Buscar

DP princípios aula 4 2019 1

Prévia do material em texto

*
*
 DIREITO PENAL
Prof. MSc. Hélio Siqueira Campos
*
*
 DIREITO PENAL
 
 MÓDULO 2
Princípios Jurídicos 
*
*
 DIREITO PENAL
 princípios jurídicos 
É de se observar que o Direito Penal, assim como todo e qualquer ramo do Direito, deve ser entendido a partir dos seus princípios. 
Além de facilitar o raciocínio do operador, inegavelmente estes permitem realizar aquela que talvez seja a grande missão do Direito Penal. 
Isto porque, nunca é demais repetir, permitem poder diferenciar Direito Penal, enquanto disciplina, e o poder de punir. 
*
*
 DIREITO PENAL 
 princípios jurídicos 
O exercício de poder punitivo nas mãos do Estado ocorre por edição de uma série de normas de natureza criminal. 
Ao editar tais normas, o legislador, a princípio, encontraria-se livre de quaisquer amarras, podendo arbitrariamente determinar as incriminações que bem desejasse. 
*
*
 DIREITO PENAL 
 princípios jurídicos 
Os princípios fundamentais do Direito Penal vêm socorrer não só o operador do Direito (juiz, promotor, advogado, professor, estudante etc...), mas também o próprio legislador, ao instituir parâmetros a serem seguidos desde a elaboração da norma penal até sua execução. 
Assim, não é de se espantar a denominação que costuma-se conferir a tais princípios não só como princípios fundamentais do Direito Penal, mas também como princípios limitadores do Poder Punitivo. 
*
*
 DIREITO PENAL
 princípios jurídicos 
Há de se destacar, que majoritariamente costuma-se conferir a estes um conteúdo meramente programático, a exceção daqueles que contém base normativa. 
Mesmo assim, observa-se a sua importância como vetor interpretativo na solução dos conflitos de natureza penal. 
*
*
 DIREITO PENAL 
 princípios jurídicos 
“os princípios jurídicos como princípios constitucionais têm a mais alta normatividade do sistema jurídico”.
 Ruy Samuel Espíndola (2003, p.82)
*
*
 DIREITO PENAL 
 princípios jurídicos 
Contudo, o Direito Penal não resta isolado em sua torre de marfim do ordenamento jurídico. 
A sua autonomia não é afetada pela interdependência que este mantém com um sem número de disciplinas jurídicas que não só auxiliam a sua concretização, mas também permitem uma melhor compreensão do fenômeno criminal. 
*
*
 DIREITO PENAL 
 princípios jurídicos
Então, acerca dos princípios temos os chamados princípios basilares, originários dos arts. 1º ao 4º da Carta Magna, em que derivam a dignidade da pessoa humana (art. 1º, III, CF ) e o devido processo legal (art. 5º, LIV, CF).
*
*
 DIREITO PENAL 
 princípios jurídicos
São classificados em :
PRINCÍPIOS CONSTITUCIONAIS PENAIS EXPLÍCITOS e 
PRINCÍPIOS CONSTITUCIONAIS PENAIS IMPLÍCITOS
*
*
 DIREITO PENAL 
 princípios jurídicos
Os PCP Explícitos são classificados em concernentes à aplicação da lei penal (legalidade, anterioridade - art. 1º do CPB e retroatividade da lei mais benigna – art. 2º do CPB)
*
*
 DIREITO PENAL 
 princípios jurídicos
E concernentes à aplicação da pena: 
personalidade ou responsabilidade penal - art. 5º, XLV, CF/88;
Individualização da pena - art. 5º, XVLI, 1 parte, CF/88 e
Humanidade – art. 5º, XLVII, CF/88.
*
*
 DIREITO PENAL 
 princípios jurídicos
Os PCP Implícitos são os concernentes à teoria do crime
P. ex, Intervenção mínima, fragmentariedade, culpabilidade, taxatividade, proporcionalidade e vedação de dupla punição – bis in idem
*
*
 DIREITO PENAL
 Princípios
 Princípio da Legalidade: para que uma conduta seja considerada como crime, a lei tem que prever, o mesmo ocorrendo em relação à pena.
 	Art. 1º do CP: não há crime sem lei anterior que o defina; não há pena sem prévia cominação legal.
*
*
 DIREITO PENAL 
 Princípio da legalidade
Princípio básico do direito penal tb visualizado no Inciso XXXIX, art. 5º da CF/88 (redação similar ao art. 1º do CP);
Tb. Denominado Princípio da Reserva Legal ou estrita legalidade;
Deduz-se, então, que princípio da legalidade e Estado de Direito seriam dois conceitos intimamente relacionados.
*
*
 DIREITO PENAL 
 Princípio da legalidade
Art. 5º Todos são iguais perante a lei, ....
