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Teoria e Prática Cambial - Livro-Texto Unidade I

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Autor: Prof. José Carlos Roncolato da Frota
Colaboradores: Profa. Lérida Malagueta
 Prof. Adalberto Oliveira da Silva
Teoria e Prática Cambial
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Professor conteudista: José Carlos Roncolato da Frota
Possui graduação em Ciências Econômicas pela Universidade Paulista (UNIP). Pós‑graduado em Formação 
para Educação a Distância pela mesma instituição. É coordenador dos cursos de Gestão na unidade Alphaville 
da UNIP, na qual também é professor das disciplinas de Economia e Mercado, Teoria e Prática Cambial, Negócios 
Internacionais, Técnicas de Negociação e Mercado de Capitais. Atuou, aproximadamente, dez anos na iniciativa 
privada entre cargos na área financeira e de compras. Juntamente com o Sindicato dos Metalúrgicos de Osasco e 
Região, desenvolveu atividades como assessor econômico. Além de lecionar na UNIP, tanto na modalidade presencial 
quanto a distância, atua em outras instituições de Ensino Superior e na Coordenadoria Geral de Especialização, 
Aperfeiçoamento e Extensão (Cogeae) da PUC de São Paulo nos cursos de Recrutamento, Seleção por Competência 
e Gestão da Diversidade das Organizações.
© Todos os direitos reservados. Nenhuma parte desta obra pode ser reproduzida ou transmitida por qualquer forma e/ou 
quaisquer meios (eletrônico, incluindo fotocópia e gravação) ou arquivada em qualquer sistema ou banco de dados sem 
permissão escrita da Universidade Paulista.
Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP)
F941t Frota, José Carlos Roncolato da.
Teoria e Prática Cambial. / José Carlos Roncolato da Frota. – São 
Paulo: Editora Sol, 2017.
124 p., il.
Nota: este volume está publicado nos Cadernos de Estudos e 
Pesquisas da UNIP, Série Didática, ano XXIII, n. 2‑110/17, ISSN 1517‑9230.
1. Mercado de câmbio. 2. Sistema financeiro nacional. 3. Fundos 
de investimentos. I. Título.
CDU 336.76
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Prof. Dr. João Carlos Di Genio
Reitor
Prof. Fábio Romeu de Carvalho
Vice-Reitor de Planejamento, Administração e Finanças
Profa. Melânia Dalla Torre
Vice-Reitora de Unidades Universitárias
Prof. Dr. Yugo Okida
Vice-Reitor de Pós-Graduação e Pesquisa
Profa. Dra. Marília Ancona‑Lopez
Vice-Reitora de Graduação
Unip Interativa – EaD
Profa. Elisabete Brihy 
Prof. Marcelo Souza
Prof. Dr. Luiz Felipe Scabar
Prof. Ivan Daliberto Frugoli
 Material Didático – EaD
 Comissão editorial: 
 Dra. Angélica L. Carlini (UNIP)
 Dra. Divane Alves da Silva (UNIP)
 Dr. Ivan Dias da Motta (CESUMAR)
 Dra. Kátia Mosorov Alonso (UFMT)
 Dra. Valéria de Carvalho (UNIP)
 Apoio:
 Profa. Cláudia Regina Baptista – EaD
 Profa. Betisa Malaman – Comissão de Qualificação e Avaliação de Cursos
 Projeto gráfico:
 Prof. Alexandre Ponzetto
 Revisão:
 Fernanda Pereira
 Vitor Andrade
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Sumário
Teoria e Prática Cambial
APRESENTAÇÃO ......................................................................................................................................................9
INTRODUÇÃO ........................................................................................................................................................ 10
Unidade I
1 A ESTRUTURA DO SISTEMA FINANCEIRO NACIONAL ....................................................................... 11
1.1 Funcionamento após 1988 ............................................................................................................... 14
1.2 Comércio exterior no Brasil .............................................................................................................. 16
2 MERCADO DE CÂMBIO ................................................................................................................................. 18
2.1 Participantes do mercado cambial ................................................................................................ 20
2.2 Negociação do câmbio ....................................................................................................................... 21
2.3 Funcionamento do mercado de câmbio ..................................................................................... 22
2.4 Subdivisões do mercado cambial ................................................................................................... 24
2.5 Controle cambial .................................................................................................................................. 25
2.5.1 Balanço de pagamentos....................................................................................................................... 25
2.5.2 Origens do controle cambial .............................................................................................................. 27
2.5.3 Modalidades de controle cambiais .................................................................................................. 27
2.5.4 Sistema de créditos recíprocos .......................................................................................................... 30
2.5.5 Controle cambial no Brasil .................................................................................................................. 31
2.6 Taxa de câmbio ...................................................................................................................................... 32
2.6.1 Formatação da taxa de câmbio ......................................................................................................... 32
2.6.2 Tipos de taxa de câmbio....................................................................................................................... 34
2.6.3 Modalidades de taxas............................................................................................................................ 36
2.6.4 Regimes cambiais ................................................................................................................................... 36
Unidade II
3 TAXAS INTERNACIONAIS DE JUROS ........................................................................................................ 42
3.1 Conceito ................................................................................................................................................... 42
3.2 Subdivisões ............................................................................................................................................. 45
4 POLÍTICA OPERACIONAL ADOTADA PELOS BANCOS ......................................................................... 46
4.1 Conceitos ................................................................................................................................................. 46
4.2 Elementos a serem considerados ................................................................................................... 47
4.3 Transferências ao exterior ................................................................................................................. 49
4.4 Modalidades de pagamentos no comércio internacional ................................................... 50
4.4.1 Remessa antecipada .............................................................................................................................. 51
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4.4.2 Remessa sem saque ............................................................................................................................... 51
4.4.3 Cobrança ....................................................................................................................................................51
4.4.4 Carta de crédito (letter of credit) ..................................................................................................... 53
4.5 Contratos de câmbio ........................................................................................................................... 55
4.5.1 Conceito e noções elementares de um contrato de câmbio ................................................ 55
4.5.2 Modelos de contratos de câmbio ..................................................................................................... 57
4.5.3 Particularidades ....................................................................................................................................... 69
Unidade III
5 EXPORTAÇÃO E O CÂMBIO .......................................................................................................................... 74
5.1 Conceito ................................................................................................................................................... 74
5.2 Fundamento legal ................................................................................................................................ 75
5.2.1 Formas de exportação ........................................................................................................................... 76
5.2.2 Documentos necessários para a exportação ............................................................................... 76
5.2.3 Formas de contrato de câmbio para a exportação ................................................................... 80
5.3 Responsabilidade das partes ............................................................................................................ 81
5.4 Principais financiamentos à exportação ..................................................................................... 81
5.4.1 Adiantamento de contrato de câmbio (ACC) .............................................................................. 81
5.4.2 Adiantamento de cambiais entregues (ACE) ............................................................................... 82
6 IMPORTAÇÃO E O CÂMBIO .......................................................................................................................... 83
6.1 Conceito ................................................................................................................................................... 83
6.2 Regime cambial ..................................................................................................................................... 84
6.3 Tributos e despesas .............................................................................................................................. 85
6.4 Financiamento para cobrança e carta de crédito ................................................................... 86
6.5 Pagamento antecipado ...................................................................................................................... 88
6.6 Comissão de agente ............................................................................................................................ 88
Unidade IV
7 OPERAÇÕES DE CÂMBIO REFERENTES A FINANCIAMENTOS INTERNACIONAIS .................... 92
7.1 Financiamentos à exportação ......................................................................................................... 92
7.1.1 Pré‑pagamento ........................................................................................................................................ 92
7.1.2 Simplex ........................................................................................................................................................ 93
7.1.3 Programa de Financiamento às Exportações (Proex) ............................................................... 93
7.1.4 Financiamentos BNDES‑EXIM ........................................................................................................... 94
7.1.5 Export notes .............................................................................................................................................. 96
7.1.6 Securitização de exportação .............................................................................................................. 97
7.2 Suppliers e buyers credits ................................................................................................................. 97
7.2.1 Suppliers credits ...................................................................................................................................... 97
7.2.2 Buyers credits ........................................................................................................................................... 97
7.3 Forfaiting ................................................................................................................................................. 97
7.4 Financiamento à importação .......................................................................................................... 98
7.4.1 Buyer’s credit ............................................................................................................................................ 98
7.4.2 Supplier’s credit ....................................................................................................................................... 99
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7.4.3 Leasing internacional ............................................................................................................................ 99
7.4.4 BNDES – Finem ........................................................................................................................................ 99
7.5 Operações de garantia......................................................................................................................100
7.5.1 Aval bancário ..........................................................................................................................................100
7.5.2 Fiança bancária ......................................................................................................................................100
7.5.3 Bid bond ...................................................................................................................................................100
7.5.4 Performance bond ................................................................................................................................100
7.5.5 Cartas de crédito ...................................................................................................................................100
8 FUNDOS DE INVESTIMENTOS ...................................................................................................................101
8.1 Commercial paper ..............................................................................................................................101
8.2 Bônus e eurobônus de empresas .................................................................................................102
8.3 Comunicado Firce 10 – Lei 4.131 .................................................................................................102
8.4 Empréstimos em moeda estrangeira ..........................................................................................103
8.4.1 Resolução 63 ..........................................................................................................................................103
8.4.2 Resolução 2.770 ....................................................................................................................................105
8.4.3 Resolução 3.844 ....................................................................................................................................1058.4.4 Carta circular n. 5 (CC5) .....................................................................................................................106
8.4.5 Securitização de empréstimos.........................................................................................................107
8.4.6 Derivativos de swaps ...........................................................................................................................108
8.4.7 Hedges cambiais ....................................................................................................................................108
8.4.8 Debêntures cambiais ...........................................................................................................................109
8.4.9 Warrants ...................................................................................................................................................109
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APRESENTAÇÃO
Uma das disciplinas mais interessantes e complexas para qualquer gestor da área de Comércio 
Exterior é a que lida com câmbio, bem como a respeito de sua teoria e prática. Nesse sentido, a disciplina 
Teoria e Prática Cambial tem por objetivo auxiliar o discente no entendimento do funcionamento da 
questão cambial em âmbito nacional e internacional. É importante compreender como essa prática 
impacta nas decisões das empresas, tanto com relação às exportações quanto às importações.
