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SEPACO
DIFERENÇAS ANATÔMICAS: ADULTO x CRIANÇA
VAS
A criança tem respiração predominantemente nasal
x Porque até 6m a língua é grande em relação à mandíbula
x Por isso a preferência por sonda orogástrica
x Importância da DRRI ou aspiração para remover a obstrução nasal. A aspiração só é  indicada 
quando não se consegue remover a secreção com técnicas convencionais.
Perímetro cefálico da criança é proporcionalmente maior do que no adulto.
x Sua musculatura extensora é pouco desenvolvida
x E a combinação destes dois fatores favorece a flexão cervical Æ colaba parcialmente a traqueia 
Æ promovendo um aumento da resistência Æ dificultando a respiração
A laringe tem aspecto de funil (é mais estreita) e encontra‐se mais alta (C3 ou C4).
x ↓ raio Æ ↑ resistência Æ ↑ esforço para superar esta resistência
x Epiglote:  conformação  e  posicionamento  que  permite  a  criança  respirar  e  deglutir  durante 
amamentação
Tudo isso indica que as VAS têm um impacto grande de resistência.
VAI
Traqueia é mais maleável e tem mais facilidade de colabar
x Porque tem menos colágeno e menos elastina
x É mais curta: favorece processo aspirativo 
x E mais estreita: ↑ resistência de via aérea
Em VAI, há um número menor de alvéolos Æ ↓ superfície de troca gasosa
O processo de alveolização é o processo de multiplicação de alvéolos, que se completa até 8 anos de 
idade.  E  o  tamanho do  alvéolo  ocorre  até  quando  existir  crescimento  somático.  Isso  significa  que  ao 
longo do tempo, a superfície de troca vai aumentando.
Daí vem a importância da ventilação colateral: poros de Kohn e canais de Lambert (que também estão 
em número menor, proporcionalmente ao número de alvéolos).
x Acredita‐se que até 1 ano: poros de Kohn
x E até 5 anos: canais de Lambert
Quando  se usa PEEP perto do  fisiológico,  conta‐se  com os  canais para distribuir  a pressão e  atingir  a 
pressão adequada à capacidade alveolar.
O  interstício  tem  menos  elastina  e  menos  colágeno  e,  portanto,  é  mais  suscetível  à  ruptura  e 
colabamento.
A glândula mucosa produz secreção.
x Há uma densidade aumentada de glândula mucosa no bebê: ou seja, há um número maior de 
células em uma área pequena.
x Células ciliares: menor quantidade. Não são tão eficientes. Até mais ou menos 1 ano atingem o 
processo de maturação.
x Isso  significa  que  a  criança  tem  mais  chance  de  produzir  secreção  e  menor  capacidade  de 
clearance Æ o que contribui para o acúmulo de secreção e o impacto da obstrução.
x A maior parte das doenças cursa com produção de secreção
Secreção Æ ↓ raio Æ ↑ Resistência Æ ↑ trabalho respiratório
Secreção Æ  ↓  troca  gasosa  (observamos  isso  por  queda  de  saturação.  Em  casos  graves,  cianose  e 
hipoxemia)
A obstrução total por secreção pode gerar atelectasia.
A secreção é um meio propício para multiplicação de microorganismos.
Isso significa que remover secreção minimiza a chance do paciente infectar.
Se ↓SatO2 Æ Oferecer O2
Se o paciente precisa de O2, é critério para não dar alta.
Em relação à mecânica respiratória
Complacência é a capacidade que o tecido tem de se estender.
C     =  Volume
Pressão
O bebê tem complacência menor porque tem um menor número de alvéolos (que é a porção que mais 
distende no pulmão).
x Isso  é  uma  desvantagem,  porque  a  criança  tem  que  gerar  uma  pressão  muito  maior  para 
garantir o volume desejado.
x Esta maior pressão pode levar ao aumento do trabalho respiratório Æ fadiga
Além  disso,  a  complacência  pulmonar  é  aumentada:  porque  as  costelas  e  esterno  são  mais 
cartilaginosos. E a grande importância desta maior complacência reside na passagem pelo canal vaginal 
(para não haver fratura).
 
O diafragma está inserido no esterno, nas últimas costelas e na lombar.
x A musculatura precisa de um ponto fixo para se contrair
x Como há muita complacência, o diafragma não consegue se contrair com eficiência, já que não 
há ponto fixo.
x Por  causa  disso,  o  padrão  respiratório  da  criança  é  diafragmático,  já  que  os  intercostais 
funcionam  como  o  ponto  fixo  (por  contração  sustentada),  para  favorecer  a  eficiência  do 
diafragma.
x O adulto usa diafragma + intercostais.
Fibras musculares
x Tipo I: vermelhas. São pequenas, vascularizadas, aeróbias, oxidativas. Como são pequenas, não 
geram força e por serem vascularizadas, trabalham bem em situações de resistência.
x Tipo II: brancas. São pouco vascularizadas, fibras longas, que podem gerar força (pela alteração 
de comprimento), mas não conseguem manter o metabolismo.
x Para a musculatura respiratória, é melhor ter fibra tipo I.
x Proporção de fibras:
o RNPT: 90% fibras tipo I
o RN: 25% fibras tipo I
o 1 ano (= adulto): 55% fibras tipo I
Quando o diafragma  fadiga,  não  consegue  recrutar  intercostal,  por  isso  a  falência  respiratória  é mais 
frequente em crianças.
Os  glóbulos  brancos:  representados  pelos  leucócitos.  A  criança  tem  uma  quimiotaxia  menor  e  tem 
menor número de células.
Após vacina, o adulto precisa de 5 a 10 dias para se considerar imune. O bebê precisa de 30 dias para 
produzir Ig e chegar ao ponto de imunidade máxima.
AVALIAÇÃO FISIOTERAPÊUTICA
RELEMBRANDO: 
Classificação do RN quanto a idade gestacional
Pré‐termo (PT) – 28 a 37 semanas + 6 dias = 265 dias
Termo (T) – 38 a 41 semanas + 6 dias = 266 a 293 dias
Pós‐termo (Pós T) ‐ = ou > 42 semanas = 294 dias em diante
Os pacientes da enfermaria são encaminhados pelo PS ou pela UTI.
Quando chega do PS, abre‐se a ficha de avaliação e, na sequencia, faz‐se o atendimento.
HDA: direcionado pelo diagnóstico. É o motivo pelo qual a mãe trouxe a criança ao hospital.
AP(antecedentes pessoais): tudo o que se refere a outros problemas de saúde, a cirurgias. Se for asma: 
medicamentos, alergia.
AF(antecedentes familiares): o que pode constatar doença genética
Exame físico: a ser feito 2x/dia: avaliação inicial e final.
x FC: de 5 a 7 anos, começa a chegar próximo ao adulto. A média é de 120 a 140 bpm. Pode ser 
usado o oxímetro. Na dúvida, confere no pulso.
x FR: sinal importante! Contar em 1 minuto. É maior na criança do que no adulto. RN = 40 a 60 
ipm
x PA: aferir em caso de cardiopatia
x Temperatura: não é necessário, porque a enfermagem já faz.
Sinais vitais – pediatria
Frequência respiratória Frequência cardíaca
RN (até 28 dias) 40 – 60 120 – 160
Lactente (até 2 anos) 25 – 30 100 – 130
Pré escolar (2 a 6 anos) 20 – 25 90 – 120
Escolar (7 a 9 anos) 18 – 20 80 – 100
Adolescente (10 a 20 anos) 16 – 20 60 – 100
Na enfermaria, a criança sempre vai ser espontânea. O que vai mudar é respirar em ar ambiente ou com 
O2. 
Neste caso, determinar:
x a quantidade (em litros/minuto) e 
x o meio:  máscara  (acima  de  5  litros),  traqueo,  cateter  (até  3  litros),  nebulização  à  distância 
(quantidade maior do que estava na máscara).
Regra: quantidade de O2, mínima necessária para manter uma saturação de 94%
Fazer as medidas de SatO2:
x com cateter de O2 (anotar a quantidade)
x zera o O2 – durante mais ou menos 2 minutos
x mede novamente a SatO2.
O terapeuta deverá decidir se fará a terapia com ou sem O2, sendo que sem o O2 poderá ser feito se a 
saturação se mantiver acima de 91%.
A  criança  de  6  anos  já  tem um padrão  respiratório misto.  A  partir  disso,  só  é  preciso  definir  se  com 
predomínio abdominal ou torácico.
O ritmo respiratório pode ser taquipneico, eupneico ou bradipneico. Para tanto, é preciso considerar a 
idade da criança.
