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Autores: Profa. Vanessa Santhiago Prof. Helder Cravo da Costa Colaborador: Prof. Marcel da Rocha Cheheun Medidas e Avaliações 2 Re vi sã o: L uc as - D ia gr am aç ão : J ef fe rs on - 1 1/ 12 /1 7 Professores conteudistas: Vanessa Santhiago / Helder Cravo da Costa Vanessa Santhiago Natural de São Paulo‑SP, é professora titular da Universidade Paulista (UNIP) desde 2009 e coordenadora auxiliar do curso de Educação Física (graduação plena) na modalidade EaD. Líder da disciplina Medidas e Avaliações, ministra também as disciplinas Biologia, Fisiologia Aplicada a Atividade Motora e Fisiologia do Exercício. É formada em Educação Física (2000) e especialista em Avaliação e Prescrição de Exercícios Físicos (2003) pelas Faculdades Salesianas de Lins (atualmente UniSALESIANO), mestre (2005) e doutora (2009) em Ciências da Motricidade, área de Biodinâmica da Motricidade Humana, pela Universidade Estadual Paulista Júlio de Mesquita Filho (Unesp campus Rio Claro). Helder Cravo da Costa Natural de Sorocaba‑SP, é professor da Universidade Paulista (UNIP) desde 2008. Atua nos cursos de Educação Física, Fisioterapia, Nutrição, Psicologia, Radiologia, Enfermagem e Biomedicina nas disciplinas Anatomia Humana, Citologia, Histologia, Bioquímica, Fisiologia, Neurofisiologia e Patologia. É graduado em Educação Física (1998) pela Faculdade de Educação Física de Sorocaba da Associação Cristã de Moços (Fefiso ACM) e em Biomedicina (2010) pelo Centro Universitário Nossa Senhora do Patrocínio de Itu (Ceunsp), mestre em Ciências Morfofuncionais (2013) pelo Instituto de Ciências Biológicas da Universidade de São Paulo (ICB‑USP) e possui especialização em Treinamento Esportivo (1999) pela Universidade do Norte do Paraná (Unopar). © Todos os direitos reservados. Nenhuma parte desta obra pode ser reproduzida ou transmitida por qualquer forma e/ou quaisquer meios (eletrônico, incluindo fotocópia e gravação) ou arquivada em qualquer sistema ou banco de dados sem permissão escrita da Universidade Paulista. Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP) S234m Santhiago, Vanessa. Medidas e avaliações. / Vanesa Santhiago, Helder Cravo da Costa. – São Paulo: Editora Sol, 2018. 276 p., il. Nota: este volume está publicado nos Cadernos de Estudos e Pesquisas da UNIP, Série Didática, ano XXIV, n. 2‑031/18, ISSN 1517‑9230. 1. Medidas. 2. Avaliações. 3. Composição corporal. I. Costa, Helder Cravo da. II. Título. CDU 796 U501.04 – 19 3 Re vi sã o: L uc as - D ia gr am aç ão : J ef fe rs on - 1 1/ 12 /1 7 Prof. Dr. João Carlos Di Genio Reitor Prof. Fábio Romeu de Carvalho Vice-Reitor de Planejamento, Administração e Finanças Profa. Melânia Dalla Torre Vice-Reitora de Unidades Universitárias Prof. Dr. Yugo Okida Vice-Reitor de Pós-Graduação e Pesquisa Profa. Dra. Marília Ancona‑Lopez Vice-Reitora de Graduação Unip Interativa – EaD Profa. Elisabete Brihy Prof. Marcelo Souza Prof. Dr. Luiz Felipe Scabar Prof. Ivan Daliberto Frugoli Material Didático – EaD Comissão editorial: Dra. Angélica L. Carlini (UNIP) Dra. Divane Alves da Silva (UNIP) Dr. Ivan Dias da Motta (CESUMAR) Dra. Kátia Mosorov Alonso (UFMT) Dra. Valéria de Carvalho (UNIP) Apoio: Profa. Cláudia Regina Baptista – EaD Profa. Betisa Malaman – Comissão de Qualificação e Avaliação de Cursos Projeto gráfico: Prof. Alexandre Ponzetto Revisão: Lucas Ricardi Carla Moro 5 Re vi sã o: L uc as - D ia gr am aç ão : J ef fe rs on - 1 1/ 12 /1 7 Sumário Medidas e Avaliações APRESENTAÇÃO ......................................................................................................................................................9 INTRODUÇÃO ...........................................................................................................................................................9 Unidade I 1 CONCEITOS BÁSICOS EM MEDIDAS E AVALIAÇÕES .......................................................................... 13 1.1 Valores de referências ......................................................................................................................... 14 1.2 Tipos de avaliações .............................................................................................................................. 15 1.3 Critérios de seleção de testes .......................................................................................................... 15 1.3.1 Critérios que garantem testes confiáveis ..................................................................................... 16 1.4 Erros de medida .................................................................................................................................... 17 1.5 Teste de laboratório e teste de campo ........................................................................................ 17 1.6 Ética em medidas e avaliações ....................................................................................................... 18 2 AVALIAÇÕES ANTROPOMÉTRICAS ............................................................................................................ 18 2.1 Estatura .................................................................................................................................................... 18 2.2 Peso corporal ou massa corporal ................................................................................................... 25 2.3 Envergadura ............................................................................................................................................ 31 2.4 Diâmetros ósseos .................................................................................................................................. 31 2.4.1 Cuidados durante a realização das medidas ............................................................................... 32 2.4.2 Procedimentos para medição dos diâmetros ósseos ................................................................ 32 2.4.3 Pontos mais frequentes de mensuração de diâmetros ósseos ............................................. 33 2.4.4 Descrição dos pontos anatômicos ................................................................................................... 34 2.5 Perímetros ou circunferências ........................................................................................................ 39 2.5.1 Procedimentos para medição das circunferências .................................................................... 40 2.5.2 Pontos mais frequentes de mensuração de circunferências corporais ............................ 40 2.5.3 Descrição dos pontos anatômicos ................................................................................................... 41 2.6 Dobras cutâneas ................................................................................................................................... 49 2.6.1 Procedimentos para medição das dobras cutâneas ................................................................. 50 2.6.2 Erros do avaliador ................................................................................................................................... 51 2.6.3 Pontos mais frequentes de mensuração das dobras cutâneas ............................................ 51 2.6.4 Descrição dos pontos anatômicos ................................................................................................... 52 3 AVALIAÇÃO DA COMPOSIÇÃO CORPORAL............................................................................................ 60 3.1 Composição corporal ..........................................................................................................................60 3.2 Métodos para detecção da composição corporal ................................................................... 60 3.2.1 Métodos indiretos ................................................................................................................................... 61 3.2.2 Métodos duplamente indiretos ......................................................................................................... 66 6 Re vi sã o: L uc as - D ia gr am aç ão : J ef fe rs on - 1 1/ 12 /1 7 4 SOMATOTIPO ...................................................................................................................................................112 4.1 Método antropométrico de Heath‑Carter (1967) .................................................................114 4.1.1 Determinação do primeiro componente: endomorfia .......................................................... 114 4.1.2 Determinação do segundo componente: mesomorfia ..........................................................115 4.1.3 Determinação do terceiro componente: ectomorfia ............................................................. 