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Legislação Social – Aula 6 Diferença entre Direito Individual e Direito Coletivo: Individual – Tem por objetivo estabelecer regras do contrato de trabalho individual, firmando direitos e deveres entre o empregado e o empregador. Coletivo – Normatiza não só as relações entre as entidades sindicais representativas dos empregadores e empregados, como também as organizações de trabalhadores e empregados diretamente. No direito coletivo, os sujeitos são os sindicatos. Funções do Direito do Trabalho Coletivo: As principais funções são – Produção de normas jurídicas e a solução de conflitos coletivos trabalhistas através de mecanismos próprios (acordo e convenção coletiva). O Direito coletivo estabelece meios de solução de conflito: Pela Autocomposição – Quando as próprias partes ajustam suas divergências. Ocorre sem a necessidade de participação de terceiro ou da prestação jurisdicional. Ex: Convenção e acordo coletivo. Pela Heterocomposição – Quando as partes não conseguem solucionar o conflito sozinhas, necessitando a intervenção de um terceiro ou através de órgão oficial. Ex: Arbitragem, mediação. Modelo Sindical Brasileiro: A Constituição Federal estabelece a liberdade sindical (livre associação profissional ou sindical/ proíbe qualquer interferência ou exigência de autorização do Estado para a criação do sindicato. Entretanto, a Liberdade Sindical não é ampla, porque a Constituição proíbe a criação de mais de um sindicato da mesma categoria, na mesma localidade. A Confederação é a entidade sindical de grau superior e tem representação nacional, no âmbito da categoria. As federações são constituídas por Estado e consideradas entidades sindicais de segundo grau, acima dos sindicatos de respectiva categoria. As Centrais Sindicais são consideradas a maior unidade representativa na organização social (acima das confederações). Abrangem diversas categorias, com a finalidade de unir, num momento necessário, forças dispersas para agir perante os empregados e também o Governo, objetivando fixar diretrizes econômicas e sociais para o país (São organizações intercategorias). É Obrigatório a Contribuição Sindical. O sindicato é mantido por contribuições exigidas da categoria, quando deveria ser custeado por seus associados. A filiação sindical não é obrigatória, porque ninguém poderá ser obrigado a filiar-se ou manter-se filiado a qualquer sindicato, em concordância com o princípio de Liberdade Sindical. O Registro do Sindicato é um requisito necessário. Tem por finalidade dar publicidade ao pedido de constituição das entidades sindicais, objetivando possibilitar a outros sindicatos da mesma categoria e base territorial a impugnação daquele registro, caso se sintam prejudicados pela invasão da base territorial ou por outras categorias. Somente o Poder Judiciário terá competência para decidir disputas sindicais de representação. A personalidade jurídica do Sindicato é obtida com o registro do seu estatuto de constituição no cartório de registro de títulos e documentos. Com relação a representação dos interesses da categoria, quando o sindicato atua em nome dos interesses gerais da categoria, está representando (judicialmente ou extrajudicialmente) todos os membros desta categoria, filiados ou não. O Dirigente Sindical tem a garantia de estabilidade no emprego. Tem estabilidade do momento do registro de sua candidatura ao cargo de dirigente ou representante sindical, e, se eleito, ainda que suplente, até 1 ano após o final do seu mandato, salvo se cometer falta grave. Greve: O Direito de greve é garantido pela Constituição, sem qualquer limitação, estipulado em lei, apenas quanto aos serviços e atividades essenciais, e sobre o atendimento das necessidades inadiáveis da sociedade. A Greve inicialmente suspende o contrato de trabalho. O desrespeito ás normas legais ou a manutenção da greve após a decisão judicial, tornam a greve abusiva. Lockout – É a greve praticada pelo empregador, com o objetivo de frustar a negociação coletiva, e é vedado por lei. A sua prática garante aos trabalhadores o direito a percepção dos salários durante o período de paralisação. Negociação Coletiva: É a modalidade de autocomposição de conflitos resultante do entendimento entre os interlocutores sociais. A Constituição considera obrigatória a participação dos sindicatos nas negociações coletivas. A participação obrigatória, refere-se aos sindicatos profissionais e é decorrência do princípio da tutela que se aplica ao empregado. O processo de Negociação é mais rápido e flexível do que o processo legislativo. A Negociação se materializa através de dois instrumentos jurídicos e normativos: Convenção coletiva e Acordo coletivo do trabalho. As funções principais da Negociação são: - Promover o diálogo, como forma de solucionar os conflitos entre as partes, tendo em vista a divergência de interesses. - Criar normas a serem aplicadas nos contratos individuais. - Preencher lacunas da lei. - Estabelecer direitos e obrigações para as partes envolvidas (sindicatos e empresas). Convenção