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Introdução bacterogia

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FACULDADE ESTÁCIO DE SÁ
3º SEMESTRE GRADUAÇÃO ENFERMAGEM
MICOLOGIA
TANIA LETICIA SEEMANN DA LUZ
ESTÁCIO/2015
FACULDADE ESTÁCIO DE SÁ
MICOLOGIA
TANIA LETICIA SEEMANN DA LUZ
ESTACIO/2015
SUMÁRIO	
1 Introdução: 
A Bacteriologia é a ciência que estuda a morfologia, ecologia, genética e bioquímica das bactérias bem como outros muitos aspectos relacionados com elas. É uma parte ou ramo da Biologia e é de grande importância para o homem para seus envolvimentos médicos.
2 História da bacteriologia
Uma das primeiras hipóteses, associadas à Bacteriologia, de que se tem noticia foi postulada no século XIII, por Roger Bacon, que sugeriu que as doenças eram produzidas por seres vivos invisíveis. A idéia foi novamente recomendada por Girolamo Fracastoro de Verona (1483 – 1553), mas a primeira observação descrita e documentada dos organismos bacterianos foi realizada pelo naturalista holandês Antony Van Leeuwenhoek (1632 – 1723), com a ajuda de um microscópio simples de sua própria construção. Ele informou sua descoberta á Sociedade Real de Londres, em 1683, mas a Bacteriologia, como ciência, não se estabeleceu ate meados do século XIX.
 Foi no século XIX que as bactérias começaram a ser estudadas com mais ênfase. Robert Koch e Louis Pasteur foram dois bacteriologistas importantes desta época que fizeram vários estudos sobre a ação nociva das bactérias e formas de combatê-las.
 Apesar das tentativas iniciais de associar às bactérias as doenças, como nos antigos trabalhos do pesquisador Marcus Anton Von Plenciz (1705 – 1786), que procurou estabelecer a natureza do “contagium” e do “miasma” (o primeiro, derivando do organismo doente, enquanto o segundo, que era gerado fora do corpo, se espalhava pelo ar), por vários anos se acreditou que bactérias eram produzidas através de geração espontânea.
Foram requeridos os esforços de vários químicos e biólogos para provar que as bactérias, como todos os organismos vivos, só surgiam de outros organismos semelhantes. Este fato fundamental foi finalmente estabelecido em 1860, pelo cientista Frances Louis Pasteur (1822- 1895). Com seus trabalhos associados aos de Robet Koch (1843 – 1910), praticamente inicia-se a era da Bacteriologia.
Em 1840, depois dos primeiros trabalhos de Pasteur, Friedrich Gustav Jacob Henle (1809 – 1885), em uma notável publicação, expôs as suas idéias, estabelecendo condições básicas para que um agente microscópico particular pudesse ser considerado causador de uma doença infecciosa ou infectocontagiosa. 
Estas condições correspondem aos “Postulados de Henle”:
“O agente causador da infecção deve ser encontrado com Constancia no corpo do doente.”
“Deve ser possível isolá-lo e, com tal agente isolado, reproduzir experimentalmente a doença.”
Os dois postulados citados seriam aperfeiçoado e mais tarde imposto aos bacteriologistas pelos trabalhos de Robert Koch (primeiro a isolar o M.tuberculosis):
“Um microrganismo especifico pode sempre ser encontrado em associação com uma doença.”
“O organismo pode ser isolado e cultivado, em cultura pura, no laboratório.”
“A cultura pura produzirá a doença quando inoculada em animal sensível.”
“É possível recuperar o microrganismo, em cultura pura, dos animais experimentalmente infectados.”
