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2013 AdministrAção de recursos HumAnos Profa. Gecelene Cíntia Lopes Copyright © UNIASSELVI 2013 Elaboração: Profa. Gecelene Cíntia Lopes Revisão, Diagramação e Produção: Centro Universitário Leonardo da Vinci – UNIASSELVI Ficha catalográfica elaborada na fonte pela Biblioteca Dante Alighieri UNIASSELVI – Indaial. 658.3 L864a Lopes, Gicelene Cíntia Administração de recursos humanos / Gecelene Cítia Lopes. Indaial : Uniasselvi, 2013. 180 p. : il ISBN 978-85-7830- 693-9 1. Administração de recursos humanos. I. Centro Universitário Leonardo da Vinci. III ApresentAção Caro(a) acadêmico(a)! É bastante evidente que a era pós-moderna trouxe muitas mudanças. Isso não é mais novidade para ninguém. A notícia está justamente na velocidade surpreendente com que essas mudanças acontecem! Pessoas e empresas estão vivamente interessadas em aprender e reaprender conceitos que possam servir de referenciais para dar conta das novas exigências de um cenário que demanda respostas rápidas. Nesse sentido, os conceitos teóricos que permeiam os processos administrativos também vão se ajustando a esse novo fazer, apontando caminhos que possam ser trilhados por aqueles que estão à frente de uma organização, com o objetivo de torná-la lucrativa e sustentável. O caderno que você tem em mãos já é a concretização desse novo pensamento da era pós-moderna e visa criar estímulos poderosos para que você, leitor, vá incorporando as mudanças e percebendo o novo cenário que se apresenta. A Unidade 1 apresenta conceitos básicos de relações humanas, demonstrando como essas relações se constituem no ambiente de trabalho e quais são as formas mais adequadas para manter as equipes unidas, motivadas e produtivas. Já a Unidade 2 apresenta conceitos e práticas a respeito de grupos e equipes; quais são as melhores formas de se fazer diagnósticos para intervir nesses grupos e como os conflitos entre as pessoas podem ser transformados em pontos positivos capazes de gerar novas percepções para que os membros se relacionem de modo a cooperar uns com os outros. Finalmente, a Unidade 3 fornece um panorama sobre os tipos, os objetivos e as características particulares de cada teoria motivacional. Diferentes autores apresentam abordagens distintas sobre como as pessoas podem ser inspiradas e motivadas em seu ambiente de trabalho. Ainda nessa mesma unidade abordaremos sobre a gestão do tempo, apresentando, além do conceito, estratégias eficazes de como gerir melhor esse recurso tão precioso. Desejamos, caro acadêmico, que esse Caderno de Estudos seja o seu companheiro de jornada nessa fascinante viagem de novas aprendizagens. Como refletiu certa vez o literato alemão Johannes von Goethe: “Se você pensa que pode ou sonha que pode, comece. Imaginação tem muito de genialidade, poder e mágica. Ouse fazer e o poder lhe será dado”. Profa. Gecelene Cíntia Lopes IV Você já me conhece das outras disciplinas? Não? É calouro? Enfim, tanto para você que está chegando agora à UNIASSELVI quanto para você que já é veterano, há novidades em nosso material. Na Educação a Distância, o livro impresso, entregue a todos os acadêmicos desde 2005, é o material base da disciplina. A partir de 2017, nossos livros estão de visual novo, com um formato mais prático, que cabe na bolsa e facilita a leitura. O conteúdo continua na íntegra, mas a estrutura interna foi aperfeiçoada com nova diagramação no texto, aproveitando ao máximo o espaço da página, o que também contribui para diminuir a extração de árvores para produção de folhas de papel, por exemplo. Assim, a UNIASSELVI, preocupando-se com o impacto de nossas ações sobre o ambiente, apresenta também este livro no formato digital. Assim, você, acadêmico, tem a possibilidade de estudá-lo com versatilidade nas telas do celular, tablet ou computador. Eu mesmo, UNI, ganhei um novo layout, você me verá frequentemente e surgirei para apresentar dicas de vídeos e outras fontes de conhecimento que complementam o assunto em questão. Todos esses ajustes foram pensados a partir de relatos que recebemos nas pesquisas institucionais sobre os materiais impressos, para que você, nossa maior prioridade, possa continuar seus estudos com um material de qualidade. Aproveito o momento para convidá-lo para um bate-papo sobre o Exame Nacional de Desempenho de Estudantes – ENADE. Bons estudos! NOTA V VI VII UNIDADE 1 - HISTÓRIA E CONCEITO DE RELAÇÕES HUMANAS ....................................1 TÓPICO 1 - VIVENDO EM UM MUNDO DE MUDANÇAS ......................................................3 1 INTRODUÇÃO ...................................................................................................................................3 2 COMO E QUANDO SURGIU O CONCEITO DE RELAÇÕES HUMANAS .........................4 2.1 NECESSIDADES HUMANAS BÁSICAS ...................................................................................5 2.2 ENTENDENDO O PAPEL DO PROCESSO DE ADMINISTRAR NAS ORGANIZAÇÕES ................................................................................................................6 2.3 ALGUMAS CONSIDERAÇÕES SOBRE AS CARACTERÍSTICAS DAS ORGANIZAÇÕES ................................................................................................................6 2.4 SOBRE A IMPORTÂNCIA DAS ORGANIZAÇÕES ................................................................7 2.5 ENTENDENDO UM POUCO DA INTERAÇÃO ENTRE PESSOAS E ORGANIZAÇÕES ......................................................................................................................7 2.6 A NATUREZA HUMANA E SUA COMPLEXIDADE.............................................................8 LEITURA COMPLEMENTAR .............................................................................................................9 RESUMO DO TÓPICO 1......................................................................................................................12 AUTOATIVIDADE ...............................................................................................................................14 TÓPICO 2 - FATORES INTRA E INTERPESSOAIS E SUAS IMPLICAÇÕES PARA O RELACIONAMENTO HUMANO ..............................................................15 1 INTRODUÇÃO ...................................................................................................................................15 2 O PROCESSO DE COMUNICAR E A SUA IMPORTÂNCIA NO CONTEXTO EMPRESARIAL ...................................................................................................16 2.1 A COMUNICAÇÃO NAS EMPRESAS ......................................................................................16 2.2 COMUNICAÇÃO E A INFLUÊNCIA HUMANA ...................................................................16 2.3 A COMUNICAÇÃO INTRA E INTERPESSOAL......................................................................18 2.4 ATITUDES QUE DIFICULTAM A COMUNICAÇÃO NAS EMPRESAS ..............................21 2.5 PRINCÍPIOS QUE PODEM APERFEIÇOAR A COMUNICAÇÃO CONSIGO E COM OS OUTROS .................................................................................................23 2.5.1 O mapa não é o território .....................................................................................................23 2.5.2 As experiências possuem uma estrutura própria ............................................................24 2.5.3 Se uma pessoa pode fazer algo, todos podem aprender a fazê-lo também .................24 2.5.4 Corpo e mente são partes do mesmo sistema e atuam um no outro ............................24 2.5.5 As pessoas já possuem todo o recurso de que necessitam .............................................24 2.5.6 É impossível não comunicar ...............................................................................................252.5.7 O significado da sua comunicação é a reação que você obtém ......................................25 2.5.8 Todo comportamento tem uma intenção positiva ...........................................................25 2.5.9 Sempre fazemos a melhor escolha possível ......................................................................26 2.5.10 Se o que você está fazendo não está funcionando, faça outra coisa ............................26 3 POR QUE SENTIMOS MEDO DE FALAR EM PÚBLICO? .......................................................26 3.1 COMO NASCE O MEDO? DE ONDE ELE VEM? ....................................................................26 3.2 O CORPO FALA, E MUITO! ........................................................................................................30 3.2.1 O que fazer com as mãos? ...................................................................................................31 3.2.2 Erro no uso de mãos e braços .............................................................................................31 3.3 OS SEGREDOS DE UMA VOZ PODEROSA .............................................................................32 sumário VIII 3.3.1 Gravação em vídeo ...............................................................................................................33 3.4 PREPARANDO SUA APRESENTAÇÃO ...................................................................................34 3.4.1 Mostre suas credenciais .......................................................................................................34 3.4.2 Solicite informações importantes .......................................................................................34 3.4.3 Indague o seguinte sobre o evento: ....................................................................................34 3.4.4 Sobre a localização: ...............................................................................................................35 3.4.5 Sobre a plateia: ......................................................................................................................35 4 AS QUATRO FASES DE UMA APRESENTAÇÃO ......................................................................37 4.1 VOCATIVO .....................................................................................................................................37 4.1.1 Não admita que não está preparado ..................................................................................37 4.2 INTRODUÇÃO ..............................................................................................................................38 4.2.1 Elimine expressões vagas ....................................................................................................38 4.2.2 Vinte minutos é um tempo excelente! ...............................................................................38 4.2.3 Jamais peça desculpas ..........................................................................................................38 4.3 DESENVOLVIMENTO..................................................................................................................39 4.4 CONCLUSÃO ................................................................................................................................39 4.4.1 Sinalize a conclusão com antecedência..............................................................................39 4.4.2 Cause uma ótima impressão final ......................................................................................40 4.4.3 Não agradeça à plateia .........................................................................................................40 4.4.4 Torne sua apresentação atraente ........................................................................................40 4.4.5 Faça elogios sinceros ............................................................................................................40 4.4.6 Cumprimentos e agradecimentos ......................................................................................40 4.4.7 Recursos audiovisuais: vida e valor à sua apresentação .................................................42 5 DICAS PRECIOSAS PARA ENTRAR EM SINTONIA COM SEUS OUVINTES .................47 5.1 RECONHEÇA O QUE A PLATEIA ESTÁ SENTINDO ...........................................................47 5.2 ALIVIE OS TEMORES ...................................................................................................................47 5.3 COMPARTILHE ALGO QUE AJUDE A PLATEIA A CONHECÊ-LO ..................................47 5.4 NÃO RECLAME DE SEUS PROBLEMAS .................................................................................48 5.5 IDENTIFIQUE MEMBROS INFLUENTES DA PLATEIA .......................................................48 5.6 EXPRESSE SUAS EMOÇÕES .......................................................................................................48 5.7 CONCENTRE-SE NAS NECESSIDADES DOS OUVINTES, NÃO NAS SUAS ..................48 6 APARÊNCIA E INFLUÊNCIA ..........................................................................................................48 7 EVITANDO ERROS DURANTE A APRESENTAÇÃO ..............................................................49 8 ALGUMAS CONSIDERAÇÕES ......................................................................................................51 LEITURA COMPLEMENTAR .............................................................................................................52 RESUMO DO TÓPICO 2......................................................................................................................55 AUTOATIVIDADE ...............................................................................................................................57 TÓPICO 3 - O PAPEL DA INTELIGÊNCIA EMOCIONAL NO AMBIENTE CORPORATIVO ......................................................................................59 1 INTRODUÇÃO ...................................................................................................................................59 2 O QUE É INTELIGÊNCIA EMOCIONAL? ...................................................................................60 2.1 COMPREENDENDO A INTELIGÊNCIA EMOCIONAL .......................................................60 2.1.1 Autopercepção e autoconhecimento ..................................................................................60 2.1.2 Autorregulação ......................................................................................................................60 2.1.3 Automotivação ......................................................................................................................61 2.1.4 Empatia ..................................................................................................................................61 2.1.5 Relacionamentos interpessoais ...........................................................................................61 3 POR QUE A INTELIGÊNCIA EMOCIONAL É FATOR DETERMINANTE PARA O SUCESSO NO AMBIENTE CORPORATIVO? ...........................................................62 4 O PAPEL DAS EMOÇÕES NO AMBIENTE CORPORATIVO ................................................63 4.1 EMOÇÕES COMO FATOR DE SUCESSO .................................................................................63 IX 4.1.1 Medo .......................................................................................................................................64 4.1.2 Tristeza ...................................................................................................................................65 4.1.3 Raiva .......................................................................................................................................65 4.1.4 Alegria ....................................................................................................................................66RESUMO DO TÓPICO 3......................................................................................................................68 AUTOATIVIDADE ...............................................................................................................................69 UNIDADE 2 - GRUPOS E EQUIPES, ASPECTOS PRÁTICOS DA COORDENAÇÃO DE DINÂMICAS DE GRUPO, DIAGNÓSTICO E INTERVENÇÃO NOS PROGRAMAS DE GRUPO ...........................................................................71 TÓPICO 1 - TRABALHO EM EQUIPE ..............................................................................................73 1 INTRODUÇÃO ...................................................................................................................................73 2 QUANDO A SOMA DAS PARTES É MAIOR QUE O TODO .................................................73 2.1 CONTRIBUIR PARA A ORGANIZAÇÃO E EQUILÍBRIO DA EQUIPE ..............................74 2.2 CRIAR CONDIÇÕES PARA QUE OS PARTICIPANTES CRESÇAM COMO PESSOAS, PROFISSIONAIS E MEMBROS DE UMA EQUIPE ..................................................................74 2.3 COMPROMETER-SE COM O DESENVOLVIMENTO DAS TAREFAS E A EFETIVAÇÃO DE SEUS OBJETIVOS ....................................................................................................................74 3 TIPOS DE PERSONALIDADES QUE COMPÕEM UMA EQUIPE .........................................75 3.1 A COMPLEXIDADE DO TRABALHO EM EQUIPE ................................................................75 3.2 POR QUE É IMPORTANTE TRABALHAR EM EQUIPE? ......................................................77 4 A BIOSFERA DA EQUIPE ................................................................................................................77 5 O QUE TORNA UMA EQUIPE EFICAZ OU INEFICAZ? ..........................................................79 6 DIFERENTES TIPOS DE PERSONALIDADES: AGRESSIVO, PASSIVO E ASSERTIVO 80 6.1 ANALISANDO OS DIFERENTES PERFIS ................................................................................80 RESUMO DO TÓPICO 1......................................................................................................................82 AUTOATIVIDADE ...............................................................................................................................84 TÓPICO 2 - DINÂMICA DE GRUPO ...............................................................................................85 1 INTRODUÇÃO ...................................................................................................................................85 2 ALGUNS PRESSUPOSTOS DA DINÂMICA DE GRUPO .......................................................85 2.1 PARA APROFUNDARMOS UM POUCO MAIS O TERMO “DINÂMICA DE GRUPO” APRESENTAMOS ALGUMAS DEFINIÇÕES ........................................................... 