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Documento processo civil 2

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Processo Cvil 2
Do procedimento comum:
As fases da ciencia processual , fases mais importantes, de como o procedimento se desenvolve.
Fases: 
·	Postulatória -->>>> (petição inicial , recebimento da P.I, citação, audiência de conciliação, resposta do réu).
O procedimento é dividido em fases (acima), quando encerra a resposta do réu, começa uma nova fase no processo (abaixo).
·	Saneadora --->>> (Saneamento ou ordinatória: provideências preliminares, julgamento conforme o estado do processo; decisão de saneamento)
Na decisão de saneamento que o juiz irá deferir as provas, marcar audiencia, nomear perito, afastar as preliminares, decidir sobre intervenção de terceiros, está tudo dentro de decisao de saneamento (dentro de decisão vem a fase instrutoria ou probatoria, onde vem a audiencia de instrução e , onde pode ser dada a sentença dentro da AIJ ou se o juiz quiser de forma isolada vem a fase decisoria, depois recursal, depois cumprimento de sentença (execução) onde o processo muda de natureza.
OBS: este é o retrato de qualquer processo. Atos processuais (a natureza) é este.
Obs: Defesa de mérito direta- O autor alega um fato (ex-divida), o réu nega o fato que lhe é atribuido pelo autor.
Defesa de mérito indireta- O réu traz um fato novo (ex. alega que pagou). 
Transcrição: vamos começar estudar os atos que são praticados no procedimento comum, as vezes temos a dificuldade de enxergar como que a relação processual se desenvolve, porque normalmente na faculdade é estudado isoladamente os atos, mas na prática começa a vir muitas informações atropeladas.
O processo não pode ser enxergado de uma forma estática, processo é uma relação juridica que vai se desenvolvendo num procedimento determinado onde é praticado atos juridicos, é como se cada vez que voce se manifestasse, você estivesse fazendo um contrato, um ato formal para praticar um ato juridico com validade. Temos na lei a organização em etapas, fases, mas não sao estaticas, pois pode-se praticar atos de uma fase em outra fase. (Ex. : ao ajuizar uma ação, o juiz ao receber ele pode indeferir a inicial, mandar completar e pode julgar liminarmente improcedente, ou seja na fase de postulação, ja pode estar recebendo sentença.)
Existem momentos em que sao praticados atos tipicos de uma fase posterior, em uma fase anterior. Ex. chegando na audiencia de conciliação, se houver acordo, o juiíz irá dar a sentença (homologatória). 
Então uma dica é não observar essa organização como algo estático. Cada processo é de um jeito. 
Aula: Etapa postulatória (a lei não especifíca), são os atos que compoem: desde o ajuizamento da petição inicial até o fim do prazo da resposta do réu. 
O juiz recebendo positivamente a petição inicial, vai determinar a citação do réu para integrar a lide e comparecer a audiecia de conciliação(regra), mas tem casos que não existe audiencia de conciliação (quando o direito não é disponivel ou nao passivel de transação, ou dependendo do procedimento) vai direto a resposta do réu, existe ainda a possibilidade de as partes dizerem expressamente que não interessam em conciliação, mas os dois tem que não querer. Depois vem o prazo de resposta do réu até revelia, onde tem contestação, reconversão, ou o reu se defende, ou ataca, ou simplesmente não faz nada. 
Quando acaba o prazo de resposta do réu, é que o processo volta para o juiz. Aí entra a fase saneadora (começa nas fases preliminiares, até a decisao de saneamento- quando o juiz verifica se o processo está maduro para receber a sentença ou precisa receber as provas, que é a decisao que irá inaugurar a fase probatória ou instrutoria). 
Na fase probatória o unico ato que tem é AIJ (audiencia de instrução e julgamento), momento útil para fazer entrar no processo as provas orais. 
Depois a fase de sentença. (decisória)
Eventualmente a fase recursal, e finalmente cumprimento de sentença, que pode ser paralelo a fase recursal. 
DAS PROVIDÊNCIAS PRELIMINARES E DO SANEAMENTO (347-353)
Art. 347. Findo o prazo para a contestação, o juiz tomará, conforme o caso, as providências preliminares constantes das seções deste Capítulo.
Coneito: Conjunto de atitudes possíveis do juíz após o encerramento do prazo de resposta do réu. Esse é o start (inicio) da fase saneadora. 
Segundo o art. 347 do Novo CPC, findo o prazo para a contestação, o juiz tomará, conforme o caso, as providências preliminares previstas em lei. O dispositivoé substancialmente igual ao art. 323 do CPC/ 1973 que, entretanto, era superior aoprever que as providências preliminares seriam tomadas após o prazo de resposta doréu. A confusão entre gênero e espécie foi devidamente afastada em várias passagensdo Novo CPC, mas, infelizmente, no art. 347 modificou-se errando aquilo que no diploma processual revogado estava corretamente previsto. Como já ocorria no CPC/1973, no Novo Código de Processo Civil as providências preliminares não constituem uma fase obrigatória do procedimento, dependendo sua existência das circunstâncias do caso concreto.Na hipótese de o réu ser revel, a postura a ser adotada pelo juiz dependerá da
geração ou não do principal efeito da revelia. Sendo presumidos verdadeiros os fatos
alegados pelo autor, será caso de julgamento antecipado do mérito, nos termos do
art. 355, II, do Novo CPC.
·	ESPECIFICAÇÃO DE PROVAS: 
 Não sendo presumidos os fatos como verdadeiros, aplica-
-se o art. 348 do Novo CPC, com a determinação ao autor para que especifique as
provas que pretende produzir, se ainda não as tiver indicado. 
Mantendo a tradição om1Ss1va do art. 324 do CPC/ 1973, o art. 348 do
Novo CPC deixa de prever expressamente o prazo para a especificação de
provas. Como para as outras espécies de providência preliminar há previsão
expressa de quinze dias, entendo que para preservar a homogeneidade dessas
reações do autor reunidas no capítulo ora analisado também assim o seja na
especificação de provas.
Interessante notar que o art. 348 do Novo CPC, em sua interpretação literal,
tem aplicação tão somente na hipótese de revelia do réu, da mesma forma como
ocorria com o art. 324 do CPC/1973. Ocorre, entretanto, que com a aceitação
doutrinária e jurisprudencial dos pedidos genéricos de produção de prova na
petição inicial e na contestação do procedimento ordinário, que não deve se
alterar com o novo diploma processual, o art. 348 do Novo CPC continuará
a ser aplicado de forma ampliativa como era seu antecessor, permitindo que
o juiz determine às partes a especificação de provas mesmo diante de réu não
revel. Como o juiz não sabe exatamente o que as partes pretendem produzir em
termos probatórios, determina a especificação de provas em qualquer situação,
ampliando-se consideravelmente na praxe forense o âmbito de aplicação do art.
324 do CPC/1973 em realidade que deve se repetir na aplicação do art. 348 do
Novo CPC.
O art. 349 do Novo CPC versa sobre a participação do réu revel no procedimento probatório na hipótese de o juiz determinar a intimação do autor a especificar
as provas que pretende produzir. 
·	VISTA PARA RÉPLICA/IMPUGNAÇÃO À CONTESTAÇÃO
A segunda providência preliminar prevista pelo Código de Processo Civil consiste
na réplica, oportunidade de manifestação aberta ao autor sempre que o réu alegar
em sua contestação defesa de mérito indireta e/ou defesa processual. Nessas duas
espécies de matéria defensiva, o réu traz uma novidade ao processo, tanto quando
alega um fato novo impeditivo, modificativo ou extintivo do direito do autor, como
quando alega uma defesa preliminar, naturalmente não narrada pelo autor em sua
petição inicial.
·	DETERMINAÇÃO DA REGULARIZAÇÃO DE VÍCIOS SANÁVEIS
No tocante à alegação pelo réu de preliminares em sua contestação, o art. 352
do Novo CPC prevê que caso o juiz verifique a existência de irregularidades ou
vícios sanáveis, determinará sua correção em prazo nunca superior a trinta dias.
A regra já constava do art. 327 do CPC/1973 e se refere às defesas processuais
dilatórias potencialmente peremptórias.
Como se pode notar,a réplica é manifestação do princípio do contraditório,
exigindo-se a oitiva do autor a respeito de matérias novas do processo que podem
ser determinantes para a decisão judicial. Na praxe forense, entretanto, percebe-se
uma indevida generalização da réplica, abrindo-se prazo para manifestação do autor a respeito da contestação mesmo quando essa resposta do réu seja fundada tão
somente em defesa de mérito direta. Tal postura, além de contrariar o texto legal,
não encontra nenhuma justificativa plausível, devendo ser criticada. Isso quando o
juiz não abre prazo para a tréplica, e assim por diante. 
Da Não Incidência dos Efeitos da Revelia 
Art. 348. Se o réu não contestar a ação, o juiz, verificando a inocorrência do efeito da revelia previsto no art. 344, ordenará que o autor especifique as provas que pretenda produzir, se ainda não as tiver indicado.
A revelia tem dois efeitos: um processual (é a desnecessidade de intimar o réu dos atos processuais, como se fosse uma sanção para o réu que não se apresenta no processo, neste caso deve ser intimado o advogado do mesmo, não poderá trazer fato novo, mas pode contestar o que o autor diz ), e outro material. 
Esse do 344 que não se aplica as hipoteses do 345 ( se tiver mais que um réu, quando o fato que se pretende provar não pode ser provado por confissão, direitos indisponiveis), mesmo o réu não apresentando defesa, o autor não estará isento do seu ônus probandi, por isso que o 345 arrola as circunstancias em que esse efeito nao se aplica, é o efeito maretial da revelia (presução de que os fatos que o autor narrou na PI são verossimeis, não incide sobre as consequencias do fato que o autor joga em seu pedido), ser revel não é sinonimo de procedencia do pedido e sim veracidade dos fatos, mas o juiz pode ler a petição inicial, e o os documentos do autor e não se convencer de que o autor tem direito, mesmo se o reu não se defender, pois irá considerar apenas o fato como verdadeiro e não a consequência do fato. 