Ainda a respeito do câmbio, os estudantes poderão conhecer nesta matéria os principais conceitos 
de pagamentos internacionais, o que no ramo corporativo é de suma importância, dado que cada um 
destes conceitos poderá definir a continuidade do negócio ou não.
Igualmente, as sociedades podem buscar no mercado formas de financiar suas exportações e, em 
menor amplitude, as importações. Tais financiamentos facilitam às corporações abrirem seus estoques 
e, desse modo, conquistarem mercados.
O nível de competitividade imposto ao mundo dos negócios atualmente requer a percepção ideal 
a respeito de cada processo da companhia. Atrair mercado por meio do comércio internacional é uma 
das saídas para ganhos extras, entretanto, sem o devido planejamento, a mesma organização tende 
ao fracasso. Dessa forma, ao observar a relação cambial, é preciso que o gestor tenha consciência e 
ferramentas analíticas para reconhecer se o mercado ficará estável ou instável, orientando de forma 
correta a política da empresa.
Estar em consonância com as frequentes alterações apresentadas pelo regime do governo, por 
exemplo, as questões de legislação, documentação exigida, entre outros aspectos, também é fundamental 
a todo profissional da área de comércio exterior. Assim, não é possível desvincular o gestor da área do 
indivíduo responsável pelas informações necessárias à tomada de decisões.
Para que os propósitos da disciplina sejam alcançados, foi criada uma sequência lógica de unidades, 
visando ao melhor aproveitamento do futuro gestor.
Na unidade I serão estudados os conceitos referentes à estrutura do sistema financeiro nacional, 
baseando‑se nas reformas de 1964‑1965 até a estrutura atual. Serão enfatizados os principais órgãos e 
funções do chamado sistema brasileiro de câmbio. Outro ponto pertinente para o desenvolvimento dos 
conceitos futuros é o conhecimento do mercado de câmbio, suas características e seu funcionamento. 
Os controles cambiais aplicados aos países serão discutidos, demonstrando, inclusive, a estrutura do 
balanço de pagamentos. A mesma unidade é finalizada com a análise do conceito de taxa de câmbio, 
suas aplicabilidades e impactos aos exportadores e importadores.
A unidade II é dedicada à compreensão, a princípio, das taxas de juros internacionais e como 
essas serão significavas para os próximos passos dentro da disciplina. As políticas dos bancos e os 
contratos de câmbio serão tratados na sequência. Destacaremos as instituições financeiras e suas 
formas de auxiliar os agentes relacionados ao comércio exterior, tanto na forma de pagamento 
como de recebimento de divisas. Por fim, serão examinados os contratos de câmbio, os quais 
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formalizam a existência da moeda estrangeira a ser negociada, auxiliando‑nos na reflexão se existe 
ou não a possibilidade de negociá‑los.
As operações cambiais para a exportação e importação serão objetos de estudo da unidade III, em 
que será focada a fundamentação legal da existência delas, além das responsabilidades existentes a cada 
uma das partes envolvidas no processo. De modo similar, analisaremos a questão das principais formas de 
garantia a importadores e exportadores; os dois principais tipos de financiamento voltados à exportação; 
o Adiantamento de Contrato de Câmbio (ACC) e o Adiantamento de Cambiais Entregues (ACE).
Finalmente, a unidade IV será pautada em assuntos de extrema relevância. Nela poderemos 
compreender financiamentos elementares existentes no mercado internacional para os exportadores 
e importadores, bem como estudaremos os principais fundos de investimentos disponíveis, os quais se 
amparam na legislação brasileira. Vale ressaltar que a regulamentação do comércio exterior no Brasil terá 
especial destaque nessa unidade. Encerraremos com o exame dos empréstimos em moeda estrangeira, 
autorizados pelo governo e as formas de proteção contra as oscilações cambiais.
INTRODUÇÃO
Tratar de câmbio não é tarefa fácil, porém a disciplina de Teoria e Prática Cambial, aqui abordada, 
buscará argumentos esclarecedores e facilitadores sobre este tema. Os processos existentes na área 
de comércio exterior de uma organização geram inúmeras possibilidades de trabalho. As empresas 
procuram constantemente profissionais gabaritados para atuar na área.
Desse modo, compreender as nuances referentes à área cambial é o objetivo principal do presente 
livro‑texto. Por meio da busca de referências atualizadas – sem desconsiderar de que forma cada um 
dos processos foi gerado e determinado –, teremos a capacidade de nos evadir do aspecto meramente 
teórico e aplicar de forma prática o conhecimento adquirido.
Ao analisar a estrutura então desenvolvida, percebe‑se a necessidade de conceituar, além de 
esclarecer, as principais questões com as quais o profissional envolvido na área de comércio exterior 
se deparará. Atualmente, o número de organizações que buscam romper fronteiras e explorar novos 
mercados tem crescido e isso gera um excelente nicho de mercado.
A premissa de que uma taxa de câmbio é favorável à exportação permite afirmar que esta seja a 
grande ocasião de o mercado alimentar um ledo engano, visto que no Brasil há uma enorme carência 
de bens de capital, dessa forma, o processo de importação, ainda que o câmbio esteja desfavorável, é 
bastante relevante.
Com isso, espera‑se que este livro‑texto possa sanar grande parte das dúvidas, e por que não, dos 
anseios dos discentes, bem como possa despertar grande interesse pelo tema.
Bons estudos!
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TEORIA E PRÁTICA CAMBIAL
Unidade I
1 A ESTRUTURA DO SISTEMA FINANCEIRO NACIONAL
O sistema financeiro brasileiro passou por diversas alterações ao longo dos anos. Ao analisar este 
sistema, é necessário buscar a compreensão de como ele era e qual é sua estrutura atual. Conforme 
destacado por Lopes e Rossetti (1998), a evolução do sistema financeiro nacional é inerente ao 
desenvolvimento de nossa economia.
Podemos, assim, dividir em cinco fases a evolução do sistema financeiro brasileiro segundo os 
autores citados:
• Do Império até a República.
• Período entreguerras e a Grande Depressão.
• Iniciada em 1945 até as reformas institucionais de 1964 e 1965.
• Das reformas de 1964‑1965 até a promulgação da Constituição de 1988.
• Introdução dos bancos múltiplos e a necessidade de capital mínimo para abertura dessas 
instituições (fim da carta patente).
Apesar da importância que as duas primeiras fases possuem, iniciaremos nossos estudos a partir da 
terceira fase.
 Saiba mais
Para compreender as referidas fases, é recomendada a leitura da 
dissertação de mestrado de Nanci Souto de Assis (2007) – Análise dos 
efeitos da globalização monetária e financeira sobre a estrutura e o 
funcionamento do sistema financeiro brasileiro. No capítulo I ela aborda o 
contexto histórico do sistema financeiro nacional.
