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Atualidades 2018

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Atualidades 2018 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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Atualidades 2018 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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Dedico esta obra a todos os estudantes de concursos, vestibulares ou ENEM e 
também aos apaixonados por história e notícias. Que ela possa, de alguma 
forma, ser útil a vocês. 
 
 
~ 5 ~ 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
“A vantagem, se existe alguma, em estar no fundo do poço, é que 
qualquer movimento nos leva para cima” 
Donald J. Trump 
 
 
 
~ 6 ~ 
 
Sumário 
Capítulo 1: Notícias Mundo ....................................................................................................... 7 
Capítulo 2: Notícias Brasil ........................................................................................................ 19 
Capítulo 3: Política .................................................................................................................. 39 
Capítulo 4: Economia .............................................................................................................. 71 
Capítulo 5: Questões Sociais ................................................................................................... 84 
Capítulo 6: Saúde .................................................................................................................. 104 
Capítulo 7: Educação ............................................................................................................. 112 
Capítulo 8: Energia ................................................................................................................ 120 
Capítulo 9: Ciências e Tecnologia .......................................................................................... 124 
Capítulo 10: Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável ............................................. 128 
Capítulo 11: 101 Questões Comentadas de Concursos recentes 2016 e 2017 .................... 133 
Capítulo 12: 50 Questões Propostas Comentadas para as próximas provas ........................ 187 
Sugestão de Leitura: ....................................................................Error! Bookmark not defined. 
Fale com o Autor: .................................................................................................................. 212 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
~ 7 ~ 
 
Capítulo 1: 
Notícias Mundo. 
 
Crise da Globalização: 
A crise no livre comércio, a perda de postos de trabalho nos países 
desenvolvidos causados pela crise e pelo avanço da tecnologia e a manutenção 
da desigualdade social levaram o mundo a levantar uma série de 
questionamentos acerca da globalização. 
 
Prova disso foram a eleição do ultradireitista Donald Trump à Casa Branca e a 
saída do Reino Unido da União Europeia (Brexit). Trump galgou sua campanha 
em alguns atos nacionalistas, como o endurecimento da política de comércio 
exterior, a expulsão de imigrantes árabes e latino-americanos dos Estados 
Unidos e a construção de um muro na fronteira com o México. 
Movimentos nacionalistas e manifestações xenófobas crescem nos países 
desenvolvidos como resposta à crise econômica e ao aumento da imigração 
causada pelo terrorismo e pela crise social vivenciada por alguns países. O fato 
é que a questão do livre trânsito de pessoas pelo mundo sempre foi um aspecto 
frágil da globalização. 
A resposta de muitos governos a problemas como esses são a implantação de 
políticas nacionalistas, baseadas na exploração do sentimento de identidade 
nacional para se posicionar na disputa global com outros países. Nesse contexto, 
partidos de extrema direita podem ganhar força em eleições futuras mundo afora. 
A plataforma desses partidos privilegia a soberania sobre a economia e as 
fronteiras e um discurso anti-imigratório. 
 
Causas da crise: 
✓ Crise econômica; 
~ 8 ~ 
 
✓ Redução de empregos, causados pela fragilidade econômica e pelo 
avanço tecnológico; 
✓ Movimentos migratórios causados pela crise econômica ou pelo 
terrorismo; 
✓ Aumento da pobreza e disparidade entre os que têm mais e os que têm 
menos; 
✓ Governos corruptos; 
✓ Financiamentos não honrados; 
✓ Conflitos bélicos. 
 
Ataque dos EUA na Síria: 
 
O ataque dos Estados Unidos à Síria, no dia 07 de abril deste ano, foi marcado 
como a primeira ofensiva militar norte americana na era Trump. 
As dezenas de mísseis americanos disparados contra a Síria geraram incertezas e 
temores, especialmente sobre as possíveis reações da Rússia, que apoia o ditador 
Bashar al-Assad. 
 
Foram de três a quatro minutos de ação. Os navios destroier Porter e Ross, da 
Marinha americana, estavam estacionados no Leste do Mar Mediterrâneo. 
 
Pouco depois, Donald Trump disse: 
 
“Na terça-feira o ditador Bashar al-Assad lançou um terrível ataque com armas 
químicas contra civis inocentes. Hoje eu ordenei um ataque militar na base aérea da 
Síria de onde esse ataque partiu. Isso é vital para os Estados Unidos prevenirem e 
deterem o uso de armas químicas mortais. Não dá para questionar o fato de que a 
Síria realmente usou armas químicas proibidas. Eu conclamo todas as nações 
civilizadas a se unirem a nós para acabar com a carnificina e derramamento de 
sangue na Síria. Nós pedimos a sabedoria de Deus enquanto enfrentamos o desafio 
de um mundo muito problemático”. 
 
http://g1.globo.com/tudo-sobre/estados-unidos
~ 9 ~ 
 
Esta é a primeira vez que os Estados Unidos atacam diretamente as forças de 
Assad em seis anos de guerra. Até então, o país havia concentrado esforços em 
combater o autoproclamado "Estado Islâmico" na Síria e no Iraque, assim como 
militantes ligados à rede terrorista Al Qaeda que controlam grandes partes da 
província de Idlib, onde fica a cidade de Khan Cheikhoun. 
O dilema para Trump é que uma campanha militar para enfraquecer as forças 
de Assad provavelmente vai fortalecer grupos terroristas que combatem o 
regime sírio em solo. Durante a campanha presidencial, Trump havia advertido 
contra o país ser arrastado para dentro do conflito multilateral. 
Segundo nota do porta-voz do Kremlin, Dimitri Peskov, o presidente russo, 
Vladimir Putin, classificou como "pretexto exagerado" a justificativa do governo 
americano para o ataque. "A atitude de Washington representa um golpe 
significativo para as relações Rússia-EUA, que já se encontravam em estado 
deplorável", dizia o comunicado, segundo o qual o ataque cria "graves 
obstáculos" para a criação de uma coalizão internacional contra o terrorismo. 
 
Crise diplomática entre EUA e Coréia do Norte: 
 
 
 
A tensão entre os Estados Unidos e a Coreia do Norte aumentou recentemente, com 
agressões e advertências verbais, além de alguns movimentos militares, o que gerou 
uma preocupação sobre uma nova crise entre duas potências nucleares. 
 
Veículos de comunicação como o jornal americano The New York Times e o britânico 
The Guardian chegaram a citar a possibilidade de um conflito e compararam o momento 
atual como a Crise dos Mísseis de Cuba, de 1962. 
 
A grande preocupação dos EUA e países vizinhos à Coreia do Norte, como Coreia do 
Sul e Japão, é com o poderio nuclear e militar do país comunista, quem, apesar de 
ameaças de sanções, segue realizando testes de mísseis. 
 
O governo americano diz que endurecerá as sanções econômicas contra Pyongyang e 
que ativará um sistema de defesa antimísseis na Coreia do Sul. 
 
~ 10 ~ 
 
A Coreia do Norte, por sua vez, ameaçou afundar o porta-aviões americano deslocado 
para a região e prometeu realizar mais testes de mísseis. 
 
A China, um dos poucos países a se relacionar com o governo norte-coreano, pediu 
negociação e diálogo entre os países. 
 
Fatos Históricos: 
A Coréia do Norte é considerada como a adversáriamais antiga dos Estados 
Unidos. 
Os norte-americanos ajudaram a dividir a península coreana no fim da Segunda 
Guerra Mundial, e então travaram uma guerra contra a Coreia do Norte na 
década de 1950. 
Assim, durante a Guerra Fria, a Coréia do Sul era apoiada pelos Estados Unidos 
e a Coréia do Norte, pela antiga União Soviética. 
A Coréia do Norte, ao lado dos Estados Unidos, são um dos países que possuem 
ogivas nucleares, e um conflito bélico com os Estados Unidos é praticamente 
descartado. 
Porém, o Presidente dos Estados Unidos (EUA), Donald Trump, avaliou no final 
desta semana de que há chances de um grande conflito com a Coreia do Norte. 
A declaração do líder republicano foi dada em entrevista à agência Reuters. 
 
“Adoraríamos resolver as coisas diplomaticamente, mas é muito difícil”, 
prosseguiu Trump, que disse ainda que o governo chinês, aliado histórico do 
regime norte-coreano, está comprometido nos esforços de aliviar a tensão. “Sei 
que ele (o presidente chinês, Xi Jinping) deseja fazer algo, mas é possível que 
ele não possa”, avaliou o presidente dos EUA 
Encontro de Trump e Kim Jong Um: 
Após várias “trocas de farpas” provocadas por declarações de ambas as partes, 
parece que no futuro talvez os dois países ao menos mantenham uma relação 
mais amistosa. O primeiro encontro entre o Presidente norte-americano, Donald 
Trump, e o seu homólogo norte-coreano, Kim Jong-un, está marcado para o dia 
12 de junho em Singapura, às 9 horas locais, anunciou a Casa Branca. 
"Estamos a preparar-nos ativamente [para esta cimeira]", declarou Sarah 
Sanders, a porta-voz de Trump, acrescentando que foram feitos "progressos 
significativos" nas conversações com Pyongyang, a oito dias do encontro 
sem precedentes entre os dois líderes. 
https://pt.wikipedia.org/wiki/Segunda_Guerra_Mundial
https://pt.wikipedia.org/wiki/Segunda_Guerra_Mundial
https://pt.wikipedia.org/wiki/Guerra_da_Coreia
https://pt.wikipedia.org/wiki/1950
http://exame.abril.com.br/noticias-sobre/Donald-Trump/
http://www.reuters.com/article/us-usa-trump-exclusive-idUSKBN17U04E
~ 11 ~ 
 
A primeira reunião "foi marcada para 12 de junho, às 9 horas, ou seja, a 11 
de junho às 21 horas de Washington", precisou a porta-voz da Casa Branca. 
Inquirida sobre uma eventual flexibilização da posição dos Estados Unidos 
em relação à Coreia do Norte, após a recusa recente de Donald Trump em 
usar a expressão "pressão máxima", durante muito tempo utilizada, Sarah 
Sanders assegurou que não houve qualquer alteração. 
"A nossa política não mudou, não reduziremos a pressão enquanto não 
houver desnuclearização", garantiu, sem, contudo, voltar a usar a expressão 
em causa. 
Washington exige uma desnuclearização "total, verificável e irreversível" da 
Coreia do Norte e declarou-se disposto a fornecer garantias de "segurança" 
ao regime de Pyongyang, que sempre considerou o seu arsenal nuclear uma 
espécie de seguro de vida. 
Por seu lado, Kim Jong-un disse querer "avançar para uma desnuclearização 
da península coreana", mas através de um processo "etapa por etapa", tendo 
publicamente afirmado rejeitar qualquer desarmamento "unilateral". 
Trump confirmou a 1 de junho a realização da cimeira com o líder da Coreia 
do Norte no dia 12 em Singapura, após uma reunião com o 'número dois' do 
regime de Pyongyang, depois de ter anteriormente cancelado o inédito 
encontro. 
"O processo vai começar a 12 de junho em Singapura", anunciou então 
Donald Trump à imprensa, após um encontro de mais de uma hora com o 
general norte-coreano Kim Yong Chol. 
O responsável norte-coreano, que viajou para os Estados Unidos a 30 de 
maio, deslocou-se a Washington e reuniu-se com Trump na Casa Branca, a 
quem entregou uma carta pessoal de Kim Jong-un. 
Nas declarações após o encontro, Trump afirmou que a Coreia do Norte 
pretende desnuclearizar-se e sugeriu que o diálogo com Pyongyang será "um 
processo coroado de sucesso". 
Após considerar que a reunião com o enviado norte-coreano "correu muito 
bem", o chefe da Casa Branca considerou ainda que o encontro de dia 12 
será "um começo". 
Inicialmente, a data avançada para a cimeira entre Washington e Pyongyang 
foi 12 de junho, em Singapura, mas essa meta foi inesperadamente anulada 
por Trump, em reação à "hostilidade" manifestada pela Coreia do Norte. 
Os contatos foram posteriormente retomados e as negociações estão 
atualmente a prosseguir em várias frentes. 
 