Taquipneia = ↑FR sem outros sinais
Dispneia: sinais de desconforto respiratório, visto por:
x BAN
x Tiragens: subdiafragmática, subesternal, intercostal, de fúrcula e supraclavicular.
x (Geralmente as tiragens são ascendentes: da TSD para a TSC)
Se houver associação de taquipneia e dispneia: então o quadro é de taquidispneia. Podeser colocada a 
gravidade: +/4+
Expansibilidade: 
x Observar de preferência  sentado, para ver  se está  simétrico e preservado  (e não diminuído). 
Quando deitado, diminui um pouco.
x Observa no espontâneo e se houver alteração, pede uma inspiração profunda.
Tosse:
x Produtiva ou seca
x Eficaz ou ineficaz
Músculos abdominais fracos podem gerar uma tosse ineficaz.
Secreção:
x Deglutida ou expectorada. Quando expectorada, é possível avaliar o aspecto da secreção.
x Qualifica‐se quanto ao aspecto: quantidade, cor, consistência (espessa, fluida ou semiespessa)
AP
x O melhor é que o paciente esteja sentado.
x Sempre começar com MV+
x Exemplo:  MV+  bilateral,  ↓  ↓  ↓  base  E,  com  EC  (estertor  crepitante)  +  ESC  (estertor 
subcrepitante)
Estertor  crepitante:  atrito  de  “fio  de  cabelo”:  está  associado  à  presença  de  líquido  em  VA  distal.  É 
descontínuo. Geralmente presente no  final  da  ins  e  começo da exp.  Se há um processo  inflamatório, 
pode haver presença de líquido.
Estertor  subcrepitante:  bolinhas  estourando.  É  descontínuo.  Este  som  bolhoso  indica  presença  de 
líquido no alvéolo.
Roncos e sibilos: podem aparecer em toda ins e toda expiração.
Exames complementares
x Indicação de Rx: entrada, critério de alta, mudança clínica
x Observar medicamento: tipo e dose
Qualificar o estado geral da criança:
BEG ou REG
Ativo, afebril, permite bom manuseio, boa aceitação alimentar
Ou prostrada, inapetente, febre, dispneico
O  melhor  cenário  seria  a  criança:  eupneico  em  AA,  com  FC,  FR,  SatO2,  expansibilidade  e  padrão 
respiratório.
Se taquidispneico:
x Assinalar FR e tiragens
x Anotar se com cateter a 2 l/min
x Exemplo: taquidispneico em CPNO2 a 3 l/min, SatO2=94%, SatO2=88% em AA., FR (↑ com TSD 
+ TF), FC (padrão respiratório, expansibilidade).
x AP
Conduta:
x MHB (quais técnicas)
x Exemplo: Tosse eficaz e produtiva com expectoração de secreção amarelada clara semiespessa. 
Ou tosse produtiva eficaz evoluindo para seca
x MRP (quais técnicas)
Ao final, controles finais:
x FC e FR
x SatO2: AA e cateter
x AP final
Precaução:  contato  (luva  e  avental).  Respiratório  (luva,  avental  e máscara).  Aerossol  (luva,  avental  e 
máscara mais grossa).
TÉCNICAS E RECURSOS UTILIZADOS NA FISIOTERAPIA RESPIRATÓRIA 
Há 3 tipos de manobras:
x MHB: manobra de higiene bronquica
x MRP: manobra de reexpansão pulmonar
x MDP: manobra de desinsuflação pulmonar
MANOBRAS DE HIGIENE BRÔNQUICA
As MHB agem na secreção através das ações de: descolamento, deslocamento e remoção.
Os objetivos das MHB são: manter VA pérvia, garantir a oxigenação dos tecidos e melhorar a troca 
gasosa, além de promover conforto respiratório e diminuir trabalho respiratório.
Quando há mais secreção Æ necessidade de maior pressão Æ aumento do trabalho muscular
Na contração do diafragma Æ ele desce e comprime abdômen, projetando as vísceras para frente Æ  
pressão intrapleural negativa Æ pressão atmosférica + Æ o ar entra.
A expiração deve ser passiva. Só é ativa quando realizada uma expiração forçada.
Trabalho = força x deslocamento
x Força equivale a pressão
x Deslocamento equivale a volume (como quantidade de ar)
A hipersecreção pulmonar é o que gera aumento do trabalho ventilatório.
Troca gasosa:
x Concentração de O2 adequada: oxigenação.  Para ver isso, é preciso ver PaO2 e SatO2
x CO2 é o gás da ventilação: tanto que quando há aumento de CO2, há um estímulo no SNC para 
aumentar a FR. A PaCO2 deve estar entre 35 e 45cmH2O.
Assim, a troca gasosa é composta por:
x O2 – oxigenação
x CO2 – ventilação
Hipoventilação: PaCO2 acima do valor de referência (↑45cmH2O)
Hiperventilação: PaCO2 abaixo do valor de referência (↓35cmH2O)
MHB
1. Tapotagem
a. Movimento com as mão em concha e dedos aduzidos, com movimento rítmico e 
alternado, realizado na
inspiração e na expiração. É mais usado no paciente pediátrico.
b. Contraindicação:
i. Fratura de costela: pela dor e pelo risco de pneumotórax
ii. Plaquetopenia: o normal varia de 150.000 a 450.000. Como contraindicação 
seria de 50.000 pelo risco elevado de sangramento. Situações comuns que 
ocorre a plaquetopenia: paciente oncológico, imunocomprometido (HIV+) 
e/ou pós‐transplantado.
iii. Hiperreatividade brônquica: não há estudo que comprove o malefício 
da tapotagem na criança asmática. Todas as técnicas levam a uma 
hiperreatividade. Se o paciente tem um componente maior de 
hiperreatividade do que de secreção (ou seja, tem mais sibilância do que 
secreção), então faz‐se outra técnica que não seja a tapotagem. Pensar em 
uma MHB mais tranquila. Às vezes o paciente tem pouca secreção e piora da 
sibilância após a aspiração ou outra técnica. Se o componente da secreção for 
maior, usar o bom senso. 
1. Para avaliar a questão da hiperreatividade, o melhor seria avaliar 
marcadores inflamatórios e espirometria. O BE (broncoespasmo) 
está associado à inflamação e se estuda muito o marcador 
inflamatório na asma.
2. O corticoide é considerado um imunossupressor, mas não com um 
efeito tão intenso. Para isso é preciso tomar doses altas e tempo 
prolongado, como pulsoterapia de corticoide.
iv. Osteopenia
v. RN (contraindicação relativa)
vi. Dor. Por exemplo, no derrame pleural (o paciente tem muita dor 
torácica), pneumonia, anemia falciforme (principal doença genética no 
Brasil),
1. Na anemia falciforme, o paciente pode ter uma dor torácica 
(síndrome da dor torácica aguda) por isquemia do tecido, já que pelo 
fato da Hb apresentar mudança na conformação estrutural, o O2 
tem dificuldade em se ligar à HB.
vii. Escoriações na pele
viii. Grandes queimados
c. Evitar tapotar direto sobre a pele. Usar um lençol ou a própria roupa da criança.
d. Jamais tapotar sobre proeminência óssea. Tapotar somente onde houver pulmão. (4 
dedos abaixo do limite inferior da escápula é a base do pulmão).
e. A eficácia da técnica está centrada no ritmo e frequência.
f. Sempre que possível, associar à drenagem postural, que usa o efeito da gravidade para 
o deslocamento da secreção.
2. Compressão torácica: na fase ex (acompanha a mecânica respiratória) Æ DESLOCA
a. Tem que ser uma compressão torácica rápida. Se for lenta, estou desinsuflando.
b. Sempre que possível, associar à drenagem postural 
c. Respeitar os limites das costelas
d. Não gera tanta hiperreatividade brônquica como a tapotagem
3. Vibrocompressão Æ DESLOCA
a. Também faz‐se na fase exp
b. É importante tentar prolongar a fase exp
c. Quanto maior o volume inspirado, maior o fluxo expiratório
4. Vibração Æ DESCOLA
a. Sempre respeitando o sentido das costelas
b. As técnicas passivas: usar principalmente em crianças menores.
c. As técnicas ativas: usar principalmente em crianças maiores. Para tanto, é preciso 
considerar o que a criança consegue fazer e o grau de colaboração do paciente, além 
da idade (pela questão de compreensão/cognição), podem ser fatores determinantes. 
