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TCE/PE 
 
1 Tópicos relevantes e atuais de diversas áreas, tais como segurança, transportes, política, economia, 
sociedade, educação, saúde, cultura, tecnologia, energia, relações internacionais, desenvolvimento 
sustentável, ecologia e suas inter‐relações. ............................................................................................. 1 
 
 
 
 
 
 
 
Candidatos ao Concurso Público, 
O Instituto Maximize Educação disponibiliza o e-mail professores@maxieduca.com.br para dúvidas 
relacionadas ao conteúdo desta apostila como forma de auxiliá-los nos estudos para um bom 
desempenho na prova. 
As dúvidas serão encaminhadas para os professores responsáveis pela matéria, portanto, ao entrar em 
contato, informe: 
- Apostila (concurso e cargo); 
- Disciplina (matéria); 
- Número da página onde se encontra a dúvida; e 
- Qual a dúvida. 
Caso existam dúvidas em disciplinas diferentes, por favor, encaminhá-las em e-mails separados. O 
professor terá até cinco dias úteis para respondê-la. 
Bons estudos! 
 
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Caro(a) candidato(a), antes de iniciar nosso estudo, queremos nos colocar à sua disposição, durante 
todo o prazo do concurso para auxiliá-lo em suas dúvidas e receber suas sugestões. Muito zelo e técnica 
foram empregados na edição desta obra. No entanto, podem ocorrer erros de digitação ou dúvida 
conceitual. Em qualquer situação, solicitamos a comunicação ao nosso serviço de atendimento ao cliente 
para que possamos esclarecê-lo. Entre em contato conosco pelo e-mail: professores @maxieduca.com.br 
 
(Olá candidato(a). Antes de iniciarmos, gostaria de fazer um esclarecimento a respeito do edital. 
Apesar de ele ser bem específico a respeito dos tópicos a serem vistos, ele não faz referência a nenhum 
período. Sendo assim, teremos apenas textos noticiados no período de até nove meses. Caso você sinta 
falta de algum conteúdo em particular, por favor entre em contato conosco. Nossa equipe de tutores está 
à disposição.). 
 
Segurança 
Sistema penitenciário: Prender menos ou construir mais prisões?1 
Em janeiro de 2017, o Brasil assistiu a chacinas que aconteceram dentro de presídios. No Rio Grande 
do Norte, 26 presos foram mortos na Penitenciária de Alcaçuz. Segundo o governo, trata-se de uma 
disputa entre as facções Primeiro Comando da Capital (PCC) e Sindicato do Crime RN. Em Manaus, um 
guerra de facções (Família do Norte e PCC) causou a morte de 60 presos no Complexo Penitenciário 
Anísio Jobim (Compaj). Além desses fatos, foram registrados confrontos, fugas e rebeliões nos estados 
da Bahia, Santa Catarina e Rondônia, no mesmo período. 
Essa crise no sistema penitenciário revelou um fenômeno no Brasil: o fortalecimento das organizações 
e facções criminosas nos presídios brasileiros. Grupos como PCC, CV e FDN comandam a venda de 
drogas no Brasil e disputam entre si as principais rotas do tráfico. Segundo a polícia, 25 organizações 
batalham pelo controle de regiões, formando parcerias com grupos locais. 
Nos presídios, as facções brigam para ter o maior número de membros possível. Depois de entrar para 
um grupo, o preso tem que prestar serviços à fação dentro da cadeia e fora dela. Em troca, ganha 
proteção. O PCC é a principal facção criminosa brasileira e conta com 30 mil membros espalhados pelo 
país. 
Outro problema é a falta de controle interno nos presídios. Em Manaus, por exemplo, erros básicos 
foram cometidos pela gestão do Compaj. Não havia divisão entre celas, revistas e monitoramento dos 
presos. A organização do presídio era controlada internamente pelos próprios detentos, que podiam 
circular livremente. Uma revista realizada lá dentro resultou na apreensão de um rifle, facas, celulares e 
um roteador de internet. 
 
A superlotação dos presídios 
O Brasil possui a quarta maior população carcerária do mundo (perdendo apenas para os EUA, China 
e Rússia). O número de presos no país aumentou de 233 mil em 2000, para 654 mil em 2017. Esses 
dados refletem o aumento da criminalidade, especialmente de delitos relacionados ao tráfico de drogas e 
roubo, que representam juntos, mais da metade dos presos. 
O problema é que o nosso sistema penitenciário comporta aproximadamente 370 mil vagas. Há um 
déficit muito alto para equilibrar o sistema. A superlotação pressiona todas as esferas e dificulta o controle 
das prisões e a prevenção a rebeliões. 
No estado de São Paulo, que concentra a maior parte dos presos no Brasil, dos 22 presídios 
construídos nos últimos sete anos, 19 já estão lotados. Hoje as instalações operam 51% acima da sua 
capacidade. 
A superlotação compromete a saúde física e mental do preso e exarceba os níveis de estresse dos 
detidos, forçando-os a competir por espaço e recursos limitados. Ela também dificulta a separação entre 
 
127/02/2017. Fonte: https://vestibular.uol.com.br/resumo-das-disciplinas/atualidades/sistema-penitenciario--prender-menos-ou-construir-mais-prisoes.htm 
Tópicos relevantes e atuais de diversas áreas, tais como segurança, 
transportes, política, economia, sociedade, educação, saúde, cultura, 
tecnologia, energia, relações internacionais, desenvolvimento 
sustentável, ecologia e suas inter‐relações 
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presos provisórios e definitivos ou entre réus primários e reincidentes, como estabelece o Código de 
Processo Penal. 
Em teoria, um presídio deve oferecer condições dignas para o preso se recuperar e voltar à sociedade 
reabilitado. O ambiente que oferece e infraestrutura precária aumenta a dificuldade de dar assistência ao 
preso e se torna um terreno fértil para rebeliões e a proliferação de facções, que ocupam o vácuo deixado 
pelo Estado na gestão do local. 
O Supremo Tribunal Federal avançou no tema e deve pressionar mudanças na política penitenciária. 
No início do ano, a Corte decidiu que cabe indenização para o preso que foi submetido a condições 
carcerárias degradantes, como celas superlotadas, falta de assistência à saúde dos presos, a falta de 
alimentação e as péssimas condições de higiene. 
No entender do STF, é dever do Estado garantir a integridade física e psicológica dos presos e reparar 
os danos sofridos pela inobservância desse dever. A decisão fixou indenização de R$ 2 mil por danos 
morais a um condenado que cumpriu pena no presídio de Corumbá/MS. Essa decisão vale para todos os 
presos que entrarem na justiça pedindo esse direito. 
 
Novos presídios 
A situação crítica das penitenciárias exige a construção de mais vagas e uma gestão melhor. Projeções 
feitas pelo Departamento Penitenciário Nacional (Depen) mostram que seriam necessários R$ 11 bilhões 
para suprir o déficit de 250 mil vagas no sistema prisional e teriam que ser gastos R$ 7 bilhões por ano 
para manter o serviço. O cálculo levou em conta o custo médio de mater um preso no Brasil, de R$ 2,4 
mil por mês. 
Em resposta ao massacre que levou à morte mais de 100 presos no Brasil em janeiro, o presidente 
Temer anunciou a construção de cinco presídios federais para resolver a urgência da superlotação. A 
previsão é que sejam abertas 30 mil vagas. Além disso, anunciou que vai investir na compra de novos 
materiais para reforçar a segurança. Entre os equipamentos a serem comprados estão o uso de 
tornozeleira, scanner de corpo e bloqueador de celular. 
Este ano, o governo federal deve destinar R$ 2,2 bilhões para o sistema penitenciário e para os estados 
construírem presídios. No ano passado, ele liberou R$ 1,2 bilhão para esta finalidade. Se o número de 
presos continuar a crescer no ritmo atual será necessário um investimento ainda maior no futuro. 
"Construir novos presídios também é muito importante,mas também não resolve o problema", afirmou 
Paulo Fontes, o Secretário de Segurança Pública do Amazonas, estado onde estourou a atual crise no 
sistema penitenciário. Em entrevista ao UOL, ele diz que o mais importante é o combate ao narcotráfico, 
como a intensificação de barreiras policiais nas fronteiras do Amazonas com outros países. 
 
A lentidão da justiça 
A superlotação das prisões também é estimulada pela lentidão em julgar o réu. O mais recente 
levantamento do Conselho Nacional da Justiça revela que dos 654 mil presos brasileiros, 221 mil são 
provisórios (34%) e foram presos de forma preventiva. Ou seja, um a cada três presos no Brasil ainda 
aguarda julgamento. 
Em Pernambuco, um preso espera em média 974 dias para ser julgado. A justiça mais ágil é a de 
Rondônia, na qual o preso espera 172 dias (média 6 meses) para o julgamento de sua sentença. 
De acordo com o levantamento da CNJ, o crime com base no qual há um maior porcentual de presos 
provisórios é o de tráfico de drogas: 29%. Roubo aparece em seguida, com 26%. 
Após a crise penitenciária do início do ano, o Ministério da Justiça propôs medidas de curto prazo para 
desafogar os presídios superlotados. Entre as principais ações estão a realização de mutirões de 
audiências criminais para analisar e julgar os processos de presos provisórios. A expectativa é que desta 
forma, o governo reduza a superlotação em 15% até 2018. 
Outra tendência é o aumento das penas alternativas em detrimento da prisão. Ou seja, permitir aos 
condenados cumprirem suas penas em regime aberto, sob algumas condições. Entre elas, estão o 
comparecimento uma vez por mês diante do juiz e o uso de tornozeleiras eletrônicas. A ideia é possibilitar 
a ressocialização para aqueles que têm condições. 
Em 2015, nos estados de Minas Gerais, Acre, Amapá, Goiás, Maranhão, Mato Grosso do Sul, Pará, 
Paraná, Piauí e Roraima, foram concedidas mais penas alternativas à prisão que penas privativas de 
liberdade. Nesse caso, os juízes avaliam se o réu foi condenado por crime que tenha sido cometido sem 
violência ou grave ameaça à pessoa, com pena menor que quatro anos. A decisão final leva em conta 
ainda “a culpabilidade, os antecedentes, a conduta social e a personalidade do condenado” assim como 
os motivos e as circunstâncias da eventual substituição da pena. 
 