117 Unidade II 5 AVALIAÇÃO POSTURAL................................................................................................................................123 5.1 Análise postural na posição da vista anterior ........................................................................133 5.2 Análise postural na posição da vista lateral ............................................................................136 5.3 Análise postural na posição da vista posterior ......................................................................143 5.4 Análise postural na posição da vista anterior com flexão de tronco ............................148 5.5 Proposta de avaliação observacional da postura ..................................................................149 6 AVALIAÇÃO FUNCIONAL RELACIONADA AOS SISTEMAS DE MOBILIZAÇÃO DE ENERGIA ...................................................................................................................151 6.1 Capacidade e potência aeróbia ....................................................................................................151 6.2 Protocolos indiretos de determinação do VO2max ...............................................................156 6.2.1 Sem esforço físico ............................................................................................................................... 156 6.2.2 Testes de cargas submáximas ......................................................................................................... 158 6.2.3 Testes de cargas máximas ................................................................................................................ 179 6.2.4 Testes em esteira rolante .................................................................................................................. 182 6.2.5 Testes com ergômetro de perna (bicicleta) ............................................................................... 183 6.3 Limiar anaeróbio (LAn) .....................................................................................................................187 6.4 Potência e capacidade anaeróbia ................................................................................................193 6.4.1 Protocolos indiretos de determinação da potência e capacidade anaeróbia ............. 194 Unidade III 7 AVALIAÇÃO DA APTIDÃO FÍSICA RELACIONADA À SAÚDE E AO DESEMPENHO ATLÉTICO ......................................................................................................................205 7.1 Flexibilidade ..........................................................................................................................................205 7.1.1 Métodos de avaliação da flexibilidade ........................................................................................ 205 7.2 Força ........................................................................................................................................................219 7.2.1 Força máxima .........................................................................................................................................219 7.2.2 Força de potência (explosiva) ......................................................................................................... 225 7.2.3 Força de resistência ............................................................................................................................. 229 8 AVALIAÇÃO DA APTIDÃO FÍSICA RELACIONADA À SAÚDE ...........................................................235 8.1 Velocidade .............................................................................................................................................235 8.1.1 Tipos de velocidade ............................................................................................................................. 236 8.1.2 Testes de velocidade ........................................................................................................................... 236 8.2 Agilidade ................................................................................................................................................241 8.2.1 Testes de agilidade ...............................................................................................................................241 8.3 Equilíbrio ................................................................................................................................................246 7 Re vi sã o: L uc as - D ia gr am aç ão : J ef fe rs on - 1 1/ 12 /1 7 8.3.1 Testes de equilíbrio estático ............................................................................................................ 247 8.3.2 Teste de equilíbrio dinâmico ........................................................................................................... 249 8.4 Coordenação ........................................................................................................................................251 8.4.1 Testes de coordenação ....................................................................................................................... 252 9 Re vi sã o: L uc as - D ia gr am aç ão : J ef fe rs on - 1 1/ 12 /1 7 APRESENTAÇÃO O objetivo da disciplina é transmitir conceitos relativos à avaliação funcional e morfológica aplicados a todas as faixas etárias de forma teórica e prática. Além disso, a disciplina Medidas e Avaliações pretende desenvolver no aluno a capacidade crítica a respeito das técnicas e dos protocolos existentes, bem como capacitar o aluno a realizar avaliação funcional e morfológica, possibilitando a seleção dos melhores métodos e interpretação de tais valores. A disciplina pretende, ainda, apresentar e discutir técnicas de avaliação e os principais protocolos de avaliação da composição corporal, de avaliação postural, de avaliação do sistema cardiorrespiratório e de avaliação das capacidades de velocidade, flexibilidade, força e agilidade, visando à prescrição do exercício e ao desenvolvimento da saúde ou desempenho esportivo. Ao final da disciplina, o aluno será capaz de discernir os tipos de avaliação e para qual finalidade ela é indicada, sujeito e objetivo. Inicialmente, apresentaremos conceitos e compreensões teóricas sobre avaliação da composição corporal. Iremos estudar as técnicas diretas e indiretas de avaliação, bem como as principais técnicas utilizadas para quantificar percentual de gordura, massa magra e somatotipo. Na sequência, trataremos da avaliação postural e de como localizar osprincipais desvios, tanto na vista anterior quanto posterior, lateral direita e esquerda. Também abordaremos as avaliações funcionais relacionadas aos sistemas de obtenção de energia, portanto, capacidade e potência aeróbia e anaeróbia. Por fim, abordaremos a avaliação da aptidão física relacionada à saúde e ao desempenho atlético, juntamente com os testes e medidas para determiná‑los. INTRODUÇÃO Imagine as seguintes situações: • Ana, 30 anos, procurou você para orientá‑la a perder peso. Ela acredita que seu peso está acima da média e não está se sentindo bem com essa situação. Ana pesa 75 kg e tem 1,60 m de estatura; é ex‑atleta olímpica de natação, praticou a modalidade desde os 6 anos de idade, conquistou várias medalhas, mas sofreu uma lesão há seis meses que a afastou das competições. • João, 21 anos, procurou você para orientá‑lo a aumentar a sua massa muscular. João pesa 60 kg e tem 1,70 m de estatura. Ele passou por um nutricionista que indicou um profissional de educação física para auxiliá‑lo a aumentar a massa magra por meio de exercícios físicos, uma vez que o nutricionista cuidará das opções nutricionais dele. • Beatriz, 25 anos, sedentária, procurou você para voltar a praticar exercícios físicos. Já praticou na infância e adolescência, mas está parada há 5 anos e gostaria de melhorar o seu condicionamento cardiorrespiratório, pois pretende participar de alguns esportes de aventura. Beatriz pesa 75 kg e tem 1,60 m de estatura. 10 Re vi sã o: L uc as - D ia gr am aç ão : J ef fe rs on - 1 1/ 12 /1 7 • Mauro, 40 anos, publicitário, tem uma enorme jornada de trabalho na semana. Já pratica atividades físicas, mas está com dificuldades em aumentar a força muscular. Mauro pesa 85 kg e tem 1,80 m de estatura. Procurou você para orientá‑lo em um programa de exercícios físicos que o ajude a conquistar esse aumento de força desejado. • Júlia, 7 anos, está acima do peso, e seu pediatra orientou sua mãe a procurar por um profissional de educação física para acompanhar uma rotina de exercícios físicos com ela, a fim de perder peso. Júlia pesa 60 kg e tem 1,20 m de estatura. Ela nunca praticou atividades físicas e sua alimentação não é muito regrada, o que significa que está baseada em maior quantidade de gorduras e carboidratos refinados do que em proteínas e carboidratos integrais. • Helena, 78 anos, está sentindo muitas dores na coluna, especialmente nas regiões cervical e lombar. Durante a maior parte da sua vida, Helena foi fisicamente ativa, mas nos 10 últimos anos, com muitas tarefas domésticas, acabou deixando a prática de exercícios físicos de lado. Hoje ela procura por você para orientar um programa de treinamento que a ajude a melhorar a postura e fortalecimento muscular. Helena pesa 90 kg e tem 1,80 de estatura. Nas seis situações que acabamos de apresentar, podemos observar que os sujeitos buscam a prática de atividades físicas, mas com objetivos completamente distintos. Além dos objetivos diferenciados, podemos observar que as idades (criança, adolescente, adulto e idoso), o peso, a estatura e o gênero dos participantes também são diferentes. Desse modo, como podemos auxiliar esses sujeitos a alcançarem os objetivos desejados? Inicialmente, já sabemos que, se os objetivos de cada sujeito são diferentes, o tipo de treinamento que eles deverão receber também deverá