5. AFE: aceleração do fluxo expiratório.
a. O auxílio pode ser anterior ou lateral
b. Toda técnica que acelera o fluxo expiratório é MHB. O AFE não pode ser uma técnica 
de desinsuflação, porque para isso é preciso tempo ex maior e na aceleração o tempo 
é curto.
c. O AFE torácico é indicado quando não se quer aumentar a pressão abdominal
d. Paciente em DD. O terapeuta com uma mão apoiada sobre o esterno e outra no 
abdômen. Ou as 2 mãos se aproximam uma da outra ou a mão dá o apoio no 
abdômen e somente a torácica movimenta em direção ao abdômen.
e. Antes de mais nada, sempre posicionar a criança. Procurar deitar a criança sobre a 
escápula e não sobre o ombro.
f. Investigar RGE como antecedente ou como história. Intervalo de tempo entre refeição 
e fisio:
i. Lactente com 9 meses: 40 minutos
ii. Criança com 5 anos: 20 minutos
iii. RGE: 2 horas
6. TEF (tempo de expiração forçada) ou Huffinga. A técnica consiste em uma inspiração seguida de uma expiração forçada com a glote 
aberta.
b. A criança deve estar sentada.
c. Na expiração forçada, o tempo ex fica curto e não desinsufla. O que auxilia a 
desinsuflar é aumentar o tempo ex, como no freno labial.
d. Paciente asmático é hiperinsuflado e é mais difícil soltar rápido
e. De maneira assistida, o terapeuta pode auxiliar a expiração acompanhando os 
movimentos de tórax na expiração com uma mão na parte anterior do tórax e outra 
posterior.
f. O objetivo é provocar tosse. Se a tosse está seca e a ausculta limpa, não é preciso 
continuar com a terapia. O limite da terapia é a resposta terapêutica e não quantidade 
ou tempo.
7. Dispositivos: oscilação oral de alta frequência. Terapia vibratória expiratória para mobilização 
de secreções
a. Flutter e Shaker
b. A vibração da bolinha gera uma vibração endobronquica, alterando a propriedade 
reológica do muco: ele fica mais liquefeito.
c. Deve ser feito sempre na fase ex.
d. Indicação:
i. Paciente com fibrose cística, bronquiectasia ou discinesia ciliar
ii. Paciente crônico porque ele tem mais secreção e ela é mais aderida e mais 
espessa
iii. Quando houver a contraindicação das outras técnicas (escoriação, 
grande queimado, etc) e no paciente crônico, porque ele poderá fazer 
sozinho.
e. Vantagem: dispensa a presença da fisio. O paciente crônico pode fazer em casa.
f. Existe uma característica da bolinha que ao descer, oclui o orifício. Quando isso 
acontece, ↓ tempo expiratório e ↑ ar no alvéolo, promovendo uma PEEP oscilante Æ 
por isso evitar em paciente hiperinsuflado e pneumotórax não drenado.
g. O principal objetivo é o descolamento. Ao final, sempre pede‐se ao paciente uma 
tosse assistida.
8. Tosse
a. Há 3 tipos:
i. Espontânea
ii. Assistida: compressão na região do esterno
iii. Estimulada: estímulo de fúrcula: pede quando o paciente não 
compreende o comando, em crianças menores e quando não se consegue 
tossir espontaneamente ou tosse ineficaz. Consiste em lateralizar a traqueia. 
Pode colocar um tecido para minimizar o atrito. É importante verbalizar para 
a mãe, explicando o procedimento.
b. Evitar ficar de frente para o paciente.
c. Deve‐se ter cuidado com criança que tem história de refluxo.
d. Se mesmo assim, houver a presença de ronco difuso, faz‐se a aspiração.
9. Inaloterapia: pode ser feita com ar comprimido ou com O2. Usa soro fisiológico a 0,9% 
acoplado no fluxometro.
a. Pode fazer a terapia enquanto o paciente estiver fazendo uso da inaloterapia com ou 
sem BD.
b. AA: 3 a 4 l/min: o suficiente para fazer névoa
c. Se a criança precisa de oxigenoterapia a 8 l/min, por exemplo, o fluxometro tem que 
ser ajustado para um valor próximo a 8 l/min. É importante lembrar que o paciente faz 
uso de O2, porque dessatura em AA.
10. Drenagem postural: segue a árvore brônquica
11. DRFR (drenagem rinofaríngea retrógrada)
a. Objetivo: limpeza nasal. 
b. Aplica‐se o soro em uma narina. Posiciona a criança em hiperextensão cervical. Fecha 
uma narina e a boca. A criança engole a secreção.
12. Bag Squeezing
Essa manobra consiste na utilização de uma bolsa de hiperinsuflação pulmonar (ambu) e das 
técnicas de vibração e compressão torácica. Dois fisioterapeutas poderão atuar conjuntamente: o 
primeiro administrará um volume gasoso com a bolsa, maior que o volume corrente utilizado pelo 
suposto paciente, se possível, chegando próximo ao limite da capacidade pulmonar total; e o 
segundo sincronizará a manobra de vibrocompressão após a hiperinsuflação. Promoverá, portanto, 
a aceleração do fluxo expiratório gerando, com isso, fluxo turbulento e estimulando o mecanismo 
de tosse, o que facilitará o deslocamento das secreções impactadas na periferia pulmonar, 
trazendo‐as mais próximo das vias aéreas superiores onde serão mais facilmente eliminada
            a. Aumenta o fluxo
b. 2 movimentos rápidos: melhor pelo aumento de pressão
c. Paciente com secreção mais espessa: soro + ambu + aspiração
DRENAGEM AUTÓGENA
Baseada  em  princípios  de  fisiologia  da  respiração.  O  fluxo  expiratório  é  a  força  ativa  utilizada  para 
mobilizar o muco. É uma técnica de higiene brônquica ativa, utilizando inspirações e expirações lentas, 
controladas  pelo  paciente  em  posição  sentada.  Esta  técnica  modifica  as  qualidades  reológicas  da 
secreção brônquica, melhorando sua transportabilidade.
Começa  no  volume  de  reserva  expiratório,  objetivando  a  mobilização  de  secreções  mais  distais  e 
aumenta  progressivamente  até  o  volume  de  reserva  inspiratório,  para  eliminação  das  secreções 
brônquicas proximais.
A técnica envolve 3 modos ventilatórios:
x Ventilação a baixo volume pulmonar: descolamento de secreções mais distais
x Ventilação a médio volume pulmonar: descolar secreções localizadas em vias aéreas de médio 
calibre
x Ventilação a alto volume pulmonar: descolar secreções de vias aéreas proximais
Como se faz:
1. Escolher posição: sentada ou deitada
2. Limpeza de VAS
3. Inspiração
a. Lentamente pelo nariz
b. Apneia por 3 ou 4 segundos
c. Ajustar  o  VC  adequado  para  cada  região  pulmonar,  dependendo  da  localização  do 
muco.
4. Expiração
a. Pelo nariz
b. Força expiratória deve ser balanceada para que haja um fluxo expiratório máximo sem 
causar estreitamento de via aérea
c. Feedback do “sentir ou ouvir” as secreções, auxilia a ajustar a técnica. Mãos apoiadas 
no  tórax,  durante  a  expiração  auxiliam  a  localizar  a  secreção.  Ou  o  paciente  pode 
posicionar uma das mãos na frente da boca e outra em prolongamento até a orelha, 
para formar uma concha acústica, o que facilita a audição dos ruídos provocados pela 
mobilização da secreção.
5. Inspiração  lenta  (para  que  o muco  não  retroceda).  Continuar  respirando  até  que  a  secreção 
seja coletada, movendo‐se para segmentos mais proximais. Quando isso ocorre, o VC ventilado 
deve ser gradualmente elevado, até que o muco se posicione na  traqueia, de onde pode ser 
eliminado por um huff de alto volume. A tosse deve ser evitada durante todo o processo.
DRENAGEM AUTÓGENA MODIFICADA
Como se faz:
1. Escolher  posição:  sentada  ou  deitada,  com  uma  mão  sobre  o  tórax  e  outra  sobre  a  região 
epigástrica
2. Limpeza de VAS
3. Inspiração nasal lenta
4. Apneia por 3 ou 4 segundos
5. Expiração rápida passiva até o VRE, seguida por
6. Expiração contínua ativa dentro do VRE.
a. A duração da expiração é determinada pela quantidade e posição do muco nas  vias 
aéreas.  De  maneira  que  quanto  menor  a  quantidade  de  muco  nas  vias  aéreas 
proximais, mais longa deverá ser a expiração.