 
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A política de combate às drogas 
Alguns analistas avaliam que a política de combate às drogas no Brasil se relaciona diretamente com 
o aumento expressivo da população carcerária. 
Em 2006, a Lei de Drogas (Lei 11.343) aumentou as penas para o tráfico e define como crime a porte 
de drogas para uso pessoal. Como reflexo, aumentaram as prisões para esse tipo de crime. Em 2006, 
quando a Lei 11.343 começou a valer, eram 31.520 presos por tráfico nos presídios brasileiros. Em 2013, 
esse número passou para 138.366, um aumento de 339%. Presos por tráfico de drogas representam hoje 
a maior parcela dos prisioneiros. 
Segundo a Organização Human Rights Watch, a aplicação da lei é falha e teve efeito perverso sobre 
usuários. Muitas pessoas são presas por portar quantidades pequenas de drogas e acabam sendo 
tratadas como traficantes e encarceradas ao lado de condenados por crimes graves, como latrocínio, 
homicídio, entre outros. 
 
Dez pessoas são mortas por policiais em fazenda no Pará2 
Agentes cumpriam uma liminar de reintegração de posse a favor do proprietário do local e dizem ter 
sido recebidos a bala na chegada 
BELÉM - Nove homens e uma mulher foram mortos por policiais militares e civis do Pará na manhã 
desta quarta-feira, 24, durante o cumprimento de 16 mandados de prisão contra posseiros que invadiram 
a fazenda Santa Lúcia, localizada a 60 km do município de Pau D' Arco, no sudeste do Estado. Segundo 
a versão policial, as vítimas estavam armadas e teriam reagido a tiros contra a desocupação. 
A operação para cumprir a decisão judicial era comandada pela Delegacia de Conflitos Agrários de 
Redenção (Deca), município vizinho de Pau D' Arco. O grupo de posseiros, de acordo com as 
informações, vinha aterrorizando empregados da fazenda e quinze dias atrás matou um segurança da 
propriedade, além de atear fogo na sede e no curral. 
Policiais envolvidos na operação relataram na delegacia de Redenção que eles, em várias viaturas, 
foram recebidos a bala quando se aproximavam da fazenda. Os homens correram para a mata, onde se 
entrincheiraram, mas continuaram a disparar tiros contra os policiais. Após intenso tiroteio, ainda na 
versão policial, os agentes avançaram até a mata e localizaram os dez corpos. 
As vítimas foram transportadas nas carroceiras de caminhonetes da polícia para o necrotério do 
Hospital Municipal, em Redenção. A polícia ainda não revelou a identidade dos mortos, apenas adiantou 
que o grupo era liderado por Ronaldo Pereira, o “Lico”, e Antônio, o “Tonho”. A PM não soube informar 
se os dois citados estão entre os mortos. Nenhum policial saiu ferido. 
 
Transportes 
Produção de veículos no Brasil tem pior 1º semestre em 12 anos3 
A produção brasileira de veículos, incluindo automóveis, comerciais leves (picapes e furgões), 
caminhões e ônibus, recuou 21,2% no primeiro semestre de 2016, na comparação com o mesmo período 
de 2015, segundo dados divulgados pela associação de fabricantes (Anfavea) nesta quarta-feira 
(06/07/2016). 
No total, foram produzidos 1.016.680 veículos de janeiro a junho deste ano, contra 1.289.871 no 
mesmo período de 2015. 
O resultado para o 1º semestre foi o pior desde 2004, quando 999.716 veículos foram produzidos de 
janeiro a junho daquele ano. 
A queda na produção acompanha também os números de vendas de veículos, divulgados pela 
federação dos concessionários (Fenabrave), que mostra queda de 25% no período, o pior 1º semestre 
em 10 anos para comercializações de veículos. 
"As festas juninas, em algumas regiões como nordeste e centro-oeste, que têm feriados, atrapalham 
um pouco as vendas. Se não houvesse isto, o resultado seria um pouco melhor", afirmou Antonio Megale, 
presidente da Anfavea. 
"Mas estamos vendo uma estabilização, desde o mês passado. Parece que o mercado encontrou seu 
piso. Isto tem um lado positivo. A gente espera que depois do patamar venha algum crescimento", 
completou Megale 
De acordo com o executivo, outro problema é a falta de crédito. As vendas financiadas caíram para 
51,8% do total - a menor porcentagem já registrada pela Anfavea. A série histórica é registrada desde 
2003 e, em média, fica acima de 60%, segundo a entidade. 
 
2 MENDES, CARLOS. Dez pessoas são mortas por policiais em fazenda no Pará. Estadão. Disponível em: <http://brasil.estadao.com.br/noticias/geral,dez-pessoas-
sao-mortas-por-policiais-em-fazenda-no-para,70001812247> Acesso em 25 de maio de 2017. 
 
3 06/07/2016 
Fonte: http://g1.globo.com/carros/noticia/producao-de-veiculos-no-brasil-cai-212-no-1-semestre-de-2016.ghtml 
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"Há uma dificuldade de obtenção de financiamento, ou por parte do agente financeiro, ou uma decisão 
do cliente de não pegar compromissos futuros", afirmou Megale. 
 
Produção em junho 
Apesar da queda no semestre, junho somou um volume de 182.626 unidades, o segundo melhor 
resultado no ano, atrás apenas de março (196,5 mil). O número é 4,2% maior que o registrado em maio, 
e representa pequena queda de 3% ante junho do ano passado. 
De acordo com a Anfavea, este também foi o pior resultado para junho desde 2004, quando 179.685 
veículos foram produzidos. 
 
Caminhões e ônibus 
Mais afetado no primeiro semestre, com queda de 24,8% na produção de caminhões e 33,4% na de 
ônibus, o setor de veículos pesados teve leve avanço no último mês. Em junho, a produção de ônibuscresceu 22,3% sobre maio, para 1,8 mil unidades. Já os caminhões apresentaram leve alta de 4,5%, para 
5,5 mil unidades. 
 
Emprego 
O número de trabalhadores empregados na indústria recuou 6,7% no último ano, o que representa um 
fechamento de 9,1 mil vagas. O setor empregava no final de junho 127,7 mil pessoas, voltando ao patamar 
de fevereiro de 2010. 
 
Exportações 
Enquanto o mercado interno segue em declínio, as montadoras instaladas no Brasil miram outros 
países. Em junho, houve queda de 7,5% nas exportações, em relação a maio, para 43.392 unidades. 
Mas o volume dos primeiros seis meses do ano (226.645 unidades) ficou 14,2% maior que o verificado 
no mesmo período de 2015 (198.455 unidades). O valor somado pelas exportações caiu 12,5% no 
primeiro semestre. 
Megale comemorou a renovação do acordo automotivo com a Argentina, até 2020, o que deve dar 
mais previsibilidade para as empresas. "O mercado argentino segue crescente ao contrário do Brasil, com 
alta de 6%, e a expectativa é que continue assim", afirmou. "A exportação é uma das variáveis que vai 
nos dar boas notícias até o final do ano." 
 
Acaba limite de quilometragem para viagens em vans e micro-ônibus4 
Uma nova resolução da Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT) deve beneficiar pequenos 
transportadores turísticos que utilizam vans e micro-ônibus para viagens interestaduais. A principal 
mudança é o fim da limitação de 540 km para o percurso, incluindo ida e volta – medida considerada uma 
conquista por representantes do setor. 
“A medida deve impulsionar o fretamento de vans e micro-ônibus para viagens turísticas em benefício 
tanto dos pequenos empresários quando dos viajantes. Todos saem ganhando”, afirma a diretora do 
Departamento de Formalização e Qualificação no Turismo do Ministério do Turismo, Aparecida Bezerra. 
Segundo a Sondagem do Consumidor, levantamento mensal feito pela pasta, a intenção de viajar de 
ônibus cresceu pelo quinto ano consecutivo e atingiu 14,1%, um recorde para o mês de fevereiro desde 
2011. Em comparação com o valor registrado em 2011, houve um crescimento de 56,6%. 
Ainda de acordo com o levantamento, para 7,9% dos entrevistados as próximas viagens deverão ser 
feitas em meios de transportes alternativos como vans, micro-ônibus e moto. O número mais do que 
dobrou em relação ao mesmo período do ano anterior quando foi registrado 2,6%. 
Para Luiz Martinez, presidente da Associação dos Microempreendedores Individuais do Transporte 
Turístico (Amettur), a nova resolução levará ao aumento das viagens em vans e micro-ônibus, uma vez 
que muitos transportadores vinham recusando serviços devido ao limite de 540 km para cada viagem. Os 
veículos devem ser cadastrados no Cadastur, do Ministério do Turismo. 
Outra mudança é a permissão para que transportadoras com capital social inferior a R$ 120 mil possam 
prestar o serviço de transporte turístico interestadual, ficando obrigadas a contratar o seguro garantia. 
Este era um pleito dos pequenos transportadores que não conseguiam comprovar o capital social, exigido 
anteriormente, aceito após negociações entre a categoria e a ANTT. 
 
EXEMPLOS DE VIAGENS INTERESTADUAIS QUE PODERÃO SER FEITAS: 
- Brasília (DF) x Caldas Novas (GO): 306 km 
 
4 15/03/2016 
Fonte: http://www.turismo.gov.br/%C3%BAltimas-not%C3%ADcias/6020-acaba-limite-de-quilometragem-para-viagens-em-vans-e-micro-%C3%B4nibus.html 
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- Rio de Janeiro (RJ) x São Paulo (SP): 432km 
- Barreirinhas (MA) x Jericoacoara (CE) :412km 
- Rio de Janeiro (RJ) x Campos do Jordão (SP): 336km 
- São Paulo (SP) x Brumadinho (MG): 545 km 
 
Transportes e correios puxam queda de 6,3% dos serviços5 
Liderado pelos segmentos de transportes, serviços auxiliares dos transportes e correios, o volume de 
serviços prestados no país fechou novembro de 2015 com queda de 6,3% na comparação com novembro 
de 2014. É a maior redução da série histórica iniciada 2012. 
Segundo dados da Pesquisa Mensal de Serviços (PMS), divulgados hoje (14) pelo Instituto Brasileiro 
de Geografia e Estatística (IBGE), o segmento de transportes e correios fechou novembro com queda de 
8,2% em relação a novembro de 2014, contribuindo com -2,6 pontos percentuais para a diminuição global 
do setor. 
A PMS indica, ainda, que, com a queda do setor de serviços, novembro fechou com retração 
acumulada no ano de -3,4% e os últimos doze meses (a taxa anualizada) com redução acumulada de 
3,1%. Já a receita nominal do setor encerrou novembro com recuo de 0,8% em relação a igual período 
do ano anterior, de 1,4% no acumulado do ano e de 1,8% na taxa anualizada (últimos 12 meses). 
 
