
OBJETIVOS DA CRIOTERAPIA NAS DIFERENTES FASES DO REPARO TECIDUAL:
NA FASE INFLAMATÓRIA: prevenir a quantidade de reações inflamatórias para que a recuperação possa ocorrer de forma mais rápida (GELO + 
COMPRESSÃO + ELEVAÇÃO E RETIRADA DO ESTRESSE).
NA FASE PROLIFERATIVA: iniciar o processo de remissão da inflamação e manter funções articular e neuromuscular (GELO + COMPRESSÃO + 
ELEVAÇÃO + EXERCÍCIOS LEVES E ESPECIAIS).
NA FASE DE REMODELAGEM: induzir o movimento livre de dor, de forma progressiva. (EXERCÍCIOS + GELO NO FINAL).
 
Fonte: própria autoria. 
25
CRIOTERAPIA│UNIDADE II
Figura 9. Representação esquemática do ciclo de lesão.
Fonte: GOULD, J.A (1993).
O resfriamento do tecido pode promover vários efeitos fisiológicos que podem 
induzir a respostas terapêuticas como diminuição do fluxo sanguíneo, diminuição do 
metabolismo celular, aumento da viscosidade dos fluídos, diminuição da extensibilidade 
tecidual e diminuição da velocidade de condução nervosa das fibras sensitivas. A tabela 
2 apresenta, de uma forma didática, os efeitos fisiológicos promovidos pelo frio e a 
consequente correlação com os efeitos terapêuticos.
Tabela 2. Efeitos fisiológicos do frio e a correlação com os efeitos terapêuticos.
EFEITOS FISIOLÓGICOS DO FRIO EFEITOS TERAPÊUTICOS DO FRIO
Vasoconstrição, diminuição do fluxo sanguíneo e diminuição da 
permeabilidade do capilar.
Minimiza o extravasamento de fluído (sangue e plasma) pós-trauma.
Diminuição do metabolismo local.
Previne as lesões por hipóxia secundária, minimizando assim a 
extensão da lesão.
Diminuição da extensibilidade tecidual e aumento da viscosidade dos 
fluídos.
Não promove beneficio terapêutico.
Diminuição da velocidade de condução nervosa das fibras sensitivas. Favorecer o controle da dor (analgesia local).
 
Fonte: tabela de própria autoria.
A vasoconstrição induzida pelo frio diminui o fluxo sanguíneo para os tecidos moles, 
por diminuir o diâmetro dos vasos sanguíneos e, quanto menor o diâmetro dos vasos, 
menor a quantidade de sangue fluindo por unidade de tempo. A redução da temperatura 
tecidual, induzida pelo frio, reduz o metabolismo local, que por sua vez reduz a 
26
UNIDADE II │CRIOTERAPIA
necessidade de oxigênio no local. Na fase aguda, essa redução da taxa metabólica é 
bem-vinda, pois o frio pode prevenir as lesões por hipóxia secundária. Agora, vamos 
entender esse conceito.
A lesão primária é caracterizada pelos danos celulares causados por uma lesão, por 
um trauma. Há um consenso no campo da crioterapia de que o efeito terapêutico 
fundamental é a diminuição do metabolismo. A lesão por hipóxia secundária refere-
se aos danos celulares causados às células não lesionadas que estão na periferia da 
lesão. Como esses tecidos moles têm uma janela de tempo muito limitada durante a 
qual podem sobreviver durante a isquêmia (falta de sangue) local e hipóxia (falta de 
oxigênio) local, o período entre a lesão inicial e a primeira aplicação de crioterapia é 
crítico. (BÉLANGER, 2012)
É importante lembrar que, quanto mais cedo possível após a lesão a crioterapia for 
aplicada, maior a contribuição ao reparo dos tecidos.
As contraindicações da crioterapia que precisam ser destacadas segundo Belanger 
(2012) e Knight (1998) são:
 » sobre áreas da pele onde a sensibilidade ao frio está gravemente 
comprometida, pois existe um risco de dano ou queimadura cutânea 
(geladura ou congelamento)
 » hipersensibilidade ao frio, conhecido como alergia ao frio ou urticária 
ao frio. Nessa situação, podem aparecer reações locais na pele (vergões, 
manchas, reações alérgicas sistêmicas, coceira).
 » Doença de Raynaud: trata-se de uma doença vasoespástica e está 
geralmente associada a doenças reumatológicas como lúpus eritematoso 
sistêmico, artritereumatoide, gota úrica, dermatopolimiosite, dentre 
outras. O frio aumenta o risco de aumentar o espasmo vascular que, se 
prolongado, pode agravar a cianose isquêmica.
 » crioglobulinemia: risco de agravamento da condição, que é caracterizada 
pelo agregramento de proteínas séricas nos pequenos vasos distais após 
as aplicações de frio, resultando em comprometimento da circulação 
sanguínea, possivelmente causando isquemia.
 » sobre feridas abertas na derme: risco de tornar mais lento ou atrasar 
o processo de reparo, porque o frio induz uma vasoconstrição dérmica 
vigorosa.
27
CRIOTERAPIA│UNIDADE II
 » sobre áreas com doenças vasculares periféricas: risco de reduzir ainda 
mais o suprimento vascular para a área em decorrência da vasoconstrição 
induzida pelo frio, causando dor desnecessária e possível necrose dos 
tecidos.
Excluir as contraindicações é fundamental para uma aplicação segura dos recursos 
relacionados à crioterapia.
28
CAPÍTULO 2
Métodos de recuperação pós-exercício 
por meio de modalidades terapêuticas
Algumas modalidades terapêuticas podem ser realizadas para a melhora do desempenho 
e prevenção de lesão pós-exercício. A adequada recuperação torna-se um aspecto 
importante de todo programa de condicionamento, tanto para atletas, como técnicos e 
diversos profissionais ligados à área da saúde.
