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05 MATERIAIS DE CONSTRUAAO CIVIL I - Aula 5

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MATERIAIS DE CONSTRUÇÃO CIVIL I
Valéria Ramos Baltazar Quevedo
Professora
FAENG/UFMS
E-mail: valeria.baltazar@ufms.br
Aula 5
Semestre 2/2022
1 INTRODUÇÃO (CH. 8)
1.1 Finalidades dos materiais de construção. Requisitos de
desempenho. Durabilidade. Patologia.
1.2 Propriedades e características dos materiais: técnicas, econômicas
e estéticas.
Tipos de normas da ABNT: NBR, NBR NM, NBR ISO.
1.3 Tipos de normas da ABNT:NBR, NBR NM, NBR ISSO.
1.4 Qualidade: Conceito. Requisito de desempenho, exigência do
usuário. Solicitações ambientais. Certificação de conformidade.
1.5 Sustentabilidade: análise do ciclo de vida dos
materiais/componentes, reciclabilidade, perdas/desperdício.
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“Em épocas passadas, civilizações se expandiram e floresceram, outras se 
desintegraram ou desapareceram, sem que o destino de uma afetasse 
necessariamente as outras”. 
“Na época atual, o desenvolvimento dos meios de comunicação e a integração de todos os 
países e locais mais distantes numa economia mundial, criou condições irreversíveis para 
visibilidade, em escala mundial, capaz de orientar e coordenar a evolução futura da 
humanidade”.
PORQUE ESTUDARMOS SUSTENTABILIDADE?
1. INTRODUÇÃO
Caos Bons Exemplos
1. INTRODUÇÃO
PORQUE ESTUDARMOS SUSTENTABILIDADE?
I. Introdução
CONSTRUÇÃO CIVIL
 40% do consumo 
mundial de energia. 
 Construção de edifícios 
consome 40% das 
pedras e areia 
utilizados no mundo 
por ano, além de ser 
responsável por 25% da 
extração de madeira 
anualmente.
 16% da água utilizada 
no mundo. 
Estima-se que 50% do volume 
de resíduos sólidos, são 
gerados pela construção civil.
I. Introdução
I. INTRODUÇÃO
Sustentabilidade 
Ecológica
Sustentabilidade 
Econômica
Sustentabilidade
Social
Proteção de Recursos
Proteção de Ecossistemas
Produtividade
Baixo custo operacional / Economicamente Viável
Preservação de Valores Culturais e Sociais
Respeito a Legislação
 Na construção sustentável ocorre a busca do equilíbrio entre o que é socialmente desejável, 
economicamente viável e ecologicamente sustentável. O chamado tripé da construção sustentável.
Proteção a Saúde e Conforto
Construção 
Sustentável
ENTÃO SABE PORQUE ESTUDAMOS SUSTENTABILIDADE NA CONSTRUÇÃO? 
 Para permitir que a construção civil 
enfrente os problemas atuais e possa 
propor soluções aos principais 
problemas ambientais de nossa época, 
sem renunciar a moderna tecnologia e 
a criação de edificações que atendam 
as necessidade de seus usuários. 
Análise de ciclo de vida
A Análise do Ciclo de Vida, também conhecida como
avaliação “do berço ao túmulo”, é um processo objetivo que avalia
as cargas ambientais associadas a um produto, processo ou
atividade através da identificação e quantificação do consumo de
energia e recursos, das emissões geradas, que orienta a tomada de
decisão e possibilita a escolha por um produto, material ou
processo com a melhor performance ambiental.
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Ciclo de Vida de Um Produto
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• a emissão de gás de efeito estufa, 
• o consumo de água, 
• o consumo de energia, 
• o consumo de recursos naturais e,
• a geração de resíduos.
O Conselho Brasileiro de Construção Sustentável 
(CBCS), estabelece que o objetivo essencial da 
análise do ciclo de vida no Brasil é reduzir os cinco 
impactos determinados por:
• A ACV é parte integrante do conjunto de Normas ISO 14000, mais
especificamente ISO 14040 e 14044 que apresentam diretrizes para
orientar estudos de avaliação ambiental.
• Segundo esta Norma, a ACV é a compilação e valoração das entradas e
saídas e dos impactos ambientais potenciais de um sistema de
produto, através do seu ciclo de vida, conforme um conjunto
sistemático de procedimentos.
• Este método é composto por quatro etapas:
• Definição de Objetivo e Escopo
• Inventário do Ciclo de Vida
• Avaliação de Impactos
• Avaliação Global (Interpretação)
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A análise do ciclo de vida deve ser sistêmica, ou seja:
“Focalizar o todo, as partes e principalmente a 
interação entre as partes de um sistema.”
“Estar ciente de que o todo nunca pode ser 
avaliado pela simples análise de suas partes.”
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A NBR 15575-1 (ABNT, 2013) recomenda que “os 
empreendimentos sejam construídos mediante exploração e 
consumo racionalizado de recursos naturais, objetivando a menor 
degradação ambiental, menor consumo de água, de energia e de 
matérias-primas”. 
Ainda, ressalta que devem ser incentivados os materiais que 
causem menor impacto ambiental, desde as fases de exploração 
de suas matérias primas à sua destinação final. 
