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Nome: Gustavo Müller Lara Cargo: Professor HORMÔNIOS IMUNOLOGIA CLÍNICA 08/06/2018 2 Conceitos gerais de endocrinologia Hormônio (grego = hormao = excitar). Sistema endócrino e o sistema nervoso meios de transmissão de informações entre diferentes células e tecidos do organismo. Endócrino x exócrino Hormônio - ações mediadas pelas ligações a receptores (são efetores alostéricos) alteram a conformação das proteínas às quais se ligam. Substância liberada por uma glândula endócrina. 08/06/2018 3 Classe de ação hormonal Classificados de acordo com a ação que mediam: Glicocorticóides - regulação dos carboidratos. Mineralocorticóides - regulação dos sais. Hormônios tróficos - gonadotrofinas. Pelo nome da glândula: Paratormônio. 08/06/2018 4 Ação dos hormônios Efeito no desenvolvimento fetal. Crescimento celular. Efeitos no SNC. Efeitos no metabolismo. Efeito na função cardiovascular e renal. Efeito no metabolismo mineral e da água. Efeito na função esquelética. Efeitos na função reprodutiva. Efeito sobre a liberação de outros hormônios. Efeito sobre as funções imunológicas. 08/06/2018 5 Transporte hormonal no sangue Hormônios peptídicos e protêicos (hidrofílicos) não precisam transportadores Hormônios esteróides e tireoidianos (solubilidade reduzida) circulam ligados a proteínas plasmáticas. 08/06/2018 6 Transporte hormonal no sangue Geralmente é aceito que é os hormônios livres são biologicamente ativos e o hormônio complexado provê um reservatório circulante. Mais recentemente, foi sugerido que as globulinas específicas não sejam apenas transportadores passivos mas pode interagir com receptores de membrana e iniciar uma rota de transdução notável. 08/06/2018 7 Transporte hormonal no sangue A maioria das proteínas carregadoras são sintetizados no fígado e alterações nas concentrações no soro destas proteínas altera as concentrações séricas totais de um hormônio complexado mas pode ter muito menos efeito nas concentrações de hormônio livre. 08/06/2018 8 Metabolismo dos hormônios Conversão metabólica perda de atividade hormonal. Podem ocorrer no tecido-alvo, fígado e rins. Reações catalisadas por enzimas reações de redução e/ou conjugação. Taxa de eliminação alterada por vários fatores. 08/06/2018 9 Regulação da secreção hormonal 08/06/2018 10 Desordens endócrinas Hipofunção. Destruição da glândula. Desordens extraglandular. Defeito específico na biossíntese do hormônio. Hiperfunção. Tumores. Produção ectópica do hormônio. Hiperplasia idiopática. Defeito na sensibilidade do hormônio Caráter genético DM tipo II 08/06/2018 11 Hormônios Hipotalâmicos Hipofisários Crescimento Tireoidianos Paratireoidianos Adrenais Pâncreas Ovários Testículos 08/06/2018 12 Hipotálamo e hipófise Formam uma unidade que exerce um controle sobre vária glândulas Hipófise = pituitária Adeno e neuro Adeno Originada da bolsa de Rathke (evaginação ectodérmica da orofaringe). Neuro Evaginação do hipotálamo ventral e 3º ventrículo. 08/06/2018 13 Hipotálamo e hipófise Quiasma óptico 08/06/2018 14 Eixo hipotálamo-hipófise Interface entre o SNC e o Sistema Endócrino Controle da função de várias glândulas endócrinas e de vários processos fisiológicos Hipófise é formada por duas glândulas distintas: neurohipófise e adenohipófise. 08/06/2018 15 Hipotálamo Centro de integração final de informações geradas em diferentes regiões do organismo Objetivos: Homeostasia Integração organismo com o meio ambiente Controle da reprodução Estrutura: Núcleos hipotalâmicos (corpos celulares) Axônios Regiões terminas 08/06/2018 16 Características dos hormônios hipotalâmicos Secreção pulsátil. Ação em receptores específicos da membrana plasmática. Estimulam transcrição na adenohipófise. Causam hiperplasia e hipertrofia nas células alvo. Modulação do efeito por alteração no número de receptores. 