XXXIX - não há crime sem lei anterior que o defina, nem pena sem prévia cominação legal;
*
*
 DIREITO PENAL
 Princípio da legalidade 
Neste real Estado de Direito, sua criação foi idealizada para retirar o poder absoluto do soberano, exigindo-se a subordinação de todos perante a lei;
Elaboração de normas incriminadoras – competência estatal – exclusividade da lei.
*
*
 DIREITO PENAL 
 Princípio da legalidade 
“O princípio da legalidade nasceu no anseio de estabelecer na sociedade humana regras permanentes e válidas, que fossem obras da razão, e pudessem abrigar os indivíduos de uma conduta arbitrária e imprevisível da parte dos governantes…
*
*
 DIREITO PENAL 
 Princípio da legalidade
…Tinha-se em vista de alcançar um estado geral de confiança e certeza na ação de titulares do poder, evitando-se assim a dúvida, a intranquilidade, a desconfiança e a suspeição, tão usuais onde o poder é absoluto, onde o governo se acha dotado de uma vontade pessoal soberana ou se reputa legibus solutus e onde, enfim, as regras de convivência não foram previamente elaboradas nem reconhecidas.”
 Paulo Bonavides – Ciência Política, 2011
*
*
 DIREITO PENAL
 Princípio da legalidade
Países com constituições rígidas;
Modificações através de Emendas;
São os verdadeiros legitimadores do Estado Constitucional de Direito;
CF – Fonte de validade de todas as normas, sem contrariedade da legislação que lhe é inferior;
Defesa da hierarquia constitucional – controle de constitucionalidade das leis.
*
*
 DIREITO PENAL 
 Princípio da legalidade 
“A supremacia das normas constitucionais no ordenamento jurídico e a presunção de constitucionalidade das leis e atos normativos editados pelo poder público competente exigem que, na função hermenêutica de interpretação do ordenamento jurídico, seja sempre concedida preferência ao sentido da norma que seja adequado à Constituição Federal… 
*
*
 DIREITO PENAL 
 Princípio da legalidade 
…Assim sendo, no caso de normas com várias significações possíveis, deverá ser encontrada a significação que apresente conformidade com as normas constitucionais, evitando sua declaração de inconstitucionalidade e consequente retirada do ordenamento jurídico.”
 Alexandre de Moraes, D. Constitucional, 2011.
*
*
 DIREITO PENAL 
 Princípio da legalidade 
Origem de tal princípio basilar – Magna Carta Inglesa – 1215;
Art. 7º da Declaração dos Direitos dos Homens e do Cidadão – 1789;
1801 – Anselm Von Feuerbach – Tratado de Direito Penal;
Em todos os códigos nacionais – desde 1830 até a última reforma do atual – 1984.
*
*
 DIREITO PENAL 
 Princípio da legalidade 
Inadmissibilidade de expressões vagas, equívocas ou ambíguas;
Ausência de proteção do cidadão da arbitrariedade – interpretação por conta do Magistrado.
*
*
 DIREITO PENAL 
 Princípio da legalidade
 Utilização de cláusulas gerais valorativas – melhor adequação da norma de proibição ao comportamento;
 sugestão do equilíbrio – evitar extremos – violação do principio.
*
*
 DIREITO PENAL 
 Princípio da legalidade
Funções fundamentais:
“nullum crimen nulla poena sine lege praevia”;
 “nullum crimennulla poena sine lege scripta”;
“nullum crimen nulla poena sine lege stricta” e
“nullum crimen nulla poena sine lege certa”.
*
*
 DIREITO PENAL 
 Princípio da legalidade 
Legalidade Formal e Legalidade Material:
No direito penal, os operadores de tal direito visam estar inseridos sob uma ótica garantista, devendo-se obrigatoriamente, discernir os critérios de legalidade formal e material, sendo ambos indispensáveis à aplicação da lei penal.
*
*
 DIREITO PENAL 
 Princípio da legalidade 
Legalidade formal: obediência aos trâmites procedimentais previstos pela Constituição para que determinado diploma legal possa vir a fazer parte do nosso ordenamento jurídico;
Em um Estado garantista deve haver, tb, legalidade de cunho material. Não só a forma, mas o conteúdo com garantias dos direitos fundamentais.
*
*
 DIREITO PENAL 
 Princípio da legalidade 
Vigência e Validade da lei:
O conceito de Vigência da lei estaria ligado a legalidade formal assim como o conceito de Validade da lei estaria para a legalidade material;
*
*
 DIREITO PENAL 
 Princípio da legalidade 
Sabe-se, por fim, que o procedimento legislativo previsto na CF/88, apto a inovar o nosso ordenamento jurídico-penal pela edição de lei ordinária, é composto pelas seguintes fases:
Iniciativa do projeto; discussão; votação; sanção ou veto; promulgação; publicação e vigência.