7. A expiração pode ser realizada pelo nariz ou boca:
a. Maneira passiva: com fluxo de ar inicial rápido, sem ação dos mm respiratórios
b. Maneira ativa: com fluxo expiratório lento, sustentado pelos mm respiratórios
Respirações profundas causam variação do diâmetro brônquico, movendo o muco da via aérea. O efeito 
do recuo elástico dos pulmões e brônquios durante a expiração passiva, transporta o muco em direção à 
boca, contra a gravidade. Uma expiração ativa controlada impulsiona o muco das pequenas VA para as 
de maior calibre.
DRENAGEM AUTÓGENA ASSISTIDA
É  uma  adaptação  da  técnica  de  DA  em  lactentes  ou  crianças  pequenas,  incapazes  de  cooperar  ou 
realizar a técnica ativamente.
1. Paciente em DD
2. Fisio, com as mãos envolvendo o tórax da criança, aumenta manual e lentamente a velocidade 
do  fluxo  expiratório,  prolongando  a  expiração  até  o  volume  residual.  A  pressão  é  suave, 
acompanhando o padrão respiratório da criança, pois uma pressão excessiva pode desencadear 
respostas  de  proteção  (como  fechamento  da  glote,  bloqueio  da  respiração  ou  ativação  da 
musculatura inspiratória).
3. O uso de uma cinta ou faixa abdominal é necessário para a estabilizaçãodo abdômen.
Os objetivos da DAA são prolongar a expiração até o volume residual e aumentar a velocidade do fluxo 
expiratório, a fim de melhorar o transporte do muco para as vias aéreas de maior calibre.
CICLO ATIVO DA RESPIRAÇÃO – CAR
Técnica efetiva na depuração das VA e na melhora da  função pulmonar. Cada componente do ciclo é 
claramente definido:
x Controle respiratório – CR 
o Consiste na respiração suave, normal em VC, usando tórax  inferior com relaxamento 
do tórax superior.
x Exercícios de expansão torácica – EET
o São  exercícios  respiratórios  profundos  que  enfatizam  a  inspiração,  com  a  expiração 
suave,  não  forçada.  Com o  aumento  do  volume pulmonar  se  reduz  a  resistência  ao 
fluxo aéreo em direção aos canais colaterais. A passagem do ar ao longo desses canais 
e por  trás das  secreções pode  facilitar a mobilização do muco. Em alguns pacientes, 
uma apneia de 3 segundos ao final da inspiração aumentará esses efeitos.
o 3 ou 4 EET podem ser combinados com vibração ou tapotagem e devem ser seguidos 
por CR.
x Técnica de expiração forçada – TEF 
O CAR pode ser realizado em qualquer posição. Pode ser realizada de forma ativa ou ativo‐assistida. 
O CAR pode ser repetido quantas vezes quanto for necessário, até que o huff apresente um som seco e 
não produtivo ou até o momento de descanso.
MANOBRAS DE REEXPANSÃO PULMONAR
As técnicas de reexpansão pulmonar tem o objetivo de:
x Melhorar (ou manter) o volume corrente
x Melhorar (ou manter) a complacência pulmonar
x Melhorar (ou manter) a CRF: quantidade de ar que fica nos pulmões após expiração normal
Quando se reexpande o paciente?
x Se obstrução por secreção
x SEMPRE: exceto quando o paciente está hiperinsuflado (se o paciente está hiperinsuflado, faz‐
se técnica de desinsuflação, mesmo que ele tenha excesso de secreção).
Quando eu sei que o paciente está hiperinsuflado?
x Tórax em tonel
x Nem todo paciente hiperinsuflado tem retenção de CO2
x FR maior (embora nem todo paciente taquipneico esteja hiperinsuflado)
x Esforço abdominal: para tentar compensar e aumentar o tempo expiratório
x Ausculta: 
o Presença de sibilo expiratório: pode ser por hiperinsuflação ou por secreção
o Sibilo expiratório difuso: quase sempre é broncoespasmo 
o (porque quando o sibilo expiratório é localizado, geralmente, é por secreção)
o Lembrando que na asma, a obstrução é reversível: tanto que o paciente responde bem 
ao BD (melhora de 12%). Os BD são considerados bons desinsufladores.
ƒ MV+ com sibilos difusos (na chegada do p.) Æ MV+ com roncos discretos 
(após 12h pós BD)
o Tosse produtiva: indica que tem secreção
o A questão é se tem só secreção ou se tem BE junto? Para resolver a dúvida:
ƒ Faz MHB
ƒ Tosse seca + Ausculta
x Se continua com sibilo: BE
x Se reduz o sibilo: só secreção
O sibilo ex indica resistência do ar passando na expiração. Neste caso, aplicar técnicas de desinsuflação.
Por vezes, pode haver MV reduzido globalmente ou ausente: significa que o BE é tão intenso que o ar 
não está passando. Isso pode acontecer em casos graves de asma.
O paciente hiperinsuflado tem VC menor. Para manter o volume minuto, ele aumenta a FR.
Lembrando que VM = VC x FR.
Ao desinsuflar o paciente, o VC aumenta e a FR automaticamente reduz.
A hiperinsuflação ocorre em doenças obstrutivas.
A conduta é sempre fazer ausculta.
Se houver secreção Æ MHB
Ausculta para decidir dois caminhos:
x Na ausência de BE Æ MRP: para prevenir ou para reexpandir
x Na presença de BE Æ MDP
1. Bloqueio torácico
a. O terapeuta deve fazer uma compressão externa no hemitorax do paciente, durante a 
fase inspiratória.
b. As mãos do terapeuta devem ficar na lateral da caixa torácica.
c. O bloqueio deve ser feito no hemitorax sadio, de maneira que o ar seja direcionado 
para o hemitorax com atelectasia. Portanto, esta é uma manobra CONTRALATERAL.
d. O bloqueio só poderá ser usado em situações unilaterais. Por exemplo: paciente com 
derrame pleural pode ter uma atelectasia em um lado. 
e. O bloqueio torácico não é a melhor escolha na prevenção da atelectasia.
2. Compressão e descompressão brusca
a. O terapeuta acompanha com as mãos apoiadas na caixa torácica durante toda a 
expiração e logo no inicio da inspiração, tira as mãos abruptamente.
b. Pode ser feito para prevenir atelectasia, de maneira bilateral.
c. É uma manobra IPSILATERAL.
3. Inspiração em tempos
a. O paciente é orientado a inspirar curta e pausadamente até chegar na CPT. Na 
sequencia, expira até a CRF (ou seja expiração passiva), porque o objetivo é reexpandir 
e não desinsuflar.
i. Se Insp + Expiração tranquila: reexpande
ii. Se Insp + Expiração forçada: desinsufla
b. Pode estar associado aos movimentos de MMSS (cinesioterapia respiratória): abdução 
ou flexão de ombro
4. Respiração abdominal
a. Podem ser feitas de 2 a 3 séries de 10 movimentos 
5. Sustentação máxima da inspiração (SMI ou ISM – inspiração sustentada máxima)
a. Inspira até CPT. Em seguida faz uma pausa de 6 a 7 segundos Æ ativa respiração 
colateral (poros de Kohn + canais de Lambert)
6. Soluço
a. Inspiração em tempos curtos, como em ritmo de soluço até a CPT
7. Expiração abreviada
a. Inspira – Solta um pouco – Prende – Inspira – Solta um pouco – Prende ... até a CPT
IMPORTANTE:
x Toda vez que eu começo o exercício a partir da CRF (ponto de equilíbrio do sistema 
respiratório), eu trabalho mais com o diafragma e vou reexpandir as bases pulmonares.
x Se começar o exercício de reexpansão pelo VR (ou seja, primeiro expira tudo para depois iniciar 
a respiração), eu consigo melhorar o ápice.
x Geralmente no paciente hospitalizado, faz‐se a partir da CRF porque o maior 
comprometimento é a base.
8. Inspirometria de incentivo
a. Dispositivos que auxiliam na manobra
i. A fluxo: Respiron: significa que quanto mais rápido, mais fácil deslocar a 
bolinha. Indicado para expansão pulmonar.
ii. A volume: Voldyne: sucção de ar. Indicado para expansão pulmonar.
b. Feito sempre com inspiração prolongada
c. Indicado:
i. Quando criança não faz cinesio
ii. Cirurgia abdominal e a criança respira superficialmente, com MV ↓ nas bases 
(porque é uma criança de risco para fazer atelectasia)
iii. Pneumonia, mas não colabora com nenhum exercício, piora da 
SatO2, MV ↓. Esta criança pode se animar por ser um instrumento mais 
lúdico
iv. Atelectasia pequena, que não reverteu com as técnicas manuais 
utilizadas.
v. Usado para reexpansão.
d. RPPI: Reexpansão por pressão positiva intermitente
i. Usado somente com Bird.
e. BiPAP intermitente
Bilevel  positive  airway  pressure  (BiPAP)  é  uma  modalidade  ventilatória  para  VMNI  que 
consiste  em  dois  níveis  de  pressão  positiva  denominados:  IPAP  e  EPAP,  durante  as 
diferentes fases do ciclo respiratório.