08/06/2018 17 Hipotálamo e hipófise ADH Método de medição: Imunoensaio. Amostra: Plasma (EDTA). Separar imediatamente em centrifuga refrigerada e congelar a -20°C. 08/06/2018 18 Hipotálamo e hipófise ADH Valores de referência (em mOsm/kg de H2O). 08/06/2018 19 Hipotálamo e hipófise Material Biológico: Soro ou urina. Coleta: 2,0 ml de soro ou 20,0 ml de urina. Armazenamento: Refrigerar. Exames Afins: Glicemia. Sódio. Uréia. Valor Normal: Soro : 285 a 310 mOsm/kg H2O Urina : 50 a 1.400 mOsm/kg H2O Método: Abaixamento crioscópico em Osmômetro de congelação. Preparo do Paciente: Jejum de 8 horas. Interpretação: Útil na avaliação do metabolismo hidro-salino, estados hiperosmolares e intoxicações exógenas por etanol, metanol e polietilenoglicol. Capacidade de concentração e diluição da urina. 08/06/2018 20 Hipotálamo e hipófise ADH Interferência química in vivo: Antipsicóticos, barbitúricos, carbamazepina, clorpropamida, ciclofosfamida, furosemida (raro), analgésicos narcóticos, tiazidas, tolbutamida, antidepressivos tricíclicos, vinblastina e vincristina. Etanol, carbonato de lítio, fenitoína 08/06/2018 21 Hipotálamo e hipófise ADH Informação diagnóstica: Porfiria intermitente aguda, sindrome de Guillain-Barré (polirradiculoneurite aguda), tumor cerebral (primário ou metastático), meningite, diabete insipidus nefrogênica. Neoplasma sistêmico. síndrome nefrótica, polidipsia psicogênica. 08/06/2018 22 Hipotálamo e hipófise ADH Observações: Picos de secreção ocorrem a noite, na posição erétil, com dor, stress, exercício, aumento da osmolalidade do plasma (infusão hipertônica de salina) e com diminuição efetiva do volume sangüíneo ou pressão arterial. A principal ação é renal, aumentando a permeabilidade da água, promovendo a reabsorção (efeito em receptor V2). Também atua aumentando a pressão arterial (receptores V1), compensada pela bradicardia. 08/06/2018 23 Diabete insipidus Doença rara. Pode ser crônica ou temporária. Relacionada a deficiência da produção de ADH. 08/06/2018 24 Diabete insipidus Causas neurogênicas: Diabete insípidus primária. Anormalidade do gene da vasopressina no cromossomo 20 ou esporádico (idiopático). Diabete insipidus secundária. Hipofisectomia, lesão craniana, neoplasias intra e supra-selares. Diabete insipidus vasopressina dependente. Muito raro, pode ocorrer no último trimestre de gestação e no puerpério. Uma enzima circulante destrói a vasopressina ativa (não destrói a desmopressina [sintética]). Devido ao uso de medicamentos. Fenitoína, clorpromazina, álcool. 08/06/2018 25 Diabete insipidus Causas nefrogênicas: Defeito nos túbulos renais. Interfere na reabsorção da água, amiloidose (rara, progressiva, geralmente incurável, normalmente é uma manifestação de outra doença – mieloma múltiplo, artrite reumatóide, osteomelite). Devido ao uso de medicamentos. Foscarnet, meticilina. Hereditária. Devido a um efeito do receptor ligado ao cromossomo X (distúrbio recessivo). 08/06/2018 26 Diabete insipidus Causas Dipsogênica: Polidipsia primária. Causada por sede excessiva e ingestão anormal de líquidos. 08/06/2018 27 Diabete insipidus Sinais e sintomas: Diurese excessiva e sede intensa. Quando não ocorre compensação de ingesta de líquidos o indivíduo pode ter um grave quadro de desidratação, acarretando hipotensão e choque. Pode iniciar gradual ou subitamente em qualquer idade. 