Uma revisão sistemática realizada por Pastre et al. (2009) realiza uma abordagem 
ampla e didática sobre o assunto e será a base para a discussão desse capítulo. Os 
recursos e situações discutidas até o momento foram para uso terapêutico, visando a 
complementação de um tratamento, principalmente pós-trauma. Agora, vamos abordar 
os recursos terapêuticos com objetivo de recuperação pós-treino.
Muitos profissionais negligenciam o tempo necessário para restauração de substratos 
utilizados durante o esforço antes de submeterem-se a um novo esímulo, imagine a 
negligência por parte de leigos e curiosos no assunto. A ausência de estratégia para a 
recuperação caracteriza uma condição inadequada, pois impedem que o organismo se 
mantenha em estado ótimo para realização da prática atlética, limitando o desempenho 
e aumentando os riscos de lesões. Para potencializar a recuperação, tem-se observado, 
na prática, a utilização de vários métodos, como massagem, exercícios ativos, contraste 
e crioterapia. (PASTRE et al., 2009)
Diversos estudos utilizaram a crioterapia com o objetivo de recuperação pós-exercício. 
Desse modo, aparecem protocolos dos mais variados.
Foi utilizado um protocolo com cinco imersões em água e gelo com temperatura de 
5ºC, por 20 minutos, imediatamente após o exercício e, as seguintes, de uma em uma 
hora após o teste. Em outro semelhante protocolo, em relação ao tempo de exposição 
à técnica, utilizaram imersão, uma única vez, a temperatura de 10ºC. Os resultados 
mostraram que não houve significância estática entre os grupos experimentais e o 
controle em ambos os estudos. (PASTRE et al., 2009)
Hidromassagem gelada ou grandes tanques de imersão são os dispositivos mais comuns 
para essas aplicações. O desconforto é uma queixa comum durante a utilização dessas 
modalidades por parte dos atletas. Além de retirar o sujeito da hipotermia, a sensação 
de desconforto e dor pós-atividade física é controlada.
29
CRIOTERAPIA│UNIDADE II
Em uma descrição de resultados positivos, foi utilizado média de 16 minutos de imersão 
em água e gelo com temperatura ente 1ºC e 3ºC. A imersão foi benéfica para tirar o 
sujeito do estado de hipertermia, além de melhorar a sensação de recuperação pós-
exercício, além de obter como resultado diminuição da CK no terceiro e no quarto dia, 
respectivamente, após o esforço. (PASTRE et al., 2009)
Tais fatos estão intimamente relacionados com os efeitos fisiológicos da crioterapia, 
que incluem diminuição da frequência cardíaca e debito cardíaco, aumento da pressão 
arterial e resistência periférica. O aumento da resistência periférica é devido ao sangue 
ser redirecionado para a periferia, de modo a manter a temperatura corpórea. O consumo 
de oxigênio e o metabolismo também aumentaram para auxiliar na manutenção da 
temperatura. (PASTRE et al., 2009)
Além desses efeitos, é importante notar que a crioterapia reduz a permeabilidade 
celular de vasos sanguíneos, linfáticos e capilares devido à vasoconstrição, fazendo com 
que ocorra diminuição da difusão dos fluxos nos espaços intersticiais. Essa cascata de 
respostas é favorável à diminuição da inflamação provocada por danos teciduais, além 
de reduzir a dor, o edema e o espasmo muscular. (KNIGHT, 1998)
Ainda no âmbito fisiológico, nota-se que componentes neurais também são afetados 
com baixas temperaturas. O resfriamento dos tecidos diminui a transmissão nervosa, 
reduzindo a liberação de acetilcolina e, possivelmente, estimulando células superficiais 
inibitórias a aumentar o limiar de dor. Efeitos importantes acontecem no nervo periférico 
como a diminuição da velocidade de transmissão do impulso nervoso com a utilização 
da crioterapia e, consequentemente, redução do nível de percepção de dor (analgesia) 
e reduzir o espasmo muscular. Baixas temperaturas reduzem a sensação de fadiga 
muscular, podendo ser esse um efeito psicológico. Outra hipótese é que a imersão pode 
modificar respostas em nível periférico e central; dessa forma, a redução na sensação de 
fadiga pode estar relacionada com a diminuição da resposta neuromuscular. (KNIGHT, 
1998; PASTRE et al., 2009; ROBERTSON et al, 2009)
Em síntese, alguns autores acreditam que, após exercício de alta intensidade de 
esforço, a crioterapia seja imprópria para a redução de marcadores biológicos, tais 
quais lactato sanguíneo, CK, interleucina-6 e mioglobina, para redução de sinais e 
sintomas como percepção do músculo dolorido e da circunferência do membro, ou, 
ainda para o restabelecimento pleno de funções como amplitude de movimento e torque 
isométrico máximo. Todavia, outros estudos apontam para a capacidade de redução da 
concentração de CK e lactato sanguíneo após esforço intenso. (PASTRE et al., 2009)
30
UNIDADE II │CRIOTERAPIA
Figura 10. Imersão completa em água gelada pós-exercício.
Fonte: <gr8android.rocks>. Acesso em: 3/2/2016.
Apesar de a recuperação ativa ser a técnica mais antiga, em se tratando de recuperação 
pós-exercício, esta ainda vem sendo muito estudada. 
Ainda não existe um consenso na recuperação ativa, ainda não se sabe claramente qual 
o tipo e a intensidade do exercício, bem como o tempo de exposição mais adequado 
para remoção ótima de catabólitos produzidos durante o esforço de alta intensidade. 