Seguindo as idéias de Pasteur, que ao destruir a teoria da “geração espontânea”, John Needham (1745), afirmou estar o ar cheio de micróbios, e levando em conta que as fermentações e as putrefações são também obras de microrganismos, o medico Oliver W. Holmes (1809 – 1894) insistia que a febre puerperal era contagiosa e, provavelmente, ocasionada por um agente transmitido de uma mãe para outra, por intermédio dos médicos e das parteiras. Quase na mesma época, o medico húngaro Ignaz P. Semmelweis (1818 – 1865) introduziu o uso de anticépticos na pratica obstétrica. Com base neste estudo, o Dr. Joseph Lister (1827 – 1912) concluiu em 1867 que deveria ser possível evitar as infecções pós-operatórios, desinfetando previamente os instrumentos cirúrgicos, o campo operatório e as mãos do cirurgião.
O período de 1880-1900 representa a época áurea da Bacteriologia, com a descoberta de varias bactérias patogênica. Durante um congresso internacional, ocorrido em Londres em 1881, Louis Pasteur teve a oportunidade de tomar conhecimento da introdução, por Robert Koch, dos meios sólidos (gelatina, Agar, etc.) na Bacteriologia (ate então Pasteur só usava meios líquidos, o que praticamente impossibilitava o isolamento bacteriano). Koch também desenvolveu técnicas de fixação e coloração, muita das quais utilizamos ate os dias de hoje.
Nos últimos anos, com o advento da Biologia Molecular, a Microbiologia evoluiu extraordinariamente e esta se mostrando, cada vez mais, uma ciência multidisciplinar. Hoje, associamos velhos conhecimentos com os novos, facilitando os diagnósticos e os tratamentos.
3 Morfologia
É importante saber que o tamanho das bactérias é da ordem de milésimos de milímetro, ou seja, micrometros (, podendo, no entanto, serem observados em microscopia opttica, o que não ocorre com os vírus, que, possuidores de dimensões inferiores a 0,2 m (limite de visibilidade do microscópio ótico), não podem ser observados neste instrumento.
A maioria das bactérias estudadas nos laboratórios de Microbiologia mede de 0,5 a 1,0 de diâmetro por 2,0 a 5,0 de comprimento.
Outro dado relevante é que as bactérias podem se apresentar em três tipos morfológicos fundamentais:
* Bastonetes ou Bacilos – Bastonetes longos ou curtos com extremidade reta ou de ponta arredondada, ou ainda curvos, em forma de vírgula.
* Espirilos – Forma de hélice, saca-rolha, ou espiralar.
* Cocos – Podem ser esféricos, elípticos, em forma de ponta de lança, reniformes.
Os cocos podem formar diferentes arranjos, de acordo com sua divisão celular (em plano início, ou em mais planos):
 Diplococos – Cocos agrupados 2 a 2 (divisão em um único plano).
Estreptococos – Vários cocos dispostos em cadeia, similar a um cordão de perolas. (divisão em um único plano).
Tétrades – Grupos de 4 cocos unidos (divisão em 2 planos).
Sarcinas – Grupos de 8 cocos unidos, de forma semelhante a um cubo (divisão em 3 planos).
Estafilococos – Cocos agrupados de forma aleatória, semelhante ao formato de um cacho de uvas (divisão em muitos planos).
Os bastonetes não se dispõem em tantos arranjos como os cocos, sendo que, na sua grande maioria, se apresentam de forma isolada. (Porem, ocasionalmente podem ocorrer aos pares diplobacilos) ou em cadeias (estreptobacilos). Dependendo do gênero, fase de crescimento ou da composição do meio de cultura, estas bactérias podem também apresentar arranjos diferenciados, como crescimento em paliçada ou letras chinesas (Corynebacterium/Difteria).
Quando os bastonetes são muitos curtos, podem encontrar alguns autores denominando-os cocobacilos.
Os espirilos ocorrem, predominantemente, com células isoladas. Exibem porem, nítidas diferenças em relação ao comprimento, largura, número e amplitude dos espirais.
4 Estrutura Bacteriana
As bactérias são seres procarióticos, ou seja, desprovidos de membrana nuclear. Elas não possuem todas as estruturas internas das células eucarióticas, sendo mais simples em todos os níveis, menos no seu envoltório celular.