08/06/2018 28 Diabete insipidus Diagnóstico: Osmolalidade determinada pelos níveis de íons Na+, K+, CO3-2, Cl-, glicose e uréia em relação a água. Osmolaldade urinária e osmolalidade plasmática. Osmolalidade: refere-se ao número de partículas osmoticamente ativas de soluto presentes em 1 quilograma do solvente que, em nosso caso, é a água. 08/06/2018 29 Diabete insipidus Teste de restrição hídrica: Coletar sangue e urina para determinar a osmolalidade basal. Eliminar qualquer ingestão de líquidos. Coletar amostras de urina para determinação do volume e osmolalidade a cada hora por 6 a 12 horas ou até que a osmolalidade esteja estável durante 3 h consecutivas. Coletar sangue para confirmar a osmolalidade plasmática (>288nmol/Kg). Administrar 5 UI de ADH subcutânea. Coletar urina 1 hora após administração para determinar a osmolalidade. 08/06/2018 30 Diabete insipidus Teste de restrição hídrica - Interpretação: Normal. Osmolalidade urinária final antes da administração de ADH é maior que a do plasma e após a administração de ADH é menor que 10% superior a osmolalidade urinária máxima obtida somente pela restrição de água. Diabete insipidus neurogênico. A urina permanece diluída mesmo com a desidratação e se torna concentrada com um aumento superior a 10% da osmolalidade após o ADH exógeno. Diabete insipidus nefrogênico. A urina permanece diluída mesmo com a desidratação e não se torna mais concentrada após a administração de ADH exógeno. 08/06/2018 31 Hipotálamo e hipófise Ocitocina Método de medição: Radioimunoensaio. Amostra: Plasma (EDTA). Separar imediatamente em centrifuga refrigerada e congelar a -20°C. 08/06/2018 32 Hipotálamo e hipófise Ocitocina Valores de referência. 08/06/2018 33 Hipotálamo e hipófise Ocitocina Interferência química in vivo: Não encontrada 08/06/2018 34 Hipotálamo e hipófise Ocitocina Informação diagnóstica: stress e fatores psiquícos (ex.: medo, pavor). 08/06/2018 35 Hipotálamo e hipófise Ocitocina Observações: Nas mulheres induz a contração uterina e a lactação. Efeitos fisiológicos são desconhecidos nos homens. A origem da ocitocina no fluido amniótico é desconhecida. Ação no parto: a medida que o feto entra no canal do parto ocorre uma liberação reflexa de ocitocina. Ação na lactação: a estimulação do mamilo produz um reflexo neuro-humoral causando secreção de ocitocina que causa a contração das células mioepiteliais dos ductos mamários. 08/06/2018 36 Hipotálamo e hipófise Adeno-hipófise ACTH hGH PRL TSH LH FSH 08/06/2018 37 Hipotálamo e hipófise ACTH Método de medição: Radioimunoensaio, IRMA. Amostra: Plasma (EDTA). Separar imediatamente em centrifuga refrigerada e congelar a -20°C em tempo menor que 15 minutos. Aprotinina pode ser adicionada para aumentar o tempo de estocagem. 08/06/2018 38 Hipotálamo e hipófise ACTH Valores de referência. 08/06/2018 39 Hipotálamo e hipófise ACTH Interferência química in vivo: anfetaminas, hipoglicemia, insulina, levodopa, metoclopramida. Dexametasona, outros corticosteróides e plasma heparinizado. 08/06/2018 40 Hipotálamo e hipófise ACTH Informação diagnóstica: na doença de Addison, hiperplasia adrenal congênita, síndrome de Cushing hipofisário-dependente, tumor produtor de ACTH ectópico. Insuficiência adrenocortical secundária, hipohipituitarismo. 08/06/2018 41 Hipotálamo e hipófise ACTH Observações: O ACTH é instável no sangue, o IRMA é mais sensível que o RIA, possui um ritmo nictemeral (níveis mais altos ao acordar e mais baixos antes de dormir), embora possa haver variações durante o dia. No fluido amniótico pode ser de origem fetal, valores diminuidos indicam anencefalia e níveis relativamente altos podem refletir imaturidade da regulação hipotalâmica. 08/06/2018 42 Hipotálamo e hipófise hGH Método de medição RIA, QUIA Amostra Soro, refrigerar imediatamente. O paciente deve estar em jejum e em condição de descanso por no mínimo 30 minutos. Evitar stress durante a coleta. Plasma com EDTA pode apresentar valores mais baixos. Estável 8h quando refrigerado (2-8°C) e por períodos mais longos a -20°C. 08/06/2018 43 Hipotálamo e hipófise hGH Valores de referência: 14/07/2011 Homens: até 3,0 ng/mL Mulheres: até 8,0 ng/mL Fator de conversão de ng/dL para µg/L = multiplicar ou dividir por 1,0 08/06/2018 44 Hipotálamo e hipófise hGH Interferência química in vivo: atenolol, propanolol, anfetaminas, corticotrofina, estrógenos, glucagon, insulina, levodopa, contraceptivos orais, vasopressina. bromocriptina (acromegalia), glicose, fenotiazinas. 