Alguns autores acreditam que essa intensidade deve estar entre 20 e 40% do VO2máx, 
outros referem 50% VO2máx. Apesar dessa considerável margem de 20-50% do VO2máx, 
acredita-se que o principal fator relacionado com a prescrição de exercício ativo é a 
capacidade física do sujeito, ressaltando o tempo, o tipo de exercício, bem como a 
intensidade do mesmo para promover eficiente recuperação. (PASTRE et al., 2009)
Provavelmente, a principal razão para diferença de resultados esteja relacionada mais 
com o estado de treinamento dos indivíduos do que com a diferença nos exercícios, 
ou seja, quanto mais alto for o nível de aptidão do sujeito, mais será a intensidade 
do exercício de recuperação para adequada remoção de acido lático. Embora ambos 
os estudos tivessem obtido êxito, os resultados mostraram que a recuperação ativa, 
quando comparada com a passiva, apresenta aumento do volume sistólico e debito 
cardíaco, melhor saturação parcial de oxigênio, aumento do tempo de exaustão e 
potência metabólica. (PASTRE et al., 2009)
A técnica de contraste consiste na alternância de exposição ao frio e calor, com o 
intuito de aumentar o metabolismo e, no esporte, tem sido utilizada nosprocessos 
de recuperação visando, também, a remoção do lactato sanguíneo. Ainda no âmbito 
da termoterapia, observa-se com frequência a utilização da crioterapia, que consiste 
na redução da temperatura tecidual por condução; promove respostas relacionadas 
ao sistema de termorregulação do corpo, podendo tanto aumentar como diminuir o 
31
CRIOTERAPIA│UNIDADE II
metabolismo. Esse método tem sido usado tradicionalmente para auxiliar o fluxo 
sanguíneo periférico, devido a observações de alterações no fluxo sanguíneo, por meio 
da alternância de frio e calor. Como os vasos sanguíneos sofrem constrição na água fria 
e dilatação na água quente, o método de imersão com contraste era visto como uma 
“ginástica vascular passiva”. (BÉLANGER, 2012)
Em estudo com 14 sujeitos fisicamente ativos, concluíram que o contraste utilizado por 
15 minutos demostra melhor sensação de recuperação, quando comparado com o grupo 
recuperação ativa, embora a remoção do lactato sanguíneo não tivesse significância 
estática entre esses dois grupos. Estudos recentes também mostram a efetividade da 
técnica, ratificando a informação de que o contraste acelera a remoção de catabólitos 
produzidos durante alta intensidade de esforço. Além disso, descrevem o relaxamento 
da musculatura esquelética e melhora da percepção subjetiva de recuperação com a 
aplicação da técnica. A partir dos achados, alguns autores puderam concluir que a 
acelerada remoção do acido lático se deve ao efetivo de vasoconstrição e vasodilatação 
promovido pela técnica. Além desses efeitos, supõem-se que a pressão hidrostática da 
água pode influir na remoção desses catabólitos. É importante ressaltar que, quanto 
mais rápida a eliminação do lactato sanguíneo, mais eficaz a recuperação. Devido ao 
número reduzido de estudos, não e adequado afirmar sua efetividade como ferramenta 
de recuperação. Existem relatos que a técnica em relação ao tratamento de lesões está 
fundamentada, mas quando se trata de acelerar o processo de recuperação, não se 
conhecem os verdadeiros efeitos fisiológicos. Portanto, faz-se necessário atentar para 
os aspectos metodológicos, como número de repetições (quente/frio), tempo total da 
técnica de variação de temperatura da água. (PASTRE et al., 2009)
Tratam-se de vídeos com descrições de recuperação ativa pós-exercícios
Video1:
<http://globoesporte.globo.com/eu-atleta/noticia/2012/10/voce-sabe-o-que-
e-recuperacao-ativa.html>.
Video 2:
<http://www.suacorrida.com.br/treino-finisher/recuperacao-ativa-o-esforco-
que-faz-a-diferenca/>.
Outra técnica utilizada amplamente no meio esportivo é a massagem, definida como 
manipulação mecânica dos tecidos do corpo com movimentos rítmicos e cadenciados. 
Os objetivos são a redução da dor e do edema e a aceleração da remoção de lactato, pelo 
aumento de fluxo sanguíneo. (MORRIS, 1997)
32
UNIDADE II │CRIOTERAPIA
Muitos profissionais ligados à área da medicina do esporte, baseados em observações 
e experiência prática, acreditam que a massagem pode apresentar efeitos benéficos, 
em se tratando de recuperação pós-exercício. Com isso, vários estudos mostram que a 
técnica, apesar de muito utilizada, não tem suas reais potencialidades definidas. Isso se 
deve a grande variedade de protocolos utilizados. (PASTRE et al., 2009)
Tais protocolos são referentes à população de estudo, tipo, duração e pressão da 
técnica aplicada. Em estudo com 10 sujeitos, aplicaram massagem por 10 minutos 
imediatamente após 60 repetições de flexão do cotovelo e observaram redução no pico 
da concentração de CK, quando comparada com a do grupo controle. A massagem 
constitui de deslizamentos, amassamentos e fricções por todo o membro superior. 
(PASTRE et al., 2009)
Em contradição, em outra pesquisa, aplicaram a massagem a fim de investigar os reais 
efeitos do fluxo sanguíneo na pele e no musculo, além da sensação de fadiga após o 
exercício isométrico. Como resultado, destacaram que a circulação sanguínea aumenta 
na região tratada e que a sensação de fadiga muscular é menor quando comparada 
com o grupo controle. A massagem alivia a dor muscular tardia, devido ao aumento do 
fluxo sanguíneo e do fluxo linfático, diminuindo a água intramuscular e a sensação de 
dor. Com isso, acelere a remoção de catabólitos, consequentemente, reduz o tempo de 
recuperação.