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Ciclo de Vida do material???? Fluxograma do ciclo de vida
http://portalvirtuhab.paginas.ufsc.br/en/aco/
Cimento Vidro
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Extração de matéria prima Transporte Fabricação do produto
Fim de uso Utilização do produto Transporte do produto
Transporte de resíduos Eliminação de resíduos
Reciclagem
Reuso
Aplicações DiretasDefinição do Objetivo e 
Escopo
Inventário
Avaliação de Impactos
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• Desenvolvimento e 
melhorias do produto
• Planejamento 
estratégico
• Elaboração de 
políticas públicas
• Markenting 
• Outros
Estrutura da análise do ciclo de vida
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• Etapas 
1 - Definição do Objetivo e Escopo
Nesta etapa deve ser descrita qual é a proposta do estudo e quais as
aplicações pretendidas para os seus resultados. É preciso que se defina se o
que se pretende é a comparação de produtos ou somente o estabelecimento
de uma relação com um padrão como no selo verde; se existe a intenção de se
promover alguma melhoria ambiental em um determinado produto existente
ou projetar um produto completamente novo; ou simplesmente pretende-se
obter mais informações sobre o produto.
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Deve ser descrito no objetivo e escopo:
• o sistema analisado,
• suas fronteiras,
• os dados necessários,
• a unidade funcional (ex: unidade de área superficial coberta por certa tinta durante um
determinado período de tempo ou embalagem usada para acondicionar um dado volume de
bebida),
• as considerações adotadas e as limitações.
Ainda:
• metodologias,
• categorias de dados,
• hipóteses,
• extensão geográfica (local, regional, nacional, continental ou global),
• tempo (vida do produto, horizonte de tempo dos processos e impactos).IN
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Exemplo:
Categorias de impacto:
Mudanças Climáticas
Dano expresso pela quantidade de gás CO2 liberado no meio ambiente - kgCO2.
Saúde Humana
Estuda a liberação de poluentes químicos no ambiente externo e a exposição humana nesse ambiente.
Dano expresso em anos de vida perdidos por incapacidade - DALY (Disability Adjusted Life Years).
Qualidade dos Ecossistemas
Dano expresso em fração de espécies que podem desaparecer por m² por ano - PD).m².ano (Potentially
Disappeared Fraction of Species)
Recursos
Expressa o esforço extra que as gerações futuras terão de empreender para extrair os recursos (minerais,
combustíveis fósseis), dado que a humanidade tende a explorar sempre os melhores recursos em primeiro
lugar, deixando os recursos de qualidade inferior para as futuras gerações. Dano expresso em MJ
(excedente de energia para se extrair os minerais no futuro, devido à diminuição dos mesmos).
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• Etapas 
2 - Inventário do Ciclo de Vida
A etapa de Inventário consiste na compilação dos fluxos de matéria e energia que
entram e saem do sistema avaliado.
Com a escolha da unidade funcional e da definição do sistema e de suas fronteiras,
algumas escolhas metodológicas devem ser adotadas, tais como regras de alocação
utilizadas para distribuir os fluxos entre os coprodutos e tipos de reciclagem a serem
utilizados (circuito aberto ou fechado).
Estas escolhas deverão obedecer aos objetivos e ser cuidadosamente documentadas e
explicadas, de modo a garantir a transparência e o valor do estudo.
A ISO 14041, estabelece que todos os fluxogramas de uma unidade de processo
estejam na mesma unidade de medida (por exemplo, 1 kg de material ou 1 MJ de energia).
Os dados de cada unidade de processo devem ser, então, reduzidos a uma mesma base de
referência, a unidade funcional.IN
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Dificuldade em fazer o inventário:
• Na prática, é difícil e trabalhoso.
• Ausência de informações conhecidas e a necessidade de estimá-las à qualidade do dado especificado
• Dados de boa qualidade podem algumas vezes somente ser obtidos através de medições in loco.
• Tempo e os recursos limitados.
• Não possibilidade de investigações detalhadas, exigindo uma abordagem mais simples.
Assim, nas investigações simples são as principais fontes de informação:
• Normas Técnicas.
• Estatísticas Ambientais e Licenças Ambientais.
• Literatura técnica.
• Informação interna das empresas e de fornecedores reais ou potenciais.
• Bancos de dados de ACV internacionais.
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• Etapas 
3 - Avaliação de Impactos do Ciclo de Vida (AICV)
Os fluxos definidos no inventário são convertidos em impactos ambientais através da
multiplicação dos valores brutos por fatores de equivalência que remetem a resultados em
unidades comuns.
Os indicadores de impacto são usados para refletir a emissão agregada ou uso
significativo de recursos para cada categoria. A Norma específica a estrutura, princípios e
requisitos para condução da etapa de AICV, não prevendo metodologias específicas ou
modelos de avaliação de impactos.
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A série ISO 14040, propõe que o processo de avaliação de impacto contemple, no
mínimo, os seguintes elementos:
• Seleção e definição das categorias.
• Classificação (por exemplo: Aquecimento Global, Chuva Ácida, Exaustão dos Recursos
Naturais, etc.).
• Caracterização.