Retração 
A pressão exercida pelo segmento de transportes, serviços auxiliares dos transportes e correios foi 
seguida por serviços de informação e comunicação com redução de 4,4% em relação a novembro de 
2014, contribuindo para a taxa global com retração de 1,6 ponto percentual; e dos serviços profissionais, 
administrativos e complementares (-1,3 ponto). Os serviços prestados às famílias e outros serviços 
apresentaram recuo de 6,6% e contribuição de -0,4 ponto percentual. Outros serviços fecharam novembro 
com redução de 7,4%. 
Com o resultado negativo de novembro, o setor manteve a sequência de resultados negativos 
registrados ao longo de 2015. A exceção foi março, quando o setor acusou crescimento de 2,3% sobre 
março de 2014. Quanto aos resultados por atividade, todos os segmentos registraram variações negativas 
 
Resultados regionais 
Os dados da Pesquisa Mensal de Serviços indicam que, em novembro, apenas cinco estados 
mostraram crescimento no volume de serviços na comparação novembro2015/novembro2014, com 
destaque para Roraima, com expansão de 10,9%, Mato Grosso (5,9%), Rondônia (4,1%), Tocantins 
(2,4%) e Pará (0,5%). Já as maiores variações negativas no volume de serviços foram observadas na 
Bahia (-17,9%), Amazonas (-15,0%) e Amapá (-14,7%). 
O IBGE também divulgou o comportamento do setor de serviços analisando separadamente as 
Atividades Turísticas, que encerraram novembro com redução de 1,9% sobre novembro de 2014, de -
2,2% no resultado acumulado do ano e também de -2,2% na taxa acumulada dos últimos 12 meses. 
Em termos regionais, ainda na análise das atividades turísticas, segundo as Unidades da Federação 
selecionadas, as variações positivas no ano no volume de serviços foram anotadas no Distrito Federal 
(5%), Goiás (3,2%) e Pernambuco (2,8%). 
Já as variações negativas ocorreram no Espírito Santo (-10%), Santa Catarina (-8,1%), Paraná (-6,2%), 
Bahia (-5,7%), Rio Grande do Sul (-4,4%), Ceará (-3,6%), Rio de Janeiro (-2,5%) e São Paulo (-2,4%). 
 
Política 
Sistema Político Brasileiro 
O sistema político brasileiro tem base nas ideias iluministas do pensador francês Montesquieu. O 
pensador defendeu a divisão do poder político em Legislativo, Executivo e Judiciário em sua obra “O 
Espírito das Leis”. Para ele o poder concentrado na mão do rei leva à tirania, então o Estado deveria 
dividi-lo em poder executivo (executa as leis, o governo), legislativo (cria as leis, o congresso) e judiciário 
(que julga e fiscaliza os poderes). 
No Brasil o voto é universal, ou seja, todo cidadão com a idade mínima de 16 anos pode participar do 
processo político e eleger seus representantes. O país é uma república federativa presidencialista, onde 
o Chefe de Estado, no caso o presidente, é eleito através do voto direto da população e os estados 
possuem autonomia política, com a possibilidade de criar leis específicas. 
 
5 14/01/2016 
Fonte: http://agenciabrasil.ebc.com.br/economia/noticia/2016-01/transportes-e-correios-puxam-queda-de-63-dos-servicos 
 
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Assim como na obra de Montesquieu o país possui a divisão do poder entre Executivo, representado 
pelo presidente da república, Legislativo, que é representado pelo congresso nacional e Judiciário que é 
representado pelo Supremo Tribunal Federal. 
 
Poder Executivo 
O poder executivo é compreendido pelo presidente da república e seus ministros de Estado no sistema 
federativo brasileiro, com atribuições e responsabilidades definidos pela constituição federal. Nos estados 
da federação e no distrito federal, o poder executivo é exercido pelos governadores e seus secretários, 
com atribuições e responsabilidades controlados pela constituição estadual. Nos municípios, os 
representantes do poder executivo são os prefeitos e seus secretários, que também possuem atribuições 
e responsabilidades, definidas na lei orgânica de cada município. 
O presidente, governadores e prefeitos são eleitos através de sufrágio (voto) universal. O eleitor tem 
o direito de escolher aquele que melhor se encaixa em sua visão política. Todos os candidatos devem 
ser filiados a um partido político e, quando eleitos, possuem mandato com tempo determinado. No Brasil 
as funções de presidente, governador e prefeito possuem duração de 4 anos cada, com a possibilidade 
de reeleição. Durante suas campanhas os candidatos discutem seus programas de governo e os rumos 
que pretendem dar ao país. 
Existem punições ao presidente da república em caso de crime de responsabilidade, como previsto na 
constituição federal, além de punição para infrações penais comuns. Para ser submetido a julgamento o 
presidente precisa ter acusação admitida por pelo menos dois terços da Câmara dos Deputados. Nos 
casos de infrações penais ele é julgado pelo Supremo Tribunal Federal e em caso de crimes de 
responsabilidade é julgado pelo Senado Federal. 
Entre as principais funções do presidente da república estão a execução de leis e expedição de 
decretos e regulamentos; prover cargos e funções públicas; promover a administração e a segurança 
públicas; emitir moeda; elaborar o orçamento e os planos de desenvolvimento econômico e social nos 
níveis nacional, regional e setoriais; exercer o comando supremo das forças armadas; e manter relações 
com estados estrangeiros. 
Além das funções executivas, o presidente conta ainda, em alguns casos, com poder legislativo. O 
poder pode ser aplicado em veto a leis aprovadas pelo Congresso Nacional e a edição de medidas 
provisórias com força de lei de aplicação e execução imediatas. 
Os ministros de estado e auxiliares diretos do presidente podem ser nomeados ou demitidos livremente 
por ele. Para assumir alguma das funções a pessoa deve ter no mínimo 21 anos de idade, brasileiros 
natos, e estar no exercício dos direitos políticos. Os ministros nomeados pelo presidente são responsáveis 
por diversas políticas de governo, em diversos campos de atuação, como educação, economia, cultura, 
finanças e justiça, entre diversos outros. Os ministros podem ser convocados para justificar seus atos 
perante a Câmara dos Deputados, o Senado ou qualquer uma de suas comissões para explicar atos ou 
programas. 
 
Poder Legislativo 
O Poder Legislativo é representado por pessoas que devem elaborar as leis que regulamentam o 
Estado, conhecidos por legisladores. Na maioria das repúblicas e monarquias o poder legislativo é 
formado por um congresso, parlamento, assembleia ou câmara. 
Seu objetivo é elaborar normas de abrangência geral ou em raros casos individual, que são 
estabelecidas aos cidadãos ou às instituições públicas nas suas relações recíprocas. 
Entre as principais funções do poder legislativo estão a de fiscalizar o Poder Executivo, votar 
leis orçamentárias e, em situações específicas, julgar determinadas pessoas, como o Presidente da 
república ou os próprios membros do legislativo. 
No Brasil, o Poder legislativo é exercido em âmbito federal, estadual e municipal. O Congresso 
Nacional é formados pela Câmara dos Deputados e o Senado Federal e é responsável pelo Poder 
Legislativo federal. Possui a função de elaborar e aprovar as leis do país, e também controlar os atos do 
executivo e impedir abusos pela fiscalização permanente. Nos estados é exercido pelas assembleias 
legislativas e nos municípios pelas câmaras municipais, ou de vereadores 
 
Poder Judiciário 
O Poder Judiciário é exercido pelos juízes e possui a capacidade e a prerrogativa de julgar, de acordo 
com as regras constitucionais e leis criadas pelo poder legislativo em determinado país. 
No Brasil, o judiciário não depende dos demais poderes nem possui controles externos de fiscalização. 
Sua função é a de aplicar a lei a fatos particulares e, por atribuição e competência, declarar o direito e 
administrar justiça. Além disso, pode resolver os conflitos que podem surgir na sociedade e tomar 
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decisões com base na constituição, nas leis, nas normas e nos costumes, que adapta a situações 
específicas. 
O poder judiciário possui a divisão entre a União(Federal) e os estados, com a denominação de justiça 
federal e justiça estadual, respectivamente. 
Entre os órgãos que formam o poder Judiciário estão o Supremo Tribunal Federal (STF), Superior 
Tribunal de Justiça (STJ), além dos Tribunais Regionais Federais (TRF), Tribunais e Juízes do Trabalho, 
Tribunais e Juízes Eleitorais, Tribunais e Juízes Militares e os Tribunais e Juízes dos estados e do Distrito 
Federal e Territórios. 
O STF é o órgão máximo do Judiciário brasileiro. Sua principal função é zelar pelo cumprimento da 
Constituição e dar a palavra final nas questões que envolvam normas constitucionais. É composto por 11 
ministros indicados pelo Presidente da República e nomeados por ele após aprovação pelo Senado 
Federal. 
Os juízes que atuam em tribunais superiores são nomeados pelo presidente da república, porem 
precisam de aprovação do Senado. Outros cargos são preenchidos através de concurso público. Os 
juízes têm cargo vitalício, não podem ser removidos e seus vencimentos não podem ser reduzidos. 
 
