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Contratos mercantis

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Contratos mercantis
Compra e venda 
Podemos dizer que na atividade emresaria ou no seu desenvolvimento quanto atividade, veremos variados atos a serem praticados, para poder como anteriormente visto, com finalidade de combinar os fatores de produção; capital, insumos, maõ de obra e tecnologia, com finalidade lucrativa, sera necessario uma gama de contratos e declaroações de vontades das partes.
Vale a pena observar que para cada ato havera determinado contrato a ser celebrado, o qual deve-se cuidar para não denotar vicios que o encerre.
Os contratos que o empresário contrai podem estar sujeitos a cinco regimes jurídicos diferentes, no direito brasileiro: administrativo, do trabalho, do consumidor, civil e comercial. Dependendo de quem seja o outro contratante, as normas aplicáveis ao contrato serão diferentes.
Os contratos chamados mercantis, assim os são , quando, os dois contratantes forem empresarios, e serão esses contratos regidos pelo c.c. Ou pelo c.d.c., de acordo com as desigualdades dos contratantes. Assim, quando os contratantes estiverem em pe de igualdade , este contrato sera regido pelo c.c., no entanto quando apresentarem um frente ao outro uma situação de fragilidade, os contratos destes serão regrados pelo c.d.c.
Neste contexto, contrato eh instrumento que exterioriza vontade das partes, por meio do qual se obrigam, sendo ainda instrumento de eficacia e coerção da vontade manifestada, e essas obrigações definidas parte por lei e parte pelas vontades das partes integrantes do instrumento, incapacidade das partes, a ilicitude do objeto, a inidoneidade da forma ou vício de consentimento ou social, acarretam resolução do contrato.
A invalidação de um contrato ocorre em função de causas anteriores ou contemporâneas à constituição, a inexecução e a vontade das partes. Acarretam resilição do contrato.
CONTRATO MERCANTIL DE COMPRA E VENDA
Basicamente eh o contrato realizado entre empresários, o comercio pode ser explicado, por uma sucessão de contratos de compra e venda.
Como exemplo podemos citar um exportador que compra de fabricante, sediado nos EUA, e vende para o atacadista , que revende para o varejista, que vende ao consumidor. Há uma gama de contratos provenientes desta relação empresarial, entre eles temos o contrato de fornecimento, que nada mais eh que um conjunto de contratos de compra e venda , fixando condições básicas, de cunho geral, por período determinado, com finalidade de facilitar e agilizar os negócios. Contudo não constitui espécie de colaboração.
Aquele em que duas partes acordam no fornecimento, pelo vendedor, de certas mercadorias, para entregar em um prazo determinado, ou não, por um preço que pode ser fixado antecipadamente para todas as entregas parciais ou que pode ser ajustado em cada uma dessas entregas. (MARTINS, 2010, p. 140).
Como exemplo; um supermercado pode contratar com um atacadista, o fornecimento desta mercadoria por um ano.
Para a constituição do contrato de compra e venda mercantil, basta que as vontades das partes se encontrem e acertem quanto a coisa e o preço.
 Quanto à coisa, pode tratarse de bem de qualquer espécie, imóvel, móvel ou semovente. Eles poderão ser corpóreos ou incorpóreos, podendo ainda ser própria ou alheia; coisa que o vendedor pretende adquirir em razão de sua atividade econômica, repelindo-se apenas os considerados fora do comercio. O preço devera ser pago em dinheiro, caso contrario sera considerado contrato de troca. O pagamento devera ser feito em moeda corrente nacional.
VENDAS A CONTENTO E SUJEITO A PROVA DO COMPRADOR
Quando o contrato esta subordinado ao implemento de uma condição, ou ainda condicionarse a venda à aprovação do comprador quanto à qualidade do bem. Outra possibilidade eh a de entregar a coisa vendida em determinado lugar e prazo, sob pena de resolução do contrato mercantil.
A venda a contento onde a perfeição do contrato depende de algum tipo de teste. Já A compra e venda por amostra e, neste caso, não é condicional, o comprador manifesta a sua aceitação ante a amostra que lhe é exibida, se a entrega não corresponde a amostra, representa vício de qualidade e o comprador tem o prazo de 30 (trinta) dias do recebimento (CC 445) para rescindir a compra ou exigir redução proporcional do preço. Se a amostra diferente fosse condição resolutiva, importaria na desconstituição das obrigações contratadas independentemente do prazo referido e não poderia exigir redução do preço, o qual poderia apenas ser renegociado para validar o contrato.