Contudo, apesar de a massagem ser utilizada com o intuito de reduzir o tempo de 
recuperação do atleta, melhorando seu desempenho e até de prevenir lesões relacionadas 
ao esforço, seus resultados ainda não são claros, devido, principalmente, a utilização de 
diversos protocolos. Um dos vieses para análise da resposta das técnicas e comparação 
entre as mesmas diz respeito à pressão exercida sobre a estrutura a ser analisada. 
(PASTRE et al. 2009)
Trata-se de um vídeo com um vídeo aula a introdução a inflamação
<https://www.youtube.com/watch?v=z9GE_x_uiEo>.
33
UNIDADE IIICALOR
O calor pode ser utilizado de maneira terapêutica para diversas situações clínica e com 
diversas modalidades. Nessa unidade, serão abordados os efeitos fisiológico do calor e 
seus respectivos efeitos terapêuticos, bem como suas contraindicações. Os recursos que 
utilizam o calor como forma terapêutica são chamados de agentes térmicos ou agentes 
da termoterapia. A abordagem da unidade será baseada nos recursos da termoterapia 
superficial, especialmente no calor úmido, por meio de compressas.
CAPÍTULO 1
Efeitos fisiológicos e efeitos terapêuticos 
do calor
O calor terapêutico provoca alterações teciduais no organismo; esse conjunto complexo 
de alterações denomina se efeitos fisiológicos. Consequentemente, o conjunto de efeitos 
fisiológicos promovidos pelo calor, quando prescrito de maneira adequada, vão levar 
aos efeitos terapêuticos por meio de benefícios clínicos importantes. O aumento da 
taxa metabólica é promovido com a elevação da temperatura. O metabolismo pode 
ser definido de uma maneira bem simples, como um conjunto de reações químicas 
que ocorrem no organismo, e a mudança de temperatura por meio de recursos físicos 
promoverá alterações metabólicas. Com temperaturas acima de 45ºC, ocorre muito dano 
proteico e há destruição de células e tecidos e, com temperaturas baixas, o metabolismo 
é progressivamente reduzido e ocorre destruição de tecido caso o congelamento ocorra. 
O calor terapêutico promove os efeitos fisiológicos em uma temperatura entre 40-
42°C. A absorção da energia térmica promoverá alterações fisiológicas locais que, como 
consequência, levarão a efeitos terapêuticos, ou seja, os benefícios clínicos propriamente 
ditos. (ROBERTSON et al., 2009)
O primeiro efeito do calor que vem à tona pelos profissionais da área da saúde é a 
vasodilatação. Nada mais justo, já que o calor tem a capacidade física de expansibilidade 
dos materiais, além de promover a liberação de histamina, uma proteína de baixo 
34
UNIDADE III │CALOR
peso molecular vasodilatadora. Clinicamente, o que importa é a consequência da 
vasodilatação e do aumento do fluxo sanguíneo: o aumento do aporte de oxigênio (O2) 
e do aporte de nutrientes. 
E terapeuticamente, qual a importância do aumento do aporte de O2? 
Resposta: no espasmo muscular. 
O espasmo muscular é um sinal clínico comum nas afecções da coluna vertebral 
e vem acompanhado de isquemia e dor. Pelo fato de o ventre muscular ser uma 
estrutura extremamente vascularizada, a tensão exercida por ele caracteriza a 
isquemia e esta promove a liberação de radicais livres (toxinas) que sensibilizam 
os receptores de dor. É importante que o fisioterapeuta determine os ventres 
musculares espasmados, sua localização e a relação desses músculos com a 
afecção em questão. O caráter propedêutico da dor decorrente de um espasmo 
muscular é a dor em “repuxe”. 
O diagnósticodiferencial de um sintoma de espasmo, mais a presença de um 
ponto gatilho, é fundamental para um prognóstico favorável.
O aumento da permeabilidade capilar é mais um efeito fisiológico do calor 
decorrente da vasodilatação; o capilar é um vaso microscópico, altamente 
permeável. A permeabilidade seletiva pode favorecer a nutrição ou a drenagem 
tecidual, dependendo da situação clínica. 
No caso de edema residual, conhecido como edema crônico, que é um edema duro à 
palpação, a reabsorção é difícil, pois se trata de um edema fibrótico, em que ocorreu 
uma polimerização das proteínas liberadas na fase aguda (fase inflamatória). O 
calor, aumentando a permeabilidade capilar favorecerá a reabsorção dos catabólitos, 
consequentemente, favorecendo a reabsorção do edema. 
É fundamental que, em uma situação de reabsorção de catabólitos, o fisioterapeuta 
elabore e prescreva estratégias de drenagem associadas. 
O calor terapêutico promove o aumento da extensibilidade tecidual e a diminuição da 
viscosidade dos fluidos, efeitos fisiológicos que auxiliarão na prevenção de retrações 
cicatriciais antes das prescrições de mobilizações articulares, terapias miofasciais, 
técnicas de mobilização neural e alongamentos, ou seja, são efeitos que preparam os 
tecidos para técnicas manuais ou cinesioterápicas. 
Para favorecer o controle da dor, o calor terapêutico normaliza a velocidade de condução 
nervosa das fibras sensitivas em uma situação de clínica com presença de dor. As 
35
CALOR│ UNIDADE III
fibras sensitivas estão hiperexcitadas e essa hiperexcitação precisa ser inibida. O calor, 
fisiologicamente, tem a capacidade de trazer essa hiperexcitabilidade para um padrão 
próximo da normalidade. 