Papelão e substância cancerígena ou exagero? O que se sabe - e o que é dúvida - na Operação 
Carne Fraca6 
A BBC Brasil conversou com engenheiros de alimentos e especialistas em carnes para esclarecer o 
que pode e o que não pode ser adicionado no processamento de carnes e quais as preocupações que a 
investigação da PF deve despertar no consumidor. 
Para alguns deles, a maneira como a operação foi divulgada acabou gerando uma desconfiança 
"exagerada" sobre a carne brasileira. 
"A polícia agiu mal com a maneira como divulgaram tudo. Acho que houve um certo exagero, para 
precipitar a loucura que foi na imprensa ontem", disse à BBC Brasil o médico veterinário e especialista 
em carnes Pedro Eduardo de Felício, da Faculdade de Engenharia de Alimentos da Unicamp. 
A engenheira de alimentos Carmen Castillo, da ESALQ - USP (Escola Superior de Agricultura Luiz de 
Queiroz), pontua que alguns ingredientes citados nas acusações, como o ácido ascórbico, são 
necessários para o processamento dos alimentos e é preciso tomar cuidado para não "demonizá-los". 
"Não é problema usar esses ingredientes (em alimentos processados e embutidos), o problema é não 
respeitar os níveis permitidos na lei", disse à BBC Brasil. 
De acordo com a Polícia Federal, esse seria um dos delitos cometidos pelas empresas, que utilizavam 
ingredientes no processamento de carnes em quantidades acima do que determina a regulamentação. 
"Eles usam ácidos, outros ingredientes químicos, em quantidades muito superior à permitida por lei 
pra poder maquiar o aspecto físico do alimento estragado ou com mau cheiro", explicou o delegado da 
PF responsável pela investigação, Maurício Moscardi Grillo, em entrevista coletiva na sexta-feira. 
A operação deflagrada pela PF foi a maior de sua história e revelouque empresas do setor, incluindo 
as as gigantes JBS e a BRF, adulteravam a carne que vendiam no mercado interno e externo. 
A investigação também revelou um esquema de propinas e presentes dados pelos frigoríficos a fiscais 
do Ministério da Agricultura, que supostamente recebiam para afrouxar a fiscalização e liberar a 
comercialização de carne vencida e adulterada. 
Sobre as acusações, a JBS se manifestou dizendo que "é a maior interessada no fortalecimento da 
inspeção sanitária no Brasil", ressaltando que "no despacho da Justiça Federal que deflagrou a operação, 
não há qualquer menção a irregularidades sanitárias ou à qualidade dos produtos da JBS e de suas 
marcas." 
A BRF disse que "apóia a fiscalização do setor e o direito de informação da sociedade com base em 
fatos, sem generalizações que podem prejudicar a reputação de empresas idôneas e gerar alarme 
desnecessário na população." 
Exagero? 
O delegado Grillo explicou os problemas encontrados na carne das empresas investigadas pela 
operação - que iam desde mudar a data de vencimento e a embalagem de carnes estragadas, que eram 
usadas como matéria-prima para embutidos, até injetar água em frangos para alterar seu peso e mascarar 
a deterioração de carnes com o uso de ácido ascórbico. 
"São dois anos de análise de fatos, desde utilização de papelão por essas empresas - até essas que 
já citei de grande porte (JBS e BRF) - para colocar esse tipo de situação em comidas, pra fazer enlatados, 
e outras coisas que podem prejudicar a saúde humana. (...) Tudo isso mostra que o que interessa para 
esse grupo é o capitalismo, é o mercado, independente da saúde pública", disse. 
 
6 19/03/2017 – Fonte: http://www.bbc.com/portuguese/brasil-39317738 
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"Determinados produtos, cancerígenos até, em alguns casos, eram usados pra poder maquiar as 
características de um produto estragado ou com cheiro." 
Mas alguns especialistas ouvidos pela BBC Brasil avaliam o modo como as informações foram 
divulgadas como "sensacionalista". 
"A divulgação da operação foi muito sensacionalista. Essa é uma questão pontual. Estou nesse 
mercado, estudando e trabalhando, há 30 anos. Uma das empresas que dirijo importava carne do Uruguai 
e da Argentinos até 2012. Hoje, 100% da carne que usamos é produzida no Brasil porque melhorou muito 
a qualidade", afirma Sylvio Lazzarini, dono do restaurante Varanda Grill, em São Paulo. 
Já Felício ressaltou a importância da investigação e disse que a operação revela um problema no 
setor, que "precisa de uma renovação no sistema de fiscalização". Ele destaca, porém, que é preciso 
esclarecer melhor as informações divulgadas sobre ingredientes comuns na indústria de carnes, como o 
ácido ascórbico, "que é utilizado no mundo todo". 
Tanto Felício quanto Lazzarini apontaram o fato de que, ao anunciar a operação, a PF não explicitou 
quais infrações foram cometidas por quais empresas, o que facilitaria uma "generalização" do problema. 
A BBC Brasil procurou a Polícia Federal, mas não obteve resposta até o fechamento dessa 
reportagem. 
 
Papelão 
Ao anunciar a operação, a PF mencionou que empresas envolvidas no esquema de corrupção 
"usavam papelão para fazer enlatados (embutidos)". 
Em uma das ligações telefônicas citadas no relatório da Polícia, funcionários da BRF falam sobre o 
uso de papelão na área onde produzem CMS (carne mecanicamente separada, comumente usada na 
produção de salsichas). 
No áudio, é possível ouvir: 
Funcionário: o problema é colocar papelão lá dentro do cms também né. Tem mais essa ainda. Eu vou 
ver se eu consigo colocar em papelão. Agora se eu não consegui em papelão, daí infelizmente eu vou ter 
que condenar. 
Luiz Fossati (gerente de produção da BRF): ai tu pesa tudo que nós vamos dar perda. Não vamos 
pagar rendimentos isso. 
Pedro Felício acredita que a referência ao papelão não foi feita como ingrediente para o processamento 
da carne. "Acho muito difícil isso ter acontecido. O que acontece é que tem áreas dentro das indústrias 
que são chamadas de áreas limpas, onde não podem entrar embalagens secundárias, como caixas de 
papelão", diz. 
"Na gravação que ouvi, duas pessoas falavam em entrar com uma embalagem de papelão na área 
limpa. Evitar papelão nessas áreas faz parte das boas práticas de manufatura, mas não fazer isso não é 
o mesmo que usar papelão dentro da salsicha." 
Em nota, a empresa BRF afirmou que "houve um grande mal entendido na interpretação do áudio 
capturado pela Polícia Federal". 
A empresa afirma que um de seus funcionários falava que tentaria embalar a carne em papelão. O 
produto é embalado normalmente em plásticos. 
"Na frase seguinte, ele deixa claro que, caso não obtenha a aprovação para a mudança de embalagem, 
terá de condenar o produto, ou seja, descartá-lo", afirma a empresa. 
 
Ácido ascórbico 
O ácido ascórbico - a popular vitamina C - também foi citado pelo delegado da PF como algo utilizado 
para "maquiar" o aspecto da carne. 
"Eles usam ácido ascórbico e outras substâncias na carne pra maquiar essa imagem ruim que ficaria 
se ela fosse expostas dessa forma. Inclusive cancerígenas. Então se usa esses produtos multiplicados 
cinco, seis vezes pela quantia permitida pela lei para que não dê cheiro, e o aspecto de cor fique bom 
também", disse Grillo. 
A partir daí, muitas pessoas entenderam que o ácido ascórbico é uma substância potencialmente 
cancerígena. 
De acordo com a OMS, ela pode contribuir com distúrbios gastrointestinais, cálculos renais e outros 
problemas de saúde se for consumida em excesso e por longos períodos de tempo, mas não há 
evidências de relação direta com o câncer. 
Falta saber que substâncias cancerígenas estariam sendo usadas e por quais empresas, de acordo 
com a investigação da Polícia Federal. 
Os especialistas alertam que o uso de ácido ascórbico na carne não é problema. 
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"O uso dele tem benefícios e não é para mascarar carne adulterada. Ele tem uma função nas carnes 
processadas como antioxidante, ajuda a melhorar a estabilidade do sabor e reduzir o teor de nitrito 
residual. O nitrito é um aditivo para realizar a cura, que é uma etapa importante no processamento da 
maior parte dos produtos processados. Todo ingrediente não cárneo tem função a cumprir no 
processamento de alimentos", afirmou Carmen Castillo. 
Pedro Eduardo de Felício pontua que o ácido ascórbico "evita que a carne fique com uma coloração 
marrom" e que "isso é feito no mundo todo". 
A substância, segundo Felício, conseguiria mascarar a deterioração da carne no princípio, quando ela 
só tem algumas manchas, mas não quando o estado é mais avançado. 
De qualquer forma, ela só deve ser usada somente em produtos embutidos como parte de seu 
processamento, e não nas carnes que são vendidas como matéria-prima para estes produtos - nem nas 
carnes compradas no supermercado. 
"A carne usada como matéria-prima não deve ter qualquer aditivo, nem o ácido ascórbico. Se a Polícia 
achou isso, não deveria acontecer", diz. 
 
Salsicha de peru sem peru 
A descoberta de que, no Paraná, alunos da rede pública estadual consumiram salsicha de peru sem 
carne de peru - preenchida com proteína de soja, fécula de mandioca e carne de frango - deu início à 
investigação de dois anos. 
"Muitas vezes verificou-se a falta de proteína, por exemplo, numa merenda escolar, trocada por fécula 
de mandioca ou então a proteína da soja, que é muito mais barata do que a carne, então substituía. 
Muitas vezes até tinha a quantidade de proteína suficiente, mas não era a proteína da carne, era proteína 
de outro alimento, que não traz as mesmas substâncias pro corpo humano como a carne", afirmou o 
delegado. 
O uso de soja e de féculade mandioca são comuns na produção de embutidos em todo o mundo, 
segundo os especialistas, porém é preciso respeitar as quantidades determinadas pela lei. 
"É preciso observar as quantidades usadas, porque elas só podem ser usadas dentro dos limites da 
lei. Senão, você tem um produto de carne que tem predominância de matérias-primas não cárneas", diz 
Felício. 
 
Injeção de água no frango 
Segundo a PF, fiscais teriam descoberto que frangos da empresa BRF, a maior exportadora de frango 
do mundo, teriam "absorção de água superior ao índice permitido". 
"Injetar água no frango é um problemão com o qual o Brasil vive e luta contra há muito tempo. Há oito 
anos que o Ministério da Agricultura é cobrado pelo Ministério Público que o frango não pode ter mais de 
8% de água", afirma Felício. 
"É uma luta difícil. Eu não duvido que isso aconteça muito por aí, mas existe um esforço para 
combater." 
A prática não chega a ser prejudicial à saúde, mas altera o peso da carne. "É uma fraude econômica", 
diz o engenheiro. 
 