~ 12 ~ 
 
 
Atentado terrorista no metrô de São Petersburgo na Rússia: 
Uma explosão no metrô de São Petersburgo, na Rússia, deixou 14 mortos e 45 
feridos. O incidente foi causado por uma bomba e, segundo as autoridades 
russas, a principal hipótese é de atentado terrorista. 
A explosão ocorreu por volta das 14:40 horário local, entre as estações Sennaya 
Ploschad e Tekhnologichesky Institut. Um artefato explosivo estava escondido 
em uma mala e coberto por estilhaços, segundo divulgado na imprensa local. A 
técnica é utilizada para maximizar o dano. 
As causas: 
A Rússia não havia sofrido um ataque de tal magnitude desde a explosão em outubro 
de 2015 de um avião que cobria um trajeto entre Egito e Rússia com 224 pessoas a 
bordo, um atentado reivindicado pelo Estado Islâmico. 
Os últimos atentados terroristas em solo russo foram cometidos pela guerrilha islâmica 
da Chechênia, república caucasiana russa cujo presidente, Ramzan Kadyrov, qualificou 
a explosão em São Petersburgo como "monstruosa". 
Porém, apesar de caracterizado como mais um atentado terrorista, ninguém 
assumiu a autoria do mesmo. 
 
Eleição de Trump pode prejudicar a reaproximação com Cuba: 
Em 2014 os Estados Unidos e Cuba anunciaram a retomada das relações 
diplomáticas, reaproximação esta que foi confirmada com a abertura das 
embaixadas nos dois países, em 2015, e com a visita do então presidente 
americano Barack Obama a Cuba, em 2016. Além disso, em agosto de 2016, A 
companhia aérea americana JetBlue deu início a uma nova era nas relações 
entre Cuba e Estados Unidos ao enviar o primeiro voo comercial à ilha depois de 
mais de 50 anos. 
No entanto, apesar do clima amistoso entre os dois países, ainda são 
necessários muitos progressos para fechar de vez a ferida aberta durante a 
Guerra Fria. As divergências na época do governo Obama diziam respeito 
principalmente a manutenção do embargo econômico imposto pelos Estados 
Unidos à ilha. A eleição de Trump à Casa Branca pode tornar ainda mais 
complicada a resolução do impasse em relação ao embargo. Trump não esconde 
sua antipatia em relação ao governo cubano e poderá querer romper com os 
avanços diplomáticos promovidos pelo governo de seu antecessor, muito 
embora o setor empresarial norte americano tenha interesse em retomar os 
negócios com Cuba. 
 
http://brasil.elpais.com/tag/explosiones/a
http://brasil.elpais.com/tag/san_petersburgo/a
http://brasil.elpais.com/tag/rusia/a/
http://brasil.elpais.com/brasil/2017/04/03/internacional/1491223293_821732.html
http://brasil.elpais.com/brasil/2017/04/03/internacional/1491223293_821732.html
http://g1.globo.com/tudo-sobre/cuba/
http://g1.globo.com/tudo-sobre/estados-unidos
~ 13 ~ 
 
Pacto entre o governo e as Farc entra em vigor: 
Após muitas reviravoltas, o pacto entre o governo da Colômbia e as Forças 
Armadas Revolucionárias da Colômbia - FAR– entra em vigor, e pode encerrar 
um conflito que já dura mais de 50 anos. 
As negociações começaram em 2012, sob mediação de Cuba, porém, um 
acordo foi alcançado somente em setembro de 2016, mas o pacto não foi 
aprovado pelo plebiscito popular realizado em outubro do mesmo ano, e as 
negociações voltaram à estaca zero. Pesaram contra o acordo as concessões, 
consideradas excessivas, feitas pelo governo à guerrilha, como a possibilidade 
de anistia a crimes graves, como sequestros, assassinatos e estupros. 
 
Acordo de paz: 
Após o resultado do plebiscito, o governo colombiano voltou a negociar com a 
guerrilha, revendo alguns dos pontos mais polêmicos. Semser submetido a um 
novo plebiscito, o acordo de paz foi aprovado pelo Congresso da Colômbia no 
final de novembro de 2016. 
Em linhas gerais, o acordo prevê indenização às vítimas das Farc, a participação 
política de membros da guerrilha e a criação de um sistema jurídico especial 
para julgar guerrilheiros, civis e militares. O que ainda pode prejudicar o acordo 
são os guerrilheiros insatisfeitos das Farc e outras guerrilhas no país, como o 
Exército de Libertação Nacional (ELN), sabotarem os esforços para a paz. 
 
Nobel da Paz: 
Pelo importante papel na condução das negociações, o presidente da Colômbia, 
Juan Manuel Santos, recebeu em dezembro de 2016 o Prêmio Nobel da Paz. 
 
Guerra na Síria entra no Oitavo ano: 
 
Entrando em seu sétimo ano, a guerra na Síria já é o maior desastre humanitário 
da história desde a Segunda Guerra Mundial, segundo a ONU. 
~ 14 ~ 
 
 
Crise humanitária: 
 
Segundo a ONU, 13,5 milhões de sírios que necessitam de ajuda, mais de 6 
milhões de deslocados internos, 3 milhões de sírios menores de 5 anos que 
cresceram sem saber como é viver em um país sem conflitos. No total, 5 milhões 
foram obrigados a deixar o país. 
Os refugiados que buscam saídas do conflito enfrentam grandes obstáculos para 
encontrar segurança, enquanto a solidariedade internacional falha em responder 
e refletir a escala e gravidade desta tragédia humanitária de tantas vítimas. 
 
As causas do conflito: 
Antes do início do conflito, muitos sírios se queixavam de um alto nível de 
desemprego, corrupção em larga escala, falta de liberdade política e repressão 
pelo governo Bashar al-Assad - que havia sucedido seu pai, Hafez, em 2000. 
Em março de 2011, adolescentes que haviam pintado mensagens 
revolucionárias no muro de uma escola na cidade de Deraa, no sul do país, foram 
presos e torturados pelas forças de segurança. 
 
O episódio estimulou centenas de pessoas a sair às ruas para reivindicar mais 
liberdade, em uma ação inspirada pelo movimento conhecido como Primavera 
Árabe. 
Primavera Árabe é o nome dado à onda de protestos, revoltas e revoluções 
populares contra governos do mundo árabe que eclodiu em 2011. A raiz dos 
protestos é o agravamento da situação dos países, provocado pela crise 
econômica e pela falta de democracia. A população sofre com as elevadas taxas 
de desemprego e o alto custo dos alimentos e pede melhores condições de vida. 
Países envolvidos: Egito, Tunísia, Líbia, Síria, Iêmem e Barein. 
 
Aliados e opositores: 
O governo Russo apoia o ditador Bashar al-Assad, enquanto os Estados Unidos 
e as potências europeias se posicionam contra Assad. 
Entre os países do Oriente Médio, o Irã é o principal aliado de Assad, junto com 
a milícia libanesa do Hezbollah. 
A Rússia é uma aliada histórica da Síria, a quem sempre prestou apoio militar e 
diplomático. Tanto o governo de Bashar al-Assad como o de seu pai, compraram 
e compram armas dos russos. 
 
~ 15 ~ 
 
As 4 Forças envolvidas no conflito: 
O governo, na pessoa do ditador Bashar al-Assad. Desde 1970, quando o pai do 
atual ditador deu um golpe de Estado, a família Assad comanda o país num 
regime brutal de partido único, o Baath. 
Grupos rebeldes. Os sunitas foram uma das principais forças a se alinhar contra 
o regime. 
Os curdos são um povo apátrida espalhado pela Síria, Turquia, Iraque, Irã, 
Armênia e Azerbaijão. 
Extremistas islâmicos. Além dos rebeldes moderados, jihadistas do Estado 
Islâmico também querem derrubar Assad. Uma das organizações que mais 
avançaram nos primeiros anos do conflito foi a Frente da Conquista do 
Levante. Posteriormente, o EI avançou no território Sírio de forma avassaladora 
e brutal. 
 
Religião e o terrorismo na Síria: 
O regime de Bashar al-Assad controla a conhecida Síria Útil, uma área mais a 
oeste do país e que inclui a capital Damasco e a cidade de Aleppo. As forças 
rebeldes controlam territórios esparsos e descontínuos. Já os curdos ocupam o 
norte. 
O Estado Islâmico, apesar das últimas derrotas sofridas em 2016, ainda domina 
cidades importantes como Raqqa e Palmira. 
O Estado Islâmico no Iraque e na Síria (Isis) foi criado em 2013 e cresceu como 
um braço da organização terrorista al-Qaeda no Iraque. No entanto, os dois 
grupos romperam os laços e os extremistas declararam um califado, mudando 
de nome para o Estado Islâmico (EI) e anunciaram que iriam impor o monopólio 
de seu domínio pela força. O EI é hoje um dos principais grupos jihadistas, e 
analistas o consideram um dos mais perigosos do mundo. 
 
✓ As ramificações do Islã: 
Sunitas e xiitas são as duas principais vertentes do islamismo, com cerca de 
85% e 15% de seguidores, respectivamente. 
 