Dentre os recursos terapêuticos utilizados na termoterapia superficial, destaca-se o 
infravermelho e a bolsa térmica, com mecanismos de transferência de calor por meio 
da irradiação e condução, respectivamente. O tempo de aplicação recomendado para os 
recursos da termoterapia superficial é de 20 a 30 minutos e, dessa forma, o recurso irá 
promover os efeitos fisiológicos desejados.
Tabela 3. Efeitos fisiológicos do calor e a correlação com os efeitos terapêuticos.
EFEITOS FISIOLÓGICOS DO CALOR EFEITOS TERAPÊUTICOS DO CALOR
Vasodilatação, aumento do fluxo sanguíneo e aumento do aporte de 
oxigênio e nutrientes.
Diminuição do espasmo muscular (relaxamento muscular).
Aumento da permeabilidade do capilar. Reabsorção dos catabólitos (reabsorção do edema).
Aumento da extensibilidade tecidual e diminuição da viscosidade dos 
fluídos.
Prevenir retrações cicatriciais (aderências da cápsula articular)
* efeito importante para favorecer o aquecimento do pré-exercício.
Normalização da velocidade de condução nervosa das fibras 
sensitivas.
Favorecer o controle da dor (analgesia local).
Fonte: própria autoria.
A exclusão das contraindicações é fundamental para uma terapia segura e sem 
intercorrências, e cada uma delas será comentada a seguir. 
 » Fase aguda – é caracterizada por: hemorragia; aumento do metabolismo 
local; liberação de proteínas de baixo peso molecular, principalmente 
histamina, que é responsável pela vasodilatação, e prostaglandina, 
substância responsável por sensibilizar os receptores de dor. As alterações 
fisiológicas da fase aguda coincidem com os efeitos fisiológicos do calor, 
portanto qualquer modalidade terapêutica relacio nada ao calor irá 
potencializar as alterações da fase aguda. 
 » Processos infecciosos – o calor favorecerá a proliferação de 
microrganismos; o aumento do metabolismo promovido pela temperatura 
do recurso escolhido favorece a proliferação de bactérias e fungos em 
qualquer tipo de infecção. 
 » Febre – é uma contraindicação relativa e é dependente do diagnóstico e 
da temperatura do recurso prescrito. O sistema termorregulador do corpo 
humano não é 100% eficaz, tendo a temperatura central média de 36,5°C, 
podendo ocorrer uma variação de 0,6°C acima ou abaixo da temperatura 
36
UNIDADE III │CALOR
média, sem o corpo perder o equilíbrio térmico. Febre acima de 38°C é 
uma contraindicação absoluta. 
 » Trombose venosa profunda (TVP) – é uma doença potencialmente 
grave, causada pela formação de coágulos (trombos) no interior das 
veias profundas. O calor pode promover o desprendimento do trombo 
e favorecer a formação de um êmbolo. É importante uma anamnese 
detalhada para excluir a presença ou histórico de trombose. 
 » Neoplasia – o calor pode favorecer o crescimento das células neoplásicas 
e, consequentemente, a metástase. Esse crescimento pode ter relação 
com o aumento da taxa metabólica promovido pelo calor. 
Figura 11. Exemplo de aplicação de compressa quente no músculo trapézio.
Fonte: <http://kilorias.band.uol.com.br/termoterapia-quando-devo-usar-compressas-quentes/>. Acesso em: 10/11/2015.
Figura 12. Exemplo de aplicação de toalha quente no músculo quadrado lombar.
Fonte: <http://quintessenciatni.blogspot.com.br/2014/05/toalhas-quentes-excelente-opcao.html>. Acesso em: 10/11/2015.
37
UNIDADE IVHIDROTERAPIA
A água sempre foi muito utilizada e respeitada pela maioria dos povos antigos. Sua 
utilização parece ter contemplado vários propósitos, entre eles, o curativo. Sabe-se que 
os japoneses, assim como chineses, gregos e romanos, faziam uso dos banhos muito 
tempo antes de Cristo. Naquela época, a utilização da água como meio terapêutico 
também estava ligada a prática místicas. Atualmente, a crescente popularidade e o 
reconhecimento do valor das atividades em meio líquido vem associados a preocupação 
dos profissionais que atuam na área do exercício físico em fundamentar com base 
científicas, a prescrição e periodização pertinentes a esses contexto.
Os princípios físicos da água e os efeitos fisiológicos da imersão permitem aos indivíduos, 
sob as mais diversificadas limitações, realizar movimentos dentro de suas capacidades 
físicas, sem os mesmos riscos de sobrecarga que ocorreriam se estivessem exercitando 
em terra. As habilidades motoras como coordenação, equilíbrio, força e extensibilidade 
muscular podem ser otimizadas no ambiente aquático por meio de diversas modalidades. 
O exercício no ambiente aquático promove efeitos bastante distintos comparado com o 
exercício no ambiente terrestre, e é essa abordagem dessa unidade.
38
CAPÍTULO 1
Propriedades físicas da água, sua 
aplicação prática e correlação clínica
As propriedades físicas da água justificam terapeuticamente as vantagens e desvantagens 
clínicas no ambiente aquático. Esse é o objetivo desse capítulo: realizar uma viagem pelos 
princípios físicos da água (hidroestática e hidrodinâmica) e permitir uma correlação 
clínica. Vamos iniciar pela densidade e pela flutuação.
Segundo Ruoti (2000), a densidade de uma substância é a relação entre sua massa e seu 
volume e é expressa em kg/m ou g/cm. Além da densidade, as substâncias são definidas 
pela sua gravidade específica, ou melhor, a relação entre a densidade da substância e 
da água.
