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1 UNIVERSIDADE DA INTEGRAÇÃO INTERNACIONAL DA LUSOFONIA AFRO- BRASILEIRA – UNILAB INSTITUTO DE CIÊNCIAS EXATAS E DA NATUREZA – ICEN CURSO DE LICENCIATURA EM CIÊNCIAS DA NATUREZA E MATEMÁTICA DISCIPLINA: Origem da Vida e Evolução DOCENTE: Prof. Dr. Jober Fernando Sobczak DISCENTE: Rodolfo Ferreira de Oliveira História da Biologia Evolutiva O pensamento evolucionista, como ciência, é algo bem recente, se comparado à história da humanidade. Mas se formos parar para pensar, a ciência, em geral, é algo muito recente na nossa história. A revolução que o homem provocou, ao pensar sobre as coisas se reflete até os dias de hoje, onde nós sempre estamos nos questionando porque determinadas coisas acontecem do jeito que acontecem e não de outra forma. O pensamento científico proporcionou à humanidade uma maior compreensão de si mesmo e também, é claro, da natureza. No que se refere à Biologia, a maior revolução que já ocorreu em seu campo, é, provavelmente, o início do pensamento evolutivo. Tentar explicar como a vida se originou no nosso planeta e dizer como ela têm se transformado ao longo das eras é um tema extremamente polêmico e, que fez a Biologia ser o que ela é, uma ciência em renovação constante, podemos dizer até, uma ciência em processo evolutivo. Como dizia o filósofo, “nada na biologia faz sentido, senão à luz da evolução”. Sempre que se fala em Evolução, a primeira pessoa que vêm a nossa mente, provavelmente é Charles Darwin, considerado o criador da Teoria Evolucionista e pai da Biologia Evolutiva. Mas ele não é o único que dedicou sua vida ao estudo da Evolução. Temos muitos grandes nomes: Lamarck, Wallace, Richard Dawkins, Ernest Mayer, Gregor Mendel, entre outros. Darwin é o mais famoso, mas não foi ele o pioneiro do pensamento evolutivo. Desde muito tempo atrás, os gregos antigos dialogavam sobre como a vida se constituía, claro, sem nenhum embasamento científico. Anaximandro, por exemplo, acreditava que os seres vivos eram feitos de água e que todos os animais vinham dos peixes. Se formos analisar a classificação mais atualizada da filogenia, realmente veremos que os peixes são mais antigos que nós, por exemplo. Na verdade, a teoria mais aceita é 2 de que a vida surgiu na água. Logo o que Anaximandro pensava tinha um pouco de verdade, isso no século 16 a.C., ou seja, há 3600 anos atrás as pessoas já se questionavam de como a vida havia surgido. Empédocles, outro grego, propôs, no século 15 a.C., um mito evolutivo, por assim dizer, no qual partes do corpo de umas espécies se juntavam com as de outras espécies e somente alguns sobreviviam dessa combinação. Mas, durante muito tempo a ideia de Evolução não era permitida, ou até mesmo não existia na mente das pessoas. Durante muitas eras, a Igreja Católica pregou, baseando-se na filosofia platônica e aristotélica que, cada espécie possui características fixas e, que, não podem ser compartilhadas com as demais. A Igreja pregava que, era impossível haver a evolução de espécies, pois isso poderia significar que a “criação original” estava imperfeita e precisava ser corrigida. Antes de Darwin, os filósofos naturais que atuavam em pesquisas da Biologia, sempre buscavam em suas obras refletir sobre Deus. Carolus Linnaeus, por exemplo, considerado o pai da Taxonomia, fez tudo o que fez para tentar entender o padrão que Deus teve na criação. Podemos dizer que o primeiro cara a pensar evolução de forma mais científica e correta foi o francês George Louis Leclere (1707-1788) (mais conhecido como Conde de Buffon), que foi um naturalista muito famoso que dizia que cada espécie possuía uma característica chamada por ele de “molde imutável”. Além disso, ele achava plausível a ideia de que espécies muito relacionadas virem de um mesmo ancestral comum. Passado algum tempo, ele ampliou essa ideia de “molde interno”, afirmando agora que todas as espécies de um mesmo gênero compartilham o mesmo molde e as mesmas possuíam um ancestral comum e, que se diferenciaram na presença de muitos fatores, principalmente o clima. Sobre como surgiram esses moldes, dizia ele que por geração espontânea. A maior contribuição antes de Darwin para o estudo evolutivo, sem dúvidas é a hipótese proposta pelo também francês, Jean-Baptiste Pierre Antoine de Monet, Chevalier de Lamarck (1744-1829). Ele era um defensor da geração espontânea e também da “transformação espontânea”. Ele defendia, por exemplo, que não houve extinções. Segundo ele, as espécies fósseis “se transformaram” em outras. Ele era um defensor da evolução adaptativa. Dizia que as espécies só se diferenciaram devido aos ambientes que cada uma gozava. É conhecida como Lei do Uso e do Desuso, o principal pensamento de Lamarck, onde ele afirmava que quanto mais um individuo usasse um determinado órgão, ele se desenvolvia e, quanto mais ele não usasse determinava estrutura, mais ela se atrofiava. 