Alguns exemplos de indicadores de categorias:
• Esgotamento de Fontes Não Renováveis.
• Aquecimento Global.
• Redução da Camada de Ozônio.
• Toxicidade humana.
• Ecotoxicidade.
• Oxidantes fotoquímicos.
• Nitrificação (Eutrofização).
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• Etapas 
4 - Interpretação
É a fase da ACV na qual os resultados obtidos nas etapas de inventário e de avaliação
de impactos são associadas de forma consistente com o objetivo e o escopo do estudo, de
modo a gerar conclusões e recomendações.
Segundo a ISO CD 14043, a interpretação é composta por três etapas:
✓ Identificação das questões ambientais mais significativas baseadas nos resultados da análise do
inventário e/ou ACV;
✓ Avaliação, que pode incluir elementos tais como a checagem da integridade, sensibilidade e
consistência;
✓ Conclusões, recomendações e relatórios sobre as questões ambientais significativas.
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Exemplo 1: 
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Fonte: Norma NBR ISO 14044 (ABNT, 2009)
https://edisciplinas.usp.br/pluginfile.php/5560109/mod_resource/content/3/NBRISO14044%20.pdf
Exemplo 2: 
Os dados mostrados a seguir foram retirados, de relatório realizado pela Quantis, uma empresa de 
consultoria da Análise do Ciclo de Vida (ACV) especializada em assessorar empresas para medição, 
entendimento e gerenciamento dos impactos ambientais de seus produtos, serviços e operações, 
para a ANICER, sobre o título: 
Análise comparativa do ciclo de vida de paredes construídas com tijolos de cerâmica, 
blocos de concreto e concreto armado moldado in loco. 
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• Análise dos resultados
PAREDES CONSTRUÍDAS DE TIJOLO DE CERÂMICA VERSUS BLOCO DE CONCRETO E CONCRETO 
ARMADO MOLDADO IN LOCO. 
• São praticamente semelhantes, ambos usando recursos naturais com variação no grau de transformação 
aplicados ao material de construção durável.
• Os blocos de concreto exigem calcário e argila para serem calcinadoscom o cimento a altas
temperaturas, alcançando 1450°C (SNIC, 2011), produzindo um material intermediário que será posto no
produto final usando somente areia e água, seco ao ar livre na temperatura ambiente.
• As altas temperaturas do processo clinquerização exigem uma combustão mais intensa, utilizando-se, na 
maior parte das vezes, de combustíveis fósseis.
• Na produção de tijolos de cerâmica, a temperatura do forno é mais baixa, próxima de 950°C, mas o
tempo de cozimento é maior.
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• Na produção de tijolos de cerâmica, a temperatura do forno é mais baixa, próxima de 950°C, mas o 
tempo de cozimento é maior.
• O cimento constitui 80% dos blocos de concreto, a energia necessária para cada m² de parede é muito 
maior para paredes feitas de concreto.
• A produção de aço requer grande quantidade de energia para a sua produção e como a quantidade de 
aço é 24 vezes maior no bloco de concreto do que a utilizada em paredes de tijolos de cerâmica o 
impacto nas mudanças climáticas e recursos também são maiores. 
• Uso de energia de combustíveis fósseis para a produção, o processo de fabricação do concreto tem
grande impacto na mudança climática e destruição de recursos.
• O processo de fabricação da cerâmica utiliza lascas de sobra de madeira como fonte de energia em vez
de combustíveis fósseis, reduzindo assim de forma significativa o impacto na mudança climática e na
destruição de recursos durante a fabricação.
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• A queima da cerâmica tem impacto na saúde humana proveniente das finas partículas emitidas
durante a combustão.
• Os blocos de concreto devem também se destacar por ter grande impacto na qualidade do
ecossistema e na saúde humana; entretanto a diferença não é muito significativa se comparado ao
cenário da construção da parede com tijolo de cerâmica.
• Os impactos obtidos por ambos, a do tijolo de cerâmica e a dos blocos de concreto e concreto
armado moldado in loco, são decorrentes da utilização de diferentes recursos naturais com os vários
graus de transformação utilizados no material da construção civil sólida e durável.
• O grau de diferença é principalmente relacionado ao impacto da produção do aço inoxidável para
concreto armado moldado in loco na saúde humana e na qualidade do ecossistema, devido à
emissão de finas partículas durante o processo de produção da matéria-prima, necessárias para fazer
o aço
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Considerações importantes:
• Com relação ao consumo de água não ocorre diferenciação significativa.
• Variações da vida útil das paredes e da argamassa (menos de dez anos, no que diz respeito ao 
cenário de 40 anos) não afeta o ranking.
• Utilização de processos alternativos nas matérias primas como “argilito” de argila e areia artificial
não tem impacto significativo nos resultados globais.
• Um aumento significativo das distâncias na distribuição de paredes de blocos de concreto e de
concreto armado moldado in loco poderá ocasionar um alto e significativo impacto na saúde
humana.
• A embalagem, ou a ausência dela, poderá ter um insignificante impacto global.
• Os cenários que consideram diferentes emissões de cimento, taxas de perdas de tijolos e argamassa
e outros tipos de estrutura de suporte não revertem as conclusões.