08/06/2018 45 Hipotálamo e hipófise hGH Informação diagnóstica: Gigantismo, acromegalia, defeito de receptores de GH, secreção ectópica de GH, má-nutrição, insuficiência renal, cirrose, stress, exercícios, jejum prolongado, diabete mellitus descompensada, anorexia nervosa. Hiperfunção adrenocortical, hipohipituitarismo. 08/06/2018 46 Hipotálamo e hipófise hGH Observações: A secreção de GH é episódica e pulsátil, valores mais elevados podem ser observados durante o sono profundo. Na acromegalia e gigantismo a ritmicidade é perdida. Na obesidade a secreção de GH é diminuida devido a insulina. A secreção de GH diminui com a idade. Dosagens aleatórias fornecem pouca informação diagnóstica. 08/06/2018 47 Hipotálamo e hipófise 08/06/2018 48 Crescimento Normal Crescimento - processo complexo Fatores genéticos. Condições nutricionais. Função endócrina. Estatura - determinada pelo crescimento ósseo. Hormônios que influenciam o crescimento. HGH, hormônios da tireóide, estrogênios, androgênios, INS e glicocorticóides. 08/06/2018 49 Crescimento puberal e pós-puberal. Aceleração do crescimento linear. A puberdade ocorre aproximadamente 2 anos antes nas meninas em relação aos meninos. 11 e 13 anos respectivamente. Crescimento Pós-Natal 08/06/2018 50 Crescimento pós-natal 08/06/2018 51 HGH Secreção e distribuição. Pulsátil Exocitose. Circula livremente no plasma Ações Estímulo do crescimento esquelético e de partes moles. Estimula a lipólise. Anabólico. Antagonizar as ações da INS. 08/06/2018 52 HGH Metabolismo. 1/2 vida plasmática - 20 a 25 minutos. Local - fígado. Diabete mellitus e o hipotireoidismo - redução na taxa metabólica do HGH. 08/06/2018 53 HGH Regulação da secreção 08/06/2018 54 HGH Exercício e stress - elevam HGH Fornece ácidos graxos livres e glicose como fontes energéticas. Hipoglicemia Estimula a secreção 08/06/2018 55 Teste de estimulo do hGH Teste de tolerância a INSULINA Coletar nos tempos -30, 0, 30, 45, 60 e 90 minutos Se ocorrer hipoglicemia (GLI <40 mg/dL) o nível de hGH deve aumentar >10 mg/L. É necessária supervisão médica durante o teste. 08/06/2018 56 Teste de estimulo do hGH Teste com L-Dopa Coletar nos tempos 0, 30, 60 e 120 minutos Resposta normal = nível de hGH deve aumentar >7 mg/L. Teste com L-Arginina Coletar nos tempos 0, 30, 60 e 120 minutos Resposta normal = nível de hGH deve aumentar >7 mg/L. 08/06/2018 57 Teste de estímulo após exercício físico Aumento de 3 a 5 mg/L de hGH após 20 minutos de exercício intenso. Teste de estimulo do hGH 08/06/2018 58 Teste de supressão do hGH Teste de supressão com glicose (75g) Coletar nos tempos -30, 0, 30, 60, 90 e 120 minutos Deve ocorrer redução do nível de hGH para <2 mg/L. 08/06/2018 59 HGH Hipersecreção Gigantismo Acromegalia 08/06/2018 60 Excesso de hGH 10 a 15% dos tumores hipofisários são secretores de hGH. Quase sempre são mistos. Gigantismo e acromegalia - freqüência estimada em 3/1.000.000. Afeta ambos os sexos. Aumenta de duas a três vezes a taxa de mortalidade. Cirurgia transesfenoidal 08/06/2018 61 Acromegalia Mão de um paciente acromegálico 08/06/2018 62 Musculoesqueléticas Aumento acral dos pés e mãos Prognatismo Artrite Fraqueza muscular Cutâneas Aumento das pregas cutâneas Pele oleosa Sudorese aumentada Orais/dentárias Má oclusão Aumento do espaç entre os dentes Aumento da língua Aumento dos lábios Reprodutivas Galactorréia Impotência Cardiopulmonares Hipertensão Cardiomegalia Excesso de hGH - alterações 08/06/2018 63 Neuropsiquiátricas Cefaléia Defeito dos campos visuais Sonolência Metabólicas Hipercalciúria Hiperfosfatúria Outras Bócio Sinusite Visceromegalia generalizada Excesso de hGH - alterações 08/06/2018 64 HGH Hiposecreção Nanismo Nanismo de Laron Resistência a ação do HGH e incapacidade de produção do IGF-1 A altura está abaixo do percentil 3, a velocidade de crescimento é ↓ 4cm/ano e a idade óssea é pelo menos 2 anos menor que a idade cronológica. 