ser distinto. Mas como você, futuro profissional de Educação Física, poderá quantificar se houve melhora do atributo desejado? Como conseguirá acompanhar a evolução do aluno e mostrar que os resultados estão evoluindo? Por meio da avaliação física. A avaliação é uma prática universal, algo em que todas as pessoas se empenham formal ou informalmente. Literalmente, todos nós utilizamos a avaliação em nossos trabalhos, mas com objetivos diferentes e em ambientes diversos. Atualmente a avaliação relacionada à prática de atividades físicas vem crescendo exponencialmente, uma vez que os profissionais da área de Educação Física possuem diferentes alunos e/ou clientes e precisam respeitar sua individualidade biológica para obter sucesso em seus programas de treinamento ou reabilitação. A diversidade da população que se apresenta para a prática de atividades físicas é vasta, assim, o conhecimento de protocolos indicados para cada caso é de suma importância para a obtenção de resultados expressivos. Consequentemente, essa enorme gama de informações traz maior dificuldade na tomada de decisões sobre a avaliação e a prescrição de exercícios físicos, inferindo na qualidade de decidir o que e como avaliar cada aluno, o que irá exigir conhecimentos e habilidades cada vez mais complexas. Nos dias atuais, a mídia tem importante participação na visão da população sobre o corpo, a saúde, a estética e o alto desempenho. Foco de inúmeras abordagens da mídia mundial, a obesidade, o emagrecimento, a boa e a má alimentação, o sedentarismo, a longevidade, os medicamentos e 11 Re vi sã o: L uc as - D ia gr am aç ão : J ef fe rs on - 1 1/ 12 /1 7 suplementos que potencializam o ganho de massa muscular ou a perda acelerada de gordura, as dietas restritivas para perda de peso, as cirurgias estéticas, a vigorexia (doença relacionada à distorção da imagem corporal, levando o sujeito a buscar cada vez mais a realização de exercícios a fim de aumentar a massa muscular) e os distúrbios relacionados à perda de peso, como anorexia e bulimia, têm sido alvo de grande especulação. Indubitavelmente, a quantidade de pessoas adeptas das situações citadas, buscando fórmulas mágicas para o bem‑estar, é imensa. Vivemos um momento de fácil aquisição de informações, e essa maior procura por informações relacionadas às características descritas pode levar a população a grandes erros. Assim como a tecnologia aumentou o acesso às informações, aumentou também as oportunidades no mercado de trabalho para os profissionais da Educação Física, que buscam avaliar e monitorar os programas de treinamento com grande aprimoramento científico e prático. A avaliação física é, portanto, definida como a utilização de técnicas de medidas que, ao serem aplicadas nos participantes, resultam em dados expressos qualitativa ou quantitativamente. Assim, os testes poderão ser utilizados para mensurar, diagnosticar e, caso seja necessário, modificar condições morfofuncionais e fisiológicas. Para que possamos atingir os objetivos da avaliação física e, principalmente, para que possamos mostrar ao aluno os resultados alcançados, é necessário que o avaliador estabeleça alguns objetivos principais da avaliação que será iniciada, como: • Avaliar a condição do aluno antes, durante e após um programa de exercícios físicos. • Detectar possíveis falhas na execução do programa de treinamento mediante as avaliações realizadas e de acordo com o objetivo do aluno. • Sugerir modificações dentro do programa de treinamento. • Mostrar, por meio dos resultados obtidos, a evolução do aluno dentro do programa de treinamento. • Motivar o aluno a partir dos resultados obtidos nas avaliações. Contudo, a avaliação precisa ser delineada e pensada antes da realização de qualquer teste. Basicamente, precisamos seguir quatro passos durante uma avaliação: • Estabelecer um critério. • Realizar um teste ou uma bateria de testes. • Fazer interpretações a partir dos dados. • Escolher entre as possíveis formas de ação. Assim, para que possamos garantir a qualidade de informações, é necessário compreender as variáveis relacionadas ao complexo processo de medidas e avaliações em Educação Física. 13 Re vi sã o: L uc as - D ia gr am aç ão : J ef fe rs on - 1 1/ 12 /1 7 MEDIDAS E AVALIAÇÕES Unidade I 1 CONCEITOS BÁSICOS EM MEDIDAS E AVALIAÇÕESDe maneira extremamente equivocada, os termos medir e avaliar são usados para descrever o mesmo fenômeno. Para que possamos entender que a medida é apenas a primeira parte do processo de avaliação, iremos definir alguns conceitos. • Medir: associar um número a determinada característica de um ser, um objeto ou um evento. É um dado quantitativo, que necessita ser expresso numericamente por meio de um valor e é apenas descritivo. No início deste livro‑texto, quantificamos as medidas de peso e estatura de Ana, João, Beatriz, Mauro, Júlia e Helena. Esses dados numéricos correspondem ao ato medir. Exemplo: altura (1,60 cm), peso (80 kg), circunferência da cintura (75 cm). • Avaliar: realizar um julgamento de valor sobre a medida obtida, ou seja, interpretá‑la em função do objetivo que determinou a realização dessa medida. Assim, a avaliação se dá como uma interpretação do resultado obtido quantitativamente na medida. Exemplo: vamos supor que desejamos verificar se a estatura de Júlia (1,20 m) corresponde ao esperado para a idade de acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS). Nesse caso, estaríamos avaliando a estatura de Júlia. • Teste: instrumento ou procedimento que traz à tona uma resposta observável a fim de fornecer informações sobre um atributo específico de uma ou mais pessoas. Assim, o teste consiste em verificar o desempenho de alguém mediante situações específicas para aquela variável. Por exemplo, caso o Educador Físico busque identificar a capacidade aeróbia da Beatriz, ele deverá escolher o teste que trará essa resposta, considerando seu gênero e idade. O teste, portanto, será um instrumento para determinar uma variável quantitativa (medida), que será analisada, interpretada e julgada (avaliação). Além disso, algumas outras definições são necessárias para padronização da linguagem em medidas e avaliações. • Avaliação: é um sinônimo de teste. • Avaliados: são pessoas para as quais os testes ou exames serão aplicados ou fornecidos. • Avaliadores: são pessoas que aplicam os testes. • Usuário do teste: é alguém que se utiliza dos resultados obtidos para tomar decisões, lembrando que o avaliador será o principal usuário do teste, pois assim poderá identificar a condição do 14 Re vi sã o: L uc as - D ia gr am aç ão : J ef fe rs on - 1 1/ 12 /1 7 Unidade I avaliado e prescrever o treinamento apropriado. Entretanto, o avaliado também será usuário do teste, uma vez que terá acesso as suas avaliações. • Bateria de testes: é um conjunto de testes relacionados entre si, executados dentro de um intervalo de tempo curto, a fim de obter informações sobre uma variável multidimensional. Às vezes, precisaremos realizar mais de um teste durante uma avaliação, principalmente no que tange os testes funcionais (exemplos: flexibilidade, força motora, resistência aeróbia); assim, uma variável pode influenciar a outra de maneira negativa, subestimando o escore daquela variável. Dessa maneira, os testes precisam ser correlacionados, para que as variáveis não exerçam efeitos negativos no atributo que será avaliado subsequentemente. • Interpretação: é o processo de julgamento baseado nos dados qualitativos e/ou quantitativos obtidos em medidas e avaliações. • Dados qualitativos: os dados qualitativos podem representar uma característica ou qualidade de um determinado atributo. Por exemplo, podemos classificar um determinado atributo observável em um teste como bom, razoável ou ruim. Além disso, dentro da área de saúde, temos escalas que são muito utilizadas e nos fornecem dados qualitativos, como a escala de percepção de dor ou escala subjetiva de esforço. • Dados quantitativos: os dados quantitativos assumem valores numéricos. Muitos dos testes utilizados na Educação Física nos fornecerão dados quantitativos. Alguns exemplos: amplitude articular em graus (190° de flexão do ombro), força máxima em quilogramas (100 kg no exercício supino). 1.1 Valores de referências Após um determinado teste, para realizar a avaliação e/ou interpretação de determinada característica, você precisará de valores de referências. Sua avaliação sempre precisará ser referenciada. Veja os três tipos de referências para as avaliações: • Avaliação referenciada a normas: requer a interpretação dos resultados com relação a grupos específicos. Basicamente, trata‑se de comparar os valores obtidos em um teste com aqueles apresentados por outros avaliados, ou seja, com grupos normativos que estejam dentro de uma mesma semelhança, como faixa etária, gênero, aptidão física. Exemplo: você deseja comparar a força máxima no teste de supino por meio de 1 RM (repetição máxima) obtida por seu grupo de alunos homens, com faixa etária de 20 a 25 anos com outro grupo na mesma faixa etária, homens e que realizaram o mesmo teste. Essa é uma avaliação referenciada por norma. • Avaliação referenciadas a critérios: requer a interpretação do resultado por meio da comparação com um padrão pré‑determinado, definido por um comportamento. Por exemplo, ao avaliar o percentual de gordura de um indivíduo, você irá verificar o valor referência estabelecido pela literatura para aquele indivíduo, levando em consideração o sexo e a idade para fazer a sua avaliação. 