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ATUÁRIA Professor Me. José Renato Lamberti Professor Me. Paulo Pardo GRADUAÇÃO Unicesumar C397 CENTRO UNIVERSITÁRIO DE MARINGÁ. Núcleo de Educação a Distância; LAMBERTI, José Renato; PARDO, Paulo. Atuária. José Renato Lamberti; Paulo Pardo. (Reimpressão revista e atualizada) Maringá-Pr.: UniCesumar, 2016. 175 p. “Graduação - EaD”. 1. Atuária. 2. Seguros. 3. Patrimômio financeiro. 4. EaD. I. Título. ISBN 978-85-8084-499-3 CDD - 22 ed. ???.??? CIP - NBR 12899 - AACR/2 Ficha catalográfica elaborada pelo bibliotecário João Vivaldo de Souza - CRB-8 - 6828 Reitor Wilson de Matos Silva Vice-Reitor Wilson de Matos Silva Filho Pró-Reitor de Administração Wilson de Matos Silva Filho Pró-Reitor de EAD Willian Victor Kendrick de Matos Silva Presidente da Mantenedora Cláudio Ferdinandi NEAD - Núcleo de Educação a Distância Direção Operacional de Ensino Kátia Coelho Direção de Planejamento de Ensino Fabrício Lazilha Direção de Operações Chrystiano Mincoff Direção de Mercado Hilton Pereira Direção de Polos Próprios James Prestes Direção de Desenvolvimento Dayane Almeida Direção de Relacionamento Alessandra Baron Gerência de Produção de Conteúdo Juliano de Souza Supervisão do Núcleo de Produção de Materiais Nádila de Almeida Toledo Coordenador de conteúdo José Manoel da Costa Projeto Gráfico Jaime de Marchi Junior José Jhonny Coelho Editoração Melina Belusse Ramos Revisão Textual Jaquelina Kutsunugi Maria Fernanda Canova Vasconcelos Ilustração André Luis Onishi Viver e trabalhar em uma sociedade global é um grande desafio para todos os cidadãos. A busca por tecnologia, informação, conhecimento de qualidade, novas habilidades para liderança e so- lução de problemas com eficiência tornou-se uma questão de sobrevivência no mundo do trabalho. Cada um de nós tem uma grande responsabilida- de: as escolhas que fizermos por nós e pelos nos- sos farão grande diferença no futuro. Com essa visão, o Centro Universitário Cesumar assume o compromisso de democratizar o conhe- cimento por meio de alta tecnologia e contribuir para o futuro dos brasileiros. No cumprimento de sua missão – “promover a educação de qualidade nas diferentes áreas do conhecimento, formando profissionais cidadãos que contribuam para o desenvolvimento de uma sociedade justa e solidária” –, o Centro Universi- tário Cesumar busca a integração do ensino-pes- quisa-extensão com as demandas institucionais e sociais; a realização de uma prática acadêmica que contribua para o desenvolvimento da consci- ência social e política e, por fim, a democratização do conhecimento acadêmico com a articulação e a integração com a sociedade. Diante disso, o Centro Universitário Cesumar al- meja ser reconhecido como uma instituição uni- versitária de referência regional e nacional pela qualidade e compromisso do corpo docente; aquisição de competências institucionais para o desenvolvimento de linhas de pesquisa; con- solidação da extensão universitária; qualidade da oferta dos ensinos presencial e a distância; bem-estar e satisfação da comunidade interna; qualidade da gestão acadêmica e administrati- va; compromisso social de inclusão; processos de cooperação e parceria com o mundo do trabalho, como também pelo compromisso e relaciona- mento permanente com os egressos, incentivan- do a educação continuada. Seja bem-vindo(a), caro(a) acadêmico(a)! Você está iniciando um processo de transformação, pois quan- do investimos em nossa formação, seja ela pessoal ou profissional, nos transformamos e, consequente- mente, transformamos também a sociedade na qual estamos inseridos. De que forma o fazemos? Criando oportunidades e/ou estabelecendo mudanças capa- zes de alcançar um nível de desenvolvimento compa- tível com os desafios que surgem no mundo contem- porâneo. O Centro Universitário Cesumar mediante o Núcleo de Educação a Distância, o(a) acompanhará durante todo este processo, pois conforme Freire (1996): “Os homens se educam juntos, na transformação do mundo”. Os materiais produzidos oferecem linguagem dialó- gica e encontram-se integrados à proposta pedagó- gica, contribuindo no processo educacional, comple- mentando sua formação profissional, desenvolvendo competências e habilidades, e aplicando conceitos teóricos em situação de realidade, de maneira a inse- ri-lo no mercado de trabalho. Ou seja, estes materiais têm como principal objetivo “provocar uma aproxi- mação entre você e o conteúdo”, desta forma possi- bilita o desenvolvimento da autonomia em busca dos conhecimentos necessários para a sua formação pes- soal e profissional. Portanto, nossa distância nesse processo de cres- cimento e construção do conhecimento deve ser apenas geográfica. Utilize os diversos recursos peda- gógicos que o Centro Universitário Cesumar lhe possi- bilita. Ou seja, acesse regularmente o AVA – Ambiente Virtual de Aprendizagem, interaja nos fóruns e en- quetes, assista às aulas ao vivo e participe das discus- sões. Além disso, lembre-se que existe uma equipe de professores e tutores que se encontra disponível para sanar suas dúvidas e auxiliá-lo(a) em seu processo de aprendizagem, possibilitando-lhe trilhar com tranqui- lidade e segurança sua trajetória acadêmica. Diretoria Operacional de Ensino Diretoria de Planejamento de Ensino Professor Me. José Renato Lamberti Doutorando em Finanças pela Mackenzie (2015), possui Mestrado em Administração/Finanças pela PUC-SP (2011), Pós-Graduação (Lato Sensu) em MBA Executivo pela Unicesumar (2010), Graduação em Administração de Empresas pela PUC-SP (2006), Graduação em Ciências Contábeis (2013). Professor Me. Paulo Pardo Doutorando em Engenharia da Produção pela Universidade Metodista de Piracicaba. Mestrado em Administração pela Universidade Estadual de Londrina. A U TO RE S SEJA BEM-VINDO(A)! Prezado(a) aluno(a), será um grande prazer trabalhar junto com você este assunto tão importante para o gestor financeiro que é a Atuária. Certamente, a própria palavra já desperta curiosidade, pois não é uma palavra de uso comum. Apesar do pouco conhecimento do público em geral sobre os conceitos de Atuária, eles estão presentes o tempo todo em nossas vidas. Você perceberá que temos a influência da atuária no recolhimento das nossas contri- buições para a Previdência Social, no seguro de nosso carro ou de nossa casa, no seguro patrimonial de empresas, enfim, o campo de atuação é enorme. Evidentemente que não é nossa pretensão torná-lo(a) especialista em atuária. Como você verá, a formação de um profissional atuário requer pelo menos cinco anos de uma graduação em Ciências Atuariais que tem como fundamentos disciplinas diversas, como Matemática, Ciências Sociais, Direito, Informática, Estatística entre tantas outras. Seria impossível no propósito desta obra, abranger, por exemplo, os conceitos de mate- mática atuarial. Esta seria uma disciplina específica, cujo propósito num curso de gradu- ação tecnológica seria discutível. Porém, certamente aproveitaremos muito dos fundamentos que abrangeremos. Vere- mos a enormidade do mercado de seguros e previdência no Brasil, seu desenvolvimen- to, os riscos envolvidos, ao mesmo tempo em que abrangeremos outros campos de atu- ação do atuário, como é o caso dos produtos financeiros. Para você ter uma noção geral do que abordaremos, veja uma breve apresentação das unidades: Na unidade I veremos o desenvolvimento das ciências atuariais e do conceito de segu- ros como o conhecemos atualmente. Esta unidade nos dará a base para avançarmos nas nossas considerações posteriores. Na unidade II veremos a classificação geral dos seguros. Há muitos tipos de seguros, cada qual servindo a um propósito específico. Na unidade III veremos os produtosfinanceiros em cuja formatação está presente os estudos atuariais. Alguns são bastantes populares e por essa razão, você, como gestor financeiro, precisará conhecê-los. Na unidade IV veremos os fundamentos da previdência complementar. Estudaremos também o mecanismo de funcionamento – e um pouco da história – da previdência social oficial. Na unidade V veremos como o papel do atuário é importante para a mensuração dos riscos e as principais estratégias utilizadas pelas seguradoras para gerenciar os riscos decorrentes de suas atividades. Somente neste breve panorama considerado, esperamos ter atiçado sua curiosidade. APRESENTAÇÃO ATUÁRIA Costumamos sempre dizer aos nossos alunos que o conhecimento não é estanque, ou seja, não há fim para o que podemos aprender. Quem sabe você se interesse muito pelo assunto e até queira aprofundar-se mais no tema, ou até, quem sabe, queira formar-se futuramente em Ciências Atuariais? Tudo está disponível e aberto para os que têm fome de conhecimento. Vamos partilhar o conhecimento então? Desejamos a você bons estudos e ótimo aproveitamento. Prof. Paulo Pardo Prof. José Renato APRESENTAÇÃO SUMÁRIO 09 UNIDADE I INTRODUÇÃO À ATUÁRIA 15 Introdução 16 As Origens dos Conceitos de Atuária 27 Seguros - Conceitos Básicos 30 Os Seguros no Brasil 34 Entendendo os Elementos de um Seguro 40 Legislação de Seguros 42 Os Instrumentos do Contrato de Seguros 45 Considerações Finais UNIDADE II CLASSIFICAÇÃO DE SEGUROS 51 Introdução 52 Classificação de Seguros 54 Seguros de Pessoas 65 Seguros sobre Patrimônio 65 Seguro Incêndio 69 Seguro Dpvat 71 Considerações Finais SUMÁRIO UNIDADE III PRODUTOS FINANCEIROS 77 Introdução 78 Produtos