4.1 Parede celular
Responsável pela forma, rigidez bacteriana, divisão celular e muitas vezes manutenção osmótica, com uma espessura de aproximadamente 10 a 20 mm é formada, entre outras substancias, por um complexo macromolecular, conhecido como mucocomplexo, de importância pratica na taxonomia bacteriana. Nas bactérias chamadas Gram-negativas (figura 1), este complexo representa uma fração menor do total da parede em relação às Gram-positivas (figura 2). A parede celular nas bactérias Gram-negativas é quimicamente mais complexa, possuindo maior quantidade de aminoácidos e de lipídeos. Sua fração de LPS (lipopolissacaridio) externa determina sua toxigenicidadee antigenicidade. As bactérias Gram-positivas possuem como porção característica os ácidos teicoicos.
Algumas bactérias com parede estruturalmente Gram-positivas possuem uma modificação importante que pode ser utilizada na taxonomia, nesta bactéria, os lipídios estão em maior quantidade e fortemente ligados (cerca de 60% do peso seco da parede), alem disso, elas possuem também em sua composição ácidos micolicos. O gênero Mycobacterium é o exemplo mais importante de microrganismo onde ocorre esta modificação, devido ao caráter hidrofóbico de sua parede, sua coloração pelo método de Gram. é dificultada, mas ele poderá ser diferenciado pela capacidade de álcool - acido resistência.
Figura 1 Gram negativo
Figura 2
Existe um grupo de bactérias chamado micoplasma, que não possui parede celular nem peptidoglicano, apesar de estudos moleculares os colocarem próximos das bactérias Gram negativas, estes são incapazes de serem corados pelos métodos clássicos de Gram, já que não possuem parede. Alguns deles possuem esteróis em suas membranas, diferenciando-os mais ainda dos outros procariotos. Outro fato interessante é que eles acabam se tornando resistentes aos antibióticos, que tem a parede bacteriana comum como alvo.
A parede celular das arqueobacterias também não acompanha o mesmo esquema das bactérias comuns, podendo apresentar uma parede rígida (pseudomureina) ou uma simples camada S (geralmente glicoproteinas.
4.2 Coloração Gram Negativo Gram Positivo
A coloração de Gram é um método de coloração de bactérias desenvolvido pelo médico dinamarquês Hans Christian Joachim Gram (1853 - 1838), em 1884, e que consiste no tratamento sucessivo de um esfregaço bacteriano, fixado pelo calor, com o reagente cristal violeta, lugol, álcool-acetona e fucsina básica. Essa técnica permite a separação de amostras bacterianas em Gram-positivas e Gram-negativas e a determinação da morfologia e do tamanho das amostras analisadas. A coloração de Gram é um dos mais importantes métodos de coloração utilizados em laboratórios de microbiologia e de análises clínicas, sendo quase sempre o primeiro passo para a caracterização de amostras de bactérias. A técnica tem importância clínica uma vez que muitas das bactérias associadas a infecções são prontamente observadas e caracterizadas como Gram-positivas ou Gram-negativas em esfregaços de pus ou de fluidos orgânicos. Essa informação permite ao clínico monitorar a infecção até que dados de cultura estejam disponíveis. É possível a análise de vários esfregaços por lâmina, o que facilita a comparação de espécimes clínicos. As lâminas podem ser montadas de forma permanente e preservadas como documentação.
•Hans Christian Gram (1884) desenvolveu método de coloração de bactérias que permitia sua separação em dois grupos distintos:
–Gram positivas coloração roxa;
–Gram negativas coloração vermelha.
Coloração de Gram.
5 Plasmideo
São moléculas circulares duplas de DNA capazes de se reproduzir independentemente do DNA cromossômico. Ocorrem geralmente em bactérias e por vezes também em organismos eucarióticos unicelulares (ex: o anel de 2-micra em saccharomyces cerevisiae) e células de eucariotas superiores. O seu tamanho varia entre poucos milhares a mais de cem mil pares de bases. Existem entre uma, para grandes plasmideos, ate varias dezenas de copias de um mesmo plasmideos numa única célula. A replicação do DNA plasmidico é feita pela mesma maquinaria celular que realiza a replicação do DNA cromossômico, a mesma velocidade ou a uma velocidade superior (o que provoca um número elevado de cópias do plasmídeo na célula). Os plasmídeos replicam-se de forma independente do DNA cromossômico, mas a sua replicação dá-se a cada divisão celular de forma a conservar pelo menos uma cópia em cada célula-filha.