Consequências: 
✓ O enviado da ONU para a Síria, Steffan de Mistura, estimou que a guerra 
já matou 400 mil pessoas. Para a organização Observatório Sírio de 
Direitos Humanos, sediada em Londres, até setembro a cifra de mortos 
passava de 465 mil. Já o Centro Sírio para Pesquisa de Políticas, outro 
grupo de estudos, calcula que o conflito já tenha causado a morte de mais 
de 470 mil pessoas. 
~ 16 ~ 
 
✓ Segundo a ONU, até fevereiro de 2016 mais de 5 milhões de pessoas 
haviam fugido do país - a maioria mulheres e crianças. O êxodo de 
refugiados, um dos maiores da história recente, colocou sob pressão os 
países vizinhos: Líbano, Jordânia e Turquia. Cerca de 10% deles buscam 
asilo na Europa, provocando divisões entre os países do bloco europeu 
sobre como dividir essas responsabilidades. 
✓ A ONU disse que são necessários US$ 3,2 bilhões para prover ajuda 
humanitária a 13,5 milhões de pessoas, incluindo seis milhões de 
crianças, no país. 
✓ Além disso, 70% da população não tem acesso a água potável, uma em 
cada três pessoas não consegue suprir as necessidades alimentares 
básicas, mais de 2 milhões de crianças não vão à escola e um em cada 
cinco indivíduos vive na pobreza. As partes em conflito têm complicado 
ainda mais a situação ao recusar o acesso das agências humanitárias aos 
necessitados. 
 
Principais conflitos bélicos da atualidade: 
No mundo existem regiões que vivem intensos conflitos oriundos de vários 
motivos, como luta por territórios, pela independência, por questões religiosas, 
recursos minerais, entre outros. 
Segue abaixo os principais conflitos em curso na atualidade: 
✓ Guerra Civil na Síria; 
✓ Talibã no Afeganistão; 
✓ Estado Islâmico no Iraque; 
✓ Conflito Nagorno-Karabakh; 
✓ Guerra Civil no Sudão do Sul; 
✓ Conflito curdo-turco; 
✓ Guerra Civil na Líbia; 
✓ Guerra do Iêmen. 
 
Número de imigrantes mortos subiu 27% em 2016, aponta agência da 
ONU: 
As mortes de migrantes aumentaram de forma significativa no ano passado, 
especialmente na travessia de refugiados pelo mar mediterrâneo. Segundo 
relatório da Organização Internacional para as Migrações (OIM), ocorreram 
7.763 mortes de migrantes em 2016 em todo o mundo — um acréscimo de 27% 
na comparação com 2015, quando foram registrados 6.107 óbitos. 
O número de vítimas no Mediterrâneo subiu 35% em relação a 2015, apesar da 
melhora da coordenação dos esforços de resgate e de menos pessoas 
recorrerem à travessia. 
~ 17 ~ 
 
Os sírios foram o maior grupo de requerentes de asilo pela primeira vez no ano 
passado, com 334.800 pedidos, seguidos de afegãos (183 mil) e iraquianos (127 
mil). 
A Alemanha, que aceitou cerca de um milhão de refugiados em 2015, acolheu 
em 2016 em torno de 60% do total de imigrantes (722.300), segundo a Eurostat. 
Depois vem Itália, com 121 mil refugiados (10% do total), França (76 mil), Grécia 
(49 mil), Áustria (39 mil), Reino Unido (38.300) e, muito atrás, Espanha (15.500). 
 
Ciberataque deixa mais de 200 mil vítimas em pelo menos 150 países: 
Um ciberataque mundial iniciado em 12 de maio deixou 200 mil vítimas, principalmente 
empresas, em ao menos 150 países, afirmou o diretor da Europol, Rob Wainwright, em 
uma entrevista à rede britânica ITV. 
 
O ataque: 
 
O ataque foi feito por um vírusde resgate, um ransomware. Ele embaralha os arquivos 
do computador, impedindo seu funcionamento normal. Para restaurar os arquivos e 
recuperar o sistema, a vítima precisa fazer um pagamento. Imagens do vírus divulgadas 
indicavam que a praga estava pedindo US$ 300 (cerca de R$ 950, mas os valores têm 
variado) para serem pagos pela criptomoeda anônima Bitcoin. 
 
A ministra do Interior do Reino Unido, Amber Rudd, recomendou aos numerosos 
hospitais e centros de saúde afetados no Reino Unido que não fizessem o pagamento 
do valor exigido pelos criminosos cibernéticos, ainda de acordo com a agência. 
O vírus chega às máquinas por e-mail e por meio de uma brecha do Windows, vazada 
na internet em abril. O defeito existia no Windows até meados de março, quando uma 
atualização da Microsoft corrigiu o problema. Quem não atualizou o computador está 
vulnerável ao ataque. A brecha permite que o vírus contamine outros computadores, 
em especial na mesma rede, sem precisar de nenhuma interação do usuário. 
Os primeiros relatos do problema envolviam computadores do sistema de saúde público 
britânico. O segundo grande caso reportado foram máquinas de funcionários da 
Telefônica na Espanha. Os ataques também chegaram ao Brasil, quando os sites do 
Tribunal de Justiça e do Ministério Público de SP foram tirados do ar. Funcionários da 
Vivo também foram orientados a desligar seus computadores. 
Além disso, sistemas de internet do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) em todo 
o país foram desligados após sofrerem ataque, e foram confirmados incidentes pontuais 
em estações de trabalho de servidores. A Petrobras também adotou medidas 
preventivas para garantir a integridade da rede e seus dados. De acordo com o 
Gabinete de Segurança Institucional (GSI) da Presidência da República, o ataque 
também ocorreu no Brasil em grande quantidade por meio de e-mails com arquivos 
infectados. 
~ 18 ~ 
 
Os responsáveis pelas invasões ainda não foram identificados. Por conta do número de 
países e dos alvos similares, suspeita-se que seja uma ação coordenada por um grupo. 
 
Atentado em Manchester deixa 22 mortos e mais de 50 feridos: 
Pelo menos 22 pessoas morreram, incluindo crianças e adolescentes, e 59 
ficaram feridas em um atentado ocorrido em 23 de maio, ao final de um show da 
artista norte-americana Ariana Grande no pavilhão da Manchester Arena, 
segundo a polícia da cidade britânica. 
As forças de segurança tratam o incidente como um ataque terrorista. A Polícia 
identificou o britânico, descendente de uma família líbia, Salman Abedi, 22 anos, 
como suspeito de ser o terrorista suicida. Até o momento, três pessoas foram 
detidas suspeitas de participar do ataque, cuja autoria foi assumida pelo Estado 
Islâmico. 
As testemunhas do massacre relataram que entre os restos deixados pela 
explosão havia parafusos e pregos, o que indica que o explosivo poderia estar 
carregado de peças metálicas para aumentar o dano ao explodir. Nesse sentido, 
algumas gravações publicadas nas redes mostram o impacto de metralha nas 
extremidades de alguns dos feridos. 
O presidente dos EUA, Donald Trump, que estava reunido em 
Belém (Cisjordânia) com o presidente da Autoridade Palestina, Mahmoud 
Abbas, qualificou os responsáveis pelo ataque como “perdedores malvados”: 
“Não vou chamá-los de monstros, porque eles iriam gostar”, afirmou o 
mandatário republicano. “Haverá mais atentados, mas continuarão sendo uns 
perdedores”. “Nossas sociedades não podem tolerar que continuem estas 
matanças de jovens inocentes”, enfatizou. “Os terroristas e os extremistas, e 
aqueles que os apoiam, devem ser eliminados da nossa sociedade, e sua 
perversa ideologia deve ser erradicada por completo” 
O ataque ocorreu em plena campanha eleitoral para as eleições gerais 
antecipadas de 8 de junho. A campanha foi suspensa. O país está há mais de 
dois anos sob um nível de alerta terrorista “severo”, o segundo mais grave numa 
escala de cinco usada pelas forças de segurança, e que significa que um ataque 
é altamente provável. 
 
 
 
 
 
 
http://brasil.elpais.com/brasil/2017/05/23/album/1495494242_128061.html?rel=mas
http://brasil.elpais.com/brasil/2017/05/23/album/1495494242_128061.html?rel=mas
http://brasil.elpais.com/tag/eiil_estado_islamico_irak_levante/a
http://brasil.elpais.com/tag/eiil_estado_islamico_irak_levante/a
http://brasil.elpais.com/brasil/2017/05/22/internacional/1495468538_778751.html
http://brasil.elpais.com/brasil/2017/05/22/internacional/1495468538_778751.html
http://brasil.elpais.com/brasil/2017/04/18/internacional/1492508136_511672.html
http://brasil.elpais.com/brasil/2017/04/18/internacional/1492508136_511672.html
~ 19 ~ 
 
Capítulo 2: 
Notícias Brasil. 
 
Prisão e soltura de Eike Batista: 
No dia 30 de janeiro de 2017, após ser considerado foragido da justiça após uma 
suposta viagem de negócios a Nova York, quando desembarcava no Aeroporto 
Internacional Tom Jobim, o empresário Eike Batista, que também estava sendo 
procurado pelo FBI e Interpol, foi preso. 
 
As acusações: 
A causa da prisão de Eike não foi os supostos crimes praticados contra o 
mercado financeiro pelo seu antigo conglomerado EBX, e sim o pagamento de 
propina para o então Governador do Rio de Janeiro Sérgio Cabral. 
O empresário teve a prisão preventiva decretada depois que dois doleiros disseram que 
ele pagou US$ 16,5 milhões a Sérgio Cabral, ex-governador do Rio, o equivalente a R$ 
52 milhões, em propina. A prisão do empresário foi decretada pelo Juiz Marcelo Bretas, 
da 7ª Vara Criminal, na operação Eficiência, um desdobramento da Lava Jato no Rio 
de Janeiro. 
 
Eike Batista é posto em liberdade e cumpre prisão domiciliar: 
A estada de Eike Batista no presídio de Bangu durou pouco, apenas 3 meses. O 
mesmo pagou fiança no valor de 52 milhões de reais e no momento cumpre 
prisão domiciliar, com o uso de tornozeleira eletrônica. 
 
