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01) Aos olhos da codificação o que diferencia parentes em linha reta e em linha transversal ou colateral?
De acordo com o art. 1.591 do CC, são parentes em linha reta as pessoas que estão umas para com as outras na relação de ascendentes e descendentes. O art. 1.592 do CC refere que são parentes em linha colateral ou transversal, até o quarto grau, as pessoas provenientes de um só tronco, sem descenderem uma da outra.
02) Aos olhos da codificação o que diferencia parentes consanguíneos e parentes por afinidade?
O art. 1.593 CC define parentesco como natural ou civil, conforme resulte de consanguinidade ou outra origem. Já o art. 1.595 do CC define que cada cônjuge ou companheiro é aliado aos parentes do outro pelo vínculo da afinidade e, em seu § 1o aduz que o parentesco por afinidade limita-se aos ascendentes, aos descendentes e aos irmãos do cônjuge ou companheiro. 
03) Parentes consanguíneos é mesmo a melhor expressão para comunicar aquilo que pretende descrever como seu conteúdo semântico?
Acredito que sim, haja vista que parentes consanguíneos são pessoas ligadas umas às outras pelo mesmo sangue entre pessoas do mesmo tronco em comum, logo, tal expressão é simples e objetiva.
04) Como se faz a contagem do grau de parentesco (a) em linha reta, (b) na linha colateral e (c) por afinidade no direito brasileiro?
a) Os parentes em linha reta são as pessoas que estão umas para com as outras na relação de ascendentes e descendentes. É a ligação do pai com o filho, do avô com o neto, etc De acordo com o art. 1594 do CC, contam-se, na linha reta, os graus de parentesco pelo número de gerações.
b) na colateral, são aquelas pessoas provenientes de um só tronco, até o quarto grau, sem descenderem uma da outra. É a ligação entre o tio com o sobrinho, irmão com a irmã, etc. Assim, para contar o grau de parentesco inicia da origem e sobe (contando um grau) até chegar ao tronco comum e depois, se for o caso, desça pela outra linha (colateral, contando um grau) até chegar ao destinatário.
c) A contagem de grau de parentesco por afinidade colateral se dá da mesma forma que as demais, por exemplo o cunhado, o qual é classificado como afim em linha reta de segundo grau. Se a pessoa é parente de primeiro grau dos próprios pais, então, o genro (ou a nora) é considerado afim em linha reta de primeiro grau do sogro (ou sogra) e como existe 1 grau entre a outra filha ou filho dos sogros, logo, existem 2 graus entre irmãos. Substituindo o irmão pelo cônjuge dele, encontra-se o cunhado como afim em linha reta de segundo grau.
 
05) Até que grau os colaterais são considerados parentes pelo direito civil brasileiro?
Até o 4º grau, nos termos do artigo 1.592 do CC.
06) Até que grau os colaterais foram considerados parentes nas Ordenações Filipinas?
As Ordenações Filipinas tratavam da sucessão entre marido e mulher, estabelecendo que se o marido ou a mulher falecessem sem testamento, não havendo parentes até o décimo grau que devessem herdar seus bens, um era herdeiro universal do outro.
07) Até que grau os colaterais foram considerados parentes no início de vigência do Código Beviáqua?
Pelo Código Civil de 1916, artigo 331, o parentesco colateral ia até sexto grau. Mas com relação ao direito das sucessões, já previa o artigo 1612 do Código Civil de 1916, que era chamado a suceder apenas o parente colateral até quarto grau.
08) Primos são parentes?
Sim, pois ocupam o 4º grau na linha colateral.
09) Cunhados são parentes?
Sim, pois ocupam 2º grau na linha coleteral por afinidade.
10) A sobrinha de minha cunhada tem algum grau de parentesco comigo?
Há três hipóteses e três respostas distintas. A primeira hipótese seria se eu e meu companheiro tivéssemos um filho e se meu companheiro tivesse uma irmã. A resposta seria sim, visto que a sobrinha seria minha filha, logo, seria minha descendente de 1º grau consanguíneo. 
A segunda hipótese seria se a minha cunhada fosse irmã do meu companheiro, considerando que meu companheiro tivesse mais duas irmãs (ou uma irmã e um irmão). Neste caso, a resposta seria sim, haja vista que se minha cunhada possui uma sobrinha, meu companheiro também possui, portanto, tal sobrinha seria minha parente em 3º grau colateral por afinidade.