 (espécie) Determinação de especificação de provas- diferente de requerer, protestar. Deve dizer o fato, qual fato a ser provado, mais o meio de prova e o porquê está querendo usar esse meio, pra provar esse fato, tem que justificar. 
Art. 349. Ao réu revel será lícita a produção de provas, contrapostas às alegações do autor, desde que se faça representar nos autos a tempo de praticar os atos processuais indispensáveis a essa produção.
Réplica: na teoria só quando o réu apresenta defesa indireta: defesa de merito indireta ou defesa propriamente dita-processual (quando o reu alega preliminar de contestação). Se o reu apresentar preliminar, o autor tem direito a replica. 
Assim como se o reu apresentar defesa de mério indireta: quando ele traz fatos novos para o processo que tem o condão impeditivos, modificativos ou extintivos do direito do autor (ex: quando alega prescrição, pagamento, novação). 
Quando o réu apresenta fato novo, o autor tem direito a impugnar a constação (réplica). 
Obs: Defesa de mérito direta- O autor alega um fato (ex-divida), o réu nega o fato que lhe é atribuido pelo autor.
Defesa de mérito indireta- O réu traz um fato novo (ex. alega que pagou). 
Do Fato Impeditivo, Modificativo ou Extintivo do Direito do Autor
Art. 350. Se o réu alegar fato impeditivo, modificativo ou extintivo do direito do autor, este será ouvido no prazo de 15 (quinze) dias, permitindo-lhe o juiz a produção de prova.
Das Alegações do Réu
Art. 351. Se o réu alegar qualquer das matérias enumeradas no art. 337, o juiz determinará a oitiva do autor no prazo de 15 (quinze) dias, permitindo-lhe a produção de prova. 
Somente neste dois casos acima haverá replica do autor, pois o réu trouxe fato novo. 
obs: se o réu alega fato novo ele quem tem que provar 
Art. 352. Verificando a existência de irregularidades ou de vícios sanáveis, o juiz determinará sua correção em prazo nunca superior a 30 (trinta) dias.
Vício sanável: é uma irregularidade que pode ser sanada porque sempre que possível deve-se aproveitar os atos processuais, pra depois não ficar tendo sentendo sentença terminativa e o processo ficar sendo reproduzido novamente, por exemplo: se falta uma procuração e extingue o processo por isso, entra com processo novamente. A lei sempre da oporturnidade de regularizar.
Atividade saneadora do juízo- Dever que o juiz e as partes tem de manter rígida a relação processual, manter sempre regular, nasce na petição inicial e vai até a execução. 
O vício pode vir a posteriori, por isso não será observado somente nesta etapa. 
obs: existe a fase saneadora, atividade saneadora e decisão saneadora - são coisas distintas. 
Não é todo processo que terá providencia preliminar, somente se houver essas circunstancias citadas.
A intimação do MP. também é providencia preliminar. 
Art. 353. Cumpridas as providências preliminares ou não havendo necessidade delas, o juiz proferirá julgamento conforme o estado do processo, observando o que dispõe o Capítulo X.
Não sendo necessária ou cumpridas as providencias preliminares, apresentada a contestação e tal, passa para o julgamento conforme o estado do processo.
DO JULGAMENTO CONFORME O ESTADO DO PROCESSO
Introdução
Ultrapassada a fase das providências preliminares, ainda que nenhuma delas
tenha sido necessária, o processo chega a uma nova fase, em que o juiz proferirá
uma decisão, que pode ser interlocutória ou sentenciai. Nesse momento, abrem-se
quatro caminhos possíveis ao juiz, sendo que em três deles o processo será extinto
por sentença e em outro a decisão terá natureza saneadora, com o prosseguimento
da demanda e o ingresso na fase probatória. Trata-se da fase do "julgamento conforme o estado do processo''.
Entre os cinco caminhos previstos pelo Código de Processo Civil está a extinção
do processo sem a resolução do mérito (art. 354, caput do Novo CPC); extinção do
processo com a resolução do mérito, desde que a sentença se fundamente no art.
487, II e III, do Novo CPC (art. 354, caput do Novo CPC); julgamento antecipado
do mérito (art. 355 do Novo CPC); julgamento antecipado parcial do mérito (art.
356 do Novo CPC) e prolação de decisão saneadora (art. 357 do Novo CPC). 
A lei criou esta etapa, pois ja podem ter ocorrido circunstancias que deixem o processo apto a receber uma decisão, pra resolver o processo (terminativas), ou pra definir o carater permanente do conflito (acordo, prescrição). Não necessariamente precisa que o processo vá para a fase instrutoria, pode acabar na fase de seneamento mesmo, por isso que existe essa estapa : julgamento conforme o estado do processo- como o próprio nome diz > é viabilizar a sentença antes do momento que seria o ideal para que a sentença ocorresse. 
Da Extinção do Processo
Art. 354. Ocorrendo qualquer das hipóteses previstas nos arts. 485 e 487, incisos II e III, o juiz proferirá sentença.
Parágrafo único. A decisão a que se refere o caput pode dizer respeito a apenas parcela do processo, caso em que será impugnável por agravo de instrumento.
As hipoteses do 485 (sentença terminativa), são todas as situações de extinção do feito, sem resolução do mérito.
Extinção do processo sem a resolução do mérito
Trata-se de norma legal ligada ao princípio da economia processual, determinando que, se o juiz perceber a inutilidade da continuação do processo, em razão de
vício formal insanável, deve determinar a extinção do processo sem a resolução do
mérito. É preciso afirmar que a maioria dos casos previstos pelo art. 485 do Novo
CPC, e repetidos pelo art. 337 do mesmo diploma processual, e que fundamentam
essa espécie de extinção do processo, poderia ter sido objeto de apreciação de ofício
anterior ao momento procedimental ora analisado.
É inegável, por exemplo, que uma ilegitimidade de parte, percebida pelo juiz
na leitura da peça inicial, gerará seu indeferimento, com a consequente extinção do
processo sem a resolução do mérito. Nesse caso, evidentemente, não haverá oportunidade para a fase de julgamento conforme o estadodo processo, visto que o mesmo
terá atingido seu fim num momento processual bem anterior a tal fase. Por outro
lado, se a ilegitimidade de parte for percebida somente após a manifestação do réu
em sua defesa, deverá o juiz, aí sim, nesse momento, extinguir o processo sem a
resolução do mérito. Como a matéria é de ordem pública e por isso não é atingida
pela preclusão, mesmo após esse momento procedimental o processo poderá ser
extinto sem a resolução de mérito.
O Novo Código de Processo Civil traz novidade em seu art. 354, parágrafo único,
importante regra quanto ao cabimento do agravo de instrumento diante de decisão
terminativa (art. 485) ou de mérito (art. 487, II e III) que resolver apenas parcela do
processo. A redação do dispositivo não merece elogios porque sugere a existência de uma
extinção parcial do processo, o que é algo rejeitado historicamente pela melhor doutrina.
Seria como falar em mulher meio grávida ou funcionário público meio honesto ...
Por outro lado, contraria o próprio conceito de sentença previsto no art. 203,
§ 1 º, do Novo CPC, para o qual será sentença o pronunciamento do juiz que, com fundamento nos arts. 485 e 487 do Novo CPC, põe fim à fase cognitiva do procedimento comum, bem como extingue a execução. Um julgamento terminativo de
parcela do processo não tem capacidade de extinguir o processo ou uma de suas
fases, o que necessariamente o transforma em decisão interlocutória, que, nos termos do art. 203, § 2.0 , do Novo CPC, é todo pronunciamento judicial de natureza
decisória que não se enquadra no conceito de sentença.
Da forma como ficou redigido o dispositivo ora comentado, passaríamos a ter,
por expressa previsão legal, uma sentença recorrível por agravo de instrumento. Teria
sido mais cuidadoso o legislador se tivesse expressamente previsto que a decisão
terminativa que diga respeito a apenas parcela do processo é interlocutória, recorrível
por agravo de instrumento, aliás, exatamente como ocorria na vigência do CPC/1973.
Outra crítica deve ser dirigida à desnecessidade de previsão específica de
cabimento de agravo de instrumento da decisão que resolve parcela do mérito no
momento do julgamento conforme o estado do processo, em razão de prescrição ou
decadência (art. 487, II, do Novo CPC) ou homologatória de autocomposição (art.
487, III, "b" do Novo CPC). Nos termos do art. 1.015, II, do Novo CPC é cabível
agravo de instrumento contra decisão interlocutória que verse sobre o mérito da
causa, sendo tal previsão suficiente para tutelar as hipóteses de julgamento parcial
de mérito previstas no art. 354, parágrafo único, do Novo CPC.
Trata-se da consagração da sentença parcial de mérito, ainda que recorrível
por agravo de instrumento por expressa indicação legaL Ocorre, entretanto, que as
mesmas críticas já feitas quanto à decisão terminativa parcial também se aplicam à
decisão parcial de mérito.
Quanto à natureza jurídica da decisão, que o art. 354, parágrafo único do Novo
CPC sugere ser uma sentença recorrível por agravo de instrumento, já foi afirmado
que o legislador poderia ter tomado mais cuidado de forma a apontar para a natureza interlocutória da decisão.
A previsão que trata do cabimento de agravo contra decisão interlocutória terminativa capaz de diminuir - objetiva ou subjetivamente - a demanda tem aplicação
em outros momentos procedimentais, além do julgamento conforme o estado do
processo. Um exemplo emblemático do afirmado é a extinção da reconvenção por
decisão interlocutória terminativa. 
As hipoteses do 487 (sentença homologatória) são com resolução do mérito (as partes decidem, juiz homologa houve renuncia ao direito). 