• Quantidade ou a origem das lascas de madeira usadas na etapa da queima dos tijolos de cerâmica
não é um parâmetro sensível nas conclusões globais.
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Exemplo 2: 
Um estudo comparativo entre os materiais empregados na construção do estádio Allianz Arena, em
Munique (Alemanha), e o João Havelange, no Rio de Janeiro, que foram erguidos na mesma época,
mostrou que a mega obra para a Copa de 2006 foi inovadora, ao apostar em uma cobertura à base de
polímeros (tetrafluoretileno), enquanto o estádio brasileiro, construído para o Pan de 2007, investiu na
construção convencional, com consumo de 80 mil m³ de concreto.
Contudo, levando em consideração o ambiente das construções, o estudo concluiu que a edificação
erguida na Alemanha é mais danosa para o meio ambiente em termos de emissão de CO2.
Fonte: foto e texto retirados do site: http://www.cimentoitambe.com.br/ciclo-de-vida-das-edificacoes-ganha-impulso-no-brasil/
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Visão do ciclo de 
vida
Ajuda na tomada 
de decisões
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Exemplo 3: 
Resumo do ciclo de vida do cimento e seus impactos
1. Extração do calcário - alteração do relevo, possíveis erosões, perda de patrimônio arqueológico e
espeleológico, danos à flora, fauna e recursos hídricos, gasto de combustíveis fósseis, produção de
resíduos, emissão de gases causadores do Efeito Estufa.
2. Industrialização - gasto de recursos naturais diversos e de quantidade exorbitante de energia elétrica,
geração de efluentes líquidos e gasosos e geração de resíduos sólidos, gasto de combustíveis fósseis e
alta emissão de gases causadores do Efeito Estufa.
3. Embalagem e transporte - gasto indireto (fabricação de veículos) e direto de recursos naturais (queima
de combustíveis fósseis - gasolina, óleo diesel, graxas), emissão de gases causadores de Efeito Estufa,
geração de resíduos sólidos.
4. Consumo - geração de resíduos (embalagens feitas de papel que são recicláveis e entulhos restantes
de obras ou demolições também recicláveis).
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RECICLABILIDADE, PERDAS E DESPERDÍCIOS
A CONSTRUÇÃO CIVIL E SEUS IMPACTOS AMBIENTAIS, SOCIAIS E ECONÔMICOS
O Conselho Internacional da Construção – CIB aponta a indústria da construção como o setor de atividades humanas que
mais consome recursos naturais e utiliza energia de forma intensiva, gerando consideráveis impactos ambientais. Além dos
impactos relacionados ao consumo de matéria e energia, há aqueles associados à geração de resíduos sólidos, líquidos e gasosos.
OS RECURSOS NATURAIS SÃO OS ELEMENTOS EXISTENTES NATURALMENTE NO PLANETA, QUE O 
SER HUMANO PODE UTILIZAR PARA SUAS ATIVIDADES NA SATISFAÇÃO, DIRETA OU INDIRETA, DAS 
SUAS NECESSIDADES.
R
PODEM SER:
CONSUMO DE RECURSOS NA CONSTRUÇÃO CIVIL
A construção civil caracteriza como um dos que mais consomem recursos naturais, desde a
produção dos insumos utilizados até a execução da obra e sua operação ao longo de décadas.
 40% dos recursos naturais extraídos são destinados a construção civil.
 50% dos recursos sólidos urbanos são provenientes da construção civil.
 50% do consumo de energia elétrica gerada, é utilizada para operação da edificações.
CONSUMO DE RECURSOS NA CONSTRUÇÃO CIVIL
 Produção de materiais de construção e
as construções em si, é responsável por
poluição que ultrapassa limites
toleradosem poeira e CO2.
Ex.: Processo de produção do clínquer
(componente básico para o cimento) gera grandes
quantidades de gás carbônico.
Além disso, durante a primeira etapa de extração das matérias-primas,
também podem ocorrer:
• Impactos físicos, como desmoronamentos nas pedreiras de calcário e
erosões devido às vibrações produzidas no terreno.
• A extração de argila em rios pode causar o aprofundamento de cursos
d’água, diminuindo a quantidade de água nos leitos e atrapalhando os
habitats ali existentes, o que diminui a biodiversidade de diversas
regiões.
• O processo, como um todo, exige um alto consumo de energia, tanto
na forma de energia térmica, devida a queima de combustíveis para
aquecer os fornos rotativos, quanto na forma de energia elétrica,
consumida em todo o processo industrial para movimentar máquinas e
fazer girar os fornos.
• A maior parte desse consumo, porém, é referente ao gasto de energia
térmica durante o uso dos combustíveis.
POLUIÇÃO AMBIENTAL
Poluição
Ambiental
POLUIÇÃO AMBIENTAL
Podemos definir a poluição ambiental como a introdução pelo homem, direta ou indiretamente
de substâncias ou energia no ambiente, capazes de contaminar as águas, solos e ar, provocando
um efeito negativo no seu equilíbrio, causando assim danos à saúde humana, aos seres vivos e
aos ecossistemas, gerando um desequilíbrio ao meio ambiente.