A terceira hipótese seria se a minha cunhada fosse companheira do meu irmão. Neste caso a resposta é não, isso porque quem possui parentesco por afinidade com a família da minha cunhada é somente o meu irmão, da mesma forma, que da família dela apenas ela possui parentesco por afinidade com a família do meu irmão.
11- Qual a importância do artigo 1593 da codificação civil no direito das famílias brasileiro?
O artigo 1.593 do Código Civil prevê que "o parentesco é natural ou civil, conforme resulte de consangüinidade ou outra origem" e sua importância reside no fato de deixar claro que não existe apenas o parentesco biológico. Os filhos adotados, por exemplo, possuem os mesmos direitos que os consanguínios, assim como o vínculo parental proveniente das técnicas de reprodução assistida heteróloga relativamente ao pai (ou mãe) que não contribuiu com seu material fecundante e da paternidade sócioafetiva, fundada na posse de estado de filho.
12- Diferencie parentesco natural, civil e socioafetivo.
Parentesco natural é o que decorre do mesmo tronco ancestral, podendo ser na linha reta e na colateral, além de poder ser por afinidade, como acontece no caso do cônjuge e do companheiro que mantêm parentesco com os parentes do outro. Já o parentesco civil é o que decorre da adoção, por exemplo, ou da inseminação artificial heteróloga. Por fim, e não menos importante, o parentesco socioafetivo é fundado na posse de estado de filho e baseado no afeto. 
13- Diferencie a adoção da denominada adoção à brasileira.
Adoção consiste em um ato juridico pelo qual uma pessoa ou um casal se interessam em obter a guarda de uma criança por diversos motivos, a qual passa a integrar a família. Destaca-se que a adoção é regulada por lei, sendo 18 anos a idade mínima para se habilitar, independentemente do estado civil, desde que seja respeitada a diferença de 16 anos entre quem deseja adotar e a criança a ser acolhida. Já adoção à brasileira é uma conduta não privilegiada pelo ordenamento jurídico, uma vez que constitui crime expresso nos artigos 242 e 297 do CP e caracteriza-se quando a genitora ou a familia biologica simplesmente entrega a criança a um individuo estranho, em que este provavelmente registrará a criança como filho próprio, sem sequer passar por um processo judicial.
14) Sogra é parente? Este parentesco é para sempre?
Sim, sogra é parente por afinidade e o parentesco é para sempre, mesmo que ocorra o divócio entre os cônjuges.
15) É possível tratar os filhos de modo diferenciado? Explique.
Não, não é possível tratar os filhos de modo diferenciado, sendo isso reflexo da constitucionalização do direito civil, pois a Constituição de 1988 consagrou como fundamento da República o principio da dignidade da pessoa humana e instituiu que todos são iguais perante a lei, sendo o direito a filiação um direito fundamental, e todos os filhos juridicamente iguais, independente da origem. 
16) Em que situações a codificação impõe a presunção de paternidade?
O artigo 1.597 do CC dispõe que presumem-se concebidos na constância do casamento os filhos nascidos cento e oitenta dias, pelo menos, depois de estabelecida a convivência conjugal e os nascidos nos trezentos dias subsequentes à dissolução da sociedade conjugal, por morte, separação judicial, nulidade e anulação do casamento.
17- A regra que impõe a presunção de paternidade o faz em favor de quem? Que direitos está a tutelar? A regra, prevista no rol taxativo do art. 1.597 do Código Civil, favorece o pai/o côjuge, pois sendo casado, presumir-se-á pai. Em contrapartida, se no decorrer da vida optar por fazer uma exame de DNA por desconfiar não ser o genitor da criança, e o exame der negativo, pode retirar seu nome da filiação da criança, sendo completamente ignorado toda a afetividadepré-existente da relação pai e filho. 
18- Até que ponto se pode sustentar os efeitos que emanam do brocardo mater sempre certa est, pater ist est? Justifique sua resposta. 