Se esta decisão for sobre uma parte do pedido, ele faz isso por decisão interlocutória. 
Extinção do processo com a resolução do mérito, fundada no art.
487, li e Ili, do Novo CPC
É interessante a opção do legislador em não tratar das hipóteses previstas pelo
art. 487, II e III, do Novo CPC, sob o instituto do julgamento antecipado do mérito.
Reconhece-se nas previsões dos arts. 354, caput, do Novo CPC (extinção pelo art.
487, II e III, do Novo CPC) e 355 do Novo CPC (extinção pelo art. 487, !, do Novo
CPC) que somente essa segunda sentença é genuinamente de mérito, daí somente ela
poder ser tratada por julgamento antecipado do mérito (aqui entendido como pedido).
Seja como for, as hipóteses previstas nos incisos II e III do art. 487 do Novo
CPC, são tratadas também como decisões de mérito, o que gera importantes consequências no tocante à existência de coisa julgada material nessas espécies de sentença.
Extingue-se a demanda com resolução de mérito, nos termos do art. 354, caput, do
Novo CPC, na fase de julgamento conforme o estado do processo, quando houver:
(a) prescrição ou decadência;
(b) homologação de reconhecimento jurídico do pedido, de transação e de renúncia.
É natural que a previsão dessas espécies de sentença de mérito como providências
a serem adotadas pelo juiz no momento procedimental do "julgamento conforme o
estado do processo" não cria uma limitação temporal para a prolação de tais sentenças. Assim, uma transação ou renúncia, por exemplo, podem gerar a extinção do
processo tanto antes quanto depois do julgamento conforme o estado do processo. 
Do Julgamento Antecipado do Mérito
Art. 355. O juiz julgará antecipadamente o pedido, proferindo sentença com resolução de mérito, quando:
I - não houver necessidade de produção de outras provas;
II - o réu for revel, ocorrer o efeito previsto no art. 344 e não houver requerimento de prova, na forma do art. 349.
Neste caso o juiz ouve autor e réu e julga não havendo produção de provas, por que não precisa, quando os documentos trazido por autor e réu forem suficientes ou quando houver incontroversia dos fatos.
quando ocorrer o efeito material da revelia (presunção de veracidade dos fatos), o reu revel pode produzir provas para contrapor o autor e não trazendo fatos novos. 
Conforme visto, o art. 354 do Novo CPC prevê dois caminhos ao juiz, ambos
levando a extinção do processo, no primeiro caso sem a resolução do mérito e no
segundo com resolução do mérito. No art. 355 do Novo CPC, prevê-se mais um
caminho que levará à extinção do processo com a resolução do mérito, aplicando-se
ao caso concreto sempre que o juiz acolher ou rejeitar o pedido do autor.
O art. 330 do CPC/1973 chamava tal fenômeno processual de "julgamento
antecipado da lide", em opção unanimemente criticada pela doutrina, já que o
julgamento não era da lide e sim do pedido do autor. O art. 355 do Novo CPC
corretamente passa a chamar o julgamento antecipado da lide de julgamento antecipado do mérito, expressamente prevendo que a sentença que julga antecipadamente
o mérito é sentença com resolução de mérito. Na realidade, ao mudar o nome
da forma de julgamento, ficou exagerada essa repetição, porque, se o julgamento
antecipado é do mérito, é óbvio que a sentença será de mérito.
Sendo possível dividir o processo de conhecimento em quatro fases - apesar de
não ser essa uma divisão estanque -, o julgamento antecipado do mérito se justifica
em razão da desnecessidade da realização da fase probatória. Após a fase postulatória,
tem-se a fase de saneamento, seguida da fase instrutória e finalmente a decisória.
Não sendo necessária a produção da prova, não haverá a fase probatória, restando
um vácuo entre a fase de saneamento e a decisória. Como tal vácuo é obviamente
inadmissível, a fase decisória é antecipada para o momento do saneamento, resultando no julgamento antecipado da lide.
O art. 355 do Novo CPC prevê duas situações que não se confundem, mas que
geram o fenômeno acima descrito, ou seja, a desnecessidade da produção probatória:
(a) quando não houver necessidade de produção de outras provas;
(b) quando o réu for revel, ocorrer o efeito previsto no art. 344 do Novo CPC e não houver
requerimento de prova, na forma do art. 349 do mesmo diploma legal.
Registre-se não existir qualquer violação ao princípio do contraditórioo julgamento antecipado do mérito ocorrer sem a prévia intimação das partes, dando a elas
notícia de que o processo será decidido por essa espécie de julgamento. A parte não
pode alegar surpresa na hipótese de julgamento, inclusive de forma antecipada, sob
pena de entender-se que todo julgamento demandaria do juiz a informação às partes
de que o processo está pronto para ser julgado. A exigência de intimação nesse caso,
portanto, seria uma supervalorização do contraditório, com o que não se concorda.
O inciso I do art. 355 do Novo CPC não foi feliz ao prever a primeira hipótese
de julgamento antecipado do mérito. Segundo o dispositivo, haverá essa forma de
julgamento, se não houver necessidade de produção de outras provas, em previsão
que não consegue alcançar todas as circunstâncias que deveria.
Na hipótese, rara é verdade, mas não impossível, de a demanda conter apenas
questões de direito, não caberá julgamento antecipado do mérito?
Quando a matéria for exclusivamente de direito, não há objeto a ser tratado na
instrução probatória, dado que essa fase se destina à prova dos fatos. A inexistência
da narração fática, em situação que basta ao juiz interpretar as normas jurídicas
objeto da ação, faz com que seja absolutamente desnecessária a instrução probatória,
visto que não haverá o que provar.
E se, apesar de haver alegações de fato, estas não chegarem a se transformar
em questões (art. 374 do Novo CPC), não haverá julgamento antecipado do mérito?
Acredito que sim. Na hipótese de fatos que não. exijam provas (notórios, incontroversos, presumidos), não há necessidade de instrução probatória e por consequência natural o julgamento antecipado do mérito é legítimo.
O que o dispositivo deveria ter previsto, mas não o fez, é que o julgamento
antecipado do mérito será cabível sempre que se mostrar desnecessária a instrução
probatória após a apresentação de contestação pelo réu. Seja porque só há questões
de direito, seja porque as questões de fato independem de prova, quer porque as
provas pré-constituídas (geralmente documentos) que instruíram a petição inicial e
a contestação são suficientes para a formação do convencimento do juiz.
Apesar de não prever exatamente isso, acredito que deva ser essa a situação
a ser considerada para o julgamento antecipado do mérito com fundamento no
dispositivo ora analisado.
A melhor doutrina lembra que o juízo de primeiro grau não é o único órgão
julgador, visto que o processo poderá ser julgado em sede de apelação. Em razão
disso, o juiz de primeiro grau deve evitar dois erros; indeferir provas pertinentes
porque já se convenceu em sentido contrário ou ainda indeferir provas porque, em seu
entender, a interpretação do direito não favorece o autor. Nesses casos, a interrupção
abrupta do processo, sem a realização de provas, constitui cerceamento de defesa,
gerando a anulação da sentença e dispêndio desnecessário de tempo e de dinheiro.
A segunda hipótese de julgamento antecipado do mérito, prevista no inciso II
do art. 355 do Novo CPC, prevê a condição de revelia do réu e outros dois requisitos aparentemente cumulativos: o juiz presumir a veracidade dos fatos e não haver
pedido do réu de produção de prova. 
Acredito que os dois requisitos são na realidade faces de uma mesma moeda,
porque se o juiz presumir a veracidade dos fatos julgará antecipadamente o mérito
e o réu não terá oportunidade de requerer validamente a produção de provas. Por
outro lado, se não for cabível ao caso concreto a presunção de veracidade, aplicar-
-se-á o previsto no art. 348 do Novo CPC.
Mas reconheço que é possível, apesar de excepcionalíssimo, que haja pedido do
réu revel pela produção de prova antes mesmo de o juiz decidir sobre o cabimento
do julgamento antecipado do mérito ou da especificação de provas. É natural que
após a revelia do réu os autos sejam conclusos para o juiz, que decidirá entre julgar antecipadamente o mérito e determinar ao autor a especificação de provas. E é
possível, ainda que extremamente raro, que nesse meio tempo o réu compareça ao
processo requerendo a produção de prova. Mais comum será a hipótese de réu que
contesta intempestivamente pedindo a produção de prova.
E nessa situação, ainda que extremamente rara, é que surge o problema. Porque
se levando ao pé da letra não será cabível o julgamento antecipado do mérito porque,
ainda que o juiz presuma verdadeiros os fatos alegados pelo autor, haverá pedido
de produção de prova elaborado pelo réu. Acredito ser evidente a possibilidade de
julgamento antecipado do mérito nesse caso, porque a presunção ou não da veracidade dos fatos independe de o réu ter ou não pedido a produção de provas. Essa
é a única interpretação possível ao criticável dispositivo legal. 
Do Julgamento Antecipado Parcial do Mérito
Art. 356. O juiz decidirá parcialmente o mérito quando um ou mais dos pedidos formulados ou parcela deles:
I - mostrar-se incontroverso;
II - estiver em condições de imediato julgamento, nos termos do art. 355.
§ 1.º A decisão que julgar parcialmente o mérito poderá reconhecer a existência de obrigação líquida ou ilíquida.
§ 2.º A parte poderá liquidar ou executar, desde logo, a obrigação reconhecida na decisão que julgar parcialmente o mérito, independentemente de caução, ainda que haja recurso contra essa interposto.
§ 3.º Na hipótese do § 2.º, se houver trânsito em julgado da decisão, a execução será definitiva.
§ 4.º A liquidação e o cumprimento da decisão que julgar parcialmente o mérito poderão ser processados em autos suplementares, a requerimento da parte ou a critério do juiz.
§ 5.º A decisão proferida com base neste artigo é impugnável por agravo de instrumento.
sempre que houver condição de julgar antecipadamente, parcialmente com decisao interlócutória. Existem pedidos que estão em condições de julgamento antes de outros.