Podemos afirmar que a terceira fase inicia uma nova era para a economia brasileira. O sistema 
financeiro passa por reformas no intuito de se modernizar, ainda que este seja transformado em um 
sistema muito mais complexo do que o anterior.
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Unidade I
Vale ressaltar que o referido sistema antes das reformas institucionalizadas atravessou diversas 
transformações, tais como:
• Aumento no número de intermediários financeiros com o aumento na penetração do espaço 
geográfico.
• Criação da Sumoc (Superintendência da Moeda e do Crédito), o que representou o primeiro passo 
para a introdução do Banco Central.
• Criação de órgão para financiar a infraestrutura do País, denominado BNDE (Banco Nacional de 
Desenvolvimento Econômico).
• Busca da redução das desigualdades regionais brasileiras por meio da Sudam (Superintendência do 
Desenvolvimento do Amazonas) e Sudene (Superintendência de Desenvolvimento do Nordeste), 
entre outros bancos de auxílio.
• Desenvolvimento – devido à necessidade de ampliação de crédito – de companhias responsáveis 
pelo auxílio à população que buscava os bens produzidos pelos novos setores (durável e de capital).
 Observação
Os bens de capital são aqueles usados para a produção de outros bens 
e que não são finalizados na produção, apenas se desgastam, como é o 
caso das máquinas e dos equipamentos. Já os bens de consumo duráveis 
são aqueles disponíveis para consumo da população e que serão utilizados 
diversas vezes, por exemplo, um automóvel.
As reformas de 1964‑1965 foram introduzidas no Brasil através de leis específicas, a saber:
• Lei 4.380, de 21 de agosto de 1964: institui a correção monetária nos contratos imobiliários de 
interesse social, o sistema financeiro para aquisição da casa própria, cria o Banco Nacional da 
Habitação (BNH), as Sociedades de Crédito Imobiliário, as letras imobiliárias, o Serviço Federal de 
Habitação e Urbanismo e dá outras providências.
• Lei 4.595, de 31 de dezembro de 1964: dispõe sobre a política e as instituições monetárias, 
bancárias e creditícias; cria o Conselho Monetário Nacional e dá outras providências. Além disso, 
estrutura o sistema: I – do Conselho Monetário Nacional; II – do Banco Central do Brasil; III – do 
Banco do Brasil S. A.; IV – do Banco Nacional do Desenvolvimento Econômico; V – das demais 
instituições financeiras públicas e privadas.
• Lei 4.728, de 14 de julho de 1965: disciplina o mercado de capitais e estabelece medidas para o 
seu desenvolvimento.
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TEORIA E PRÁTICA CAMBIAL
As reformas propostas tinham como objetivo melhorar e agilizar o processo de intermediação 
financeira do sistema financeiro brasileiro. Porém, apesar de todos os esforços, o que se obteve não foi 
o planejado, tal como Costa (1999, p. 283) nos destaca como resultados dessas reformas:
1 – a falta de autonomia do Banco Central; 2 – o acúmulo de funções no 
Banco Central: executor da política monetária e da política cambial, banco 
emissor, banco dos bancos, banqueiro do governo, banco de fomento, 
controlador das operações com o exterior, fiscal do sistema financeiro; 3 – 
o caráter híbrido do Banco do Brasil, pois não transferiu todas as funções 
de autoridade monetária para o Banco Central; 4 – o Conselho Monetário 
Nacional subordinado ao Ministério da Fazenda, tornando‑se um órgão 
homologatório de decisões já tomadas para diluir responsabilidades; 5 – 
a ausência da unificação de orçamentos, com o orçamento monetário, 
na prática, tornando‑se o segundo orçamento patrimonial da União, sem 
controle do Congresso; 6 – a diminuição do prazo de vencimento dos títulos 
que lastreariam empréstimos de longo prazo; 7 – a indefinição da figura do 
“poupador” no investidor institucional (fundos de pensão, seguradoras, etc.), 
pois não se consegue montar um sistema financeiro com base na “poupança 
voluntária” individual, mas sim na “poupança compulsória” coletiva (FGTS, 
PIS‑Pasep, Finsocial, etc.); 8 – o abandono da política de especialização 
(COSTA, 1999, p. 283).
Ao tratar do ponto de vista operacional, essas reformas desenvolveram o sistema, mesmo ancorado 
em depósitos à vista.
 Lembrete
Em bancos comerciais existem dois tipos de depósitos: à vista e a prazo; 
depósitos à vista são aqueles que não são remunerados, o que conhecemos 
como conta‑corrente. Já os depósitos a prazo são conhecidos por sua 
remuneração, via taxa de juros, ao dinheiro aplicado, além disso, existe um 
limite de tempo para manter o valor nessa aplicação.
A quarta fase é concluída com a promulgação da Constituição Federal de 1988. O presidente da 
época, José Sarney, implementou o Plano Cruzado, que tinha como objetivo reduzir (ou melhor, acabar) 
com a inflação no Brasil. Esse Plano atingia, ademais, o sistema financeiro nacional com algumas 
alterações determinantes e profundas para o brasileiro, entre as quais podemos destacar: fim da conta 
movimento – conhecida por ser o “cheque especial” do governo, era mantida no Banco do Brasil; 
autorização para que os bancos cobrassem pelos serviços prestados ao público; criação do Certificado 
de Depósito Interbancário (CDI) com o intuito de distribuir recursos entre os agentes superavitários e 
deficitários, mas somente no ambiente bancário.
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Unidade I
Os bancos comerciais, para fechar as suas posições diárias, realizam empréstimos entre eles, isto é, 
se o banco X precisar de dinheiro, pedirá emprestado ao banco Y, e este, por sua vez, pedirá ao banco Z. 
Esta operação é viabilizada por meio do CDI.
1.1 Funcionamento após 1988
O Conselho Monetário Nacional, patrocinado pelo Banco Mundial, promoveu um reordenamento no 
sistema financeiro nacional. A nova estruturação trouxe alterações fundamentais ao sistema, das quais 
podemos destacar o fim da carta patente, documento que autorizava o funcionamento dos bancos; 
com a eliminação dela, as instituições necessitavam indicar um capital mínimo para cada carteira. 
Isso conferia aos bancos autorização para atuarem como múltiplos, ou seja, os bancos poderiam a 
partir daquele momento possuírem mais de uma carteira em sua estrutura, porém era necessário que 
demonstrassem capital mínimo para cada uma delas.
 Observação
As carteiras de um banco podem ser: comerciais – basicamente captam 
depósitos à vista e oferecem crédito; investimentos – não possuem 
conta‑corrente para seus clientes, apenas fundos de investimentos e 
fornecem empréstimo de médio e longo prazo; desenvolvimento – tem 
como principal objetivo o fomento de estruturas e regiões; múltiplos – 
bancos que operam com duas ou mais carteiras.
O sistema financeiro brasileiro é dividido em dois subsistemas: o normativo e o de intermediação; 
podemos destacá‑los por suas características e seus objetivos. O subsistemanormativo é a parte que almeja 
a manutenção do sistema financeiro. Ele é responsável pelas normas e legislação que regulamentam 
o sistema. Citamos, entre outros: Conselho Monetário Nacional, Banco Central do Brasil, Banco do 
Brasil, Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Caixa Econômica Federal. Já o subsistema de 
intermediação tem por objetivo aproximar os deficitários (pessoas físicas ou jurídicas que necessitam 
de crédito) dos superavitários (pessoas físicas ou jurídicas que desejam deixar dinheiro aplicado). Nesse 
subsistema identificamos: instituições financeiras bancárias – bancos comerciais, múltiplos e caixas 
econômicas; instituições financeiras não bancárias – bancos de investimentos e sociedades de crédito, 
financiamento e investimento; sociedade brasileira de poupança e crédito – formada pela Caixa 
Econômica Federal, sociedades de crédito imobiliário, associação de poupança e empréstimos e bancos 
múltiplos; instituições auxiliares – bolsas de valores, sociedades corretoras e agentes autônomos de 
investimentos; instituições não financeiras – factorings e sociedades seguradoras.
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Caixa Econômica 
Federal (CEF)
Banco Nacional de 
Desenvolvimento 
Econômico e Social 
(BNDES)
Instituições financeiras 
bancárias
Instituições financeiras não 
bancárias
Sistema Brasileiro de 
Poupança e Empréstimo 
(SBPE)
Instituições auxiliares
Instituições não financeiras
Comissão de Valores 
mobiliários (CVM)
Instituições 
especiais
Banco Central 
(Bacen)
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Conselho Monetário 
Nacional (CMN)
Comissões 
consultivas
Banco do Brasil 
(BB)
Figura 1 ‑ Estrutura atual do sistema financeiro nacional 
Dentre os elementos que constituem o sistema financeiro nacional, ilustraremos apenas os que 
afetam diretamente o comércio exterior e nossa compreensão a respeito de nossa disciplina: Teoria e 
Prática Cambial.