Esta poluição pode ocorrer com a liberação no meio ambiente de lixo orgânico, industrial, gases
poluentes, objetos materiais, elementos químicos, entre outros.
“É importante saber que o meio 
ambiente não é apenas áreas 
naturais, mas também o espaço 
onde vivemos nas cidades ou nas 
zonas rurais.”
 Na legislação brasileira (Lei 6.938/81, Art.3, III) a poluição é definida como a: 
“...degradação da qualidade ambiental...” que direta ou indiretamente prejudiquem a saúde, 
segurança e o bem estar da população, que criem condições adversas às atividades sociais e 
econômicas, que afetem desfavoravelmente a biota, as condições estéticas ou sanitárias do ambiente 
ou que lancem matérias ou energia em desacordo com os padrões estabelecidos.
Assim, podemos definir a poluição em 5 tipos:
 Poluição sonora. 
 Poluição visual.
 Poluição atmosférica.
 Poluição da água. 
 Poluição do solo.
• Poluição
É qualquer fator que altere o aspecto do sistema original,
seja água, ar, solo, etc., deixando-o visualmente
afetado (sujo, feio).
• Contaminação
Ocorre quando a presença de fatores patógenos
ou químicos alteram as características do sistema
original.
Ex. a água do rio pode está contaminada. Estará contaminada se
tiver algum micro-organismo patogênico (bactérias, etc...) ou ainda
algum contaminante químico como o mercúrio.
PRINCIPAL DIFERENÇA ENTRE CONTAMINAÇÃO E POLUIÇÃO AMBIENTAL?
A CONSTRUÇÃO SUSTENTÁVEL
LEI Nº 4.704, DE 20 DE DEZEMBRO DE 2011 - Dispõe sobre a
gestão integrada de resíduos da construção civil e de resíduos
volumosos e dá outras providências.
Existem diretrizes e normas que estabelecem políticas públicas para destinação dos 
resíduos da construção, por exemplo:
• PBPQ-H - Programa Brasileiro da Produtividade e Qualidade do Habita.
• Secretaria de Estado do Meio Ambiente - Resolução.
• Lei Federal n0 9605, dos Crimes Ambientais, de 12 de fevereiro de 1998.
• Legislações municipais referidas à Resolução CONAMA.
• NORMA BRASILEIRA ABNT NBR 15113 - Resíduos sólidos da construção civil e resíduos
inertes – Aterros – Diretrizes para projeto, implantação e operação.
• LEI Nº 4.704, DE 20 DE DEZEMBRO DE 2011 - Dispõe sobre a gestão integrada de resíduos
da construção civil e de resíduos volumosos e dá outras providências.
•
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Em uma sociedade preocupada com a problemática ambiental, alternativas de uso e
reaproveitamento de resíduos gerados surgem como faróis a iluminar a gestão ambiental em
benefício da humanidade e suas gerações futuras.
Neste contexto, o profissional que está engajado com a sua comunidade tem maior chance 
de produzir soluções compatíveis com a necessidade da mesma.
Aprendendo o modo de vida, as necessidades, os tipos e quantitativos de resíduos
coletados, ele poderá traçar alternativas para a reutilização dos materiais recicláveis e suas
aplicações na construção civil sem esquecer a estética e as necessidades da comunidade.
Império Romano - primeiros registros da reutilização dos resíduos minerais da construção civil na produção 
de novas obras.
1928 - começaram a ser desenvolvidas pesquisas de forma mais sistemática para avaliar o consumo de
cimento, a quantidade de água e o efeito da granulometria dos agregados oriundos de alvenaria britada e de
concreto.
Final da segunda guerra mundial - reconstrução das cidades com entulhos britado e usados para produção
de agregado visando atender á demanda na época.
1946 - início o desenvolvimento da tecnologia de reciclagem de entulho da construção civil.
FATOS CRONOLÓGICOS.
QUAL A MELHOR MANEIRA DE SE 
TRATAR A GERAÇÃO DE UM 
RESÍDUO? 
MINIMIZAR AO MÁXIMO A GERAÇÃO DO RESÍDUO
• Vetor de doenças como a dengue, febre amarela;
• Chamariz de insetos e roedores.
• Desvalorização e marginalização de espaços.
• Descartado indiscriminadamente em rios ,córregos e 
represas, eleva o seu leito (assoreamento) culminando 
com enchentes e riscos de desabamento de residências 
próximas ao rio.
Alguns problemas decorrentes do não tratamento do entulho.
• Sem mecanismos e ferramentas para geri-lo, este resíduo se torna um problema caro para o
poder público municipal, responsável pelo serviço de coleta.
• Falta de educação e informação da população para a problemática;
• Incapacidade do poder público local em fiscalizar e a dificuldade dos órgãos ambientais em
ofertar estruturas que recebam resíduos desta natureza.
Problemática.
A implantação do método de gestão de resíduos para a construção civil
Exemplo de Gestão de Resíduos:
Atividade 1
Atividade 2
Atividade 2
Atividade 3
Atividade 4
Atualidades
Campo Grande - MS
- A primeira usina do Brasil de coleta, seleção e destinação de resíduos foi inaugurada no dia 10 de setembro
2019. O processo é realizado com resíduos orgânicos e recicláveis gerados pela Central de Abastecimento de
Mato Grosso do Sul (Ceasa/MS) e foi implantado pelo Governo do Estado e a Prefeitura de Campo Grande. O
objetivo do projeto é garantir a devolução de oito toneladas mensais de adubo orgânico, que serão destinados aos
produtores rurais do Ceasa.