*
*
 DIREITO PENAL 
 Princípio da legalidade 
Medidas provisórias regulando matéria penal:
Somente lei em sentido estrito (no caso do DP, leis ordinárias) pode criar tipos penais proibindo condutas sob ameaça de pena;
Lei ordinárias: vontade do povo (deputados federais) com a vontade dos Estados (senadores) e sanção do Presidente da República – Chefe do P. Executivo.
*
*
 DIREITO PENAL 
 Princípio da legalidade 
Entende-se que MP não deve tratar de matéria penal, ofendendo o princípio da separação dos poderes;
Quando da MP em matéria penal, tal deve ser declarada inconstitucional;
Min. Cernicchiaro – MP pode cuidar de matéria penal; contudo, somente teria aplicação a partir da sua conversão em lei;
Posterior surgimento da EC 32/01 – art. 62, Par. 1º, b, CF/88.
*
*
 DIREITO PENAL 
 Princípio da legalidade 
Diferença entre Princ. da legalidade e Princ. da Reserva Legal:
Alguns autores indicam diferença entre esses dois princípios, tais como Flávio Augusto Monteiro de Barros;
Discute-se o fato de que pelo PL só se poderia utilizar os instrumentos elencados no art. 59 – CF/88. Seria uma limitação do poder da criação legislativa;
Outros autores entendem por uma limitação maior (leis penais através de LC).
*
*
 DIREITO PENAL 
 Princípio da legalidade 
	Princípio da reserva legal: segundo o qual apenas a lei pode descrever condutas criminosas. 
 
 É vedado ao legislador utilizar-se de decretos, medidas provisórias ou outras formas legislativas para incriminar condutas.
*
*
 DIREITO PENAL 
 Princípio da legalidade 
O Princípio da Legalidade constitui uma real limitação ao poder estatal de interferir na esfera das liberdades individuais; 
Tal princípio possui dois pesos e duas medidas e uma abrangência mais ampla (leis em sentido amplo).
*
*
 DIREITO PENAL 
 Princípio da legalidade 
A Reserva Legal permite aos particulares a liberdade de agir e todas as limitações, positivas ou negativas, deverão estar expressas em leis. Incide-se apenas sobre campos materiais específicos (leis em sentido estrito); 
Por isso, aos agentes públicos, o mesmo princípio se torna adverso. 
*
*
 DIREITO PENAL 
 Princípio da legalidade 
A liberdade de agir encontra sua fonte legítima e exclusiva nas leis e, se não houver leis proibindo campo de movimentação, não há liberdade de agir; 
O Estado, na ausência das previsões legais para seus atos, fica obrigatoriamente paralisado e impossibilitado de agir. 
*
*
 DIREITO PENAL 
 Princípio da legalidade 
A lei para o particular significa "pode fazer assim" enquanto para o poder público significa "deve fazer assim". Vide princípio da legalidade estrita.
*
*
 DIREITO PENAL 
 Princípio da legalidade 
Consoante orientação de José Afonso da Silva, a despeito do que afirma parcela minoritária da doutrina, a melhor técnica difere o princípio da legalidade do princípio da reserva legal, uma vez que o primeiro significa a submissão e o respeito à lei, ou a atuação dentro da esfera estabelecida pelo legislador. O segundo consiste em estatuir que a regulamentação de determinadas matérias há de fazer-se necessariamente por lei (SILVA, José Afonso da. Curso de direito constitucional positivo. 22. ed. São Paulo: Malheiros, 2000. p. 421.). 
*
*
 DIREITO PENAL
 Princípio da dignidade da p. humana
Princípio da dignidade da pessoa humana:	
A dignidade da pessoa humana, como dado inerente ao homem enquanto ser, é elevada à condição de princípio constitucional insculpido no artigo 1º, III, da Constituição Federal. (CF/88);
	
*
*
 DIREITO PENAL 
 Princípio da dignidade da p. humana 
Nesse princípio reside o limite mínimo a que está subordinada toda e qualquer legislação. 
Antecede, portanto, o juízo axiológico do legislador e vincula de forma absoluta sua atividade normativa, mormente no campo penal. 
Daí por que toda lei que viole a dignidade da pessoa humana deve ser reputada inconstitucional.
*
*
 DIREITO PENAL 
 Princípio da humanidade
Princípio da humanidade:
Deriva diretamente do PDH.
Vedação de penas cruéis. A pena já constitui sofrimento ao apenado, por isso deve-se aplicar limites. O Estado dá esse limite. Impor sofrimento atroz e desmedido provoca desequilíbrio e parcialidade. Deve-se evitar retrocesso das penas (caráter perpétuo, pena capital, banimento, trabalhos forçados).
*
*
 DIREITO PENAL
 Princípios
Princípio da pessoalidade da pena	
 Só o autor da infração penal pode ser apenado. Impede-se a punição por fato alheio;
 Art. 5, XLV – CF/88
Princípio da individualização da pena	
 O julgador deve fixar a pena conforme a cominação legal e determinar a forma de sua execução.