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Unidade I
 Saiba mais
A fim de maiores esclarecimentos a respeito da economia monetária 
nacional, recomenda‑se a leitura da obra Economia monetária: uma 
abordagem brasileira (2009), de José Roberto Novaes de Almeida. Disponível 
em: <http://integrada.minhabiblioteca.com.br/books/9788522465323>. 
Acesso em: 21 mar. 2017.
1.2 Comércio exterior no Brasil
O comércio exterior brasileiro é subordinado ao Ministério de Indústria, Comércio Exterior e Serviços 
(MDIC), no entanto a estrutura existente determina que todas as operações sejam devidamente 
registradas e reguladas por outros organismos. Assim, vejamos na estrutura do sistema brasileiro quais 
são os principais órgãos competentes.
Câmara de Comércio 
Exterior (CAMEX)
Presidência 
da república
Ministério do 
Desenvolvimento, 
Indústria e Comércio 
Exterior (MDIC)
Secretaria de Comércio 
Exterior (Secex) 
Conselho 
Monetário Nacional
Banco Central do Brasil 
(Bacen) 
Ministério da Fazenda
Secretaria da Receita 
Federal (RFB)
Figura 2
O Conselho Monetário Nacional (CMN): é o órgão supremo do sistema financeiro. Possui funções 
apenas normativas e não executivas. Ele é responsável pelas diretrizes de política monetária, fiscal 
e cambial. São, entre outras, competências do CMN: conciliar o volume dos meios de pagamentos 
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à necessidade econômica; regular o valor interno da moeda; regular o valor externo da moeda; 
direcionar a aplicação de recursos das instituições públicas e privadas; cuidar da liquidez e solvência 
das instituições financeiras; normatizar a política cambial; e coordenar as políticas monetária, fiscal, 
creditícia, orçamentária fiscal e da dívida pública interna e externa.
Atualmente o Conselho Monetário Nacional é composto de ministro da Fazenda, ministro do 
Planejamento e presidente do Banco Central.
O Banco Central do Brasil (Bacen) é o responsável pela execução das medidas implementadas pelo 
sistema, a este corresponde, entre outros: emitir papel‑moeda; executar serviços do meio circulante; 
receber depósitos compulsórios; realizar operações, redescontos; ser o banco executor da política 
monetária; e ser o banco do Governo.
Existem outros órgãos essenciais para o funcionamento do comércio exterior brasileiro, como é o caso 
da Câmara de Comércio Exterior (Camex), conforme destacamos no organograma. Ela foi reestruturada 
em 2001 e é responsável pela formulação, decisão e orientação de políticas e atividades relativas ao 
comércio exterior de bens e serviços. Dessa forma, também são de sua atribuição:
• diretrizes e procedimentos relativos à implementação da política de comércio exterior;
• coordenar e orientar as ações no âmbito do comércio exterior;
• especificar normas e procedimentos para a atividade importadora e exportadora;
• estabelecer diretrizes para as negociações internacionais;
• orientar a política aduaneira;
• elaborar as diretrizes para a política tarifária;
• simplificar e racionalizar o comércio exterior;
• designar diretrizes e procedimentos para investigações relativas às práticas desleais;
• determinar a política de financiamento das exportações;
• fixar diretrizes e coordenar políticas de promoção de mercadorias e de serviços no exterior e de 
informação comercial; e
• fixar as alíquotas do imposto de importação.
Igualmente podemos destacar a Secretaria de Comércio Exterior (Secex), que está vinculada ao 
Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC) e tem entre suas atribuições a 
condução das políticas de comércio exterior e gestão do controle comercial. Este órgão normatiza, 
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supervisiona, orienta, planeja, controla e avalia as atividades de comércio exterior. Além disso, a Secex 
participa das negociações dos acordos comerciais internacionais do governo brasileiro, promove a cultura 
exportadora, defere atos concessórios de drawback, anui operações de exportação e importação, faz o 
exame de similaridade para averiguação de produção nacional, compila a balança comercial, promove a 
defesa comercial do país, entre outras competências.
Por fim, temos a Secretaria da Receita Federal, que está vinculada e subordinada ao Ministério 
da Fazenda e possui alto grau de inserção no comércio exterior. É de sua alçada cuidar das questões 
tributárias federais; primar pelo aperfeiçoamento e regulamentação da legislação tributária; aplicar a 
legislação fiscal e correlata; acompanhar a política tributária e fiscal e seus desdobramentos; articular‑se 
entre os diferentes órgãos da Administração Federal.
Conforme destaca Vazquez, as “[...] Secretaria da Receita Federal, Secretaria de Comércio Exterior e 
[o] Banco Central do Brasil formam um triunvirato que exerce o maior poder sobre o comércio exterior 
brasileiro” (2009, p. 26).
Ao conhecer a estrutura existente no sistema financeiro brasileiro e os principais órgãos de comércio 
exterior, podemos tratar de um dos problemas existentes nas operações internacionais, isto é, como 
comprar e pagar ou vender e receber.
2 MERCADO DE CÂMBIO
Após compreender as estruturas do sistema financeiro nacional e do comércio exterior brasileiro, 
é importante dialogarmos sobre o grande problema nastrocas entre os países, ou seja, como efetuar 
pagamentos para outras nações com as diferentes moedas.
Assim, temos um problema para o qual buscamos soluções por meio do mercado cambial. Entender 
todo esse processo é o objetivo da segunda parte desta unidade.
O mercado de câmbio é um componente dos chamados mercados do dinheiro, que podem ser 
representados da seguinte forma:
Mercado monetário Mercado de crédito
Mercado de capitais Mercado cambial
Mercado 
financeiro
Figura 3
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TEORIA E PRÁTICA CAMBIAL
 Saiba mais
Para maior compreensão sobre o mercado cambial, leia a obra Mercado 
financeiro (2015), de Alexandre Assaf Neto. Disponível em: <https://integrada. 
minhabiblioteca.com.br/books/9788597002591>. Acesso em: 22 mar. 2017.
O mercado de câmbio, cambial ou de divisas busca solucionar os problemas existentes no momento 
de transacionar em moeda estrangeira. Essas transações são dadas através de dois atos: o de comprar 
e o de vender. Quando um país adquire um produto no exterior, ele necessita enviar numerários, já 
quando ele vende para outro país, vai recebê‑los do estrangeiro.
Em seguida exemplificamos, de modo resumido, o processo, o qual retomaremos com mais detalhes 
adiante.
A empresa X é brasileira e adquiriu um determinado produto em outro país, ou melhor, importou do 
Japão. Após receber a mercadoria e proceder todos os trâmites legais, deverá efetuar um pagamento à 
sua vendedora japonesa. Assim, ela entregará moeda nacional (reais) e solicitará a transferência para o 
Japão em moeda desse país, ou seja, o iene.
A empresa Y, que é nacional, vendeu produtos para uma outra estadunidense. Após todos os 
procedimentos legais, a sociedade estrangeira efetua o pagamento em dólares para sua fornecedora 
brasileira. Contudo, ao ingressar tal moeda no Brasil, ela deve ser convertida em real, ou seja, na 
moeda nacional.
O processo de conversão cambial é complexo, mas ao longo deste e dos próximos capítulos vamos 
analisá‑lo devidamente.
Podemos definir, então, que existem, basicamente, dois elementos que compõem o mercado de 
câmbio: os compradores e os vendedores. Os compradores são os importadores e os vendedores, 
os exportadores. No entanto, é interessante destacar que existem outras operações no mercado 
internacional, por exemplo, empréstimos, comércio turístico, transferências, os quais da mesma forma 
estarão sujeitos ao mercado de câmbio.
Com relação às transações no comércio de câmbio, Ratti (2011) destaca cinco categorias, que são as 
transações:
• entre bancos e clientes dentro de um mesmo país;
• entre bancos de um mesmo país;
• entre bancos localizados em diferentes países;
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Unidade I
• entre bancos e bancos centrais dentro do mesmo país; e
• entre bancos centrais localizados em diferentes países.
2.1 Participantes do mercado cambial
Conforme esclarecido anteriormente, o comércio de câmbio é composto de importadores e 
exportadores, porém outros agentes também participam dele. Desse modo, apresentamos todos a seguir:
• Vendedores: são os que desejam vender divisas. Eles almejam trocar moeda estrangeira por moeda 
nacional. Podemos elencá‑los como exportadores, tomadores de divisas, turistas estrangeiros, 
prestadores de serviços e investidores estrangeiros.