Operação carne fraca da Polícia Federal: 
A operação, batizada de "Carne Fraca", apura o envolvimento de fiscais do Ministério 
da Agricultura Pecuária e Abastecimento (Mapa) em um esquema de liberação de 
licenças e fiscalização irregular de frigoríficos. 
Veja o que se sabe até o momento: 
✓ Agentes do governo teriam recebido propina para liberar licenças de 
frigoríficos; 
✓ Maiores empresas do setor são investigadas no esquema; 
✓ Ministro foi gravado em conversas com um dos líderes do esquema; 
✓ PP e PMDB eram beneficiados com propina do esquema, diz delegado; 
✓ Frigoríficos vendiam carne vencida no mercado interno e no exterior; 
✓ 1,1 mil policiais cumprem mandados: 27 são prisão preventiva e 11 de prisão 
temporária. 
http://g1.globo.com/pr/parana/noticia/2017/03/ministro-da-justica-e-citado-na-operacao-carne-fraca.html
http://g1.globo.com/pr/parana/noticia/2017/03/parte-da-propina-era-revertida-para-pp-e-pmdb-diz-pf-sobre-fraude-em-carne.html
http://g1.globo.com/pr/parana/noticia/2017/03/frigorificos-investigados-vendiam-carne-vencida-no-brasil-e-no-exterior.html
~ 20 ~ 
 
A operação envolve grandes empresas do setor, como a BRF Brasil, que controla 
marcas como Sadia e Perdigão, e também a JBS, que detém Friboi, Seara, Swift, 
entre outras marcas, mas também frigoríficos menores, como Mastercarnes, Souza 
Ramos e Peccin, do Paraná, e Larissa, que tem unidades no Paraná e em São 
Paulo. 
 
Impactos da operação: 
Logo após a notícia da operação nos veículos de comunicação, a China a Coréia 
do Sul, o Japão, Hong Kong, o Chile e o Canadá suspenderam a compra de 
carne brasileira, assim como a União Europeia. 
Nos frigoríficos afetados, milhares de pessoas foram demitidas e outras tantas 
receberam férias coletivas. 
O Brasil é o segundo maior produtor de carne bovina do mundo e o maior 
exportador. Começou a exportar carne para a Europa no início dos anos 2000. 
Somente no ano passado conseguiu aprovação para embarcar carne bovina in 
natura aos EUA, um dos mercados mais rigorosos exigentes do mundo em 
termos de qualidade de produtosalimentícios. 
 
Entre 2000 e 2016, as exportações de carne subiram de cerca de US$ 2 
bilhões para aproximadamente US$ 14 bilhões. O setor vendeu para mais de 
150 países no ano passado e agora deverá enfrentar uma série de impactos 
negativos suscitados pelo esquema de venda de carne adulterada. 
 
Blairo Maggi, ministro da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, anunciou a 
suspensão da licença de exportação de 21 plantas de frigoríficos sob 
investigação na operação. Agora, o foco do governo é evitar medidas rígidas de 
países compradores do produto. 
 
A Associação de Comércio Exterior calcula perda de US$ 2,7 bilhões neste ano, 
e a exportação do produto deve cair 20%. 
 
As empresas denunciadas devem sofrer impactos severos em suas marcas. A 
divulgação de gravações em que representantes de frigoríficos conversam sobre 
inclusão de carne de cabeça de porco em linguiças, e até o suposto uso de 
papelão misturado às carnes abalou a confiança dos consumidores. 
 
Os frigoríficos investigados pela Operação Carne Fraca não poderão exportar, 
mas continuam autorizados a vender ao mercado interno sob um regime 
especial de fiscalização. Para Maggi, não há nenhuma preocupação para o 
consumidor brasileiro, que continua sendo protegido pelo Sistema de Inspeção 
Federal (SIF) do Ministério da Agricultura. 
 
Os frigoríficos podem fazer um recall da carne quando houver um problema, com 
a retirada do produto do mercado. Essa solução foi adotada pela BRF, que está 
retirando lotes com o selo de inspeção “SIF 1010”. Maggi disse ainda que o 
ministério está colhendo amostras de carne nos supermercados e, caso 
encontre problemas, vai recomendar a retirada das mercadorias. 
http://www.agricultura.gov.br/assuntos/inspecao/produtos-animal/sif
http://www.agricultura.gov.br/assuntos/inspecao/produtos-animal/sif
~ 21 ~ 
 
 
Segundo economistas, o impacto da operação Carne Fraca na economia 
brasileira pode ser maior do que se imaginava. Contudo, eles ressalvam 
que tudo dependerá de quanto vão durar os embargos e se mais países vão 
aderir a ele. 
Segundo estimativa da consultoria LCA consultores, se todos os países 
fecharem as portas às importações de carne brasileira – o pior dos cenários – o 
impacto no PIB pode ser de até 1 ponto porcentual. A previsão oficial do governo, 
que deve ser revisada para baixo nos próximos dias, é de crescimento de 1%. Ou 
seja, caso a hipótese mais pessimista se confirme, a recuperação só viria em 
2018. 
 
Para o presidente Michel Temer, “a crise da carne causou um embaraço 
econômico ao Brasil”. 
 
A estratégia de minimizar as irregularidades e criticar a atuação da Polícia 
Federal tem sido usada pelo governo na tentativa de evitar um impacto ainda 
maior na compra da proteína animal pelo mercado internacional. 
 
Paralização do dia 28 de abril: 
A greve geral ocorrida na sexta feira (28 de abril) foi um movimento popular que 
teve como objetivo frear as reformas trabalhista e previdenciária proposta pelo 
então Presidente Michel Temer. 
O que ocorreu? 
Manifestantes e centrais sindicais paralisaram ruas e estradas. No Rio de Janeiro 
houve queima de cerca de 10 ônibus do transporte coletivo e centenas de 
feridos. 
“É preciso reivindicar nossos direitos que estão sendo retirados por um 
presidente impopular e ilegítimo”, dizia, na zona oeste de São Paulo, o estudante 
de escola privada André Neto, de 17 anos, num dos poucos protestos da jornada 
que acabaria em repressão policial diante da casa de Michel Temer na cidade. 
 
http://www.lcaconsultores.com.br/
~ 22 ~ 
 
O Presidente Michel Temer comentou sobre o ato: são pequenos grupos que 
bloquearam rodovias e avenidas. 
Pouco antes das manifestações, o instituto Datafolha divulgou uma pesquisa na 
qual mostra que o governo Temer tem apenas 9% de aprovação. 
A gestão do peemedebista tem 61% de avaliação ruim ou péssima, com 28% 
considerando regular e apenas 9% ótimo ou bom. 
O Presidente já disse que tem consciência da sua impopularidade e que 
aproveita isso para tentar fazer avançar uma agenda de reformas de difícil 
aprovação popular. 
 
Operação Lava Jato: 
 
 
Prestes a completar 3 anos, a Operação Lava Jato deflagrada pela Polícia 
Federal, já é a mais profunda investigação sobre corrupção já realizada no Brasil. 
 
O início: 
A primeiras denúncias foram referentes ao esquema de desvio de dinheiro da 
Petrobrás, e tiveram como alvo o doleiro Alberto Youssef e o Diretor da estatal 
Nestor Serveró. 
O Juiz Federal Sérgio Moro é quem comanda desde o início das investigações 
a operação Lava Jato a partir da 13º Vara Federal em Curitiba. 
No esquema, um grupo de empreiteiras decidia entre elas a distribuição dos 
contratos da Petrobrás. A cada licitação, a vencedora, previamente acordada, 
cobrava um valor superfaturado, pegava uma parte para si e distribuía a outra 
em forma de pagamento em propina, onde parte dela ia para partidos políticos, 
para financiar campanhas eleitorais. 
 
~ 23 ~ 
 
Principais acontecimentos da Lava Jato: 
✓ Prisão do então presidente do partido dos trabalhadores – PT João 
Vaccari Neto; 
✓ Prisão de líderes da cúpula do PT, José Dirceu e Antônio Palocci; 
✓ Lula entra na investigação, acusado pelo Ministério Público Federal de ser 
o comandante máximo da operação de corrupção. Além disso, investiga-
se até hoje a suposta compra ou pagamento de empreiteiras de um 
Tríplex no Guarujá. 
✓ Prisão e delação premiada do casal de marqueteiros das campanhas do 
PT, João Santana e Mônica Moura; 
✓ Prisão do empresário Eike Batista e dos ex Governadores do Rio de 
Janeiro, Sérgio Cabral e Antony Garotinho; 
✓ Prisão de Eduardo Cunha, por contas ilegais no exterior e envio de 
remessas de propina; 
✓ Morte do então relator da Lava Jato no STF, o Ministro Teori Zavascki; 
✓ Vazamento de conversas entre a então Presidente Dilma e Lula, às 
vésperas do processo de impeachment, o que funcionou como um “barril 
de pólvora” antes da votação. Dilma foi acusada de oferecer o cargo de 
Ministro da Casa Civil a Lula para deixa-lo com foro privilegiado em futuros 
julgamentos. 
 
Últimos acontecimentos: 
Delação premiada de Marcelo Odebrecht, diretor da empresa de sua família, 
preso desde 2016. 
Ao todo, cerca de 300 nomes entre políticos, diretores de empresas e pessoas 
ligadas a elas foram citados no depoimento de Marcelo Odebrecht. Abaixo, 
alguns dos políticos citados e outros envolvidos na operação que foram citados 
por outros réus que fizeram delação premiada. 
 
✓ 38º fase: Operação Blackout - Fevereiro de 2017. 
Em despacho, o juiz Sergio Moro ressaltou o "caráter serial dos crimes" e a 
"atuação criminal profissional" de pai e filho, Jorge Luz e Bruno Luz. Jorge Luz 
aparece em diversos depoimentos de delatores e é considerado por 
investigadores como "operador dos operadores" 
 
PRINCIPAIS ALVOS 
Os operadores financeiros Jorge Luz e Bruno Luz, pai e filho, lobistas na 
Petrobras e ligados ao PMDB 
 
✓ 37º fase: Operação Calicute - Novembro de 2016. 
~ 24 ~ 
 
Os investigadores apuram o desvio mais de R$ 220 milhões de recursos públicos 
federais em obras realizadas pelo governo do Estado do Rio de Janeiro. 
 