15 Re vi sã o: L uc as - D ia gr am aç ão : J ef fe rs on - 1 1/ 12 /1 7 MEDIDAS E AVALIAÇÕES • Avaliação referenciada a si próprio e/ou autorreferenciada: requer uma interpretação do resultado de um avaliado por meio da comparação com o resultado dele mesmo em outra aplicação do mesmo instrumento de avaliação. Você realiza um determinado teste no início da sua intervenção e ao final dela para verificar a mudança de um determinado atributo. 1.2 Tipos de avaliações Com relação ao momento de aplicação do teste, ainda teremos uma subdivisão. É de extrema importância o entendimento desses aspectos, uma vez que precisaremos acompanhar a evolução do avaliado. Para saber qual avaliação se aplica em cada momento, definiremos os tipos de avaliação: • Avaliação diagnóstica: utilizada antes de começar qualquer trabalho. Essa avaliação é de extrema importância, pois detecta a condição inicial do avaliado. Auxilia na elaboração do programa de treinamento. • Avaliação formativa: é utilizada durante o “período” (podendo ser até mesmo diária). Essa avaliação é aquela realizada durante a temporada de treinamento; o aluno já realizou a avaliação inicial (diagnóstica), e, após um período de treino, uma nova avaliação é feita para verificar o andamento do programa. Essa avaliação é de suma importância, pois ela pode confirmar ou redirecionar o programa enquanto ainda há tempo de se realizar alterações. • Avaliação somativa: é aquela à qual nós estamos mais acostumados. Ela determina a aprovação ou reprovação do aluno através de notas ou conceitos, em função do padrão mínimo de rendimento, sendo normalmente feita ao final do semestre ou ano letivo. Assim, a avaliação somativa para a área da saúde representa a soma de todas as avaliações realizadas no fim de cada unidade do planejamento, com o objetivo de obter um quadro geral da evolução do indivíduo. Nesse caso, pode ser até mesmo apresentado na própria competição. 1.3 Critérios de seleção de testes A escolha de um teste específico para o processo de avaliação deve sempre levar em consideração pelo menos três critérios básicos: a validade, a fidedignidade e a objetividade, que serão discutidos neste tópico. • Validade: determinação do grau em que um teste mede, com o mínimo de erros possível, aquilo a que se destina medir. Um teste válido teve os seus dados e sua reprodutibilidade confrontados com o teste de referência ou padrão‑ouro para aquela variável. A validade ainda é dividida em quatro tipos: — Validade lógica (ou de conteúdo): baseadana lógica, indica que o teste é bom quando comparado com variável morfológica ou fisiológica que se pretende analisar. Pode estar baseada na opinião de um especialista, por exemplo, ou na sua grande utilização. É um tipo de análise representativa. 16 Re vi sã o: L uc as - D ia gr am aç ão : J ef fe rs on - 1 1/ 12 /1 7 Unidade I — Validade concorrente (ou de critério): baseada na relação estatística entre os valores observados pelo instrumento de medida e os indicadores da mesma natureza (padrão‑ouro). Exemplo: para a determinação da composição corporal, pode‑se comparar estatisticamente os dados obtidos após a tomografia computadorizada (padrão‑ouro) e após o protocolo de dobras cutâneas (método duplamente indireto). — Validade preditiva: grau de probabilidade com que os escores produzidos pelo instrumento de medida podem predizer estatisticamente o atributo que se pretende avaliar, por meio de regressão linear (variável predita e preditora). Exemplo: para a determinação do consumo máximo de oxigênio (VO2 max), pode‑se utilizar a distância percorrida em metros em um teste de Cooper (12 minutos). — Validade de construção: baseada na ideia de que um teste responde do modo que se espera, a partir da compreensão teórica da característica. Exemplo: o teste de Cooper (capacidade aeróbia) tem validade, pois pessoas fisicamente ativas apresentam resultados melhores que pessoas inativas. • Fidedignidade: grau de consistência dos resultados quando o mesmo teste é aplicado nas mesmas condições, em ocasiões diferentes pelo mesmo avaliador. Todo teste válido é fidedigno e são recomendadas variações entre os testes abaixo de 5%. Também é importante ressaltar que alguns testes possuem o efeito de aprendizagem e irão precisar de mais testes para o valor estabilizar. • Objetividade: grau em que esperamos consistência nos resultados, quando o mesmo teste é aplicado simultaneamente por diferentes avaliadores nos mesmos alunos, atletas ou pacientes. O ideal é que sempre o mesmo avaliador replique os testes; porém, ao término de uma intervenção, o mesmo teste pode ser aplicado por outro avaliador. Também são recomendadas variações menores que 5% entre os avaliadores. 1.3.1 Critérios que garantem testes confiáveis Além da validade, fidedignidade e objetividade, devemos respeitar os seguintes critérios: • Avaliadores experientes e bem treinados. • Calibração do instrumento de medida. • Conhecimento dos fatores que influenciam a variável avaliada (alimentação, temperatura ambiente, consumo de bebidas alcoólicas e tabaco, uso de drogas, horas de sono). • Conhecimento dos cuidados no manuseio do instrumento. • Escolha de protocolo de teste condizente com população e objetivos da avaliação. • Padronização do processo de medida. 17 Re vi sã o: L uc as - D ia gr am aç ão : J ef fe rs on - 1 1/ 12 /1 7 MEDIDAS E AVALIAÇÕES 1.4 Erros de medida Um dos principais objetivos na aquisição de uma medida é obter o melhor valor, para o mensurado, a partir dos dados experimentais disponíveis. Isso significa determinar a melhor aproximação possível para o valor verdadeiro, em termos probabilísticos. Uma grandeza física experimental deve ser determinada a partir de medições, e o resultado é sempre uma aproximação para o valor da grandeza. Em todas as medidas sempre haverá um erro embutido, cabendo ao avaliador minimizar ao máximo e controlar as fontes de erro. O erro da medida pode ser dividido em dois tipos principais: o erro sistemático e o erro aleatório ou estatístico. • Erro sistemático: em caso de réplicas da medida, quando a probabilidade de as duas aplicações diferirem entre si for igual à de ocorrerem diferenças entre os valores originais do atributo. Afeta igualmente teste e reteste. Pode ser dividido em: — Instrumental: resultado da calibração do instrumento de medida. — Teórico: resultado do uso de fórmulas e princípios teóricos inadequados ou aproximados. — Ambiental: decorrente de condições ambientais, como temperatura, umidade, estado da pista ou da quadra. — Observacional: resultado de falha do avaliador na utilização incorreta do instrumento de medida ou da leitura. • Erro aleatório: resultado de fatores responsáveis pelos erros que afetam diferentemente os valores verdadeiros e o reteste. Está muito associado a variações no processo de medida e à diferença entre avaliadores. A padronização do processo ajuda e muito no controle de erro aleatório. 1.5 Teste de laboratório e teste de campo Os testes de laboratório são aqueles que requerem equipamentos e treinamento especializado dos examinadores e/ou dos avaliadores; também podem consumir muito tempo porque apenas um examinado é testado de cada vez. As condições ambientais sempre são controladas. Por sua vez, os testes de campo são aqueles que não requerem equipamentos excessivamente caros e nos quais vários examinados podem ser testados ao mesmo tempo. Geralmente são influenciados por situações ambientais, como vento, calor e umidade relativa do ar. É importante ressaltar que ambos os tipos de testes precisam de avaliadores treinados e com conhecimento sobre os atributos que serão testados. 18 Re vi sã o: L uc as - D ia gr am aç ão : J ef fe rs on - 1 1/ 12 /1 7 Unidade I 1.6 Ética em medidas e avaliações Em hipótese alguma o processo de avaliação poderá causar danos físicos ao avaliado. É importante não fazermos (ou deixarmos de fazer) qualquer coisa direta que cause danos àqueles sob nosso cuidado e responsabilidade. Devemos sempre ter a garantia que as condições para a realização de determinados testes são seguras. Não devemos causar danos psicológicos ao avaliado com atitudes como comentários inoportunos ou violação da privacidade e da confidencialidade dos resultados. Os dados da avaliação pertencem ao avaliado; só deverão ser revelados a colegas de trabalho com o intuito de determinar uma melhor estratégia de intervenção. Nunca, em hipótese alguma, confunda os resultados do teste com o valor pessoal ou o caráter do avaliado. Em caso de dúvida sobre a saúde do avaliado, peça esclarecimentos médicos antes do teste. Contudo, em testes de desempenho físico, o atestado médico é primordial. 2 AVALIAÇÕES ANTROPOMÉTRICAS As avaliações antropométricas são de extrema importância para a determinação das variáveis da morfologia humana. O ramo das ciências biológicas que estuda esse fenômeno chama‑se antropometria. A avaliação antropométrica é, portanto, muito utilizada por profissionais da Educação Física a fim de determinar as alterações promovidas na estrutura corporal do indivíduo, por meio do treinamento e do exercício físico. A seguir, falaremos das principais medidas antropométricas e os procedimentos para a realização dessas medidas. 