• Compradores: aqueles que tencionam comprar divisas. São os que possuem moeda nacional e 
necessitam de moeda estrangeira. Citando os principais componentes, observamos importadores, 
turistas nacionais no exterior, compradores de serviços, investidores e devedores no exterior.
• Bancos: são os responsáveis por intermediar as operações de câmbio. Na maior parte dos países, 
eles são de intervenção obrigatória. No Brasil, todas as operações com moeda internacional devem 
passar por uma instituição financeira. Caso isso não ocorra, são consideradas ilegais.
• Operadores de câmbio e corretoras de câmbio: são agentes especializados a orientar os clientes 
com relação à legislação cambial, bem como operar com bancos, buscando condições favoráveis 
de compra e venda de divisas. Já os operadores são conhecidos como dealers e encarregam‑se 
de comprar e vender moedas, devendo sempre estar atentos ao funcionamento das praças 
internacionais. As corretoras, por sua vez, têm como objetivo aproximar bancos e clientes visando 
às melhores taxas e condições para seus clientes.
• Operadores credenciados e agências de turismo e hotéis.
 Observação
Alguns países aceitam legalmente o papel do especulador. Nesses casos, 
eles servem como agentes equilibradores do mercado.
A figura a seguir demonstra o processo de corretagem e os momentos de intervenção dos corretores:
Vendedor Banco Compradores
Corretor Corretor
Figura 4
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TEORIA E PRÁTICA CAMBIAL
 Lembrete
O termo divisas significa a quantidade de moeda estrangeira que um governo 
possui. Elas advêm de todas as operações realizadas no comércio exterior.
2.2 Negociação do câmbio
O Banco Central do Brasil (2014) define o mercado de câmbio da seguinte forma:
[...] é regulamentado e fiscalizado pelo Banco Central e compreende 
as operações de compra e de venda de moeda estrangeira, as operações 
em moeda nacional entre residentes, domiciliados ou com sede no País 
e residentes, domiciliados ou com sede no exterior e as operações com 
ouro‑instrumento cambial, realizadas por intermédio das instituições 
autorizadas a operar no mercado de câmbio pelo Banco Central, diretamente 
ou por meio de seus correspondentes (BACEN, 2014).
Ao fazer uma operação internacional de importação, exportação, ou prestação de serviços, deve‑se 
emitir um contrato de câmbio. Esse contrato é responsável por ditar tudo o que foi acordado entre as 
partes e ele formaliza o processo de compra e venda de moeda estrangeira.
Todo o contrato de câmbio deve ser registrado em sistema específico do Bacen. Esse sistema é o 
Sisbacen e tem por objetivo realizar a interface entre os bancos e o Banco Central.
O Banco Central se serve das informações disponibilizadas no Sisbacen para compreender o comércio 
de câmbio no Brasil através de estatísticas e mapeamento por empresa.
Nem todas as operações de compra e venda de moeda estrangeira obrigam a emissão de um contrato 
de câmbio. Conforme legislação atual as operações no valor de US$ 3.000 ou valor equivalente em 
outras moedas dispensam o contrato de câmbio. Porém, são obrigatórios a identificação do cliente e o 
registro no sistema de câmbio (BACEN, 2017).
Dois pontos merecem destaque em relação ao mercado de câmbio. Primeiro, os bancos são os grandes 
atores desse comércio. Eles são os responsáveis por circular a moeda estrangeira. Assim, se existe muita 
moeda estrangeira nos cofres de uma instituição financeira, ela vende parte delas para outro banco 
que tenha pouca moeda. Segundo, todas as operações acontecem por meio virtual, ou seja, não existe 
movimentação física de tais numerários.
Ainda vale lembrar que as transações no mercado de câmbio ocorrem em cinco categorias:
• bancos e clientes dentro do país;
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• bancos do mesmo país;
• bancos de diferentes países;
• bancos e bancos centrais do mesmo país;
• bancos centrais de diferentes países.
2.3 Funcionamento do mercado de câmbio
Ao pensar em mercado de câmbio, é importante compreender que devido ao fuso horário existente, 
ele funciona 24 horas por dia.No momento em que os mercados asiáticos estão fechando, aqui no Brasil 
estamos dando início às operações, é preciso, portanto, que o comércio cambial funcione o tempo todo.
No negócio cambial diariamente é estipulada uma nova taxa de câmbio. Os operadores e corretores 
verificam no mercado qual a taxa ideal de trabalho. Para chegar a ela são levados em conta diversos, 
elementos, por exemplo, a taxa do dia anterior, as informações econômicas, a natureza política, entre 
outros fatores que julgarem necessários.
A taxa de câmbio de abertura para compra e venda é aquela que os bancos declaram que irão 
trabalhar no exato momento que começam suas operações. Porém, dependendo do regime cambial 
adotado pelo país, essa taxa pode ser alterada ao longo do dia.
Quando um determinado cliente da instituição bancária vende moeda para ela, o preço pago por 
essa moeda é o de compra. Para entender melhor, a instituição é a compradora da moeda, logo a taxa 
paga é a de compra. Essa taxa também é chamada de bid rate.
No caso de um cliente que deseja comprar moeda estrangeira com o banco, ele pagará o preço de 
venda correspondente a ela. Isso acontece porque a instituição financeira é a vendedora. Nesse caso, a 
taxa recebe o nome de offer rate.
O lucro dessa instituição é gerado na diferença que ela consegue entre o preço de compra e o de 
venda. Esse resultado é denominado spread.
Ao buscar a cotação ideal, os agentes envolvidos com câmbio devem verificar se o respectivo país dá 
o certo ou o incerto. O termo dar o certo significa a quantidade de moeda estrangeira que um indivíduo 
consegue adquirir com uma unidade de moeda nacional. Já o termo dar o incerto é a quantidade de 
moeda nacional que é adquirida com uma unidade de moeda estrangeira.
Podemos, assim, exemplificar:
• Dar o certo: R$ 1,00 = US$ 0,798
• Dar o incerto: US$ 1,00 = R$ 3,26
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Praticamente todos os países dão o incerto, exceto a Inglaterra. Nas terras da rainha, sempre será 
dado o certo!
As instituições financeiras ao longo do dia apresentam uma dada posição cambial. Elas são 
classificadas em nivelada (balanced), comprada (long position) e vendida (short position). Em seguida 
destacamos o que cada uma delas significa.
• Nivelada (balanced): nessa posição, os bancos operam a mesma quantidade moeda tanto na 
compra quanto na venda. Assim, o saldo do banco fica igual a zero, logo, a sua posição está 
nivelada.
• Comprada (long position): ao longo de um dia, foram realizadas operações nas quais a instituição 
adquiriu mais moeda do que vendeu. Dessa maneira, sua posição é comprada, pois possui saldo 
positivo.
• Vendida (short position): as operações de venda foram superiores às de compra, logo, vendeu mais 
do que comprou. O caixa do banco fica negativo com essa operação vendida.
Para melhor compreensão, lancemos mão do exemplo utilizado por Maia (2008), o qual foi adaptado 
para o nosso material.
O banco X comprou ao longo de um dia um total de US$ 10 milhões. Ele vendeu a quantia 
de US$ 8 milhões. A sua posição ficou comprada (long position), pois seu saldo em caixa é 
de US$ 2 milhões. No dia seguinte, a mesma instituição bancária compra US$ 7 milhões, 
mas vende US$ 15 milhões. O caixa do dia anterior era de US$ 2 milhões, com a compra e 
venda deste dia, o resultado final em seu caixa é de US$ 6 milhões a débito, gerando uma 
posição vendida (short position). No terceiro dia, partindo de um saldo devedor de US$ 6 
milhões, o banco compra US$ 10 milhões e vende US$ 4 milhões, nesse caso, nivela sua 
posição, o que resulta em um saldo igual a zero.
Na prática, a posição vendida é algo que não poderia acontecer, haja vista que ninguém 
pode vender o que não possui. No entanto, os bancos se servem de solicitação de pagamento 
por parte de outros. Assim, os bancos emitem a ordem de pagamento e pedem emprestado 
a outros. Quando a posição do solicitante do empréstimo for nivelada, ele quita com a 
instituição desse empréstimo.
Adaptado de: Maia (2008).
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As moedas são denominadas em dólares devido ao acordo conhecido 
por Bretton Woods. Nele ficou definida a nova ordem do sistema financeiro 
internacional após as duas Grandes Guerras. Para melhor compreensão, 
leia o texto História e reforma do sistema monetário internacional (1995). 