Cabeça de porco 
O uso da carne de cabeça de porco ou de boi em linguiças é discutido em uma das ligações 
interceptadas entre os sócios do frigorífico Peccin e é proibido no Brasil. "Usavam cabeça de porco, animal 
morto, tudo para fazer esse tipo de produtos, principalmente esses derivados, salsicha, linguiça, e outros 
produtos", afirmou Grillo. 
A utilização de cabeça de porco é admitida em outros países, segundo Felício. "Não será a melhor 
linguiça do mundo, mas não é prejudicial à saúde. Será um produto comestível, mas de categoria inferior." 
"No Brasil, essa carne é considerada como matéria-prima nas formulações de embutidos cozidos, 
como mortadela, mas não em linguiças, que são cruas." 
 
O consumidor deve se preocupar? 
Segundo Sylvio Lazzarini, as irregularidades encontradas pela Polícia Federal devem ser punidas, mas 
não representam a totalidade dos produtos feitos no Brasil e vendidos em supermercados e restaurantes. 
"A carne brasileira evoluiu muito nos últimos anos e é muito segura. Senão o Brasil não exportaria para 
os países asiáticos, e muito menos para os EUA, que tem um dos maiores controles fitossanitários do 
planeta", diz Lazzarini. 
Para o empresário, "irregularidades desse nível existem em todo o mundo porque bandidos existem 
em todo lugar". 
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O Ministério da Agricultura divulgou nota também para acalmar os ânimos dos consumidores. 
"O Serviço de Inspeção Federal é considerado um dos mais eficientes e rigorosos do mundo. Tem um 
quadro de 2.300 servidores e inspeciona 4.837 unidades produtoras habilitadas para exportação para 160 
países. Foi com este Serviço que construímos uma reputação de excelência na agropecuária e 
conseguimos atender às exigências rigorosas de diferentes nações", afirma a pasta. 
O delegado da PF chegou a ser questionado na coletiva de imprensa se seria correto afirmar que 
"quase nenhum produto no mercado hoje está 100% livre dessas possíveis fraudes". Ele respondeu com 
cautela, mas não escondeu sua preocupação. 
"É possível que a gente tenha consumido alimentos de baixa qualidade, no mínimo, com qualidade 
inferior do que deveria ser fornecido." 
"Hoje é realmente complicado. Tenho ido ao mercado e passeio um bom tempo até escolher um 
produto, mudou esse aspecto na minha vida. É difícil porque a confiança que a gente tem nas empresas, 
pelo menos da minha parte, mudou muito. São empresas que a gente considerava corretas, então 
assusta. Obviamente deve ter empresas sérias, corretas, mas na investigação foi assim, foi aparecendo 
uma, depois outra. Acho que a gente pode dizer que todas as empresas que a gente teve o azar ou a 
sorte de investigar tiveram problemas sérios. Foram quase 40." 
Para evitar problemas, Pedro Eduardo de Felício afirma que os consumidores devem conferir se os 
estabelecimentos de onde compram carne vendem produtos com certificação de origem e de inspeção, 
mesmo após as acusações de corrupção de inspetores federais. 
"Este escândalo é de desvio de conduta de 33 funcionários, que foram afastados, entre mais de quatro 
mil inspetores. E o Ministério da Agricultura estar tomando atitudes para corrigir o problema. A partir de 
agora, todo mundo vai ficar alerta." 
"Os erros que foram cometidos devem ser comprovados e punidos, com certeza. Mas eu não acredito 
que essas acusações possam ser generalizadas, acho que esse foi problema localizado e o governo terá 
que resolver", diz. 
 
Seis perguntas para entender a operação Carne Fraca7 
A Polícia Federal deflagrou, na manhã da última sexta-feira (17/03) a operação Carne Fraca, destinada 
a combater a venda ilegal de carnes no país. A operação, a maior já realizada pela PF, contou com o 
trabalho de mais de mil agentes, em sete Estados. Revelou uma extensa rede de corrupção - da qual 
participavam empresários e dezenas de inspetores do governo - criada para garantir a comercialização 
de carnes adulteradas e com data de validade vencida. A investigação implicou mais de 30 empresas, 
entre elas as gigantes JBS e BRF - donas de marcas como Friboi, Sadia e Perdigão. As duas figuram 
entre as maiores exportadoras mundiais de carne. Negam ter cometidos essas irregularidades. 
 
O que houve? 
De acordo com a Polícia Federal, ao menos 30 empresas produtoras de carne no Brasil adulteravam 
a data de validade dos produtos comercializados. Para mascarar a aparência e o cheiro ruim da carne 
vencida, eram usados produtos químicos - o ácido ascórbico e o ácido sórbico. As empresas também 
injetavam água nas peças, para aumentar o peso dos produtos, e acrescentavam papelão no preparo de 
embutidos. As carnes chegavam aos supermercados graças ao pagamento de propina a fiscais do 
Ministério da Agricultura, que afrouxavam a vigilância. Nem sempre a propina envolvia dinheiro - até 
mesmo caixas de carnes, frango e botas foram dadas como forma de pagamento pela vista grossa das 
autoridades. 
 
Havia envolvimento de políticos? 
Segundo a Polícia Federal, a propina paga aos fiscais acabava alimentando os cofres de PP e PMDB. 
A polícia, no entanto, ainda não conseguiu estabelecer por que essa divisão acontecia. Um dos envolvidos 
no caso é o ministro da Justiça Osmar Serraglio (PMDB- PR). Ele aparece em grampos interceptados 
pela PF, conversando com Daniel Golçalves Filho, fiscal agropecuário e líder do esquema criminoso. Na 
época, Serraglio ainda não era ministro, e a PF, apesar dos telefonemas, não encontrou indícios de crime 
em sua conduta. Nas interceptações, também foram citados outros parlamentares do PMDB do Paraná - 
como o deputado federal Sérgio Souza, da Frente Parlamentar da Agropecuária. 
 
Quem comer a carne vencida vai ficar doente? 
Não necessariamente - a carne que já passou da data de validade não tem uma aparência muito 
diferente da carne boa, caso mantida sob refrigeração adequada. O que muda é o gosto, que logo 
 
7 18/03/2017 – Fonte: http://epoca.globo.com/brasil/noticia/2017/03/seis-perguntas-para-entender-operacao-carne-fraca.html 
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denuncia o produto ruim. Segundo especialistas consultados pelo jornal Folha de S. Paulo, haverá 
problema se tiverem se proliferado, no produto, colônias de bactérias potencialmente nocivas, como 
coliformes fecais. Nesse caso, o consumo da carne pode provocar enjoos, vômito e diarreia. 
 
Para onde toda essa carne foi vendida? 
As carnes eram comercializadas em todo o país e também exportadas. A agência de notícias 
Bloomberg destacou que o esquema envolvia inclusive uma carga de carnes contaminada com salmonela 
e que estava a caminho da Europa. 
 
E o mercado externo? Como reagiu? 
Na sexta-feira, quando foi deflagrada a operação, as ações da JBS caíra10,6% e as da BRF caíram 
7,3%. Em parte, pesou contra elas a má repercussão internacional do caso. O jornal americano The New 
York Times chegou a dizer que o caso abala um dos poucos pilares ainda seguros da instável economia 
brasileira, o agronegócio. 
 
Haverá punições? 
Por ora, a Justiça Federal do Paraná já decretou o bloqueio de R$1 bi em bens das investigadas. A 
Polícia Federal também cumpriu 38 mandados de prisão - 34 deles para funcionários públicos. Foram 
detidos, também, quatro executivos das empresas envolvidas. Entre eles, o gerente de Relações 
Institucionais e Governamentais da BRF Brasil, Roney Nogueira dos Santos, e o diretor da BRF André 
Luiz Baldissera. 
 
Defesa de Temer sinaliza que tentará anular depoimentos da Odebrecht8 
A defesa de Michel Temer já sinalizou na última quarta-feira (01/03) que pode pedir a nulidade dos 
depoimentos de executivos da construtora Odebrecht na ação que corre no Tribunal Superior Eleitoral 
(TSE) e pede a cassação da chapa Dilma-Temer. 
A pedido do advogado do presidente, Gustavo Guedes, foi registrado em ata complementar da 
audiência de Marcelo Odebrecht o que ele chamou de "alerta" sobre a nulidade dos depoimentos de 
executivos da Odebrecht. 
A defesa de Temer apresentou uma questão de ordem, antes do início do depoimento de Marcelo 
Odebrecht, alegando que houve uma mudança de entendimento do tribunal em relação aos depoimentos 
de delatores da Lava Jato. 
Como exemplo, a defesa do presidente cita depoimento de Ricardo Pessoa (ex-UTC) em 2015, que 
foi ouvido pela antiga relatora da ação ministra Maria Thereza quando o sigilo de sua delação havia sido 
revogado pelo Supremo Tribunal Federal. 
O advogado Gustavo Guedes complementou sua argumentação afirmando que a defesa não teve 
acesso prévio à delação de Marcelo Odebrecht por ela estar sob sigilo – e, por isso, não pôde se preparar. 
E, por fim, alegou que os pedidos de depoimentos da Odebrecht na ação teriam sido feitos na ação no 
TSE baseados em vazamentos de trechos delações. 
Por isso, a defesa pediu para registrar que, na sua avaliação, os depoimentos podem se tornar nulos 
 
Temer resiste em avalizar aposentadoria especial para policiais9 
Nas conversas políticas em que participou durante o fim de semana com aliados, o presidente Michel 
Temer demonstrou resistência em relação à proposta de manter uma aposentadoria especial para 
policiais. Essa proposta chegou a ser apresentada por deputados preocupados com a resistência desta 
categoria. 
Temer, entranto, foi claro. Segundo ele, não é possível criar exceções para certas categorias. O 
peemedebista reconheceu o fator risco do exercício da profissão, mas avalia que as compensações 
devem ser feitas enquanto o policial estiver na ativa. 
Nessas conversas do fim de semana também foi proposta a antecipação de pontos da reforma 
trabalhista antes da reforma da Previdência. Temer, porém, ainda não bateu o martelo. 
 