A água pura tem por sua gravidade específica igual a 1, quando a 4°C, em que se 
encontra com maior densidade. Ela expande tanto em temperaturas mais altas quanto 
em temperaturas mais baixas e, por esta razão, o gelo é menos denso do que a água e 
flutua. (figura 13)
Figura 13. Representação da densidade, apesar do chumbo e as penas terem o mesmo peso, a densidade 
diferente entre os objetos demostra a diferença de volume.
Fonte: RUOTI, 2000.
Nos flutuamos mais facilmente no mar do que na piscina devido ao sal que 
modifica a densidade.
39
HIDROTERAPIA │ UNIDADE IV
Temos o corpo com densidade, de uma maneira geral menor do que a água, com 
gravidade específica média de 0,974 (flutuação – pois desloca um volume de água que 
pesa ligeiramente mais do que o corpo, forçando o corpo paracima por uma força igual 
ao volume de água deslocada). (SACCHELLI; RADL; ACCACIO, 2007)
Segundo Campion (2000), podemos ainda citar algumas considerações importantes 
sobre a densidade com uma visão prática, considerando que a densidade relativa (ou 
gravidade específica) do corpo humano vai variar com a idade, exemplos:
 » Crianças: 0.86.
 » Adolescentes e adultos: 0.97.
 » Idosos: 0.86.
A criança flutua com mais facilidade porque tem mais porcentagem de gordura 
e menos massa muscular e óssea. Os idosos também flutuam com mais 
facilidade pois com a idade eles vão perdendo massa óssea e muscular, mesmo 
os com pouco de porcentagem de gordura. As mulheres geralmente têm menos 
densidade que os homens pois têm maior porcentagem de gordura e menos 
massa muscular.
Apesar de o corpo humano ser constituído principalmente por água, a densidade deste 
é ligeiramente menor do que a da água (média de 0.97). Consideramos ainda que cada 
parte e tecido individuais possuem suas próprias densidades. Os membros superiores 
(MMSS) geralmente são menos densos que os membros inferiores (MMII), portanto, 
braços flutuam com maior facilidade à medida que as pernas tendem a afundar. A massa 
corporal magra, que inclui os ossos, músculos, tecidos conjuntivos e órgãos, tem uma 
densidade típica de 1.1, enquanto a massa gorda, que inclui toda a gordura essencial 
mais a gordura que excede as necessidades essenciais, tem uma densidade igual 0.90 
(por isso o obeso flutua com mais facilidade). (ROUTI, 2000)
Os MMII são mais densos por ter maior massa óssea (ossos grandes e compactos) 
e muscular, e geralmente tem menos porcentagem de gordura, principalmente 
os homens. O tórax flutua com mais facilidade pois tem menos massa óssea e 
muita água. As vísceras têm maior densidade que a água mas tem muita gordura 
que facilita a flutuação. A contração muscular aumenta a densidade. Pessoas 
com problemas neurológicos que interferem ao tônus (aumento do tônus – 
hipertonia) tem dificuldade de flutuar.
40
UNIDADE IV │ HIDROTERAPIA
Figura 14. Exemplos de sinais clínicos com tendência para afundar ou tendência para flutuar.
Fonte: AST, 2000.
Para discutir a flutuação, teremos que relembrar o princípio de Arquimedes: quando 
um corpo esta completamente ou parcialmente imerso em um líquido em repouso, ele 
sofre um empuxo para cima igual ao peso do líquido deslocado.
Empuxo é a força exercida pela água com intensidade igual ao peso do volume de água 
deslocado pelo corpo submerso (ou parcialmente submerso), com sentido para cima. 
(RUOTI, 2000; SKINNER, 1985)
A flutuação é o resultado da força experimentada como empuxo para cima, que atua 
em sentido oposto a força de gravidade. Um corpo na água esta, portanto, submetido a 
duas forças opostas. A gravidade, atuando através do centro da gravidade; e a flutuação, 
através do centro de flutuação, que é o centro da gravidade do líquido deslocado. 
O empuxo empurra sempre para cima por isso promove aumento do espaço 
articular. Por esse motivo, pacientes com determinadas patologias, conseguem 
fazer certos movimentos dentro da água e fora não. O idoso flutua com mais 
facilidade porque tem menos massa muscular e óssea e porque não tem força 
para controlar o empuxo que o faz subir e flutuar.
Agora chegou a vez da pressão hidrostática que é definida como a pressão exercida 
pelas moléculas de um líquido sobre a superfície de um corpo imerso por igual. A lei de 
Pascoal afirma que a pressão do líquido é exercida igualmente sobre toda a superfície 
de um corpo imerso em repouso a uma dada profundidade. (RUOTI, 2000)
41
HIDROTERAPIA │ UNIDADE IV
Figura 15. Representação esquemática da porcentagem de descarga de peso nas articulações de acordo com 
o nível de profundidade de imersão.
Fonte: (BATES; HANSON, 1998).
A pressão hidroestática aumenta com o aumento da densidade do líquido e com o 
aumento da profundidade. (BATES; HANSON, 1998)
Paciente com problema circulatório de MMII é melhor trabalhar no fundo pois 
favorece o retorno venoso, pois quanto aumenta a profundidade aumenta a 
pressão. A pressão hidroestática é “similar” a compressão de uma meia elástica, 
favorece o aumento do fluxo sanguíneo (retorno venoso).
Paciente com falência respiratória não pode ir pra água pois se não consegue 
respirar direito fora da água, dentro da água vai ser pior pois tem que vencer a 
resistência da água, assim aumenta a frequência respiratória. Já pacientes com 
problemas respiratórios sobre controle, é indicado ir para água para reforçar os 
músculos respiratórios.
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UNIDADE IV │ HIDROTERAPIA
Figura 16. Representação da pressão hidrostática.
Fonte: autoria própria.
Figura 17. Representação esquemática dos princípios flutuação, pressão hidrostática e força gravitacional.