Desenho esquemático de uma bactéria com plasmídeos no seu interior. 
DNA cromossômico. (2) Plasmídeos.
6 Capsula bacteriana
A cápsula bacteriana é a camada rígida com fronteira definida formada por uma série de polímeros orgânicos que nas bactérias se deposita no exterior da sua parede celular. Geralmente contém glicoproteínas e um grande número de polissacáridos diferentes, incluindo poliálcoois eaminoaçúcares. 1
A cápsula é uma camada rígida organizada numa matriz impermeável que exclui corante como a tinta da china (tinta nankin). A camada de material extracelular que se deforma com facilidade, é incapaz de excluir partículas e não tem um limite definido, denomina-se glicocálice. Ambas podem ser detectadas com diversos métodos de coloração.
A cápsula permite às bactérias terem uma camada protetora resistente à fagocitose. Também é utilizada como depósito de alimentos e como lugar de eliminação de substâncias. Protege da desidratação, já que contem uma grande quantidade de água disponível em condições adversas. Evita também o ataque dos bacteriófagos e permite a adesão da bactéria às células animais do hospedeiro.
Diagrama de estruturas extracelulares bacterianas: 
1-cápsula, 
2-camada mucosa ouglicocálix,
 3-biopelícula.
7 Flagelos
Em biologia, chamam-se flagelos a apêndices das células vivas, em forma de filamentos, que servem para a sua locomoção (no caso de organismos unicelularesflagelados) ou para promover o movimento da água ou outros fluidos no interior do organismo, quer no processo da alimentação, quer na excreção.
Os diferentes reinos em que se dividem os organismos vivos têm diferentes tipos de flagelos:
O flagelo bacteriano;
O flagelo protista;
O flagelo arqueano; e
O flagelo eucariótico.
7.1 Flagelos bacterianos
O flagelo bacteriano é um tubo oco, com 20 nanómetros de espessura, composto pela proteína flagelina, de forma helicoidal com uma dobra à saída da membrana celular chamada "gancho", que faz com que a hélice fique virada para o exterior da célula. Entre o gancho e a estrutura basal existe uma bainha que passa através de anéis de proteína na membrana celular, que funcionam como “rolamentos”. Os organismos Gram-positivos têm 2 anéis, um na parede celular e outro na membrana, enquanto que os Gram-negativos têm 4 anéis, 2 na parede celular e 2 na membrana.
O flagelo bacteriano é ativado por um “motor” rotativo composto de proteínas, localizado no ponto da membrana interna onde o flagelo tem a sua origem, e é movido por um fluxo de protões, causado por um gradiente de concentrações originado pelo metabolismo da célula (nas espécies de Vibrio o motor é uma bomba de sódio). O motor transporta prótons através da membrana, sendo ativado nesse processo e é capaz de operar a 6000 a 17.000 rpm mas, com o filamento normalmente atinge apenas 200 a 1000 rpm.
Nas bactérias, os componentes do flagelo podem organizar-se espontaneamente, uma vez que, tanto a estrutura basal como o filamento têm um centro oco, através do qual as proteínas do flagelo se movem para as suas respectivas posições. A estrutura basal tem muitas características em comum com certos tipos de poro secretor, que têm igualmente uma estrutura oca que se estende para fora da célula e pensa-se que o flagelo bacteriano pode ter sido o resultado da evolução destes poros.
Diferentes espécies de bactérias têm diferentes números e organização dos flagelos:
As bactérias monótricas possuem um único flagelo;
As lofótricas têm múltiplos flagelos localizados num único ponto da superfície da célula e movem-se em sincronia para impelir a bactéria numa determinada direção;
As anfítricas têm um flagelo em cada extremidade da célula, mas apenas um deles opera de cada vez, permitindo à bactéria mudar de direção rapidamente, operando um flagelo e parando o outro;
As perítricas possuem flagelos em toda a superfície da célula.