2.1 Estatura A estatura (cm ou m) é definida como a distância entre os planos que tangenciam respectivamente o vértex na cabeça e as plantas dos pés. Para a realização dessa medida, o avaliado deve estar descalço, em posição anatômica sobre a base do estadiômetro (instrumento que determina a estatura do avaliado), em postura ereta e olhar fixo num ponto a sua frente (plano de Frankfurt), com calcanhares, cinturas pélvicas e escapulares e região occipital do crânio em contato com a escala de medida. Essa medida deve ser realizada em apneia inspiratória. Vale ressaltar que a medida de estatura varia de acordo com o horário do dia. Pela manhã, a medida de estatura pode ser de 1 a 2 cm maior do que ao final do dia. Isso ocorre devido a ação da força da gravidade sobre os discos intervertebrais no decorrer do dia. Além disso, após os 40 anos, ocorre a perda de 1 cm por década de vida, não somente devido à compressão e estreitamentodos discos vertebrais, mas também devido à curva torácica mais pronunciada (cifose). Após os 60 anos, esses sinais são mais evidentes. Assim, é recomendado que a medida de estatura seja feita sempre em um mesmo período (manhã, tarde ou noite), para minimizar os erros de medida. 19 Re vi sã o: L uc as - D ia gr am aç ão : J ef fe rs on - 1 1/ 12 /1 7 MEDIDAS E AVALIAÇÕES Figura 1 – Posição da cabeça no plano de Frankfurt Figura 2 – Ilustração da medida de estatura de um indivíduo adulto A estatura de crianças e adolescentes também pode ser acompanhada por meio das curvas de crescimento esperadas para cada idade. Para isso, a OMS estabeleceu várias curvas de percentis, que estão disponíveis nos boletins individuais da saúde e que se tornaram ferramentas indispensáveis para confrontar os dados das avaliações individuais, com padrões relacionados a uma porcentagem da população com as mesmas características, ou seja, idade e sexo. Em suma, as curvas de percentis são uma representação gráfica de um conjunto de dados relativos à variabilidade e à evolução das diferentes medidas corporais, como peso e estatura. 20 Re vi sã o: L uc as - D ia gr am aç ão : J ef fe rs on - 1 1/ 12 /1 7 Unidade I Assim, após uma avaliação, o avaliador consegue comparar o crescimento do avaliado com uma média da população com as mesmas características e ainda analisar a tendência do seu crescimento. O escore Z, por sua vez, representa a quantidade de desvios padrão que um indivíduo dista da sua média (dentro de um mesmo grupo de idade e sexo). A tabela a seguir mostra a relação entre percentis e escore Z e suas interpretações: Tabela 1 – Representação de valores de percentis, escore Z e suas interpretações Escore Z Percentil Interpretação ‑3 0,1 Espera‑se que, em uma população saudável, sejam encontradas 0,1% das crianças abaixo desse valor. ‑2 2,3 Espera‑se que, em uma população saudável, sejam encontradas 2,3% das crianças abaixo desse valor. Convenciona‑se que o equivalente ao escore Z –2 é o percentil 3. ‑1 15,9 Espera‑se que, em uma população saudável, sejam encontradas 15,9% das crianças abaixo desse valor. 0 50,0 É o valor que corresponde à média da população, isto é, em uma população saudável, espera‑se encontrar 50% da população acima e 50% da população abaixo desse valor. +1 84,1 Espera‑se que, em uma população saudável, sejam encontradas 84,1% das crianças abaixo desse valor, ou seja, apenas 15,9% estariam acima desse valor. Convenciona‑se que o equivalente ao escore Z +1 é o percentil 85. +2 97,7 Espera‑se que, em uma população saudável, sejam encontradas 97,7% das crianças abaixo desse valor, ou seja, apenas 2,3% estariam acima desse valor. Convenciona‑se que o equivalente ao escore Z +2 é o percentil 97. +3 99,9 Espera‑se que, em uma população saudável, sejam encontradas 99,9% das crianças abaixo desse valor, ou seja, apenas 0,1% estariam acima desse valor. Adaptado de: Brasil (2011). Observaremos a seguir as curvas de estatura por idade e suas classificações. Notem que as curvas para as idades de 0 (do nascimento) até 5 anos, tanto para meninos como para meninas, estão com a descrição comprimento/estatura. Isso ocorre porque os bebês, antes de começarem a andar, têm o seu comprimento verificado, medida essa efetuada com posição horizontal. A estatura é uma medida vertical. O gráfico a seguir mostra a curva de crescimento para estatura, por meio do escore Z por idade para meninas, do nascimento até os 5 anos de idade: 21 Re vi sã o: L uc as - D ia gr am aç ão : J ef fe rs on - 1 1/ 12 /1 7 MEDIDAS E AVALIAÇÕES Figura 3 – Curva de crescimento para comprimento/estatura, por meio do escore Z por idade para meninas, do nascimento até os 5 anos de idade O gráfico a seguir mostra a curva de crescimento para comprimento/estatura, por meio do percentil por idade para meninas, do nascimento até os 5 anos de idade: Figura 4 – Curva de crescimento para comprimento/estatura, por meio do percentil por idade para meninas, do nascimento até os 5 anos de idade 22 Re vi sã o: L uc as - D ia gr am aç ão : J ef fe rs on - 1 1/ 12 /1 7 Unidade I Podemos observar no gráfico a seguir a curva de crescimento para comprimento/estatura, por meio do escore Z por idade para meninos, do nascimento até os 5 anos de idade: Figura 5 – Curva de crescimento para comprimento/estatura, por meio do escore Z por idade para meninos, do nascimento até os 5 anos de idade O gráfico a seguir mostra a curva de crescimento para estatura, por meio do percentil por idade para meninos, do nascimento até os 5 anos de idade: Figura 6 – Curva de crescimento para estatura, por meio do percentil por idade para meninos, do nascimento até os 5 anos de idade 23 Re vi sã o: L uc as - D ia gr am aç ão : J ef fe rs on - 1 1/ 12 /1 7 MEDIDAS E AVALIAÇÕES O gráfico a seguir ilustra a curva de crescimento para estatura, por meio do escore Z por idade para meninas, dos 5 aos 19 anos de idade: Figura 7 – Curva de crescimento para estatura, por meio do escore Z por idade para meninas, dos 5 aos 19 anos de idade O gráfico a seguir mostra a curva de crescimento para estatura, por meio do percentil por idade para meninas, dos 5 aos 19 anos de idade: Figura 8 – Curva de crescimento para estatura, por meio do percentil por idade para meninas, dos 5 aos 19 anos de idade 24 Re vi sã o: L uc as - D ia gr am aç ão : J ef fe rs on - 1 1/ 12 /1 7 Unidade I O gráfico a seguir ilustra a curva de crescimento para estatura, por meio do escore Z por idade para meninos, dos 5 aos 19 anos de idade: Figura 9 – Curva de crescimento para estatura, por meio do escore Z por idade para meninos, dos 5 aos 19 anos de idade O gráfico a seguir mostra a curva de crescimento para estatura, por meio do percentil por idade para meninos, dos 5 aos 19 anos de idade: Figura 10 – Curva de crescimento para estatura, por meio do percentil por idade para meninos, dos 5 aos 19 anos de idade 25 Re vi sã o: L uc as - D ia gr am aç ão : J ef fe rs on - 1 1/ 12 /1 7 MEDIDAS E AVALIAÇÕES A partir dos gráficos preconizados pela OMS observados anteriormente, por meio da estatura da criança e do adolescente, podemos verificar se o crescimento está acima ou abaixo do apresentado para a idade por meio das curvas de percentil e escores Z. A avaliada Júlia, 7 anos, da qual falamos no início deste livro‑texto, possui 120 cm de estatura. De acordo com o gráfico que mostra o escore Z da estatura por idade para meninas e com o que mostra o percentil da estatura por idade para meninas, podemos observar que Júlia se encontra no escore Z zero (0) e percentil 50 (que corresponde ao escore Z 0). Para realizar essa análise, basta traçar uma reta horizontal na estatura de Júlia e uma reta vertical na idade dela. O local onde as duas retas se encontram representa o percentil ou o escore Z da avaliada. A partir dessas informações, devemos observar a tabela a seguir, que apresenta a classificação de estatura por idade para meninos e meninas de acordo com a OMS. Ao analisarmos o escore Z 0 e o percentil 50 de meninas de 0 a 19 anos de idade, podemos observar que a estatura de Júlia é adequada para idade: Tabela 2 – Classificação de estatura para idade de 0 a 19 anos para meninos e meninas de acordo com a OMS (2006/2007) Valores críticos Valores críticos Diagnóstico nutricional < Percentil 0,1 < Escore Z –3 Muito baixa estatura para a idade ≥ Percentil 0,1 e < Percentil3 ≥ Escore Z –3 e < Escore Z –2 Baixa estatura para a idade ≥ Percentil 3 e < Percentil 15 ≥ Escore Z –2 e < Escore Z –1 Estatura adequada para a idade ≥ Percentil 15 e ≤ Percentil 85 ≥ Escore Z –1 e ≤ Escore Z +1 Estatura adequada para a idade > Percentil 85 e ≤ Percentil 97 > Escore Z +1 e ≤ Escore Z +2 Estatura adequada para a idade > Percentil 97 e ≤ Percentil 99,9 > Escore Z +2 e ≤ Escore Z +3 Estatura adequada para a idade > Percentil 99,9 > Escore Z +3 Estatura adequada para a idade Fonte: Brasil (2011, p. 20). 2.2 Peso corporal ou massa corporal Para a determinação do peso corporal, o avaliado deve se manter em postura ereta e com o olhar fixo num ponto a sua frente (plano de Frankfurt), usando o mínimo de roupa possível, com o peso do corpo distribuído igualmente sobre os dois pés. É importante que o avaliado esteja posicionado no centro da balança e que ela esteja completamente nivelada com o solo. Poderá ser utilizada uma balança mecânica ou uma digital com resolução de 100 g. A balança é extremamente sensível a pesagens excessivas, portanto é recomendado que sua calibração seja efetuada com frequência. Para isso, o avaliador pode usar um peso conhecido, como uma anilha de 10 kg, e realizar a pesagem. Caso o peso esteja superior ou inferior aos 10 kg da anilha, é necessário realizar a calibração da balança. 