O brocado "mater sempre certa est, pater ist est" significa que a maternidade é sempre certa, é a atribuição inequívoca da maternidade à parturiente, já a presunção pater is est, parte da premissa da monogamia conjugal, respaldada no dever de fidelidade recíproca legalmente imputado aos cônjuges. Contudo, tal brocado é relativo, tendo em vista a possibilidade de sub-rogação do útero, vulgarmente chamada "barriga solidária", que traz uma exceção à certeza da maternidade biológica, pois, nesse caso, a mãe biológica não é a parturiente, e, ainda, o desenvolvimento do exame de DNA, que tornou possível determinar com certeza absoluta a linhagem genética de um indivíduo por meio da análise de seus genes, mesmo que o indíviduo não seja o marido da mãe da criança.
19- As presunções dos incisos I e II do artigo 1597 do código civil se aplicam às uniões estáveis? Como a literatura jurídica trata esta questão? Há divergências dignas de nota?
Em tese, as presunções dos incisos I e II do artigo 1.597 do CC deveriam se aplicar as uniões estáveis, uma vez que a Constituição Federal concede a mesma e igual proteção à família, independentemente da sua formatação: se por meio do casamento ou da união estável. Além disso, o Supremo Tribunal Federal reconheceu como inconstitucional o artigo 1.790 do Código Civi, equiparando à união estável ao casamento. Assim, por analogia, pode-se afirmar que as presunções se aplicam, embora, na prática, ainda há limitações na aplicação desse entendimento.
20- No que consiste a fecundação artificial homóloga?
A fecundação artificial homóloga é aquela em que é usado somente o material biológico dos pais - pacientes das técnicas de reprodução assistida. Não há a doação por terceiro anônimo de material biológico (espermatozoide, óvulo ou embrião).
21) Aos olhos do direito é possível pensarmos em fecundação post mortem? Se positiva a resposta, quais os principais conflitos que daí podem eclodir?
O artigo 1597, inciso III, do Código Civil estabelece que “Presumem-se concebidos na constância do casamento os filhos: III - havidos por fecundação artificial homóloga, mesmo que falecido o marido”. Dito de outro modo, resta assegurada a filiação da criança gerada pela inseminação post mortem, razão pela qual surgem alguns conflitos além da filiação, como o direito sucessório da criança. Afinal, prevalece a regra de que a sucessão abre-se com a morte ou a determinação de que há presunção da paternidade dos filhos havidos, a qualquer tempo, decorrentes de inseminação artificial homóloga quando utilizados embriões excedentários? Ana Maria Maciel Passos afirma que o art. 1799 do CC aponta que o direito da criança fruto da inseminação artificial post mortem estará garantido através do testamento. 
Por sua vez, Claudia Maria dos Santos Valente lembra-nos de outro problema: a criança não se beneficiará da estrutura de filiação convencional bi parental, eis que fica condicionada à família unilinear ou monoparental - o que feriria o princípio da não-maleficência, para Cláudio Teloken -. Há também a possibilidade da concepção após o falecimento e o nascimento superar os 300 dias seguintes à dissolução do casamento pelo óbito (Giordes), eis que o art. 1597, II, CC, inibe a presunção de paternidade além deste prazo.
Apesar disso, o cenário perpassa por um significante desenvolvimento, uma vez que diversos países já iniciaram a regulamentação da inseminação artificial post-mortem, como Espanha, França e Estados Unidos.
22) O que são embriões excedentários? Como devem ser tratados? Eles poderiam ser comercializados? Justifique sua resposta?
Valéria Silva Galdino, no artigo “Da destinação dos embriões excedentários”, assevera que o embrião ainda não é nascituro, porque não se encontra em desenvolvimento no ventre materno; não é prole eventual, porque já foi concebido; tampouco é pessoa natural, porque não nasceu. Assim, o embrião é digno de proteção, entretanto, não conforme o art. 2º do CC, já que representa mera expectativa de vida. A autora ainda explica que embrião excedentário é aquele que não sofreu o processo de implantação no útero da mulher e, por isso, é o embrião que restou da fertilização artificial.
Sobre a comercialização, Silvia Cunha Fernandes garante que o embrião não pode, em seu desenvolvimento, ser tratado como coisa e a sua utilização comercial está totalmente proibida. Todavia, a pesquisa embrionária pode ser aceita se garantir progressos medicinais e não provocar modificações artificiais no genoma humano transmissíveis à descendência. Objetiva preservar, de tal modo, o indivíduo e a espécie humana.
23) No que consiste a fecundação artificial heteróloga e quando ela é permitida pela codificação?