 Art. 5, XLVI – CF/88
*
*
 DIREITO PENAL
 Princípio da limitação das penas
Princípio da limitação das penas
O valor da vida humana impõe limitação fundamental em relação à qualidade e a quantidade da pena;
Art. 5, XLVII – CF/88.
*
*
 DIREITO PENAL
 Princípio da limitação das penas
Art. 5º Todos são iguais perante a lei, ....
 LXVII - não haverá prisão civil por dívida, salvo a do responsável pelo inadimplemento voluntário e inescusável de obrigação alimentícia e a do depositário infiel;
*
*
 DIREITO PENAL
 Princípio da proporcionalidade das penas
Princípio da proporcionalidade da pena: 	
 
 Com relação à proporcionalidade entre os delitos e as penas (poena debet commensurari delicto), deve existir sempre uma medida de justo equilíbrio; 
*
*
 DIREITO PENAL
 Princípio da proporcionalidade das penas
 Essa medida do justo equilíbrio deve ser observada entre a parte abstrata (legislador) e a parte concreta (juiz);
 Deve-se observar entre a gravidade do fato ilícito praticado, do injusto penal (desvalor da ação e desvalor do resultado), e a pena cominada ou imposta. 
*
*
 DIREITO PENAL
 Princípio da proporcionalidade das penas
 Assim, a pena deve estar proporcionada ou adequada à intensidade ou magnitude da lesão ao bem jurídico representado pelo delito e a medida de segurança à periculosidade criminaldo agente. 
 
 A noção de proporcionalidade vem a ser uma exigência de justiça e não somente de prevenção (geral/especial).
*
*
 DIREITO PENAL 
 Princípio da culpabilidade
Princípio da culpabilidade:	
Postulado basilar de que não há pena sem culpabilidade (nulla)poena sine culpa) e de que a pena não pode ultrapassar a medida da culpabilidade – proporcionalidade na culpabilidade.
Arts. 59 e 68 – CPB.	
*
*
 DIREITO PENAL 
 Princípio da culpabilidade
Fixação da pena
Art. 59 - O juiz, atendendo à culpabilidade, aos antecedentes, à conduta social, à personalidade do agente, aos motivos, às circunstâncias e conseqüências do crime, bem como ao comportamento da vítima, estabelecerá, conforme seja necessário e suficiente para reprovação e prevenção do crime: (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
I - as penas aplicáveis dentre as cominadas;(Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
II - a quantidade de pena aplicável, dentro dos limites previstos;(Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
III - o regime inicial de cumprimento da pena privativa de liberdade;(Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
IV - a substituição da pena privativa da liberdade aplicada, por outra espécie de pena, se cabível. (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
*
*
 DIREITO PENAL 
 Princípio da culpabilidade
Cálculo da pena
Art. 68 - A pena-base será fixada atendendo-se ao critério do art. 59 deste Código; em seguida serão consideradas as circunstâncias atenuantes e agravantes; por último, as causas de diminuição e de aumento. (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
Parágrafo único - No concurso de causas de aumento ou de diminuição previstas na parte especial, pode o juiz limitar-se a um só aumento ou a uma só diminuição, prevalecendo, todavia, a causa que mais aumente ou diminua.(Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
*
*
 DIREITO PENAL 
 Princípio da Proteção bens jurídicos
Principio da exclusiva proteção de bens jurídicos	:
O	escopo imediato e primordial do Direito penal reside na proteção de bens jurídicos – essenciais ao indivíduo e à comunidade- dentro do quadro axiológico constitucional ou decorrente da concepção de Estado de Direito democrático.	
*
*
 DIREITO PENAL
 Princípio da Intervenção Mínima
Princípio da intervenção mínima:
A intervenção penal deve ser fragmentária e subsidiária. Seria a caracterização do Direito Penal mínimo em detrimento ao conceito do Direito Penal máximo;
	
*
*
 DIREITO PENAL
 Princípio da Intervenção Mínima
Direito penal máximo seria aquele que consiste em abuso, criado para aplacar a ira da população, para atender finalidades ilegítimas;
Levou ao que se visualizou no direito penal nazista (Escola de Kiel), a criação do direito penal do autor. A punição vai pelo que a pessoa é, e não pelo que fez de errado (Luiz Flávio Gomes, 2012).
*
*
 DIREITO PENAL
 Princípio da Intervenção Mínima
Mas, existe o princípio da materialização do fato (nulla crimem si ne lege actio);
Ninguém pode ser punido pelo que pensa – mera cogitação – ou pelo modo de vida que leva;
Só reponde penalmente quem realiza um fato (Direito penal do fato).