Brasil
- Lançado em 2019 projeto da primeira usina de geração de biogás, responsável pela transformação do esgoto
e de resíduos orgânicos em eletricidade. A instalação será feita no estado do Paraná. Capacidade de produzir 2,8
megawatts de eletricidade por meio de lixo e fornecer luz para aproximadamente duas mil residências.
- Com a iniciativa, o objetivo é que o Paraná deixe de descartar cerca de mil metros quadrados de esgoto
todos os dias, além de 300 toneladas de lixo orgânico em aterros.
MATERIAIS ALTERNATIVOS
Grande parte dos resíduos gerados podem ser
reciclados, reutilizados, transformados e
incorporados, de modo a produzir novos materiais
de construção e atender a demanda por
tecnologias alternativas e construção, mais simples,
eficientes, econômicas e sustentáveis.
A construção civil é, por sua própria natureza,
o seguimento capaz de absorver estas novas
tecnologias e materiais.
Os materiais alternativos se caracterizam por não possuírem normas técnicas específicas
regulamentadas a sua utilização, não estar disseminado no meio técnico, apresentar solução diferenciada,
quando comparado com materiais tradicionais, utilizados para o solução do mesmo problema.
A utilização de um material alternativo, deve estar atrelado a um sistema de construção alternativo
que o comporte.
Portanto, a tecnologia alternativa da construção civil, engloba os materiais alternativos e sistemas
construtivos alternativos.
“Deve-se ressaltar que nem todo material de construção alterativo é maisapropriado que o convencional, visto 
que a apropriação esta atrelada ao interesse e alguém.”
CONSIDERAÇÕES SOBRE A VIABILIDADE DE UM MATERIAL 
ALTERNATIVO
De acordo com Stulz e Mukerji (1993), algumas questões podem ser feitas para verificar se o material alternativo é
apropriado ou não em substituição ao convencional.
 O material é produzido in loco ou parcialmente importado?
 É barato, abundante disponível e ou facialmente encontrado?
 Requer maquinários e equipamentos especiais?
 Pode ser produzido a baixo custo no local?
 O material e a técnica construtiva são bioclimaticamente aceitáveis?
 Sua produção consume muita energia, gera resíduos e poluição?
 O material e técnica construtiva, garantem segurança na aplicação e uso?
 Pode ser assimilado por pessoal não especializado?
 Manutenção e substituições são possíveis no local?
 O material é socialmente aceitável? Compete com outro material de construção?
MATERIAIS ALTERNATIVO DE RCD
 A Política Nacional de Resíduos Sólidos considera como resíduos de construção civil aqueles gerados nas construções, reformas,
reparos e demolições de obras, incluindo a preparação e escavação de terrenos.
 No Brasil a problemática dos Resíduos da Construção Civil (RCC) é relativamente recente, quanto comparado a países como os
EUA e o Japão, aonde já existiam políticas para a questão dos resíduos desde a segunda metade do século XX, enquanto no Brasil
ainda discute-se uma legislação mais abrangente sobre os resíduos (FRAGA, 2006), e o tema entrou em pauta em medos no início
do século XX1.
 Um bom gerenciamento do RCC é necessário para garantir que sua redução, reuso e a reciclagem sejam crescentes, rumo à
sustentabilidade (FERREIRA e MOREIRA, 2013).
 Por ano o Brasil, desperdiça bilhões, porque não
recicla seus produtos.
• No Brasil, não se tem uma estimativa muito ao certo da reciclagem, mas existem grandes usinas de
reciclagem de RCD. A primeira, inaugurada em 1991, denominada usina de entulho de Itainga, localizada na
zona sul de São Paulo.
• A mineração de materiais de uso imediato na construção, como areia, brita e argila, aliada a
outras formas de uso e ocupação do solo, vem gerando uma diminuição das jazidas disponíveis para o
atendimento das demandas das principais regiões do país, em especial no Sul e Sudeste.
Margem desmatada e assoreamento 
do rio devido à extração de areia.
Fonte: SANTOS, 2015 
Extração ilegal de areia do Rio de Contas, BA. 
Fonte: Internet (www.g1.globo.com) 
Se nada for feito, eles podem retornar ao seu local de origem desta maneira...
Fonte:: Imagens da internet
CARACTERÍSTICAS E CLASSIFICAÇÃO DOS RESÍDUOS 
A NBR 10.004 (ABNT, 2004a) classifica os resíduos sólidos em geral, de acordo com a atividade que
lhes deu origem e com seus constituintes. Desta forma, eles podem ser classificados como:
 Classe I – Perigosos
 Classe II – Não perigosos 
 a) Classe II A – Não inertes.
 b) Classe II B – Inertes.
Quase todos os resíduos da construção civil se enquadram na classe II-B da NBR 10.004.