86 2.2 DINÂMICA DE GRUPO E O PROCESSO DE ADMINISTRAR .............................................86 2.3 TEORIAS QUE DESENVOLVERAM O ESTUDO DA DINÂMICA DE GRUPO ................87 3 DINÂMICA DE GRUPO E AS MUDANÇAS ...............................................................................88 4 VISÃO E APLICAÇÃO DA DINÂMICA DE GRUPO PELA ADMINISTRAÇÃO ..............89 4.1 DIAGNÓSTICO E INTERVENÇÃO NOS PROBLEMAS DE GRUPO ..................................90 RESUMO DO TÓPICO 2......................................................................................................................95 AUTOATIVIDADE ...............................................................................................................................97 TÓPICO 3 - ENTENDENDO AS CAUSAS DE CONFLITOS NOS GRUPOS DE TRABALHO ............................................................................................99 1 INTRODUÇÃO ...................................................................................................................................99 2 ADMINISTRAÇÃO DE CONFLITOS NA EQUIPE ....................................................................100 2.1 MODALIDADES DE LIDAR COM OS CONFLITOS ..............................................................100 2.2 ALGUNS PROCEDIMENTOS PARA GERENCIAR CONFLITOS ........................................102 2.3 ADMINISTRAÇÃO DE CONFLITOS: GRUPOS OU EQUIPES? ...........................................103 2.4 O CONFLITO PODE OCORRER EM TRÊS NÍVEIS DE GRAVIDADE ................................106 2.5 TIPOS DE ADMINISTRAÇÃO DE CONFLITOS ......................................................................109 2.6 EFEITOS DOS CONFLITOS NO AMBIENTE DE TRABALHO .............................................110 X 2.7 ANALISANDO OS RESULTADOS NEGATIVOS DOS CONFLITOS ...................................110 LEITURA COMPLEMENTAR .............................................................................................................112 RESUMO DO TÓPICO 3......................................................................................................................114 AUTOATIVIDADE ...............................................................................................................................115 UNIDADE 3 - COMPORTAMENTO ORGANIZACIONAL ........................................................117 TÓPICO 1 - TEORIAS MOTIVACIONAIS CLÁSSICAS ..............................................................119 1 INTRODUÇÃO ...................................................................................................................................119 2 TEORIAS MOTIVACIONAIS DOS PRINCIPAIS AUTORES ..................................................119 2.1 HIERARQUIA DE NECESSIDADES DE ABRAHAM MASLOW ..........................................120 2.2 PRINCIPAIS ASPECTOS DA HIERARQUIA DA TEORIA DE MASLOW ..........................120 2.3 TEORIAS X E Y ..............................................................................................................................121 2.3.1 Teoria X...................................................................................................................................121 2.3.2 Teoria Y...................................................................................................................................122 2.4 TEORIA DOS DOIS FATORES DE HERZBERG .......................................................................124 2.4.1 Fatores higiênicos .................................................................................................................124 2.4.2 Fatores motivadores .............................................................................................................124 2.5 TEORIA DE MC CLELLAND ......................................................................................................124 2.5.1 Necessidades de realização .................................................................................................125 2.5.2 Necessidades de afiliação ....................................................................................................126 2.5.3 Necessidades de poder ........................................................................................................126 2.6 TEORIA DAS EXPECTATIVAS DE VICTOR VROOM ............................................................128 2.6.1 Expectativa .............................................................................................................................128 2.6.2 Valência ..................................................................................................................................128 2.6.3 Instrumentalidade ................................................................................................................129 2.7 TEORIA DE PETER SENGE .........................................................................................................1292.7.1 Domínio pessoal....................................................................................................................129 2.7.2 Modelos mentais ...................................................................................................................130 2.7.3 Objetivo comum ....................................................................................................................130 2.7.4 Aprendizado em grupo........................................................................................................130 2.7.5 Raciocínio sistêmico .............................................................................................................130 2.8 TEORIA DA AVALIAÇÃO COGNITIVA ...................................................................................131 2.9 TEORIA DO ESTABELECIMENTO DE METAS .......................................................................131 2.10 TEORIA DA EQUIDADE ...........................................................................................................132 2.11 TEORIA ERG DE CLAYTON ALDERFER ...............................................................................133 2.12 TEORIA COMPORTAMENTAL OU BEHAVIORISMO ........................................................133 2.13 TEORIA DO EQUILÍBRIO ORGANIZACIONAL ..................................................................135 2.14 TEORIA DA ACEITAÇÃO DA AUTORIDADE .....................................................................136 2.15 SISTEMAS DE ADMINISTRAÇÃO DE LIKERT ....................................................................137 2.15.1 Autoritário-coercitivo .........................................................................................................137 2.15.2 Autoritário-benevolente .....................................................................................................137 2.15.3 Consultivo ............................................................................................................................138 2.15.4 Participativo .........................................................................................................................138 RESUMO DO TÓPICO 1......................................................................................................................140 AUTOATIVIDADE ...............................................................................................................................141 TÓPICO 2 - RESISTÊNCIA A MUDANÇAS ...................................................................................143 1 INTRODUÇÃO ...................................................................................................................................143 2 MUDANÇA: UM DESAFIO SEMPRE CONSTANTE .................................................................144 2.1 POR QUE É TÃO IMPORTANTE MUDAR? .............................................................................145 3 O AGENTE DE MUDANÇA ............................................................................................................146 XI 4 A MUDANÇA E SEUS CICLOS ......................................................................................................147 4.1 ETAPAS DO CICLO DA MUDANÇA ........................................................................................147 4.2 SINTOMAS QUE INDICAM A NECESSIDADE DA MUDANÇA ........................................148 4.3 O CICLO DA MUDANÇA ...........................................................................................................148 4.4 PERFIS DE PESSOAS APTAS A LIDAR COM A MUDANÇA ...............................................149 5 O DESAFIO DAS ORGANIZAÇÕES ENTRE A BUSCA DA INOVAÇÃO E O MEDO DE MUDAR ...........................................................................................150 6 GERENCIANDO A MUDANÇA: QUAL É A FUNCIONALIDADE DAS CRISES NA DINÂMICA ORGANIZACIONAL? ........................................................................152 RESUMO DO TÓPICO 2......................................................................................................................154 AUTOATIVIDADE ...............................................................................................................................155 TÓPICO 3 - GESTÃO DO TEMPO ....................................................................................................157 1 INTRODUÇÃO ...................................................................................................................................157 2 O URGENTE X IMPORTANTE ......................................................................................................158 2.1 APRENDER A DIZER NÃO .........................................................................................................158 2.2 APRENDER A DIZER SIM ...........................................................................................................159 3 AUTODIAGNÓSTICO PARA GESTÃO DO TEMPO................................................................159 3.1 O QUE FAZEMOS E O QUE DEVEMOS FAZER .....................................................................159 4 ATITUDES QUE DIFICULTAM O PLANEJAMENTO ...............................................................160 4.1 HÁBITOS.........................................................................................................................................161 4.2 COMPROMETIMENTO ...............................................................................................................161 4.3 RESISTÊNCIA ÀS MUDANÇAS .................................................................................................161 4.4 VALORIZAÇÃO DOS OBSTÁCULOS .......................................................................................161 4.5 PERDA DE FOCO ..........................................................................................................................161 5 COMO GERIR O TEMPO DE FORMA EFICAZ ..........................................................................162 5.1 DEFINIR METAS ...........................................................................................................................162 5.2 LEI DE PARETO .............................................................................................................................162 5.3 ANALISAR AGENDA E A ALOCAÇÃO DO TEMPO NA ÚLTIMA SEMANA OU NO ÚLTIMO MÊS ...............................................................................................162 5.4 REORGANIZAR AGENDA .........................................................................................................163 5.5 ACESSAR E-MAIL EM HORÁRIOS FIXOS E NO MÁXIMO DUAS VEZES POR DIA .....163 LEITURA COMPLEMENTAR .............................................................................................................163 RESUMO DO TÓPICO 3......................................................................................................................166 AUTOATIVIDADE ...............................................................................................................................167 TÓPICO 4 - ENTENDENDO A LIDERANÇA .................................................................................169 1 INTRODUÇÃO ...................................................................................................................................169 2 INDIVIDUALIZAÇAO DAS NECESSIDADES ..........................................................................170 2.1 ESTIMULANDO A CRIATIVIDADE DOS LIDERADOS ........................................................170 3 SUCESSO EMPRESARIAL ESTÁ LIGADO À LIDERANÇA EFICAZ ...................................171 LEITURA COMPLEMENTAR .............................................................................................................172 RESUMO DO TÓPICO4......................................................................................................................175 AUTOATIVIDADE ...............................................................................................................................176 REFERÊNCIAS .......................................................................................................................................177 XII 1 UNIDADE 1 HISTÓRIA E CONCEITO DE RELAÇÕES HUMANAS OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM PLANO DE ESTUDOS A partir desta unidade você será capaz de compreender: • como e quando surgiu o conceito de relações humanas; • compreender fatores que implicam o processo de administrar as empresas; • caracterizar perfis mais comuns nas organizações; • observar mecanismos de interação entre pessoas e organizações; • refletir sobre a natureza humana e sua complexidade; • criar condições para analisar o processo de comunicar e a sua importância no contexto empresarial; • compreender os princípios que podem facilitar a comunicação intra e in- terpessoal. Esta unidade está dividida em três tópicos e, no final de cada um deles, você encontrará atividades que reforçarão o seu aprendizado. TÓPICO 1 – VIVENDO EM UM MUNDO DE MUDANÇAS TÓPICO 2 – FATORES INTRA E INTERPESSOAIS E SUAS IMPLICAÇÕES PARA O RELACIONAMENTO HUMANO TÓPICO 3 – O PAPEL DA INTELIGÊNCIA EMOCIONAL NO AMBIENTE DE TRABALHO 2 3 TÓPICO 1 UNIDADE 1 VIVENDO EM UM MUNDO DE MUDANÇAS 1 INTRODUÇÃO Estamos diante de um crescimento populacional sem precedentes. Para se ter uma ideia, no início do século XIX, a população era de 2,5 bilhões, sendo que no início desse século já contamos com 6,7 bilhões. Diante da mobilidade espacial de indivíduos e de grupos, da complexidade de aspectos da vida moderna, do número elevado de instituições e de grupos aos quais pertencemos, é preciso buscar novas formas de lidar com a realidade para dar conta de demandas cada vez mais exigentes e competitivas. O mundo está cada vez mais complexo e saturado pelo excesso de estímulos e informações. A maior parte destes tem baixa qualidade, que podem poluir e confundir a mente do indivíduo, dificultando a ele separar o que é importante do que não é. O conhecimento se avoluma cada vez mais e com incrível rapidez. “A capacidade de aprender, nos níveis individuais e organizacionais, é a base da capacidade de se adaptar às circunstâncias em constante mudança e de dominá-las; essa capacidade é, portanto, a base da estratégia eficaz.” (KOLB apud STARKEY, 1997, p. 312). No atual cenário, o número de informações dobra em apenas dois anos, mudando grande número de referenciais. Em cinco anos se estima que esse fenômeno acontecerá a cada dois meses. Diante de cenários de mudanças muito mais rápidas, ou nos adaptamos de uma forma ágil, tornando-nos flexíveis e versáteis, ou teremos muitas dificuldades de lidar com a realidade. Na medida em que o desenvolvimento tecnológico avança a passos largos, faz-se cada vez mais necessário um crescimento emocional, psicológico, moral e espiritual, que nos capacite a lidar de forma eficaz e consciente com a crescente complexidade de nossos problemas cotidianos, sociais e culturais. Neste mar de informações e incertezas, precisamos buscar informações de boa qualidade e aprender a separar o que dispersa aquilo que é essencial e pode nos servir para melhorar a nossa qualidade de vida e o nosso futuro profissional. O futurista norte-americano Alvin Toffler afirmou certa vez que o analfabeto do século XXI não será aquele que não pode ler nem escrever, mas aquele que UNIDADE 1 | HISTÓRIA E CONCEITO DE RELAÇÕES HUMANAS 4 não for capaz de aprender, desaprender e reaprender. Daí a necessidade de constantemente revermos quais crenças estamos alimentando por meio dos nossos pensamentos, sentimentos, emoções e atitudes, para que seja possível transcendê-las em busca do evoluir e inovar. Na sequência, vamos estudar um pouco sobre o conceito de relações humanas, pois será essencial para entendermos a complexa e intricada ciência do comportamento das pessoas. 2 COMO E QUANDO SURGIU O CONCEITO DE RELAÇÕES HUMANAS O conceito de relações humanas nasceu basicamente como um movimento em oposição à Teoria Clássica de Administração. Sentia-se a necessidade de se corrigir a tendência à desumanização do trabalho decorrente da aplicação de métodos rigorosos, científicos e padronizados aos quais os trabalhadores deveriam forçosamente submeter-se. No início do século XIX, num país eminentemente democrático como os Estados Unidos, já se observava a reação dos trabalhadores e seus sindicatos contrários à Administração Científica, que era interpretada como um meio estratégico de exploração dos empregados em favor de interesses patronais. Nesse sentido, o indivíduo deixa de ser visto como mera peça de uma máquina cuja função se ignora e passa a ser considerado holisticamente, ou seja: um ser humano com desejos, necessidades e ambições próprias. (CHIAVENATO, 2004). Novas dimensões do indivíduo agora começam a ser consideradas pelas escolas de relações humanas. Os aspectos emocionais, sociais, físicos e ambientais ganham relevância e são considerados para a criação de um ambiente favorável e propício para o bem-estar do indivíduo na empresa. Qual é o significado da palavra “holístico” no ambiente empresarial? A visão holística de uma empresa equivale a se ter uma “imagem única”, sintética, de todos os elementos da empresa, que normalmente podem ser relacionados a visões parciais abrangendo suas estratégias, atividades, informações, recursos e organização (estrutura da empresa, cultura organizacional, qualificação do pessoal, assim como suas inter-relações). DICAS TÓPICO 1 | VIVENDO EM UM MUNDO DE MUDANÇAS 5 2.1 NECESSIDADES HUMANAS BÁSICAS O termo necessidade tem a ver com a força consciente ou até mesmo inconsciente que pode levar um indivíduo a determinado comportamento. Essas necessidades motivam o comportamento humano, dando-lhe direção e significado. Ao longo de sua vida, o indivíduo evolui por três níveis de motivação: à medida que vai crescendo e desenvolvendo maturidade, vai ultrapassando os estágios mais baixos e desenvolvendo necessidades de níveis gradativamente mais elevados. Os três níveis de motivação correspondem às: • Necessidades Fisiológicas – São as necessidades primárias do ser humano. São inatas e instintivas. As principais necessidades fisiológicas são as de alimentação, sono, exercício físico, satisfação sexual, abrigo, proteção e de segurança física contra os perigos. • Necessidades Psicológicas – São variáveis próprias do ser humano e de caráter subjetivo. São aprendidas e adquiridas ao longo da vida e representam um padrão com dimensões mais complexas de necessidades. Nem sempre são satisfeitas em sua plenitude, por isso é comum se ouvir que o indivíduo “é um eterno insatisfeito”. Nas necessidades humanas podemos citar: necessidade de ter uma vida estabilizada ao longo dos anos, necessidade de participação social, necessidade de autoconfiança (autoestima) e necessidade de afeição. Segundo Chiavenato (2004, p. 108), “o ser humano é motivado pela necessidade de ‘estar junto’, de ‘ser reconhecido’, de receber adequada comunicação”. • Necessidades de autorrealização e de expressão criativa – São variáveis da educação e da cultura recebida por pais, professores, história de vida