*
*
 DIREITO PENAL
 Princípio da Intervenção Mínima
O princípio da intervenção mínima orienta e limita o poder incriminador do Estado, preconizando que a criminalização de uma conduta só se legitima se constituir meio necessário para proteção de determinado bem jurídico, assim como determina que o Direito Penal somente deve intervir nas condutas quando estritamente necessário, mantendo-se subsidiário e fragmentário. 
*
*
 DIREITO PENAL
 Princípio da Intervenção Mínima
Os dois aspectos tanto podem ter aplicação político-criminal (no momento da criminalização legislativa, em abstrato) como concretamente (dogmaticamente).
O princípio da subsidiariedade do Direito penal indica que este ramo é a ultima ratio do Direito. Se o conflito pode ser resolvido por outro ramo do direito, não se deve usar o direito penal..
*
*
 DIREITO PENAL
 Princípio da Intervenção Mínima
Pela fragmentariedade do princípio, o Direito Penal só intervém no caso concreto quando houver relevante lesão ou perigo de lesão ao bem jurídico tutelado.
Assim, segundo o princípio da fragmentariedade, só devem os bens jurídicos ser defendidos penalmente diante de certas formas de agressão, consideradas socialmente intoleráveis.	
*
*
 DIREITO PENAL
 Princípio da Intervenção Mínima
 Fragmentariedade: 
O direito penal só deve se ocupar com ofensas realmente graves aos bens jurídicos protegidos. Tem-se, aqui, como variante, a intervenção mínima, que nasce o princípio da insignificância desenvolvido por Claus Roxin. 
Entende-se que devem ser tidas como atípicas as ofensas mínimas ao bem jurídico. Não há tipicidade material. Há, apenas, tipicidade formal. 
*
*
 DIREITO PENAL
 Princípio da Intervenção Mínima
Se a conduta for insignificante, a exemplo de quem furta um clipe de metal, deve ser tida como atípica, inexistindo tipicidade material. A doutrina majoritária inclina-se no sentido de que o referido princípio (insignificância) é causa de exclusão de tipicidade material. 
*
*
 DIREITO PENAL
 Princípio da Intervenção Mínima
Jurisprudência 
O STF entendeu, no julgamento do HC n. 95570, julgado no dia 01.06.10 – Relator Dias Toffoli, que o sacoleiro deveria ser absolvido. Foi condenado pelo Superior Tribunal de Justiça (STJ) pelo crime de descaminho, R. T., um “sacoleiro” que comercializa mercadorias do Paraguai, conseguiu, no Supremo Tribunal Federal (STF), reverter a decisão e ser absolvido de seu crime, uma vez que os tributos devidos à Receita Federal estariam abaixo de R$ 10 mil, valor fixado pelo artigo 20 da Lei 10.522/2004 para que se aplique o chamado princípio da insignificância. 
Já a Sétima Turma do Tribunal Regional Federal da 4 ª Região, no julgamento da Apelação Criminal n.0001729-14-2007.404.7002/PR, no dia 17 de janeiro de 2012, decidiu por negar provimento ao Apelo do Ministério Público Federal. 
O caso é o seguinte: o acusado LRS foi denunciado como incurso nas sanções do art. 334, § 1.º, d, do Código Penal, por ter sido flagrado, em 08.03.2005, na posse de grande quantidade de mercadorias estrangeiras, internalizadas em solo pátrio, sem o pagamento de tributos no valor de R$ 3.496,52 (três mil, quatrocentos e noventa e seis reais e cinquenta e dois centavos). A denúncia foi recebida e o agente processado. Ao final o juiz julgou improcedente a acusação, absolvendo o acusado. O MPF recorreu e o TRF/4 manteve a absolvição, sustentando que o total de tributos era inferior ao patamar de R$ 10.000,00 (dez mil reais), previsto no art. 20 da Lei n. 10.522/02, mostrando-se acertado o reconhecimento da atipicidade da conduta no âmbito penal.
*
*
 DIREITO PENAL
 Princípio da Intervenção Mínima
Aplicando o princípio da subsidiariedade, a Sexta Turma do STJ concedeu habeas corpus ao paciente denunciado por furto de água. Trata-se do julgamento proferido no HC 197.601-RJ (julgado em 28/6/2011), relatado pela Min. Maria Thereza de Assis Moura.
O paciente foi denunciado porque se apurou suposta subtração de água em seu imóvel por ligação direta com a concessionária do serviço público. À época, embora ele não morasse no imóvel, pagou o débito, mas ainda assim a Justiça recebeu a ação movida pelo Ministério Público.
*
*
 DIREITO PENAL
 Princípio da Intervenção Mínima
Para o Tribunal da Cidadania, no entanto, aplica-se ao caso o princípio da subsidiariedade do Direito penal. Paraa Min. Relatora “tendo-se apurado, em verdade, apenas um ilícito de colorido meramente contratual, relativamente à distribuição da água, com o equacionamento da quaestio no plano civil, não se justifica a persecução penal”.