PRINCIPAIS ALVOS 
Ex-governador do Rio Sérgio Cabral (PMDB) 
 
 
✓ 36º fase: Operação Dragão - Setembro de 2016. 
Os executivos da UTC revelaram em depoimentos de acordos de delação 
premiada que Rodrigo Tacla Duran foi indicado a eles com o propósito de lavar 
dinheiro. Só a empreiteira celebrou contratos na ordem de R$ 56 milhões com o 
escritório de advocacia que foram "sobrevalorizados ou inexistentes". A Mendes 
Júnior firmou contratos com as mesmas características junto ao escritório na 
ordem de R$ 25 milhões 
 
PRINCIPAIS ALVOS 
Os operadores Adir Assad e Rodrigo Tacla Duran 
 
 
Outros políticos envolvidos e citados: 
As investigações sobre os políticos começaram em março de 2015, quando a 
Procuradoria-Geral da República conseguiu autorização do STF (Supremo 
TribunalFederal) e do STJ (Superior Tribunal de Justiça) para investigar 53 
pessoas, incluindo deputados federais, senadores e governadores. A 
Procuradoria decidiu que não havia elementos para abrir inquérito sobre a 
presidente Dilma Rousseff, embora um dos delatores afirme que o esquema de 
corrupção ajudou a financiar sua campanha eleitoral em 2010. 
Veja a seguir os principais políticos condenados, sob investigação e/ou que 
foram citados em delações: 
✓ Michel Temer – PMDB; 
✓ Aécio Neves - PSDB; 
✓ Aluízio Mercadante – PT; 
✓ Antônio Anastasia – PSDB; 
✓ Delcídio do Amaral – ex PT; 
✓ Fernando Bezerra Coelho – PSB; 
✓ Fernando Collor de Melo – PTC; 
✓ Garibaldi Alves – PMDB; 
✓ Gleisi Hoffmann – PT; 
✓ Guido Mantega – PT; 
✓ Humberto Costa – PT; 
~ 25 ~ 
 
✓ Jacques Wagner – PT; 
✓ Jader Barbalho – PMDB; 
✓ José Sarney – PMDB; 
✓ Luiz Fernando Pezão – PMDB; 
✓ Marina Silva – Rede; 
✓ Pedro Correia – PP; 
✓ Renan Calheiros - PMDB 
 
Empreiteiras envolvidas: 
✓ Odebrecht; 
✓ OAS Engenharia; 
✓ Queiroz Galvão; 
✓ Camargo Correia; 
✓ Mendes Júnior; 
✓ Andrade Gutierrez; 
✓ UTC; 
✓ Engevix; 
✓ Galvão Engenharia. 
 
Joesley Batista, dono da JBS, joga uma “bomba” em Brasília: 
A edição do Atualidades 2017 estava prestes a ser fechada quando Joesley 
Batista, um dos executivos donos da JBS, deu depoimentos e mostrou 
gravações que chocaram o país. 
Uma dessas gravações mostrou o então Presidente Michel Temer falando para 
que o mesmo mantivesse o esquema de pagamento de “mesada” para o ex-
Deputado Federal e ex-presidente da Câmara dos Deputados, o peemedebista 
Eduardo Cunha, para que ficasse de “bico” calado na investigação da Lava Jato. 
 
Acordo de leniência: 
Acordo de Leniência é o acordo celebrado entre a Secretaria de 
Desenvolvimento Econômico (SDE) e pessoas físicas ou jurídicas autoras de 
infração contra a ordem econômica, que permite ao infrator colaborar nas 
investigações, no próprio processo administrativo e apresentar provas inéditas 
e suficientes para a condenação dos demais envolvidos na suposta infração. 
Em contrapartida, o agente tem os seguintes benefícios: redução da penalidade 
imposta pelo Conselho Administrativo de Defesa Econômica (CADE) ou 
extinção da ação punitiva da administração pública. 
A J&F, controladora do Grupo JBS, não aceitou pagar R$ 11,2 bilhões para 
fechar um acordo de leniência com o Ministério Público Federal, que retirou sua 
proposta. A proposta original dos procuradores era de uma multa de R$ 33,6 
bilhões. Mas a Lei Anticorrupção (12.846/13) prevê descontos de até dois terços, 
~ 26 ~ 
 
o que fez o valor baixar. A contraproposta da J&F foi de R$ 1 bilhão, que 
representa 0,5% do faturamento do ano passado. 
 
1.829 candidatos de 28 partidos: 
O diretor da JBS Ricardo Saud traçou, em delação premiada, um verdadeiro 
inventário da propina, com listagem de doações que somam quase R$ 600 
milhões para 1.829 candidatos de 28 partidos das mais variadas colorações. 
Saud detalha que a empresa conseguiu eleger 167 deputados federais de 19 
siglas, bancou 28 senadores da República e fez 16 governadores. Apesar da 
extensa lista de políticos beneficiados, entregue por ele ao MPF, há muitos 
repasses de valores baixos como R$ 84 e R$ 200. 
 
 
Lula e Dilma: 
Os ex-presidentes Luiz Inácio Lula da Silva e Dilma Rousseff sabiam de duas 
contas com US$ 150 milhões de propina da JBS, disse o dono da empresa em 
delação. Segundo Joesley Batista, ele mesmo teria avisado aos petistas. Além 
disso, Guido Mantega, ex-ministro dos governos petistas e ex-presidente do 
BNDES, levava extratos bancários dessas contas de propina para os ex-
presidentes. Todo o dinheiro para Mantega, em troca de benefícios à JBS, teria 
ficado em contas de Joesley no exterior, de 2009 a 2014, e tudo, em torno de 
US$ 150 milhões, foi gasto na campanha presidencial de 2014. 
 
 
Fora Temer: 
Protestos foram registrados em 19 estados e no Distrito Federal no domingo (21 de 
maio) pedindo a renúncia do presidente Michel Temer, convocados pelo PT e outros 
partidos, a CUT (Central Única dos Trabalhadores), grupos de esquerda, movimentos 
sociais e outras centrais sindicais. 
Os atos foram motivados pela delação premiada dos empresários Joesley e Wesley 
Batista, donos da JBS. 
 
Não renunciarei: 
No sábado (20 de maio), Temer disse que continua na Presidência. Ele fez um segundo 
pronunciamento motivado pela delação premiada dos empresários Joesley e Wesley 
Batista, donos da JBS. As delações já foram homologadas pelo Supremo Tribunal 
Federal. O ministro Edson Fachin, relator da Operação Lava Jato no STF, autorizou 
a abertura de inquérito para investigar o presidente. 
 
"No Supremo, mostrarei que não tenho nenhum envolvimento com esses fatos. Não 
renunciarei. Repito: não renunciarei. Sei o que fiz e sei a correção dos meus atos. Exijo 
http://g1.globo.com/politica/operacao-lava-jato/noticia/fachin-homologa-delacao-de-donos-da-jbs.ghtml
http://g1.globo.com/politica/operacao-lava-jato/noticia/fachin-autoriza-abertura-de-inquerito-para-investigar-temer.ghtml
~ 27 ~ 
 
investigação plena e muito rápida para os esclarecimentos ao povo brasileiro. Essa 
situação de dubiedade e de dúvida não pode persistir por muito tempo", declarou. 
 
Manifestações do dia 24 de maio: Temer convoca Forças Armadas. 
O presidente Michel Temer autorizou no dia 24 de maio o uso das Forças 
Armadas no Distrito Federal até o dia 31 de maio como medida para conter os 
protestos que tomaram a Esplanada dos Ministérios, em Brasília. 
A iniciativa, já usada durante os Jogos Olímpicos e nas crises de segurança 
recentes no Rio de Janeiro e no Espírito Santo, causou controvérsia e provocou 
críticas, até mesmo do ministro do Supremo Tribunal Federal, Marco Aurélio de 
Mello. A princípio, o ministro da Defesa, Raul Jungmann, disse que a autorização 
foi feita a pedido do presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ). Maia, no 
entanto, negou ter mencionado militares. O deputado do Rio disse ter falado em 
Força Nacional, que é o contingente formado por policiais militares e outros 
agentes de segurança de vários Estados. "Eu acho que o decreto com validade 
até o dia 31 é um excesso sem dúvida nenhuma", seguiu Maia, que afirmou que 
pediu para o Governo que a medida se restringisse para apenas esta quarta-
feira. 
O decreto de Temer foi feito com base na Garantia da Lei e da Ordem (GLO), 
que regulamenta o uso esporádico das Forças Armadas. A GLO foi usada, por 
exemplo, na operação de segurança à circulação da tocha olímpica e deu, 
segundo o Exército, salvaguarda legal para a controversa atuação de um militar 
infiltrado entre manifestantes anti-Temer em São Paulo no ano passado. 
Diretas já: 
O pedido de "Diretas já" que veio das ruas na quarta-feira dia 24 de maio 
começou a ganhar corpo no Congresso Nacional. Senadores de oposição se 
aproveitaram de uma distração da base governista e conseguiram colocar para 
tramitar uma proposta que permitiria eleições diretas no caso de uma saída de 
Michel Temer do cargo ainda neste ano. 
A medida esbarra na maioria governista no Parlamento, que discute com mais 
força neste momento a escolha indireta de um eventual substituto de Temer, mas 
seus promotores apostam a pressão popular pode mudar o jogo. 
Parlamentares petistas conseguiram inverter a pauta da Comissão de 
Constituição e Justiça (CCJ) do Senado e fazer a leitura do relatório do senador 
Lindbergh Farias (PT) sobre uma Proposta de Emenda à Constituição (PEC) que 
propõe eleições diretas quando os cargos de presidente e vice ficam vagos até 
o final do terceiro ano do mandato. 
Se for aprovada, a PEC prevê que a eleição direta ocorra em até 90 dias após a 
saída do vice-presidente e serviria apenas para um mandato-tampão, ou seja, 
haveria eleições presidenciais normalmente, em outubro de 2018. 
http://brasil.elpais.com/tag/michel_temer/a/
http://brasil.elpais.com/tag/fuerzas_armadas/a
http://brasil.elpais.com/tag/fuerzas_armadas/a
http://brasil.elpais.com/brasil/2017/05/24/album/1495634761_953425.htmlhttp://brasil.elpais.com/brasil/2017/05/24/album/1495634761_953425.html
http://brasil.elpais.com/tag/juegos_olimpicos/a
http://brasil.elpais.com/tag/espirito_santo/a/
http://brasil.elpais.com/brasil/2017/05/04/politica/1493917999_018544.html
http://brasil.elpais.com/brasil/2017/05/04/politica/1493917999_018544.html
http://brasil.elpais.com/brasil/2017/05/24/politica/1495647517_447186.html
http://brasil.elpais.com/tag/congresso_nacional_brasil/a
http://brasil.elpais.com/tag/michel_temer/a
http://brasil.elpais.com/tag/michel_temer/a
~ 28 ~ 
 
 
Lula é preso no Paraná: 
Em 1º de abril, o procurador da República Deltan Dallagnol declarou, por Twitter, 
que estaria em jejum e oração quando do julgamento do Habeas Corpus de Lula 
no Supremo Tribunal Federal. 
Os Embargos de Declaração já haviam sido julgados e desprovidos no Tribunal 
Regional Federal da 4ª Região e, embora a defesa não fora ainda intimada 
acerca desse resultado, uma liminar do STF naquele mesmo HC, deferido por 
seis votos a cinco em sessão anterior à Páscoa, garantia a paralisação de 
qualquer execução antecipada de pena até julgamento de mérito do referido HC. 
 
Eis que entre 4 e 5 de abril a ordem foi denegada por seis votos a cinco: o voto 
minerva favorável a liminar, anteriormente proferido pela ministra Rosa Weber, 
foi agora desfavorável no mérito. E assim, por um voto, de virada, reforçou-se o 
precedente acerca da possibilidade de execução antecipada de pena a partir de 
decisão condenatória de segunda instância. 
 