26 Re vi sã o: L uc as - D ia gr am aç ão : J ef fe rs on - 1 1/ 12 /1 7 Unidade I Para a verificação do peso do avaliado, é de fundamental importância evitar medições após a prática de exercícios físicos. Figura 11 – À esquerda, ilustração da mensuração do peso com auxílio de balança digital, e, à direita, ilustração da mensuração do peso com auxílio de balança mecânica Assim como para a estatura, podemos observar as curvas de crescimento para crianças e adolescentes, determinadas pela OMS, relacionadas ao peso corporal. O gráfico a seguir mostra a curva de crescimento para peso corporal, por meio do escore Z por idade para meninas, do nascimento aos 5 de idade: 27 Re vi sã o: L uc as - D ia gr am aç ão : J ef fe rs on - 1 1/ 12 /1 7 MEDIDAS E AVALIAÇÕES Figura 12 – Curva de crescimento para peso corporal, por meio do escore Z por idade para meninas, do nascimento aos 5 anos de idade O gráfico a seguir mostra a curva de crescimento para peso corporal, por meio do percentil por idade para meninas, do nascimento aos 5 anos de idade: Figura 13 – Curva de crescimento para peso corporal, por meio do percentil por idade para meninas, do nascimento aos 5 anos de idade O gráfico a seguir ilustra a curva de crescimento para peso corporal, por meio do escore Z por idade para meninos, do nascimento aos 5 anos de idade: 28 Re vi sã o: L uc as - D ia gr am aç ão : J ef fe rs on - 1 1/ 12 /1 7 Unidade I Figura 14 – Curva de crescimento para peso corporal, por meio do escore Z por idade para meninos, do nascimento aos 5 anos de idade O gráfico a seguir mostra a curva de crescimento para peso corporal, por meio do percentil por idade para meninos, do nascimento aos 5 anos de idade: Figura 15 – Curva de crescimento para peso corporal, por meio do percentil por idade para meninos, do nascimento aos 5 anos de idade 29 Re vi sã o: L uc as - D ia gr am aç ão : J ef fe rs on - 1 1/ 12 /1 7 MEDIDAS E AVALIAÇÕES O gráfico a seguir mostra a curva de crescimento para peso corporal, por meio do escore Z por idade para meninas, dos 5 aos 10 anos de idade: Figura 16 – Curva de crescimento para peso corporal, por meio do escore Z por idade para meninas, dos 5 aos 10 anos de idade O gráfico a seguir ilustra a curva de crescimento para peso corporal, por meio do percentil por idade para meninas, dos 5 aos 10 anos de idade: Figura 17 – Curva de crescimento para peso corporal, por meio do percentil por idade para meninas, dos 5 aos 10 anos de idade 30 Re vi sã o: L uc as - D ia gr am aç ão : J ef fe rs on - 1 1/ 12 /1 7 Unidade I O gráfico a seguir mostra a curva de crescimento para peso corporal, por meio do escore Z por idade para meninos, dos 5 aos 10 anos de idade: Figura 18 – Curva de crescimento para peso corporal, por meio do escore Z por idade para meninos, dos 5 aos 10 anos de idade O gráfico a seguir mostra a curva de crescimento para peso corporal, por meio do percentil por idade para meninos, dos 5 aos 10 anos de idade: Figura 19 – Curva de crescimento para peso corporal, por meio do percentil por idade para meninos, dos 5 aos 10 anos de idade 31 Re vi sã o: L uc as - D ia gr am aç ão : J ef fe rs on - 1 1/ 12 /1 7 MEDIDAS E AVALIAÇÕES Conforme os gráficos que apresentam a curva de crescimento para peso corporal, por meio do escore Z por idade para meninas, dos 5 aos 10 anos de idade, e da curva de crescimento para peso corporal, por meio do percentil por idade para meninas, dos 5 aos 10 anos de idade, podemos observar que o peso da avaliada Júlia (60 kg) se encontra acima do percentil 97 e acima do escore Z +3. A partir da tabela a seguir, estabelecida pela OMS, podemos observar que o peso de Júlia está elevado para a idade: Tabela 3 – Classificação de peso para idade de 0 a 10 anos para meninos e meninas de acordo com a OMS (2006) Valores críticos Valores críticos Diagnóstico nutricional < Percentil 0,1 < Escore Z –3 Muito baixo peso para a idade ≥ Percentil 0,1 e < Percentil 3 ≥ Escore Z –3 e < Escore Z –2 Baixo peso para a idade ≥ Percentil 3 e < Percentil 15 ≥ Escore Z –2 e < Escore Z –1 Peso adequado para a idade ≥ Percentil 15 e ≤ Percentil 85 ≥ Escore Z –1 e ≤ Escore Z +1 Peso adequado para a idade > Percentil 85 e ≤ Percentil 97 > Escore Z +1 e ≤ Escore Z +2 Peso adequado para a idade > Percentil 97 e ≤ Percentil 99,9 > Escore Z +2 e ≤ Escore Z +3 Peso elevado para idade > Percentil 99,9 > Escore Z +3 Peso elevado para idade Fonte: Brasil (2011, p. 20). 2.3 Envergadura É determinada a partir da distância máxima de membros superiores, alcançada pelas extremidades distais dos dedos médios direito e esquerdo. A principal utilização da envergadura é a seleção de talentos esportivos, uma vez que maiores distâncias de envergadura são requeridas em algumas modalidades esportivas. Para verificar a medida de envergadura, será necessária uma fita métrica posicionada na parede, na altura dos ombros do avaliado, que deverá se posicionar de costas para a parede, em posição ortostática, com os membros superiores abduzidos, mantendo‑os na horizontal e alinhados aos ombros. A cabeça deverá ser mantida no plano de Frankfurt, e a distância entre as extremidades distais dos dedos médios direito e esquerdo deve ser verificada em apneia inspiratória. 2.4 Diâmetros ósseos Os diâmetros ósseos são medidas que estabelecem distâncias projetadas entre dois pontos anatômicos definidos por proeminências ósseas. Essa medida pode ser bilateral; entretanto, no caso de medidas unilaterais, o lado direito do corpo deve ser adotado. Normalmente é utilizada para quantificar o crescimento ósseo de crianças e adolescentes, uma vez que, durante as fases de crescimento, os ossos longos estão em constante desenvolvimento. Isso se dá até o fechamento das placas epifisárias, e, a partir desse momento, os ossos só podem crescer em espessura. É sabido que a atividade física pode estimular esse crescimento. 32 Re vi sã o: L uc as - D ia gr am aç ão : J ef fe rs on - 1 1/ 12 /1 7 Unidade I O impacto promovido durante a prática de exercícios físicos ajuda ainda o aumento da osteogênese.Para a avaliação dessa medida é utilizado um instrumento de precisão chamado paquímetro. De acordo com o diâmetro que será avaliado, podemos utilizar paquímetros com diferentes tamanhos. Figura 20 – Ilustração de diferentes tipos de paquímetros 2.4.1 Cuidados durante a realização das medidas Para realizar as medidas de diâmetros ósseos, instrua seu cliente/avaliado a ir na data da avaliação com o mínimo de roupas possível (recomendado biquíni para mulheres e sunga para homens). Para algumas pessoas, essa vestimenta pode parecer desconfortável. É importante que o avaliador deixe o seu cliente a vontade, e, se ele não quiser utilizar essas roupas, peça que use uma bermuda, ou um short e um top para as mulheres. As medidas de diâmetros ósseos devem ser realizadas diretamente na pele do avaliado (não se deve realizar as medidas por cima da roupa do avaliado). Realize a avaliação em um ambiente fechado, mas despojado, sem que outras pessoas possam observar o que está sendo realizado e tente estabelecer uma conversa agradável para deixar o avaliado o mais confortável possível. Além disso, algumas pessoas se sentem mais confortáveis se o avaliador for do mesmo sexo. Caso isso não seja possível, pergunte ao seu aluno/cliente se ele prefere que uma pessoa do mesmo sexo acompanhe as avaliações. É muito importante que o avaliado saiba o que você irá fazer. Explique o que será feito e para que servirá aquele procedimento. Esses mesmos cuidados também devem ser respeitados para as medidas de circunferências e dobras cutâneas que serão descritas nos tópicos a seguir. 2.4.2 Procedimentos para medição dos diâmetros ósseos Os seguintes procedimentos devem ser seguidos: • As medidas dos diâmetros ósseos dos membros devem ser feitas do lado direito do corpo quando for o caso. 33 Re vi sã o: L uc as - D ia gr am aç ão : J ef fe rs on - 1 1/ 12 /1 7 MEDIDAS E AVALIAÇÕES • Identifique cuidadosamente os locais antropométricos para mensuração (palpação e lápis dermográficos). • Marque‑os antes de começar a mensurar. • Mensure de duas a três vezes cada local em ordem rotacional. • Os valores registrados devem ser expressos em milímetros. • O paquímetro deve ser colocado sobre as marcas ósseas, sendo aplicada pressão para comprimir os tecidos adjacentes (músculo, gordura e pele) – o grau de compressão não deve ser em excesso e nem ficar frouxo. • O paquímetro deve ser segurado com ambas as mãos de forma que as pontas dos dedos indicadores estejam adjacentes com as pontas do paquímetro. • Paquímetros menores (escala até 30 cm) com maior precisão na escala devem ser usados no lugar de paquímetros maiores (escala de 60 a 80 cm) para mensurar os diâmetros ósseos de segmentos menores. • O avaliado não deve estar usando hidratantes ou óleos corporais, e as medidas devem ser realizadas diretamente na pele do avaliado (não podem ser verificadas em cima da roupa). • É necessário realizar a calibração periódica do aparelho. 2.4.3 Pontos mais frequentes de mensuração de diâmetros ósseos Os pontos mais frequentes de mensuração são os seguintes: • biacromial; • torácico‑transverso; • bi‑ilíaco; • bitrocantérico; • biepicôndilo femoral; • bimaleolar; • biepicôndilo umeral; • biestiloide. 