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Cal_Hidratada_X_Cal_Virgem

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ARTIGO: Cal hidratada x Cal virgem: aplicações, características, prós e contras 
 
 A cal é uma matéria-prima versátil comumente utilizada na construção civil. Os dois 
principais tipos são divididos em subgrupos conforme o grau de pureza, os materiais 
presentes na composição, o processo produtivo entre outros fatores. 
 Um dos materiais mais utilizados na construção civil, a cal tem origem incerta como 
elemento construtivo, mas existem relatos de que ela foi empregada há mais de 4 mil anos. 
Para os brasileiros, o uso da cal na construção civil é uma herança portuguesa, tendo em 
vista que o governador geral do Brasil Tomé de Souza ordenou a abertura da primeira mina 
de calcário. A matéria-prima produzida ali era usada para fabricação de argamassas e 
caiação de casas na primeira capital nacional, Salvador (BA). 
 Atualmente, podemos classificar a cal para construção civil em dois principais 
tipos: cal virgem e cal hidratada. Cada um deles é dividido em subgrupos conforme o grau 
de pureza, os materiais empregados na fabricação, o processo produtivo, entre outras 
características. 
 
 
 
 
 
CAMPUS UBERLÂNDIA 
 
CURSOS DE GRADUAÇÃO EM ENGENHARIA CIVIL 
TRABALHO CONTINUADO 
COMPONENTE: MATERIAIS DE CONSTRUÇÃO CIVIL I 
PROFESSORA: LAURA BORGES CINTRA 
CAL VIRGEM 
 A cal virgem, também conhecida como cal viva, é obtida por meio da decomposição 
térmica do calcário, ou seja, da extração e da calcinação do minério. Ela está dividida em 
três tipos, conforme a ABNT NBR 6453:2003: CV-E, CV-C e CV-P (veja a tabela A). 
 De acordo com o químico Valdecir Angelo Quarcioni, pesquisador do Laboratório 
de Materiais de Construção Civil do Instituto de Tecnologia e Estatística (IPT), os diferentes 
tipos de cal virgem revelam os diversos graus de pureza da matéria-prima e as diferentes 
características do processo industrial de produção. 
 
Tabela A – Exigências químicas e físicas para cal virgem 
Parâmetros para cal virgem (CV) Limites, por tipo de cal 
Parâmetros químicos CV-E¹ CV-C² CV-P³ 
Anidro carbônico (CO2) 
Fábrica ≤ 6% ≤ 12% ≤ 12% 
Depósito ou obra ≤ 8% ≤ 15% ≤ 15% 
Óxidos totais na base de não-voláteis (CaOtotal + MgOtotal) ≥ 90% ≥ 88% ≥ 88% 
Água combinada 
Fábrica ≤ 3,0% ≤ 3,5% ≤ 3,0% 
Depósito ou obra ≤ 3,6% ≤ 4,0% ≤ 3,6% 
Parâmetros físicos 
Finura (% retida acumulada) 
Peneira 1,00 mm ≤ 2% ≤ 5% ≥ 85% 
Peneira 0,30 mm ≤ 15% ≤ 30% - 
CV-E¹: cal virgem especial 
CV-C²: cal virgem comum 
CV-P³: cal virgem em pedra 
Fonte: ABNT NBR 6453:2003. 
 
CAL HIDRATADA 
 Também classificada em três tipos – CH I, CH II e CH III, conforme a ABNT NBR 
6.473/2003 (veja a tabela B) – a cal hidratada possui características químicas e físicas 
diferenciadas, por exemplo: a CH I exige limite de óxidos totais (cálcio somado ao 
magnésio, responsáveis pela capacidade ligante do material), enquanto a CH III suporta um 
limite maior de material carbonático residual (fração da matéria-prima original tipicamente 
presente em função do processo de fabricação), detalha o pesquisador do IPT. 
 
 
 
 
 
Tabela B – Exigências químicas e físicas para cal hidratada 
Parâmetros para cal virgem (CH) Limites, por tipo de cal 
Parâmetros químicos CH-I¹ CH-II² CH-III³ 
Anidro carbônico (CO2) 
Fábrica ≤ 5% ≤ 5% ≤ 13% 
Depósito ou obra ≤ 7% ≤ 7% ≤ 15% 
Óxidos da cálcio e magnésio não hidratado calculado (CaO + MgO) ≤ 10% ≤ 15% ≤ 15% 
Óxidos totais na base de não-voláteis (CaOtotal + MgOtotal) ≥ 90% ≥ 88% ≥ 88% 
Parâmetros físicos 
Finura (% retida acumulada) 
Peneira 0,600 mm ≤ 0,5% ≤ 0,5% ≤ 0,5% 
Peneira 0,075 mm ≤ 10% ≤ 15% ≤ 15% 
Retenção de água ≥ 75% ≥ 75% ≥ 70% 
Incorporação de areia ≥ 3,0% ≥ 2,5% ≥ 2,2% 
Estabilidade Ausência de cavidades ou protuberâncias 
Plasticidade ≥ 110% ≥ 110% ≥ 110% 
CH-I¹: cal hidratada especial 
CH-II²: cal hidratada comum 
CH-II³: cal hidratada com carbonato 
Fonte: ABNT NBR 6453:2003. 
 