A sessão terminou na madrugada do dia 5 de abril, quinta-feira, e nesse mesmo 
dia o TRF4 expediu ofício à 13ª Vara Federal de Curitiba comunicando o 
exaurimento da segunda instância no caso triplex, bem como nenhum óbice para 
cumprimento da pena, tendo em vista essa última decisão do STF. 
 
Com a decisão, caiu o último impedimento para a execução da pena do ex-
presidente. 
 
“No mérito, por votação majoritária, o tribunal, o Supremo Tribunal denegou a ordem 
nos termos do voto do relator, vencidos os ministros Gilmar Mendes e Dias Toffoli, 
uma parte menor, e os ministros Ricardo Lewandowski, Marco Aurélio e Celso de 
Mello, que concediam a ordem. Esta é a proclamação do resultado”, concluiu a 
presidente Carmen Lúcia. 
 
 
Ato contínuo, o juiz federal Sergio Moro determinou a imediata expedição de 
prisão contra Lula, conferindo-lhe a prerrogativa de se apresentar no dia 
seguinte, sexta-feira, até às 17h na Polícia Federal em Curitiba. 
 
Entenda o caso: 
 
O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva foi condenado por corrupção passiva e 
lavagem de dinheiro no caso do triplex de Guarujá, mas tem repetido que é inocente. 
Na sentença, o juiz Sérgio Moro considerou que a OAS pagou mais de R$ 2 milhões 
em propina ao ex-presidente por meio da reserva e reforma do imóvel. 
 
~ 29 ~ 
 
O juiz escreveu que levou em conta documentos, perícias, notas fiscais da reforma, 
quebras de sigilo fiscal e bancário, depoimentos de testemunhas e réus. A 
condenação foi mantida em segunda instância e a pena aumentada. 
 
As investigações do triplex do Guarujá começaram no Ministério Público Estadual 
de São Paulo. Em março de 2016, os promotores denunciaram o ex-presidente à 
Justiça. 
 
A juíza responsável pelo caso enviou a investigação para o juiz Sérgio Moro, da Lava 
Jato de Curitiba, por considerar que os crimes tinham ligação com o esquema de 
corrupção na Petrobras. O caso chegou a Moro em junho do mesmo ano. 
 
Em 2009, a OAS Empreendimentos assumiu a obra, começada pela Cooperativa 
Habitacional dos Bancários (Bancoop) que enfrentou problemas financeiros. O 
condomínio foi entregue em 2014. No Paraná, os procuradores da Lava Jato 
denunciaram o ex-presidente no caso do triplex em setembro de 2016. 
 
Disseram que a OAS pagou propina a Lula por meio da reserva e reforma do triplex, 
e que manteve o imóvel no nome da construtora para esconder a real propriedade. 
Segundo o Ministério Público Federal, o dinheiro veio de um caixa geral de propina, 
ligado a três contratos da OAS com a Petrobras. 
 
 
Durante o processo em Curitiba, o juiz Sérgio Moro ouviu 75 testemunhas, de 
acusação e defesa. Lula foi o último dos sete réus a ser interrogado. O ex-presidente 
disse que visitou o apartamento, mas que não quis comprá-lo. O depoimento foi em 
maio de 2017. 
 
 
“A verdade é a seguinte, senhor Moro, eu vou repetir: ‘eu não solicitei, não recebi, 
não paguei nenhum triplex”, disse Lula. 
 
Lula foi condenado em julho de 2017 por Moro, a uma pena de nove anos e seis 
meses de prisão, pelos crimes de corrupção passiva e de lavagem de dinheiro. 
 
Na sentença, o juiz levou em conta documentos, perícias, notas fiscais da reforma, 
quebras de sigilo fiscal e bancário, depoimentos de testemunhas e réus e considerou 
que não era necessário o triplex estar em nome de Lula porque o crime era 
justamente ocultar a propriedade. 
~ 30 ~ 
 
 
Moro considerou na sentença que Lula recebeu, por meio do triplex, mais de R$ 2 
milhões em propina. 
 
Um dos réus, o ex-presidente da OAS, Léo Pinheiro, afirmou no interrogatório que o 
triplex estava reservado para Lula. 
 
“O apartamento era do presidente Lula desde o dia que me passaram para estudar 
os empreendimentos da Bancoop, já foi me dito que era do presidente Lula e de sua 
família, que eu não comercializasse e tratasse aquilo como uma coisa de 
propriedade do presidente”, disse. 
 
“O MP afirma, juntou documentos que supostamente diriam isso, que esse 
apartamento, esse triplex não teria sido colocado à venda jamais pela OAS?”, 
pergunta Moro. 
 
“Nunca foi colocado à venda pela OAS”, responde Pinheiro. “Desde 2009?”, Moro. 
“Desde 2009. Eu tinha a orientação para não colocar à venda porque pertenceria à 
família do presidente”, conclui Léo Pinheiro. 
 
Fotos de Lula e Léo Pinheiro numa visita ao triplex também estão no processo. 
 
Ao finalizar a sentença, o juiz escreveu que "é de todo lamentável que um ex-
presidente da República seja condenado criminalmente, mas a causa disso são os 
crimes por ele praticados e a culpa não é da regular aplicação da lei. Prevalece, 
enfim, o ditado: ‘não importa o quão alto você esteja, a lei ainda está acima de você". 
 
A defesa de Lula recorreu ao Tribunal Regional Federal, em Porto Alegre. Alegou 
que o dinheiro da compra e reforma do triplex não veio da Petrobras. Que Lula não 
pediu qualquer vantagem indevida, em razão do cargo de presidente e que o juiz 
Sérgio Moro negou a produção de provas, não seguiu a denúncia e se baseou no 
depoimento de Léo Pinheiro, que tenta acordo de delação premiada. 
 
O recurso foi julgado no dia 24 de janeiro de 2018 pelo tribunal, numa sessão que 
durou mais de oito horas. O relator, desembargador João Gebran Neto e os 
desembargadores Victor Laus e Leandro Paulsen consideraram que houve 
pagamento de propina e que existem provas. 
 
"Para além da prova material até aqui referida, há prova oral indicando que o 
apartamento estava reservado ao ex-presidente. E mais: a prova indica que os 
~ 31 ~ 
 
recursos necessários para o pagamento da diferença agregado com as reformas 
foram arcados pela OAS”, disse o desembargador João Gebran Neto. 
 
O tribunal aumentou a punição para 12 anos e um mês e determinou o cumprimento 
da pena, inicialmente em regime fechado. 
 
A defesa do ex-presidente anunciou que entraria com recurso. 
 
"É uma decisão que condenou uma pessoa que não praticou crime e nós 
acreditamos que esse resultado é o que vai prevalecer e que nenhuma medida 
restritiva será aplicada ao ex-presidente Lula", rebateu Cristiano Zanin Martins, o 
advogado de Lula. 
 
Um dos recursos foi apresentado ao próprio tribunal em Porto Alegre. A defesa 
entrou também com pedidos de habeas corpus preventivos nos tribunais superiores 
em Brasília. 
 
No dia 6 de março, os ministros do STJ negaram, por cinco a zero, o pedido de 
habeas corpus preventivo. A defesa pretendia impedir a prisão de Lulaapós se 
esgotarem os recursos em segunda instância. A decisão no STJ foi unânime. 
 
 
“No meu entendimento não se vislumbra a existência de qualquer ilegalidade na 
determinação de que o paciente venha por ventura iniciar o cumprimento provisório 
da pena após esgotamento dos recursos em segundo grau. No caso, os embargos 
de declaração”, disse o ministro do STJ Felix Fischer. 
 
No dia 22 de março foi a vez dos 11 ministros do Supremo avaliarem o pedido de 
habeas corpus preventivo. Numa sessão que durou quatro horas, os ministros 
decidiram primeiro que poderiam julgar o pedido. 
 
 
Depois, como o ministro Marco Aurélio Mello não podia continuar na sessão porque 
tinha um voo marcado para um compromisso no Rio, a discussão sobre o mérito do 
pedido de habeas corpus preventivo, ou seja, se Lula teria ou não o direito de 
aguardar em liberdade o julgamento de todos os recursos, acabou sendo adiada. 
 
 
~ 32 ~ 
 
Greve dos Caminhoneiros: 
A categoria parou no dia 21 de maio para exigir uma redução nos preços do óleo 
diesel - que subiram mais de 50% nos últimos 12 meses. A principal 
reivindicação era que os impostos que incidem sobre o combustível, como o PIS-
Cofins. Eles também exigiam a fixação de uma tabela mínima para os valores de 
frete. 
Ao longo da greve, discursos anticorrupção também se juntaram às bandeiras 
defendidas pelo movimento, que em poucos dias se tornou expressivo e 
provocou impactos à população, em diversos segmentos. Alguns grupos de 
manifestantes passaram a expressar apoio a um golpe militar. 
Com caminhões parados, bloqueando parcialmente as rodovidas, combustíveis 
deixaram de ser entregues em diversos postos e outras atividades que 
esperavam matérias-primas e produtos essenciais, como alimentos, também 
acabaram desabastecidos. 
O movimento começou a perder força durante o fim de semana, após um acordo 
entre alguns representantes da categoria e o governo, e a entrada em cena do 
Exército para desbloquear vias e garantir o abastecimento aos diversos setores 
afetados. 
A disparada no preço do óleo diesel leva os caminhoneiros a iniciarem a 
paralisação, interrompendo o trânsito em rodovias de ao menos 17 Estados. O 
aumento do combustível está associado ao aumento do dólar e do petróleo no 
mercado internacional, que passaram a servir de base para a política de preços 
da Petrobras a partir de 2016 e que, em 2017, levaram a estatal a decidir 
aumentar a frequência nos ajustes de um mês para "a qualquer momento, 
inclusive diariamente". 
Na semana que precedeu a greve, a Abcam, associação que representa parte 
dos caminhoneiros autônomos, havia protocolado um ofício na Presidência da 
República e na Casa Civil cobrando "medidas efetivas do Governo diante do 
aumento constante das refinarias e dos impostos que recaem sobre o óleo 
diesel". A entidade ameaçava convocar uma paralisação nacional caso as 
reivindicações não fossem atendidas. 
A manifestação ganha corpo e já chega a ao menos 24 Estados. A essa altura, 
os primeiros reflexos no mercado começam a surgir. Sem receber insumos que 
esperavam por via terrestre, grandes montadoras decidem reduzir a produção. 
No início do dia, ministros avaliavam que os efeitos da greve não eram tão 
profundos. No início da noite, em uma tentativa de conter o movimento, o 
presidente da Petrobras, Pedro Parente, anunciava a redução de 10% do preço 
do óleo diesel nas refinarias por 15 dias e o congelamento dos preços durante 
esse período. Ele - que assumiu a presidência da empresa afirmando que não 
haveria interferência política na definição de preços da companhia - nega que 
tenha havido pressões do governo. A paralisação continua. 
~ 33 ~ 
 