Disponível em: <http://periodicos.sbu.unicamp.br/ojs/index.php/ecos/article/
view/8643208/10756>. Acesso em: 23 mar. 2017.
2.4 Subdivisões do mercado cambial
O mercado de câmbio é dividido em vários outros mercados. Essa divisão acontece “por 
conveniência didática” (RATTI, 2011, p. 117), com isso, podemos observar o mercado sacado, 
o qual compreende as operações dos bancos, nas quais compra e vende divisas estrangeiras. 
Essas são representadas por depósitos, letras de câmbio, cheques, ordens de pagamento etc. 
Para que as operações nesse mercado ocorram, é necessário que o banco nacional possua um 
correspondente no exterior e, desse modo, efetive a operação. As operações no mercado sacado 
sofrem uma divisão e podem ser classificadas como financeiras – as que não estão diretamente 
ligadas à importação ou exportação; elas se aplicam a operações como donativos, royalties, juros, 
dividendos, amortização de empréstimos etc.; e comerciais – determinadas pelas operações de 
importação e exportação.
Ainda na abordagem das subdivisões dos mercados cambiais, temos o mercado de câmbio manual, 
que é condicionado pelo uso de moeda em espécie. Ele é pouco empregado, tendo em conta o uso de 
moeda física, porém viajantes através de moeda física e dos traveller’s checks e operações comerciais 
(importação e exportação) de pequeno volume também o utilizam.
Verificamos igualmente o mercado paralelo de câmbio, que, além de ser comum no Brasil, tem 
operações realizadas por pessoas físicas ou jurídicas não autorizadas a operar no mercado de câmbio. 
Podemos definir, portanto, que essas operações são ilegítimas. Mesmo não legitimadas, elas ocorrem 
tanto em mercado sacado quanto manual. Conforme destaca Ratti (2011), existem alguns motivos 
para a existência desse mercado, entre eles apontamos: instabilidade política; instabilidade monetária; 
remessa clandestina de lucros; pagamento de mercadorias contrabandeadas; tráfico de drogas e armas; 
excesso de encargos no mercado legal; limitações existentes no mercado oficial; câmbio português; e 
pagamento de propinas e subornos.
O chamado câmbio português é uma estratégia dos exportadores brasileiros, usualmente de café, 
mas podem ser outras mercadorias. Tais agentes não podem vender seu produto com preço abaixo do 
estipulado pelo governo. Desse modo,
[...] legalmente o exportador vende o café ao preço determinado pelo governo, 
ao mesmo tempo que remete ao importador estrangeiro, pelo mercado 
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paralelo, a diferença entre o preço total combinado com o importador e o 
preço legal constante da documentação de exportação (RATTI, 2011, p. 120).
Nessa subdivisão de mercados, o mercado de câmbio primário tem o objetivo de efetuar operações de 
entrega e recebimento de moeda de importadores e exportadores (não bancários) a uma instituição financeira. 
Já o mercado de câmbio secundário, também conhecido como mercado de câmbio interbancário, executa 
as operações de compra e venda de moeda estrangeira por instituições financeiras (bancos) autorizadas a 
operar com câmbio. Nesse tipo de mercado, não há impacto sobre o balanço de pagamentos.
Finalmente,observamos o mercado de câmbio à vista e o de câmbio a termo. O primeiro faz 
operações de compra e venda de moeda que deverão ser liquidadas à vista ou no prazo limite estipulado, 
em até dois dias úteis. Esse mercado é conhecido, tanto nacional quanto internacionalmente, como spot. 
Já o segundo abrange as operações no futuro, ou seja, aquelas são efetuadas em uma data, porém a 
entrega das divisas ocorre em outra data, mantendo um câmbio fixo. Esse mercado também é conhecido 
como mercado futuro no jargão bancário ou por forward exchange. Existem vantagens e desvantagens 
em operações dessa ordem, pois se a taxa de câmbio no dia da entrega das divisas for maior do que a 
do câmbio pronto, então será pago um prêmio por elas.
No entanto, se a taxa futura for inferior à taxa pronta, haverá um desconto. A fim de esclarecermos 
esse aspecto, vamos a um exemplo. Se US$ 1,00 for igual a R$ 2,03451 para entrega pronta e para 
entrega futura for R$ 2,05431, houve um prêmio. O desconto ocorre quando US$ 1,00 for igual a R$ 
2,05431 na entrega pronta, porém na entrega futura for igual R$ 2,03451. É importante destacar que 
os bancos possuem mecanismos internos para impedir grandes flutuações cambiais ou, no limite, para 
minimizar os seus impactos.
O balanço de pagamentos, que citamos anteriormente, é o registro contábil de todas as operações 
realizadas entre os residentes e os não residentes de um país, servindo como referência para apontar sua 
situação econômica e financeira.
2.5 Controle cambial
Ao tratarmos a respeito do comércio de câmbio, uma janela é aberta, e então fazemos trocas no 
mercado internacional. Tais operações podem nos colocar em uma posição fragilizada. Para estancar – 
ou mesmo sair dessa posição –, os governos se utilizam de controles em relação ao câmbio. Assim, o 
objetivo dessa seção é apresentar e esclarecer tais controles em termos mundiais e, é claro, compreender 
os que são estipulados no Brasil.
Para melhor estruturar a questão do controle de cambial, necessitamos primeiramente elucidar o 
que é um balanço de pagamentos.
2.5.1 Balanço de pagamentos
O balanço de pagamentos surge da necessidade dos países registrarem todas as transações existentes 
entre todos seus residentes e não residentes. Podemos defini‑lo como “[...] registro contábil de todas as 
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transações, ocorridas em um certo período de tempo, entre residentes e não residentes de um país” 
(MONTELLA, 2004, p. 131).
A estrutura desse balanço visa abranger as principais relações existentes em transações. No caso das 
entradas de divisas, elas sempre serão lançadas com um sinal positivo e as saídas com sinal negativo. 
Igualmente existe o conceito das partidas dobradas, presente em balanços, e também conhecido no 
jargão contábil como: todo débito possui um crédito.
Portanto, é possível exemplificar essa estrutura da seguinte forma:
• Transações correntes (1)
— Balança comercial
– Exportações
– Importações
— Serviços
– Viagens
– Transportes
– Seguros
– Financeiros
– Computação e informações
– Royalties e licenças
– Aluguel de equipamentos
– Serviços governamentais
– Outros
— Rendas
– Salários e ordenados
– Rendas de investimentos (juros, lucros e dividendos)
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TEORIA E PRÁTICA CAMBIAL
— Transferências unilaterais
– Donativos
– Manutenção de residentes no país
• Conta capital (2)
— Transferência de patrimônio
• Conta financeira (3)
— Investimentos diretos
— Investimentos em carteira
— Derivativos
— Outros investimentos
• Erros e omissões (4)
• Saldo (1+2+3+4)
2.5.2 Origens do controle cambial
O controle cambial surgiu para corrigir ou minimizar os déficits recorrentes em balanços de 
pagamentos. O mundo passou por momentos de relativa estabilidade no período prévio à Primeira 
Guerra Mundial. Com uma taxa de câmbio fixa, não existiam grandes instabilidades, no entanto, com a 
deflagração do conflito em 1914, os países mudaram suas políticas cambiais.
Ao fim do conflito, em 1918, o regime cambial instituído foi o flutuante, dessa forma, os balanços 
de pagamentos passaram a sofrer os efeitos dessa flexibilidade do câmbio. Diante da necessidade dos 
países se protegerem de alguma forma desses impactos, foram criados os controles cambiais.
2.5.3 Modalidades de controle cambiais
Os controles cambiais podem ser feitos de acordo com os objetivos dos governos. As autoridades 
monetárias podem estabelecer os controles efetuados através de barreiras alfandegárias ou via câmbio. 
Além desses dois tipos de fiscalização, existe um terceiro, baseado na mistura dos dois anteriores, 
conhecido como misto.
Barreiras tarifárias: são formas de o Poder Público controlar a entrada de mercadorias estrangeiras 
no País. Nesse caso é importante observar que não há controle sobre a quantidade de divisas estrangeiras, 
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mas sim sobre a forma como elas serão empregadas. Para exercer tal controle, o governo restringe 
a importação de algumas mercadorias, podendo chegar à proibição total de entrada do produto em 
território nacional. Pode ser solicitada licença prévia de importação, documento emitido por órgãos 
competentes que, após verificação minuciosa, aprovam ou não a continuidade no processo de importação.