Algumas regras: reconhecer a existência de obrigação líquida (com valor) ou ilíquida (sem valor definido), ou seja quando tem uma decisao ilquida precisa uma fase extra de liquidação, a parte poderá liquidar (iliquida) ou executar (liquida) (desde logo- fazer cumprir já), independente de caução ainda que haja recurso (agravo de instrumento).
Havendo o transito em julgado a decisão será definitiv, no caso do cumprimento de sentença do paragrafo segundo, será provisoria.
Obs: a logica do julgamento antecipado e parcial do merito é exatamente entender que não se precisa sempre ter a produção de provas, mas as vezes é necessaria para alguns pedidos e para outros não, então ja julga esses que não precisam. O restante sera feito no saneamento e organização do processo. 
Haverá honorário de advogados referente a parte julgada. 
A grande novidade do Novo Código de Processo Civil quanto ao julgamento
antecipado do mérito é a previsão expressa de que ele pode ser parcial. Nos termos do
art. 356 do novo diploma processual, o juiz decidirá parcialmente o mérito, quando
um ou mais dos pedidos formulados - ou parte deles - mostrar-se incontroverso ou
estiver em condições de imediato julgamento, nos termos do art. 355 do Novo CPC. 
O legislador afastou-se do princípio da inicidade do julgamento do mérito preconizado por Chiovenda, passando a preer a hipotese de julgamento fracionado de mérito, pelo qual, inclusive, devem ser fixados honorario advocaticios.
Há duas hipoteses de cabimento do julgamento antecipado parcial do mérito previstas pelos incisos do art 356 do CPC.
A incontrovérsia de um dos pedidos u de parcela de um pedido prevista pelo inciso I do 356 deve ser compreendida como o parcial reconhecimento juridico do pedido. O dispositivo não trata da incontrovérsia dos fatos, mas do pedido, e a unica forma de o pedido do autor se tornar incontroverso é por meio de ato de autocomposição unilateral do réu. Nesse caso, caberá ao juiz julgar a parcela incontroversa por meio da sentença homologatória de mérito prevista no art 487, III "a", do CPC.
Também será cabível o julgamento anteciado parcial do mérito quando umou mais pedidos, ou parcela deles, estiver em condições de imediato julgamento nos termos do art 355 do CPC.
O inciso II do art 356 é de simples copreensão: é possível se julgar antecipadamente parcela do mérito sempre que com relação a essa parcela não houver necessidade de produção de provas, quer porque já produzidas, quer porque dispensável a produção de qualquer prova.
O caítulo que decide parcela d mérit prduzirá coisa julgada material ao transitar em julgado não sendo possivel o juiz posteriormente modificar a desisão ao resolver a parcela do mérito que demandou a continuidade, ainda que parcial, do processo.
Nos termos do art. 356, § 1.0 , do Novo CPC, a decisão que julgar parcialmente
o mérito poderá reconhecer a existência de obrigação líquida ou ilíquida. A norma
parece ser fruto de excesso de zelo do legislador porque, se a forma de julgamento
é antecipada do mérito, ainda que parcial, seria natural entender que a obrigação
reconhecida pudesse ser líquida ou ilíquida. Sob a ótica do ditado popular "o que
abunda não prejudica'', o dispositivo não deve gerar consequências práticas relevantes.
O § 2.0 do dispositivo ora comentado é interessante porque libera a liquidação
ou execução imediata na obrigação reconhecida na decisão que julgar parcialmente
o mérito, independentemente de caução, ainda que haja recurso pendente de julgamento. O dispositivo é compatível com o § 5.0 , que prevê a decisão ser recorrível
por agravo de instrumento, recurso sem efeito suspensivo.
Há, entretanto, uma gritante contradição entre qualquer decisão que resolva o
mérito e seja recorrível por apelação e a decisão que julga antecipadamente parcela
do mérito. Enquanto no primeiro caso será inviável, ao menos em regra, a execução em razão do efeito suspensivo do recurso; no segundo, será cabível a execução
provisória. A distinção de tratamento não tem qualquer justificativa lógica ou
jurídica plausível, porque trata julgamentos de mérito de maneira distinta quanto
à sua eficácia imediata sem nada que justifique o tratamento desigual, em nítida ofensa ao princípio da isonomia. Sou um crítico do efeito suspensivo como regra
na apelação, mas, uma vez sendo essa a opção legislativa, realmente fica complicado
compreender por que a decisão que julga antecipadamente parcela do mérito pode
ser executada provisoriamente.
Essa manifesta contradição, entretanto, não permite a conclusão paradoxal de
que para os atos previstos no art. 520, rv, do Novo CPC será exigida a prestação
da caução'. Esse entendimento torna letra morta o art. 356, § 2°, do Novo CPC'.
Por outro lado, a previsão expressa do § 5.0 do art. 356 do Novo CPC de que
a decisão que julga antecipadamente parcela do mérito é recorrível por agravo de
instrumento gera problemas porque teremos no sistema processual dois recursos
distintos ao segundo grau para reexame de decisão de mérito. Insisto que não é
solução adequada prever agravo de instrumento contra decisão que resolve o mérito
enquanto a apelação mantiver muito mais garantias ao recorrente do que o agravo de
instrumento. Resolve-se um problema (não haver múltiplas apelações em momentos
distintos) e se criam inúmeros outros. Abre-se espaço, até mesmo, para a exótica
"apelação de instrumento'', um recurso de agravo de instrumento com as garantias
processuais da apelação ...
Reconheço, por outro lado, que o Novo Código de Processo Civil aproximou
consideravelmente o procedimento dos recursos de apelação e de agravo de instrumento interposto contra decisão de mérito, que passam a ter o mesmo prazo
de interposição (15 dias), nenhum deles conta com revisor e é aplicável a ambos a
técnica de julgamento substitutiva dos embargos infringentes.
Mas ainda há diferenças, como a sustentação oral, admitida na apelação e não
no agravo de instrumento interposto contra decisão interlocutória de mérito. O cabimento de recurso adesivo na apelação e não no agravo de instrumento. E a questão
dos diferentes efeitos de tais recursos é o principal problema, conforme já analisado.
Por fim, o art. 356, § 4. 0 , do Novo CPC, prevê regra mais cartorial do que
processual ao disciplinar a forma de autuação da liquidação ou cumprimento de
sentença da decisão que julga parcialmente o mérito. Nos termos do dispositivo,
poderão nesse caso ser criados autos complementares, a requerimento da parte ou
a critério do juiz, o que deve ocorrer para não embaralhar o procedimento principal
da parcela do processo que ainda não foi julgada e a liquidação ou execução da
decisão que decidiu o mérito de forma antecipada e parcial. 
Do Saneamento e da Organização do Processo
Como verificado nos itens anteriores, todos os caminhos possíveis existentes ao
juiz já analisados levam o processo à sua extinção, ora com a resolução do mérito
(sentença definitiva), ora sem essa resolução (sentença terminativa). A única possibilidade de o processo prosseguir é o seu saneamento, hipótese verificável sempre
que não for possível sua extinção pelos motivos já analisados. 
O saneamento e a organização do processo estão previstos no art. 357 do Novo
CPC. Além de tornar o saneamento escrito a regra, o dispositivo tem profunda
inovação com relação ao art. 331 do CPC/1973. Não consta mais entre os atos a
serem praticados nesse momento procedimental a tentativa de autocomposição.
Acredito que a mudança tenha se dado pelo fato de tal tentativa, além de ter uma
audiência específica para ocorrer, não é mais realizada pelo juiz da causa, e sim
por um conciliador ou mediador pertencente ao Centro Judiciário de Solução de
Conflitos vinculado ao juízo.
A novidade é interessante por desvincular o saneamento da tentativa de solução
consensual, e sob esse aspecto correta e bastante elogiável. A história mostra que
essa confusão não levava a bons resultados, inclusive com a dispensa da audiência
preliminar em hipóteses em que a autocomposição era concreta ou supostamente
inviável.
Ainda assim parece não haver qualquer impedimento ao juiz em tentar nesse
momento a autocomposição ou a mediação entre as partes.
O saneamento - e agora também organização - do processo continua a ser um
ato processual complexo, como atestam os incisos do art. 357 do Novo CPC, cabendo
ao juiz, nesse momento procedimental: resolver, se houver, as questões processuais
pendentes; delimitar as questões de fato sobre as quais recairá a atividade probatória,
especificando os meios de prova admitidos; definir a distribuição do ônus da prova,
observado o art. 373 do Novo CPC; delimitar as questões de direito relevantes para
a decisão do mérito; e, se necessário, designar audiência de instrução e julgamento.
Art. 357. Não ocorrendo nenhuma das hipóteses deste Capítulo, deverá o juiz, em decisão de saneamento e de organização do processo:
I - resolver as questões processuais pendentes, se houver;
Nos termos do inciso I, , o primeiro ato a ser praticado pelo juiz no saneamento e organização do processo é a resolução das questões processuais pendentes, sanando alguma irregularidade que porventura ainda exista. Com isso, estará deixando o processo, do ponto de vista formal, absolutamente pronto e regular para a posterior fase instrutória e derradeiramente à fase decisoria,. Caso não haja nenhuma irregularidade- o que geralmente ocorre-, visto que o juiz desde o inicio do processo busca sanar eventuais vicios sanaveis (ex. emenda da inicial), haverá tão somente a declaração de que o processo se encontre sem vícios, preparado, portanto, para seu regular desenvolvimento.
II - delimitar as questões de fato sobre as quais recairá a atividade probatória, especificando os meios de prova admitidos;
Ultrapassada esta fase, o juiz deverá passar à fixação dos pontos controvertidos. Segundo o inciso II, essa fixação se dá por meio da delimitação das questões de fato sobre as quais recairá a atividade probatoria. 