Efeito  fisiológico:  aumento  da  pressão  transpulmonar,  aumento  do  volume  residual, 
aumento  da  CRF,  prevenção  de  colapso  alveolar,  aumento  da  complacência  pulmonar, 
redução  do  shunt  intrapulmonar,  aumento  do  diâmetro  e  estabilização  das  vias  aéreas, 
conservação do surfactante e estabilização do diafragma.
Iniciar  com os  parâmetros mais  baixos  e  eleva‐los  lentamente,  se  necessário  de  2  em  2 
cmH2O. inicia‐se em geral com IPAP de 4 a 6cmH2O e EPAP de 3 cmH2O.
Pelo I consenso de VM em pediatria e neonatologia: IPAP de 8 a 12cmH2O e EPAP de 1 a 
6cmH2O. FiO2 mínima necessária para garantir saturação adequada para a idade.
MANOBRAS DE DESINSUFLAÇÃO PULMONAR
1. Freno labial
a. Pede‐se ao paciente uma respiração tranquila em VC normal.
b. Aumenta a expiração Æ prolongada
c. Usa esta técnica com paciente em hiperinsuflação.
d. É difícil desinsuflar somente com exercício de freno labial
2. Técnica de expiração manual passiva (TEMP)
a. Com as mãos envolvendo as costelas, o terapeuta auxilia o paciente a prolongar o 
tempoexpiratório.
b. Quando a criança começa a inspirar, acompanha com a mão, sem tirar totalmente a 
mão da superfície da pele do paciente, para não reexpandir.
ASMA
CONCEITO
Distúrbio inflamatório crônico das VAI, caracterizado por:
x Obstrução do fluxo aéreo – variável e reversível espontaneamente ou com tratamento (isso é 
importante porque tem outras doenças obstrutivas que têm uma obstrução irreversível).
o A obstrução implica em limitação do fluxo aéreo
x Hiperreatividade brônquica
x Episódios recorrentes de sibilância, dispneia, aperto no peito e tosse (à noite e ao acordar).
A  hiperresponsividade,  o  edema  da  mucosa  brônquica  e  a  produção  de  muco  podem  ocorrer  em 
diferentes graus.
É uma doença grave, com incidência aumentando, elevando o número de internações e o custo.
Tem uma relação com alergia (ou atopia), com antecedentes familiares e exposição a agentes exógenos.
INCIDÊNCIA
Qlq idade
ETIOLOGIA
Duas teorias quanto à etiologia:
x Alergia:  paciente  alérgico  apresenta  elevados  índices  de  IgE  Æ  liberação  de  mediadores 
inflamatórios que provocam broncoconstrição.
x Disfunção do sistema nervoso autônomo: o SNA é responsável pela tonicidade da musculatura 
lisa  brônquica.  Pode  haver  o  excesso  de  uma  resposta  colinérgica  (broncoconstrição)  ou  a 
redução da resposta colinérgica (broncodilatação).
QUADRO CLÍNICO
Quando  se  fala  em padrão  respiratório:  diafragmático, misto  ou  paradoxal  (assincronia  entre  tórax  e 
abdômen).
Ritmo: eupneia, taquipneia, bradipneia. 
Geralmente,  a  criança  apresenta  uma  dispneia  (com  intensidades  variadas),  tosse  crônica  (tosse  por 
tempo maior do que 6 a 8 semanas) e sibilância. Esta é a tríade clássica.
A criança pode referir dor torácica por causa da tosse.
Pode estar associado a  sinais de desconforto  respiratório  (por exemplo, uma  taquidispneia –  sendo a 
taquipneia um sinal e a dispneia um sintoma, referido pelo paciente como sensação de falta de ar).
Não é normal ter febre, a não ser que o paciente tenha um foco infeccioso.
x Acima de 37,8oC: febre (medicamento)
x Acima de 37,5oC: subfebril (observação)
Paciente asmático em crise:
x Inicialmente alcalose Æ fadiga Æ hipoventilação Æ ↑CO2 Æ acidose
x Esta acidose pode levar o paciente a um RNC (rebaixamento do nível de consciência): narcose.
x Ou ainda pode estar acompanhado por hipoxemia (por causa da secreção)
Na crise: tosse produtiva
Na intercrise: tosse seca
No Raio X, em crise:
x Hiperinsuflação  (↑  espaço  intercostal,  retificação  das  cúpulas,  horizontalização  dos  arcos 
costais)
x Hipertransparência
x Pode ter aumento de infiltrado, pela produção aumentada de muco
O infiltrado pode ser intersticial (mais característico do paciente asmático) ou alveolar.
CLASSIFICAÇÃO
1. Asma atópica ou asma extrínseca. Agente exógeno. É a forma mais comum de asma
2. Asma  não  tópica  ou  asma  intrínseca.  Causada  por  fatores  endógenos  que  incluem  infecções 
virais e bacterianas, poluição atmosférica, exposição à fumaça e fatores ocupacionais. Níveis de 
IgE são normais.
3. Asma  mista:  associação  de  manifestações  clínicas  e  resultados  laboratoriais  da  intrínseca  e 
extrínseca.
4. Asma induzida por aspirina: ocorre predominantemente em adultos.
5. Asma induzida por exercício: com o término do exercício os sintomas clássicos aparecerão em 
razão da perda de calor e umidade da mucosa brônquica.
6. Asma  da  aspergilose  broncopulmonar  alérgica:  brônquios  colonizados  por  fungos  Æ 
espessamento da parede brônquica por infiltração celular e lesão tecidual Æ bronquiectasia.
7. Asma  profissional  ou  ocupacional:  relacionados  à  inalação  de  gás,  vapor  ou  fumaça  em 
ambiente profissional.
Ou  classificação por  gravidade  (analisam‐se  frequência e  intensidade dos  sintomas,  função pulmonar, 
tolerância aos exercícios, número de hospitalizações):
1. Intermitente
2. Persistente leve
3. Persistente moderada
4. Persistente grave
A classificação por gravidade envolve outras variáveis: despertar noturno, uso de BD, interferência nas 
AVDs, frequência, intensidade e número de hospitalizações.
FISIOPATOLOGIA
Asma é um exemplo de doença de vias aéreas em que o parênquima pulmonar se encontra normal.
Sua marca fisiológica é a obstrução difusa e reversível das vias aéreas, causada por inflamação e edema, 
espasmo da musculatura lisa dos brônquios e bronquíolos e tampões mucosos.
Asma é uma doença inflamatória, pela liberação de mediadores pelos mastócitos brônquicos e ainda de 
NO e fator de necrose tumoral pelos macrófagos.
Os principais são: mastócitos, macrófagos e eosinófilos (aumentado no paciente com asma).
O NO é um vasodilatador específico para a região pulmonar. Assim a liberação de NO Æ vasodilatação 
Æ aumento da permeabilidade
Eventos  inflamatórios Æ  Mediadores  (IL4:  responsável  pela  produção  de  muco.  Histamina:  gera  a 
constrição.  Fator  de  necrose  tumoral)  podem  causar  lesões  no  epitélio  ou  alteração  do  tônus  da  via 
aérea  (vasoconstrição),  alteração da permeabilidade vascular  (vasodilatação),  hipersecreção de muco, 
disfunção  ciliar,  hipertrofia  e  hiperplasia  do  músculo  liso,  aumento  das  glândulas  submucosas  e 
aumento do número de células caliciformes.
Obstrução de VA Æ aumento do trabalho respiratório Æ fadiga e descompensação.
COMPLICAÇÕES
Atelectasia
Pneumonia
DIAGNÓSTICO
Em geral,  30  a  80% das  crianças  asmáticas  iniciam  seus  sintomas durantes  os  primeiros  três  anos de 
vida.
Radiografia: tórax hiperinsuflado (na crise). No período inter‐crise: geralmente normal.