Financeiros 81 Fundos de Investimento 83 O Risco do Investimento em Fundos 88 Fundos de Investimentos Imobiliários 96 Tesouro Direto 98 Títulos de Capitalização 101 Considerações Finais UNIDADE IV PREVIDÊNCIA PÚBLICA E PRIVADA 109 Introdução 110 Origem da Renda 112 Previdência Complementar Privada 122 A Previdência Oficial 133 Considerações Finais SUMÁRIO 11 UNIDADE V GERENCIAMENTO DE RISCOS ATUARIAIS 139 Introdução 140 Provisões Técnicas e Limites Operacionais 142 Exposição ao Risco 146 A Gestão de Risco Atuarial 149 Compreendendo os Tipos de Risco 151 Riscos de Mercado 152 Riscos Operacionais 154 Riscos de Crédito 156 Riscos Legais 159 Considerações Finais 167 CONCLUSÃO 169 REFERÊNCIAS 171 ANEXOS U N ID A D E I Professor Me. José Renato Lamberti INTRODUÇÃO À ATUÁRIA Objetivos de Aprendizagem ■ Conceituar e contextualizar a origem da atuária. ■ Conhecer a formação profissional do atuário. ■ Verificar o desenvolvimento dos seguros. Plano de Estudo A seguir, apresentam-se os tópicos que você estudará nesta unidade: ■ As origens dos conceitos de Atuária ■ Seguros – Conceitos Básicos ■ Os seguros no Brasil ■ Entendendo os elementos de um seguro ■ Legislação de seguros ■ Os instrumentos do contrato de seguros INTRODUÇÃO Prezado(a) aluno(a), peço que você olhe a sua volta. Muitas coisas que você está vendo neste exato momento só estão aí por conta de uma ferramenta muito importante: o seguro. Pense, por exemplo, no computador que você utiliza para assistir as aulas da EAD. Por trás desta máquina, pode existir uma indústria muito grande, em que enormes investimentos foram feitos. Você imagina um empresário fazendo um investimento de milhões de reais em máquinas, equipamentos e estrutura se não tivesse como assegurar que este patri- mônio estivesse seguro? Sem dúvida, o mecanismo do seguro é uma importante contribuição para o mundo econômico e nós nos valemos dele para diversos campos de nossas vidas. Agora pense por mais um minuto a respeito deste mecanismo que é o seguro. Quando adquirimos um seguro, pagamos um determinado valor – que às vezes achamos muito alto – mas este valor precisou ser estabelecido de alguma forma. Quem calcula e de que forma este valor foi calculado? Pois bem, já estamos nos primeiros passos de entender uma das profissões hoje mais cobiçadas do mercado de trabalho: a atuária. Você já tinha ouvido falar sobre esta profissão? Na verdade, apesar de toda sua importância, esta área do conheci- mento, a atuária, e o profissional formado nela, o atuário, são poucos conhecidos. Nosso objetivo nesta unidade é resgatar os conceitos e a importância desta ciên- cia e do profissional representante desta formação. Ao final desta unidade, você, com certeza, estará capacitado(a) para falar com segurança sobre esta ciência e sua área de atuação. Em primeiro lugar, vamos voltar no tempo para vermos onde tudo começou. 15 Introdução Re pr od uç ão p ro ib id a. A rt . 1 84 d o Có di go P en al e L ei 9 .6 10 d e 19 d e fe ve re iro d e 19 98 . INTRODUÇÃO À ATUÁRIA Reprodução proibida. A rt. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998. I AS ORIGENS DOS CONCEITOS DE ATUÁRIA Quando falamos de Atuária, estamos falando de uma ciência relativamente nova. Porém, seus fun- damentos originaram-se há muito tempo. Por exemplo, no Império Romano (que dominou o mundo por quase 1000 anos), havia a preocupação de se conhecer o número de nascimentos e mortes de maneira oficial. Esses registros são os primórdios do que hoje conhecemos como tábuas de mortali- dade (assunto que veremos mais para frente). Essa incumbência foi designada aos atuários, que eram oficiais que também faziam os registros das atas do Senado Romano. Apesar de não terem ideia dos conceitos de probabilidade, os romanos já possuíam a noção do que seria uma renda vitalícia (válida para a vida toda), diferindo-a da renda perpétua (válida para sempre). Entre os anos de 150 a 223 d.C viveu Domitius Ulpianos, prefeito pretoriano e reconhecido como um dos maiores economistas de todos os tempos. Entre outras contribuições, ele publicou a Tabela de Ulpiano (por volta do ano 200 d.C.) em que formalizava um estudo de nascimentos e mortes, o que lhe valeu o título de primeiro atuário da História. Avançando um pouco mais no tempo, chegamos ao século XVII, na Inglaterra e na Holanda. Os governos desses países buscavam vender aos súditos de seus reinos títulos que assegurariam a estes súditos o recebimento de uma renda vita- lícia. Os melhores matemáticos foram convocados então para precificar estes serviços, pois esses governos tinham a clara noção de que um erro nesta preci- ficação poderia colocar em risco a riqueza da coroa desses países. O trabalho destes matemáticos contribuiu para a criação das bases para o surgimento do que hoje conhecemos como Matemática Atuarial, sendo que os cálculos de probabilidade de Pascal e Fermat, na França, foram fundamentais para isso. Também foram extremamente importantes os estudos de Graunt e Edmond Halley, na Inglaterra, e De Witt, na Holanda, que levaram em conta as 17 As Origens dos Conceitos de Atuária Re pr od uç ão p ro ib id a. A rt . 1 84 d o Có di go P en al e L ei 9 .6 10 d e 19 d e fe ve re iro d e 19 98 . leis da probabilidade e a da expectativa de vida humana a partir dos registros de nascimentos e óbitos. Um fato interessante dessa época é que De Witt, por meio de seus estudos, recomendou que os preços dos títulos públicos sofressem uma alta elevação, porém isso não agradou nada ao governo da Holanda que, por conta disso, suprimiu o relatório de De Witt por quase 200 anos. Já o relatório de Halley (que além de matemáticoera astrônomo, que descreveu o cometa que leva o seu nome) publicado em 1693 foi a peça que recebeu o reconhecimento e acei- tação e tornou-se o fundamento desta nova ciência, chamada posteriormente de “matemática atuarial”. Oficialmente, a ciência atuarial nasce no final da primeira metade do século XIX, na Inglaterra. Os primeiros estudos destinavam-se para entidades da área de pensão e aposentadoria, basicamente com o objetivo de estudar a mortali- dade da população. Foi no século XX, com o aumento da participação dos seguros na econo- mia e a consolidação dos sistemas de pensão e benefícios que a ciência atuarial se especializou mais intensamente nos campos econômicos e financeiros. Para fins didáticos, podemos definir Ciências Atuariais como o ramo do conhecimento que trata da matemática de seguro que inclui probabilidades, sendo utilizada para garantir uma cuidadosa avaliação dos riscos, que o valor dos prêmios sejam corretamente estabelecidos e que as provisões para pagamen- tos futuros de benefícios sejam estabelecidas de forma exata. Conforme Souza (2007, p. 132), a Atuária “utiliza-se de conhecimentos de Matemática e Estatística para estudar as bases técnicas dos seguros em uma coletividade”. O profissional formado em Ciências Atuariais, o atuário, é um dos mais requisitados no mercado, devido à escassez de especialistas neste setor. É comum esses profissionais serem captados ainda durante sua graduação, já no segundo ou terceiro ano da faculdade. A escassez deste profissional no mercado pode ser explicada parcialmente pela reduzida oferta da formação superior em Ciências Atuariais no Brasil. Para você ter ideia, são somente 18 os cursos disponíveis atualmente, nas seguintes Instituições de Ensino Superior: No Brasil, existem 18 cursos de graduação em ciências atuariais autori- INTRODUÇÃO À ATUÁRIA Reprodução proibida. A rt. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998. I zados ou reconhecidos pelo Ministério da Educação. Ceará Universidade Federal do Ceará Minas Gerais Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais Universidade Federal de Minas Gerais Universidade Federal de Alfenas Paraíba Universidade Federal da Paraíba Paraná Faculdade de Estudos Sociais do Paraná Pernambuco Universidade Federal de Pernambuco Rio de Janeiro Universidade do Estado do Rio de Janeiro Universidade Federal do Rio de Janeiro Universidade Federal Fluminense Universidade Estácio de Sá Faculdade de Economia e Finanças do Rio de Janeiro Rio Grande do Sul Universidade Federal do Rio Grande do Sul Rio Grande do Norte Universidade Federal do Rio Grande do Norte São Paulo Universidade de São Paulo Pontifícia Universidade Católica Centro Universitário das Faculdades Metropolitanas Unidas 19 As Origens dos Conceitos de Atuária Re pr od uç ão p ro ib id a. A rt . 1 84 d o Có di go P en al e L ei 9 .6 10 d e 19 d e fe ve re iro d e 19 98 . Universidade Federal de São Paulo Universidade Paulista Sergipe Universidade Federal de Sergipe Fonte: <http://pt.wikipedia.org/wiki/Ci%C3%AAncias_atuariais>. Acesso em: 10 jun. 2012. Outra explicação para o número reduzido de profissionais é o fato do curso de Ciências Atuariais exigir uma dedicação a um grande número de disciplinas, não exatamente consideradas fáceis pelos alunos. Por exemplo, veja a grade cur- ricular do curso oferecido pela USP, conforme site: <http://www.atuários.org/ grades/usp.php>: 1. Instituições de Direito 2. Introdução à Atuaria 3. Aplicações de Geometria Analítica 4. Introdução à Economia I para Não Economistas 5. Cálculo Diferencial e Integral I 6. Matemática Financeira 7. Introdução à Economia II para Não economistas 8. Introdução à Probabilidade e à Estatística I 9. Cálculo Diferencial e Integral II 10. Álgebra Linear 11. Contabilidade e Análise de Balanço 12. Microinformática Aplicada à Atuaria 13. Teoria Geral das Operações de Seguros 14. Mercado Financeiro 15. Introdução à Probabilidade e à Estatística II INTRODUÇÃO À ATUÁRIA Reprodução proibida. A rt. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998. I 16. Contabilidade de Seguros e Análise de Balanço de Instituições Securitá- rias e Previdenciárias 17. Matemática Atuarial I 18. Demografia Aplicada à Atuária 19. Análise de Investimento 20. Noções de Probabilidade e Processos Estocásticos 21. Análise e Seleção de Riscos e Seguros 22. Regressão e Séries Temporais 23. Matemática Atuarial II 24. Precificação de Derivativos e Outros Produtos Financeiros 25. Previdência Básica e Complementar 26. Modelos Lineares Generalizados e Análise Multivariada 27. Matemática Atuarial Avançada 28. Metodologia do Trabalho Científico 29. Legislação Social 30. Seguro, Capitalização e Resseguro 31. Modelagem de Planos de Previdência 32. Trabalho de Conclusão do Curso I 33. Direito de Seguros Privados 34. Avaliação e Auditoria Atuarial 35. Trabalho de Conclusão do Curso II 36. Ética Geral e Profissional 37. Microinformática I 21 As Origens dos Conceitos de Atuária Re pr od uç ão p ro ib id a. A rt . 1 84 d o Có di go P en al e L ei 9 .6 10 d e 19 d e fe ve re iro d e 19 98 . 38. Planejamento Estratégico e Orçamento Empresarial 39. Contabilidade Rural 40. Sistemas de Informações Empresariais (ERP) 41. Teoria das Restrições e a Contabilidade de Ganhos 42. Contabilidade do Terceiro Setor 43. Estágio Supervisionado I 44. Atividades Complementares I 45. Microinformática II 46. Contabilometria 47. Sistema de Informação para Gestão Econômica de Empresas 48. Controladoria em Logística 49. Gestão Internacional e Negócios no Brasil 50. Contabilidade de Instituições Financeiras 51. Tópicos de Contabilidade Gerencial 52. Estágio Supervisionado II 53. Atividades Complementares II 54. Estratégia Financeira 55. Controladoria na Gestão Pública 56. Governança Corporativa 57. Estágio Supervisionado III O que você achou desta grade? Sem dúvida, para tornar-se um atuário, o caminho é longo e difícil. Esta é uma das razões de ser um profissional raro e valorizado no mercado de trabalho. Atuário: profissional de gestão de riscos Formados em ciências atuariais unem conhecimentos para avaliar e mensurar planos de seguros e previdência por Dulce Mesquita - 28/03/2012 Você sabe quanto receberá quando se apo- sentar? Ou ainda, quanto custaria fazer um seguro de vida? E o seguro do carro, como é calculado? Perguntas como essas são respondidas por um atuário. A profissão, ainda pouco conhecida, tem função impor- tante no desenvolvimento estratégico de qualquer país: o profissional lida com a gestão de riscos de curto a longo prazo, mais especificamente através da avaliação e mensuração de planos de seguros e pre- vidência. O formado em ciências atuariais também pode atuar no mercado financeiro e de capitais, num ambiente empresarial, como consultor ou auditor. “O atuário estuda os riscos e trabalha num ambiente de incertezas. É um profissio- nal importante para o desenvolvimento do país, porque trabalha, especialmente, com os fundos de pensões, que envolvem grande parcela da população. É ele que faz a gestão dos ativos e passivos, geren- ciando as contribuições e benefícios, e integra esses dois processos”, explica Jose- nildo dos Santos, coordenador do curso de ciências atuariais da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE). Formação Apesar de o curso não ser tão conhecido, a formação universitária não é tão recentequanto se pode pensar. Na UFPE, por exem- plo, as primeiras turmas foram formadas na década de 50, mas logo depois a graduação foi deixada de lado e só veio ressurgir em 2008. “Esse apagão foi devido a um período de instabilidade econômica que o Brasil viveu, com a inflação altíssima. Apesar de trabalhar num ambiente de risco, o atuá- rio precisa de uma certa estabilidade para fazer previsões um pouco mais precisas”, salienta o coordenador. Em todo o Brasil, apenas 17 instituições oferecem a graduação, de acordo com o Ministério da Educação (MEC). Em Per- nambuco, só a UFPE possui o curso, com 30 vagas apenas para a primeira entrada. O estudante que pretende ingressar nessa área precisa gostar de cálculos, mas irá encontrar bem mais que a matemática na grade curricular do curso. Contabilidade, economia, estatística, informática, direito, diversos conhecimentos estão integrados para capacitar o profissional. Até a matemá- tica é usada de uma forma prática: aplicada à realidade econômica do país. Foi isso que atraiu o estudante Iuri Martins, de 18 anos. “Sempre gostei de matemática, mas acho que o curso de matemática em si traba- lha com o abstrato. Já o atuário aplica os conhecimentos”, diz. “Nesse caso, a mate- mática é só mais um elemento”, frisa Rafael Rodolfo, 20. Ainda no primeiro período do curso, Cinara Lima, 18, explica que precisou sondar a gra- duação e o mercado de trabalho, antes de se decidir pelo curso. “É uma área ampla, com muitas possibilidades de atuação e 23 há poucos profissionais no mercado. Você pode trabalhar para gerenciar os fundos de pensões e melhorar a vida das pes- soas”, salienta. Amanda Cristina, 17 anos, já tem uma ideia do que fazer após a con- clusão do curso. “Quero trabalhar com o mercado financeiro e fazer pós-graduação em auditoria, porque é uma área carente de profissionais”, planeja. Os veteranos no curso também têm boas expectativas de trabalho. “É um mercado promissor, que tem futuro. Em médio prazo, acredito que terei um bom retorno, porque o curso abrange muita coisa e as possibili- dades de atuação são grandes”, diz Edrianny Nayanna da Silva, do 5º período. Gabriela Desirée também tem a mesma perspectiva. “No Brasil, há poucos profissionais. O País está contratando pessoas de fora. Então, o mercado procura muito os formados na área”, destaca. Mercado de trabalho De acordo com o coordenador do curso da UFPE, Josenildo dos Santos, a remuneração para um recém-formado é de cerca de R$ 3 mil. “Mas ele pode chegar a ganhar até uns R$ 20 mil, de acordo com a capacitação e o campo de atuação”, explica. Para quem já está trabalhando na área, o mercado está em expansão, principalmente com o novo perfil da classe C, que abrange grande parcela da população – 55% dos brasileiros (105,5 milhões de pessoas) - e teve o poder aquisitivo médio acrescido nos últimos anos – a renda familiar varia entre R$ 1200 e R$ 5174. “Os mercados de seguros, planos de saúde e planos de pre- vidência estão em crescimento, pois existe uma nova fatia da população que não tinha condições de usufruir desses produtos e, agora com um dinheiro a mais, está se pla- nejando melhor. Agora existe seguro para quase tudo. Até seu smartphone você con- segue segurar para ter uma garantia, caso seja assaltado. E isso requer cada vez mais profissionais”, avalia o analista atuarial Fre- derico Carius. A atuação vai além da previdência e segura- doras. “Ainda existem também no mercado as empresas de consultoria e de auditoria, que contratam boa parte dos recém-for- mados”, finaliza. Apesar de lidar com cálculos, a graduação está inserida nas ciências sociais. “Isso por- que ela interfere na vida das pessoas. Os conhecimentos são trabalhados de forma interdisciplinar e são aplicados ao cotidiano das pessoas, que são a essência da nossa atuação”, salienta Josenildo dos Santos. Fonte: <http://www.leiaja.com/ carreiras/2012/atuário-profissional-de-ges- tao-de-riscos>. Acesso em: 10 jun. 2012. INTRODUÇÃO À ATUÁRIA Reprodução proibida. A rt. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998. I A VOCÊ S/A fez um levantamento sobre profissões promissoras. Três critérios orientaram a pesquisa: grande quantidade de vagas, pouca gente qualificada e salários cada vez mais altos. Uma das carreiras de mais destaque foi a de atuário. O mercado para a área está aquecido e ainda há mais vagas do que profissionais. “A carreira continua em ascensão pelo amadurecimento do mercado e do setor de seguros, com novas regras estabelecidas pelos órgãos reguladores, como a Superintendência de Seguros Privados (Susep) e a Agência Nacional de Saúde (ANS)”, diz Olívio Lucas Filho, diretor executivo de estatís- tica e atuaria da AGF Seguros. Atualmente, há 18 cursos de graduação reconhecidos pelo Ministério da Educação, que formam cerca de 200 atuários por ano. Mas dados do Instituto Brasileiro de Atuária (IBA, 2007) mostram que há cerca de 350 vagas dispo- níveis por ano, concentradas no Rio de Janeiro, São Paulo e Brasília. O salário inicial é de R$ 2.000,00, chegando a R$ 10.000,00 para quem tem experiência. O carioca Reinaldo Amorim, de 31 anos, superintendente atuarial da segura- dora SulAmérica, tem uma vaga aberta há sete meses. “Além dos poucos atuários no mercado, nos deparamos com um problema de formação”, diz Reinaldo. “O profissional precisa ser bom de cálculo, mas é preciso ter visão estratégica dos negócios para aplicar os números à realidade da empresa”. Outra área pouco explorada no Brasil é a do mercado de capitais. Para não serem penalizadas pelos investidores da bolsa de valores, as companhias que negociam ações devem avaliar com a maior precisão possível os riscos que determinados investimentos representam para o negócio, como a ampliação de uma fábrica. Esse já é um nicho para os atuários em países como Estados Unidos, Argentina e Japão. Segundo o IBA, no Brasil hoje não há mais do que dez atuários trabalhando com isso. E o número de empresas na bolsa de 25 As Origens dos Conceitos de Atuária Re pr od uç ão p ro ib id a. A rt . 