 
 
 
 
 
8 06/03/2017. Fonte: http://g1.globo.com/politica/blog/andreia-sadi/post/defesa-de-temer-sinaliza-que-tentara-anular-depoimentos-da-odebrecht.html 
9 06/03/2017. Fonte: http://g1.globo.com/politica/blog/blog-do-camarotti/post/temer-resiste-em-avalizar-aposentadoria-especial-para-policiais.html 
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Delação da Odebrecht envolve 24 senadores; veja quem são os citados10 
Executivos e ex-dirigentes da construtora narraram suspeitas em delações premiadas. 
O ministro Edson Fachin, relator da Operação Lava Jato no Supremo Tribunal Federal, autorizou a 
Procuradoria Geral da República (PGR) a investigar 24 senadores, além de 8 ministros, 3 governadores 
e 39 deputados. Os pedidos se baseiam na chamada lista de Janot, feita com base em delações de ex-
executivos da Odebrecht. 
Veja os nomes dos senadores investigados: 
Eunício Oliveira (PMDB-CE), presidente do Senado 
Qual a suspeita: De acordo com a delação de funcionários da Odebrecht, o presidente do Senado 
recebeu R$ 2 milhões para facilitar a conversão de medidas provisórias em lei. 
O que ele diz: "Não tenho nenhuma informação sobre os nomes nem sobre os inquéritos. Os homens 
públicos têm que estar sempre atentos e sem medo de fazer os enfrentamentos que a vida a pública nos 
oferece. Vamos tocar a pauta do Senado naturalmente. Vamos tocar a pauta com naturalidade." 
 
Antônio Anastasia (PSDB-MG), senador 
Qual a suspeita: Citado em um dos inquéritos que tratam do senador Aécio Neves, Anastasia é 
suspeito de receber vantagens indevidas em forma de doações de campanha eleitoral em 2009 e 2010. 
O que ele diz: "Em toda sua trajetória, Anastasia nunca tratou de qualquer assunto ilícito com 
ninguém." 
 
Romero Jucá Filho (PMDB-RR), senador 
Qual a suspeita: Citado em cinco inquéritos, o senador Romero Jucá é suspeito de receber dinheiro 
em troca da aprovação de leis que interessavam a Odebrecht. 
O que ele diz: "Sempre estive e sempre estarei à disposição da Justiça para prestar qualquer 
informação. Nas minhas campanhas eleitorais sempre atuei dentro da legislação e tive todas as minhas 
contas aprovadas." 
 
Aécio Neves da Cunha (PSDB-MG), senador 
Qual a suspeita: Citado em cinco inquéritos, ele é suspeito de receber vantagens indevidas para 
favorecer a Odebrecht em obras como das usinas de Jirau e fraudes em licitação em MG. 
O que ele diz: A assessoria do senador informa, em nota, que ele "considera importante o fim do sigilo 
sobre o conteúdo das delações, iniciativa solicitada por ele ao ministro Edson Fachin na semana passada, 
e considera que assim será possível desmascarar as mentiras e demonstrar a absoluta correção de sua 
conduta". A assessoria também afirmou que "é falsa e absurda a acusação de que Aécio teria participado 
de algum ato ilícito envolvendo a licitação ou as obras da Cidade Administrativa de Minas Gerais". 
 
Renan Calheiros (PMDB-AL), senador 
Qual a suspeita: Citado em quatro inquéritos, o senador é suspeito de pedir propina para a campanha 
do filho ao governo de Alagoas, pedir propina para facilitar a implementação de leis de interesse da 
Odebrecht e pedir propina para facilitar obras da construtora no sertão alagoano. 
O que ele diz: "A abertura dos inquéritos permitirá que eu conheça o teor das supostas acusações 
para, enfim, exercer meu direito de defesa sem que seja apenas baseado em vazamentos seletivos de 
delações. Um homem público sabe que pode ser investigado. Mas isso não significa condenação prévia 
ou atestado de que alguma irregularidade foi cometida. Acredito que esses inquéritos serão arquivados 
por falta de provas, como aconteceu com o primeiro", diz, em nota. 
 
Fernando Bezerra Coelho (PSB-PE), senador 
Qual a suspeita: Segundo delações de Ariel Parente Costa, Alexandre Biselli, Cláudio Melo Filho, 
Fabiano Rodrigues Munhoz, Benedicto Barbosa da Silva Júnior e João Antônio Pacífico Ferreira, em 
2013, o então ministro de Integração Nacional, Fernando Bezerra Coelho, recebeu valores que 
totalizaram R$ 1,05 milhão por intermédio de Iran Padilha, indicado pelo próprio Bezerra. 
O que ele diz: "A defesa afirma que não foi oficialmente comunicada, tampouco teve acesso à referida 
investigação. Fernando Bezerra mantém-se, como sempre esteve, à disposição das autoridades a fim de 
prestar quaisquer esclarecimentos que elas possam necessitar." 
 
 
10 G1. Delação da Odebrecht envolve 24 senadores; veja quem são os citados. Disponível em: < http://g1.globo.com/politica/operacao-lava-jato/noticia/delacao-da-
odebrecht-envolve-24-senadores-veja-quem-sao-os-citados.ghtml> Acesso em 12 de abril de 2017. 
 
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Paulo Rocha (PT-PA), senador 
Qual a suspeita: Segundo as delações deFernando Luiz Ayres da Cunha Santos Reis e Mário Amaro 
da Silveira, ele é suspeito de solicitar vantagens indevidas não contabilizadas para a campanha eleitoral 
de Helder Barbalho ao governo do Pará, em 2014. 
O que ele diz: "Todos os recursos da minha companha de 2014 para o Senado Federal foram 
repassados pela direção nacional e estadual do Partido dos Trabalhadores e estão todos declarados nas 
prestações de contas junto ao TRE. A utilização desses recursos, empresas doadoras e doadores 
individuais, enfatizo, obedeceram estritamente às normas da legislação eleitoral em vigor daquele ano." 
 
Humberto Costa (PT-PE), senador 
Qual a suspeita: Segundo delações de Marcelo Odebrecht, Rogério Santos de Araújo, Márcio Faria 
da Silva, César Ramos Rocha, Hilberto Mascarenhas Alves da Silva Filho e Luiz Eduardo da Rocha 
Soares, Humberto Costa foi indicado como sendo o “Drácula” na planilha de propinas e é suspeito de 
solicitar vantagem indevida em um contrato superfaturado entre a empreiteira e a Petrobras. Ele é 
suspeito de ter recebido um pagamento de R$ 590 mil. 
O que ele diz: Em nota, diz que "espera a conclusão de inquérito aberto há mais de dois anos pelo 
STF, e para o qual a Polícia Federal já se manifestou em favor do arquivamento - aguarda ter acesso aos 
novos documentos para reunir as informações necessárias à sua defesa". "O senador, que já abriu mão 
de todos os seus sigilos, se coloca, como sempre o fez, à disposição das autoridades para todos os 
esclarecimentos necessários." 
 
Edison Lobão (PMDB-PA), senador 
Qual a suspeita: segundo depoimento de Henrique Serrano do Prado Valladares, o senador recebeu 
R$ 5,5 milhões para interferir junto ao governo federal para anular a adjudicação da obra referente à Usina 
Hidrelétrica de Jirau. 
O que ele diz: o advogado Antonio Carlos de Almeida Castro, que defende Lobão, diz que agora 
poderá, em inquérito, fazer o "enfrentamento" das denúncias. O senador nega as denúncias e comprovará 
que os acusadores não têm prova ou indício do que dizem, segundo o advogado. 
 
Cássio Cunha Lima (PSDB-PB), senador 
Qual a suspeita: O senador é suspeito de receber R$ 800 mil em vantagens indevidas para favorecer 
a Odebrecht. Segundo o inquérito, as declarações de Alexandre José Lopes Barradas e Fernando Luiz 
Ayres da Cunha Santos Reis são de que a soma foi solicitada pelo senador paraibano, "então candidato 
ao governo do Estado da Paraíba, com a expectativa de receber futura contrapartida e de realizar obra 
de saneamento naquele Estado". 
O que ele diz: "Eu recebi, sim, uma doação da Braskem, que é do grupo Odebrecht, na campanha de 
2014. Essa doação foi devidamente declarada na minha prestação de contas. Acontece que agora o 
Ministério Público Federal está pedindo ao Supremo investigação, até mesmo, nessas doações legais 
porque começa a surgir suspeitas de que alguns partidos fizeram lavagem de dinheiro através das 
doações partidárias. E, cá para nós, tem que investigar, sim, até o fim, para que tudo seja devidamente 
esclarecido", afirma, em postagem nas redes sociais. 
 
Jorge Viana (PT-AC), senador 
Qual a suspeita: Segundo delações de Hilberto Mascarenhas e Marcelo Odebrecht, Jorge Viana é 
suspeito de pedir R$ 2 milhões para a campanha de seu irmão, Tião Viana (PT) ao governo do Acre em 
2010. 
O que ele diz: "Sobre o envolvimento do meu nome e do governador Tião Viana, não há nenhuma 
denúncia de corrupção contra nós, mas questionamentos sobre a arrecadação da campanha em 2010. 
Vamos provar na Justiça o que dissemos antes: nossas campanhas foram dentro da lei e feitas com 
dinheiro limpo." 
 
Lídice da Mata (PSB-BA), senadora 
Qual a suspeita: Segundo delação de José de Carvalho Filho, a construtora repassou R$ 200 mil não 
contabilizados à campanha dela ao Senado em 2010. 
O que ela diz: "Acho muito importante essa autorização do Supremo para a devida abertura dos 
inquéritos. Espero que agora haja a quebra do sigilo de todo o processo, como ja havia solicitado. Tenho 
a consciência tranquila e a confiança de que tudo será esclarecido. A seriedade da minha vida pública 
fala por mim. Quem não deve não teme." 
 
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Ciro Nogueira (PP-PI), senador 
Qual é a suspeita: Segundo o Ministério Público, Nogueira procurou José de Carvalho Filho, Cláudio 
Melo Filho, Benedicto Barbosa da Silva Júnior e Carlos José Fadigas de Souza Filho para solicitar 
quantias para sua campanha eleitoral e para o PP. O senador recebeu R$ 300 mil em 2010, quando ainda 
era deputado federal, e R$ 1,3 milhão em 2014, parcelado em duas vezes. A quantia foi repassada através 
do setor de Operações Estruturadas do grupo Odebrecht. O codinome de Nogueira era "Cerrado". 
O que ele diz: Assessores disseram não ter localizado o deputado. 
 