Fonte: (BATES; HANSON, 1998).
Tensão superficial é a força exercida entre as moléculas de um líquido. A força é 
provavelmente devido à coesão entre as moléculas e se manifesta sob a forma de uma 
pele elástica na superfície de um líquido (ou similar a uma membrana sobre tensão – 
como um contorno). (RUOTI, 2000)
A tensão superficial atua como uma resistência ao movimento quando um membro é 
parcialmente submergido, de vez que a tensão tem que ser rompida pelo movimento, 
porém o efeito é leve e de valor apenas se os músculos pequenos ou fracos. 
43
HIDROTERAPIA │ UNIDADE IV
A tensão superficial é importante para pessoas com problemas proprioceptivos.
A reflexão e a refração são caracterizadas pela luz, ao atravessar um meio diferente, 
que sofre um desvio na sua direção de propagação exatamente na fronteira entre estes 
meios (água/ar). Este fenômeno é conhecido com refração. Ele explica porque nossas 
pernas parecem menores dentro da piscina, por exemplo, e esse é um fato importante 
quando precisamos trabalhar com estímulo visual.
Trabalho de marcha – pacientes que andam dentro da piscina, devido a todos 
esse efeitos, faz a marcha diferente e as vezes até reforçam uma deficiência. Para 
isso não acontecer, o fisioterapeuta tem que observar de dentro da piscina ou até 
mesmo totalmente submerso para observar esses tipos de movimentos finos.
Figura 18. Reflexão e refração – dificuldade na orientação e correção da prescrição de exercícios.
Fonte: <physics.tutorvista.com>. Acesso em: 10/11/2015.
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UNIDADE IV │ HIDROTERAPIA
Figura 19. Reflexão e refração – dificuldade na orientação e correção da prescrição de exercícios.
Fonte: <csep10.phys.utk.edu>. Acesso em: 10/11/2015.
Todos os líquidos compartilham uma propriedade chamada viscosidade, que se refere 
à magnitude do atrito interno do líquido (suas moléculas) e causa resistência ao fluxo 
do líquido. Esse atrito exprime a viscosidade ou a facilidade com a qual o líquido flui e 
por essa razão apenas é observável quando o líquido esta em movimento. (CAMPION, 
2000)
A viscosidade atua como uma resistência ao movimento, de vez que as moléculas de um 
líquido tendem a aderir à superfície de um corpo movendo-se através dele. Quando um 
objeto move-se através de um líquido de alta viscosidade, há maior turbulência a uma 
dada velocidade e, portanto, maior resistência ao movimento. (RUOTI, 2000)
Um mingau é mais viscoso que a água.
O aumento da velocidade ao movimento, aumenta a viscosidade e aumenta a 
resistência.
A turbulência é a redução de pressão pela movimentação do fluido. Quando um objeto se 
move através da água, ele encontra resistência. A resistência é composta de dois componentes: 
onda ascendente e onda descendente. (SACCHELLI; RADL; ACCACIO, 2007)
A onda ascendente é a pressão positiva na frente do objeto que se move; esta resiste 
ao movimento para frente do objeto. A onda descendente é a pressão negativa, criada 
diretamente atrás do objeto. Forma-seuma área de baixa pressão que cria turbulência 
eportanto, suga o objeto.
Turbulência é o termo usado para descrever os rodamoinhos que seguem um objeto em 
movimento na água; o grau de turbulência depende da velocidade do movimento e a 
forma do corpo influencia na produção da turbulência.
45
HIDROTERAPIA │ UNIDADE IV
Uma vez que qualquer movimento gera turbulência, esta pode ser utilizada na 
hidroterapia tanto para auxiliar quanto para impor uma resistência aos movimentos.
Pata com seus patinhos na lagoa: a pata move suas patinhas para se mover na 
água, promovendo a onda ascendente, enquanto os seus patinhos vão na aba 
de sua mãe pata, eles não precisam mover suas patinhas para se movimentar; 
eles são sugados pela onda descendente que se forma atrás.
Para puxar o paciente, o fisioterapeuta deve andar na frente dele para formar a 
onda descendente que irá suga-lo.
Pranchas, luvas etc. (promovem os rodamoinhos) e aumenta a superfície de 
contato, que aumenta a turbulência.
Ao andar na piscina encontramos resistência, que pode aumentar se ocorrer 
também o aumento da velocidade ou colocar duchas como resistência de 
oposição ao movimento.
Fluxo laminar trata-se de linhas aerodinâmicas de moléculas em padrões uniformes e 
regulares. No fluxo turbulento, o movimento das moléculas é rápido, aleatório e não 
acontece em uma linha aerodinâmica; esse tipo de fluxo cria movimentos de retorno e 
rodamoinhos. (BATES; HANSON, 1998)
Quando um objeto move-se em relação a um líquido, ele é submetido aos efeitos 
resistivos do líquido. Essa força chamada força de arrasto é causada pela viscosidade 
do líquido e da turbulência quando presente. Isso é importante também para resposta 
proprioceptiva
O princípio do metacentro preocupa-se com o equilíbrio na água e está sujeito a duas 
forças opostas – gravidade e flutuabilidade. Se o peso do corpo flutuante iguala-se ao 
peso do líquido deslocado e as duas forças estão na mesma linha vertical, não haverá 
movimento, estando o corpo em equilíbrio. Entretanto, quando as forças de gravidade e 
flutuabilidade forem diferentes e estiverem desalinhadas, haverá movimento, que será 
sempre de rotação. A rotação continuará até que as forças estejam alinhadas. O controle 
das rotações se faz importante quando falamos de atividades na água. (SACCHELLI; 
RADL; ACCACIO, 2007; RUOTI, 2000)
Achar o metacentro é achar o ponto de equilíbrio máximo e aproximar os pontos 
de gravidade e flutuabilidade. Quanto mais esses pontos se afastam, mais difícil 
achar esse ponto de equilíbrio e vice-versa. Muitas pessoas não conseguem 
flutuar porque não acham esse ponto de equilíbrio e a tendência é sempre rolar 
para a direita ou esquerda.