Há ainda , previsão de clausula de retrovenda, quando o vendedor pretende readquirir o bem, esta vontade manifestada em determinado prazo, cria condição resolutiva da compra e venda.
A compra e venda pode ser imediata; as partes cumprem as obrigações assumidas logo após a conclusão do contrato.
Pode ser diferida; quando as partes estabelecem uma data futura para o cumprimento das referidas obrigações, exemplo desta modalidade eh a venda a termo.
E a compra e venda continuada, também chamadas vendas complexas, onde a execução do contrato se desdobra em vários atos, como no caso do contrato de fornecimento, citado no inicio deste trabalho.
Ao celebrar o contrato mercantil as partes se obrigam; o comprador de pagar o preço avençado e o vendedor de transferir o dominio e entregar a coisa. Se o comprador não cumpre a sua parte no contrato, responde pelo valor devido, além das perdas e danos ou da pena compensatória e demais encargos assumidos. Se eh o vendedor que não cumpre o seu dever de entregar a coisa, o comprador poderá optar entre o direito à indenização por perdas e danos e o cumprimento forçado do contrato. Alem de que , o vendedor se compromete a responder por vicio redibitório e evicção; Na compra e venda comercial, diferentemente da compra e venda para consumo, o comprador não pode exigir a eliminação do vício ou a substituição da mercadoria viciada. Qualquer esforço no sentido de consertar o equipamento ou aprimorar a mercadoria só como resultado de negociações entre as partes.no caso da evicção excetuando-se no caso de o comprador ter ciência de possível reivindicação e assume o risco da evicção.
VENDAS A TERMO
O contrato de compra e venda, como já vimos, é consensual, e se aperfeiçoa quando as partes chegam ao consenso sobre a coisa e o preço. Celebrada a compra e venda, as obrigações dela decorrentes, consistentes na transferência do domínio e pagamento do preço podem ocorrer imediatamente. É possível, no entanto, que se convencione que as obrigações possam ser cumpridas posteriormente, no futuro, que são denominadas de vendas a termo. Quando se convenciona que o pagamento do preço será feito no futuro, temos a venda a crédito ou a prazo. Quando se convenciona que a mercadoria será entregue futuramente, normalmente se fala em venda a termo. As principais espécies de vendas a termo são: venda a termo de mercadorias, venda de títulos nas Bolsas e o “reporte”.
Venda a termo de mercadorias. É a venda que é convencionada no caso do vendedor não ter a mercadoria para a pronta entrega, pelo que, estabelecido o termo para proceder a entrega, o vendedor procurará adquiri-la para cumprir com a obrigação de entregá-la. É venda realizada na Bolsa de Mercadorias. No momento da liquidação do contrato, as partes poderão receber a mercadoria adquirida e pagar o preço, ou, pagar apenas a diferença entre o preço do momento em que foi celebrado o contrato e o da data da liquidação.
Vendas de títulos nas Bolsas. E a Lei n.4.728/65 que regula o mercado de capitais, estabeleceu ser o Banco Central do Brasil o órgão competente para fiscalizar o funcionamento das Bolsas de Valores. São negociados nas Bolsas os títulos públicos federais, estaduais e municipais, as ações, debêntures, etc. As vendas a termo podem ser: 
 a) vendas “firmes”, em que, vencido o prazo convencionado, o vendedor deve entregar ao comprador os títulos vendidos, pelo preço convencionado, sendo aquele obrigado a aceitar os títulos e pagar o preço. É possível, no entanto, queas partes estipulem que em vez da efetiva entrega dos títulos e o pagamento do preço ajustado, a liquidação ocorra através do pagamento da diferença entre a cotação da data do contrato e da liquidação.
Na tradição, cabe ao vendedor, em regra as despesas, nada obsta que os mesmos convencionem de forma diversa, oque eh muito comum entre empresários estabelecidos em países diferentes. Para tanto, foram criadas clausulas chamadas incoterms, que visam padronizar os termos.