34 Re vi sã o: L uc as - D ia gr am aç ão : J ef fe rs on - 1 1/ 12 /1 7 Unidade I 2.4.4 Descrição dos pontos anatômicos 2.4.4.1 Biacromial Mede‑se a distância entre o ponto mais elevado do acrômio direito e do esquerdo. O acrômio (do grego: akron = ponta; omos = ombro), é um processo posterior e grande que se projeta anteriormente em um ângulo de 90º a partir da extremidade lateral da espinha da escápula e serve como ponto de inserção para parte do músculo trapézio. Se você passar os dedos ao longo da face superior da articulação do ombro, sentirá esse processo na borda lateral. Para mensuração do diâmetro biacromial, coloca‑se o paquímetro entre as distâncias das duas extremidades laterais dos processos acromiais das escápulas (direita e esquerda). O avaliado deve ficar em pé, braços soltos verticalmente e ombros relaxados para baixo e levemente para frente. Preferencialmente, o avaliador deve se posicionar posteriormente ao avaliado para realizar a medida. Figura 21 – Medida de diâmetro ósseo biacromial 2.4.4.2 Torácico‑transverso Mede‑se a distância entre os pontos mais laterais das costelas ao nível do meio do corpo do esterno (mesoesterno), na altura da sexta costela, sobre a linha axilar média. A medida é realizada com o avaliado em pé; ele deve ficar com os braços levemente abduzidos, apenas o suficiente para permitir a colocação das hastes do paquímetro. Deve‑se realizar a medida ao final de uma expiração normal. 35 Re vi sã o: L uc as - D ia gr am aç ão : J ef fe rs on - 1 1/ 12 /1 7 MEDIDAS E AVALIAÇÕES Figura 22 – Medida de diâmetro ósseo torácico‑transverso 2.4.4.3 Bi‑ilíaco Mede‑se a distância entre as cristas ilíacas do osso do quadril direito e esquerdo. A crista ilíaca é uma linha óssea proeminente, aguçada e localizada na margem superior do osso ílio, entre a espinha ilíaca ântero‑superior e espinha ilíaca póstero‑superior, e marca as inserções de ligamentos e músculos. Para a mensuração, coloca‑se o paquímetro na distância mais lateral e elevada entre as cristas ilíaca direita e esquerda. O avaliado deve estar com as pernas unidas. Figura 23 – Medida de diâmetro ósseo bi‑ilíaco 36 Re vi sã o: L uc as - D ia gr am aç ão : J ef fe rs on - 1 1/ 12 /1 7 Unidade I 2.4.4.4 Bitrocantérico Mede‑se a distância entre o trocanter maior direito e esquerdo. O trocanter maior (do grego: trochos = roda) é uma projeção óssea localizada lateralmente na epífise proximal do fêmur, apresentando uma forma quadrilátera e irregular, sendo o ponto de maior proeminência sob a pele, próximo à articulação do quadril. Para mensuração, coloca‑se o paquímetro no ponto de maior distância entre o trocanter maior esquerdo e o direito, ou seja, os dois pontos de maior saliência sob a pele nessa região. O avaliado deve estar com as pernas unidas. Figura 24 – Medida de diâmetro ósseo bitrocantérico 2.4.4.5 Biepicôndilo femoral Mede‑se a distância entre os epicôndilos lateral e medial do fêmur. Os epicôndilos lateral e medial (do grego: epi = sobre; kondylos = junção) são proeminências ósseas rugosas situadas na margem dos côndilos lateral e medial do fêmur, respectivamente. São pontos de fixação dos ligamentos colaterais medial e colateral lateral da articulação do joelho, sendo o ponto de maior saliência nas margens da região do joelho. Para mensuração, coloca‑se o paquímetro no ponto de maior distância entre os epicôndilos lateral e medial. O avaliado deve estar sentado com o joelho flexionado formando um ângulo de 90º. 37 Re vi sã o: L uc as - D ia gr am aç ão : J ef fe rs on - 1 1/ 12 /1 7 MEDIDAS E AVALIAÇÕES Figura 25 – Medida de diâmetro ósseo biepicôndilo femoral 2.4.4.6 Bimaleolar Mede‑se a distância entre os maléolos medial e lateral. O maléolo (G: malleolus = martelo) medial é uma proeminente saliência óssea direcionada para baixo e localizada no lado medial da epífise distal da tíbia. Articula‑se com o tálus. O maléolo lateral é uma expansão triangular da epífise distal do osso da fíbula que se articula medialmente com a epífise distal da tíbia e com o tálus. Ambos os processos podem ser vistos na superfície e podem ser facilmente palpados. Para mensuração, coloca‑se a haste do paquímetro no ponto de maior projeção entre os maléolos lateral e medial e verifica‑se a maior distânciaentre eles. O avaliado deve ficar em pé e o peso deve ser distribuído igualmente nas duas pernas. O avaliador deve se posicionar posteriormente ao avaliado para realizar a medida. Figura 26 – Medida de diâmetro ósseo bimaleolar 38 Re vi sã o: L uc as - D ia gr am aç ão : J ef fe rs on - 1 1/ 12 /1 7 Unidade I 2.4.4.7 Biepicôndilo umeral Mede‑se a distância entre os epicôndilos lateral e medial do úmero. Os epicôndilos medial e lateral (do grego: epi = sobre; kondylos = junção) são projeções ósseas em ambos os lados acima do côndilo na epífise distal do úmero na articulação do cotovelo e fornecem área de superfície adicional para inserção muscular. O epicôndilo medial é maior. Para mensuração, coloca‑se a haste do paquímetro no ponto de maior proeminência da porção distal do úmero, próxima à articulação do cotovelo, medida essa assimétrica. Nessa posição, o epicôndilo medial se encontra mais baixo que o lateral. O avaliado deve estar em pé, de frente para o avaliador, com os braços elevados, o ombro em um ângulo de 90°, o cotovelo flexionado a 90º e o antebraço supinado. Figura 27 – Medida de diâmetro ósseo biepicôndilo umeral 2.4.4.8 Biestiloide Mede‑se a distância entre os processos estiloides do rádio e da ulna. O processo estiloide (do grego: stylo = estaca, ponta; oide = semelhante) do rádio é uma projeção óssea localizada lateralmente e para baixo na epífise distal do rádio. É o ponto de fixação para o ligamento colateral do rádio e do músculo braquiorradial, enquanto o processo estiloide da ulna é uma projeção óssea curta localizada medialmente e posteriormente na continuidade da cabeça da ulna. Serve como ponto de fixação para o ligamento colateral ulnar do carpo. Para mensuração, coloca‑se a haste do paquímetro no ponto de maior proeminência na região do punho, sendo a distância de maior projeção entre os processos estiloides do rádio e da ulna. 39 Re vi sã o: L uc as - D ia gr am aç ão : J ef fe rs on - 1 1/ 12 /1 7 MEDIDAS E AVALIAÇÕES O avaliado deve estar com o cotovelo estendido e com a articulação do punho flexionada, com a mão relaxada e a palma voltada para o tronco. Figura 28 – Medida de diâmetro ósseo biestilóide 2.5 Perímetros ou circunferências Perímetros e/ou circunferências são medidas de segmentos corporais específicos. É possível medir as circunferências de qualquer região do corpo, tanto para avaliar a evolução do treinamento quanto para a determinação de índices relacionados à saúde, como a relação cintura‑quadril. Nesse caso, o instrumento utilizado é a trena ou fita métrica graduada em milímetros, entre 5 e 7 mm de largura e 2 m de comprimento. A fita pode ser de aço ou de um material flexível, com fundo branco ou amarelo e visualização clara dos milímetros. As medidas de circunferências não devem ser realizadas após a prática de atividades físicas devido à mudança de fluídos corporais, o que pode alterar o valor da medida. É de extrema importância se atentar aos cuidados durante a verificação das medidas descritos anteriormente. Para essa medida especificamente, é necessário maior cuidado com o posicionamento do avaliador. Para a maioria das medidas é recomendado que o avaliador permaneça à lateral do avaliado. Isso porque ele deverá passar a fita métrica no contorno do corpo do avaliado. Para indivíduos com maior estrutura corporal, o avaliador encosta o seu corpo no do avaliado, e, para evitar situações que possam de alguma maneira deixar o avaliado constrangido, é recomendado que o avaliador se posicione lateralmente ao avaliado. 40 Re vi sã o: L uc as - D ia gr am aç ão : J ef fe rs on - 1 1/ 12 /1 7 Unidade I 2.5.1 Procedimentos para medição das circunferências Os seguintes aspectos devem ser observados: • As medidas das circunferências são feitas do lado direito do corpo. Contudo, às vezes é necessário avaliar ambos os lados do avaliado, caso haja necessidade de verificar proporcionalidade entre os segmentos corporais. • A medida deve ser realizada sobre a pele nua. • Devem‑se identificar cuidadosamente os locais antropométricos para mensuração. • É necessário mensurar de duas a três vezes cada local em ordem rotacional. • Não se deve realizar a medição após a prática de exercício. • A tensão a ser aplicada pela fita não deve comprimir a pele ou o tecido subcutâneo. • Para algumas circunferências (exemplos: cintura, abdômen e quadril), a fita deve ser alinhada com o plano horizontal. • Não se deve deixar o dedo entre a fita métrica e a pele. • É necessário se manter posicionado preferencialmente na lateral do avaliado. 2.5.2 Pontos mais frequentes de mensuração de circunferências corporais Os pontos mais frequentes são os seguintes: • pescoço; • peitoral (torácico); • cintura; • abdominal; • quadril; • coxa proximal; • perna; • tornozelo; 41 Re vi sã o: L uc as - D ia gr am aç ão : J ef fe rs on - 1 1/ 12 /1 7 MEDIDAS E AVALIAÇÕES • braço relaxado; • braço fletido; • antebraço; • punho. 