08/06/2018 65 Principais causas endócrinas de baixa estatura Prolactina Hormônio heterogêneo com 3 formas circulantes Forma monomérica com 199 aminoácidos e peso molecular em torno de 23kDa 80 a 90% da quantidade sérica total Forma dimérica com peso molecular em torno de 45kDa (big prolactin) Forma de alto peso molecular, com 150-170kDa (big big prolactin) Macroprolactina Complexo Ag-Ac de PRL e IgG Prolactina A caracterização das 3 formas circulantes é realizada através de cromatografia em coluna de gel filtração Perfil de eluição de prolactina (PRL) obtido pela cromatografia de gel filtração de soro de pacientes com prolactinoma. O pico I representa a macroprolactina, o pico II os dímeros de PRL e o pico III as formas monoméricas, as quais predominam (>90% das formas circulantes de PRL) em indivíduos normais e naqueles com prolactinomas Prolactina Secreção: Lactotrófos da adenohipófise 15% a 25% das células funcionantes. Localizados, em especial, nas asas laterais posteriores da glândula. Outros locais de produção da PRL Cérebro (axônios terminais hipotalâmicos, telencéfalo, córtex, hipocampo, cerebélo); placenta; útero; glândulas mamárias, sistema imune (linfócitos periféricos) Prolactina Principal função: Início da lactação Mediador de resposta imune (regulação da resposta humoral e celular em condições fisiológicas, patológicas e autoimunes) Osmorregulação Atividade antiangiogênica Prolactina Secreção: Pulsátil 4 a 14 pulsos/24h Ritmo circadiano Mais elevado nas primeiras horas da manhã Acredita-se que alterações no tônus dopaminérgico deflagradas pela luz sejam o principal mecanismo neuroendócrino envolvido nesse ritmo. Amplitudes maiores nas mulheres do que em homens. Estímulos exteroceptivos Luz, audição, olfação, estresse Prolactina Controle da secreção Sucção Mama Núcleo Paraventricular (TRH, ocitocina, ADH, VIP) Serotonina Nervos aferentes da medula espinhal Eminência média Hipófise TRH Ocitocina VIP Outros órgão-alvo PRL SNC Estrogênio Dopamina GABA Neurônios dopaminérgicos Neurônios GABA Peptídeos opióides Histamina Glutamato ACh Inibição Estímulo Prolactina Funções: Gravidez e amamentação: Secreção de proteínas do leite. Sistema reprodutor: Eixo hipotálamo-hipófise-ovários: Controle na secreção de LH e FSH. Ovários: Manutenção do corpo lúteo. Útero: Possível local de secreção extra-hipofisária de PRL. Sistema imune: Evidências de que a PRL é um fator de crescimento linfocitário. Hiperprolactinemia Distúrbio hormonal mais comum do eixo hipotálamo-hipofisário (0,4 a 17%). Pode decorrer de fatores fisiológicos, farmacológicos ou patológicos. Hiperprolactinemia Causas fisiológicas: Fatores liberadores de PRL: Gravidez Amamentação Exercício físico Stress Sono Hiperprolactinemia Causas farmacológicas: Fármacos estimulatórios da secreção de PRL: Estrógenos. Antagonistas ao receptor de dopamina: neurolépticos, metoclopramida, sulpirida. Depleção de dopamina: Reserpina, metildopa. Inibidores da produção central de dopamina: verapamil, heroína, morfina, análogos da encefalina. Inibidores da recaptação de dopamina: antidepressivos tricíclicos, cocaína, anfetamina, inibidores da monoamino oxidase. Inibidores da recaptação de serotonina: opiáceos, fenfluramina, fluoxetina. Hiperprolactinemia Causas patológicas: Tumores e outros distúrbios hipofisários e hipotalâmicos (prolactinomas); Doenças sistêmicas (hipotireoidismo primária, SOP); Hiperprolactinemia idiopática (microadenomas?); Hiperprolactinemia neurogênica (tumores extrínsecos); Tumores extra-hipofisários secretores de PRL (muito raro). Quadro clínico Galactorréia Produção de leite fora do período pós-parto ou da lactação, pode ocorrem em mulheres e homens Sintomas compresivos Podem estar presentes nos casos de macroprolactinoma ou pseudoprolactinoma Cefaléia; Hemianopsia bitemporal; Perda parcial ou completa da visão em uma das metades do campo visual de um ou ambos olhos. Atrofia do nervo óptico; Paralisia do II par craniano; Origem aparente no encéfalo: Quiasma óptico. Origem aparente no crânio: Canal óptico. Apoplexia Diagnóstico laboratorial Devemos sempre valorizar um resultado anormal? Coleta “utópica” Estar acordado pelo menos 2 horas antes do procedimento; Sono eleva a PRL. Não ter manipulação mamária ou realizar ato sexual antes da coleta; Manipulações na mama elevam PRL. Jejum obrigatório; Alimentos que elevam os níveis de serotonina, fitoestrógenos podem elevar a PRL. Não realizar atividades extenuantes intensas antes da coleta; Exercício físico eleva PRL. Evitar o estresse venoso da punção; Pode ser utilizado um “butterfly” heparinizado. Coleta em “pool”; Hormônios hipofísários tem a característica da secreção pulsátil. Artefatos (não são previsíveis) Exames de imagem Tomografia computadorizada e RMN: permitem visualização de praticamente todos os macroprolactinomas (diâmetro > 10 mm) e de quase todos os microprolactinomas (diâmetro < 10 mm). Exames de Imagem Microprolactinoma Prolactinoma Quem deve ser tratado? Tratamento da hiperprolactinemia Bromocriptina (Parlodel ®) Atua sobre receptores D2 da dopamina, inibindo síntese e secreção de PRL; normaliza PRL em 80-90% dos casos; redução do tumor; microadenomas : 90% dos casos macroadenomas : 55-70% dos casos efeitos colaterais: 40-70% (náuseas, cefaléia, tontura, fadiga) intolerância : 10-15% tumor resistente : 4-18% Dose inicial: 5,0 mg ao dia Tratamento da hiperprolactinemia Cabergolina (Dostinex ®) Vantagens: Maior tolerabilidade e maior eficácia em normalizar a PRL. Administrada 1 ou 2 vezes por semana Dose usual: 0,25 mg duas vezes por semana [microPRLnoma] podendo chegar a 3,5 mg por semana [macroPRLnoma]. Tratamento da hiperprolactinemia Cirurgia ou radioterapia Triagem para detecção de hiperprolactinemia Na rotina de alguns laboratórios, submete-se todo soro no qual se detecta valores de prolactina >29 ηg/mL ao tratamento com solução aquosa de PEG a 25%. A confirmação, nos casos duvidosos ou de interesse especial, é feita com cromatografia em coluna de gel filtração, com resinas como Sephacril S-200 ou Superdex 200, sendo as amostras recolhidas, analisadas quanto ao seu conteúdo de PRL. Cabe salientar que o predomínio de formas de alto peso molecular não implica, necessariamente, em níveis normais de formas monoméricas, ou seja, o paciente pode ter hiperprolactinemia devido tanto ao aumento da macroprolactina como da prolactina monomérica. 08/06/2018 89 Hipotálamo e hipófise PRL Interferência química in vivo: antihistaminicos, fenotiazinas, sulpiride, arginina, cerveja, estrógenos, inibidores da MAO, contraceptivos orais, TRH, antidepressivos tricíclicos, verapamil. Clonidina, dopamina, bromocriptina, levodopa. 08/06/2018 90 Hipotálamo e hipófise PRL Informação diagnóstica: Tumores secretores de PRL, menorréia e galactorréia, vários tipos de doenças hipotalâmico-hipofisárias, hipotireoidismo primário, ovário policístico, insuficiência renal, insuficiência adrenal, anorexia nervosa. Apoplexia hipofisária (síndrome de Sheehan). 08/06/2018 91 Hipotálamo e hipófise PRL Observações: Elevações fisiológicas são observadas no feto e recém-nascidos, em adultos durante o sono (picos antes de acordar), stress e exercícios, e nas mulheres durante a gravidez, após o coito. É marcador útil no segmento da hipofisectomia. 