*
*
 DIREITO PENAL
 Princípio da Intervenção Mínima
Princípio da intervenção mínima:	
Segundo a intervenção mínima, a lei penal só deverá intervir quando for absolutamente necessário para a sobrevivência da comunidade, como na ultimata ratio e, de preferência, só deverá fazê-lo na medida em que for capaz de ter eficácia.
Lei 11.106/2005. ( Altera os arts. 148,§1º,I, 215, 216, 226, 227, 231 e acrescenta o art. 231-A ao Decreto-Lei no 2.848, de 7 de dezembro de 1940 – Código Penal e dá outras providências.)
*
*
 DIREITO PENAL
 Princípio da Intervenção Mínima
Art. 148 - Privar alguém de sua liberdade, mediante seqüestro ou cárcere privado: (Vide Lei nº 10.446, de 2002)
Pena - reclusão, de um a três anos.
§ 1º - A pena é de reclusão, de dois a cinco anos:
I - se a vítima é ascendente, descendente ou cônjuge do agente;
I - se a vítima é ascendente, descendente, cônjuge do agente ou maior de 60 (sessenta) anos. (Redação dada pela Lei nº 10.741, de 2003)
I - se a vítima é ascendente, descendente, cônjuge ou companheiro do agente ou maior de 60 (sessenta) anos; (Redação dada pela Lei nº 11.106, de 2005)
*
*
 DIREITO PENAL
 Princípio da Intervenção Mínima
Tráfico interno de pessoa para fim de exploração sexual  (Redação dada pela Lei nº 12.015, de 2009)
Art. 231-A.  Promover ou facilitar o deslocamento de alguém dentro do território nacional para o exercício da prostituição ou outra forma de exploração sexual: (Redação dada pela Lei nº 12.015, de 2009)
Pena - reclusão, de 2 (dois) a 6 (seis) anos. (Redação dada pela Lei nº 12.015, de 2009)
§ 1o  Incorre na mesma pena aquele que agenciar, aliciar, vender ou comprar a pessoa traficada, assim como, tendo conhecimento dessa condição, transportá-la, transferi-la ou alojá-la. (Incluído pela Lei nº 12.015, de 2009)
§ 2o  A pena é aumentada da metade se: (Incluído pela Lei nº 12.015, de 2009)
I - a vítima é menor de 18 (dezoito) anos; (Incluído pela Lei nº 12.015, de 2009)
II - a vítima, por enfermidade ou deficiência mental, não tem o necessário discernimento para a prática do ato; (Incluído pela Lei nº 12.015, de 2009)
III - se o agente é ascendente, padrasto, madrasta, irmão, enteado, cônjuge, companheiro, tutor ou curador, preceptor ou empregador da vítima, ou se assumiu, por lei ou outra forma, obrigação de cuidado, proteção ou vigilância; ou (Incluído pela Lei nº 12.015, de 2009)
IV - há emprego de violência, grave ameaça ou fraude. (Incluído pela Lei nº 12.015, de 2009)
§ 3o  Se o crime é cometido com o fim de obter vantagem econômica, aplica-se também multa.(Incluído pela Lei nº 12.015, de 2009)
*
*
 
 DIREITO PENAL
 Princípio da Intervenção Mínima
O Direito Penal, considerada a intervenção mínima do Estado, não deve ser acionado para reprimir condutas que não causem lesões significativas aos bens juridicamente tutelados. 
Neste sentido, STF/HC 96376 / PR Julgamento em 31/08/2010: 
EMENTA: Habeas Corpus. Descaminho. Imposto não pago na importação de mercadorias. Irrelevância administrativa da conduta. Parâmetro: art. 20 da Lei nº 10.522/02. Incidência do princípio da insignificância. Atipicidade da conduta. Ordem concedida. A importação de mercadoria, iludindo o pagamento do imposto em valor inferior ao definido no art. 20 da Lei nº 10.522/02, consubstancia conduta atípica, dada a incidência do princípio da insignificância. O montante de impostos supostamente devido pelo paciente (R$ 189,06) é inferior ao mínimo legalmente estabelecido para a execução fiscal, não constando da denúncia a referência a outros débitos congêneres em seu desfavor. Ausência, na hipótese, de justa causa para a ação penal, pois uma conduta administrativamente irrelevante não pode ter relevância criminal . Princípios da subsidiariedade, da fragmentariedade, da necessidade e da intervenção mínima que regem o Direito Penal. Inexistência de lesão ao bem jurídico penalmente tutelado. Precedentes. Ordem concedida para o trancamento da ação penal de origem. (Destacamos). 
*
*
 DIREITO PENAL
 Princípio da adequação social
Princípio da adequação social:	
Para o princípio da adequação social, apesar de uma conduta se subsumir ao modelo legal, não será considerada típica se estiver de acordo com a ordem social da vida historicamente condicionada.	