Greve mostra força e gera impacto em abastecimento e transportes de pelo 
menos 15 Estados, mais o Distrito Federal. Os efeitos a essa altura incluem 
redução de frotas de ônibus, falta de combustíveis e disparada de preços em 
postos de gasolina, cancelamento de aulas em universidades, voos ameaçados 
por falta de combustível, prateleiras vazias em supermercados e centros de 
abastecimento e a interrupção da produção em fábricas. A pauta inicial dos 
grevistas, que estava concentrada em questões econômicas, como o custo do 
óleo diesel e dos fretes para a categoria, é ampliada e o discurso anticorrupção, 
que inclui vozes em apoio a uma "intervenção militar", ganha força. 
Foi em meio a esse contexto que, já à noite, o governo federal anunciou um 
acordo, com parte dos representantes da categoria, para suspender a greve. 
Fruto de sete horas de reuniões no Palácio do Planalto, o acordo incluiu, entre 
outros pontos, a promessa do governo de atender 12 reivindicações dos 
caminhoneiros, entre elas zerar a Cide sobre o diesel e baixar em 10% o preço 
do combustível nas refinarias por 30 dias. Deixou de fora, entretanto, a principal 
demanda dos trabalhadores: a isenção do PIS-Cofins sobre o óleo diesel. 
Em uma tentativa de baixar o preço do combustível e debelar a greve, nas 
primeiras horas da quinta, os deputados haviam votado de forma simbólica - 
quando todos os partidos estão de acordo com o tema - um projeto de lei, 
enviado pelo governo, que acabava com a isenção de impostos sobre a folha de 
pagamentos de vários setores da economia. O consenso só foi possível porque 
o relator do projeto, deputado Orlando Silva (PC do B-SP), havia incluído em sua 
proposta a isenção desses dois tributos sobre o diesel. 
Em entrevista a jornalistas no Palácio do Planalto para anunciar a trégua, o 
ministro Carlos Marun (Secretaria de Governo) diz, porém, que a desoneração 
de PIS-Cofins poderia ser discutida "em outro momento". 
Muitos caminhoneiros rejeitam o acordo e a paralisação prossegue no país. 
O ministro da Segurança Pública, Raul Jungmann chega a afirmar, nesse mesmo 
dia, que há indícios de "locaute" no movimento, ou seja, de influência ou apoio 
das empresas do setor na paralisação, uma prática proibida na legislação 
brasileira. A Polícia Federal anuncia o início de uma investigação a respeito. E a 
Força Nacional reforça a atuação da Polícia Rodoviária Federal (PRF) para 
liberar estradas. 
O presidente Michel Temer diz ter acionado "forças federais para superar os 
graves efeitos da paralisação", garantindo a livre circulação nas estradas e o 
abastecimento. Um decreto é publicado após as 21h dando poder de polícia às 
Forças Armadas em todo o país até o dia 4 de junho. É a primeira vez que uma 
operação GLO (de Garantia da Lei e da Ordem), como é chamada, terá 
abrangência nacional e não apenas em Estados e municípios específicos. 
O Ministério da Defesa afirma que os militares atuariam para "garantir a 
distribuição de combustíveis nos pontos críticos", fazer "a escolta de comboios, 
proteger "infraestruturas críticas" e desobstruir as vias próximas a refinarias de 
petróleo e centros de distribuição de combustíveis. 
~ 34 ~ 
 
O decreto, na prática, os autorizava a desbloquear rodovias federais e, 
eventualmente, estradas estaduais e municipais, se solicitados por 
governadores e prefeitos. A ação, no entanto, poderia ir mais longe. O governo 
poderia passar a "requisitar" temporariamente os caminhões que estivessem 
parados nas pistas; e a colocar integrantes das Forças Armadas ou da PRF atrás 
do volante para levar os veículos até a garagem dos donos ou ao destino da 
carga. 
No começo da noite, o Supremo Tribunal Federal (STF) deu aval à remoção de 
manifestantes que estivessem bloqueando vias ou protestando nos 
acostamentos das pistas. Também autorizou a aplicação de multas de até R$ 10 
mil para os que fizessem bloqueios e de R$ 100 mil para entidades que 
organizassem esse tipo de ação. 
Os ministros Raul Jungmann, da Segurança Pública, e Sérgio Etchegoyen, do 
Gabinete de Segurança Institucional, afirmam, já à noite, que a situação no país 
"começa a se normalizar", com o reabastecimento de aeroportos e o início da 
desobstrução de estradas, mas ainda sem um prazo claro para todo o 
abastecimento voltar ao normal. 
Segundoeles, não seria possível traçar um prognóstico de quando o quadro 
começaria a se regularizar nos transportes, na entrega de cargas e nos postos 
de gasolina. 
Em diversas cidades do país, escoltas das forças de segurança são usadas para 
abastecer frotas de ônibus e ambulâncias, mas postos de gasolina continuavam, 
em sua maioria, sem combustível para a população. 
Após reunião realizada na Casa Civil, a Associação Brasileira dos 
Caminhoneiros (Abcam) decide assinar acordo com o Governo para pôr fim às 
paralisações dos caminhoneiros autônomos. 
A associação afirma que a categoria conseguiu ser atendida em diversas 
reivindicações, que considera o acordo assinado "como uma vitória" e pede, em 
nota publicada no site, a todos os caminhoneiros que voltem ao trabalho. 
A paralisação, no entanto, continua. 
 
~ 35 ~ 
 
Os reflexos da greve nos postos de combustíveis são percebidos em diversos 
Estados. Levantamento da Fecombustíveis mostra que 90% ou mais dos postos 
estão sem produtos para venda ao consumidor na Bahia, no Distrito Federal e 
em Minas Gerais. Em outros Estados, escoltas policiais e militares, além de 
decisões judiciais, ajudam a garantir ao menos parcialmente o abastecimento. 
O Ministério Público Federal (MPF) emite ofício pedindo esclarecimentos ao 
Gabinete de Intervenção Federal (GIF) no Rio diante da continuidade das 
restrições impostas por manifestantes à entrada e saída de caminhões-tanque 
na Refinaria de Duque de Caixas (Reduc), na Baixada Fluminense - que atende 
a mercados como Rio, São Paulo, Espírito Santo, Minas Gerais e Bahia 
fornecendo óleo diesel, gasolina, querosene de aviação e outros produtos. 
Após uma visita ao local, o procurador federal Julio José Araujo Junior envia ao 
general Walter Braga Netto, interventor na área da Segurança Pública no Rio, 
um pedido de informações sobre quais medidas estão sendo tomadas para 
acabar com as obstruções que persistem na área, "mesmo após o anúncio de 
acordo" do presidente Michel Temer com entidades sindicais. 
"Estamos cobrando informações no sentido de que haja uma atuação efetiva que 
garanta os serviços essenciais. Estamos falando de uma área estratégica. É 
preciso uma atuação firme e incisiva para garantir que todo o abastecimento seja 
feito", afirma. 
De acordo com a Secretaria de Segurança do Rio, o número de caminhões-
tanque que saíam escoltados da Reduc estava aumentando, mas até aquele 
momento só estavam trabalhando os que atenderiam a serviços essenciais, 
como hospitais, ambulâncias e serviço militar. 
 
O país ainda registra 616 pontos de concentração de motoristas nas estradas, 
mais do que no dia anterior, quando o número estava em 556, aponta 
levantamento da Polícia Rodoviária Federal fechado às 18h. Apenas em três 
desses pontos, no entanto, o trânsito permanecia bloqueado. Segundo a PRF, o 
número de protestos havia crescido, mas a quantidade de caminhões parados 
em cada um deles havia diminuído. A greve dava mostras de que estava 
perdendo força. 
~ 36 ~ 
 
O abastecimento também começava a ser normalizado em aeroportos e postos 
de combustíveis. 
Para os consumidores, um dos efeitos atribuídos à paralisação continuava a ser 
sentido no bolso: eram os preços dos combustíveis, que segundo Procons e a 
própria Fecombustíveis admitiu, foi elevado "de forma oportunista" por uma parte 
do setor que se valeu da escassez do produto para aplicar reajustes "abusivos". 
Queixas sobre aumentos repentinos ou exorbitantes, por exemplo, foram 
registrados pela Agência Nacional de Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis 
(ANP) em ao menos 22 estados e no Distrito Federal. Foram 365 denúncias 
desde quinta-feira da semana passada e mais da metade delas estavam 
concentradas em São Paulo. Apenas no Procon paulista, entretanto, as 
reclamações já passavam de 2,5 mil. 
Diante da situação, os órgãos de defesa do consumidor intensificaram a 
fiscalização e passaram a pedir explicações, aplicar multas milionárias e até a 
interditar estabelecimentos. Falta de transparência nos preços e aumentos sem 
justificativa estavam entre os problemas identificados. 
 
Nos postos de combustíveis, o abastecimento começava a voltar, mas em 
algumas áreas isso ainda ocorria de forma parcial, com a ajuda de escolta e por 
força de decisões judiciais. 
Em levantamento divulgado no início da tarde, a Federação Nacional do 
Comércio de Combustíveis e Lubrificantes (Fecombustíveis), que representa os 
sindicatos patronais e os interesses de cerca de 40 mil postos revendedores de 
combustíveis no país, aponta casos de "muita fila" para abastecer, de incerteza 
em relação à duração de estoques e de contingenciamento por parte das 
distribuidoras, para que o maior número possível de estabelecimentos seja 
contemplado. 
Agravando as dúvidas sobre o setor, os petroleiros iniciaram uma greve de 72 
horas contra a nova política de preços da Petrobras - a Justiça do Trabalho julgou 
a paralisação como ilegal, mas os trabalhadores mantiveram a decisão de cruzar 
os braços. 
Consequências da greve: 
Foram onze dias seguidos de bloqueios nas estradas em praticamente todo o 
território nacional, impedindo a circulação de pessoas e produtos. Agora, é hora 
de o setor produtivo contabilizar os prejuízos, que devem se disseminar pela 
economia, pressionando preços e pesando sobre a ainda tímida tentativa de 
retomada do crescimento. 
 