Essa fixação busca otimizar a instrução probatoria, dado que o juiz, sendo o destinatario das provas, determina antes do inicio de suaprodução quais fatos controvertidos realmente interessam ser provados para a formação de seu cnvencimento. É forma de afastar o tabalho inutil das partes em provar fatos que não são controvertidos e outros, que apesar da contovérsia, não interessam ao convencimento do juiz. Com tal fixação todos ganham: as partes, que voltarão suas energias para o que realmente interessa na fase probatória e o propio juiz, que economizará tempo que seria dispendido na produção de provas inuteis. 
Após a fixação dos pontos controvertidos, momento em que se determinará o objeto da fase probatória (o que se deve provar), o juiz determina os meios de prova para que tais questoes possam ser provadas. Ou seja, depois de fixado o objeto da prova, o juiz determina de que forma tal prova será produzida, deferindo ou indeferindo meios de prova requeridos pelas partes, como tambémindicando a produção de provas por meios não pedidos, ou seja, de ofício (art 370, caput do CPC). Fixa-se , portanto, o que se deve provar e como isso ocorrerá. 
III - definir a distribuição do ônus da prova, observado o art. 373;
Em novidade do Código de Processo Civil, o saneamento passa a ser o momento adequado para o juiz definir a distribuição do ônus da prova. o art 373, § 2.º , do CPC exige o respeitoao contraditório na distribuição do ônus probatório, para que a parte não seja surpreendida ao final da instrução com a informação de que o ônus era dela. O momento mais racional ara essa distribuição é o saneamento e organização do processo, ou seja, antesdo inicio da se instrutoria. 
A previsão, entretanto, não cria qualquer espécie de precusão ao juiz, que mesmo depois do saneamento do processo poderá distribuir os onus da prova, conforme lhe faculta o art 373 § 1º do CPC,. Mas nesse caso tera que reabrir a instrução, o que não é o ideal, tendo-se em conta os principios da duração razoavel do processo e da economia processual. 
IV - delimitar as questões de direito relevantes para a decisão do mérito;
Também é inovadora a previsão do inciso IV do art. 357 do Novo CPC, que
prevê a delimitação das questões de direito relevantes para a decisão do mérito.
Fazendo-se um paralelo com a tradicional fixação da matéria fática controvertida,
passa a ser incumbência do juiz também definir quais questões de direito são relevantes para a formação de seu convencimento. Apesar de um paralelo possível, há
uma diferença fundamental: as questões de fato precisam ser provadas pelas partes,
o que não ocorre com as questões de direito em razão da aplicação do brocardo
iura noti curia ou dahim factum dabo tibu ius.
Entendo que a exigência ora analisada se preste tão somente para sinalizar às
partes quais as questões de direito que serão essenciais para a prolação da decisão
de mérito, evitando-se assim que as partes percam seu tempo e energia com discussões jurídicas inúteis. 
V - designar, se necessário, audiência de instrução e julgamento.
Finalmente, e sempre que necessário, designa-se a audiência de instrução e julgamento. O art 357. V, do CPC, foi cuidadosoem indicar que essa atividade processual somente será exercida se for necessário, visto que é perfeitamente possível o processo chegar ao seu fim sem a necessidade de realização de tal audiência (basta pensar numa demanda em que a unica rova a ser produzida seja a pericial e que não haja necessidade da presença dos peritos em audiencia). 
Dessa forma, apenas será designada AIJ quando for necessaria a produção de prova oral (depoimento pessoal, testemunhas e, raramente, a presença do perito para esclarecer em audiencia pontos obscuros ou duvidosos de seu laudo)
PEDIDO DE ESCLARECIMENTO
§ 1.º Realizado o saneamento, as partes têm o direito de pedir esclarecimentos ou solicitar ajustes, no prazo comum de 5 (cinco) dias, findo o qual a decisão se torna estável.
Nos termos do § 1° do art. 357 do Novo CPC, realizado o saneamento, as partes têm o direito de pedir esclarecimentos ou solicitar ajustes, no prazo comum de
cinco dias, findo o qual a decisão se torna estável. Trata-se de preclusão que vincula
tanto as partes como o juízo, de forma que aquilo que foi esclarecido e decidido
não possa ser mais modificado. 
A previsão é importante porque a decisão de saneamento e organização do
processo não está prevista no art. 1.015 do Novo CPC como recorrível por agravo
de instrumento, de forma que esse pedido de esclarecimento e ajustes será a única forma de as partes se insurgirem contra a decisão, indiscutivelmente de natureza
interlocutória. A exceção fica por conta do capítulo referente à distribuição do ônus
da prova (mas apenas nos casos em que haja a redistribuição do ônus da prova, nos
termos do art. 373, §1°), recorrível por agravo de instrumento nos termos do inciso
XI do art. 1.015 do Novo CPC.
Acredito que mesmo no saneamento compartilhado realizado em audiência, na
qual a "responsabilização'' pelos atos praticados deve ser repartida entre o juiz e as
partes, é possível a aplicação do art. 357, § 1°, do Novo CPC. É verdade que nesses
casos os pedidos de esclarecimentos e ajustes devam ser mais raros, mas mesmo
tendo contribuído na construção do saneamento e organização do processo a palavra
final é sempre do juiz, não tendo sentido retirar das partes a única forma que tem
de impugnação contra a decisão judicial.
Deve-se tomar cuidado com a parte final do dispositivo ora comentado, quando
prevê que não havendo a manifestação das partes no prazo de cinco dias a decisão
se torna estável. Ainda que não compreenda exatamente por que o legislador não se
valeu do termo "preclusão" parece ser esse o seu objetivo. A preclusão, entretanto,
parece não ser o mais saudável ao processo e, por essa razão, é criticável a previsão
legal a respeito da estabilidade da decisão.
Na realidade, a prevista "estabilidade" deve ser interpretada à luz da natureza
das matérias decididas no saneamento e na organização do processo e nos poderes
do juiz. As delimitações de fato e de direito não podem realmente ser modificadas
após o saneamento do processo? Ainda que seja indispensável alguma estabilidade
e segurança ao processo, caso surja um fato novo que seja imprescindível para a
formação do convencimento do juiz, a decisão que fixa os fatos controversos realmente não poderá ser alterada? E na hipótese de uma lei superveniente, ou mesmo
um novo entendimento jurisprudencial a respeito da matéria jurídica discutida, a
decisão sobre as questões de direito relevantes para a solução do mérito continuará
inalterável?
O Enunciado 29 da I Jornada de direito processual civil do CJF, por exemplo,
aponta que "a estabilidade do saneamento não impede a produção de outras provas,
cuja necessidade se origine de circunstâncias ou fatos apurados na instrução''.
É bem verdade que nesse caso poder-se-á alegar que circunstâncias supervenientes exigem nova decisão e não mudança de decisão anteriormente proferida.
Mas o que dizer do deferimento dos meios de prova? O juiz não poderá determinar
um meio de prova que não foi deferido anteriormente se passar a entender que sua
produção é importante para a formação de seu convencimento? Com os "poderes"
instrutórios reconhecidos no art. 370 do Novo CPC ao juiz é difícil responder positivamente a essa questão.
Apesar de não concordar com a estabilidade plena da decisão de saneamento
e organização do processo, entendo que quanto à distribuição do ônus da prova
será importante o juiz não poder mudar seu posicionamento após esse momento
procedimental. E também por essa razão se torna ainda mais inacreditável que a
decisão de saneamento e organização do processo não possa ser impugnada por
agravo de instrumento.
SANEAMENTO CONSENSUAL
§ 2.º As partes podem apresentar ao juiz, para homologação, delimitação consensual das questões de fato e de direito a que se referem os incisos II e IV, a qual, se homologada, vincula as partes e o juiz.
Segundo o § 2.0 do art. 357 do Novo CPC, as partes podem apresentar ao juiz,
para homologação, delimitação consensualdas questões de fato e de direito a que
se referem os incisos II e IV do dispositivo. A norma deve ser interpretada com o
devido cuidado porque não parece viável uma limitação quanto aos fatos ou direitos,
ainda que desejada pelas partes, se isso inviabilizar a prestação de tutela jurisdicional
de qualidade. Imagino que o juiz, se entender que sem aquela questão de fato ou de
direito não tem como decidir com qualidade a demanda judicial, não deve homologar
o acordo entre as partes. O próprio dispositivo faz menção à necessidade de homologação, e só depois dela a delimitação passa a vincular as partes e o juiz, não sendo,
portanto, um negócio processual bilateral como o previsto no art. 190 do Novo CPC,
mas sim um acordo plurilateral, do qual devem participar as partes e o juiz. 
§ 3.º Se a causa apresentar complexidade em matéria de fato ou de direito, deverá o juiz designar audiência para que o saneamento seja feito em cooperação com as partes, oportunidade em que o juiz, se for o caso, convidará as partes a integrar ou esclarecer suas alegações. 
AUDIÊNCIA DE SANEAMENTO (SANEAMENTO COMPARTILHADO) 
O sistema do novo diploma processual parece ter prestigiado o saneamento escrito do processo, já que, nos termos do art. 357, § 3°, do Novo CPC, está reservada
a realização de audiência apenas para as causas de maior complexidade em matéria de
fato ou de direito, ainda que pareça ser possível ao juiz sua designação em causas de
pequena ou nenhuma complexidade. Trata-se, naturalmente, de situação excepcional,
considerando-se que a maioria das demandas é de pequena complexidade e dessa
forma não exigirá a designação de uma audiência para seu saneamento e organização.
É ainda mais interessante notar que além da dualidade de formas de saneamento
e organização do processo, também haverá diferentes técnicas procedimentais a serem
empregadas a depender do caso concreto. Afinal, o § 3° do art. 357 do Novo CPC
prevê que, havendo audiência, o saneamento será feito em cooperação com as partes, podendo o juiz, inclusive, nesse ato convidar às partes a integrar ou esclarecer
suas alegações. Trata-se do chamado "saneamento compartilhado''.