Dalírio José Beber (PSDB-SC), senador 
Qual a suspeita: Segundo o Ministério Público, Dalírio Beber é suspeito de articular o repasse de R$ 
500 mil ao então candidato, e agora prefeito de Blumenau, Napoleão Bernardes, de quem participava da 
campanha em 2012. A Odebrecht buscava o apoio de candidatos com maiores chances para garantir a 
manutenção dos contratos de saneamento de água e esgoto no município. 
O que ele diz: "Recebo com surpresa a inserção do meu nome no rol dos investigados. Não tive, até 
o presente momento, qualquer acesso ao processo para conhecer o conteúdo do que me é atribuído. 
Rechaço com veemência toda e qualquer denúncia de prática de ilícitos. Estou indignado, mas 
absolutamente tranquilo, pois minha consciência em nada me acusa. Digo à sociedade brasileira, em 
especial, aos catarinenses, que sempre confiaram em mim, que espero que rapidamente a verdade seja 
restabelecida. Neste momento, coloco-me inteiramente à disposição da Justiça." 
 
Ivo Cassol (PP-RO), senador 
Qual a suspeita: Segundo o delator Henrique Serrano do Prado Valladares, o senador Ivo Cassol 
recebeu "vantagem indevida" de R$ 2 milhões quando era governador de Rondônia por "favorecimento 
nos procedimentos administrativos" referentes à execução das obras da usina hidrelétrica de Santo 
Antonio. 
O que ele diz: O senador afirma que sempre foi contra a isenção de impostos das usinas de Jirau e 
Santo Antônio desde 2011 e que vai aguardar. “Mas eu posso dizer que para as usinas ou para a 
campanha, eu não sei, se é algo do partido a nível nacional. Não tenho conhecimento do que é o inquérito, 
então, por enquanto, eu não sei. Foi citado meu nome e eu só sei que eu peitei e não demos isenção de 
imposto aí.” 
 
Lindbergh Farias (PT-RJ), senador 
Qual a suspeita: De acordo com o Ministério Público, os colaboradores relataram que o senador 
recebeu vantagens indevidas não contabilizadas durante a campanha eleitoral dos anos de 2008 e 2010, 
nos valores respectivos de R$ 2 milhões e R$ 2,5 milhões. 
O que ele diz: "Mais uma vez confiarei que as investigações irão esclarecer os fatos e, assim como 
das outras vezes, estou convicto que o arquivamento será o único desfecho possível para esse processo. 
Novamente justiça será feita." 
 
Vanessa Grazziotin (PCdoB-AM), senadora 
Qual a suspeita: Segundo o depoimento de Fernando Luiz Ayres da Cunha Santos Reis, Vanessa 
Grazziotin teria recebido repasses da Odebrecht em 2012, a pretexto de doação para sua campanha 
eleitoral, mas sem o registro oficial. 
O que ela diz: "A senadora esclarece que as doações feitas para suas campanhas foram oficiais, 
declaradas e posteriormente aprovadas pela Justiça Eleitoral." 
 
Kátia Abreu (PMDB-TO), senadora 
Qual a suspeita: Segundo delação de Cláudio Melo Filho, José de Carvalho Filho, Fernando Luiz 
Ayres da Cunha Santos Reis e Mário Amaro da Silveira, a senadora Kátia Abreu é suspeita de ter recebido 
R$ 500 mil, divididos em duas parcelas, em sua campanha eleitoral de 2014 ao Senado, por intermédiode Moisés Pinto Gomes. 
O que ela diz: "Lamentavelmente, por desconhecer o conteúdo da decisão do ministro Edson Fachin, 
não tenho, neste momento, elementos suficientes que me permitam rebater as supostas acusações feitas 
contra mim e o meu marido, mas afirmo categoricamente que, em toda a minha vida pública, nunca 
participei de corrupção e nunca aceitei participar de qualquer movimento de grupos fora da lei. Estarei à 
disposição para prestar todos os esclarecimentos necessários de maneira a eliminar qualquer dúvida 
sobre a nossa conduta. Sigo trabalhando no Senado pelo Brasil e pelo Tocantins. Minha história e minha 
correção são a base fundamental da minha defesa." 
 
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. 15 
Fernando Collor de Mello (PTC-AL), senador 
Qual a suspeita: De acordo com depoimentos de Fernando Luiz Ayres da Cunha Santos Reis e 
Alexandre José Lopes Barradas, o senador recebeu R$ 800 mil não contabilizados para sua campanha 
eleitoral em 2010, pagos pelo Setor de Operações Estruturadas do Grupo Odebrecht. 
O que ele diz: a assessoria do senador disse que ele não vai se pronunciar no momento. 
 
José Serra (PSDB-SP), senador 
Qual a suspeita: Segundo delações de Arnaldo Cumplido de Souza Couto, Benedicto Barbosa da 
Silva Júnior, Carlos Armando Guedes Paschoal, Luiz Eduardo da Rocha Soares, Roberto Cumplido, Fábio 
Andreani Gandolfo e Pedro Augusto Ribeiro Novis, Serra é suspeito de receber doações ilegais em troca 
de facilidades em contratos no estado. 
O que ele diz: Em nota, o senador José Serra afirma que não cometeu nenhuma irregularidade e que 
suas campanhas foram conduzidas pelo partido na forma da lei. Segundo ele, a abertura do inquérito pelo 
STF servirá como oportunidade de demonstrar essas afirmações e a lisura de sua conduta. 
 
Eduardo Braga (PMDB-AM), senador 
Qual a suspeita: Segundo o delator Arnaldo Cumplido de Souza e Silva, Eduardo Braga recebeu R$ 
1 milhão quando era governador do Amazonas da Odebrecht, dinheiro relativo à construção da Ponte do 
Rio Negro. 
O que ele diz: O senador desconhece o conteúdo das informações que levaram a PGR a pedir 
abertura de inquérito. "Vale destacar que a abertura de inquérito não significa que os investigados 
respondam por qualquer tipo crime. O senador Eduardo Braga, em caso de notificação, prestará todas as 
informações necessárias à Justiça." 
 
Omar Aziz (PSD-AM), senador 
Qual a suspeita: Segundo o delator Arnaldo Cumplido de Souza e Silva, José Lopes, empresário 
ligado a Omar Aziz, fazia pedidos de pagamentos à Odebrecht para favorecer o consórcio da empresa 
na construção da Ponte do Rio Negro. 
O que ele diz: "Ninguém tem mais interesse do que eu na conclusão deste inquérito. Não tenho e 
nunca tive nenhum tipo de relação com a Odebrecht. Essa empresa não teve sequer contratos ou 
pagamentos recebidos no meu governo. Também não recebi nenhum centavo deles em campanha 
eleitoral. O jornal 'O Globo' já inclusive publicou que, no documento divulgado pelo ministro Fachin, não 
há qualquer referência de valor em meu nome." 
 
Valdir Raupp (PMDB-RO), senador 
Qual a suspeita: Segundo os delatores Henrique Serrano do Prado Valladares e Augusto Roque Dias 
Fernandes Filho, o senador Valdir Raupp foi um dos destinatários de um "fundo" do Grupo Odebrecht e 
da Construtora Andrade Gutierrez de até R$ 20 milhões devido à execução das obras da Hidrelétrica de 
Santo Antonio, no Rio Madeira. 
O que ele diz: "Afirma que recebeu com tranquilidade a sua citação na lista do ministro Fachin 
publicada no dia de hoje, baseada em declarações de delatores que no desespero falam e ninguém pode 
impedir. Este será o momento que o senador terá para provar que as doações legais destinadas ao 
Partido foram declaradas e aprovadas pela Justiça Eleitoral." 
 
Ricardo Ferraço (PSDB-ES), senador 
Qual a suspeita: Segundo os executivos da Odebrecht Sérgio Luiz Neves e Benedicto Júnior, foi pago 
caixa dois de R$ 400 mil para a campanha do capixaba ao Senado em 2010 por meio do setor de 
operações estruturadas da construtora. 
O que ele diz: "Foi com absoluta perplexidade e indignação que eu recebi a informação de que meu 
nome está incluído na chamada lista do Fachin. Toda minha campanha foi declarada e como poderão 
constatar na prestação de contas no TSE, esta empresa não foi doadora. Nunca tratei qualquer assunto 
com essas pessoas e tampouco autorizei que alguém tratasse. Acionarei esses mentirosos judicialmente 
para que provem as acusações." 
 
 
 
 
 
 
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Delação da Odebrecht envolve 8 ministros; veja quem são os citados11 
Executivos e ex-dirigentes da construtora narraram suspeitas nas delações premiadas. 
O ministro Edson Fachin, relator da Operação Lava Jato no Supremo Tribunal Federal, autorizou a 
Procuradoria Geral da República (PGR) a investigar 8 ministros, 3 governadores, 24 senadores e 39 
deputados. Os pedidos se baseiam na chamada lista de Janot, feita com base em delações de ex-
executivos da Odebrecht. 
Veja os nomes dos ministros do governo do presidente Michel Temer: 
 
Eliseu Padilha (PMDB-RS), ministro da Casa Civil 
Qual a suspeita: Segundo delação de Marcelo Odebrecht, Padilha cobrava propinas para irrigar 
campanhas eleitorais do PMDB envolvendo concessão de aeroportos. 
O que ele diz: A defesa do ministro-chefe da Casa Civil, representada pelo criminalista Daniel Gerber, 
afirma que todo e qualquer conteúdo de investigações será debatido exclusivamente dentro dos autos. 
 
Gilberto Kassab (PSD), ministro da Ciência e Tecnologia 
Qual a suspeita: Segundo depoimentos de Benedicto Barbosa da Silva Júnior e Paulo Henyan Yue 
Cesena, ele recebeu R$ 20 milhões em vantagens indevidas no período de 2008 e 2014, por suas 
condições como prefeito de São Paulo e ministro das Cidades. Segundo declarações de Carlos Armando 
Guedes Paschoal e Roberto Cumplido, foi um dos beneficiários de vantagem indevida paga a agentes 
públicos em obras viárias de São Paulo em 2008. 
O que ele diz: "O ministro confia na Justiça, ressalta que não teve acesso oficialmente às informações 
e que é necessário ter cautela com depoimentos de colaboradores, que não são provas. Reafirma que os 
atos praticados em suas campanhas foram realizados conforme a legislação." 
 