1 84 d o Có di go P en al e L ei 9 .6 10 d e 19 d e fe ve re iro d e 19 98 . valores já passa de 300. Principais áreas de atividade do Atuário: ■ Empresas Seguradoras: nas atividades de cálculo de prêmios, acompa- nhamento de contratos de apólices, planejamento de produtos, avaliação atuarial dos planos, assessoria técnica. ■ Entidades Fechadas de Previdência Privada ou Fundos de Pensão: nas atividades de avaliação e acompanhamento atuarial, estudos de novos planos de benefícios, avaliação de desempenho de carteira de aplicações. ■ Entidades Abertas da Previdência Privada e Bancos: nas atividades de avaliação e acompanhamento atuarial, desenvolvimento de produtos (pla- nos de benefícios), avaliação de desempenho de carteira de aplicações. ■ Órgãos Governamentais do ramo de seguro (tais como IRB - Instituto de Resseguros do Brasil, SUSEP - Superintendência de Seguros Privados e Secretaria de Previdência Complementar): que aprovam planos Previdenciários e de seguros em geral e acompanham e normatizam essas áreas. ■ Empresas de Capitalização: desenvolvendo produtos e elaborando notas técnicas. ■ Mercado Financeiro: na avaliação dos riscos financeiros, “rating” de empre- sas financeiras, estratégia de investimentos. Distribuição geográfica de atuários no Brasil, segundo o IBA (Instituto Brasileiro de Atuária): REGIÃO ESTADO Nº DE MIBAS % POR REGIÃO % SE RJ 282 80,21% 37,70% SE SP 281 37,57% SE MG 35 4,68% SE ES 2 0,27% S RS 40 9,76% 5,35% S PR 26 3,48% S SC 7 0,94% INTRODUÇÃO À ATUÁRIA Reprodução proibida.A rt. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998. I CO DF 34 5,08% 4,55% CO GO 2 0,27% CO MS 1 0,13% CO MT 1 0,13% NE CE 29 4,55% 3,88% NE PE 3 0,40% NE BA 1 0,13% NE PB 1 0,13% N PA 2 0,40% 0,27% N RO 1 0,13% TOTAL 748 100,00% 100,00% Fonte: Cadastro MIBAS agosto/2006 Fonte: Baseado no Cadastro MIBAS agosto/2006 Considerando os dados informados pelo IBA, ou seja, a carência de profissionais das ciências atuárias nas regiões Norte e Nordeste do país e especificamente no Estado de Pernambuco que só existe 01 atuário, o exposto pela conceituada revista VOCÊ S/A, mostra que a profissão de atuário (bem como a área de conhecimento das Ciências Atuariais) é uma das profissões mais promissoras do mercado de trabalho brasilei- ro nas últimas décadas, a concepção de que uma instituição de seguros ou de Previdências faz parte do mercado financeiro fez crescer a neces- PORCENTAGEM DE ATUÁRIOS POR REGIÃO 80,21% 9,76% 5,08% 4,55% 0,40% Sudeste Sul Centro-Oeste Nordeste Norte 27 Seguros - Conceitos Básicos Re pr od uç ão p ro ib id a. A rt . 1 84 d o Có di go P en al e L ei 9 .6 10 d e 19 d e fe ve re iro d e 19 98 . sidade de um maior treinamento na área administrativa e financeira, especialmente no que tange a riscos financeiros e econômicos. Há uma enorme necessidade e escassez de profissionais específicos para estas atribuições: o atuário. Portanto, por maioria de razão, principalmente no que se refere ao Estado de Pernambuco. Fonte: <http://www.ufpe.br/nip/Atuaria_Atuário.html>. Acesso em: 16 ago. 2012. Como você percebeu, a formação do atuário é bastante complexa e completa. Ele precisa ser especialista em vários campos do conhecimento, que vão das ciências sociais às ciências exatas. Isto porque o objeto de estudo deste profissional são fatos sociais: fatos demográficos, fatos econômicos, fatos biológicos. Sem estes conhecimentos é impossível que seu trabalho seja executado de forma eficaz. Uma curiosidade: o atuário tem o seu dia no calendário: é o dia 03 de abril. No Brasil, a profissão de atuário foi regulamentada pelo Decreto-Lei nº806/69, Decreto 66.408/70 e algumas normas complementares. Além de ser formado em Ciências Atuariais (conforme art. 2º do Decreto Lei nº 806/69 e art. 9º do Decreto nº 66.408/70), para exercer a profissão é necessário estar inscrito no Ministério do Trabalho e Emprego. Assim como em outras profissões, o atuário deve passar por uma certificação que, desde 2005, é aplicada pelo Instituto Brasileiro de Atuária (IBA), sociedade civil sem fins lucrativos, que também é o órgão que encaminha o processo de registro ao Ministério do Trabalho e Emprego, cabendo a decisão final de regis- tro ao Ministério do Trabalho e Emprego. Agora que você conhece um pouco mais a respeito deste profissional, vamos compreender mais sobre seu objeto de estudo. Um dos principais é o mundo dos seguros. SEGUROS - CONCEITOS BÁSICOS A história das ciências atuariais é baseada em outra história igualmente fasci- nante. Trata-se da história dos seguros. INTRODUÇÃO À ATUÁRIA Reprodução proibida. A rt. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998. I Como dissemos no início desta unidade, à nossa volta estão as evidências concretas da importância dos seguros em nossas vidas. A sua vida, a vida dos seus entes queridos, o seu patrimônio tem um valor que somente você mesmo e aqueles que fazem parte do seu círculo de contatos sabem. Vamos, então, revisitar também a história dos seguros, até chegarmos aos dias atuais. O ser humano sempre teve o senso de sobrevivência apurado. Sendo frágil e morando em regiões perigosas, o trabalho coletivo foi fundamental para resistir a este ambiente hostil. Com a civilização mais amadurecida, esta ajuda mútua (o princípio do mutualismo) também progrediu, abrangendo o comércio que era realizado entre os povos antigos. Talvez os relatos mais difundidos sejam os da Babilônia, com suas carava- nas de mercadores sobre camelos atravessando o deserto. Estes comerciantes primitivos já procuravam assegurar-se de que quaisquer perdas que tivessem devido às intempéries das viagens ou ataques de salteadores fossem minimiza- das. Esta garantia consistia em acordos firmados entre os próprios mercadores que, em caso de perda de um camelo por parte de um deles, os demais cobri- riam sua perda. Podemos ver alguns elementos de seguros nesta atitude, não é verdade? Quando o ser humano começou a cruzar os mares, esta mesma ideia foi implantada entre os navegado- res, que, da mesma forma que os babilônios com os camelos, no caso da perda de um barco, os demais navegadores se juntariam e construiriam outro para reduzir as perdas mútuas. Na História consta que no século XII d.C, surgiu uma modalidade de seguro chamada de Contrato de Dinheiro e Risco Marítimo, firmado por contrato entre duas pessoas, sendo que uma das partes adiantava ao navegador o valor referente ao barco e mercadorias transportadas, que, em caso de perda destes bens, não era devolvido. Caso contrário, na volta da viagem, o dinheiro seria restituído acrescido de juros. 29 Seguros - Conceitos Básicos Re pr od uç ão p ro ib id a. A rt . 1 84 d o Có di go P en al e L ei 9 .6 10 d e 19 d e fe ve re iro d e 19 98 . Apesar de prático, esta prática não era bem vista pela Igreja Católica, e, em razão disso, em 1234, o papa Gregório IX proibiu este tipo de transação na Europa. Para driblar esta proibição, foi dada uma nova roupagem ao que já vinha sendo praticado no antigo Contrato de Dinheiro e Risco Marítimo. Agora, uma das partes, geralmente um banqueiro, “comprava” o navio e a carga, repassando o recurso ao navegador. Caso houvesse naufrágio, o banqueiro perderia esses recursos. Caso o navio voltasse intacto, a venda era “desfeita” e o dinheiro devol- vido acrescido de juros. Claramente percebemos que é a segurança econômica que mantinha esse tipo de contrato e que se tornou a base para os seguros da forma como hoje o conhecemos. O aprimoramento aconteceu na forma de formatação, precifica- ção e contratação dos seguros. Porém, a segurança econômica ainda é a mola mestre deste ramo. O formato de seguro com emissão de apólice é registrado em Gênova em 1347, também para transporte marítimo e, desde então, com o advento das Grandes Navegações, especialmente a partir do século XVI, o seguro toma um impulso extraordinário. Os cálculos de probabilidade desenvolvidos por Pascal e as leis de estatísticas passando a ser aplicadas à precificação tornou os valores cobrados a título de seguro mais justos. Ainda no século XVI, temos a fundação de uma das primeiras sociedades de socorro mútuo chamada Tontinas, fundada em 1653 por Lorenzo Tonti, mas que não sobreviveu ao tempo. Porém, contem- poraneamente à fundação das Tontinas, temos a fundação da Lloyd’s, na cidade de Londres, por Edward Lloyd (que nada tem a ver com o Lloyd’s Bank) e que se tornou uma das maiores e principais seguradoras do mundo. Conta a história que Edward Lloyd era proprietário de um bar em que se realizavam os encon- tros dos navegadores que se aproveitavam deste ambiente para formalizar seus seguros. De forma natural, Lloyd viu nisso uma oportunidade para o início de um negócio que existe até hoje. A história registra a fundação da primeira seguradora de casas no ano de 1684, decorrente de um incêndio de grandes proporções ocorrido em Londres e que destruiu 13 mil casas e a Catedral Saint Paul. No ano de 1789 há a publicação do primeiro Código Uniforme de Seguros que confere um caráter universal às regras de segurono mundo. A revolução INTRODUÇÃO À ATUÁRIA Reprodução proibida. A rt. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998. I industrial e o surgimento das máquinas de produção em massa no século XIX exigiu o surgimento de outros tipos de seguros, como o de transportes por terra, incêndio e o de vida. Essa expansão acelerada da atividade industrial fez desapa- recer o segurador individual e favoreceu o surgimento das sociedades seguradoras de grande porte, como temos nos dias atuais. OS SEGUROS NO BRASIL Você deve se lembrar de suas aulas de história no ensino fundamental e médio que contavam a respeito da chegada da família real portuguesa ao Brasil. Poucas pessoas se dão conta da importância desse fato, mas a realidade é que D. João VI mudou o Brasil durante o tempo em que aqui esteve. No livro 1808 de Laurentino Gomes temos um relato muito interessante sobre a vinda, estadia e partida da família real no Brasil. Entre as diversas realizações promovidas por D. João VI, está a abertura dos portos do Brasil para o comér- cio internacional – leia-se Inglaterra, parceira de primeira hora de Portugal – a fundação do Banco do Brasil (que, aliás, já quebrou pelo menos três vezes) e da nossa primeira empresa de seguros, a Companhia de Seguros Boa-Fé, que nas- ceu na Bahia (o primeiro local onde D. João VI e sua comitiva aportaram e o centro da navegação brasileira na época). Porém, até a nossa independência, em 1822, as seguradoras que surgiram no Brasil obrigatoriamente deviam estar subordinadas às normas da coroa portuguesa por meio da Casa de Seguros de Lisboa. Com a independência decretada por D. Pedro I, no ano de 1850, é criado pela Lei 556 o Código Comercial Brasileiro, que passa a regulamentar e disciplinar o seguro marítimo, favorecendo o surgi- mento de novas companhias seguradoras. Além dos seguros marítimos, temos também a regulamentação e implanta- ção das modalidades de seguros de vida, incêndio e de mortalidade de escravos. Somente uma companhia, a Argos Fluminense, fundada em 1845, contratava seguros terrestres (essa companhia foi adquirida em 1973 pela americana Chubb e 31 Os Seguros no Brasil Re pr od uç ão p ro ib id a. A rt . 1 84 d o Có di go P en al e L ei 9 .6 10 d e 19 d e fe ve re iro d e 19 98 . passa a chamar-se, a partir de 1992, de Chubb do Brasil Companhia de Seguros). Sobre seguro de vida, é interessante que até a segunda metade do século XIX essa modalidade era proibida, sendo permitida apenas para os escravos que eram tratados pela lei como “objetos passíveis de propriedade” (já dizia o código da escravatura que: “Desde que o homem é reduzido à condição de cousa, sujeito ao poder e domínio ou propriedade de um outro, é havido por morto, privado de todos os direitos, e não tem representação alguma, como já havia decidido o Direito Romano” (MALHEIRO, 2008, p. 10). Assim, o ano de 1855 marca a fundação da Companhia de Seguros Tranquilidade no Rio de Janeiro, comercializando, pela primeira vez, o seguro de vida. Os anos seguintes marcam a chegada de companhias seguradoras estran- geiras que trazem sua experiência ao Brasil. Com o crescimento acentuado do comércio, temos no início do século XX a presença de mais de 60 empresas seguradoras, focando principalmente o ramo de seguros marítimos. Devido a esse elevado número de empresas atuando no país, em 1901 houve a criação da Superintendência Geral de Seguros, com subordina- ção ao Ministério da Fazenda, que entre suas atribuições possuía a prerrogativa de fiscalização das operações de seguro. Porém, a regulamentação oficial dos seguros no país só ocorre em janeiro de 1917 com a promulgação do Código Civil Brasileiro, que estabelecia, entre outras obrigações e direitos, as do segurador e do segurado. Com isso, os seguros terrestres passam a ter uma regulamentação específica. Em 1930, o nacionalista governo de Getúlio Vargas restringe o fluxo de capitais para o exterior, o que ocasiona a saída de diversas seguradoras do país. Em 1935 temos a criação do seguro de acidente do trabalho. A veia nacionalista de Vargas é demonstrada mais uma vez no Estado Novo, exatamente no ano de 1937, quando cria-se uma tarifa mínima oficial para os seguros terrestres e marítimos. Com esta medida, as segu- radoras passam a ser obrigadas a submeter suas tarifas à aprovação do governo. Outro ano importante é 1939, que marca a inauguração do Instituto de Resseguro do Brasil (IRB), que tem como função principal as atividades de res- seguros no país com o exercício de monopólio nesta atividade. Até então, todo o resseguro no Brasil (o tema de resseguros vamos tratar mais adiante) era contra- tado em companhias estrangeiras. Em 1966 temos a publicação do Decreto-Lei INTRODUÇÃO À ATUÁRIA Reprodução proibida. A rt. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998. I nº 73, que institui o Sistema Nacional de Seguros Privados (SNSP), que tem o objetivo de coordenar a política de seguros e preservar a liquidez das seguradoras. A criação do SNSP gera a criação de um órgão normativo, o Conselho Nacional de Seguros Privados (CNSP) e dois órgãos executivos: o IRB (reformulado) e a Superintendência de Seguros Privados (SUSEP), que passa a exercer as funções do agora extinto Departamento Nacional de Seguros Privados e Capitalização (DNSPC). Outros avanços são elencados por Souza (2007): Nos anos 1970, o Brasil passou a adotar uma política de reciprocidade de negócios e a promover o intercâmbio internacional do seguro bra- sileiro. Como resultados tivemos o superávit na conta de Seguros do Balanço de Pagamentos, a aceitação de negócios do exterior em volume correspondente a 60% dos resseguros cedidos, a criação de uma empre- sa especializada em segurança de crédito, a regulamentação do seguro saúde, dos fundos de pensão e a expansão do seguro rural (SOUZA, 2007, p. 9). Um ano importantíssimo para a história recente dos seguros no Brasil é 1996, quando a Advocacia Geral da União conclui que o veto à participação do capi- tal estrangeiro (veto este instituído em 1986 por uma resolução do CNSP) não se aplicava às seguradoras, entidades de previdência privada aberta e capitaliza- ção, na medida em que não se tratam de instituições financeiras (SOUZA, 2007, p. 9). Esta medida abre novamente para grandes empresas seguradoras mundiais operarem livremente no território nacional. Atualmente, o mercado está assim distribuído (posição em 31 de dezem- bro de 2011): 33 Os Seguros no Brasil Re pr od uç ão p ro ib id a. A rt . 1 84 d o Có di go P en al e L ei 9 .6 10 d e 19 d e fe ve re iro d e 19 98 . Fonte: SUSEP Sobre o gráfico acima, a posição é em relação aos valores de prêmios recebidos. Como você pode perceber, há uma grande disputa entre as principais segura- doras presentes no mercado. A mecânica do mercado segurador pode ser vista na figura abaixo: 36% Demais 18% Bradesco Vida e Previdência S/A 10% Itaú Vida e Previdência S/A 9% Brasilprev Seguros e Previdência S/A 5% Itaú Seguros S/A5% Santander Seguros S/A 4% Porto Seguro Cia de Seguros Gerais 4% Bradesco Auto/RE Companhia de Seguros 3% Mapfre Seguros Gerais S/A “Em Aprovação” 3% Caixa Vida e Previdência S/A 3% Companhia de Seguros Aliança do Brasil INTRODUÇÃO À ATUÁRIA Reprodução proibida. A rt. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998. I Fonte: Souza (2007) Um ponto importante a partir de agora é considerar os principais seguros comercializados no mercado e os conceitos relacionados a seguros. ENTENDENDO OS ELEMENTOS DE UM SEGURO O primeiro e principalconceito que veremos, e que é um dos principais objetos da Ciência Atuarial, é o de SEGURO. De acordo com o portal da SUSEP, seguro é um “contrato mediante o qual uma pessoa denominada Segurador, se obriga, mediante o recebimento de um prêmio, a indenizar outra pessoa, denominada Segurado, do prejuízo resultante de riscos futuros, previstos no contrato” (SUSEP, disponível em: <http://www. susep.gov.br/menu/informacoes-ao-publico/glossario>. Acesso em: 17 ago. 2012.). Essa definição abre um leque de outras definições que precisamos entender. IRB SEGURADOS SEGURADORAS CO-SEGURADORA CORRETORES In de ni za çã o Ri sc os Pr êm io s Pr êm io s Ri sc os In de ni za çã o Prêmios Indenização Pr êm io s Ri sc os In de ni za çã o Co m is sã o 35 Entendendo os Elementos de um Seguro Re pr od uç ão p ro ib id a. A rt . 1 84 d o Có di go P en al e L ei 9 .6 10 d e 19 d e fe ve re iro d e 19 98 . Mas antes, vamos pensar na definição de seguro. Nela, você percebe que está presente o elemento do formalismo, ou seja, existe um documento legal, um contrato que consolida a relação entre os participantes do seguro. O contrato é expresso mediante uma apólice, definida como: o instrumento do contrato de se- guro pelo qual o segurado repassa à seguradora a responsabilidade sobre os riscos, estabelecidos na mesma, que possam advir. A apólice contém as cláusulas e condições gerais, especiais e par- ticulares dos contratos e as coberturas especiais e anexos (Disponível em: <www.tudosobresegu- ros.org.br>. Acesso em: 17 ago. 2012). Interessante que a palavra apólice tem origem no vocábulo francês “police” e do italiano “polizza”, termos que por sua vez têm origem no latim “pollicitatio”, que significa basicamente “promessa” que, no nosso caso, é a promessa de pagar uma indenização pela perda que o segurado sofrer e que foi contratada mediante o pagamento de um determinado valor. Geralmente, a apólice tem prazo de validade de 1 ano e em vários casos, é automaticamente renovada, caso não haja manifestação em contrário pelas partes. Antes da emissão da apólice, as condições para contratação são acertadas entre as partes por meio de uma proposta, um documento em que o proponente (pessoa física ou jurídica) manifesta o interesse da contratação das coberturas de risco mediante o pagamento de um valor nas condições acordadas. Quando falamos sobre seguro de vida, existe ainda outro elemento que faz parte da contratação. Trata-se da Declaração Pessoal de Saúde (DPS). Este documento serve para que o proponente declare sua condição pessoal de saúde e alguns hábitos que poderiam ensejar na não aceitação do seguro por parte da seguradora. Nos anexos você tem um modelo desta declaração, con- forme disponível no portal da RSA Seguros (<www.rsagroup. com.br>). INTRODUÇÃO À ATUÁRIA Reprodução proibida. A rt. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998. I Como você pode perceber, e isso é um dos fundamentos da atuária, as con- dições sociais dos participantes influenciam as condições do risco. É evidente que as seguradoras têm interesse na contratação dos seguros. Porém, elas não querem assumir um risco maior do que as boas regras estatísticas recomendam. Assim, em algumas circunstâncias, o risco não é aceitável ou, caso seja, seu custo será calculado de forma não massificada. Vamos ver mais alguns elementos que estão contidos na frase definidora de seguros que vimos acima? Outro conceito é o de segurador. Segurador é, de acordo com Souza (2007, p. 23), a entidade jurídica legalmente constituída para assumir e gerir os riscos especificados no contrato de seguro. É ele quem emite a apólice e, no caso da ocorrência de sinistro e de posse do pagamento do prêmio, será o responsável por indenizar o segurado ou seus beneficiários de acordo com as coberturas contidas na apólice. Como disse acima, a seguradora pode, em certas circunstâncias, recusar-se a aceitar o seguro. Veja o texto do Decreto Lei 73 de 21/11/1966 (que ainda está vigorando) a respeito desse assunto: Será lícito à Sociedade Seguradora arguir a existência de circunstân- cia relativa ao objeto ou interesse segurado cujo conhecimento prévio influiria na sua aceitação ou na taxa de seguro, para exonerar-se da responsabilidade assumida, até no caso de sinistro. Nessa hipótese, competirá ao segurado ou beneficiário provar que a Sociedade Segu- radora teve ciência prévia da circunstância arguida (Decreto-Lei 73 de 21/11/1966, Capítulo III, Art. 11 Inc.1º § 2). Isso significa dizer que a seguradora pode e deve se cercar de cuidados para contratação do seguro, pois o objetivo não é enriquecer o segurado no caso de um sinistro, mas reestabelecer o equilíbrio econômico em caso de um infortú- nio. Faz parte dessa arguição mencionada no texto do Decreto-Lei a própria Declaração Pessoal de Saúde, mas não precisa, necessariamente, ficar restrita a esta. Outros documentos ou declarações podem ser solicitados, dependendo das circunstâncias. Para recusa da proposta de seguro, a seguradora dispõe de 15 dias após o recebimento deste documento, e, após esse prazo, caso não se manifeste em 37 Entendendo os Elementos de um Seguro Re pr od uç ão p ro ib id a. A rt . 1 84 d o Có di go P en al e L ei 9 .6 10 d e 19 d e fe ve re iro d e 19 98 . contrário, é entendida legalmente sua aceitação. Lembra-se que na definição de seguros, falamos de outro personagem? É o segurado. A SUSEP define “segurado” como a “pessoa física ou jurídica que, tendo interesse segurável, contrata o seguro em seu benefício pessoal ou de ter- ceiro” (Disponível em: <www.susep.gov.br>. Acesso em: 17 ago. 2012.). Souza (2007) amplia este conceito por dizer que: O segurado é a pessoa física ou jurídica, em nome de quem se faz o se- guro. Ele transfere para a seguradora, mediante pagamento do prêmio, o risco de um evento aleatório atingir o bem de seu interesse. Caso o se- gurado não pague o prêmio previsto, ele perde os direitos à indenização prevista no contrato. A pessoa que contrata o seguro com a seguradora é também conhecida como estipulante (SOUZA, 2007, p. 24). É importante fazer um esclarecimento fundamental neste ponto. SEGURADO não é o mesmo que BENEFICIÁRIO. No caso de seguros, beneficiário é aquela pessoa física ou jurídica que tem o direito à indenização em caso de sinistro. Esse direito pode ser integral ou parcial, dependendo da forma como foi estipulado na apólice de seguros. Por exemplo, um pai ou uma mãe de família contrata um seguro de vida e declara como beneficiários seus filhos, em partes iguais. Se o segurado tiver, por exem- plo, dois filhos, os dois dividirão a indenização. O percentual a destinar a cada beneficiário é estabelecido pelo segurado. Vamos considerar mais alguns elementos? Já vimos acima o termo indenização e, como você pôde ter concluído cor- retamente, indenização é o valor que é pago ao segurado ou beneficiários pelos prejuízos decorrentes do sinistro. Observação importante: a indenização em nenhuma circunstância é superior à importância segurada. O segurado, para adquirir o direito à indenização, paga por este serviço um valor chamado de prêmio, que, ao contrário do que é senso comum, não reverte para o segurado, ou seja, no caso de seguros o prêmio é direcionado para a segu- radora, portanto, é um custo para o segurado. O valor do prêmio pago depende de algumas variáveis, como por exemplo, o prazo do seguro, a exposição ao risco, qual a importância a ser segurada, e, ainda, faz parte do prêmio total as despe- sas administrativase de produção, como comissão e o agenciamento, além dos impostos e da remuneração do capital dos acionistas. INTRODUÇÃO À ATUÁRIA Reprodução proibida. A rt. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998. I Se você tem um automóvel com seguro, sem dúvida já ouviu falar de outro termo bastante comum que é a franquia. O conceito de franquia tem a ver com o limite de participação do segurado em eventual prejuízo que resulta de um sinistro. Utilizando o exemplo do seguro de automóveis, na contratação o pro- ponente pode escolher uma modalidade que tenha uma franquia reduzida. Neste caso, é evidente que o prêmio do seguro será maior. No caso inverso, quanto maior a franquia, menor o valor do prêmio a ser pago. A franquia tem algumas finalidades importantes. Uma delas é conscientizar o segurado da necessidade de cuidados na preservação do bem. Algumas pessoas parecem descuidar-se na condução e na segurança de um automóvel, por exemplo, por saber que o bem está segurado. A franquia serve para “lembrar” que o segurado também é res- ponsável pela integridade do bem. Também em casos de pequenos danos, se o valor de reparo for menor do que a franquia, não compensaria para o segurado acionar o seguro. Outra palavra que já usamos ao longo desta unidade é “sinistro”. Essa palavra tem sua raiz na palavra latina “sinistra” que significa esquerda, que antigamente sempre era associada com coisas negativas, danosas. No mundo dos seguros, sinistro é o fato concretizado do risco que foi previsto no contrato de seguro, e que resulta em perdas para o segurado e/ou seus beneficiários. O sinistro pode ser total, quando ocorre a perda total do bem segurado, ou parcial, quando somente uma fração do bem é atingido. Outro termo que já utilizamos algumas vezes é o de risco. Para fins de seguro, risco é: um evento ou condição incerta, isto é, que pode ou não ocorrer no fu- turo, e cuja ocorrência tem um efeito negativo e que pode ser expresso em termos monetários. Esse evento pode ser totalmente incerto, como a queda de um raio, ou certo, mas acontecendo em data incerta, como a morte. O impacto financeiro de um sinistro pode atingir milhões de reais e levar a empresa que não se precaveu à falência, ou o indivíduo a perder parte substancial de um patrimônio que lhe exigiu anos para acumular. É nesse momento que o seguro se torna importante (Dis- ponível em: <http://www.tudosobreseguros.org.br/sws/portal/pagina. php?l=266>. Acesso em: 30 jun. 2012). 39 Entendendo os Elementos de um Seguro Re pr od uç ão p ro ib id a. A rt . 1 84 d o Có di go P en al e L ei 9 .6 10 d e 19 d e fe ve re iro d e 19 98 . Veja, então, que o risco é uma possibilidade (não uma certeza) de que um evento inesperado aconteça, e que, por consequência, trará algum tipo de prejuízo, dese- quilíbrio econômico ou danos materiais ou pessoais. Este evento, por ser incerto, com data incerta, não depende da vontade do segurado ou do segurador. Por isso, dizemos que o risco é incerto, aleatório, possível, real, lícito e fortuito (SOUZA, 2007, p. 30). Mesmo no caso de seguros de vida em que a morte é certa, já dizia o filósofo que as únicas coisas certas na vida são a morte e os impostos, esse evento é em data ou circunstância incerta, por isso, pode ser objeto de seguro. De acordo com Souza (2007), são também características de um seguro o mutualismo, a incerteza e previdência. Com o mutualismo nos referimos a um grupo de pessoas, que muitas vezes nem se conhecem, mas que têm interesses comuns e que são seguráveis e que, por conta disso, constituem uma reserva financeira para suprir as necessidades dos componentes deste grupo que por- ventura sejam afetados por um acontecimento possível, porém incerto. Essa, aliás, é a outra definição, a de incerteza que, conforme Souza (2007), contempla dois elementos: a possibilidade de ocorrência do evento e o momento. Já previdência está “relacionada diretamente à proteção às pessoas, relativamente a si próprias ou a seus bens” (SOUZA, 2007, p. 27). Dois conceitos a que nos referiremos ao longo de nossas unidades são os de Tábua de Mortalidade e Tábua de Comutação. De acordo com Azevedo (2008), Tábua de Mortalidade – é uma tabela que indica anualmente a quan- tidade de pessoas vivas da mesma idade. Essas tábuas são utilizadas pelas empresas de seguros e é de vital importância por representarem as probabilidades de uma determinada população. Tábua de Comutação – é um dos principais instrumentos utilizados pelos atuários para o cálculo dos prêmios. É mais poderosa que a tábua de mortalidade, pois contempla determinada taxa de juros. Assim, po- demos ter diversas tábuas de comutação apenas mantendo-se a tábua de mortalidade e variando-se a taxa de juros (AZEVEDO, 2008, p. 17). INTRODUÇÃO À ATUÁRIA Reprodução proibida. A rt. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998. I LEGISLAÇÃO DE SEGUROS Apesar de que a maioria de nós não tem formação legal, alguns conceitos de legislação são importantes para que tenhamos segurança ao lidar com contra- tos de segurança. Veremos a partir de agora as leis e decretos mais pertinentes que regulamentam as operações de seguros. Uma das principais leis sobre o setor de seguro já é bastante antiga. Os seguros obrigatórios, por exemplo, são regulados pelo Decreto-Lei nº 73 de 21 de novem- bro de 1966 e pelo Decreto 61.867 de 07 de dezembro de 1967. Nessa legislação impõe a contratação de alguns tipos de seguros, chamados seguros obrigatórios. De acordo com Souza (2007), esses seguros obrigatórios compreendem uma vasta gama de eventos, como danos pessoais causa- dos por veículos de via terrestre ou de carga, a pessoas transportadas ou não, e a passageiros de aeronaves comerciais; responsabilidade civil do construtor de imóveis em zonas urbanas por danos a pessoas ou coisas; bens dados em garantia de empréstimo ou financiamento de institui- ções financeiras públicas; garantia de pagamento a cargo do mutuário da construção civil; incêndio e transporte de bens pertencentes às pes- soas jurídicas, situadas no país, ou nele transportados e crédito rural e à exportação, quando concedido por instituições financeiras públicas (SOUZA, 2007, pp. 27- 28). Vamos falar um pouco mais do instrumento jurídico que formaliza o seguro: o contrato de seguro. Juridicamente, contrato, conforme o direito romano, é o mútuo consenso de duas ou mais pessoas sobre o mesmo objeto. Um contrato tem por objetivo criar, modificar, transferir, conservar ou extinguir direitos e obrigações (SOUZA, 2007). 41 Legislação de Seguros Re pr od uç ão p ro ib id a. A rt . 1 84 d o Có di go P en al e L ei 9 .6 10 d e 19 d e fe ve re iro d e 19 98 . É neste documento que as partes envolvidas (seguradora e segurado) esta- belecem as condições mútuas das obrigações e direitos. Por este contrato, a seguradora obriga-se perante o segurado a indenizá-lo se o fato futuro previsto no contrato ocorrer, mediante, é claro, um pagamento chamado de prêmio. Um princípio importantíssimo e que deve nortear as relações de seguro, previsto no Código Civil, é o da boa-fé, isto é, as duas partes, segurado e segu- radora, obrigam-se a ser verídicos nas informações prestadas. Por exemplo, o contrato de seguro poderá ser contestado se o segurado, no preenchimento da Declaração Pessoal de Saúde, omitir ou mentir sobre sua real condição de saúde ou hábitos sociais. Por outro lado, a seguradora tem a obrigação em ser trans- parente em relação às condições de exclusão de pagamentos de indenização previstas nas cláusulas contratuais. Algumas características de um contrato de seguro, conforme Souza (2007),são: ■ Bilateral. ■ Oneroso. ■ Aleatório. ■ Formal. ■ Nominal. ■ De adesão. ■ De boa-fé. CARACTERÍSTICA DESCRIÇÃO Bilateral Sempre está presente no mínimo duas partes: segurado e seguradora. Essas duas partes presentes têm direitos e obrigações. Oneroso Há dispêndio previsto para ambas as partes. No caso do segurado, o dispêndio é o valor do prêmio a ser pago à seguradora. No caso da seguradora, o dispêndio encontra- -se no fato de que, caso o evento objeto do seguro ocorra, o valor da indenização deverá ser pago ao segurado. INTRODUÇÃO À ATUÁRIA Reprodução proibida. A rt. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998. I Aleatório O elemento da aleatoriedade está presente, pois o próprio risco é um evento aleatório, ou seja, pode ou não ocorrer. Formal O formalismo está presente no instrumento de contrato: a apólice. Neste documento estão as condições, obrigações e deveres contratados. Nominal É explícita a nominação dos envolvidos no contrato, ou seja, constará claramente no contrato a razão social, CNPJ e outras informações pertinentes da empresa seguradora e do segurado. De adesão Ser de adesão significa que as condições da apólice são padronizadas e aprovadas por órgãos governamentais. De boa-fé O conhecimento do risco pela seguradora depende da fidedignidade das informações prestadas pelo segurado, de modo a não induzir a outra parte a engano ou erro. Fonte: o autor, com base em Souza (2007) OS INSTRUMENTOS DO CONTRATO DE SEGUROS Um contrato de seguro, geralmente, é composto por mais do que apenas um documento. Podemos elencar os instrumentos que comporão um contrato de seguro como sendo a proposta, a apólice, o endosso, os aditivos e as averbações. Alguns desses elementos já tratamos nesta unidade. Por exemplo, já vimos a respeito da proposta e da apólice. Complementando as informações que vimos sobre apólice, neste documento deve conter o “nome, endereço e CPF/RG do segurado; especificação do risco; bem segurado; valor da importância segurada; valor do prêmio e as condições da cobertura. Ela pode ser coletiva ou indivi- dual” (SOUZA, 2007, p. 29). Algumas cláusulas contratuais, conforme Souza (2007), podem ser subdi- vididas em: ■ Condições gerais: cláusulas que têm aplicação geral aos riscos de mesma natureza. 43 Os Instrumentos do Contrato de Seguros Re pr od uç ão p ro ib id a. A rt . 1 84 d o Có di go P en al e L ei 9 .6 10 d e 19 d e fe ve re iro d e 19 98 . ■ Condições especiais: disposições que modificam as condições gerais, ampliando ou restringindo sua extensão. ■ Condições particulares: específicas para cada contrato. Particularizam determinados tópicos ou coberturas. ■ Cláusula limitativa: limita a obrigação do segurador. ■ Cláusula abusiva: restringe ou elimina a responsabilidade do segura- dor, decorrente de uma obrigação que por ele foi regularmente assumida. As condições contratuais podem ser alteradas mediante a emissão de endossos, aditivos ou averbações. Um exemplo claro da necessidade constante de alterações é o caso das apólices abertas de transporte, em que há modificações constantes de veículos e motoristas e, portanto, não seria prática a emissão de uma nova apólice a cada viagem (SOUZA, 2007). No caso do endosso, é um documento que atualiza o contrato de seguro e, conforme Souza (2007), é utilizado quando é necessário fazer alguma modificação na apólice, tais como alterações do risco e cobrança adicional ou restituição do prêmio. As- sim, ele pode ser de três tipos: de cobrança, de restituição ou sem mo- vimento. O endosso de cobrança tem como finalidade cobrar eventuais diferenças de prêmios. Já o endosso de restituição é usado para even- tuais devoluções de prêmios, como alterações de taxas - modificações dos riscos ou extinção de garantias. Por fim, utiliza-se o endosso sem movimento quando a modificação não resulta em qualquer alteração de prêmio ou taxa. A averbação é um documento emitido pelo segura- do para informar à seguradora sobre bens e verbas a garantir (SOUZA, 2007, p. 30). O Código Civil, nos seus artigos de 1449 a 1457 prevê que o segurado tem a obrigação de pagar o prêmio do seguro, evitar tudo que possa aumentar os ris- cos, durante o período de vigência do contrato, além de comunicar à seguradora qualquer incidente que possa agravar o risco e comunicar a ocorrência do sinis- tro tão logo ocorra. No caso do segurador, este é obrigado a pagar em dinheiro o prejuízo resultante do risco assumido e, conforme as circunstâncias, o valor total da coisa segura (SOUZA, 2007). A legislação também prevê as condições de rescisão contratual. Conforme Souza (2007): INTRODUÇÃO À ATUÁRIA Reprodução proibida. A rt. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998. I O contrato de seguro pode ser rescindido total ou parcialmente, a qual- quer momento, mediante acordo entre as partes ou com o pagamento do valor da apólice ao segurado. Quando esse cancelamento é decidido unilateralmente, só pelo segurado ou só pelo segurador, ocorre a resci- são do contrato de seguro. Sempre que a rescisão ocorrer por iniciativa do segurado, a seguradora deterá o prêmio de acordo com a tabela de prazo curto. Já quando a rescisão ocorrer por parte da seguradora, esta reterá, do prêmio recebido, a parte proporcional ao tempo decorrido. Entretanto, para que o contrato possa ser rescindido é necessária uma cláusula prevendo esta possibilidade (SOUZA, 2007, p. 31). A vinda da família real portuguesa ao Brasil mudou definitivamente o país. Entre outras coisas, D. João fundou o Banco do Brasil e a primeira empresa seguradora. Reflita sobre os efeitos da estada da família real no Brasil assistindo ao vídeo abaixo: <http://youtu.be/AVTphqu7LFA>. Conheça mais sobre o mundo dos seguros: <www.tudosobreseguros.com.br>. 