Hemograma
x Série vermelha: anemia (se Hb ↓12: paciente anêmico)
x Série branca: leucócitos
o ↑leucocitose: indica infecção
o Eosinofilia (↑eosinófilos): indica inflamação
x PCR (proteína C reativa)
o ↓0,5: normal
o ↑0,5: presença de quadro inflamatório
Faz parte do diagnóstico, a realização da espirometria (prova de função pulmonar), considerado padrão 
ouro.
x Usado para avaliar obstrução
x Variáveis avaliadas: 
o VEF1: menor que 80% do predito
o Índice  de  Tiffenau  (VEF1/CVF):  abaixo  de  75% do  predito  (adulto)  e  85% do  predito 
(criança)
Geralmente se faz a espiro Æ BD Æ Espiro
Se houver aumento de 12% (na diretriz de asma, consta 7%) ou 200ml em VC, indicativo de asma.
Teste cutâneo: porque a asma tem uma forte relação com a atopia
Concentração sanguínea de IgE
Pico  de  fluxo  expiratório  (Peakflow):  diminuído  na  asma  por  se  tratar  de  uma  doença  obstrutiva.  É 
baseado em altura, peso e gênero. 
Há  também  variação  do  PF  de  manhã  (por  posicionamento  e  acúmulo  de  secreção)  e  à  noite  (por 
atividades e maior exposição). Assim como presença de tosse, mais frequente pela manhã e pela noite.
Gasometria: na crise, acidose respiratória.
Na ausculta pulmonar: 
x O MV pode estar diminuído por causa da hiperinsuflação (entra uma quantidade normal de ar e 
sai menos do que deveria, até um momento em que também não entra como deveria). 
x Sibilo expiratório: BE
x Sibilo inspiratório: se houver secreção
TTO CLÍNICO
TRATAMENTO MEDICAMENTOSO
x BD: de curta e de longa duração. Exemplos: Berotec e Aerolin
x Corticóide: faz uso contínuo. Ele reduz a exacerbação da crise. Age no processo inflamatório e 
age  como  preventivo  ao  processo  inflamatório,  para manutenção  do  tratamento.  Exemplos: 
Solumedrol e Pulmcort.
x Não se usa antibiótico, se não houver processo infeccioso associado.
x Hidratação: soro de manutenção
TRATAMENTO FISIOTERAPÊUTICO
x Oxigenoterapia, se SatO2 menor que 94%.
x MHB: se houver secreção ou ausculta limpa com tosse produtiva.
o Vibrocompressão 
o AFE (mais eficazes quando associados à drenagem postural)
o Desobstrução nasofaríngea
o Estímulo de tosse
o Aspiração nasotraqueal
x Há uma discussão  sobre  a  aplicaçãoda  tapotagem e do huffing.  Porque há uma  redução do 
calibre da via aérea e o huffing pode acentuar esta redução de calibre e por isso é discutível a 
aplicação desta técnica.
BRONQUIOLITE
CONCEITO
Infecção viral, que se apresenta inicialmente em VAS e progride com manifestações de VAI.
Provoca inflamação da mucosa que reveste as vias aéreas distais, ocasiona edema e congestão, reduz o 
calibre dos brinquiolos e dificulta a passagem de ar, com obstrução do fluxo aéreo.
INCIDÊNCIA
É a doença das VAI mais comum no primeiro ano de vida, com acometimento de até 50% dos lactentes 
desse grupo etário
ETIOLOGIA
O VSR é o agente etiológico mais comum ‐> em até 75% dos lactentes internados
Parainfluenza tipo 3
Influenza tipos A e B
E outros
QUADRO CLÍNICO
Há inicialmente achados clínicos que correspondem à infecção de VAS (resfriado)
‐ coriza: corrimento nasal
‐ rinorreia: secreção nasal
‐ SDR
‐ dispneia 
‐ leve aumento da temperatura
‐ tosse 
‐ AP: sibilancia + EC exp
‐ Hipertimpanismo na percussão pumonar
‐ redução do apetite/anorexia
‐ irritabilidade
FISIOPATOLOGIA
‐ Vírus é inoculado na mucosa nasal, onde permanece incubado por um período de 4 a 5 dias
‐ apos esse período há sintomas característicos de infecção de VAS, podendo resolver‐se nesse primeiro 
estagio
‐ disseminação para VAI é causada pela aspiração de secreção contaminada
‐ gerando resposta inflamatória, como descamação celular e exsudação de proteínas plasmáticas, 
produzindo tampões de muco, infiltrados peribronquiolares com acumulo de linfócitos  e 
polimorfonucleares, resultando em edema de submucosa.
Áreas de obstrução total ‐> Atelectasias
Áreas de obstrução parcial ‐> dificultando o esvaziamento alveolar na expiração ‐> aumento da CRF 
(quantidade de ar que permanece do SR após uma expiração normal) ou Hiperinsuflação pulmonar
Transtorno de ventilação: Shunt (áreas perfundidas, porem não ventiladas)
Hipoxemia, retenção de CO2 e redução do Ph sanguíneo ‐> acidose respiratória 
COMPLICAÇÕES
‐ Atelectasia
‐ Pneumonia
DIAGNÓSTICO
VSR+
RX: Sinais de hiperinsuflação (hipertransparencia, aumento dos espaços intercostais, horizontalização 
das costelas, podendo ter infiltrado padrão intersticial.
TTO CLÍNICO
‐ nebulização a distancia, em casos em que a obstrução nasal é evidente
‐ terapia broncodilatora E���agonistas em aerossol ou epinefrina racêmica, salbutamol, produzem 
melhora da clínica
‐ corticoide: utilizados em processos inflamatórios e imunitários – prednisolona
FISIOTERAPIA
MHB
MRP (quando não houver sinais de hiperinsuflação, para evitar atelectasias)
MDP (quando houver sinais de hiperinsuflação)
BLITE ASMA
1 idade  até 2 anos qlq idade
2 Contato com adulto contaminado + +/‐
3 n.º de crises/internações + 3
4 fator desencadeante +
5 época do ano Sazonal
6 Resposta ao E�Adrenérgico +
7 exames VSR+
PNEUMONIA
CONCEITO: Infecção aguda, associada a uma inflamação do trato respiratório inferior, traduzida por 
uma consolidação dos alvéolos pulmonares ou infiltração do tecido intersticial por células inflamatórias, 
gerando  alterações importantes na relação entre a ventilação‐perfusão e consequentemente na 
mecânica respiratória.
 
ETIOLOGIA:
Viral: Febre baixa ou ausente, o estado geral pouco alterado, a hemocultura é negativa, na rinofaringe 
não se encontra nenhuma das bactérias patogênicas responsáveis habituais pelas pneumonias 
bacterianas, os antibióticos não influem na evolução da doença
Vírus mais comuns: rinovírus(resfriado), influenza (gripe), parainfluenza, VSR, adenovírus, coronavirus 
Bacteriana
Fúngica 
INCIDÊNCIA 
S. Pneumoniae: causa mais comum  de pneumonia na infância , em todas as faixas etárias
Idade Agente etiológico ‐ Pediatria
até 2 meses • Streptococcus do tipo B
• Gram‐negativos:
• – Escherichia coli
• – Klebsiella sp
• – Proteus sp
• VSR
• CMV
• Herpes simples
2 a 6 meses • Chlamydia trachomatis
• VSR
• Streptococcus pneumoniae
• Staphylococcus aureus
6 meses a 5 anos • S. pneumoniae
• Haemophilus influenzae
• S. aureus
• VSR
maiores de 5 anos • S. pneumoniae
• Micoplasma sp
• Chlamydia sp
FATORES DE RISCO:
Idade tenra, especialmente menores de 6 meses (menor diâmetro da arvore traqueobrônquica, 
imaturidade do sistema mucociliar, baixos nives de IgA),  prematuridade e baixo peso ao nascer, mau 
estado nutricional e viroses prévias, como sarampo, influenza, varicela e rinofaringites inespeicíficas
QUADRO CLÍNICO
Febre, dispneia com taquipneia, tosse produtiva (bacteriana)
Dispneia com taquipneia, tosse seca (viral)
Gerais: dor abdominal (simulando quadro clínico de apendicite aguda) ou cervical (pneumonias de 
ápices)
MECANISMO DE DEFESA 
‐> Condicionamento do gás inspirado: composto pela UMIDIFICAÇÃO, AQUECIMENTO E FILTRAÇÃO 
(iniciada pela cavidade nasal, pelas vibrissas)
‐> Transporte muco ciliar ou limpeza traqueobrônquica: durante a movimentação ciliar, uma película de 
muco é movida continuamente dos pulmões em direção à orofaringe; as partículas depositadas nessa 
película são eventualmente deglutidas ou expectoradas.