etc. No comum das vezes, essas necessidades também não são satisfeitas em sua plenitude. De acordo com esses conceitos, as necessidades de nível primário do indivíduo precisam estar satisfeitas antes que ele sinta necessidade de atingir um nível superior. Muitos estudos divergem entre si e não sustentam claramente a questão da progressão nos níveis hierárquicos,contudo a sua grande contribuição é o reconhecimento e a identificação das necessidades individuais com o propósito de compreender e lançar luz ao intricado e complexo comportamento humano. UNIDADE 1 | HISTÓRIA E CONCEITO DE RELAÇÕES HUMANAS 6 2.2 ENTENDENDO O PAPEL DO PROCESSO DE ADMINISTRAR NAS ORGANIZAÇÕES Como podemos definir e caracterizar uma organização? Há muitas formas diferentes de defini-la, contudo podemos dizer que: organização é um conjunto de atividades conscientemente planejadas e coordenadas de duas ou mais pessoas. A cooperação e os objetivos em comum entre elas são fundamentais para a existência dessa organização. Uma organização existe quando: • Há pessoas capazes de se comunicarem adequadamente e que • Estejam dispostas a contribuir com ação conjunta, a fim de alcançarem um objetivo comum. As organizações são instituições que compõem a chamada sociedade moderna. Elas podem ser: organizações com fins lucrativos (as empresas) ou organizações sem fins lucrativos (exército, igreja, os serviços públicos, as entidades filantrópicas etc). Conforme Morgan (2002, p. 84), “organizações são sistemas de processamento de informações capazes de aprender a aprender”. 2.3 ALGUMAS CONSIDERAÇÕES SOBRE AS CARACTERÍSTICAS DAS ORGANIZAÇÕES 1. Complexidade: “Diferenciação Estrutural”. 2. Anonimato: “Ênfase colocada sobre as tarefas e não sobre as pessoas”. 3. Rotinas padronizadas: “Processos e canais de comunicação”. 4. Estruturas personalizadas não oficiais. 5. Tendência à especialização. 6. Tamanho. A nossa sociedade moderna e industrializada se caracteriza por ser uma sociedade composta de organizações. Diferentemente do homem rural, pode- se dizer que o homem moderno passa a maior parte da sua vida dentro de organizações, pois é delas que ele tira o seu sustento e recolhe os recursos que poderão mantê-lo saudável, equilibrado e feliz. Chiavenato (2004), ao discutir a importância desses aspectos organizacionais, revela-nos que um dos pontos-chave da administração está fortemente relacionado com as relações humanas, tendo em vista que administrar também consiste, principalmente, em conseguir resultados através de pessoas. TÓPICO 1 | VIVENDO EM UM MUNDO DE MUDANÇAS 7 2.4 SOBRE A IMPORTÂNCIA DAS ORGANIZAÇÕES 2.5 ENTENDENDO UM POUCO DA INTERAÇÃO ENTRE PESSOAS E ORGANIZAÇÕES Servem à sociedade: as organizações são instituições sociais que caracterizam valores e necessidades, tais como: normas, crenças, rituais, histórias, folclores, artefatos etc., culturalmente aceitos e praticados por uma comunidade. “Organizações de aprendizagem são empresas que estão continuamente se autotransformando utilizando tecnologia, empowerment e expandindo o aprendizado para melhor se adaptarem a ter sucesso em um ambiente mutável” (MARQUARDT, 1996, p. 230). Realizam objetivos: as organizações coordenam e administram os esforços de diferentes indivíduos, permitindo-os alcançar objetivos que, de outra forma, seriam muito mais complexos ou até mesmo impossíveis de serem atingidos. Preservam o conhecimento: as organizações, como as universidades, museus e corporações, são essenciais porque velam, mantêm e protegem a maior parte do conhecimento que nossa civilização amealhou ao longo dos séculos e o registrou. Proporcionam carreiras: as organizações criam condições para que seus empregados tenham uma fonte de sobrevivência. Apresentamos alguns pressupostos para se entender a complexa dimensão entre pessoas e organizações: • As pessoas passam a maior parte do seu tempo vivendo ou trabalhando dentro das organizações, das quais dependem para viver. • As organizações são constituídas de pessoas sem as quais não poderiam existir. • As pessoas são o diferencial competitivo que perpetua e promove o sucesso organizacional. • Crescer na vida e ser bem-sucedido é subir na escala hierárquica dentro de organizações. • Sem as pessoas e sem as organizações não haveria Administração de Recursos Humanos. UNIDADE 1 | HISTÓRIA E CONCEITO DE RELAÇÕES HUMANAS 8 2.6 A NATUREZA HUMANA E SUA COMPLEXIDADE Não é preciso ser exímio pesquisador do comportamento humano para se dar conta da intricada e complexa dimensão entre pessoas em uma organização. O comportamento humano é fruto de variáveis internas decorrentes de suas características de personalidade, tais como: capacidade de aprendizagem, de motivação, de percepção do ambiente interno e externo, de atitudes, de emoções, de valores, educação, história de vida, e fatores externos decorrentes das características organizacionais, como sistemas de recompensas e punições, de fatores sociais, de políticas, de coesão grupal existente etc. Dentre os fatores externos (ou ambientais) que influenciam o comportamento das pessoas, podem-se incluir as pressões do chefe, as influências dos colegas de trabalho, as mudanças na tecnologia utilizada pela organização, as demandas e pressões da família. TÓPICO 1 | VIVENDO EM UM MUNDO DE MUDANÇAS 9 COMUNICAÇÃO, O ELO DOS RELACIONAMENTOS: Maria Leonor Galante Delmas Para estreitar os laços humanos só existe um caminho: a comunicação. Esta certeza, por mais simples que pareça, é a consequência natural de uma descoberta essencial – a importância do outro. E se aplica não apenas à nossa rede pessoal de relacionamentos, mas significa uma prática-chave para o bom funcionamento das empresas. Se não pela comunicação, de que outra forma os amantes dirão que se amam? De que outra forma pais e filhos construirão seus vínculos e valores? De que outra forma as relações sociais se estabelecem e se fortalecem? De que outras formas o líder conduz sua equipe ao sucesso? Como professora dos cursos de MBA, preocupo-me em tornar claro para meus alunos que tudo, absolutamente tudo, precisa da comunicação para criar forma e existir. Há muito batalho para que os executivos que buscam um upgrade em suas carreiras entendam a importância do processo de comunicação em suas relações interpessoais e organizacionais. Indo além (dentro do alcance de minhas aulas por este imenso território), insisto no reconhecimento da importância da essência e do planejamento da comunicação para qualquer atividade de liderança. Indo mais além: sem a força da comunicação qualquer processo fica vazio, sem expressão. Reforço as tintas ao falar no significado da percepção, que resulta do olhar atento para si e para o outro; na força da afetividade e da generosidade para deixar claro para alguém o que se tenta indicar; e, por extensão, na importância do conhecimento e do reconhecimento dos códigos mentais de emissores e receptores da comunicação organizacional. Quase ‘grito’ ao registrar a exigência de um eficiente e eficaz processo de comunicação para que o público interno e externo das organizações do século XXI vislumbre o real desenvolvimento do capital baseado no capital humano – leito do rio sobre o qual rolam os anseios organizacionais. Um processo que tem por horizonte indiscutível os capitais intelectual (com a força de seu conhecimento), organizacional (com sua estrutura para produzir os resultados que movem as nações), de relacionamento (sem o qual as organizações seriam navios fantasmas, sem vida) e institucional (que permite, enfim, que o ciclo produtivo se efetue). LEITURA COMPLEMENTAR UNIDADE 1 | HISTÓRIA E CONCEITO DE RELAÇÕES HUMANAS 10 Todo este capital só se viabiliza se há comunicação para informar, instigar, promover, conduzir e, ainda, para fazer com que o sonho de cada um seja “acreditado”, transformado na realização do time que se entreolha e sabe exatamente o que dizer, sentir e fazer. Com a certeza de que a falência das equipes chefiadas (ou pseudolideradas) reflete falhas na comunicação, faço de minhas aulas uma cruzada para que líderes e liderados acordeme façam da comunicação a ferramenta mais importante, a grande parceira do sucesso nas organizações. Na nova era sobreviverão apenas aqueles que entenderem que o diferencial competitivo das empresas deste século não está nas máquinas, produtos e demais recursos tangíveis, mas na imensurável riqueza abrigada pelos cérebros que buscam espaço para poderem ‘SER’. Temos na comunicação lúcida e humanizada a ferramenta que nos possibilita reverenciar esse poder invisível. Temos nos MBAs uma terra ansiosa, a ser arada por mentes criativas, responsáveis e interlocutoras da mudança dos comportamentos da era industrial. Semeadoras das verdades da era do conhecimento, essas mentes atuam como agulhas que, para costurar a base de um novo tempo, dependem da linha aqui representada pela comunicação. Acredito que abrir espaço para discutir a correta elaboração das disciplinas acadêmicas ligadas à comunicação nos cursos de pós-graduação, em todos os níveis, seja uma saída para levar a comunicação organizacional a assumir seu lugar de direito e de destaque. Ao submetermos nossa análise sob várias lentes, fica ainda mais evidente que na comunicação se concentram os recursos para o sucesso, resumidos na percepção-base das relações humanas. Isso porque a comunicação se estabelece a partir do que percebo no outro e em mim, na relação intra e interpessoal, no conteúdo que pretendo transmitir. Paralelamente, toda personalidade está profunda e intrinsecamente ligada ao processo da comunicação interpessoal. Vale ressaltar que, não só na realidade organizacional, mas também no cotidiano familiar e social, temos frequentemente necessidade de usar táticas e estratégias de negociação, buscando atitudes