Wellington Moreira Franco (PMDB), ministro da Secretaria-Geral da Presidência 
Qual a suspeita: Segundo delação de Marcelo Odebrecht, Moreira Franco cobrava propinas para 
irrigar campanhas eleitorais do PMDB envolvendo concessão de aeroportos. 
O que ele diz: A assessoria do ministro informa que ele não vai comentar o assunto 
Bruno de Araújo (PSDB-PE), ministro das Cidades 
Qual a suspeita: Segundo as delações de João Antônio Pacífico Ferreira, Benedicto Barbosa da Silva 
Júnior, Cláudio Melo Filho e Luiz Eduardo da Rocha Soares, Araújo recebeu repasses não contabilizados 
de R$ 600 mil da Odebrecht entre 2010 e 2012 a pretexto de doação eleitoral, quando era deputado 
federal. De acordo com o inquérito, ele agiu em defesa dos interesses da empresa no Congresso e é 
acusado de corrupção passiva, lavagem de dinheiro e corrupção ativa. 
O que ele diz: "De acordo com a legislação eleitoral, solicitei doações para diversas empresas, 
inclusive a Odebrecht, como já foi anteriormente noticiado. O sistema democrático vigente estabelecia a 
participação de instituições privadas por meio de doações. Mantive uma relação institucional com todas 
essas empresas. Em todo o meu mandato, sempre atuei em prol de interesses coletivos. Atuei de acordo 
com a minha consciência." 
 
Aloysio Nunes Ferreira (PSDB), ministro das Relações Exteriores 
Qual a suspeita: Segundo delações de Arnaldo Cumplido de Souza Couto, Benedicto Barbosa da 
Silva Júnior, Carlos Armando Guedes Paschoal, Luiz Eduardoda Rocha Soares, Roberto Cumplido, Fábio 
Andreani Gandolfo e Pedro Augusto Ribeiro Novis, Nunes recebeu ilegalmente R$ 500 mil do grupo 
Odebrecht para financiar sua campanha para o Senado em troca de favores políticos. 
O que ele diz: O ministro das Relações Exteriores diz que as acusações são mentirosas, mas que só 
vai comentar o tema após ter acesso ao pedido de inquérito. 
Marcos Antônio Pereira (PRB), ministro da Indústria, Comércio Exterior e Serviços 
Qual a suspeita: Segundo delação de Marcelo Odebrecht, Pereira recebeu R$ 7 milhões da 
construtora em favor do Partido Republicano Brasileiro (PRB) para campanha eleitoral de Dilma Rousseff. 
O que ele diz: “O ministro está à disposição da Justiça para prestar todos os esclarecimentos 
necessários, muito embora não tenha sido notificado oficialmente nem tenha conhecimento de nada 
daquilo que é acusado. Marcos Pereira agiu sempre dentro da lei enquanto presidente de partido, 
buscando doações empresariais respeitando as regras eleitorais, e esclarecerá não ter qualquer 
envolvimento com atitudes ilícitas”. 
 
 
11 G1, São Paulo. Delação da Odebrecht envolve 8 ministros; veja quem são os citados. Disponível em: < http://g1.globo.com/politica/operacao-lava-
jato/noticia/delacao-da-odebrecht-envolve-8-ministros-veja-quem-sao-os-citados.ghtml> Acesso em 12 de abril de 2017. 
 
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. 17 
Blairo Borges Maggi (PP), ministro da Agricultura, Pecuária e Abastecimento 
Qual a suspeita: Segundo os delatores João Antônio Pacífico Ferreira e Pedro Augusto Carneiro Leão 
Neto, da Odebrecht, Blairo recebeu R$ 12 milhões durante campanha de 2006 ao governo do estado do 
Mato Grosso. Segundo os delatores, o ministro tinha o apelido de "Caldo" dentro do sistema de propinas 
da empresa. 
O que ele diz: "Lamento que meu nome tenha sido incluído numa lista de pessoas citadas em delações 
da Construtora Odebrecht, sem que eu tivesse qualquer possibilidade de acesso ao conteúdo para me 
defender. Me causa grande constrangimento ter minha honra e dignidade maculadas, numa situação na 
qual não sei sequer do que sou acusado. Mesmo assim, gostaria de esclarecer que: 1. Não recebi 
doações da Odebrecht para minhas campanhas eleitorais; 2. Não tenho ou tive qualquer relação com a 
empresa ou os seus dirigentes. 3. Tenho minha consciência tranquila de que nada fiz de errado." 
 
Helder Barbalho (PMDB), ministro da Integração Nacional 
Qual a suspeita: Os delatores Fernando Luiz Ayres da Cunha Santos Reis e Mário Amaro da Silveira 
afirmam que Barbalho, o senador Paulo Rocha (PT-BA) e o prefeito de Marabá, João Salame (PROS-
PA), solicitaram R$ 1,5 milhão para a campanha do ministro ao governo do Pará em 2014. A Odebrecht 
desejava atuar como concessionária da área de saneamento básico no estado. 
O que ele diz: "Ele nega que tenha cometido ilegalidades; reafirma que todos os recursos que recebeu 
como doações para sua campanha em 2014 foram devidamente registradas junto ao TRE-PA, que 
aprovou todas as suas contas; esclarece que não tinha e não tem qualquer ingerência sobre a área de 
saneamento no município de Marabá; destaca sua estranheza com o codinome Cavanhaque, em toda 
sua trajetória política, Helder Barbalho nunca usou cavanhaque." 
 
Conheça Marcelo Odebrecht, o homem que comprou o Brasil: propinas chegaram a R$ 10 
bilhões12 
Como o executivo se tornou um dos homens mais poderosos do Brasil ao negociar nos bastidores 
pagamentos bilionários a políticos e partidos até ser preso e condenado por Moro 
“Lá em casa, quando as minhas meninas tinham uma briga, eu perguntava: ‘Quem fez isso?' Talvez 
eu brigasse mais com quem dedurasse do que com aquele que fez o fato”. A resposta de Marcelo Bahia 
Odebrecht, de 48 anos, quando questionado em 2015, na CPI da Petrobras, se tinha intenção de fazer 
acordo de delação premiada, deixa clara a mudança de postura do hoje ex-presidente da maior 
construtora da América Latina após um ano e oito meses atrás das grades. 
A conduta arrogante e inconformada do empresário, que já esteve entre os 10 mais ricos do Brasil, se 
transformou após sucessivas derrotas na Justiça (com habeas corpus negados sucessivamente) e da 
condenação a 19 anos e quatro meses por corrupção, lavagem de dinheiro e associação criminosa na 
Operação Lava-jato. Em dezembro, Marcelo resolveu contar em detalhes tudo que sabia sobre 
pagamentos ilegais que chegaram em nove anos a US$ 3,37 bilhões (mais de R$ 10 bilhões) para 
políticos de quase todos os partidos, empresários, lobistas, sindicalistas e até lideranças indígenas. 
Ao atender o pedido do promotor para falar olhando diretamente para a câmera, Marcelo revela, com 
um certo ar de banalidade e distanciamento, os detalhes sobre negociações que ocorreram em gabinetes 
e salas de reuniões e de estar dos principais nomes da política nacional. “Não conheço nenhum político 
que consiga se eleger sem caixa 2. Isso não existe. O político pode até dizer que não sabia, mas o que 
disser que não recebeu caixa 2 está mentindo”, afirmou. 
Ao longo das várias horas de depoimentos aos promotores e ao juiz Sérgio Moro, o empresário, que 
se permite até a divagar até sobre a institucionalização do caixa 2 nas campanhas eleitorais e cita a 
distribuição de dinheiro para partidos como forma de servir ao sistema político, admite que “ser um grande 
doador é sempre melhor” para manter as relações com os grupos influentes. “Pagar caixa 2 virou coisa 
tão comum que não era mais tratado como crime, era tratado como algo necessário. Fazia parte, já que 
o caixa 1 era uma parte muito pequena de nossa contribuição”, justificou Marcelo. 
ASCENSÃO E QUEDA 
Herdeiro de uma dinastia de empreiteiros, o engenheiro civil baiano Marcelo Odebrecht entrou na 
empresa da família logo ao se formar na Universidade Federal da Bahia, em 1992, e teve como primeiro 
trabalho a construção de um edifício em Salvador. Ambicioso e metódico, rapidamente tomou conta de 
outros projetos, como a construção de uma hidrelétrica em Goiás. Depois partiu para o exterior, trabalhou 
na montagem de plataformas de petróleo na Inglaterra e fez um MBA nos EUA. 
 
12 FONSECA, Marcelo. Conheça Marcelo Odebrecht, o homem que comprou o Brasil: propinas chegaram a R$10 bilhões. Disponível em:< 
http://www.em.com.br/app/noticia/politica/2017/04/16/interna_politica,862501/conheca-marcelo-odebrecht-o-homem-que-comprou-o-brasil-propinas-cheg.shtml> 
Acesso em 18 de abril de 2017. 
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Voltou ao Brasil no fim dos anos 1990 como uma das maiores referências do setor de petroquímica. 
Poucos anos depois, em 2002, assumiu a presidência da construtora Odebrecht. Aos 40 anos, em 
dezembro 2008, ele chegou ao topo do conglomerado da família, o Odebrecht S.A., com 15 empresas. 
Arrojado, avançou no setor de petroquímica com a consolidação da Braskem e abriu mais canteiros de 
obras para a empresa em 21 países. 
Sob a gestão de Marcelo, a Odebrecht saltou de uma receita de R$ 38 bilhões, em 2009, para R$ 107 
bilhões em 2014. O crescimento representou também uma participação cada vez maior no jogo político. 
Em seus depoimentos ele afirmou que doações e negociações com políticos são comuns na empresa há 
décadas, mas com o aumento da importância da construtora na economia aumentaram também as 
demandas de políticos por doações para campanhas. 
“Até a década de 1980, os pagamentos não contabilizados eram feitas nas próprias obras. As 
empresas que queriam fazer os pagamentos não contabilizados faziam. A partir da década de 1990, se 
adotou o modelo que existe até hoje: gerar recursos não contabilizados e distribuir em off shores no 
exterior. O modelo então foi evoluindo para gerar eficiência fiscal e

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