As espiroquetas possuem ainda flagelos internos entre a membrana interna e a externa, que rodam causando um movimento em forma de parafuso.
O flagelo polar das bactérias monótricas roda geralmente no sentido inverso, empurrando a célula para uma direção, ficando o flagelo para trás, mas periodicamente o sentido darotação é invertido, causando um "solavanco" que permite a reorientação da célula.
A-Monótricas; B-Lofótricas; C-Anfítricas; D-Perítricas;
7.2 Flagelos arqueanos
O flagelo arqueano é um organelo dos procariontes exclusivo dos Archaea superficialmente semelhante ao flagelo bacteriano, uma vez que ambos consistem em filamentos de flagelinas originados na membrana celular que rodam para movimentar a célula. No entanto, há diferenças fundamentais entre o flagelo arqueano e o flagelo bacteriano:
O flagelo bacteriano é impulsionado por um fluxo de íons H+ (ou Na+), enquanto que o arqueano é impulsionado por ATP (a energia química das células vivas);
Enquanto que os flagelos bacterianos rodam independentemente uns dos outros, os flagelos arqueanos são compostos de feixes de filamentos que rodam como uma unidade;
Os flagelos bacterianos crescem pela adição de unidades de flagelina na extremidade, quando que os arqueanos crescem pela adição daquelas unidades na base; isto provém do fato dos flagelos bacterianos serem mais espessos que os arqueanos e terem um "tubo" por onde as unidades de flagelina podem chegar à extremidade, enquanto que o flagelo arqueano é demasiado estreito para permitir esta “migração.
Estas diferenças parecem indicar que os flagelos bacterianos e arqueanos são um caso de analogia biológica ou evolução convergente e não de homologia.
7.3 Flagelos eucarióticos
O flagelo eucariótico, também chamado cílio ou ondulipódio ("pé ondulante") é completamente diferente do flagelo dasbactérias, tanto em estrutura como em origem evolucionária. Mas a função é a mesma: criar movimento, quer da célula em si (nos organismos unicelulares), quer do fluido envolvente.
É formado por um conjunto de nove pares de microtúbulos que rodeiam dois outros microtúbulos, o axonema. Na base do flagelo, por dentro da membrana celular, existe um corpo basal ou cinetossoma, com cerca de 500 nanómetros de comprimento. O movimento do flagelo é provocado por energia química, na forma de ATP, que a célula transmite à proteínadineína, que liga os microtúbulos, fazendo-os deslizar uns contra os outros.
Algumas células têm flagelos, geralmente menores, organizados em filas compactas chamadas cinécias, que são os verdadeiros cílios e que normalmente se movem em sincronia.
8 Esporos
Esporos bacterianos foram primeiramente estudados há mais de 100 anos por Cohn, em 1876, e por Koch, no mesmo ano.
As descobertas da existência dos endósporos associadas às suas características de resistência foram de grande importância para a microbiologia, sobretudo do ponto de vista clínico e da indústria de alimentos, pois processos capazes de matar células na forma vegetativa não são suficientes contra a célula na forma esporulada.
Enquanto a maioria das células na forma vegetativa é morta com temperaturas em torno de 70°C, os endósporos podem sobreviver até em água fervente.
A esporulação, processo pelo qual alguns gêneros de bactérias formam esporos, ocorre quando estas bactérias estão em ambiente que ameaçam a sua sobrevivência, que não tem nutrientes suficientes para que cresçam e se reproduzam. As condições ambientais são adversas para o crescimento bacteriano. De maneira geral, isto ocorre quando há falta de nutrientes.
O esporo é uma camada que protege a bactéria e é responsável pela resistência e ao ataque dos agentes físicos e químicos da esterilização e desinfecção
Na fase esporulada, as bactérias não realizam atividade Biosintética e reduzem sua atividade respiratória. Nesta fase também não ocorre à multiplicação e crescimento bacteriano.