3 Lamarck, entretanto não foi tão bombástico em sua época, principalmente porque, ele constantemente era contestado pelo mais respeitado zoologista de seu tempo, o também francês, George Cuvier. Cuvier era um cético quanto à evolução e dizia que, as espécies não sobreviveriam se sofressem uma alteração, qualquer que seja. Ou seja, ele diferentemente de Lamarck acreditava que uma espécie poderia ser extinta, mas que nunca uma espécie poderia se “transformar” em outra. Antes de Darwin, apareceram ainda na Inglaterra, pensadores que tentavam associar Deus às mudanças que as espécies sofriam e que tudo ocorria para cumprir-se o plano divino. As coisas só mudaram, quando o inglês Charles Darwin publicou seus resultados de sua viagem à bordo do famoso navio Beagle. Charles Robert Darwin (1809-1882) foi um dos maiores naturalistas da história e provavelmente, o maior de sua época. Ele era filho e neto de renomados médicos ingleses e por isso, estudou por pouco tempo medicina. Depois tentou carreira no clero, mas depois ele viu que nenhuma dessas áreas era o que ele realmente queria para si. Em 1831, ele foi convidado para servir de naturalista a bordo do H.M.S Beagle, que estava indo em direção à América para cartografar os rios/oceanos daquela região. Darwin passou 5 anos velejando pela costa do continente americano e, nesse tempo reuniu muita informação sobre as diferentes faunas e floras da região. Mas Darwin não publicou imediatamente seus resultados. Ele estudou por mais de 20 anos para poder realmente reforçar suas ideias e publicar algo com muito embasamento teórico-científico. Porém, eis que um cara chamado Alfred Russel Wallace (1823-1913) aparece na vida de Darwin em 1856. Charles recebeu dele um manuscrito intitulado “On the Tendency of Varieties to Depart Indefinitely from The Original Type”. Wallace contribuiu fortemente para a Teoria Evolucionista. Na época que mandou seu manuscrito já citado a Darwin, ele estava no Arquipélago Malay colecionando espécimes. As maiores contribuições de Wallace foram na parte da distribuição das espécies por local. A obra de Wallace foi fundamental à obra de Darwin, pois a partir dela e de suas pesquisas ele publicou sua obra mais conhecida “On the Origin of Species by Means of Natural Selection”, que foi publicada em novembro de 1859. No resto de seus dias, Darwin continuou aprimorando a sua obra, que ao todo possuiu 6 edições. 4 Ernest Mayer, analisando a obra de Darwin alegou que a teoria do mesmo poderia se dividir em cinco outras teorias, que segundo ele são completamente independentes umas das outras. São elas: Evolução como tal; Descendência Comum; Gradualidade; Especiação Populacional e Seleção Natural.Darwin acreditava que a Evolução era um processo lento, demorava muito tempo, segundo ele, para que uma espécie sofresse uma variabilidade, uma alteração e, quando ocorriam eram coisas pequenas e, as vezes pouco perceptíveis. Ora, se determinada espécie desenvolvesse rapidamente alterações, ela não iria conseguir acompanhar harmonicamente o processo evolutivo a qual estava sofrendo. Ou seja, não existem saltos na Biologia Evolutiva. As coisas demoram muito pra acontecer. O que Darwin não conseguia explicar com exatidão era a forma com o que ocorriam essas mudanças. Pois a única explicação era questões relativas ao ambiente e a competição pela sobrevivência. O que faltava a seus trabalhos era uma explicação que envolvesse também a genética, mas isso só foi possível a partir do trabalho de Gregor Mendel, alguns anos depois. Após Darwin, muitos tentaram contestar seu trabalho. Vieram teorias de todos os tipos, desde o Neolamarckismo, a Ortogênese e até teorias mutacionistas. Essas teorias só foram derrubadas com os estudos mais aprofundados de alguns cientistas que uniram a genética com o trabalho de Charles Darwin. Entre eles podemos citar: Ronald A. Fisher, J.B.S Haldane, Sewall Right, Ernest Mayer, Julian Huxley, entre outros. Hoje em dia, muitos pesquisadores continuam a estudar a evolução e vêm renovando-a constantemente. Podemos até dizer que a própria Teoria da Evolução está evoluindo. REFERENCIAS BIBLIOGRÁFICAS FUTUYAMA, Douglas J. Biologia Evolutiva. Vol. Único. 3ª Ed. Ribeirão Preto: FUNPEC Editora, 2009.
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