Significa dizer que sendo o saneamento feito por escrito, não haverá cooperação das partes, sendo, portanto, um ato praticado unilateralmente pelo juiz. Já no saneamento oral, ainda que sob o comando do juiz, o ato será colegiado, em cooperação entre ele e as partes. 
§ 4.º Caso tenha sido determinada a produção de prova testemunhal, o juiz fixará prazo comum não superior a 15 (quinze) dias para que as partes apresentem rol de testemunhas.
Caso o juiz defira a prova testemunhal, já deve fixar prazo comum não superior
a 15 dias para que as partes apresentem rol de testemunhas (art. 357, § 4. 0 , do Novo
CPC), considerando que na hipótese do § 3.0 do art. 357 do Novo CPC o
saneamento será realizado de modo compartilhado em audiência. 
§ 5.º Na hipótese do § 3.º, as partes devem levar, para a audiência prevista, o respectivo rol de testemunhas. 
 se houver a designação de audiência, as partes deverão nesse ato apresentar o rol de testemunhas (art. 357, § 5.0 , do Novo CPC), o que leva à conclusão de que caberá às partes o ônus de formular tal rol, mesmo sem saber se haverá prova testemunhal
§ 6.º O número de testemunhas arroladas não pode ser superior a 10 (dez), sendo 3 (três), no máximo, para a prova de cada fato. 
Ainda quanto à designação de produção de prova testemunhal, o § 6.0 repete
a regra do art. 407, parágrafo único, do CPC/1973, ao prever que o número de
testemunhas arroladas não pode ser superior a dez, sendo três, no máximo, para a
prova de cada fato. 
§ 7.º O juiz poderá limitar o número de testemunhas levando em conta a complexidade da causa e dos fatos individualmente considerados. 
Há, entretanto, novidade no § 7.º do art. 357 do Novo CPC ao permitir que
o juiz limite o número de testemunhas levando em conta a complexidade da causa
e dos fatos individualmente considerados. O dispositivo claramente abre a possibilidade de o juiz deferir um número de testemunhas abaixo do máximo previsto
pelo parágrafo anterior, em poder que deve ser utilizado com extrema ponderação,
considerando que o convencimento na maioria das vezes, não se limita apenas ao
juiz que produz a prova em primeiro grau, mas também aos desembargadores que
julgarão a futura e provável apelação. 
§ 8.º Caso tenha sido determinada a produção de prova pericial, o juiz deve observar o disposto no art. 465 e, se possível, estabelecer, desde logo, calendário para sua realização. 
Segundo o art. 357, § 8°, do Novo CPC, sendo determinada a produção da
prova pericial, o juiz deve nomear o perito e fixar de imediato o prazo para a entrega do laudo (art. 465 do Novo CPC) e, se possível, estabelecer, desde logo, um
calendário para a sua realização. 
§ 9.º As pautas deverão ser preparadas com intervalo mínimo de 1 (uma) hora entre as audiências.
Para a realização das audiências de saneamento e de organização do processo
deve haver um intervalo mínimo de uma hora entre elas. A exigência do § 9° do
art. 357 do Novo CPC pretende evitar que a audiência não receba a atenção que
merece. Afinal, seu cabimento está condicionado, ao menos em regra, a situações de
maior complexidade fática e/ou jurídica. Registre-se o Enunciado 180 do FONAJEF
no sentido de inaplicação do dispositivo no procedimento sumaríssimo para preservação de princípios informadores dos Juizados Especiais".
A norma busca evitar que audiências de saneamento e organização sejam
designadas em intervalo de tempo muito curto, o que naturalmente levará o juiz a
conduzi-las de forma a cumprir sua pauta do dia, o que pode conspirar contra o
princípio da cooperação que deve nortear a atuação de todos, do juiz em especial,
no saneamento compartilhado do processo. 
DA AUDIÊNCIA DE INSTRUÇÃO E JULGAMENTO
Audiência de instrução e julgamento é ato processual complexo, no qual variadas atividades são praticadas pelo juiz, serventuários da justiça, partes, advogados,
terceiros e membros do Ministério Público. São realizadas atividades preparatórias
(tais como a intimação de testemunhas e perito), conciliatórias, saneadoras (fixação
dos pontos controvertidos), instrutórias (prova oral e esclarecimentos do perito), de
discussão da causa (debates orais) e decisórias (sentença). Apesar de parcela doutrinária entender que os debates orais fazem parte da instrução da causa, é superior o entendimento de que a instrução seja limitada à produção probatória'. 
Art. 358. No dia e na hora designados, o juiz declarará aberta a audiência de instrução e julgamento e mandará apregoar as partes e os respectivos advogados, bem como outras pessoas que dela devam participar.
ABERTURA
Nos termos do art. 358 do Novo CPC, no dia e hora designados, o juiz declara
aberta a audiência, o que na praxe forense não se reveste de nenhuma formalidade,
bastando que o juiz peça ao oficial de justiça ou a outro serventuário que preste os
serviços de porteiro da sala de audiência para que apregoe as partes e seus patronos.
O pregão das partes e dos respectivos advogados, bem como de outras pessoas que
dela devam participar, é a comunicação oral, de forma clara e em volume razoável,
de que a audiência terá seu início e que as partes e patronos estão convidados a
ingressar na sala de audiência e tomar seus lugares.
A importância do pregão é óbvia, até porque a ausência de ciência do começo
da audiência pode levar a parte e seu patrono a não ingressarem na sala e, como consequência, deixarem de participar da audiência. Parece claro que a ausência de
pregão gera vício processual, que poderá ser saneado caso as partes e patronos, mesmo
sem a comunicação, participem normalmente da audiência. Mas na hipótese de falta
de pregão e ausência das partes e patronos à audiência, a nulidade é incontestável',
sendo da parte o ônus de provar que não houve o pregão, até porque a declaração
do serventuário de que o realizou é presumida verdadeiraem razão de sua fé pública.
Não haverá nulidade, entretanto, se mesmo diante de ausência de pregão a parte
e/ou seu patrono não se encontravam no local da audiência ou se o juiz decidir o
mérito em favor da parte a quem aproveitaria a declaração de nulidade.
Art. 359. Instalada a audiência, o juiz tentará conciliar as partes, independentemente do emprego anterior de outros métodos de solução consensual de conflitos, como a mediação e a arbitragem.
Conciliação (tentativa de autocomposição)
Entendo que os termos conciliação e autocomposição (transação é uma espécie)
não se confundem. Autocomposíção é a solução do conflito por vontade das partes e
a conciliação é apenas uma forma procedimental consistente na intervenção de um
terceiro intermediador para obter a autocomposição. Portanto, a mera realização
dessa intermediação pelo juiz, ainda que frustrada, já configura a conciliação.
Aduz o art. 359 do Novo CPC que, instalada a audiência, o juiz tentará conciliar
as partes, independentemente do emprego anterior de outros métodos de solução
consensual de conflitos, como a mediação e a arbitragem, funcionando como intermediário na tentativa de solucionar o conflito por meio de autocomposição.
A previsão é importante porque ressalta que mesmo já tendo sido tentada a
forma de solução consensual não há porque o juiz não a tentar novamente. Até
porque dentro da normalidade a audiência de conciliação e mediação não terá sido
realizada perante o juiz da causa, que em contato com as partes terá sua primeira
chance de solucionar o conflito de forma consensual. Por outro lado, já tendo sido
produzida alguma espécie de prova antes da audiência (documental, pericial, inspeção judicial), é possível que a posição das partes se altere com relação à anterior
tentativa de transação. É por essa razão, inclusive, que a conciliação poderá ocorrer
mesmo depois da produção da prova oral'.
Chama a atenção o dispositivo incluir a arbitragem ao lado das formas consensuais do conflito. Imagino que a mediação e a conciliação possam efetivamente ser
obtidas, mas não vejo muito sentido em as partes, nesse momento procedimental,
renunciarem a uma decisão judicial e optarem por decisão a ser proferida pelo
árbitro. A ocorrência de tal circunstância deve ser tão rara como já é atualmente
a instituição de uma "arbitragem incidental'' prevista no art. 26 da Lei 9.099/1995.
De qualquer modo, a redação do dispositivo sugere que, se essa for a vontade
das partes, o juiz estará vinculado ao acordo pela solução arbitral. E, embora o
dispositivo preveja essa possibilidade como primeiro ato da audiência, não há nesse
caso preclusão temporal, de forma que as partes podem escolher a decisão arbitramesmo após a realização da instrução pelo juízo, o que é ainda mais improvável
que ocorra no caso concreto. Como não cabe ao juiz homologar a sentença arbitral,
entendo que, se a arbitragem for escolhida pelas partes como forma de solução do
conflito durante o processo, o juiz deverá extinguir o processo sem resolução do
mérito nos termos do art. 485, VII, do Novo CPC.
As partes serão intimadas para a audiência por meio de seus patronos, sendo
necessária a intimação pessoal somente na hipótese de depoimento pessoal da
parte'º. A parte, mesmo intimada, não é obrigada a comparecer à audiência de
instrução para a conciliação, sendo sua ausência entendida como desinteresse na
autocomposição. Por outro lado, a conciliação se realizará mesmo ausente a parte,
desde que tenha procurador com poderes para transigir presente à audiência .
A conciliação - ou a sua tentativa para os que não distinguem a conciliação da
autocomposição - é obrigatória, mas sua ausência não gera vício apto a anular a
audiência .
Sendo frutífera a conciliação, ou seja, obtida a autocomposição, caberá ao juiz
proferir sentença homologatória de mérito, com a consequente extinção do processo.