45 Considerações Finais Re pr od uç ão p ro ib id a. A rt . 1 84 d o Có di go P en al e L ei 9 .6 10 d e 19 d e fe ve re iro d e 19 98 . CONSIDERAÇÕES FINAIS Prezado(a) aluno(a), começamos nosso estudo desta empolgante disciplina veri- ficando os conceitos básicos atuariais. Com muitos desses conceitos, com certeza, você já teve contato alguma vez em sua vida, por exemplo, talvez ao contratar o seguro do seu carro, da sua casa, ou um seguro de vida. Como você pôde constatar, o mundo do atuário e dos seguros teve uma evo- lução fantástica desde seus primórdios, porém, naquela época, como agora, o fundamento é a proteção. Nessa ideia, atribuímos valor ao patrimônio e à vida, e a perda destes valores causam a nós ou às pessoas que dependem de nós ou de nosso patrimônio um prejuízo. O fundamento do seguro é a reposição, mesmo que parcial, das perdas sofridas. Pode-se até, de forma apaixonada, afirmar que nada repõe uma vida. Eu jamais contrariarei esta ideia, pois concordo plenamente. No entanto, para uma família com filhos, a perda do arrimo da família pode ser desastrosa. Perde-se o ponto de estabilidade e leva-se tempo para se equilibrar novamente. Portanto, neste mundo em que vivemos, o dinheiro oriundo de uma indenização pode dar o tempo necessário para a família caminhar novamente, se restabelecer e manter-se por um tempo. Não é uma contrapartida perfeita, mas é melhor do que nada. Foi muito importante fundamentar nossos estudos com os conceitos de atuário, do trabalho do atuário (este profissional diferenciado, um verdadeiro arquiteto de riscos) e de um dos aspectos do seu trabalho: os seguros. É evidente que só vimos alguns fundamentos de seguros. Mas estes fundamen- tos já te auxiliarão até na sua vida cotidiana, pois muito da linguagemutilizada no mundo de seguros é incompreensível para os segurados. A partir de agora, você terá condições de avaliar uma proposta de seguros com mais segurança. No mais, recomendo que você volte ao texto e relembre os principais concei- tos que estão presentes em Atuária. São conceitos que você utilizará nas próximas unidades e que também são importantes nas suas decisões financeiras. Na próxima unidade, veremos como os seguros têm diversas características, e que cada qual tem seu público e demandas específicas. Bons estudos! 1. A história dos seguros, conforme vimos, não é nada recente. Pesquise na inter- net sobre o desenvolvimento da legislação brasileira de seguros. Quais anos você destacaria como mais importantes e com que fatos e leis? 2. O mercado brasileiro de seguros é bastante amadurecido, mas ainda muito in- ferior ao mercado de países desenvolvidos. Pesquise na internet o tamanho do mercado de seguros nos EUA e Europa. A que você atribui um desenvolvimento tão acentuado dos seguros nestas regiões? 3. Ao fazermos uma viagem de avião, de ônibus ou por qualquer outro meio, por meio de uma empresa regular, é contratado para nossa tranquilidade um segu- ro de viagem. Pesquise na Internet quais as coberturas oferecidas por este tipo de seguro. Qual a diferença de valores de indenização entre um seguro para viagem de avião e outro para viagem de ônibus? Material Complementar MATERIAL COMPLEMENTAR Seguros Privados Marcelo F. Guerreiro Editora: Forense Universitária Manual de Seguros Privados. Marcello T. Bittencourt Editora: Lumen Juris U N ID A D E II Professor Me. José Renato Lamberti CLASSIFICAÇÃO DE SEGUROS Objetivos de Aprendizagem ■ Conceituar os principais seguros comercializados. ■ Conhecer seguros que geram rendas. ■ Compreender o mecanismo de funcionamento dos seguros de vida e patrimoniais. Plano de Estudo A seguir, apresentam-se os tópicos que você estudará nesta unidade: ■ Classificação de seguros ■ Seguro de pessoas ■ Seguro dotal ■ Seguros sobre patrimônio INTRODUÇÃO Na unidade I vimos os principais fundamentos da Atuária e do profissional que exerce essa atividade no mercado: o atuário. Também tivemos a oportunidade de conhecer os fundamentos de um dos principais campos de atuação do atuá- rio, que são os seguros. Entretanto, é necessário conhecermos mais sobre seguros. Existem diversos tipos de seguros, todos destinados a cumprir uma determinada finalidade eco- nômica, sejam seguros patrimoniais ou de vida. É importante frisarmos, mais uma vez, que o objetivo de uma indenização de seguro não é enriquecer o segurado no caso da ocorrência do evento objeto do seguro. O objetivo é restabelecer o equilíbrio financeiro do segurado que, em um dado momento, transferiu o risco deste evento aleatório à seguradora. Veremos, ao final desta unidade, um dos papéis importantes do atuário neste assunto. Bons estudos! 51 Introdução Re pr od uç ão p ro ib id a. A rt . 1 84 d o Có di go P en al e L ei 9 .6 10 d e 19 d e fe ve re iro d e 19 98 . CLASSIFICAÇÃO DE SEGUROS Reprodução proibida. A rt. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998. II CLASSIFICAÇÃO DE SEGUROS Para iniciarmos nossa consideração sobre os tipos de seguros, é importante entendermos que existe um rol enorme de classificações de seguros. No Brasil, por exemplo, são classificados 89 ramos de seguros oficialmente, cada qual apre- sentando grande variedade de detalhes. Só para você ter uma ideia, somente o seguro de responsabilidade civil apresenta 8 ramos diferentes. Já os seguros voltados à agricultura possuem 13 ramos distintos. A Circular 295 emitida em 2005 pela Superintendência de Seguros Privados (Susep) trabalha com 12 gru- pos, que facilita um pouco mais a compreensão dos tipos de seguros existentes. Além desses 12 grupos, existe um 13°, relativo aos seguros de saúde, regulados pela ANS - Agência Nacional de Saúde Suplementar. No exterior, é comum uma classificação global em dois grandes grupos, os seguros do ramo vida e os seguros do ramo não vida. Na Tabela abaixo, vemos exemplificados esses grupos: 53 Classificação de Seguros Re pr od uç ão p ro ib id a. A rt . 1 84 d o Có di go P en al e L ei 9 .6 10 d e 19 d e fe ve re iro d e 19 98 . GRUPOS CARATERÍSTICAS GERAIS 1. Patrimonial Seguros contra incêndios e roubos de imóveis bem como seguros compreensivos residenciais e empresariais, lucros cessantes, riscos de engenharia etc. 2. Riscos especiais Seguros contra risco de petróleo, nucleares e satélites. 3. Saúde Seguros de saúde. 4. Responsabilidades Reembolsa indenizações por danos materiais ou lesões corporais a terceiros por culpa involuntária do segurado. 5. Cascos Seguros contra riscos marítimos, aeronáuticos, de responsabilidade civil hangar e seguro obrigatório de danos pessoais causados por embarcações e suas cargas (DPEM). 6. Automóvel Seguros contra roubos e acidentes de carros, de respon-sabilidade civil contra terceiros e DPVAT. 7. Transporte Seguros de transporte nacional e internacional e de responsabilidade civil de cargas, do transportador e do operador. 8. Riscos Financeiros Seguros diversos de garantia de contratos e de fiança locativa. 9. Crédito Seguros de crédito a exportação e contra riscos comer-ciais, de devedores e políticos. 10. Pessoas Seguros de vida e acidentes pessoais, planos de previ- dência privada, prestamista e educacional, VGBL/VAGP/ VRGP. 11. Habitacional Seguros contra Riscos de Morte e de Invalidez Permanen-te (MIP) e de Dano Físico ao Imóvel (DFI) financiado. 12. Rural Seguros agrícola, pecuário, de florestas e de penhor rural. 13. Outros Riscos de seguros no exterior e de sucursais de segurado-ras no exterior. Fonte: <http://www.tudosobreseguros.org.br/sws/portal/pagina.php?l=379>. CLASSIFICAÇÃO DE SEGUROS Reprodução proibida. A rt. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998. II SEGUROS DE PESSOAS No seguro de pessoas, temos o objetivo de assegurar uma indenização a ser paga ao segurado e/ou aos beneficiários nos casos estipulados no contrato. Entre os seguros de pessoas, destacam-se: seguro de vida, seguro funeral, seguro educacional, seguro prestamista, seguro de acidentes pessoais, seguro de diária por internação hospitalar, seguro de diária de incapacidade temporária, seguro viagem, seguro perda de renda. A contratação desses seguros podem ser feitos de forma individual ou coletiva. Como o próprio nome já sugere, os seguros individuais são contratados direta- mente entre o segurado e a seguradora. Os seguros coletivos são contratados pela adesão feita a uma apólice contratada por um estipulante, na maioria das vezes um empregador que faz a intermediação para seus empregados. Entretanto, o estipulante também pode ser uma pessoa física. Há algumas vedações para esti- pulantes. Por exemplo, não podem ser estipulantes: 1. corretoras de seguros, seus sócios, dirigentes, administradores, empre- gados, prepostos ou representantes; 2. corretores; 3. sociedades seguradoras, seus dirigentes, administradores, empregados, prepostos ou representantes. As coberturas usualmente comercializadas no ramo vida abrangem as seguin- tes situações, conforme informadas no portal da SUSEP: 1. Morte natural. 2. Morte acidental. 3. Invalidez Permanente Total ou Parcial por Acidente. Esta cober- tura prevê o pagamento de indenização em caso de perda, redução ou impotência funcional definitiva, total ou parcial, de membro ou órgão decorrente de acidente pessoal. Deverá ser observada atentamente
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