A inseminação artificial se divide em dois tipos, sendo uma denominada de homóloga e a outra heteróloga. A primeira se dá com a utilização do próprio material genético do casal e, a segunda, o sêmen utilizado é de um terceiro doador, que diante do anonimato, doa seus gametas a um Banco de Sêmen (Cecília Resende). Ela é permitida, de acordo com o art. 1597, V, CC, desde que haja prévia autorização do marido. 
24) De que espécie de impotência trata o artigo 1599 da codificação civil? Ela permite anular um casamento consumado?
O artigo verifica que a prova da impotência do cônjuge para gerar, à época da concepção, ilide a presunção de paternidade. Ou seja, se o cônjuge demonstrar infertilidade no período da concepção, não há que se falar em presunção de paternidade. Vê-se que o dispositivo possui origem antiga, já que pressupõe que a pessoa infértil não é detentora do vínculo biológico, regra já considerada antiquada, uma vez que existem, hodiernamente, métodos diversos para engravidar. Luis Paulo Cotrim Guimarães explica que há, no Direito, dois tipos de impotência: a impotentia coeundi e impotentia generandi. Aquela é a impotência para a prática do ato sexual, enquanto esta corresponde à infertilidade. 
Há decisões no sentido de anulação de casamento quando há impotentia coeundi, como a Apelação Cível nº 70036910933, TJ/RS. Restou entendido que é caso de erro essencial quando a impotência sexual é desconhecida antes do matrimônio, desimportando a sua causa, seja ela física ou psicológica. Trata-se da ocorrência de erro quanto a uma circunstância essencial do outro, e a frustração de uma legítima expectativa, decorrente dos usos e costumes da nossa cultura, de que haverá sexo entre as pessoas que se casam, é capaz de anular o matrimônio. 
Em contrapartida, no que tange à impotentia generandi, o mesmo Tribunal de Justiça já entendeu que a omissão de realização de vasectomia pelo cônjuge, descoberta após o casamento, leva à insuportabilidade da vida em comum pelo reconhecimento da omissão, da mentira e da má-fé por parte do cônjuge. Entretanto, não configura hipótese de erro essencial para a anulação do casamento, eis que passível de resolução em ação de indenização por danos morais (Apelação cível nº 70047977418, TJ/RS.
25) A confissão pela mulher de sua infidelidade tem força suficiente para ilidir presunção legal de paternidade que emana da codificação civil?
Não, já que o art. 1600, CC, assevera que não basta o adultério da mulher, ainda que confessado, para ilidir a presunção legal da paternidade.
26) Quais os principais problemas contidos no enunciado do artigo 1601 do código civil? Tal direito é personalíssimo? Explique.
O referido artigo impõe que “Cabe ao marido o direito de contestar a paternidade dos filhos nascidos de sua mulher, sendo tal ação imprescritível”. Enquanto que no dispositivo seguinte, “não basta a confissão materna para excluir a paternidade”. Para Fachin, ainda há referência preconceituosa à condição feminina, nos artigos 1.600 e 1.602, perdendo-se oportunidade de dar um passo à frente no reconhecimento da igualdade material entre o homem e a mulher, dentre oufora das uniões matrimonializadas.
Paulo Luiz Netto Lobo esclarece que a contestação ou impugnação da paternidade são direitos personalíssimos, que radicam exclusivamente na iniciativa do marido da mãe. Ninguém, nem mesmo o filho ou a mãe, poderá impugnar a paternidade. O art. 1.601 do Código Civil, assim lido em conformidade com a Constituição, transfere a paternidade da origem biológica para o estado de filiação, de qualquer origem. Ressalta-se que o dispositivo equivalente do Código de 1916 referia-se à contestação da legitimidade dos filhos, e não da paternidade em si, razão pela qual a legitimidade dos filhos fundava-se em dois fatores: na família matrimonializada e no fato de terem se originado biologicamente do marido da mãe.
27) Como lidar com a adoção à brasileira, eis que em princípio, tal conduta é tipificada pela legislação penal pátria?
A adoção à brasileira trata-se de forma diversa de construção de uma família, conduta não aceita pelo ordenamento jurídico, eis que constitui crime estipulado nos artigos 242 e 297 do Código Penal, dispositivos que visam à evitar a venda, exploração e tráfico de menores. 
