Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
FAMÍLIAS ORIGEM E EVOLUÇÃO Revolução Francesa Matrimonio Patriarcal Hierarquizada Patrimonialista Brasil Colônia Unidade de Produção Família indissolúvel: Para evitar que o patrimônio fosse dividido em caso de separação. Constituição de 1988 FUNÇÃO Anterior: Politica Religiosa Econômica Procriacional Atualidade: Solidariedade social e progresso humano FAMILIA NO DIREITO BRASILEIRO 3.1) Conteúdo “disciplina as relações entre pessoas, unidas pelo casamento, união estável ou parentesco.” 3.2) Comparação CÓDIGO CIVIL 1916 CÓDIGO CIVIL 2002 Matrimonializada Pluralizada Patriarcal Democrática Hierarquizada Igualitária Heteroparental Hétero ou Homoparental Biológica Biológica ou Sócio afetivas Unidade de produção e reprodução Unidade Sócio afetiva Caráter institucional Caráter instrumental 3.3) Código Civil de 2002 a. Título I – Direito Pessoal b. Título II – Direito Patrimonial c. Título III – União Estável d. Título IV – Direito Assistencial PLURALIDADE FAMILIAR Matrimonial: é aquela instituída pelo casamento. Informal (hétero ou homoafetiva) Monoparental: entidade familiar constituída por qualquer dos pais e seus descendentes. Anaparental: ausência de ascendentes. Pluriparental: (1977) – Com o advento do divórcio. Paralela: é aquela que afronta a monogamia, realizada por aquele que possui vínculo matrimonial ou de união estável. Poliafetiva PRÍNCIPIOS INCIDENTES NO DIREITO FAMILIAR Respeito à dignidade da pessoa humana Igualdade jurídica dos cônjuges e companheiros (Institutos jurídicos iguais, porém se diferem, já que o casamento é tratado com maior valor). Igualdade jurídica dos filhos – Art. 227, § 6º CF Liberdade do planejamento familiar – Art. 1565 C.C/02 e Art. 226 § 7 CF. Paternidade responsável Comunhão Plena de Vidas Não retrocesso Afetividade. OBS.: DIREITO REAL DE HABITAÇÃO: Foi estendida para a união estável (1994), em 2002 o código civil desconsiderou esse direito. Porém pelo principio do não retrocesso permite se que esse direito seja estendido aos companheiros. PARENTESCO Conceito “é a relação que vincula entre si pessoas que descendem umas das outras, ou de um autor comum (consanguinidade), ou que, aproxima cada um dos parentes do outro (afinidade), ou que se estabelece, por fictio iuris, entre adotante e adotado.”. Espécies – Art. 1593 Natural: Decorre da consanguinidade, é o parentesco resultante do laço de sangue. Civil: De outra origem – Afinidade, inseminação artificial, adoção. Efeitos Direitos e obrigações – Pessoal e Patrimonial. Restrições – Administrativo, Civil, Penal, Processual, Inelegibilidade. Vínculos Linhas: Reta (art. 1591) Ex.: PAI ↓ FILHO ↓ NETO Colateral ou transversal (4º grau) Ex.: PAI ↙ ↘ IRMÃ IRMÃO GRAU (Limitada a vida): É a unidade de medida, que mude a distância do parentesco, sendo contada a partir do número de gerações que os separa. Contagem 5.1) Linha Reta BISAVÔ AVÔ PAI FILHO NETO BISNETO Pai Filho (1º Grau) Avô Neto (2º Grau) Bisavô Bisneto (3º Grau) OBS.: Não existe parente colateral em primeiro grau. 5.2) Linha Colateral Ex.¹: PAI Ex.²: AVÔ 1º ↙ ↘ 2º 2º ↙ ↘ 3º IRMÃO A IRMÃO B PAI TIO 1º ↓ FILHO 5.3) Contagem – Afinidade José (Pai de Maria) Sogros ↓ ↓ 1º Maria casada com Joaquim ↓ (1º grau em linha reta) Joaquim CASAMENTO Definição “é a conjugação do homem e da mulher que se unem para a vida toda.” Modestino “é a sociedade do homem e da mulher, que se unem para perpetuar a espécie, para ajudar-se, mediante socorros mútuos a carregar o peso da vida, e para compartilhar seu comum destino.” Portallis “é o contrato celebrado entre duas pessoas de sexo diferente que pretendem constituir família mediante uma plena comunhão de vidas...” C.C. Português Natureza Jurídica Concepção Clássica (até o século XIX) - individualista ou contratualista. Concepção institucionalista – instituição social, não há contrato, pois as regras estariam integralmente postas na lei. Não há vontades. Concepção Eclética – contrato sui generis. Manifestação de vontade = “sim” Caracteres Ato Solene Normas de Ordem Pública Estabelece direitos e deveres recíprocos União Permanente (?) Lei 6515/77 Diversidade de sexo (?) Liberdade Negócio Jurídico – São os negócios jurídicos que não admitem os elementos acidentes (termo, encargo e condição) Capacidade Idade núbil (16 anos) Autorização dos Pais Suprimento judicial – lei 11.106/05 Consentimento Gravidez Efeitos Comunhão Plena de vidas Estado Civil Afinidade Nome Emancipação Direção da Sociedade Conjugal Administração dos bens Fixação de Domicílio Impedimentos – art. 1521 Decorrentes do Parentesco I e II – Linha Reta “I - os ascendentes com os descendentes, seja o parentesco natural ou civil; II - os afins em linha reta;” III e V – Adoção “III - o adotante com quem foi cônjuge do adotado e o adotado com quem o foi do adotante; V - o