APLICAÇÕES 
 A cal virgem é utilizada, principalmente, na própria indústria de cal, para a produção 
de cal hidratada. No entanto, ainda existem lugares que a utilizam como material de 
construção. “Na região Sul do Brasil mantém-se a tradição do uso de cal virgem para 
produção de argamassas, ‘apagando’ ou hidratando a cal no próprio canteiro de obra” destaca 
Quarcioni. “Habitualmente, prepara-se a mistura de cal virgem, areia e adição abundante de 
água, que fica maturando ou “descansando” por vários dias, para adequada hidratação da 
cal. Em seguida, acrescenta-se cimento Portland e finaliza-se o amassamento da argamassa. 
 Em seguida, ela pode ser usada em assentamento ou revestimento”, ele explica. 
As proporções podem variar conforme o tipo de aplicação, a base, as características da obra, 
entre outros fatores, como destaca Valdecir Angelo Quarcioni. 
 Já a cal hidratada é empregada, basicamente, na preparação de argamassas, tanto para 
assentamento de alvenarias quanto para revestimento de paredes (fachadas ou envoltórias) e 
divisórias, além de tetos de laje. 
 Quarcioni recomenda a caiação (ou pintura à base de cal hidratada) em paredes 
sujeitas à umidade, pois possibilita o equilíbrio higrotérmico na edificação. “Dessa forma, a 
água da chuva ou a umidade da própria parede (originada, por exemplo, por ascensão capilar 
do pavimento ou do próprio ambiente interno da edificação) poderá evaporar facilmente sem 
prejudicar a integridade e a estética do revestimento”. 
O traço pode variar. Contudo, existem alguns mais comuns, como: 
 Argamassa simples 1:3 (cal hidratada: areia) em volume; 
 Argamassa mista 1:1:6 (cimento: cal hidratada: areia) em volume – revestimentos 
externos; 
 Argamassa mista 1:2:6 (cimento: cal hidratada: areia) em volume – revestimentos 
internos 
 “As proporções podem variar conforme a aplicação (manual ou mecanizada), o tipo de base 
(alvenarias), as características da obra, entre outros fatores. É usual empregar cal hidratada 
também em argamassas industrializadas, junto a aditivos químicos, para obter características 
especiais”, informa o químico. 
 
VANTAGENS X DESVANTAGENS 
 O uso da cal em argamassas apresenta vantagens ambientais, pois durante o 
endurecimento da cal, ela reage com o CO2 presente na atmosfera, fixando-o como 
carbonato de cálcio ou de magnésio. Assim, a “rocha carbonática” original empregada na 
produção da cal é reconstituída quimicamente, praticamente zerando a geração de CO2 que 
causa o efeito estufa. 
 Não há restrições técnicas quanto ao uso de cal em argamassas, pelo contrário, é 
recomendável retomar e incentivar o seu uso em nossas obras segundo Valdecir Angelo 
Quarcioni. 
 Em termos construtivos, a cal auxilia na plasticidade da argamassa fresca e na 
deformabilidade da argamassa endurecida, minimizando as microfissuras, especialmente em 
locais sujeitos a intempéries e com oscilações bruscas de temperatura ou molhagem (devido 
às chuvas) e secagem reincidentes. 
A desvantagem fica por conta da produtividade reduzida. A cura das argamassas simples de 
cal – em que a cal é o único ligante - é extremamente lenta devido ao processo de 
carbonatação (demora dias para o endurecimento adequado do revestimento e liberação para 
que o acabamento final seja feito). “De modo geral, não há restriçõestécnicas quanto ao uso 
de cal em argamassas, pelo contrário, é recomendável retomar e incentivar a o seu uso em 
nossas obras” finaliza Quarcioni. 
 
Referência: 
Redação AECweb / e -Construmarket: https://www.aecweb.com.br/cont/m/rev/cal-
certificada-garante-qualidade-da-obra_5540_10_0. 
Valdecir Angelo Quarcioni – Possui doutorado e mestrado pela Escola Politécnica da 
Universidade de São Paulo (Poli-USP). 
 
Questões: 
 
1. Quais os principais tipos de cal e seus subgrupos para a construção civil? 
2. Como é obtida a cal virgem? Conforme a ABNT NBR 6453:2003 descreva seus tipos. 
3. Classifique a cal hidratada, conforme a ABNT NBR 6473:2003. 
4. Cite uma aplicação para a cal virgem e uma aplicação para a cal hidratada. 
5. Conforme o texto, cite e defina uma vantagem e uma desvantagem da aplicação da cal 
hidratada e cal virgem na construção civil.

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