Eduardo Luiz Santos Cabette e Raphaela Lopes Rodrigues explicam que a prática é comumente realizada e, em grande parte dos casos, o Estado sequer fica sabendo. Para os autores, muito embora exista uma preocupação em torno desta prática, cada caso deve ser analisado concretamente para que não haja injustiças quanto àqueles que agiram de boa-fé, levando em conta o desejo dos pais de terem para si um novo membro na família, a sensibilidade em face do abandono infantil que ocorre em nossa sociedade e o afeto com crianças
28) O reconhecimento de um filho pode ser revogado?
Segundo o art. 1610, CC, o reconhecimento não pode ser revogado, nem mesmo quando feito em testamento.
29) O reconhecimento de um filho pode ser subordinado à condição?
O reconhecimento pode preceder o nascimento do filho ou ser posterior ao seu falecimento, se ele deixar descendentes (art. 1609, parágrafo único, CC). Entretanto, são ineficazes a condição e o termo apostos ao ato de reconhecimento do filho (art. 1613, CC).
30) O reconhecimento de um filho exige o seu consentimento? Explique. 
Da leitura do art. 1614 do CC, o filho maior não pode ser reconhecido sem o seu consentimento, e o menor pode impugnar o reconhecimento, nos quatro anos que se seguirem à maioridade, ou à emancipação.
31) Qual o prazo para que o filho impugne o reconhecimento de sua paternidade feito durante sua menoridade?
O filho terá a oportunidade de impugnar o reconhecimento de sua paternidade até os quatro anos posteriores a sua maioridade civil, conforme o artigo 1.614 do Código Civil.
32) Como pode ser instrumentalizado o reconhecimento de paternidade?
O Código Civil em seu artigo 1.609, dispõe que poderá ser instrumentalizado o reconhecimento de paternidade por meio de registro de nascimento, por meio de escritura pública ou escrito particular a ser arquivado em cartório, por meio de testamento, mesmo que acidentalmente manifestado ou ainda, por manifestação direta e expressa perante o juiz, mesmo que o reconhecimento não seja o principal ou único ato que contém. 
33) O reconhecimento de paternidade é ato ou negócio jurídico? Formal ou informal? Tem natureza negocial?
O reconhecimento de paternidade não é um negócio jurídico, uma vez que se trata de um ato jurídico stricto senso de reconhecimento livre, pessoal, irrevogável e de eficácia erga omnes, conforme aduz Lôbo. Afirma ainda que o pai é livre para manifestar sua vontade de reconhecer, mas suas obrigações já são estabelecidas por lei, não sendo negocial. Outrossim, são atos formais porque para haver validade, se exige a realização do reconhecimento por uma das formas descritas em lei. 
34) Anulado o ato por vício de forma, o reconhecimento de paternidade persiste ou desaparece do mundo jurídico?
A anulação de reconhecimento de paternidade somente desaparece do mundo jurídico se aprovada a ação negatória de paternidade nos casos de vício de consentimento. No caso de erro de forma o reconhecimento persiste, haja vista que se trata de um ato declaratório de paternidade mesmo não sendo realizado inicialmente conforme previsto em lei. 
35) É possível o reconhecimento de paternidade post mortem? Explique.
Sim. Poderá ser reconhecido o filho após sua morte, de acordo com o parágrafo único do artigo 1.609 do CC e por meio de testamento, como descrito no incíso III de mesmo artigo. Ainda, em casos de ação de investigação de paternidade post mortem, será realizado exame de DNA com parentes/descendentes/ascendentes do falecido e, em caso de paternidade haverá o reconhecimento. Atualmente, o STJ também aceitou o reconhemento de paternidade socioafetiva após a morte do pai, visto que haviam elementos que demonstravam os laços de parentesco.
36) Há razão para fazer alguma alusão ao reconhecimento de maternidade?
De imediato pensa-se que não, pois a mãe ao conceber seu filho não gera dúvidas quanto a sua maternidade. Entretanto, pode haver casos em que a maternidade era omitida em razão da mulher se encontrar casada, pois havia o impedimento legal na época do registro (casos anteriores à Lei do Divórcio de 1977). Desta forma, nessa problemática pode haver o reconhecimento materno.
37) Como tem sido pensada a questão da multiparentalidade no Direito brasileiro contemporâneo?