 Definição Classe II-B: quaisquer resíduos que, quando submetidos a um contato dinâmico e
estático com água destilada ou deionizada, à temperatura ambiente, não tiveram nenhum
de seus constituintes solubilizados a concentrações superiores aos padrões de potabilidade
de água, excetuando-se aspecto, cor, turbidez, dureza e sabor.
 Entretanto, alguns fatores podem influenciar na classificação desses resíduos, como 
por exemplo, a presença de tintas, solventes, óleos e outros derivados, podendo 
ocorrer mudança para Classe I ou II A.
Classificação para os resíduos de construção civil Resolução 307 do CONAMA. 
De acordo com o CONOMA os resíduos de construção civil são classificados em 4 tipos: classe A, B, C e D.
 Classe A - São os resíduos reutilizáveis ou recicláveis como agregados.
 Classe B – São os resíduos recicláveis para outras destinações, tais como: plásticos, papel, papelão, metais, vidros,
madeiras e gesso.
 Classe C – São os resíduos para os quais não foram desenvolvidas tecnologias ou aplicações economicamente
viáveis que permitam a sua reciclagem ou recuperação.
 Classe D – São resíduos perigosos oriundos do processo de construção, tais como tintas, solventes, óleos e outros
ou aqueles contaminados ou prejudiciais à saúde oriundos de demolições, reformas e reparos de clínicas
radiológicas, instalações industriais e outros, bem como telhas e demais objetos e materiais que contenham amianto
ou outros produtos nocivos à saúde.
Classe A 
Classe C
Classe B 
Classe D 
A composição dos resíduos sólidos da construção civil é classificada conforme resolução da CONAMA 307 
Art. 3°. Sendo:
CLASSE DESCRIÇÃO DO RESÍDUO EXEMPLO
A
Materiais que podem ser reciclados ou reutilizados 
como agregado em obras de infraestrutura, edificações 
e canteiro de obras.
Tijolos, telhas e revestimentos cerâmicos; 
blocos e tubos de concreto e argamassa.
B
Materiais que podem ser reciclados e ganhar outras 
destinações.
Vidro, gesso, madeira, plástico, papelão e 
outros.
C
Itens para o qual não existe ou não é viável aplicação 
econômica para recuperação ou reciclagem.
Estopas, lixas, panos e pincéis desde que não 
tenham contato com substância que o 
classifique como D.
D
Aqueles compostos ou em contato de 
materiais/substâncias nocivos à saúde.
Solvente e tintas; telhas e materiais de amianto; 
entulho de reformas em clínicas e instalações 
industriais que possam estar contaminados.
NORMAS RELACIONADAS AO RCD
 NBR 10004/04 – Resíduos Sólidos – Classificação.
 NBR 15112 – Resíduos da construção civil e resíduos volumosos – áreas de transbordo e triagem – Diretrizes para
projeto, implantação e operação.
 NBR 15113 - Resíduos sólidos da construção civil e resíduos inertes – Aterros – Diretrizes para projeto, implantação e
operação.
 NBR 15114 - Resíduos sólidos da construção civil – Áreas de reciclagem – Diretrizes para projeto, implantação e
operação.
 NBR 15115 – Agregados reciclados de resíduos sólidos da construção civil – Execução de camadas de pavimentação –
procedimentos.
 NBR 15116 – Agregados reciclados de resíduos da construção civil – utilização em pavimentos e preparo de concreto
sem função estrutural – Requisitos.
 Geralmente o resíduo de construção é mais limpo que o de demolição, pois ainda não passou por processo de 
uso e acabamentos, como pinturas e outros.
Composição dos RCD no Brasil 
Fonte: BLUMENSCHEIN, 2007
TIPOS DE RECICLAGEM
Podem ser considerados dois tipos básicos de reciclagem:
 reciclagem primária e a
 reciclagem secundária. 
A reciclagem primária acontece quando o resíduo é reciclado
dentro do mesmo processo do qual se originou.
Por outro lado, a reciclagem secundária acontece quando o
resíduo é reciclado em um processo diferente daquele do qual se
originou.
USINA DE RECICLAGEM
O processo de beneficiamento dos resíduos e produção dos agregados reciclados é feito nas usinas de
reciclagem. A usina de reciclagem nada mais é, do que uma britagem adaptada para triturar entulho e possui
equipamentos como britadores, peneiras, transportadores de correia, etc.
Para a instalação de uma usina de reciclagem é necessário:
 estimar o volume gerado de RCD possível de ser reciclado.
 o tipo de material a ser reciclado.
 aplicação o material reciclado.
TIPOS DE USINAS DE RECICLAGEM
 Usinas Fixas
 Usinas Fixas são construídas em um terreno com uma área que varia em função da capacidade de
processamento da usina.
 Usinas Móveis
 Uma Usina de Reciclagem Móvel de Resíduos da Construção Civil – URM-RCC é composta basicamente por
3 componentes: Um caminhão do tipo Roll On Roll Off, uma Britadeira Móvel e uma Peneira Rotatória Móvel
normalmente atracada como reboque no caminhão.
As Usinas de reciclagem de RCC podem ser divididas em 2 categorias de acordo com a sua mobilidade. 