As bactérias podem permanecer vivas na forma de esporos durante anos, se mantidos a temperaturas usuais e em estado seco.
Entretanto, assim que o ambiente se torna favorável, estes esporos podem voltar a se reproduzir e multiplicar.
8.1 Esporulações Bacterianas
É o processo pelo qual alguns gêneros de bactérias, como Bacillus e Clostridium, formam esporos quando estão em condições críticas para sua sobrevivência.
De maneira geral, isto ocorre pela restrição no fornecimento dos nutrientes necessários ao desenvolvimento vegetativo, tais como carbono, nitrogênio, sulfatos, fosfatos ou sais de ferro.
Em contrapartida, o processo de esporulação exige as presença de outros sais minerais (sais de potássio, magnésio e cálcio) e condições favoráveis de umidade, temperatura, PH e tensão de oxigênio.
A formação do esporo dá-se pela invaginação de uma dupla camada de membrana celular que se fecha para envolver um cromossomo e uma pequena quantidade de citoplasma, garantindo a sobrevivência da espécie.
Esta camada é responsável pela resistência à coloração e ao ataque dos agentes físicos e químicos da esterilização e desinfecção.
Os esporos apresentam-se sob a forma de corpúsculos esféricos ou ovóides, livre ou no interior da bactéria.
8.2 Germinação 
A germinação do esporo dá-se quando as condições de nutrição e umidade se tornam favoráveis ao desenvolvimento, em particular pelo que respeita a certos estimulantes. A germinação é irreversível e envolve rápidas alterações de gradativas: o esporo perde sucessivamente a seu termo - resistência e o ácido dipicolínico; perde o cálcio, torna-se permeável aos corantes e varia a sua refrangilidade.
É muito mais difícil a germinação dos esporos submetidos a condições fortemente adversas (aquecimento, etc.) do que a dos normais. Por tal motivo o ensaio de esterilidade de materiais previamente expostos à desinfecção emprega meios de cultura particularmente ricos em substâncias nutritivas de forma a certificar a inexistência de esporos ainda dormentes.
No processo de germinação, o esporo intumesce, o seu córtex desintegra-se, fende-se o revestimento externo e emerge uma nova célula vegetativa.
9 Reprodução Bacteriana
As bactérias são organismos microscópicos pertencentes ao Reino Monera. São organismos procariontes, ou seja, desprovidos de carioteca (membrana que reveste o núcleo celular) e por esse motivo o seu material genético se encontra espalhado no citoplasma celular. As bactérias se reproduzem assexuadamente por um processo chamado divisão binária, também conhecida como cissiparidade ou bipartição (figura 1). A divisão binária ocorre quando uma bactéria duplica o seu material genético e logo em seguida se divide, originando duas bactérias idênticas a ela. Uma bactéria, quando em condições ideais de temperatura e nutrientes, leva aproximadamente vinte minutos para completar todo o processo de divisão. Algumas bactérias (principalmente as do gênero Clostridium e Bacillus), quando em condições desfavoráveis, desidratam-se formando estruturas muito resistentes chamadas de endósporos. Essas estruturas são capazes de resistirem a altas temperaturas, à falta de água e até a ação de substâncias que, na maioria das vezes, matam micro-organismos. Quando encontram condições ambientais favoráveis, os endósporos se reidratam e a bactéria se reconstitui, voltando a se reproduzir por divisão binária. O combate aos endósporos bacterianos é um grande desafio para a indústria de alimentos e para a medicina, pois, como vimos, eles são extremamente difíceis de serem exterminados. As bactérias não apresentam nenhum tipo de reprodução sexuada, e sim recombinação genética que pode ocorrer por transformação, transdução ou conjugação. A transformação ocorre com algumas bactérias que conseguem absorver fragmentos de DNA que se encontram dispersos no meio. Esses fragmentos são incorporados ao material genético das bactérias transformando-as. Na transdução bacteriana ocorre troca de material genético entre bactérias com a participação de um bacteriófago. A conjugação bacteriana, assim como ocorre na transformação e na transdução, é a passagem de DNA de uma célula doadora para uma receptora. No caso da conjugação, é necessário o contato entre as células bacterianas, sendo que a doadora possui um plasmídio conjugativo, que possui genes que codificam, por exemplo, para o pili F(F= fertilidade). Este se liga a célula bacterianareceptora e recebe uma fita do Plasmídio. Como as fitas são complementares, a que ficou serve de molde para outra fita e a que foi para outra célula também. A conjugação é uma forma de recombinação genética entre as bactérias. Como não há aumento no número de células bacterianas, não pode ser considerada uma forma de reprodução.