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UNIDADE IV │ HIDROTERAPIA
Figura 20. Representação do princípio do metacentro e situações com tendência a 
rotações no ambiente aquático.
Fonte: (AST, 2000).
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CAPÍTULO 2
Efeitos fisiológicos da imersão
As respostas fisiológicas a imersão em repouso foram descritas em mais de 3.000 
anos de escritos médicos deixados pelos persas, hindus, gregos, egípcios e chineses. O 
trabalho científico moderno detalha os mecanismos por trás dos efeitos. Dois sistemas 
serão tratados nessa unidade: o cardiovascular e o renal.
Efeitos cardiovasculares da imersão
O conjunto de respostas cardiovasculares a imersão, incluindo bradicardia, 
vasoconstrição periférica e desvio preferencial do sangue para áreas vitais, é 
coletivamente conhecido como reflexo de mergulho. A extensão da bradicardia é usada 
como um índice da profundidade do reflexo. O reflexo de mergulho ocorre em resposta 
a uma variedade de condições de imersão: imersão da face, como quando se lava o 
rosto; imersão do corpo com a cabeça fora da água, como durante exercício e terapia 
na água, e imersão completa durante a natação embaixo da água, como em mergulho 
prendendo a respiração e mergulho autônomo. 
Quais as características do reflexo de mergulho? Quando acontece? Quais os 
cuidados práticos em relação a essas providências do organismo? 
O reflexo de mergulho, também chamado de ajustes cardiovasculares da imersão, 
promove no organismo em uma situação de contato com água, considerando as 
devidas proporções desse contato: bradicardia, desvio preferencial do sangue 
para os grandes vasos toracoabdominais e vasoconstrição. O cuidado prático 
principal é em indivíduos hipertensos, pois a vasoconstrição pode favorecer um 
aumento da pressão arterial no momento da imersão. A orientação de tomar 
uma ducha antes da imersão minimiza as providências do reflexo de mergulho. 
Essas providências do reflexo de mergulho podem permanecer ou modificar, de 
acordo com a temperatura da água. 
A bradicardia resultante do reflexo de mergulho não reduz a demanda de oxigênio para 
proteger os seres humanos da hipóxia ou estender o tempo de retenção da respiração 
e não se constatou que contribua para a sobrevida após o quase afogamento em água 
fria. Estando a pessoa inconsciente, o metabolismo mais provável nos casos ocasionais 
de sobrevida. O papel desse reflexo nos seres humanos que nadam em água fresca e 
fria é principalmente a conservação de calor por meio da vasoconstrição periférica e, 
secundariamente, uma manobra reguladora para manter a pressão arterial. (RUOTI, 
2000)
48
UNIDADE IV │ HIDROTERAPIA
O frio produz dois efeitos principais para abaixar a frequência cardíaca. Receptores 
ao frio distribuídos trigeminalmente disparam bradicardia reflexa neural, e a 
vasoconstrição induzida pelo frio desvia sangue para o tórax, aumentando o retorno 
venoso. O retorno venoso aumentando eleva o enchimento atrial, a contratilidade por 
meio do mecanismo de Starling e o volume contração. Para manter o debito cardíaco, 
a frequência cardíaca cai de maneira reflexa. (RUOTI, 2000)
A maioria dos pesquisadores constatou que a bradicardia apneia, induzida pela 
imersão de face e imersão de corpo inteiro, e dependente da temperatura mais baixa, 
potencializando a resposta bradicárdica, mas somente ate certo ponto. A imersão de face 
em agua entre 20ºC e 10ºC não produziu nenhuma diferença na frequência cardíaca, 
e parece haver um limite inferior de 10ºC antes que uma resposta pressórica eleve a 
frequência cardíaca. A magnitude da bradicardia humana também foi constatada como 
sendo diretamente proporcional a temperatura da pele do corpo. A imersão com cabeça 
de fora em água morna (36ºC e 37ºC) aumenta a frequência cardíaca por causa da 
vasodilatação periférica induzida pelo calor. (SACCHELLI; RADL; ACCACIO, 2007) 
A extensão da vasoconstrição nos membros é inversamente proporcional à temperatura 
da água. A vasoconstrição aumenta com temperatura decrescente. Água, a uma 
temperatura acima de 20ºC, mais baixo de 40ºC, pode não ter nenhum efeito sobre 
o fluxo sanguíneo periférico durante a imersão. A água mais morna aumenta a 
vasodilatação periférica, o que atua no resfriamento.
A gravidade opera por completo embaixo da água, mas seus efeitos são menores. O efeito 
reduzido da gravidade desvia sangue e líquido dos membros inferiores para a parte superior 
do corpo (tórax), iniciando imediatamente após a exposição e atingindo um máximo em 24 
horas. A centralização aumentada do volume sanguíneo e de líquido aumenta o retorno 
venoso, o que estimula os barorreceptores, aumenta o enchimento cardíaco e o volume 
contração e reduz de forma reflexa frequência cardíaca. (RUOTI, 2000)
Embora os desvios líquidos em direção à cabeça sejam popularmente atribuídos ao 
gradiente de pressão hidrostática, com maior pressão em maiores profundidades, 
comprimindo o sangue dos pés para a cabeça, a pressão da água não comprime 
progressivamente o sangue para cima. O aumento da pressão da água com a 
profundidade e quando idêntico ao aumento na pressão arterial em direção a parte do 
corpo

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