O mercado começou a fazer as contas. O último Boletim Focus, do Banco 
Central, divulgado na segunda-feira 4, mostrou que a projeção de crescimento 
este ano passou de 2,37% para 2,18%. Foi a quinta semana consecutiva de 
https://cartacapital.com.br/economia/o-que-querem-os-caminhoneiros-em-greve
https://cartacapital.com.br/economia/por-que-o-brasil-nao-consegue-crescer
https://cartacapital.com.br/economia/por-que-o-brasil-nao-consegue-crescer
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baixa nas estimativas. O pessimismo inclui a expansão de apenas 0,4% do PIB 
no primeiro trimestre e a greve dos caminhoneiros. 
O mesmo levantamento aponta outra consequência da paralisação: a pressão 
sobre os preços. Mesmo com a economia patinando, a estimativa do mercado 
para o IPCA – o índice oficial de inflação – em 2018 passou de 3,6% para 3,65%. 
Apesar da alta, o porcentual projetado ainda está abaixo do centro da meta de 
inflação perseguida pelo BC este ano, de 4,5%, com margem de tolerância de 
1,5 ponto porcentual (inflação entre 3% e 6%). No caso de 2019, os economistas 
projetam um IPCA de 4,01%. 
São Paulo já deu um aperitivo. A Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas 
(Fipe), que coleta preços no município, apurou uma evolução de 0,19% na 
inflação de maio, contra deflação em abril. Para este mês, as previsões foram 
refeitas e a instituição estima uma inflação de 0,57%. 
Ainda é impossível ter a noção exata dos prejuízos para o País e há também um 
novo fator de indefinição: uma queda de braço em Brasília em torno de uma das 
principais reivindicações dos caminhoneiros atendida pelo governo, o preço 
mínimo para o frete. 
Após pressão de produtores rurais, o governo federal recuou e vai rever a tabela 
de preços mínimos negociada com os grevistas. Os ruralistas dizem que a tabela 
eleva os custos do frete em até 150%. Os caminhoneiros prometem reagir e 
pararem novamente se o recuo for confirmado. 
 
A votação do projeto de lei que define o frete mínimo estava marca para terça-
feira 5, mas foi adiada para a noite de hoje. A conferir. 
O setor produtivo também está concluindo seus cálculos. Nesta quarta-feira 6, 
foi a vez da indústria automotiva divulgar seus dados. 
Segundo a Anfavea, entidade que representa o setor, a produção caiu 15% em 
maio na comparação com o mesmo mês do ano passado. O resultado interrompe 
uma sequência de 18 meses de altas na mesma base de comparação. 
A fabricação de veículos leves, caminhões e ônibus foi de 212,3 mil unidades 
em maio. Na comparação com abril, quando 266,1 mil veículos foram 
produzidos, a queda foi superior a 20%. A indústria estima ter perdido entre 70 
mile 80 mil unidades de produção durante a paralisação dos caminhoneiros. 
Na construção civil, a estimativa é de perdas superiores a 5 bilhões de reais 
segundo a Câmara Brasileira da Indústria da Construção (CBIC). Pode demorar 
até três semanas para que as atividades voltem ao ritmo normal. 
 
A falta de combustível atingiu em cheio a aviação. Logo no primeiro dia de 
paralisação houve cancelamento de voos, situação que só foi se agravando no 
decorrer da greve. 
~ 38 ~ 
 
A Associação Brasileira das Empresas Aéreas (Abear), que representa Avianca, 
Azul, Gol e Latam, estima um prejuízo diário de mais de 50 milhões de reais, que 
envolve cancelamentos, pousos técnicos para reabastecimentos, no shows e 
atendimento a passageiros que deixaram de embarcar. 
 
Outro setor profundamente atingido pelos atos dos caminhoneiros foi o 
agropecuário. Houve desabastecimento generalizado de frutas e verduras, itens 
que não puderam chegar aos centros de abastecimento das cidades. No entanto, 
como esses produtos são majoritariamente cultivados por pequenos produtores, 
é difícil calcular as perdas de forma unificada. 
 
Já a Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA) estima que a paralisação 
gerou impactos totais de 3,150 bilhões de reais ao setor produtor e exportador 
de aves, suínos, ovos e material genético. Ao todo, 167 unidades frigoríficas 
interromperam suas atividades. Por falta de ração, 64 milhões de aves adultas e 
pintinhos morreram durante a greve. 
 
A entidade avalia, ainda, que reorganização da cadeia produtiva e da distribuição 
de produtos após a suspensão das atividades durante a greve gerará custos 
extras ao setor. "Até que se reestabeleça toda a sistemática setorial, ficará mais 
caro às indústrias produzir cada quilo de carnes e cada unidade de ovo", afirma 
a ABPA, que já fala sobre a necessidade de aumento da oferta de linhas de 
crédito para a manutenção da retomada da cadeia agroindustrial. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
~ 39 ~ 
 
Capítulo 3: 
Política. 
 
1º Parte: Notícias Brasil. 
Morte de Teori Zavascki e o futuro da Lava Jato: 
No dia 19 de janeiro de 2017, o então Ministro do Supremo Tribunal Federal e 
relator da operação Lava Jato na Suprema Corte, Teori Zavascki, foi vítima de 
um acidente aéreo que culminou com a sua morte. 
No avião também estavam Carlos Alberto Filgueiras, 69, dono do hotel Emiliano; 
o piloto Osmar Rodrigues, 56; a massoterapeuta Maíra Panas, 23, e sua mãe, a 
professora Maria Hilda Panas, de 55 anos. Todas vítimas fatais do acidente. 
O Ministério Público Federal e a Polícia Federal abriram inquéritos para apurar 
as causas do acidente do bimotor, que podem resultar em eventuais 
condenações. 
 
Possibilidade de atentado? 
Apesar das especulações que tomaram conta da internet, não há indícios, até o 
momento, de que a queda do avião que transportava o ministro Teori Zavascki 
tenha sido um atentado. 
Quais fatores podem ter contribuído para o acidente? 
O avião caiu no momento em que havia uma forte chuva na região de Paraty 
(RJ), e especialistas apontam esse fator como a causa mais provável, porém, 
outros fatores ou causas deverão ser investigados. 
O avião estava com manutenção regular? 
De acordo com a ANAC (Agência Nacional de Aviação Civil), a documentação 
da aeronave estava regular, com validade até abril de 2022, e a inspeção da 
manutenção era válida até abril de 2017. 
As investigações: 
Até o momento do fechamento dessa edição, as investigações não haviam sido 
concluídas. Estaremos atentos a qualquer novidade e se sair algo relevante até 
dezembro, você ficará sabendo por meio das atualizações. 
Atualmente, o Centro de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos 
(Cenipa), responsável por apurar quedas de avião no país, está coletando e analisando 
dados obtidos do acidente, informou a Força Aérea Brasileira (FAB), à qual o Cenipa é 
subordinado. Não há prazo para a conclusão da investigação. 
~ 40 ~ 
 
Morte de Teori tem forte impacto na Lava Jato: 
Com a morte do Ministro, surgiram na internet muitas teorias da conspiração 
sobre o caso e o futuro da Lava Jato, mas o fato é que a operação continua a 
“pleno vapor” e inclusive, a tão temida delação da Odebrecht, saiu do papel. 
 
Fique atento: 
✓ O Ministro do STF Edson Fachin é o novo relator da Lava Jato no 
Supremo. 
✓ Quem assumiu a vaga de Teori Zavascki no STF foi Alexandre de 
Moraes. 
 
Começa o julgamento da chapa eleitoral Dilma-Temer: 
O Tribunal Superior Eleitoral – TSE começou em março a analisar o processo 
que pede a cassação da chapa eleitoral formada por Dilma (PT) e Michel Temer 
(PMDB). 
A ação contra esta chapa foi proposta pelo PSDB e partidos coligados na disputa 
presidencial de 2014. Os autores alegam que a campanha dos adversários usou 
dinheiro desviado da Petrobrás para custear seus gastos. 
Argumentam ainda que as despesas foram superiores aos valores declarados à 
Justiça Eleitoral e que algumas delas não foram comprovadas. 
Se a ação for julgada improcedente, nada irá mudar. Do contrário, o atual 
Presidente Michel Temer é cassado e ambos (ele e Dilma) se tornam inelegíveis 
por 8 anos. 
Entretanto, se Temer for cassado, ele pode recorrer ao STF para ficar no cargo 
até o final do julgamento. Se a justiça desmembrar o processo e julgar as 
acusações contra Temer improcedentes, ele é mantido no cargo. 
 
Lei da Terceirização é sancionada por Temer: 
Com três vetos, o presidente Michel Temer sancionou nesta sexta-feira (31) a lei 
que libera a terceirização em todas as atividades das empresas. O texto, 
polêmico, amplia as possibilidades de contratação de serviço terceirizado, que 
poderá ser feita tanto na área meio quanto na atividade fim. Por sua vez, o 
Senado tem em pauta projeto que restringe essas possibilidades. 
Do texto, aprovado em 22 de março pela Câmara dos Deputados, foram 
mantidos os temas centrais, como a possibilidade de as empresas terceirizarem 
sua atividade principal, sem restrições, inclusive na administração pública. As 
empresas de terceirização poderão subcontratar empresas para realizar 
~ 41 ~ 
 
serviços, e, em casos de ações trabalhistas, caberá à empresa terceirizada 
pagar os direitos questionados na justiça, se houver condenação. 
A lei de terceirização tem sido alvo de críticas de senadores, e sua sanção vai 
contra o pedido de parte da bancada do PMDB na Casa. Em 28 de março, nove 
senadores encaminharam uma carta a Michel Temer alertando que, da forma 
como tinha sido aprovado, o texto poderia agravar o desemprego e reduzir a 
arrecadação. Na ocasião, o líder do partido, Renan Calheiros (AL), criticou a 
decisão da Câmara de resgatar um projeto antigo (PLC 3/2001), que havia sido 
aprovado pelo Senado há 16 anos, em vez de esperar a resolução de uma 
proposta mais moderna e capaz de dar segurança jurídica aos terceirizados. 
 
Confira abaixo os principais pontos da “Lei da Terceirização”: 
✓ Contribuições previdenciárias 
O texto segue a regras estabelecidas na Lei 8.212/91. Assim, a prestadora de 
serviços fica responsável por recolher 11% do salário dos terceirizados para a 
contribuição previdenciária patronal. Outrossim, a contratante poderá descontar 
o percentual do valor pago à empresa terceirizada. 
 
✓ Causas trabalhistas 
O texto prevê a responsabilidade subsidiária da empresa contratante em relação 
às obrigações da prestadora de serviços. Assim, em um processo trabalhista, a 
empresa contratante poderá ser obrigada a indenizar o profissional em dinheiro 
ou penhorar bens somente se a prestadora dos serviços não tiver outros itens 
para o pagamento da condenação por conta de direitos não pagos. 
 
As regras anteriores, previstas pela Lei 6.019/74 previam a responsabilidade 
solidária, ou seja, a penhora de bens da empresa contratante e da prestadora de 
serviços poderia ser feita simultaneamente e as duas respondiam com seus bens 
para o pagamento da causa movida pelo funcionário. 
 
✓ Trabalho

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