INCOTERMS
De acordo com os Incoterms 2000, a compra e venda foi agrupada em 4 diferentes classes, segundo a distribuição entre as partes das despesas relativas à tradição. Têmse, en tão, contratos de partida (Grupo “E”), de transporte prin cipal não pago (Grupo “F”), de transporte principal pago (Grupo “C”) e de chegada (Grupo “D”). Em relação aos contratos de partida, estabelecese, pelo termo (ou cláusula) EXW (Ex Works — local de retira da), que o comprador assume, com exclusividade, os custos e riscos relativos ao recolhimento das mercadorias do esta belecimento do vendedor, devendo pagar todas as despesas necessárias à tradição dos bens transacionados, inclusive o carregamento no veículo de transporte, o seguro e o desem baraço alfandegário. Manual de Direito Comercial - 345-548.indd 472 15/9/2010 14:48:54 473 Para os contratos de transporte principal não pago, são previstos 3 termos (ou cláusulas): FCA (Free Carrier — lo cal indicado), em que se convenciona caber ao vendedor o pagamento do desembaraço para a exportação e a entrega das mercadorias, no local designado, ao transportador con tratado pelo comprador, o qual assume, também, todas as demais despesas; FAS (Free Alongside Ship — porto de em barque indicado), pelo qual se obriga o vendedor a transpor tar o bem transacionado até um determinado porto, cabendo ao comprador as despesas com o desembaraço para a expor tação, embarque das mercadorias, seguros e outras necessá rias; e FOB (Free On Board — porto de embarque indica do), em que as despesas com o transporte da mercadoria até um certo porto, com o embarque desta no navio e com o desembaraço para a exportação, correm por conta do vende dor, sendo as demais encargos do comprador. Com referência aos contratos de transporte principal pago, os Incoterms 2000 estabelecem 4 termos (ou cláusu las): CFR (Cost and Freight — porto de destino indicado), segundo o qual competem ao vendedor as despesas relativas à entrega das mercadorias no porto de destino convenciona do, responsabilizandose pelo transporte, embarque e de sembaraço para a exportação, mas transferindo ao compra dor os riscos de perda ou dano, em razão de ocorrências havidas após o embarque da coisa vendida no navio atraca do no porto de origem; CIF (Cost, Insurance and Freight — porto de destino indicado), por meio do qual o vendedor assume todas as despesas com o transporte até um determi nado porto, incluindo seguro marítimo e desembaraço para a exportação; CPT (Carriage Paid To... — local de destino indicado), que reserva ao vendedor as despesas com o trans porte das mercadorias até uma localidade designada, salvo as relativas à perda ou dano destas, que são transferidas ao comprador; CIP (Carriage and Insurance Paid To... — local Manual de Direito Comercial - 345-548.indd 473 15/9/2010 14:48:54 474 de destino indicado), significando que o vendedor arca com as despesas de transporte das mercadorias até uma determi nada localidade, inclusive as relacionadas com a perda ou dano durante o transporte. Finalmente, os contratos de chegada comportam 5 ter mos (ou cláusulas): DAF (Delivered At Frontier — local in dicado), pelo qual o vendedor entrega as mercadorias na fronteira de dois países, na localidade convencionada, pa gando todas as despesas decorrentes, inclusive o desemba raço para a exportação; DES (Delivered Ex-Ship — porto de destino indicado), em que competem ao vendedor todas as despesas até o atracamento do navio no porto de destino acordado, inclusive o seguro, cabendo ao comprador as des pesas com o desembaraço para a importação, custos e riscos de desembarque etc.; DEQ (Delivered Ex Quay — porto de destino indicado), em que o vendedor se obriga por todas as despesas até o desembarque das mercadorias no porto de destino designado, colocandoas disponíveis ao comprador no respectivo cais, arcando ou não com o desembaraço al fandegário para importação; DDU (Delivered Duty Unpaid — local de destino indicado), atribuindo ao vendedor os en cargos com o transporte das mercadorias até uma determi nada localidade no país de importação, sendo que o paga mento dos impostos e taxas relativos a esta cabe ao compra dor; DDP (Delivered Duty Paid — local de destino indica do), segundo o qual o vendedor coloca as mercadorias dis poníveis ao comprador no local designado, no país de im portação, respondendo, em decorrência, pelas despesas de transporte, seguro e desembaraço para a importação.
A compra e venda mercantil apresenta especificidades quando tratamos de consequências para o vendedor quando instaurada a falência do comprador, quando o mesmo eh empresário, ou quando da insolvência no caso de o devedor não ser empresário. 
Diferencia-se da compra e venda civil, a citada compra e venda mercantil, no tocante que na civil o vendedor pode, na insolvência do devedor , exigir caução antes de entregar a mercadoria.
Na compra e venda mercantil , os direitos do vendedor variam, de acordo com o momento em que se encontrava a execução do contrato quando de sua quebra, não cabendo a este exigência de caução, em nenhuma cicunstancia, por ser esta uma especificidade de regimento da lei de falências. Em alguns casos o vendedor terá direito a restituição da coisa, em outros à notificação do administrador para que seja decidido se seu contrato será resolvido ou cumprido.
O legislador tentou compatibilizar interesses frente a falência do devedor, tendo em vista a importância dos insumos e mercadorias para a sobrevivencia da empresa.

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