assertivas para administrar as críticas que permeiam os relacionamentos. Por isso creio que, se não corrermos para garantir à comunicação seu devido lugar, muitas das ideias que temos, muito do que podemos construir para um mundo melhor ficará perdido, uma vez que continuaremos falando para nós mesmos enquanto o outro permanecerá limitado a seus pensamentos, num vazio de encontros, desprezando a riqueza de compartilhar. TÓPICO 1 | VIVENDO EM UM MUNDO DE MUDANÇAS 11 Maria Leonor Galante Delmas é psicóloga, pedagoga e assistente social. Professora doutora do MBA da Fundação Getúlio Vargas. Integrante do conselho editorial da revista Comunicação 360º. Sócia executiva da Phoenix Consultoria e Treinamento. FONTE: Disponível em: <http://mail.administradores.com.br/informe-se/artigos/comunicacao-o- elo-dos-relacionamentos/39055/>. Acesso em: 12 set. 2012. Filme recomendado: O Discurso do rei. O Discurso do Rei conta a história de George, personagem de Colin Firth, que é gago desde os quatro anos de idade. Mas este problema comum ganha muita seriedade, pois George pertence à realeza britânica, e por isso precisa fazer discursos com grande frequência. Apesar de já ter passado por diversos médicos, ele nunca conseguiu encontrar resultados eficazes. A situação fica pior quando George se vê obrigado a ocupar o trono de rei da Inglaterra depois que seu irmão Edward, vivido por Guy Pearce, abdica do posto em 1936. Sites recomendados: <http://kmol.online.pt/category/artigos> <http://www.ea.ufrgs.br/gap> <http://www.solonline.org/com.links.html> DICAS 12 RESUMO DO TÓPICO 1 Caro(a) acadêmico(a)! Neste tópico, você viu que: • Atualmente, sofremos mais com o excesso e estímulos de informações do que com a falta. O mundo está cada vez mais complexo e saturado de informação de baixa qualidade. • Precisamos nos tornar cada vez mais flexíveis e versáteis para dar conta das exigências cada vez mais complexas. É preciso desenvolver uma estabilidade emocional, psicológica, moral e espiritual que nos capacite a lidar de forma eficaz e consciente. • Como estamos “navegando numa era de incertezas”, precisamos buscar informação de alta qualidade, aprendendo a separar o que dispersa daquilo que é essencial. COMO E QUANDO SURGIU O CONCEITO DE RELAÇÕES HUMANAS? • Nasceu de um movimento em oposição à Teoria Clássica de Administração. Sentia-se a necessidade de se corrigir a tendência à desumanização do trabalho através de métodos rigorosos nos quais os trabalhadores deveriam se submeter. Esse movimento criou condições para que o indivíduo deixasse de ser visto como mera peça de uma máquina para ser visto como um ser holístico, ou seja, um ser humano com desejos, necessidades e ambições próprias. • As pesquisas nas Relações Humanas incluíram profissionais de antropologia, sociologia, psicologia, políticos, profissionais da educação e praticantes da educação. O objetivo principal era o de pesquisar e compreender o que daria satisfação aos trabalhadores no contexto de trabalho. • A escola das Relações Humanas tinha como foco não só saber como o trabalhador poderia produzir mais, mas também como esse indivíduo poderia ter satisfação e bem-estar durante o seu expediente. • Necessidades Humanas Básicas. O termo necessidade tem a ver com a força consciente ou até mesmo inconsciente que pode levar um indivíduo a um determinado comportamento. • Ao longo da sua vida, o indivíduo evolui por três níveis de motivação, a saber: • Necessidades fisiológicas. • Necessidades psicológicas. • Necessidades de autorrealização. 13 • O papel da administração nas organizações. O que caracteriza uma organização? Organização é um conjunto de atividades conscientemente planejadas e coordenadas de duas ou mais pessoas. A cooperação e objetivos em comum entre elas são fundamentais para a existência dessa organização. • Sobre a importância das organizações: • Servem à sociedade. • Realizam objetivos. • Preservam o conhecimento. • Proporcionam carreiras. • Interação entre pessoas e organizações: • As pessoas passam a maior parte do seu tempo vivendo ou trabalhando dentro das organizações das quais dependem para viver. • As organizações são constituídas de pessoas sem as quais não poderiam existir. • As pessoas são o diferencial competitivo que perpetua e promove o sucesso • organizacional. • Crescer na vida e ser bem-sucedido é subir na escala hierárquica dentro de organizações. • Sem as pessoas e sem as organizações não haveria Administração de Recursos Humanos. • A natureza humana e sua complexidade: o comportamento humano é constituído de variáveis internas decorrentes de suas características de personalidades: • Capacidade de aprendizagem. • Capacidade de motivação. • Capacidade de percepção do ambiente interno e externo. • Capacidade de atitudes. • Capacidades de emoções. • Capacidade de valores. • Capacidade de educação. • Capacidade de história de vida. • Fatores externos decorrentes de características organizacionais, como sistemas de recompensas e punições, de fatores sociais, políticos, de coesão grupal existente etc. 14 AUTOATIVIDADE 1 De que forma você percebe a evolução das relações humanas nos dias atuais, com a influência maciça de toda tecnologia disponível, onde as redes sociais estão cada vez mais complexas? Os relacionamentos estão melhores? Há maior comunicação entre as pessoas com os recursos disponíveis? Há um maior comprometimento na criação de vínculos efetivos com as pessoas? Ou as relações estão se tornando superficiais? 2 Por que as interações entre os indivíduos nas organizações tendem a ser tão complexas e imprevisíveis? a) ( ) Porque em geral os líderes nas organizações não estão preparados para liderar adequadamente os indivíduos. b) ( ) Porque cada indivíduo possui sua própria personalidade de acordo com os seus valores, princípios, histórias e sua maneira particular de enxergar a realidade. c) ( ) Porque alguns indivíduos não gostam de se relacionar, contribuindo para os conflitos nas equipes. d) ( ) Porque nem todos os indivíduosestão preparados para atuar nas organizações. 15 TÓPICO 2 FATORES INTRA E INTERPESSOAIS E SUAS IMPLICAÇÕES PARA O RELACIONAMENTO HUMANO UNIDADE 1 1 INTRODUÇÃO Quando se fala em fatores intra e interpessoais se está falando basicamente da comunicação que permeia as relações entre os indivíduos, quer seja com seus pares, superiores ou subordinados, ou ainda da comunicação do indivíduo com ele mesmo. Isto é, a comunicação que envolve seus pensamentos, sentimentos, emoções, sensações etc. A comunicação é o grande “elefante branco” que está na base de todos os processos de uma organização. Em primeiro lugar, vamos fazer uma distinção entre a Comunicação Intrapessoal e Interpessoal: • Comunicação Intrapessoal Está ligada à maneira como tomamos consciência de nossos sentimentos, como nos vimos e como percebemos as nossas limitações e potencialidades. É a comunicação que mais se relaciona com a autoestima, e quando bem desenvolvida apresenta pessoas com pensamentos e atitudes positivas. Isso porque a imagem que fazem de si mesmos é de autoconfiança, amor próprio e crenças positivas que fazem se sentir capazes de vencer os desafios de vida de uma forma competente e saudável, com alegria de se perceberem únicos e em processo de evolução constante. • Comunicação Interpessoal É a consciência que a pessoa tem de sua relação com os outros, de seus vínculos afetivos e de como interage com eles. A comunicação interpessoal pode ser entendida como a maneira como construímos nossas relações e a forma como nos sentimos em relação a elas. Seu uso efetivo está relacionado às habilidades de liderança, gerenciamento, negociação, à solidariedade e à capacidade de atuar em grupo. Nesta unidade vamos nos dedicar a estudar a comunicação em algumas das suas formas e dimensões, principalmente o processo de comunicar intra e interpessoal. UNIDADE 1 | HISTÓRIA E CONCEITO DE RELAÇÕES HUMANAS 16 2 O PROCESSO DE COMUNICAR E A SUA IMPORTÂNCIA NO CONTEXTO EMPRESARIAL A comunicação nas suas mais diversas formas: verbal, não verbal, pictórica, escrita é a habilidade mais importante que o líder deve desenvolver para conquistar sucesso dentro das empresas. A comunicação permeia todos os processos e é responsável por grande parte dos resultados. Vale a pena investirmos tempo na dedicação dos conceitos e práticas da comunicação. Líderes eficazes estão sempre se comunicando, seja orientando seus liderados, seja apresentando projetos ou enviando e-mails para as várias instâncias. 