Controle via câmbio: realiza‑se o racionamento de divisas. O governo pode definir o quanto se 
pode adquirir de moeda estrangeira. O destino dado a ela não é mais de interesse do governo. Dentro 
do controle via câmbio, existem outras duas formas de racionamento: a primeira é a quota para compra 
de câmbio, a qual impõe limitações para compra de moeda estrangeira, de acordo com os objetivos do 
governo; essa medida, muito aplicada nos anos 1970, prejudicava bastante os importadores de bens 
de capital. A segunda implica a limitação de gastos no exterior, assim, o governo evita que os gastos 
no exterior sejam elevados, afetando diretamente as viagens. Ainda com base na limitação, o governo 
buscava incentivar o turismo nacional em detrimento do internacional.
Controle misto: aplicam‑se tanto barreiras tarifárias como controle via câmbio.
 Observação
A licença de importação é um documento eletrônico processado 
através do Siscomex, utilizado para licenciar as importações de produtos 
cuja natureza ou tipo de operação está sujeita a controles de órgãos 
governamentais. Sempre é necessário verificar se a mercadoria a ser 
importada exige ou não esse documento.
No caso de um controle cambial baseado em quotas para compra de câmbio, o importador de bens 
de capital poderá não ter condições de efetuar o pagamento da mercadoria. Vale lembrar que os bens de 
capital são aqueles que são usados na produção, mas que não são consumidos por ela, e nesse conceito 
estão incluídos máquinas e equipamentos.
Existem, ainda, os sistemas de controle de câmbio, os quais são adotados de diversas maneiras, 
seja de forma separada, seja de forma conjunta. Em seguida, vamos analisar cada um deles.
Compensação privada (barter): acordo no qual duas empresas, uma nacional e outra estrangeira, 
estabelecem acordo referente às mercadorias transacionadas, suas quantidades e seus valores. Nele, 
as duas organizações se comprometem a não deixar saldos monetários. Essa operação é denominada 
back‑to‑back, o que podemos traduzir como um crédito contra o outro.
Acordos de compensação (barter): nesse caso, parte‑se do princípio da compensação privada, 
porém, em vez de se efetuar entre sociedades, os acordos de compensaçãosão feitos entre governos. 
Esses acordos determinam quais as mercadorias serão transacionadas e a que preços, sem a existência 
de saldos em aberto. Destaca‑se, ademais, a não existência de contrapartida em moeda.
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Acordo de pagamento: alguns países podem passar por certas dificuldades para saldar seus débitos 
com outra nação. À vista disso, são criados acordos que facilitam a quitação de tal dívida. Os países 
podem aplicar parte do que receberiam com as importações para esse pagamento e manterem a relação 
com seu credor.
Clearings bilaterais: devido a alguns países possuírem moedas inconversíveis internacionalmente, 
são firmados contratos entre eles para que possam negociar sem a necessidade de usar uma moeda forte 
para pagamento. Os países poderão, conforme acordo estabelecido, definir se usam suas moedas ou as de 
outro país. Esse numerário é chamado de moeda de convênio. Desse modo, as transações acontecerão e 
os saldos existentes não poderão ser aproveitados, pois estes serão considerados inconversíveis, podendo 
ser usados exclusivamente dentro dos países em questão. Após o vencimento desse acordo, as nações 
podem ou não renová‑lo. Em caso de cancelamento, o pagamento dos saldos remanescentes deve ser 
realizado em ouro ou em moeda conversível internacionalmente.
O esquema proposto por Ratti (2011) pode nos auxiliar a compreender como funciona o 
clearing bilateral.
País A
E
I’
Banco 1Banco central Banco 2 Banco central
País B
I
E’
Figura 5
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Clearing multilateral: diferentemente do clearing bilateral, o multilateral busca agrupar um número 
maior de países em um mesmo trato. Neste caso, os países poderão transacionar entre eles e definirão 
um organismo centralizador. Esse órgão fará o papel da compensação de todas as contas dos países com 
moeda inconversível e demais membros participantes. É possível identificar alguns acordos existentes 
que se assemelham a um clearing multilateral, como é o caso da União Europeia de Pagamentos (UEP) 
e o Sistema de Créditos Recíprocos da Associação Latino‑americana de Integração.
Contas bloqueadas (blocked accounts): os não residentes de um determinado país podem efetuar 
depósitos nelas. Devido a problemas de balanço de pagamentos ou por questões políticas entre os dois 
países, são impostos bloqueios de contas. Algumas vezes esses bloqueios são tão repentinos, que os 
proprietários não têm tempo de reconduzir o dinheiro ao país de origem. Esses fundos, dependendo da 
decisão do governo, podem ser utilizados para investimentos no país bloqueador ou para liquidação de 
importações com o país com saldos bloqueados.
 Observação
As chamadas contas bloqueadas não devem ser confundidas com 
contas congeladas. As congeladas surgem quando os países se tornam 
rivais, impedindo a movimentação de qualquer forma dos fundos.
Racionamento de divisas: o organismo central (Banco Central), de posse das divisas adquiridas 
através dos bancos privados ou diretamente com os agentes exportadores, faz a venda destas aos 
importadores via quotas mensais ou semanais, ou através de leilões de divisas. No intuito de manter o 
racionamento, o organismo central também pode liberar licenças de importação.
Sistema de taxa única e de taxas múltiplas: o sistema de taxa única determina que exista apenas 
uma taxa de câmbio para qualquer tipo de operação, seja comercial, seja financeira. Essa taxa poderá 
ser definida pelo governo (fixa) ou flutuar de acordo com o mercado. Já no sistema de taxas múltiplas 
existem diferentes quotas para diferentes operações, como uma taxa de câmbio para os exportadores 
e outra para os importadores. Assim como a taxa única, as múltiplas podem ser fixas ou flutuantes, de 
acordo com a vontade do governo.
No Brasil já vigorou o sistema de taxas múltiplas nos anos 1950. Esse sistema gerava muitos 
inconvenientes, pois existiam cinco diferentes taxas de câmbio.
2.5.4 Sistema de créditos recíprocos
No intuito de estimular a cooperação financeira e comercial na América Latina, foi criado em 1965 o 
Sistema de Créditos Recíprocos para a Alalc (Associação Latino‑americana de Livre Comércio), que teve 
seu nome alterado para Associação Latino‑americana de Integração (Aladi).
A adoção de um sistema de compensação multilateral facilitaria o alcance do objetivo de integração 
e cooperação, tanto financeira quanto comercial, entre os países latino‑americanos.
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O Banco Central de Reserva do Peru é o agente compensador do sistema. Os bancos centrais dos 
países membros devem informar quadrimestralmente as operações que ocorreram. Em contrapartida, 
o agente compensador informa o saldo de todos. Caso algum país estiver com saldo devedor, deverá 
efetuar o pagamento com o Banco da Reserva Federal em Nova York em favor do agente compensador.
Numa tentativa de não ter grandes oscilações no balanço de pagamentos, os países componentes do 
acordo exigem que seus importadores negociem sempre com os membros do grupo. Já os exportadores 
devem negociar fora dele.
O Brasil possui sistema de crédito recíproco com Argentina, Bolívia, Chile, Colômbia, Equador, México, 
Paraguai, Peru, República Dominicana e Venezuela.
Para os bancos privados, é voluntária a entrada ao sistema, porém para poder participar dele é 
necessária autorização do Banco Central.
 Observação
Existem disposições especiais que restringem algumas pessoas, empresas 
e países no que tange o relacionamento e os negócios internacionais, entre 
eles: membros da Al‑Qaeda, Talibã, e outros grupos associados a essas 
entidades; República Democrática do Congo; Sudão; membros do antigo 
governo do Iraque. Todos os citados possuem sanções para o trato no 
comércio exterior.
2.5.5 Controle cambial no Brasil
No Brasil o controle do câmbio é realizado pela autoridade monetária, que o altera de acordo com 
seu momento econômico e político, ou para privilegiar algum setor importante. Assim como outros 
países, o Brasil se serve de restrições quantitativas e qualitativas.
As restrições quantitativas estão atreladas à intervenção direta no câmbio, elas são as quotas para 
compra e venda de câmbio para viajantes, conforme vimos.
As restrições qualitativas, revisadas anteriormente, correspondem às barreiras alfandegárias, ao 
licenciamento de importações, à reserva de mercado e ao registro de capitais ingressantes e remetidos.
O controle de câmbio em território brasileiro é estabelecido por entes do sistema financeiro nacional, 
entre eles: Conselho Monetário Nacional, Banco Central do Brasil, Secretaria da Receita Federal, Banco 
do Brasil, entre outros.