*
*
 DIREITO PENAL
 Princípio da adequação social
EXs: 
Brincos em crianças pequenas;
Realizações de cirurgias estéticas;
Tatuagens;
*
*
 DIREITO PENAL 
 Princípio da alteridade
Princípio da alteridade ou transcendentalidade:
Claus Roxin;
Entende-se que a autoagressão não é crime, salvo quando houver intenção de prejudicar terceiros (fraude – seguros art. 171, §2º,V -CPB);
Ex: art. 28 da Lei nº 11.343/06.
*
*
 DIREITO PENAL 
 Princípio da taxatividade
Princípio da taxatividade:
Corolário natural e indispensável do princípio da legalidade, configurando regra implícita. Ou seja, em nada adianta tentar estabelecer um regra delituosa em lei se a descrição deste delito não for clara, precisa. Caso seja ampla demais, rasa quanto ao entendimento, confusa ou vaga, tal descrição estaria esvaziando o PL.
*
*
 DIREITO PENAL 
 Princípio da vedação da dupla punição
Princípio da vedação da dupla punição:
Decorrência natural do PL. A cada fato criminoso, sua pena.
Portanto, punir duas ou mais vezes é desproporcional. Não se trata apenas de vedar dupla punição pelo mesmo crime (bis in idem), mas de preservar a consideração
*
*
 DIREITO PENAL 
 princípio da vedação da dupla punição 
Ou seja, que se proíba o agravamento da punição, quando alicerçado na mesma base fática.
Ex: crime contra menor – art. 121, par. 4º, in fine CP e art. 61, II, h, do CP.
double jeopardy
*
*
 DIREITO PENAL 
 princípio da vedação da dupla punição
Destarte, o que vai definir o fenômeno do ne bis in idem é a unidade de sujeitos, fatos e fundamentos, entendidos da forma a seguir:
*
*
 DIREITO PENAL 
 princípio da vedação da dupla punição
“o sujeito puniente é o mesmo? O fato, naturalístico, objeto da lide, é o mesmo? O fundamento jurídico, a categoria jurídica em que se enquadra o fato, é a mesma? Se positiva a resposta, tem-se bis in idem, e sua conseqüente proibição” (GUEDES, 2006, p. 2-3).
*
*
 DIREITO PENAL 
 princípio da vedação da dupla punição
“Ementa: Habeas Corpus. Processual penal. Persecução penal na Justiça Militar por fato julgado no juizado especial de pequenas causas, com trânsito em julgado: impossibilidade: constrangimento ilegal caracterizado. Adoção do princípio do ne bis in idem. Habeas Corpus concedido. 1. Configura constrangimento ilegal a continuidade da persecução penal militar por fato já julgado pelo Juizado Especial de Pequenas Causas, com decisão penal definitiva. 2. A decisão que declarou extinta a punibilidade em favor do Paciente, ainda que prolatada com suposto vício de incompetência de juízo, é susceptível de trânsito em julgado e produz efeitos. A adoção do princípio do ne bis in idem pelo ordenamento jurídico penal complementa os direitos e as garantias individuais previstos pela Constituição da República, cuja interpretação sistemática leva à conclusão de que o direito à liberdade, com apoio em coisa julgada material, prevalece sobre o dever estatal de acusar. Precedentes. 3. Habeas Corpus concedido” (STF, HC 86.606/MS, 2007, p. 00086).
*
*
 DIREITO PENAL 
 princípio da vedação da dupla punição
“Ementa: Constitucional. Penal. Extradição: Grécia. Tráfico de entorpecentes. Extraditando condenado num terceiro Estadopelo mesmo delito: aplicabilidade do disposto no artigo 77, inciso V, da Lei nº 6.815, de 1980. I - extradição requerida pelo governo da Grécia, com base no artigo 8º, do Código Penal grego, que dispõe que os crimes cometidos no exterior, pelos seus nacionais, são sempre punidos pelas leis gregas, independentemente das leis do lugar onde foi praticado o ato. Acontece que, pelo mesmo delito, cuja prática iniciou-se no Brasil, foi o extraditando julgado pela Justiça italiana, tendo cumprido a pena de prisão a que foi condenado. II - A lei brasileira não admite seja o indivíduo processado criminalmente por delito pelo qual foi condenado, consagrando a regra, que vem do direito romano, do non bis in idem: não se pune duas vezes a um acusado pelo mesmo crime. III - Caso em que a extradição deve ser indeferida, porque ocorrente situação configuradora de double jeopardy, vale dizer, de duplo risco de condenação, no Estado requerente, pelo mesmo fato pelo qual foi condenado pela Justiça italiana: Extradição nº 688/Itália, Relator Ministro Celso de Mello. Aplicabilidade, por analogia, do disposto no artigo 77, inciso V, da Lei nº 6.815, de 1980. IV. - Extradição indeferida” (STF, Extradição nº 871/GR, 2004, p. 00037).