08/06/2018 92 Hipotálamo e hipófise TSH Método de medição ELISA, RIA, QUIA Amostra Soro. Pode ser estocada por 7 dias quando refrigerado (2-8°C) e por períodos mais longos a -20°C. 08/06/2018 93 Hipotálamo e hipófise TSH Valores de referência: “National Academy of Clinical Biochemistry” 0,40 e 4,00 mUI/L. Entretanto, o mesmo sugere que os limites superiores poderão, futuramente, serem reduzidos para 2,50 mUI/L devido a observação de que 95% dos indivíduos eutiroidianos apresentam valores de TSH abaixo deste nível. Em tratamentos clínicos, utiliza-se valores de TSH entre 0,50 e 2,00 mUI/L como parâmetros para ajuste de dose na reposição de hormônio tireoidiano. 08/06/2018 94 Hipotálamo e hipófise TSH Interferência química in vivo: amiodarona, clomifeno, haloperidol, lítio, metoclopramida, propiltiouracil, TRH. carbamazepina, corticosteróides, bromocriptina, dopamina, heparina IV, levodopa, triiodotironina. 08/06/2018 95 Hipotálamo e hipófise TSH Informação diagnóstica: hipotireoidismo primário, tireoidite de Hashimoto com hipotireoidismo clínico, secreção ectópica de TSH, tireoidite subaguda, resistência ao hormônio da tireóide. hipertireoidismo primário, hipotireoidismo secundário, hipotireoidismo terciário, hipertireoidismo subclínico, síndrome do eutireoidiano doente. 08/06/2018 96 Hipotálamo e hipófise TSH Observações: O TSH tem um ritmo diurno com pico entre as 02:00-04:00h. Níveis moderadamente elevados podem ser encontrados em pacientes eutireoidianos durante o tratamento do hipertireoidismo. Os níveis pré-parto (25-160mU/mL), diminuindo após o parto e atingindo valores de adultos nas primeiras semanas de vida. 08/06/2018 97 Hipotálamo e hipófise LH/FSH Método de medição ELISA, RIA, QUIA Amostra Soro. Pode ser estocada por 8 dias a temperatura ambiente ou 14 dias quando refrigerado (2-8°C) e por períodos mais longos a -20°C. 08/06/2018 98 Hipotálamo e hipófise LH/FSH Valores de referência (LH): Valore de referência (FSH): 08/06/2018 99 Hipotálamo e hipófise LH/FSH Interferência química in vivo: anticonvulsivantes, clomifeno, naloxona, espironolactona. digoxina, megestrol, contraceptivos orais, fenotiazinas, progesterona. 08/06/2018 100 Hipotálamo e hipófise LH/FSH Informação diagnóstica: disfunção gonadal primária, síndrome do ovário policístico, pós-menopausa, adenoma hipofisário (raro). anorexia nervosa, deficiência isolada do LH, stres severo, má nutrição, puberdade tardia. 08/06/2018 101 Hipotálamo e hipófise LH/FSH Observações: Variações fisiológicas na secreção de gonadotrofinas incluem secreções episódicas, variação diurna, e secreção cíclica. Os níveis são mais elevados durante o sono. Flutuações episódicas do LH são maiores do que do FSH. Amostras em pool fornecem informações mais úteis do que as amostras isoladas. 08/06/2018 102 Hormônios atípicos Não são secretados por um sistema endócrino clássico. As substâncias envolvidas atuam como hormônios. 08/06/2018 103 Hormônios atípicos ¨Hormônio¨ Fonte principal Alvo Principal Substâncias específicas Melatonina Pineal Hipotálamo-hipófise Timosina Timo Linfócitos Renina Rins Angiotensina Eritropoetina Rins Medula óssea Fator natriurético atrial Coração Rins Grupo de substâncias Fatores de crescimento Várias Vários Prostaglandinas Várias Vários Peptídeos opiáceos Várias Vários 08/06/2018 104 Hormônios atípicos Glândula Pineal 08/06/2018 105 Hormônios atípicos Sistema neural envolvido no controle da glândula pineal Tem origem na retina projetando-se pela via retino-hipotalâmica e regiões hipotalâmicas periquiasmáticas. Conexão entre estas áreas envolvem o núcleo paraventricular hipotalâmico e neurônios pré-ganglionares do SN autônomo simpático. Estes projetam-se para os gânglios cervicais superiores, através de nervos coronários, para a glândula pineal. “Os