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2.6 Taxa de câmbio
Na seção anterior foram discutidos os aspectos do chamado controle cambial e em diversos momentos 
citamos a taxa de câmbio. Para que uma nação possa exercer a atividade comercial com o exterior, 
precisa denominar a sua moeda em relação à outra estrangeira, isto é, regular o valor de sua moeda em 
relação à moeda estrangeira. Acentuamos que, apesar de algumas moedas serem inconversíveis, elas 
possuem um preço interno.
Estudaremos a seguir como é formada a taxa de câmbio, quais são seus tipos e suas modalidades.
2.6.1 Formatação da taxa de câmbio
Podemos definir taxa de câmbio, conforme ilustrado por Fortuna (2002, p. 313), como “a taxa de 
câmbio correspondeao preço da moeda de um país em relação à outra de outro país”.
Devemos entender a moeda dos países como uma mercadoria como outra qualquer. Os produtos 
que estão à venda são sujeitos ao desejo de compra dos consumidores, logo, em termos econômicos, 
dizemos que estão sujeitos à lei de oferta e procura.
De modo sumário, a lei de oferta e demanda dispõe que quando existe uma grande quantidade de 
um produto no mercado, o preço dele tende a cair. O contrário também é verdade, ou seja, quando um 
produto está escasso, seu preço propende a aumentar.
O quadro seguinte, elaborado por Maia (2008, p. 147), exemplifica o que ocorre com a taxa de 
câmbio, se há um aumento ou uma redução na oferta e na demanda.
Quadro 1 
O = Oferta
D = Demanda Taxa estável Taxa ascendente Taxa descendente
O igual a P
O cresce e P cresce igualmente
O diminui e P diminui igualmente
X
X
X
P maior que O
P estável e O diminui
O cresce e P cresce mais do que O
O diminui e P diminui mais do que O
X
X
X
X
O cresce e P fica estável
O cresce e P diminui
P cresce e O cresce mais que P
O diminui e P diminui mais que O 
X
X
X
X
Fonte: Maia (2008, p.147).
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TEORIA E PRÁTICA CAMBIAL
 Saiba mais
Segundo a teoria clássica da economia, os mercados estarão sempre em 
equilíbrio. Do contrário, estaremos em um momento de imperfeição do comércio. 
Dentro deste conceito, foi desenvolvida a Lei de Say, famosa pela máxima “toda 
oferta gera sua própria demanda”. Recomenda‑se a leitura do ensaio A lei de Say 
para mais informações sobre ela. Disponível em: <http://revistas.fee.tche.br/index.
php/ensaios/article/view/903/1186>. Acesso em: 23 mar. 2017.
Ao tratar das variações de oferta e demanda das divisas de um dado país, é conveniente compreender 
o que faz que isso aconteça. O primeiro motivo é o que se denomina movimentos de transação. Nesse 
caso, existe a entrada e saída de valores devido às operações que acontecem ao longo do dia. Essas 
operações são as de saídas de divisas (importação, pagamento de serviços, saída de capitais) e as de suas 
entradas (exportações, recebimento de serviços e entrada de capitais). Outro motivo para que existam 
variações no volume de divisas no país e, consequentemente, nas taxas de câmbio, são os movimentos 
especulativos. Esse tipo de influência é utilizado na tentativa de desestabilizar o mercado cambial. Um 
agente pode comprá‑las ou vendê‑las em montantes que atrapalhem os objetivos planejados pelo órgão 
econômico do país.
A forma de minimizar os impactos, principalmente das especulações, é a criação do fundo de 
estabilização. Nesse fundo são mantidas quantidades de ouro e moeda estrangeira que possibilitarão o 
controle em relação à taxa de câmbio.
Outra medida é o congelamento dessa taxa. Em tal caso, o governo mantém o valor da moeda 
nacional frente à estrangeira, sem alterações por um determinado espaço de tempo.
É importante destacar que as moedas possuem uma paridade entre elas. Durante o chamado período 
do Padrão Ouro, as moedas tinham sua conversão baseada nesse metal e todas as nações deveriam 
demonstrar essa relação. Após esse período, a Teoria da Paridade do Poder de Compra (PPC) se tornou 
fundamental para essa relação entre as moedas.
O quadro a seguir resume as principais moedas negociadas ao redor do mundo.
Quadro 2
Código Nome Símbolo Código País País
55 Coroa dinamarquesa DKK 2321 Dinamarca
65 Coroa norueguesa NOK 5380 Noruega
70 Coroa sueca SEK 7641 Suécia
150 Dólar australiano AUD 698 Austrália
165 Dólar canadense CAD 1490 Canadá
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220 Dólar dos EUA USD 2496 Estados Unidos
425 Franco suíço CHF 7676 Suíça
470 Iene JPY 3999 Japão
540 Libra esterlina GBP 6289 Reino Unido
978 Euro EUR 0 ‑
Adaptado de: Bacen (2017).
 Saiba mais
Com relação à Teoria da Paridade do Poder de Compra, recomenda‑
se a leitura do artigo Paridade do poder de compra, renda per capita e 
outros indicadores econômicos (2000), de Samuel Kilsztajn. Disponível em: 
<http://revistas.pucsp.br/index.php/rpe/article/view/12001/8694>. Acesso 
em: 30 mar. 2017.
2.6.2 Tipos de taxa de câmbio
As taxas de câmbio mais conhecidas são as de compra e venda, porém existem outros tipos que 
asseguram o sistema cambial. Veja em seguida quais são eles:
• Taxa de compra: preço que o banco privado está disposto a pagar para adquirir moeda estrangeira 
no mercado. Nesse caso, se a cotação de venda é R$ 3,6042 e o de compra é de R$ 3,5801 por 
dólar, o operador de câmbio pagará o menor preço.
• Taxa de venda: é o valor que o banco privado utilizará para entregar moeda estrangeira aos 
compradores. Assim, se o preço de venda for R$ 3,6042 e o de compra é de R$ 3,5801 por dólar, 
o operador de câmbio cobrará o maior preço.
• Taxa de repasse: o Banco Central aplica essa taxa quando deseja adquirir moeda estrangeira com 
os bancos privados.
• Taxa de cobertura: usada quando os bancos privados desejam comprar moeda estrangeira do 
Banco Central, logo eles pagam uma taxa diferenciada para compor suas carteiras.
• Taxa livre: as livres forças do mercado (oferta e demanda) vigoram nesse tipo de taxa. As taxas 
livres são formadas no mercado observando‑se a quantidade de divisas estrangeiras em circulação. 
O governo pode, porém, fazer algum tipo de intervenção, buscando reduzir as grandes oscilações.
• Taxa oficial: a autoridade monetária decide quanto será a taxa de câmbio do dia. Assim, não são 
observadas a oferta e a demanda, somente a regulação do governo.
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• Taxa pronta: é a taxa que tem liquidação à vista ou no máximo em dois dias úteis a partir da data 
da operação, conforme rege a legislação. Também é chamada de taxa spot.
• Taxa futura: a moeda estrangeira será entregue em uma data futura, devidamente acertada entre 
as partes, com objetivo de buscar uma melhor cotação, o que incorre em riscos. Ela é conhecida 
igualmente como taxa forward.
• Taxa fixa: é uma taxa estipulada pela autoridade monetária que não sofrerá alterações ao longo 
do tempo.
• Taxa variável: possui a prerrogativa de ser alterada ao longo do tempo, o que é estipulado pelo 
governo.
 Lembrete
Tanto a taxa fixa quanto a variável dependerão do regime cambial 
adotado pelo País. Trataremos desses regimes adiante.
• Taxa Ptax: é a média ponderada dos negócios operados em moeda forte (dólar, por exemplo) 
apurada pelo Banco Central do Brasil no decorrer do dia. Ela é lançada no site do Bacen e serve de 
base para todas as operações com moeda estrangeira no mercado brasileiro.
• Taxa cruzada ou cross rate: alguns países exercem operações entre eles e conhecem a taxa cambial 
da sua moeda em relação ao dólar. No entanto, para determinar a taxa entre elas, é necessário 
envolver uma terceira moeda. Em suma, é a cotação de duas moedas baseada numa terceira. O 
exemplo demonstrado por Maia (2008) pode facilitar a nossa compreensão:
Um operador de câmbio busca a relação entre o franco suíço (Sw.Fr) com o euro (€), 
porém ele só tem a taxa do euro em relação ao dólar, logo precisa definir a cotação da 
seguinte forma:
US$ 1,00 = Sw.Fr. 1,4685
US$ 1,00 = € 1,5865
Desse modo, é possível concluir que:
Sw.Fr. 1,4685 = € 1,5865
Lançamos mão de uma regra de três para chegar ao resultado. Ao utilizar a nomenclatura 
matemática, obtemos:
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