2.1 A COMUNICAÇÃO NAS EMPRESAS 2.2 COMUNICAÇÃO E A INFLUÊNCIA HUMANA É curioso e chega a ser alarmante o que se perde de energia no mundo, a cada dia, com erros de comunicação. Documentos mal escritos, explicações mal formuladas, argumentos vazios, recados mal transmitidos, solicitações mal entendidas e encaminhadas. Tudo isso provoca prejuízos econômicos, recusas de trabalhos, produtos estocados e sem qualquer serventia, esforços desperdiçados, conflitos de toda sorte, tanto pessoais como profissionais, processos judiciais e até guerras entre países, o que não é raro no cenário mundial. A eficácia da comunicação está associada a um tipo específico de inteligência, que é a interpessoal. A boa percepção em distinguir os vários aspectos da troca de informações entre as pessoas, aplicando na prática esses conhecimentos, é ter mais poder de convencimento e influência. Para estreitar os laços humanos só existe um caminho: a comunicação. Esta certeza, por mais simples que pareça, é a consequência natural de uma percepção essencial – a importância do outro. E se aplica não apenas à nossa rede pessoal de relacionamentos, mas significa uma prática-chave para o bom funcionamento das empresas. Conforme Gil (2001, p. 71): Por mais que a comunicação constitua uma das capacidades humanas mais fundamentais e seu desenvolvimento nos indivíduos se dê de forma que pode ser considerada natural, a verdade é que a grande maioria das pessoas não sabe como comunicar. É fundamental aos executivos que buscam o constante aprimoramento em suas carreiras o entendimento da importância do processo de comunicação em suas relações interpessoais e organizacionais. Sem o reconhecimento da importância do planejamento da comunicação para qualquer atividade de liderança, por TÓPICO 2 | FATORES INTRA E INTERPESSOAIS E SUAS IMPLICAÇÕES PARA O RELACIONAMENTO HUMANO 17 exemplo, as empresas perdem. Além disso, sem a força da comunicação, qualquer processo fica vazio, sem expressão e sem qualidade. Equipes chefiadas – e não lideradas – refletem falhas na comunicação, portanto líderes e liderados precisam estar alertas para fazer da comunicação a ferramenta mais importante, a grande parceira do sucesso nas organizações. A essência da liderança não está no mundo ilusório ou místico da estratégia. É algo bem mais comum e, por isso mesmo, amplamente ignorado por professores, consultores e, com certeza, pelos líderes. O que os líderes realmente fazem é comunicar o tempo todo. Seus celulares estão enviando mensagens de comando ou elaborando questionamentos; estão fazendo uma apresentação para o conselho de administração; escrevendo um bilhete de agradecimento para alguém que apresentou um resultado expressivo ou elaborando uma avaliação anual, ou seja, um líder se expressa de todas as formas possíveis. Líderes eficazes também são grandes ouvintes. Eles ouvem o que as pessoas têm a dizer e usam essa informação para transmitir suas decisões. Esses líderes não dão atenção apenas a seus assessores ou àqueles que falam mais alto. Os melhores líderes trabalham incessantemente para se manter em contato. A mais subestimada das práticas de comunicação é a de saber ouvir. Para alguns líderes, ouvir é simplesmente perda de tempo, é ser tolerante. Mas as pessoas são capazes de perceber quando o líder está apenas fingindo ouvir. É provável que a prática mais difícil para todos os líderes seja permanecer em contato com todos os seus stakeholders, tanto em âmbito interno quanto externo da empresa. É relativamente fácil para um executivo fazer isso em seus primeiros dias no cargo, contudo, com o passar do tempo, essa prática essencial cai no esquecimento. Neste início de século (XXI), em que o único paradigma constante é a mudança, sobreviverão apenas aqueles que entenderem que o diferencial competitivo das empresas dessa nova era não está nos produtos, nas máquinas e demais recursos tangíveis, mas na inestimável riqueza abrigada pelos cérebros que buscam espaço para poderem manifestar-se, ou seja, “ser”. Temos na comunicação consciente, sóbria e humanizada, por sua vez, a ferramenta que nos possibilita alcançarmos melhores resultados com menos esforços e no menor período de tempo possível (MUSSAK, 2003). STAKEHOLDERS: é um termo muito utilizado em administração para referir-se às pessoas que estão ligadas direta ou indiretamente com as atividades das empresas, ou seja: investidores; clientes; empregados; governos locais, estatais e nacional, entre outros. NOTA UNIDADE 1 | HISTÓRIA E CONCEITO DE RELAÇÕES HUMANAS 18 Torna-se ainda mais evidente, ao submetermos nossa análise a várias lentes, que na comunicação se concentram os recursos para o êxito de todo empreendimento, resumidos na percepção-base das relações humanas. Isso porque a comunicação se estabelece a partir do que enxergo no outro e em mim, nas relações intra e interpessoal, na informação e no conhecimento que pretendo transmitir. Nesse sentido, toda personalidade está profunda e intrinsecamente ligada ao processo da comunicação interpessoal. É importante destacar que, não só na realidade organizacional, mas também no cotidiano familiar e social, temos frequentemente necessidade de usar táticas e estratégias de negociação, buscando atitudes assertivas para administraras críticas que permeiam os relacionamentos. É importante percebermos que o processo de comunicar cria condições para relações interpessoais serem mais ajustadas, levando os indivíduos a atingir seus objetivos com maior grau de conforto e rapidez. Daí a necessidade dessa comunicação ser clara, honesta e sempre pautada por valores e princípios éticos. 2.3 A COMUNICAÇÃO INTRA E INTERPESSOAL Como já vimos nesse tópico, todos nós produzimos duas formas de comunicação com as quais elaboramos a experiência de nossas vidas: “a primeira, as comunicações internas, que são as coisas que nós imaginamos, dizemos e sentimos dentro de nós mesmos (comunicação intrapessoal); a segunda são as comunicações externas, expressas por palavras, tonalidades, expressões faciais, fisiologia corporal e ações físicas para nos comunicar com o mundo. Toda comunicação é uma ação, uma causa posta em movimento, e todas as comunicações têm uma espécie de efeito em nós e nos outros”. (LOPES, 2011, p. 11). De acordo com Robbins (1999, p.16), “comunicação é uma forma de poder. Aqueles que dominam seu uso efetivo podem mudar sua própria experiência no lugar em que vivem e as experiências do mundo sobre si mesmas. Todo comportamento e sentimento encontram suas raízes originais em alguma forma de comunicação. As pessoas que afetam os pensamentos, sentimentos e ações da maioria de nós são aquelas que sabem como usar esse instrumento eficaz e poderoso”. Seu nível de domínio da comunicação no mundo exterior determinará seu nível de sucesso com os outros: pessoal, emocional, social e financeiramente. Mais importante ainda, o nível de sucesso que você experimenta internamente: felicidade, alegria, êxtase, amor ou qualquer TÓPICO 2 | FATORES INTRA E INTERPESSOAIS E SUAS IMPLICAÇÕES PARA O RELACIONAMENTO HUMANO 19 FONTE: Robbins (1999, p.16) outra coisa que deseja, é o resultado direto de como você se comunica consigo mesmo. Como você se sente não é resultado do que está acontecendo na sua vida, é a sua interpretação do que está acontecendo. A vida de pessoas de sucesso tem nos mostrado que a qualidade de nossas vidas não é determinada pelo que está nos acontecendo, mas pelo que fazemos com o que nos acontece. É você quem decide como se sentir ou agir, baseado nas maneiras que escolhe consciente ou inconscientemente para perceber a vida. Nada tem qualquer significado, exceto aquele que nós lhe damos. A maioria de nós já tem esse processo de interpretação automático baseado em nossas crenças, educação, valores etc., mas podemos ressignificar essas “verdades” inconscientes e, logo, mudar essa experiência de mundo. Comunicação eficaz produz resultados! Talvez você queira mudar o modo de pensar sobre si mesmo e sobre o mundo. Talvez você pense em ser um melhor comunicador, melhorar a sua autoestima, elevar seu relacionamento com a pessoa amada, aprender com maior rapidez, tornar- se mais saudável ou ser mais próspero. Entretanto, antes que consiga novos resultados, deverá compreender que já os está conseguindo. Mas podem não ser os resultados que você deseja! Nós, em geral, pensamos em nossos estados mentais e na grande parte do que acontece em nossas mentes como coisas que acontecem fora de nosso controle. Porém, a verdade é que podemos controlar nossas atividades mentais e comportamento a tal ponto que antes não acreditaríamos ser possível. Se você está triste e frustrado, criou e produziu esse estado de mal-estar. Mas se estiver muito energizado e vibrante, você também criou esse estado. Quando tem consigo mesmo uma conversa sobre você, essa conversa o acompanha onde quer que esteja. Então, se tem um julgamento negativo sobre si mesmo em qualquer aspecto, por exemplo: “não sou bom para escrever textos”, “nasci para ser empregado”, “nunca serei um bom líder”, esses julgamentos vão segui-lo mesmo se você mudar de país, profissão, religião, cônjuge etc., e todos os eventos continuarão acontecendo da mesma forma. Isso porque tudo o que acontece no universo físico aconteceu primeiro na sua mente. Portanto, todos nós temos um pensamento que gera em nosso cérebro um sentimento (estado mental), um determinado comportamento. Esse recurso funciona nos dois sentidos, isto é, seu comportamento gera sentimentos, que geram pensamentos. Isso significa que você pode mudar a partir do seu comportamento, adotando atitudes mais positivas, desafiando- se a fazer coisas que julgava incapaz de fazer ou a partir do nosso pensamento, já que o gestor principal daquela voz interior é você mesmo. UNIDADE 1 | HISTÓRIA E CONCEITO DE RELAÇÕES HUMANAS 20 As emoções residem nas interpretações e podem também ser decisivas em nosso modo de viver. A história a seguir é um exemplo claro de interpretação. ATIVIDADE DE ESTUDOS: Escreva, a seguir, qual interpretação você faria sobre os fatos dessa história de acordo com os seus valores e suas crenças mais positivas. _______________________________________________________________________ Leitura complementar – história para reflexão SORTE OU AZAR! Em um reino muito distante, a vida estava muito difícil, o povo extremamente pobre estava insatisfeito e a revolução parecia perto de eclodir. Os ministros do rei então sugeriram que se presenteasse um dos pobres através de um sorteio entre os camponeses com um lindo cavalo árabe. O ganhador seria o único possuidor de um cavalo entre os "descamisados". Talvez assim se distraíssem e parassem de pensar em democracia, fim de monarquia, essas bobagens. Assim foi pensado e assim foi feito. O ganhador do belíssimo cavalo árabe revelou-se um sábio. Seus vizinhos vieram parabenizá-lo pelo prêmio e diziam: – Com um cavalo terá ajuda no plantio e na colheita, além de transporte para a vila. Que sorte! E o sábio respondeu: – Depende. Passados alguns dias o cavalo fugiu. – Poxa! Logo