‐> Mecanismo imunológico ou limpeza alveolar: as bactérias ou partículas solidas depositadas nos 
alvéolos são fagocitadas pelos macrófagos alveolares
Alterações no mecanismo de defesa:
‐ perda ou supressão do reflexo de tossem, que pode levar à aspiração de conteúdos gástricos. Ex.: 
coma, anestesia, distubios neuromusculares ou dor torácica
‐ Lesão no aparelho mucociliar. Ex.: fumaça de cigarro, inalação de gases quentes ou corrosivos
‐ Interferencia com a ação fagocitica ou bactericida dos macrófagos alveolares. Ex.: álcool, fumaça de 
tabaco
‐ congestão capilar ou edema
‐ acumulo de secreções em condições como fibrose cística e obstrução brônquica 
FORMAS DE CONTAMINAÇÃO
Î Via de aspiração: Aspiração de secreção contaminada ‐> da nasofaringe para os alvéolos
Î Infecções virais primaria das VAS que    favorecem a contaminação bacteriana secundaria das 
VAI 
(Alteram a imunidade local  >  Aumentam a produção de muco  >  reduz a atividade ciliar  >  
Facilita a aspiração)
Î Via hematogênica: ha a liberação de microrganismo para a corrente
sanguínea e o patógeno atinge o parênquima pulmonar.
Î Via de contiguidade: o que é mais raro, e a partir de uma infecção localizada no pericárdio, 
fígado e gradil costal.  
FISIOPATOLOGIA
‐ Micro‐organismo  ultrapassa mecanismos de defesa e chega na periferia do pulmão
‐ Liberação de enzimas e toxinas por parte do agente agressor, provacando processo inflamatório local 
com exsudato(fluidos (como pus) que passam atrasves das peredes vasculares em direção aos tecidos 
adjacentes. Estes fluidos envolvem células, proteínas e materiais sólidos) em bronquíolos, alvéolos e 
interstício
‐ Disseminação através dos poros de Kohn e canais de Lambert, a qual gera um processo de irritação da 
mucosa, com aumento da produção de muco, esse mecanismo provoca lesão do parênquima pulmonar 
‐ fase de congestão: chegada de mecanismos de defesa locais pelas vias hematogenica e alveolar, 
ocorrendo então aumento da permeabilidade capilar, com posterior extravasamento de liquido para 
interticio, alvéolos e bronquíolos
‐ hepatização vermelha: exsudação confluente maciça com hemácias (congestão) e neutrófilos e 
preenchimento dos espaços alveolares com fibrina
‐ hepatização cinzenta: desintegração progressiva das hemácias e persistência de exsudato 
fibrinossupuratvo
‐ o exsudato consolidado dentro dos espaços alveolares sofre digestão enzimática progressiva e produz 
restos granulares semilíquidos que são reabsorvíveis, ingeridos por macrófagos ou tecidos e eliminados 
pela tosse.
CLASSIFICAÇÃO
Comunitária: Pneumonia adquirida na comunidade (PAC) é aquela que acomete o indivíduo fora do ambiente 
hospitalar ou nas primeiras 48 horas após a internação do paciente.
Ag mais comuns: S. pneumoniae, Aspiração, M. pneumoniae, Influenza,S. aureus, H. influenzae, C. burnetti, Bacilos 
gram­neg.Influenza B 
Nosocomial/Hospitalar: pneumonia hospitalar (PH) é definida como aquela que se instala após 48 a 72 
horas de internação, não sendo produzida por germes previamente incubados no momento da 
admissão.
Cerca de 60% das pneumonias nosocomiais são causadas por patógenos aeróbios gram‐negativos, 
dentre eles Klebsiella, Enterobacter, Pseudomonas e Acinetobacter. Dos gram‐positivos, predomina o 
Staphylococcus aureus
Imunocomprometidos: Em sentido amplo, hospedeiro imunocomprometido é aquele que apresenta
um déficit em seus mecanismos de defesa (síndrome da imunodeficiência humana (SIDA/AIDS), 
transplantes, malignidades, novos tratamentos imunossupressores,): 
Bactérias: Staphylococcus aureus, Streptococcus pneumoniae, Haemophilus
influenzae, bacilos gram‐negativos, Legionella, Nocardia,
Chlamydia
• Vírus: Citomegalovírus, herpes simples, adenovírus, varicela zoster
• Micoses: Cryptococcus, Aspergillus, Mucormycis, Candida sp, Pneumocystis,
histoplasma
• Micobactérias
• Parasitas: Strongyloides, toxoplasma, Entamoeba, Ascaris
HIV: Predominam germes gram‐negativos dos gêneros Pseudomonas, Klebsiella e Enterobacter e gram‐
positivos, destacando‐se o Streptococcus viridans e o Staphylococcus aureus.
Fungica: Os agentes causais mais freqüentemente
encontrados são do gênero Candida (albicans
e tropicalis) e Aspergillus. São também citados fungos como
os do gênero Mucor, Fusarium, Rhizopus, Petriellidium,
Cryptococcus, Histoplasma e Coccidioides
Vírus: Citomegalovirus 
Atípica: A apresentação atípica pode ocorrer, como queda do nível de consciência, agitação, apatia, perda do 
apetite, queda da própria altura ou ainda descompensação de doença de base.
Agentes mais comuns: Legionella, Mycoplasma, Chlamydia e vírus
Associada a VM: A pneumonia associada a ventilação mecânica (PAVM) é aquela que se instala após 48 
horas de ventilação mecânica, excluindo os casos de pneumonias como causa da insuficiência 
respiratória. Ela apresenta algumas particularidades em relação à pneumonia hospitalar sem ventilação 
mecânica.
Quanto mais prolongado o tempo de ventilação, maiores são as chances de o paciente  vir a apresentar 
pneumonia. Pacientes intubados com menos de 24 horas têm incidência de 15 a 20 vezes menor do
que aqueles com tempo superior a 30 dias
CLASSIFICAÇÃO ANATOMOPATOLÓGICA E RADIOLÓGICA
Pneumonia alveolar ou lobar: uma parte do pulmão é afetada de maneira uniforme, apresentando 
imagem homogênea e limites precisos. 
Broncopneumonia: afeta o pulmão de maneira mais heterogênea e geralmente com mais de um local, 
de forma “salpicada”, podendo ser uni ou bilateral e de limites imprecisos. 
Pneumonia intersticial: Infiltrados bilaterais difusos (comum em pneumonias viróticas)
COMPLICAÇÕES
Derrame Pleural: aumento da permeabilidade capilar decorrente do processo inflamatório,  com 
extravasamento de líquido para o interstício pulmonar;
Pneumatocele: ruptura dos processos  inflamatórios da parede bronquiolar, causando  corredores de ar 
(hipertransparencia)
Abscesso Pulmonar: Decorre da agressão sofrida  pelo parênquima pulmonar, ocorrendo necrose 
tecidual.
Necrose tecidual do parênquima pulmonar causado por uma infecção
Síndrome do desconforto respiratório agudo: Está associada a dano alveolar e capilar difuso.
Aumento da permeabilidade capilar, com penetração de fluidos ricos em proteínas para o espaço 
alveolar, gerando danos em seu revestimento e diminuindo o clearance do liq ea produção de 
surfactante.
Ocorrem áreas de colapso que podem levar a situaçoes de fibrose pulmonar e diminuição importante da 
complacência pulmonar.
Sepse: Quando os mediadores pró‐inflamatórios geram repercussões além do local de lesão primária da 
infecção.
Atelectasia 
DIAGNÓSTICO
Antibiograma (escolha do antibiótico) 
Leucograma: Leucocitos com valores próximos da normalidade sugerem  etiologia viral
Desvio a esquerda: são recrutadas células mais jovens (segmentados e bastonetes) para combater o 
agente.
Eosinopenia
Exame bacteriológico: tanto o escarro como subsequente cultura podem dar falsos positivos, 
microorganismos não responsáveis pela infecção, em razçao da colonização, contaminação ou flora 
normal;
Hemocultura: busca do agente etiológico e é de alta confiabilidade com a correlação entre bactéria 
encontrada e a responsável pela  pneumonia;
Detecção do antígeno: método utilizado em amostra de liquor, liquido pleural e urina para identificação 
de bactérias como S. Pneumoniae, H. Influenzae tipo B e S. Aureus.