2.5.3 Descrição dos pontos anatômicos 2.5.3.1 Pescoço Medida da circunferência perpendicular ao eixo longitudinal desse segmento, passando abaixo da proeminência da laringe (popularmente conhecido como pomo‑de‑adão). Para a realização dessa medida, o indivíduo deve estar em posição anatômica, com a cabeça orientada no plano de Frankfurt. O avaliador permanece à direita do avaliado. Figura 29 – Medida de circunferência do pescoço 2.5.3.2 Peitoral (torácico) Medida da circunferência torácica, ao nível do ponto mesoesternal (meio do esterno). Esta medida é horizontal e deve ser feita após o final de uma expiração normal, estando o indivíduo em posição anatômica e com os braços levemente abduzidos. O avaliador permanece na lateral do avaliado. 42 Re vi sã o: L uc as - D ia gr am aç ão : J ef fe rs on - 1 1/ 12 /1 7 Unidade I Para mulheres, essa medida deve ser realizada abaixo das axilas. Figura 30 – Medida de circunferência peitoral para homens Figura 31 – Medida de circunferência peitoral para mulheres 2.5.3.3 Cintura Região mais estreita do tronco (entre as costelas e a crista ilíaca), medida horizontalmente e realizada após o final de uma expiração normal. O avaliador deve permanecer a lateral do avaliado. Caso seja possível, um assistente pode posicionar a fita atrás do avaliado. 43 Re vi sã o: L uc as - D ia gr am aç ão : J ef fe rs on - 1 1/ 12 /1 7 MEDIDAS E AVALIAÇÕES Figura 32 – Medida de circunferência de cintura 2.5.3.4 Abdominal Protuberância anterior máxima do abdômen (normalmente, cicatriz umbilical), sendo medida horizontalmente. Deve ser feita após o final de uma expiração normal. O avaliador deve permanecer na lateral do avaliado. Caso seja possível, um assistente pode posicionar a fita atrás do avaliado. Figura 33 – Medida de circunferência abdominal 44 Re vi sã o: L uc as - D ia gr am aç ão : J ef fe rs on - 1 1/ 12 /1 7 Unidade I 2.5.3.5 Quadril Extensão posterior máxima dos glúteos (altura dos pontos trocantéricos direito e esquerdo, passando pela proeminência glútea, e deve ser medida horizontalmente). O avaliado deve estar em posição anatômica, com os pés unidos e os braços ligeiramente afastados do corpo. O avaliador deve permanecer na lateral do avaliado. Caso seja possível, um assistente pode posicionar a fita atrás do avaliado. Figura 34 – Medida de circunferência do quadril Figura 35 – Medida de circunferência do quadril (vista lateral)45 Re vi sã o: L uc as - D ia gr am aç ão : J ef fe rs on - 1 1/ 12 /1 7 MEDIDAS E AVALIAÇÕES 2.5.3.6 Coxa (proximal) Imediatamente abaixo da prega glútea, estando o avaliado em posição anatômica. O avaliador se posiciona lateralmente ao avaliado, e a medida é horizontal. Figura 36 – Medida de circunferência da coxa proximal 2.5.3.7 Perna Maior circunferência (no terço proximal) perpendicular ao eixo da perna. A medida deve ser realizada horizontalmente. O avaliado deve estar de pé com o peso corporal dividido igualmente entre as duas pernas. O avaliador se posiciona lateralmente ao avaliado. 46 Re vi sã o: L uc as - D ia gr am aç ão : J ef fe rs on - 1 1/ 12 /1 7 Unidade I Figura 37 – Medida de circunferência da perna 2.5.3.8 Tornozelo Menor circunferência (no terço distal) perpendicular ao eixo da perna, sendo esta medida horizontalmente. O avaliado deve estar de pé, com o peso corporal dividido igualmente entre as duas pernas. O avaliador se posiciona lateralmente ao avaliado. Figura 38 – Medida de circunferência do tornozelo 47 Re vi sã o: L uc as - D ia gr am aç ão : J ef fe rs on - 1 1/ 12 /1 7 MEDIDAS E AVALIAÇÕES 2.5.3.9 Braço relaxado Circunferência perpendicular ao eixo do segmento tomada na região média do braço relaxado (entre o processo acromial da escápula e o processo olécrano da ulna), estando o avaliado em posição anatômica. O avaliador se posiciona lateralmente ao avaliado. Figura 39 – Medida de circunferência do braço 2.5.3.10 Braço fletido Maior circunferência perpendicular ao eixo do segmento quando o braço está em flexão. O braço deve estar paralelo ao solo. O braço esquerdo deve opor resistência de forma que o antebraço e o braço formem um ângulo de 90º. O avaliador se posiciona lateralmente ao avaliado. 48 Re vi sã o: L uc as - D ia gr am aç ão : J ef fe rs on - 1 1/ 12 /1 7 Unidade I Figura 40 – Medida de circunferência do braço fletido 2.5.3.11 Antebraço Maior circunferência (terço proximal) do segmento. O cotovelo deve estar em extensão e o braço, relaxado. O avaliador se posiciona lateralmente ao avaliado. Figura 41 – Medida de circunferência do antebraço 49 Re vi sã o: L uc as - D ia gr am aç ão : J ef fe rs on - 1 1/ 12 /1 7 MEDIDAS E AVALIAÇÕES 2.5.3.12 Punho Menor circunferência (no terço distal) perpendicular ao eixo do antebraço. O avaliador permanece à frente do avaliado. Figura 42 – Medida de circunferência do punho 2.6 Dobras cutâneas Prega cutânea, ou dobra cutânea, se refere à espessura em milímetros de três camadas de pele mais a gordura subcutânea. As medidas de espessuras das dobras cutâneas podem ser realizadas em várias regiões do corpo humano, sendo que várias medidas oferecem visão mais clara quanto à disposição da gordura. Assim, torna‑se possível verificar a possibilidade de conhecer o padrão de distribuição do tecido adiposo subcutâneo, pelas diferentes regiões anatômicas. O equipamento que realiza essa medida se chama adipômetro ou compasso de dobras cutâneas. Figura 43 – Modelos de adipômetros ou compasso de dobras cutâneas 50 Re vi sã o: L uc as - D ia gr am aç ão : J ef fe rs on - 1 1/ 12 /1 7 Unidade I As medidas de dobras cutâneas não devem ser realizadas após a prática de atividades físicas devido à mudança de fluídos corporais durante a prática, o que pode alterar o valor da medida. O avaliador deve realizar a maior quantidade de avaliações possível para se tornar experiente. É necessário muito tempo e prática para realizar as medições sem erros. Pele Gordura Músculo Osso Figura 44 – Demonstração dos tecidos envolvidos na medida das dobras cutâneas Como já dito anteriormente, deve‑se atentar aos cuidados durante a verificação das medidas. 2.6.1 Procedimentos para medição das dobras cutâneas Alguns procedimentos devem ser seguidos: • Assegurar que a pele do avaliado esteja seca, sem loções hidratantes ou óleos corporais que podem fazer com que o compasso deslize. • Segurar o compasso com a mão direita. • Destacar o tecido adiposo das estruturas mais profundas utilizando os dedos polegar e indicador da mão esquerda. • Identificar e marcar o local para a medição da dobra cutânea. • Segurar a dobra cutânea até a realizar a leitura. • Colocar as hastes do compasso de dobras cutâneas 1 cm abaixo dos dedos que estão segurando a dobra. • Manter compasso perpendicular à dobra cutânea. • Realizar as medições do lado direito do avaliado. 51 Re vi sã o: L uc as - D ia gr am aç ão : J ef fe rs on - 1 1/ 12 /1 7 MEDIDAS E AVALIAÇÕES • Soltar a pressão das hastes do compasso lentamente. • Aguardar de 2 a 4 segundos após soltar a pressão das hastes do compasso para realizar a leitura da medida. • Realizar três medidas em cada ponto, intercaladas entre si. • Adotar o valor mediano (intermediário) como sendo a medida da dobra cutânea, ou somar os três valores obtidos e extrair a média. • Quando houver uma diferença superior a 5%, realizar nova série de medidas. 2.6.2 Erros do avaliador Podemos citar como erros do avaliador: • Largar a dobra cutânea antes da realização da medida. • Não colocar o compasso perpendicular à medida. • Não respeitar o sentido da medida. • Não respeitar o número de repetições da medida (três vezes). • Não aguardar o tempo de leitura da medida (2 a 4 segundos). • Efetuar leitura errada do compasso. 2.6.3 Pontos mais frequentes de mensuração das dobras cutâneas A seguir, serão apresentados os pontos mais frequentes de mensuração das dobras cutâneas: • tricipital (tríceps); • bicipital (bíceps); • subescapular; • peitoral/torácica; • axilar média; • abdominal; 52 Re vi sã o: L uc as - D ia gr am aç ão : J ef fe rs on - 1 1/ 12 /1 7 Unidade I • suprailíaca; • coxa; • perna. 2.6.4 Descrição dos pontos anatômicos 2.6.4.1 Tricipital Mede‑se o ponto médio localizado entre o acrômio e o olécrano na face posterior do braço. O acrômio (do grego: akron = ponta; omos = ombro) é um processo posterior e grande que se projeta anteriormente em um ângulo de 90º a partir da extremidade lateral da espinha da escápula. Se você passar os dedos ao longo da face superior da articulação do ombro, sentirá esse processo na borda lateral, sob a pele. O olécrano é uma projeção posterior espessa da epífise proximal da ulna que forma a “ponta do cotovelo”. Para mensuração da dobra, o avaliador deve se posicionar atrás do avaliado, que estará com o cotovelo estendido. Utilizando o polegar e o dedo indicador, o avaliador faz uma pinça e separa o tecido subcutâneo do tecido muscular no sentido do eixo longitudinal do corpo. Figura 45 – Medida de dobra cutânea tricipital 53 Re vi sã o: L uc as - D ia gr am aç ão : J ef fe rs on - 1 1/ 12 /1 7 MEDIDAS E AVALIAÇÕES 2.6.4.2 Bicipital Mede‑se o ponto localizado na face anterior do braço na altura do ponto onde foi realizada a medida da dobra cutânea tricipital, no ponto de maior circunferência aparente do ventre muscular do bíceps. Para mensuração da dobra, o avaliador deve se posicionar na frente do avaliado, que estará com o cotovelo estendido. Utilizando o polegar e o dedo indicador, o avaliador faz uma pinça e separa o tecido subcutâneo do tecido muscular no sentido do eixo longitudinal do corpo. Figura 46 – Medida de dobra cutânea bicipital
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