Não obtida a autocomposição, caberá ao juiz a fixação dos pontos controvertidos
Art. 360. O juiz exerce o poder de polícia, incumbindo-lhe:
I - manter a ordem e o decoro na audiência;
II - ordenar que se retirem da sala de audiência os que se comportarem inconvenientemente;
III - requisitar, quando necessário, força policial;
IV - tratar com urbanidade as partes, os advogados, os membros do Ministério Público e da Defensoria Pública e qualquer pessoa que participe do processo;
V - registrar em ata, com exatidão, todos os requerimentos apresentados em audiência.
Segundo o art. 360 do Novo CPC, o juiz exercerá seu poder de polícia para
manter a ordem e o decoro, com a possibilidade de impedir manifestações agressivas e, no extremo, de excluir determinado sujeito da sala de audiências, quando
se comporte de forma extremamente inconveniente. Para tanto, se valerá de força
policial sempre que necessário. Registre-se que o ato extremo de exclusão da sala
de audiência ocorre raramente, na maioria das vezes entendendo os sujeitos que
participam das audiências da necessidade de se comportarem com urbanidade e
educação durante sua realização.
Os três poderes do juiz na audiência de instrução e julgamento previstos pelo
art. 445 do CPC/1973 são mantidos pelo art. 360 do Novo CPC, que inclui ainda o
dever de tratar com urbanidade as partes, os advogados, os membros do Ministério
Público e da Defensoria Pública e qualquer pessoa que participe do processo. Regra
de conduta que deveria nortear a atuação de todos na audiência, em especial de
seu comandante, independentemente de expressa previsão nesse sentido. Também
passa a ser dever do juiz o registro em ata, com exatidão, de todos os requerimentos
apresentados em audiência.
O direito pátrio adotava o sistema presidencial na condução da audiência,
cabendo ao juiz direta e pessoalmente colher a prova (art. 446, II, do CPC/1973),
de forma que as perguntas feitas pelos advogados ao perito, partes e testemunhas
tinham sempre a intermediação do juiz. Ademais, durante qualquer depoimento,
os advogados só poderão intervir ou apartear com a licença do juiz, sendo comum
na praxe forense que o advogado se valha da expressão "pela ordem'' para poder
se manifestar. Esse sistema é modificado pelo art. 459, caput, do Novo CPC, ao prever
que as perguntas sejam feitas diretamente pelo advogado das partes, e não mais
pelo juiz, após ouvi-las dos advogados, como atualmente ocorre, pelo menos do
ponto de vista legal. A questão dos apartes durante a oitiva é consagrada pelo
art. 361, parágrafo único, do Novo CPC, ao admitir o aparte ou a intervenção
dos advogados e do Ministério Público somente com a licença expressa do juiz.
A mesma regra estende-se ao Defensor Público, ainda que o dispositivo seja
omisso nesse sentido.
Quanto a essa nova forma de inquirição de testemunhas, é correto o Enunciado 156 do Fórum Permanente de Processualistas Civis (FPPC): "Não configura
induzimento, constante do art. 466, caput, a utilização de técnica de arguição direta
no exercício regular de direito:'
Ainda com relação à inquirição de testemunhas, há dois interessantes Enunciados
do Fórum Permanente de Processualistas Civis (FPPC): 157: "Deverá ser facultada às partes a formulação de perguntas de esclarecimento ou complementação decorrentes
da inquirição do juiz"; e 158: "Constitui direito da parte a transcrição de perguntas
indeferidas pelo juiz".
Registre-se que, apesar da inegável importância da audiência de instrução e julgamento para o processo, não se trata de ato processual indispensável, somente sendo
designada quando for necessária a produção de prova oral ou o esclarecimento de peritos
a respeito de seu laudo'. Muito excepcionalmente, poderá ser designada essa audiência
para a realização da perícia informal, nos termos do art. 464, § 2.0 , do Novo CPC. 
Art. 361. As provas orais serão produzidas em audiência, ouvindo-se nesta ordem, preferencialmente:
O art. 361, caput, do Novo CPC se vale do termo "preferencialmente" para
prever a ordem das provas orais a serem produzidas na audiência de instruçãoe julgamento, que continua sendo a mesma do art. 452 do CPC/1973. O termo
inegavelmente consagra a possibilidade, ainda que excepcionalmente e de forma
fundamentada, da inversão da ordem legal. 
O art. 361 do Novo CPC prevê que as provas serão produzidas em ordem
definida: (!) perito e assistentes técnicos; (II) depoimento pessoal do autor e depois
do réu; (III) oitiva das testemunhas do autor e depois do réu
I - o perito e os assistentes técnicos, que responderão aos quesitos de esclarecimentos requeridos no prazo e na forma do art. 477, caso não respondidos anteriormente por escrito;
II - o autor e, em seguida, o réu, que prestarão depoimentos pessoais;
III - as testemunhas arroladas pelo autor e pelo réu, que serão inquiridas.
Parágrafo único. Enquanto depuserem o perito, os assistentes técnicos, as partes e as testemunhas, não poderão os advogados e o Ministério Público intervir ou apartear, sem licença do juiz.
A questão dos apartes durante a oitiva é consagrada pelo
art. 361, parágrafo único, do Novo CPC, ao admitir o aparte ou a intervenção
dos advogados e do Ministério Público somente com a licença expressa do juiz.
A mesma regra estende-se ao Defensor Público, ainda que o dispositivo seja
omisso nesse sentido. 
Durante a produção da prova oral prevê o parágrafo único do art. 361 do
Novo CPC que os advogados e membro do Ministério Público só poderão intervir
ou apartear o perito, parte ou testemunha, com licença do juiz. A mesma regra
estende-se ao defensor público, ainda que o dispositivo seja omisso nesse sentido.
Cabe o tradicional pedido "pela ordem'', para que o magistrado conceda a palavra
ao advogado, promotor ou defensor público.
No processo civil há tradicional entendimento de que a inversão da ordem legal
só gerará anulação da audiência se houver prejuízo, em aplicação do princípio da
instrumentalidade das formas . No processo penal, entretanto, o Superior Tribunal
de justiça ora entende pela nulidade absoluta , ora pela relativa .
Art. 362. A audiência poderá ser adiada:
O art. 362 do Novo CPC prevê as hipóteses de adiamento da audiência.
Por acordo de vontade entre as partes a audiência pode ser adiada tantas vezes
quantas for feito o acordo, em novidade quando comparado com o sistema revogado
que permitia apenas um adiamento em decorrência do acordo entre as partes. 
I - por convenção das partes;
II - se não puder comparecer, por motivo justificado, qualquer pessoa que dela deva necessariamente participar;
o art.362, II, do Novo CPC prevê que a ausência justificada de qualquer sujeito que deva
necessariamente participar da audiência é suficiente para seu adiamento. Nesse caso,
quem der causa ao adiamento responderá pelas despesas acrescidas ao processo em
razão de tal adiamento.
Ausente o juiz, com ou sem motivo justo, naturalmente a audiência será adiada, até mesmo porque não haverá quem a comande. É evidente que uma ausência
sem motivação justa deve ser punida no âmbito administrativo, podendo até ser
fundamento de ação de reparação de danos, mas ainda assim não haverá outra
medida que não o adiamento da audiência. O mesmo acontece diante da ausência
do serventuário da justiça que tem como missão a documentação da audiência, mas
nesse caso o próprio juiz poderá realizar tal tarefa, como já ocorreu com alguns juízes
durante movimento grevista dos serventuários do Tribunal de Justiça de São Paulo.
III - por atraso injustificado de seu início em tempo superior a 30 (trinta) minutos do horário marcado.
também será adiada a audiência por atraso injustificado de seu início
em tempo superior a 30 (trinta) minutos do horário marcado remetendo essa causa à
previsão do art. 7°, XX do EOAB. Nesse caso o advogado deve protocolizar no juízo
petição informando que deixou o local em razão do atraso injustificado. Como o
dispositivo constante do EOAB não gerou efeitos práticos relevantes o mesmo deve ocorrer com o inciso III do art. 362 do Novo CPC. Afinal, ainda que não haja um
motivo justificado, o advogado dificilmente terá coragem de deixar o local, salvo
em situações teratológicas. 
§ 1.º O impedimento deverá ser comprovado até a abertura da audiência, e, não o sendo, o juiz procederá à instrução.
Segundo o art. 362, § 1.0 , do Novo CPC, a prova do justo impedimento dever
ser apresentada antes do início da audiência e, não havendo tal comprovação, o juiz
a realizará normalmente. É inconteste que esse prazo preclusivo só tem algum sentido quando for possível essa informação antes da audiência, de forma que, havendo
algum imprevisto que gere extrema dificuldade ou impossibilidade no cumprimento
desse prazo (p. ex., doença, acidente, sequestro, morte de familiar no dia da audiência), admitir-se-á a alegação posterior do advogado, que, uma vez acolhida, gera
a anulação da audiência já realizada"
§ 2.º O juiz poderá dispensar a produção das provas requeridas pela parte cujo advogado ou defensor público não tenha comparecido à audiência, aplicando-se a mesma regra ao Ministério Público.
A ausência justificada do advogado gera o adiamento da audiência, o que não
ocorre se inexistir um motivo justo. Segundo o art. 362, § 2.0 , do Novo CPC, sendo
injustificada a ausência do advogado (e também do promotor de justiça e do defensor
pública), além da audiência ser realizada normalmente, o juiz poderá dispensar a
prova requerida pelo advogado faltante. Correta a doutrina ao afirmar que, tratando
a demanda de direito indisponível, o juiz será obrigado a produzir a prova; tratando
de direito disponível, caberá ao juiz analisar no caso concreto a conveniência de
produzir a prova para a formação de seu convencimento, não estando obrigado a
dispensar sua produção". 
§ 3.º Quem der causa ao adiamento responderá pelas despesas acrescidas.
Art. 363. Havendo antecipação ou adiamento da audiência, o juiz, de ofício ou a requerimento da parte, determinará a intimação dos advogados ou da sociedade de advogados para ciência da nova designação.