adotado com o filho do adotante;” IV – Colaterais “IV - os irmãos, unilaterais ou bilaterais, e demais colaterais, até o terceiro grau inclusive”. Resultantes de Casamento anterior VI – Princípio da Monogamia VI - as pessoas casadas Art. 235 CP – Reclusão de 2 à 6 anos Art. 235 - Contrair alguém, sendo casado, novo casamento: Pena - reclusão, de dois a seis anos. Decorrente da prática de Crime VIII – Condenado por crime de homicídio ou tentativa VII - o cônjuge sobrevivente com o condenado por homicídio ou tentativa de homicídio contra o seu consorte. Causas suspensivas – art. 1523 Para evitar confusão matrimonial – I e III “I - o viúvo ou a viúva que tiver filho do cônjuge falecido, enquanto não fizer inventário dos bens do casal e der partilha aos herdeiros; III - o divorciado, enquanto não houver sido homologada ou decidida a partilha dos bens do casal;” Para evitar confusão de sangue – II “II - a viúva, ou a mulher cujo casamento se desfez por ser nulo ou ter sido anulado, até dez meses depois do começo da viuvez, ou da dissolução da sociedade conjugal;” Tutela e Curatela – IV “IV - o tutor ou o curador e os seus descendentes, ascendentes, irmãos, cunhados ou sobrinhos, com a pessoa tutelada ou curatelada, enquanto não cessar a tutela ou curatela, e não estiverem saldadas as respectivas contas.” Processo de Habilitação Requerimento Documentos – art. 1525 “I - certidão de nascimento ou documento equivalente; II - autorização por escrito das pessoas sob cuja dependência legal estiverem, ou ato judicial que a supra; III - declaração de duas testemunhas maiores, parentes ou não, que atestem conhecê-los e afirmem não existir impedimento que os iniba de casar; IV - declaração do estado civil, do domicílio e da residência atual dos contraentes e de seus pais, se forem conhecidos; V - certidão de óbito do cônjuge falecido, de sentença declaratória de nulidade ou de anulação de casamento, transitada em julgado, ou do registro da sentença de divórcio”. Orgão Competente – art. 1526 “A habilitação será feita pessoalmente perante o oficial do Registro Civil, com a audiência do Ministério Público.” Edital – art. 1527 “Estando em ordem a documentação, o oficial extrairá o edital, que se afixará durante quinze dias nas circunscrições do Registro Civil de ambos os nubentes, e, obrigatoriamente, se publicará na imprensa local, se houver”. Impedimentos e Causas Suspensivas – art. 1529 “Tanto os impedimentos quanto as causas suspensivas serão opostos em declaração escrita e assinada, instruída com as provas do fato alegado, ou com a indicação do lugar onde possam ser obtidas.”. Inexistência de fato obstativo – art.1530 “O oficial do registro dará aos nubentes ou a seus representantes nota da oposição, indicando os fundamentos, as provas e o nome de quem a ofereceu.” Eficácia do casamento – art. 1531 “Cumpridas as formalidades dos arts. 1.526 e 1.527 e verificada a inexistência de fato obstativo, o oficial do registro extrairá o certificado de habilitação.”. Celebração – Arts. 1533 ao 1542 O descumprimento de uma das formalidades implica em nulidade. 9.1) Formalidades Cartório – Quando o casamento é realizado no cartório deve haver ao menos 2 testemunhas, parentes ou não dos contraentes. Se um dos nubentes for analfabeto será preciso 4 testemunhas. Local Diverso – Se o casamento for celebrado em lugar diverso será necessário, no mínimo 4 testemunhas. Momento da Celebração – art. 1535 A celebração do casamento deve ser realizada de portas abertas conforme a jurisprudência. Se o casamento for celebrado em um condomínio, somente o local onde está sendo celebrado o casamento é que deve estar aberto. O casamento já é considerado realizado: Após o SIM! (1ª corrente) A partir da declaração do Estado (2º corrente) Após o registro (3º corrente) A doutrina majoritária defende a segunda corrente, a doutrina minoritária a terceira corrente. Segundo o artigo 1514 CC/02 “O casamento se realiza no momento em que o homem e a mulher manifestam, perante o juiz, a sua vontade de estabelecer vínculo conjugal, e o juiz os declara casados.”. Não basta, portanto, a declaração de vontade dos nubentes, mesmo porque podem arrepender-se ou sofrer oposição de um impedimento. (art. 1522 – 1528) SUSPENSÃO DA CELEBRAÇÃO (ART. 1538) Vícios no consentimento, inseridos no SIM dos nubentes (se o oficial perceber dúvidas no consentimento o qual suspenderá de pronto a celebração, que não poderá ser apontado no mesmo dia). A celebração do casamento será imediatamente suspensa se algum dos nubentes: acusar a sobre a afirmação de sua vontade, declarando que não está livre e espontânea vontade. A retratação/arrependimento, quando manifestar-se arrependido (art. 1538, III CC/02), após o consentimento e antes da declaração do nubente, acarreta a suspensão da solenidade. Invalidade do casamento Faz-se melhor averiguar se existem. Existindo, podem ser sólidos ou inválidos. O plano da existência antecede o da validade. 