e Acordo Coletivo: É um negócio jurídico bilateral, resultante da vontade autônoma das partes, que chegam a um acordo através da negociação coletiva. A Convenção é pactuada entre sindicatos. Aplica-se a todos os empregados e empregadores, sócios ou não dos sindicatos, do setor de atividade em que a negociação se desenvolver. (nível da categoria). O Acordo coletivo é pactuado entre o sindicato profissional (empregados) e as empresas ou empresa. Seu âmbito de aplicação é menor, pois não é toda categoria econômica que dele participa. (nível da empresa). Em ambos existe o efeito normativo. A aplicação dos instrumentos normativos são aplicáveis em relação a toda categoria, sendo irrelevante se os empregados são associados ou não dos sindicatos. A CLT estabelece que as condições fixadas em convenção, quando mais favoráveis, prevalecerão sobre as estipuladas em acordo. Os sindicatos, independentemente de que tipo (profissional ou econômico), não podem recusar-se a negociação coletiva. º Se houver a recusa – Será informado pelas entidades sindicais para o ministério do trabalho, para que se convoque, compulsoriamente, os sindicatos ou empresas recalcitrantes. º Caso persista a recusa ou não dê resultados – É facultado aos sindicatos ou empresas interessadas a instauração de dissídio coletivo. º Os empregados interessados em celebrar o acordo com um ou mais empresas devem procurar o sindicato representativo da categoria profissional (terá o prazo de 8 dias) para assumir a negociação. Se o sindicato se mantiver inerte, os empregados ou empregadores poderão acionar as Federações ou Confederações a que estiver vinculado o sindicato. Persistindo a inércia das entidades sindicais, os interessados poderão negociar diretamente. Pressupostos para que seja válida a realização do Acordo ou a Convenção: Devem ser solenes só instrumentos (Acordo ou Convenção), obrigatoriamente celebrados por escrito (sem emendas, rasuras). Devem constar as partes que integre o Acordo ou Convenção, e devem fixar o prazo de vigência do instrumento, que não poderá ultrapassar 2 anos. Publicidade: Toda categoria envolvida deve conhecer as cláusulas constantes no instrumento coletivo. É necessário que as partes convenentes ou acordantes encaminhem, dentro do prazo de 8 dias da assinatura do instrumento, uma via para o depósito, para fins de registro e arquivo no Ministério do Trabalho. Deverão ser depositadas. Podem passar por processo de prorrogação, revisão, revogação total ou parcial, desde que sejam aprovados pela Assembleia Geral dos Sindicatos e devendo os respectivos instrumentos a serem depositados para fim de registro e arquivamento, no órgão em que os mesmos originariamente foram apresentados. Convenção Coletiva no Setor Público: A Carta Magna garante ao servidor público o direito a livre associação sindical, porém veda ao servidor militar essa sindicalização. Ao servidor público é vedada a celebração de normas coletivas, objetivando melhorias. O princípio da Legalidade que orienta a Administração pública impede a negociação coletiva para condições públicas. Ex: O aumento de remuneração dos servidores públicos só pode ser feito pela iniciativa do Presidente da República, mediante lei. Dissídio Coletivos: É uma forma heterônoma de solução de conflito coletivo do trabalho. Pode se apresentar em 2 formas: Conflito Coletivo Jurídico – O objetivo não consiste em obter novas normas jurídicas, mas sim resolver divergências na aplicação ou interpretação da norma já existente. É utilizado para dirimir dúvidas quanto a interpretação da lei, convenções ou acordos. Conflito Coletivo Econômico – Tem por objetivo obter normas jurídicas coletivas, através de convenção ou sentença normativa. São aqueles que irão decidir o conflito, respeitadas as disposições mínimas legais de proteção ao trabalho, além de regras convencionadas anteriormente, determinando, assim, novas condições de trabalho. Cláusulas Normativas: São aquelas cuja matéria atinge os empregados e empregadores representados e são aplicadas diretamente nos contratos individuais do trabalho. São normas que criam direitos e deveres para empregados e empregadores de uma determinada categoria, na mesma base territorial. Não incorporam os contratos individuais de trabalho. Outras soluções de conflito: Comissão de conciliação prévia – Objetivo de solucionar os conflitos individuais do trabalho, na esfera extrajudicial, proporcionando soluções mais rápidas dos conflitos individuais e desafogamento do Poder Judiciário. Conciliação Judicial – Aberta a audiência, o juiz proporá a conciliação e, posteriormente, prestigiando mais uma vez a conciliação entre as partes, proporá novamente a conciliação, após a instrução processual. Mediação – Ocorre quando um terceiro, escolhido pelas partes, é chamado para dirimir o conflito, apresentando propostas para os interessados. Arbitragem – Sua aplicação é discutível no direito individual do trabalho, uma vez que a arbitragem soluciona questões relativas a direitos patrimoniais disponíveis.
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