 Embora o grande volume dos RCC e RCD sejam matérias que podem virar agregados, muitosmateriais de
construção possuem potencial de reciclagem como o vidro, plásticos, metais, concreto, tijolo e madeira.
 O processo de fabricação destes materiais pode facilmente incorporar resíduos. Vidro, plástico e metal podem ser
transformados por meio de calor. Concreto ou tijolos podem ser triturados e usados como agregado em
alvenaria nova. A madeira pode ser serrada e utilizada como painéis prensados.
Contudo deve se ter o cuidado ao afirmar que o produto é sustentável somente pelo fato dele ser de 
reciclagem, se o conteúdo reciclado não contribui com as suas propriedades para o desempenho do 
produto final, não é possível afirmar que o produto é sustentável, pois está evitando somente o descarte 
antecipado.
A utilização dos materiais reciclados pode ser feita em diversas áreas como, por exemplo:
a) Preenchimento de rasgos de paredes para tubulações hidráulicas e elétricas;
b) Chumbamento de caixas elétricas e tubulações; 
c) Contrapiso de interiores de unidades habitacionais; 
d) Sistemas de drenagem (deve possuir alta permeabilidade para coletar e transportar os 
efluentes gerados em uma velocidade maior que a de produção);
e) Aterramento de valetas junto ao solo; 
f) Pavimentação;
g) Agregados para o concreto; 
h) Agregados para a argamassa. 
Principais aplicações dos resíduos reciclados. 
AGREGADOS RECICLADOS
Areia Reciclada
Descrição: material com dimensão máxima característica inferior a 4,8 mm, isento de
impurezas, proveniente de reciclagem de concreto e blocos de concreto.
Uso: argamassas de assentamento de alvenaria de vedação, contrapisos, solo cimento,
blocos e tijolos de vedação.
Pedrisco reciclado
Descrição: : material com dimensão máxima de 6,3 mm, isento de impurezas,
proveniente de reciclagem de concreto e blocos de concreto.
Uso: fabricação de artefatos de concreto, como blocos de vedação, pisos intertravados,
manilhas de esgoto, entre outros.
Brita Reciclada
Descrição: material com dimensão máxima característica inferior a 39 mm, isento de impurezas,
provenientes da reciclagem de concreto e blocos de concreto.
Uso: fabricação de concretos não estruturais e obras de drenagens.
Bica Corrida
Descrição: material proveniente da reciclagem de resíduos da construção civil, livre de impurezas,
com dimensão máxima característica de 63 mm(ou a critério do cliente).
Uso: obras de base de pavimentos, reforço e subleito de pavimentos, além da regularização de vias
não pavimentadas, aterros e acerto topográfico de terrenos.
Rachão
Descrição: Material com dimensão máxima característica inferior a 150 mm, isento de impurezas,
proveniente da reciclagem de concreto e blocos de concreto.
Uso: obras de pavimentação, drenagens e terraplanagem.
Resíduos reciclados de alvenaria
• menos resistentes 
• mais porosos que os de concreto
• aumenta o consumo de cimento em 
torno de 20% na produção do 
concreto novo para que este 
apresente a mesma resistência do 
concreto convencional.
Cuidados especiais devem ser tomados na
substituição de agregados convencionais por
agregados oriundos de reciclagem quanto à
qualidade do resíduo que dá origem ao
material reciclado, uma vez que via de regra
estes são constituídos pela mistura de
diversos materiais cerâmicos como
concretos, argamassa, tijolos, telhas, azulejos,
etc.
É sempre necessária a realização de ensaios
para caracterização do agregado reciclado e
estudo dos traços para a determinação do
consumo de aglomerante e agregados que
não prejudiquem as características
mecânicas do concreto e argamassa.
VANTAGENS E DESVANTAGENS DO USO DE MATERIAIS 
RECICLADOS DE CONSTRUÇÃO CIVIL
 Preservação dos recursos naturais.
 Redução de impactos ambientais locais. 
 Economia.
 Diminuição da poluição gerada pelo
entulho e de suas consequências
negativas como enchentes e
assoreamento de rios e córregos.
 Falta de incentivo.
 Pouca pesquisa.
 A variabilidade das propriedades físicas de 
determinadas espécies minerais.
 Composição heterogênea do material e a falta de 
conhecimento.
 Dificuldade de emprego da produção de novos 
materiais, por falta de conhecimento.
 Comprometimento.
CARACTERÍSTICAS DOS MATERIAIS 
O estudo das características físico-químicas e das propriedades dos resíduos, através de ensaios e métodos
apropriados é fundamental para a definição de possíveis utilizações dos RCDs, principalmente através da reciclagem
dos mesmos. Principais:
 massa aparente: determinada pelo seu correspondente volume deslocado de água.
 absorção da água: 
 composição gravimétrica: percentual de cada componente em relação ao peso total da amostra.
 distribuição do material nos intervalos de densidade:
 fases minerais presentes: mineral – substancia com estrutura interna ordenada, de composição química definida, 
origem inorgânica. 
 composição química: conjunto de moléculas dos elementos químicos que compõem uma certa substância. 
 composição física: temperatura de fusão, condutividade térmica, maleabilidade, estado físico, solubilidade, etc.

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