agora que você já estava acostumado com a ajuda! Que azar! – Depende – disse o sábio camponês. Passaram-se mais alguns dias e o cavalo voltou, acompanhado de uma belíssima égua selvagem. E os vizinhos: – Você é incrível mesmo, agora têm dois cavalos! Que sorte! – Depende – respondeu o vizinho. Seu filho mais velho resolveu domar a extraordinária égua. Caiu e fraturou a perna. – Que azar! Comentou a vizinhança. – Maldita hora em que você ganhou esse cavalo namorador! – Depende – respondeu mais uma vez o sábio. Uma semana depois, o rei declarou guerra ao poderoso reino vizinho e todos os jovens foram convocados para lutar por essa guerra perdida. Nenhum deles voltou. O jovem filho foi dispensado por estar com a perna quebrada. E os vizinhos: – Que sorte a sua! Bendita a hora em que a égua derrubou o seu filho! E o sábio: – Depende... É. Essa história não tem fim. Depende. FONTE: LISTA DE METÁFORAS. Disponível em: <http://www.metaforas.com.br/listmet. htm>. Acesso em: 18 ago. 2010. NOTA TÓPICO 2 | FATORES INTRA E INTERPESSOAIS E SUAS IMPLICAÇÕES PARA O RELACIONAMENTO HUMANO 21 _______________________________________________________________________ _______________________________________________________________________ _______________________________________________________________________ Para refletir! A comunicação, quando bem estabelecida, confere poder aos conhecimentos e aos sentimentos de uma pessoa. Ou seja, quem sabe se comunicar tem poder. Poder de influenciar, transformar, sensibilizar, comover, convencer, esclarecer, enfim: firmar sua presença no mundo. 2.4 ATITUDES QUE DIFICULTAM A COMUNICAÇÃO NAS EMPRESAS A maneira como os colaboradores de uma empresa se comunicam é muito importante. Pesquisam demonstram que as palavras representam no contexto comunicacional apenas 7%. Já como são comunicadas as palavras representa 38% e a expressão corporal representa 55%, ou seja, é preciso estar atento ao modo de nos comunicar com os nossospares, superiores e subordinados, caso contrário podemos comunicar algo que não queremos (LOPES, 2010). A seguir apresentamos algumas estratégias importantes para nos comunicar eficazmente com as pessoas. Precisamos evitar as seguintes atitudes: • Dar ordens, exigir, impor: Se for necessário dar uma ordem, você pode ressaltar que acredita na capacidade da outra pessoa de fazer o que é solicitado. É conveniente utilizar as seguintes expressões: por favor, por gentileza, você poderia? • Aconselhar, sugerir, sem que o outro esteja receptivo: É necessário saber se o outro está receptivo à sugestão dada. Em geral, é melhor ajudar a pessoa a elaborar uma nova alternativa a partir da sua própria percepção e experiência. • Interpretar, analisar: “Você está com medo do que eles vão pensar” ou “você diz isso porque...”. • Pressupor: Tomar como certas coisas que você acha óbvio que o outro está pensando, como se pudesse ler a sua mente. Por exemplo, “eu achei que você sabia...”, “eu pensei que você tinha feito isso...”. Na dúvida, pergunte e confirme com o outro para ver se é verdade o que você está pensando. “A pressuposição é a mãe da confusão...”. • Questionar, inquirir: “Mas o que você está pretendendo com isso”? UNIDADE 1 | HISTÓRIA E CONCEITO DE RELAÇÕES HUMANAS 22 • Ridicularizar, desqualificar, fazer “chacota”: diretamente ou através de metáforas ou apelidos. Existem pessoas que têm como vício fazer brincadeiras desqualitativas que constrangem e causam sofrimento àqueles que são objetos de sua ironia, afetando a autoestima deles. • Ameaçar: “Se você fizer isso, você sofrerá consequências que nem imagina...”. • Dar lição de moral: Depois de o fato ter acontecido, já não importa ao outro o que deveria ter feito, e sim o que fazer agora com a situação criada. • Negar a percepção do outro: Pode ser muito destrutivo negar sentimentos, intuições ou ideias de outra pessoa ou algo que ela tenha percebido em você, sem avaliar ou saber o que a levou a percebê-lo daquela maneira. • Desvalorização da intensidade do que o outro está sentindo: Através de expressões como “isso não é nada, já vai passar...”, “... acontece com todo mundo...”. Deve-se evitar esse apoio superficial, não utilizando as expressões estereotipadas. • Mudar de assunto, tratar levianamente ou fugir do problema: Sem dar importância à necessidade do outro de expressar o que está sentindo. • A crítica: Ao fazer uma crítica é importante ter em mente o seu objetivo, ser específico e dirigir a colocação ao comportamento, evitando atingir a identidade da pessoa com generalizações ou rotulações. Muitas vezes, uma opinião um pouco diferente da nossa já soa como crítica, algo normal no dia a dia, que não deixa de ser uma avaliação do que foi percebido. • Elogios manipulativos: É preciso tomar cuidado com determinados tipos de elogios e saber se estes fazem o outro se sentir manipulado ou induzido a fazer algo que não quer. • Perguntar e sair respondendo ou perguntar e interromper a resposta do outro: Ou ainda ir “concluindo” o raciocínio do interlocutor antes mesmo dele terminar a frase porque acha que já entendeu todo o seu raciocínio. Esse comportamento pode intimidar ou inibir sua expressão, deixando de ouvir coisas novas que “acha” que já sabe. • Perguntas que induzem: Quando se faz uma pergunta, temos que estar abertos para ouvir seja qual for a resposta. A maneira de fazermos perguntas pode induzir as respostas. Por exemplo, a pergunta: “Você pode”? tem um resultado diferente de “Você pode, não é verdade”? Se quisermos efetivamente saber o que o outro pensa, é preciso manter a pergunta neutra, deixando um espaço aberto para a livre expressão da pessoa. • Incongruência: Suas palavras dizem uma coisa e o seu tom de voz ou seus gestos e expressão corporal mostram outra, denotando mensagens TÓPICO 2 | FATORES INTRA E INTERPESSOAIS E SUAS IMPLICAÇÕES PARA O RELACIONAMENTO HUMANO 23 contraditórias. Por exemplo: diante de uma pergunta, você responde que está tudo bem, mas a sua expressão facial mostra o contrário. Ou, ainda, o tom de voz não corresponde ao que está sendo dito. • Uso de linguagem inacessível: Especialmente o uso de termos técnicos que só são compreensíveis para pessoas com certo conhecimento específico. Para haver efetiva troca de mensagens, é importante levar em conta o vocabulário do outro, sua cultura, expectativas e crenças. E que as palavras usadas tenham um significado em comum. 2.5 PRINCÍPIOS QUE PODEM APERFEIÇOAR A COMUNICAÇÃO CONSIGO E COM OS OUTROS 2.5.1 O mapa não é o território Existem determinados princípios que podem possibilitar uma comunicação mais eficiente e de qualidade conosco e com os outros. Vamos estudar alguns desses princípios que podem ser úteis na nossa comunicação diária, facilitando a relação conosco ou com os outros. Nossas percepções e representações mentais não são o mundo. Reagimos aos nossos mapas, representações que incluem a interpretação pessoal ao invés de dirigir diretamente aos fatos do mundo. Muitas vezes não podemos mudar Algumas condições básicas para uma boa comunicação incluem valores como franqueza, autenticidade, intenções positivas, respeito mútuo, respeito às crenças e aos sentimentos do outro, empatia e solidariedade. ATENCAO Caso queira aprofundar seus estudos, indicamos os seguintes sites: <www.nosdacomunicacao.com.br> <www.reinaldopolito.com.br> <www.reinadopassadori.com.br> <www.cintialopes.com.br> DICAS UNIDADE 1 | HISTÓRIA E CONCEITO DE RELAÇÕES HUMANAS 24 o mundo, mas podemos mudar a forma como o vemos, nossas sensações e interpretações (SABBI, 2009). Nossa representação interna é influenciada basicamente por nossas interpretações, sensações, experiências anteriores, preferências, valores, crenças e critérios e, por isso, cada pessoa forma uma percepção única e diferenciada do mundo em que vive. 2.5.2 As experiências possuem uma estrutura própria 2.5.3 Se uma pessoa pode fazer algo, todos podem aprender a fazê-lo também 2.5.4 Corpo e mente são partes do mesmo sistema e atuam um no outro 2.5.5 As pessoas já possuem todo o recurso de que necessitam Nossos pensamentos e recordações possuem um padrão específico. Quando mudamos esse padrão ou estrutura, nossa experiência muda automaticamente. Podemos neutralizar lembranças desagradáveis e enriquecer outras que serão úteis por meio de uma série de procedimentos que podem ser aprendidos por qualquer pessoa. Assim, é preciso ter presente que cada pessoa tem padrões diferenciados. Torna-se mais fácil estabelecer empatia se estivermos atentos a essas diferenças (SABBI, 2009). Podemos aprender como é o mapa mental de um grande realizador, com suas estratégias e crenças e procurar modelá-lo àquilo que escolhermos. Isso é possível quando queremos desenvolver uma habilidade. Muita gente pensa que certas coisas são impossíveis, sem nunca terem se disposto a fazê-las. Experimente fazer de conta que tudo é possível. Se existir um limite físico ou ambiental, as experiências irão lhe mostrar isso. Nossos pensamentos afetam instantaneamente nossa tensão muscular, respiração, sensações e emoções. Estes, por sua vez, também afetam nossos pensamentos. Quando aprendemos a mudar um deles, aprendemos a mudar o outro. Tudo o que acontece em sentimentos e emoções afeta nossos pensamentos e fisiologia. O estado interno atua sobre o corpo através da liberação de hormônios e endorfinas e, dependendo do que vivenciamos em nossas emoções e sentimentos, pode influenciar nossa bioquímica que pode estimular ou inibir o sistema de defesa do organismo, o sistema imunológico. A construção dos recursos mentais e físicos é feita a partir das imagens mentais, diálogos internos, sensações e sentimentos. Podemos usá-los para construir qualquer pensamento, sentimento ou habilidade
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