Marcadores de resposta inflamatória:  (PCR), Interleucina (IL‐6), Pró‐calcitonina (PCT)
TTO CLÍNICO
Indicações para internação: 
‐ Baixa idade; 
‐ Sinais de desconforto respiratório; 
‐ Necessidade de oxigenoterapia; 
‐ Pneumonia extensa e/ou complicação associada; 
‐ Pneumonia de aquisição intra‐hospitalar; 
‐ Dificuldade alimentar; 
‐ Doença de base associada ou imunodeprimidos; 
Tratamento Hospitalar 
‐ Suporte nutricional adequado; 
‐ Manter hidratação adequada; 
‐ Manter decúbito elevado em torno de 30º (DRGE); 
‐ Corrigir possíveis distúrbios de oxigenação; 
Medicamentos:
Antibióticos
Antitérmico 
Anti inflamatório
Mucolítico: para fluidificar a secreção
Analgésico
FISIOTERAPIA
Objetivos
‐ Manter vias aéreas pérvias; 
‐ Otimizar mecânica ventilatória; 
‐ Melhorar complacência pulmonar; 
‐ Reduzir trabalho respiratório;
Condutas 
‐ Manobras de Higiene Brônquica; 
‐ Técnicas de Reexpansão Pulmonar; 
‐ Cinesioterapia Respiratória; 
‐ Suporte Ventilatório (VMNI ou VMI – se necessário); 
DERRAME PLEURAL
CONCEITO: Acúmulo anormal de líquido entre as pleuras visceral e parietal (espaço pleural)
‐ Resultante de um desequilíbrio fisiológico entre a formação e reabsorção do líquido pleural ou,
‐ eventos fisiopatológicos decorrentes de processos inflamatórios ou infiltrativos dos folhetos pleurais 
INCIDÊNCIA
Streptococcus pneumoniae ocorre em todas as faixas etárias
Abaixo 1 ano ‐> estafilococicos
1 ano ‐> Staphylococcus aureus e o H. Influenzae
1 a 2 anos ‐> H. Influenzae e pneumococo
Maior 2 anos ‐> pneumococo
ETIOLOGIA
y TRANSUDATOS: Insuficiência cardíaca congestiva, cirrose hepática, síndrome nefrótca, 
embolia pulmonar, atelectasia, encarceramento pulmonar.
Transudato: Quando não há lesão no espaço pleural, nem sinal de células inflamatórias. O acúmulo de 
líquido se dá pelo aumento da pressão hidrostática sistêmica pulmonar ou diminuição da pressão 
coloidosmótica.
• Insuficiência cardíaca congestiva
• Cirrose hepática
• Síndrome nefrótica
• Embolia pulmonar
• Atelectasia
• Encarceramento pulmonar
y EXSUDATOS: Causado pelo aumento da permeabilidade dos vasos da microcirculação e com
presença de células inflamatórias, ocorrendo por consequência a uma doença que afeta 
diretamente a pleura de caráter infeccioso, inflamatório, neoplásico ou devido a obstrução linfática.
Infecções (bacterianas, turbeculosas, viróticas, mycoplasma, micóticas, protozooses), neoplasias, 
doenças colágeno‐vasculares (lúpus eritematoso, doença reumatóide), embolia pulmonar, causas 
digestivas, medicamentos, outros;
Derrame Pleural Parapneumônico
• A inflamação pulmonar aumenta a água pulmonar intersticial e a produção de líquido pleural 
•  A complicação ocorre quando o líquido pleural possui conteúdo proteico suficiente para 
coagular, fazendo com que estrias de fibrina estendam‐se para as Pleuras Parietal e Visceral. O 
resultado é a acumulação de líquido pleural em cavidades pequenas no interior da cavidade 
pleural e que não pode ser drenado através de um único dreno torácico.
Pode ser diagnosticado em uma das duas 3 fases:
y Na fase exsudativa, a permealibidade capilar do folheto visceral aumenta.
y Na fase fibropurulenta, que se caracteriza pela infecção que se superajunta ao líquido estéril.
y Na última fase, quando oderrame se organiza pelo crescimento de fibroblastos e deposição de 
substância colágena.
3 ‐Traumáticos: Traumatismo em caixa torácica
• Hemorrágicos
• Quilotórax
4 – Gasosos: 
• Pneumotórax
QUADRO CLÍNICO
• Tosse seca
• Dispnéia
• Dor pleurítica/ventilatório dependente
• AP: Redução ou abolição do murmúrio vesicular, macicez à percussão
• Assimetria do tórax
FISIOPATOLOGIA
y Fisiologicamente ocorre equilíbrio entre a formação e reabsorção do liquido pleural.
y Pressão Hidrostática
y Pressão Coloidosmótica
y Excesso de formação ou déficit de reabsorção ‐> Acúmulo anormal de líquido ‐> Derrame 
Pleural
y Aumento da Pressão Hidrostática
y Diminuição da Pressão  osmotica
(desequilíbrio0
y  Aumento da Permeabilidade Capilar
y Diminuição da Pressão no Espaço Pleural
y  Obstrução Linfática
DIAGNÓSTICO
Exame físico 
y Inspeção: Limitação da expansibilidade torácica, assimetria de tórax e abaulamento dos 
espaços intercostais.
y Percussão: Maciça na região com líquido.
y Ausculta: Murmúrio vesicular ausente ou diminuído.
y Exames Laboratoriais (proteína, DHL, ADA, lipídios, colesterol, pH, amilase, nº de neutrófilos,
basófilos, eusinófilos e linfócitos)
RX
y Posição PA e perfil;
y Opacificação progressiva das porções inferiores 
y Se o derrame for pequeno a imagem é homogênea obliterando primeiramente os seios 
costofrênicos.
y Curva de Damoiseau;
y Em grandes derrames há desvio do mediastino para o lado contralateral, com deslocamento da 
traquéia, abaixamento da hemicúpula diafragmática e alargamento dos espaços intercostais.
Ultra‐sonagrafia 
y Identifica e localiza com precisão derrames, mesmo que sejam de pequeno volume. 
y Auxilia na toracocentese.
Tomografia                     
y Caracterização do derrame.
TTO CLÍNICO
y Tratamento Medicamentoso – anti‐inflamatórios, anti‐térmicos, analgésicos, diuréticos e 
vasodilatadores.
y Toracocentese: consiste na punção pleural do liquido na cavidade pleural, através de uma 
agulha, serve para diagnóstico também.
y Drenagem Pleural
y Pleurodese: A pleurodese química consiste em promover aderência das superfícies pleurais 
(parietal e visceral) pós irritação, provocada por injeção de um agente químico  como a 
doxiclina, minociclina ou a bleomicina, ou de talco, dentro da cavidade pleural
y Decorticação: Remoção da pleura parietal e viceral quando acometidas de intensa fibrose
Cuidados com o dreno
y Certificar‐se que as tampas e os intermediários do dreno estão corretamente ajustados e sem 
escape de ar.
y Manter o frasco coletor sempre abaixo do nível do tórax , o qual deve estar mantido dentro de 
uma solução estéril ( selo d'água).
y Deve se atentar para o aspecto do líquido drenado quanto á : volume drenado, viscosidade e 
coloração. Qualquer alteração deve ser comunicado imediatamente a enfermeira/médico. 
y Observar a oscilação da coluna de líquido no interior do frasco coletor (deve estar de acordo 
com os movimentos respiratórios do paciente).
y Caso haja necessidade de transporte, o profissional deve pinçar a extensão apenas no 
momento da transferência, devendo orientar o paciente a não deitar ou sentar sobre a 
extensão. A equipe deve observar se não há dobras, formação de alças ou obstrução, visando 
evitar o aumento da pressão intrapleural, onde pode acontecer a parada cardiorrespiratória.
y  A troca do dreno deve ser feita a cada 24 horas. Realizar a troca de maneira asséptica, cujo 
pinçamento de sua extensão deve ser por apenas alguns segundos (momento da troca), 
anotando nesse momento a quantidade e aspecto da secreção drenada.
y Observar e controlar a dor do paciente, isso porque o paciente com dor não realiza os 
movimentos respiratórios adequadamente. O que resulta em acumulo de secreção facilitando 
as infecções pulmonares.
FISIOTERAPIA
Objetivo
Temos como objetivos:
y Remover a secreção pulmonar;
y Reexpansão da área afetada;
y Orientações posturais;
y Melhorar a mobilidade torácica e a função diafragmática;
y Aumentar a ventilação alveolar e diminuir a hipoventilação;
y Expandir os alvéolos previamente colapsados;
y Aumento do volume corrente;
Condutas:
y Manobras de Higiene Brônquica 
y Manobras de Reexpansão Pulmonar (Compressão e descompressão brusca, bloqueio torácico)
y Posicionamento no leito
y Cinesioterapia Respiratória (inspiração em tempos, sustentação máxima de inspiração, 
incentivadores respiratórios, em fase aguda realizar movimentos de pequena amplitude e em 
fases mais avançadas utilizar movimentos mais extremos, associados a respiração correta.)
y Deambulação
y RPPI
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