10.1) Casamento Inexistente declaração de inexistência Elementos essenciais – Para que o casamento exista, é necessária a presença de 3 elementos denominados essenciais ou estruturais: Diversidade de sexo – Hoje em dia, pessoas do mesmo sexo podem se casar, apesar da legislação brasileira dizer o contrario. Para a MAIORIA da doutrina , diferença de sexo, NÃO é mais requisito de existência de casamento. Consentimento – Elemento essencialíssimo. Se o consentimento é viciado há anulação, se houver ausência de consentimento, o casamento será inexistente. Celebração na forma da lei – Casamento celebrado por autoridade totalmente incompetente. O casamento deve ser celebrado em conformidade com a Lei. Ex.₁: Habilitação do celebrante (Se o casamento for celebrado por particular sem autoridade alguma para presidir a solenidade nupcial, o casamento será inexistente. Se não for cumprido será inexistente o casamento; não há necessidade da declaração de inexistência, mas sem a nulidade do registro. Ex.²: Em razão de ato inexistente constituir em NADA no mundo jurídico, não reclama ação própria para combatê-los. No entanto, apesar da celebração e lavratura do assento, far-se-á necessária a propositura de ação para o cancelamento do registro. Não se pode confundir a falta de consentimento com consentimento viciado, como acontece na coação – neste caso, o casamento existe, mas não é válido (anulável). 10.2) Casamento Nulo Hipóteses: Enfermo mental sem o necessário discernimento para os atos da vida civil. – Quando a enfermidade mental privar totalmente do necessário discernimento para a prática dos atos na vida civil, acarretará a incapacidade absoluta, quando porém causar apenas redução, acarretará a incapacidade relativa e a anulabilidade do casamento. Insurgência dos impedimentos - (art. 1521) Ex.: O pai que casou com a filha, será nulo o casamento, não produzirá efeitos (declaração de nulidade do casamento). Legitimidade – art. 1549 A decretação de nulidade do casamento pode ser promovida mediante ação. Qualquer interessado Ministério Público Por se tratar de infração de dispositivo legal de ordem pública a sociedade tem interesse em que não se realize o casamento de pessoas entre as quais vigora o impedimento. Regra de ordem pública, dirigidas especialmente a proteção da família, dotaram a sua prisão e enumeração. A oposição de impedimento, ou a sua declaração de ofício, susta a realização do casamento até o final, qualquer tempo, por iniciativa de qualquer interessado ou do MP. Prazo É imprescritível, uma vez que se trata de um interesse público. Quando o ato é NULO, a ação que tem o interessado, para fazer declarar a sua nulidade, não prescreve. Pode ser proposta a qualquer tempo, precisamente porque o ato é nulo, não existe e toda época será oportuna para se demonstrar judicialmente a nulidade. Efeitos – art. 1563 Desde a celebração, o casamento produzirá efeitos. A sentença eu decreta a nulidade do casamento retroagirá a data de sua celebração. O casamento nulo não produz o efeito de antecipar a maioridade pela emancipação, salvo, caso de boa-fé (casamento putativo: produzirá efeitos de casamento valido até a sentença). A teoria das nulidades apresenta algumas exceções em matéria de casamento, embora, os atos nulos em geral não produzam efeitos, há em espécie de casamento o putativo, que produz efeitos de um casamento válido para o cônjuge de boa-fé. Quando o casamento é NULO, a ação adequada é a declaratória de nulidade. Os efeitos da sentença são ex tunc, retroagindo à data da celebração, considerando o casamento retroativamente como não ocorrido. ESTUDO DIRIGIDO Compare a família estabelecida com o código civil de 1916, com a do código civil de 2002. Cite os princípios norteadores da família na atualidade. Defina Parentesco. Quais os efeitos produzidos pelo parentesco no direito brasileiro. Discorra acerca das teorias que discutem a natureza jurídica do casamento. Sintetiza o processo de habilitação do casamento, indicando os documentos exigidos, fases, oposições de impedimentos e causas suspensivas, etc. Fale sobre a celebração do casamento, exigências, exceções. Cite as características do casamento enquanto instituto jurídico. Cite alguns efeitos pessoais do casamento. De acordo com o código civil de 2002, quais são os impedimentos para o casamento. Quais as causas suspensivas para a realização do casamento. Quais as peculiaridades do casamento realizado perante autoridade diplomática ou consular. No que concerne à eficácia do casamento, o legislador brasileiro cuida de alguns deveres dos cônjuges, quais são eles? Quais as causas de nulidade do casamento? Elenque as hipóteses em que se permite a anulabilidade do casamento.
Compartilhar