A multiparentalidade nas novas formas de família somente foi inserida no Direito através do reconhecimento das famílias mosaico, recomposta e socioafetiva, quando o vínculo formado pela afetividade complementa o biológico. Entretanto, quanto as outras possibilidades de multiparentalidade como a poliafetividade ainda não foram julgadas e aceitas pelo ordenamento jurídico, uma vez que as relações de parentesco geram responsabilidades que não podem ser revertidas e contestadas. 
38) Quais os principais dilemas ensejados no cenário da multiparentalidade. Elenque alguns deles.
A possibilidade de pagamento de alimentos por mais de um genitor e o dever de prestar alimentos a ambos os genitores em caso de necessidade desses;
Homologação no registro de nascimento de uma criança em nome de dois pais de mesmo sexo;
Poderia o filho receber benefícios previdenciários de mais de um genitor.
39) Casais gays podem ter filhos? Lhes é permito adotar ou recorrer à gestação por substituição?
Conforme o Conselho Nacional de Medicina que antecipou-se antes da própria legislação, se autorizou a possibilidade de fecundação in vitro e gestação por substituição aos casais homoafetivos, de acordo com a Resolução n° 2.013/2013. No Brasil um dos requisitos para se adotar de forma conjunta é encontrar-se casado ou em união estável, comprovando-se a estabilidade da família. Entretanto, o ECA não impõe a necessidade de serem pessoas de diferentes sexo e, portanto, estariam aptos a adotar quando for o mais oportuno a criança. 
40) Há diferença entre o direito à ancestralidade genética e aos vínculos parentas? Explique.
Paulo Lobô aduz que existe uma diferença entre a ancestralidade genética e a parentalidade. Esse trata de um direito de parentalidade, não resulta da natureza humana, é cultural. Certifica a integração de alguém em um grupo social, como no caso da ação, que gera direito pleno e imutável. Aquele indica um direito de personalidade, intangível e indisponível, resultando o direito regiistra, a nacionalidade, da origem genética e outros.
Da leitura do art. 1614 do CC, o filho maior não pode ser reconhecido sem o seu consentimento, e o menor pode impugnar o reconhecimento, nos quatro anos que se seguirem à maioridade, ou à emancipação.
 41) No que consiste a paternidade / maternidade alimentar? Tal figura se revela algo factível no Direito braslieiro contemporâneo?
A paternidade alimentar ocorre quando o pai afetivo não tem condições de arcar com as despesas essenciais do seu filho, o filho pode buscar alimentos em face do pai biológico, mesmo que não exista relações afetivasentre eles. Sendo assim, o pai biológico tem apenas a paternidade alimentar. Essa figura pode ocorrer no Brasil a partir do Recurso Extraordinário 898.060 com repercussão geral reconhecida. O voto do relator Ministro Luiz Fux foi seguido pela maioria, voto este que estipulou: “A paternidade socioafetiva, declarada ou não em registro público, não impede o reconhecimento do vínculo de filiação concomitante baseado na origem biológica, com todas as suas consequências patrimoniais e extrapatrimoniais”. 
42) Até que instante temporal se estende a autoridade parental?
A autoridade parental se estende até a maioridade dos filhos, ou seja, no lapso temporal de 18 anos a partir do nascimento do menor. A extinção da autoridade parental por período de tempo está disposta no inciso III, do artigo 1.635, do CC.
43) O Código Civil dispõe que durante o casamento e a união estável, compete o poder familiar aos pais e que na falta ou impedimento de um deles, o outro o exercerá com exclusividade. Só é possível pensar em autoridade parental no contexto de famílias conjugais?
 A partir de nossa CF o instituto da família mudou, não é mais uma relação estagnada, em que família é homem, mulher e seus filhos. Nos dias atuais, família é a relação entre duas pessoas, pública, estável e duradoura, configurados esses requisitos deve receber a proteção estipulada na legislação destinada às famílias. Família é pluralidade, não tem forma, não é só a família conjugal que é destinatária das normas referentes a autoridade parental. Destaca-se o parágrafo 4º, do artigo 226,da CF, que abre a proteção da família às entidades familiares não conjugais, estando a autoridade parental inclusa.
44) Como solucionar divergências no desvelar do exercício da autoridade parental?
Caso os pais do menor não entrem em um consenso, solucionando a divergência destes de forma extrajudicial, não há outra forma a não ser intressando no poder judiciário.