*
*
 DIREITO PENAL 
 Princípio da Insignificância
Princípio da insignificância:
tb,. Denominado princípio da bagatela;	
O princípio da insignificância postula que devem ser tidas como atípicas as ações ou omissões que afetem infimamente um bem jurídico-penal.
*
*
 DIREITO PENAL 
 Princípio da Insignificância
A jurisprudência de nossos Tribunais Superiores tem fixado certos requisitos para que o aplicador do direito possa reconhecer a insignificância de determinada conduta. São eles: 
a) mínima ofensividade da conduta; 
b) a ausência de periculosidade social da ação; 
c) o reduzido grau de reprovabilidade do comportamento 
d) a inexpressividade da lesão jurídica (HC 92.463 e HC 92.961 no STF e Resp 1084540 no STJ).
Tal princípio é essencialmente aplicado no caso concreto, cuja análise exige evidentemente um certo grau de bom senso do magistrado.
*
*
 DIREITO PENAL
 Princípio da Bagatela
*
*
 DIREITO PENAL
*
*
 DIREITO PENAL 
 STF 233
Formulou-se, na presente sede processual, pedido de medida liminar, que foi por mim deferido (fls. 55/60), em decisão que está assim ementada (fls. 55) :
 “PRINCÍPIO DA INSIGNIFICÂNCIA. IDENTIFICAÇÃO DOS VETORES CUJA PRESENÇA LEGITIMA O RECONHECIMENTO DESTE POSTULADO DE POLÍTICA CRIMINAL. CONSEQUENTE DESCARACTERIZAÇÃO DA TIPICIDADE PENAL, EM SEU ASPECTO MATERIAL. DELITO DE FURTO. CONDENAÇÃO IMPOSTA A JOVEM DESEMPREGADO, COM APENAS 19 ANOS DE IDADE. “RES FURTIVA” NO VALOR DE R$ 25,00 (EQUIVALENTE A 9,61% DO SALÁRIO MÍNIMO EM VIGOR). DOUTRINA. CONSIDERAÇÕES EM TORNO DA JURISPRUDÊNCIA DO STF. CUMULATIVA OCORRÊNCIA, NA ESPÉCIE, DOS REQUISITOS PERTINENTES À PLAUSABILIDADE JURÍDICA DO PEDIDO E AO PERRICULUM IN MORA. MEDIDA LIMINAR CONCEDIDA.” 
*
*
 DIREITO PENAL 
 STF 233
O Ministério Público Federal, em parecer da lavra da Ilustre Subprocuradora-Geral da República, Dra. DELZA CURVELLO ROCHA, opinou pela denegação da ordem de Habeas Corpus, por entender inaplicável, à espécie, o princípio da insignificância (fls. 81/89).
É o relatório.
Min. Celso de Mello. 
*
*
 DIREITO PENAL
HABEAS CORPUS. TRANCAMENTO DA AÇÃO PENAL. AUSÊNCIA DE JUSTA CAUSA EVIDENCIADA DE PLANO. PRINCÍPIO DA INSIGNIFICÂNCIA. APLICABILIDADE. FURTO DE PEQUENO VALOR TENTADO. BEM SUBTRAÍDO. PANELA DE PRESSÃO. 
*
*
 DIREITO PENAL
1. O pequeno valor da res furtiva não se traduz, automaticamente, na aplicação do princípio da insignificância. Há que se conjugar a importância do objeto material para a vítima, levando-se em consideração a sua condição econômica, o valor sentimental do bem, como também as circunstâncias e o resultado do crime, tudo de modo a determinar, subjetivamente, se houve relevante lesão. 
*
*
 DIREITO PENAL
2. Consoante se constata dos termos da peça acusatória, o valor da res furtiva pode ser considerado ínfimo, tendo em vista, outrossim, as condições econômicas da vítima. Além disso, o fato não lhe causou qualquer conseqüência danosa, uma vez que a Paciente foi presa em flagrante antes de consumar o delito, de posse da coisa, justificando, assim, a aplicação do Princípio da Insignificância ou da Bagatela, ante a falta de justa causa para a ação penal. Precedentes. 
*
*
 DIREITO PENAL
3. Vislumbra-se, na hipótese, verdadeira inconveniência de se movimentar o Poder Judiciário já tão assoberbado na tutela de bens jurídicos mais gravemente lesados. 
4. Ordem concedida para determinar o trancamento da ação penal por falta de justa causa. (HC 36947 / SP ; HABEAS CORPUS 2004/0101974-7 Relatora:Ministra LAURITA VAZ; Órgão Julgador: QUINTA TURMA STJ)

Continue navegando