DEBATES ORAIS
Finda a instrução, serão realizados os debates orais, que na realidade são as alegações finais das partes tomando-se por base a prova que foi produzida na audiência à luz da matéria jurídica discutida na demanda. 
Art. 364. Finda a instrução, o juiz dará a palavra ao advogado do autor e do réu, bem como ao membro do Ministério Público, se for o caso de sua intervenção, sucessivamente, pelo prazo de 20 (vinte) minutos para cada um, prorrogável por 10 (dez) minutos, a critério do juiz.
O prazo é de 20 minutos, prorrogáveis por mais 10, sendo de 30 minutos 
§ 1.º Havendo litisconsorte ou terceiro interveniente, o prazo, que formará com o da prorrogação um só todo, dividir-se-á entre os do mesmo grupo, se não convencionarem de modo diverso.
na hipótese de litisconsortes, hipótese na qual havendo advogados diferentes o tempo será dividido entre eles e, não sendo possível chegar a um acordo, será dividido em partes iguais.
RAZÕES FINAIS
§ 2.º Quando a causa apresentar questões complexas de fato ou de direito, o debate oral poderá ser substituído por razões finais escritas, que serão apresentadas pelo autor e pelo réu, bem como pelo Ministério Público, se for o caso de sua intervenção, em prazos sucessivos de 15 (quinze) dias, assegurada vista dos autos.
Prevê o art. 364, § 2.0 , do Novo CPC, a possibilidade de o juiz converter os
debates orais em memoriais, que são alegações finais escritas, sempre que a causa
apresentar questões complexas de fato ou de direito. Costuma ser comum na praxe
forense essa conversão ainda que os requisitos do dispositivo legal ora comentado
não tenham sido preenchidos; trata-se de um pacto implícito de mediocridade,
ofensivo ao princípio da oralidade: juízes que não querem ou não sabem ouvir e
advogados que não querem ou não sabem falar. De qualquer forma, caberá ao juiz
a determinação dessa conversão ou não, sendo irrelevante a vontade das partes. 
Elogiável o art. 364, § 2.0 , do Novo CPC ao prever não só o prazo de 15 dias para
a apresentaçãodos memoriais, chamados pelo dispositivo legal de "razões finais escritas'; como também expressamente consagrando o entendimento defendido por grande
parte da doutrina sob a égide do CPC/1973, mesmo sem previsão legal, de que o prazo
deve ser contado sucessivamente para autor e réu", sendo o último a se manifestar o
Ministério Público quando funcionar no processo como fiscal da ordem jurídica.
A previsão de prazo sucessivo para a apresentação dos memorias escritos respeita
a dinâmica de toda a atividade desenvolvida na audiência: primeiro fala o autor, e
depois fala o réu, já sabendo de antemão o que foi dito pelo autor. Na realidade,
é a própria dinâmica do processo, vindo antes o ataque e depois a defesa. O réu,
portanto, ao elaborar seus memoriais escritos terá acesso aos memoriais apresentados pelo autor, podendo se valer de tal peça para mais adequadamente se defender.
justamente por entender que os prazos sucessivos nada têm a ver com o acesso
das partes aos autos, entendo que mesmo em autos eletrônicos deve se observar tal
regra". Ademais, sem previsão expressa em sentido contrário, não pode a doutrina
entender de forma diferente. 
Art. 365. A audiência é una e contínua, podendo ser excepcional e justificadamente cindida na ausência de perito ou de testemunha, desde que haja concordância das partes.
Segundo prevê o art. 365, caput do Novo CPC, a audiência de instrução é
una e contínua, mas pode ser cindida de forma excepcional diante da ausência de
perito ou de testemunha, desde que haja concordância das partes. O dispositivo
não merece elogios, até e principalmente porque especifica hipótese de cisão da
audiência prevista genericamente e de forma mais inteligente no parágrafo único
do dispositivo legal.
O dispositivo ora criticado desconsidera que se a parte tiver se comprometido a
levar a testemunha independentemente de intimação e ela deixa de ir à audiência não
será caso de cisão da audiência, mesmo por acordo das partes, mas sim de dispensa da
prova testemunhal. Por outro lado, não parece que a vontade das partes deva determinar
a cisão ou não da audiência, o que deverá ser contornado no caso concreto porque
o caput do art. 365 do Novo CPC, além de prever a excepcionalidade da cisão, exige
que ela seja fundamentada. Dessa forma, o juiz poderá rejeitar o acordo de vontade
das partes se não houver fundamento que o convença a cindir a audiência.
O parágrafo único do dispositivo ora comentado prevê, diante da impossibilidade
de realização da instrução, do debate e do julgamento no mesmo dia (por exemplo,
pelo adiantado da hora, ausência de sujeito necessário, conversão do julgamento em
diligência, fenômenos naturais inesperados), que o juiz marcará seu prosseguimento
para a data mais próxima possível, em pauta preferencial. Ou seja, se houver motivo
justo para a audiência não poder ser encerrada no mesmo dia, ela será cindida.
Apesar de tradicionalmente a unidade e a continuidade da audiência de instrução serem analisadas como se fossem o mesmo fenômeno processual, é correta a doutrina que examina essas duas características de forma separada. Unidade da
audiência significa que para todos os diferentes atos previstos é realizada somente
uma audiência (não há uma audiência para depoimentos pessoais, outra para prova
testemunhal, outra para debates orais etc.), enquanto continuidade significa que a
audiência deve começar e terminar em uma assentada.
Interrompida a audiência - o que deve ser excepcional -, não se designará
uma nova, apenas se prosseguirá em data próxima à audiência interrompida". Há
algumas interessantes consequências práticas dessa regra:
(a) não é possível praticar novos atos preparatórios (por exemplo, arrolar testemunhas) para
a continuação da audiência26;
(b) havendo direito superveniente de aplicação imediata, aplicam-se à continuação as regras
vigentes quando da realização do início da audiência;
(c) havendo nulidade na primeira sessão, as sucessivas serão afetadas;
(d) presente o advogado na primeira sessão e ausente na continuação, o juiz não poderá
dispensar as provas por ele requeridas
Parágrafo único. Diante da impossibilidade de realização da instrução, do debate e do julgamento no mesmo dia, o juiz marcará seu prosseguimento para a data mais próxima possível, em pauta preferencial.
Art. 366. Encerrado o debate ou oferecidas as razões finais, o juiz proferirá sentença em audiência ou no prazo de 30 (trinta) dias.
Prolação da sentença
Caso o juiz converta os debates orais em memorais, a sentença será proferida
por escrito em cartório, intimando-se as partes por meio de seus procuradores pela
imprensa oficial. Ultrapassada a fase de debates orais, com ou sem a sua efetiva
realização, o que dependerá da vontade dos patronos das partes (ônus processual),
o juiz poderá proferir a sentença oralmente em audiência, sendo as partes - mesmo
que ausentes - intimadas da decisão no ato. Note-se ser uma mera faculdade do
juiz, que poderá se preferir chamar os autos à conclusão depois dos debates orais e
proferir sentença escrita em cartório no prazo impróprio de 30 dias.
Ainda que romanticamente se entenda que a opção pela sentença escrita em
cartório fique reservada para demandas mais complexas, que exijam uma análise e
um estudo mais aprofundado do juiz, a praxe forense mostra que o abarrotamento
das pautas de audiência faz com que a sentença oral torne-se cada vez mais rara.
Com audiências designadas com pouco tempo entre uma e outra seria até mesmo
temerário o juiz sentenciar oralmente todos os processos.
Nos termos do art. 366 do Novo CPC, encerrado o debate ou oferecidas as
razões finais, o juiz proferirá sentença em audiência ou no prazo de 30 dias, sendo
tal prazo de natureza imprópria. 
Art. 367. O servidor lavrará, sob ditado do juiz, termo que conterá, em resumo, o ocorrido na audiência, bem como, por extenso, os despachos, as decisões e a sentença, se proferida no ato.
§ 1.º Quando o termo não for registrado em meio eletrônico, o juiz rubricar-lhe-á as folhas, que serão encadernadas em volume próprio.
§ 2.º Subscreverão o termo o juiz, os advogados, o membro do Ministério Público e o escrivão ou chefe de secretaria, dispensadas as partes, exceto quando houver ato de disposição para cuja prática os advogados não tenham poderes.
§ 3.º O escrivão ou chefe de secretaria trasladará para os autos cópia autêntica do termo de audiência.
§ 4.º Tratando-se de autos eletrônicos, observar-se-á o disposto neste Código, em legislação específica e nas normas internas dos tribunais.
§ 5.º A audiência poderá ser integralmente gravada em imagem e em áudio, em meio digital ou analógico, desde que assegure o rápido acesso das partes e dos órgãos julgadores, observada a legislação específica.
§ 6.º A gravação a que se refere o § 5.º também pode ser realizada diretamente por qualquer das partes, independentemente de autorização judicial.
O tema da gravação da audiência, compreensivelmente ignorado pelo CPC/ 1973,
é tratado pelos §§ 5.0 e 6. 0 do art. 367 do Novo CPC. Nos termos do § 5.0 , a audiência poderá ser integralmente gravada em imagem e em áudio, em meio digital ou
analógico, desde que assegure o rápido acesso das partes e dos órgãos julgadores,
observada a legislação específica. E, segundo o § 6.0 , a gravação a que se refere o §
5.0 também pode ser realizada diretamente por qualquer das partes, independentemente de autorização judicial. 
Art. 368. A audiência será pública, ressalvadas as exceções legais.
Nos termos do art. 368 do Novo CPC, trata-se de sessão pública, o que significa
dizer que deve ser realizada de portas abertas, franqueando-se a presença a qualquer
um do povo que por qualquer motivo se interesse em assisti-la. No exercício do
poder de polícia, poderá o juiz limitar o número de pessoas e determinar a retirada daquelas que se portarem de forma inconveniente. Como todo ato processual,
em regra é público, havendo, entretanto, publicidade mitigada (limitada às partes e
patronos)'

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