45) O Código Civil dispõe que o filho, não reconhecido pelo pai, fica sob poder familiar exclusivo 
da mãe. Que crítica(s) pode ser dirigida a esse dispositivo legal?
Somente porque a genitora possui como certa a maternidade, por gerar a criança, não se exime a responsabilidade do possível genitor em razão desde não querer registrá-lo.
46) Quais são os principais conteúdos que compõe a ideia de autoridade parental?
A autoridade parental está disposta no artigo 1.634 do CC, a autoridade parental, quanto aos filhos, consiste em: dirigir a criação e a educação; exercer a guarda unilateral ou compartilhada nos termos do art. 1.584; conceder ou negar consentimento aos filhos para casar; conceder ou negar consentimento aos filhos para mudarem sua residência permanente para outro município; Nomear tutor para os filhos, por testamento ou documento autêntico, se o outro dos pais não lhe sobreviver, ou sobrevivo não puder exercer o poder familiar; representá-los judicial e extrajudicialmente até os 16 anos, nos atos da vida civil, e assisti-los, após essa idade, nos atos em que forem partes, suprindo-lhes o consentimento; Reclamá-los de quem ilegalmente os detenha; exigir que lhes prestem obediência, respeito e os serviços próprios de sua idade e condição.
47) Como diferenciar com os olhos na fenomenologia das relações sócias a representação da assistência?
48) Cabe aos pais exigir os filhos (a) sejam obedientes e (b) prestem serviços próprios de sua idade e condição. Bem, isso dispõe o código civil. Que sanções podem os pais aplicar aos filhos na primeira situação e que serviços podem impor aos filhos? Aliás, a partir de que idade um menor está autorizado a trabalhar? 
49) Quando extingue-se a autoridade parental?
O art. 1.635 do CC aduz que se extingue a autoridade parental nos casos em que os pais ou o filho morrem, quando o filho completa a maioridade ou é emancipado, pela adoção ou por decisão judicial, nos termos do art. 1.638 do CC.
50) Diferencie perda de suspensão da autoridade parental, em que hipóteses haverá suspensão da autoridade parental? Tal rol é taxativo ou exemplificativo? Em que hipóteses haverá perda da autoridade parental? Tal rol é taxativo ou exemplificativo?
 A perda da autoridade parental é medida mais gravosa se comparada com a suspensão.
A suspensão do poder familiar é quando os pais não podem exercer a autoridade parental por certo período de tempo. Ocorre nos casos em que há o “abuso de autoridade” por parte dos detentores do poder, esse abuso é traduzido em: descumprimento dos deveres inerentes aos pais; os pais arruinarem os bens dos filhos; os pais colocarem em risco a segurança dos menores ou; o detentor do poder familiar ser condenado à sentença irrecorrível, em virtude de crime cuja pena exceda a dois anos de prisão. A maior parte dos preceitos elencados são situações de conceito aberto, cabendo ao magistrado a decisão da suspensão pela análise de caso a caso. Os “deveres inerentes aos pais” não são só os elencados no CC mas também os inclusos em legislação esparsa, sendo assim, trata-se de rol exemplificativo, é o que ensina Carlos Roberto Gonçalves em sua obra Direito Civil Brasileiro, Direito de família.
	A perda da autoridade parental implica em extinção permanente do poder familiar, as hipóteses da perda estão contidas no artigo 1.638 do CC, seus incisos e o seu parágrafo único, quais sejam: Castigar imoderadamente o filho; Deixar o filho em abandono; Praticar atos contrários à moral e aos bons costumes; incidir, reiteradamente, nas faltas previstas no artigo antecedente (faltas que levam à suspensão do poder familiar); entregar de forma irregular o filho a terceiros para fins de adoção; praticar contra o outro detentor do mesmo poder familiar ou contra filho, filha ou outro descendente, homicídio, feminicídio, lesão corporal de natureza grave ou seguida de morte, estupro, estupro de vulnerável ou outro crime contra a dignidade sexual sujeito à pena de reclusão. Carlos Roberto Gonçalves, em sua obra já citada, explica que: “A extinção por decisão judicial, que não existia no Código anterior, depende da configuração das hipóteses enumeradas no art. 1.638 como causas de perda ou destituição”. Ou seja, trata-se de rol taxativo.

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