Figura 1
10 CONCLUSÃO
A Classificação Morfológica Bacteriana se dá de acordo com a forma da célula e com o grau de agregação da mesma, onde temos:
Cocos
Bacilo
Espiralados
A Parede Celular Bacteriana é responsável pela forma da célula e pela Classificação Tintorial das Bactérias. Possui como principais componentes os tetrapeptídeos e o peptideoglicano, uma macromolécula complexa que forma a estrutura rígida da parede e confere estrutura de replicação e sobrevivência das células, em condições normais, em que as bactérias se reproduzem.
Baseada nessa composição, as bactérias podem ser:
 Gram Positivas possuem uma parede celular grossa, de várias camadas e composta principalmente por peptideoglicano, que envolve a membrana citoplasmática. Podem ter também outros componentes, como os Ácidos Teicóicos, que são polímeros hidrossolúveis unidos a peptideoglicanos, fundamentais para viabilidade celular. Gram Negativas possuem uma parede celular mais complexa, composta por duas membranas situadas fora da membrana citoplasmática. Por fora dessa membrana existe uma camada fina de peptideoglicano e do lado de fora dessa camada está a membrana externa, exclusiva desse tipo de bactéria. Além disso, essas bactérias não possuem Ácidos Teicóicos, como as Gram positivas. Por conta da camada de peptideoglicano ser fina, essas bactérias não retém o corante Cristal Violeta, sendo, portanto coradas pelo corante de contraste, adquirindo uma coloração vermelha – rosa pink. As capsulas são geralmente de natureza polissacarídeo, apesar de existirem também capsulas constituídas por proteínas.
O flagelo bacteriano confere movimento à célula e é formado de uma estrutura basal, um gancho e um longo filamento externo à membrana. O filamento é composto de um único tipo de proteína chamado de flagelina.
 O endósporo e uma célula, formada no interior da bactéria, altamente resistente ao calor, dessecação e outros agentes físicos e químicos, capaz de permanecer em estado latente por longos períodos e de germinar dando origem a uma nova célula vegetativa.
As bactérias se reproduzem assexuadamente por um processo chamado divisão binária, também conhecida como cissiparidade ou bipartição.
11 Referencias Bibliográficas:
Batista, R.S.;Gomes, A.P. Antimicrobianos – guia pratica. 1. Ed. Rio de Janeiro: Rubio, 2005- 330p.
Cardoso, W.M.; Silva, G.G. microbiologia em analises clinicas. 2 ed. Rio de Janeiro: Meck, 1989. 79p.
TORTORA, G.J.; FUNKE, B.R.; CASE, CL. Microbiologia. 10. ed., Porto Alegre: Artmed, 2010.
 
MADIGAN, M.T.; MARTINKO, J.M.; DUNLAP, P.V.; CLARK, D.P. Microbiologia de Brock. 12. ed., Porto Alegre: Artmed, 2010. 1160 p.
  
PELCZAR JR, M.J.; CHAN, E.C.S.; KRIEG, N.R. Microbiologia: conceitos e aplicações. Traducao de Sueli Yamada, Tania Ueda Nakamura, Benedito Prado Dias Filho. Revisão técnica de Celso Vataru Nakamura. São Paulo: Makron Books, 1996. 524 p. 1 v.

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