yogues da Índia asseguram que a glândula pineal é a janela de Brahma” 08/06/2018 106 Hormônios atípicos Órgãos circunventriculares Regiões em torno dos ventrículos que recebem sinais físico-químicos Incluem: Pineal (secreção de melatonina) Órgão subfornical (receptorespara angiotensina II) Órgão vascular da lâmina terminal (termorregulação e ingestâo de líquidos – centro da “sede”) – ativado pela flutuação dos níveis de ADH e ALD Eminência mediana (passagem de hormônios provenientes do sangue) Neuro-hipófise (armazenamento de hormônios hipotalâmicos) Área postrema (área do vômito – centro do “nojo”) Órgão subcomissural – Relacionado com a secreção de ALD Plexo Coróide – Secreção de LCR 08/06/2018 107 Hormônios atípicos Pineal Sinaliza para o meio interno, pela a presença ou ausência de melatonina nos líquidos corporais, se é dia ou noite no meio externo e, através das características do seu perfil plasmático noturno, qual estação do ano. 08/06/2018 108 Hormônios atípicos Melatonina A liberação tem um ciclo nictemeral, com maior secreção ocorrendo no período do sono Possui efeito antigonadotrófico, porém o efeito maior está no desencadeamento da puberdade. Tumores pineais vem sendo associado a anormalidades no início da puberdade. Triptofano 5-hidroxitriptofano Serotonina N-Acetilserotonina Melatonina Triptofano hidroxilase Descarboxilase HAT HIMT 08/06/2018 109 Hormônios atípicos 08/06/2018 110 Hormônios atípicos Timosina Fator de crescimento na maturação linfocitária, tanto no timo quanto em locais distantes. Contribui para a regulação de feedback negativo da secreção de gonadotrofinas. 08/06/2018 111 Hormônios atípicos Renina Produzida pelas células justaglomerulares renais e é secretado na corrente sangüínea. É uma enzima proteolítica que degrada o angiotensinogênio e produz a angiotensina I. 08/06/2018 112 Hormônios atípicos Eritropoietina Também são produzidos pelos rins, estimula o desenvolvimento e a liberação dos eritrócitos pela medula óssea. Varia inversamente com o hematócrito. 08/06/2018 113 Hormônios atípicos Fator natriurético atrial Acarreta perda de sal, é produzido e liberado pelos átrios (porém não pelos ventrículos) 08/06/2018 114 Hormônios atípicos Fatores de crescimento Fatores análogos do crescimento com atividade semelhante a insulina (IGF-1 e IGFBP-1) insulin-like growth factor-1 insulin-like growth factor binding protein-1 08/06/2018 115 Hormônios atípicos Prostaglandinas Originados dos fosfolipídeos de membrana. Originadas principalmente pelas vesículas seminais. Moduladores intracelulares da ação hormonal. 08/06/2018 116 Hormônios atípicos Opiáceos endógenos Encefalinas e endorfinas Distribuem-se amplamente pelo SN e são considerados neurotransmissores e neuromoduladores envolvidos em vários processos do alívio da dor. 08/06/2018 117 Fatores que interferem na medida dos hormônios Preparo do paciente Stress, jejum Medicações in vivo x in vitro Atividade física e postura GH, cortisol, renina 08/06/2018 118 Fatores que interferem na medida dos hormônios Efeito do tempo Ritmos circadianos Tempo após a coleta Idade Sexo Gestação Globulinas ligadoras de hormônios Amostras ACTH x vidro 08/06/2018 119 Anamnese As manifestações de doença endócrina necessitam de uma adequada anamnese e exame físico. Estas informações nem sempre são acompanhadas pelo paciente até o laboratório Portanto é adequado que durante a coleta de material para análise seja feita uma anamnese padrão para dosagens hormonais. 08/06/2018 120 Estudos laboratoriais Medidas dos níveis hormonais Basais. Após estímulo. Após supressão. Dosagens dos hormônios livres. Dosagens urinárias. Medidas indiretas do estado hormonal. Glicose, cálcio, sódio, potássio, fosfato Estudo por imagens. Procedimento de biópsia.
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