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Normas do Direito Brasileiro - Slides de Aula - Unidade I

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Profa. Andrea Wild
UNIDADE I
Normas do 
Direito Brasileiro
 Direito: complexo de normas que conduzem nossa vida em sociedade.
 Fontes do Direito: históricas, materiais e formais.
 Fontes históricas: o Direito está em constante evolução, saber a origem dos 
institutos jurídicos é de extrema importância, a finalidade social para a qual ele foi 
criado e em qual momento histórico. 
 Fontes materiais: decorrem de ato do legislativo refletindo 
a vontade da sociedade. Fatores que interferem na 
elaboração da norma: economia, moral etc.
Teoria Geral do Direito – fontes 
 Fontes formais: podem ser diretas ou indiretas.
 Fontes formais diretas: leis, costumes e princípios gerais (produção do Direito).
 Fontes formais indiretas: doutrina e a jurisprudência (métodos de interpretação).
 Lei: mandamento jurídico escrito, emanado da autoridade estatal competente, que 
tem caráter geral e obrigatório, portanto, a todos imposta.
 Princípio da legalidade: ninguém será obrigado a fazer ou 
deixar de fazer alguma coisa senão em virtude de lei (art. 
5º, II, da CF/88).
Fontes formais – lei 
 Processo legislativo: complexo de atos que se destinam à elaboração de leis ou 
atos normativos.
Espécies normativas: 
I - Emendas à Constituição; 
II - Leis complementares; 
III - Leis ordinárias; 
IV - Leis delegadas; 
V - Medidas provisórias; 
VI - Decretos legislativos; 
VII - Resoluções.
Processo legislativo
 Etapas de aprovação: iniciativa, deliberação parlamentar, deliberação executiva e 
fase complementar.
 Iniciativa: responsáveis pela proposta do projeto de lei, incluindo os cidadãos 
(iniciativa popular).
 Deliberação parlamentar: discussão e votação em ambas as casas parlamentares.
 Deliberação executiva: o chefe do Poder Executivo 
poderá sancionar ou vetar o projeto de lei. O veto poderá 
ser de ordem jurídica ou política.
Lei Ordinária – espécie regra
Fase complementar: 
a) promulgação (reconhecimento da existência da nova lei);
b) publicação (tornar público seu conteúdo de cumprimento obrigatório).
 “Art. 3º, LINDB – Ninguém se escusa de cumprir a lei alegando que não a 
conhece.”
Lei Ordinária – espécie regra 
Podemos dizer que é fonte formal indireta do Direito:
a) A lei.
b) O costume.
c) Os princípios gerais do Direito.
d) A jurisprudência.
e) A economia.
Interatividade
 Histórico: trata-se de uma lei autônoma que dispõe sobre aplicabilidade das 
normas em geral. Seu conteúdo alcança questões de hermenêutica jurídica 
relacionadas ao Direito público e privado e ao Direito internacional privado.
 Dimensão temporal: aplicabilidade da norma no tempo. 
 Vacatio legis: salvo disposição em contrário, a lei começa a vigorar em todo país 
45 dias depois de oficialmente publicada.
 Estrangeiro: a lei brasileira quando admitida no 
estrangeiro entre em vigor 3 meses após sua publicação.
LINDB – Lei de Introdução às Normas do Direito Brasileiro
 Vigência normativa: o tempo compreendido entre a publicação e a revogação 
de uma lei.
 Cessação da vigência: a lei vigente produzirá todos os seus efeitos até que 
outra a modifique ou revogue.
 Revogação: revogar é tirar o efeito de uma norma, tirar a sua obrigatoriedade, 
ocorre quando ela perde a sua vigência. Pode se dar de maneira expressa (lei 
nova declara expressamente em seu texto que a lei anterior 
está revogada) ou tácita (o texto da nova lei é incompatível 
com o da lei anterior).
LINDB – dimensão temporal
 Espécies de revogação: dividem-se em ab-rogação e derrogação.
 Ab-rogação: supressão total da norma antiga. A nova lei substitui por completo a 
lei velha. Exemplo: Novo Código Civil em relação ao Código Civil antigo.
 Derrogação: a supressão de parte da norma anterior, ou seja, ela ainda terá 
vigência, mas alguns dispositivos perderão a sua aplicabilidade frente à nova lei. 
Exemplo: Novo Código Civil em relação ao Código Comercial (parte primeira). 
 Antinomia: contradição real ou aparente entre normas 
dentro do sistema jurídico.
LINDB – dimensão temporal
 Antinomia – critérios: hierarquia, cronológico e da especialidade.
 Hierarquia: esse critério tem por base a superioridade de uma norma em relação a 
outra. Num eventual conflito de normas, a norma superior será preferida em 
relação à norma inferior.
 Cronológico: por esse critério, em regra, lei posterior revoga lei anterior. A última 
norma prevalecerá em relação à norma anterior.
 Especialidade: a norma considerada especial prevalece 
em relação à norma geral.
LINDB – dimensão temporal
 Repristinação: ocorre quando uma lei revogada volta a vigorar por ter a lei que a 
revogou perdido sua validade.
 Previsão legal: salvo disposição em contrário, a lei revogada não se restaura por 
ter a lei revogadora perdido a vigência (art. 2º, parágrafo 3º).
 Exemplo: Lei A Lei B Lei C (temporária).
 Aplicação: quando aplicada a repristinação, a lei 
revogada será restabelecida, gerando efeitos ex nunc.
LINDB – dimensão temporal
revogada revogada
Analise as assertivas e assinale a alternativa correta:
I. Derrogação é a supressão total da norma antiga ou anterior.
II. Ab-rogação é a supressão de parte da norma anterior, ou seja, ela ainda terá 
vigência, mas alguns dispositivos perderão a sua aplicabilidade frente à nova lei.
a) I e II são falsas.
b) I é verdadeira.
c) I é falsa.
d) I e II são verdadeiras e a segunda justifica a primeira. 
e) I e II são verdadeiras e a segunda não 
justifica a primeira.
Interatividade
 Obrigatoriedade da norma: após a sua publicação e transcorrido o período de 
vacatio legis, a norma será obrigatória, sendo impossível ao indivíduo alegar 
descumprimento por sua ignorância.
 Previsão legal: ninguém se escusa de cumprir a lei, alegando que não a 
conhece (art. 3º). 
 Ignorância da lei x erro de Direito: o erro de Direito, 
quando não relacionado à recusa de aplicação da lei, 
pode ser objeto de anulação do negócio jurídico quando 
for o único ou principal motivo que lhe deu causa.
LINDB – obrigatoriedade da norma
 Inafastabilidade da jurisdição: toda vez que alguém tiver um direito violado ou 
na iminência de ser violado poderá procurar proteção de seu direito junto ao 
Poder Judiciário.
 Lacuna no Direito: quando a lei for omissa, o juiz decidirá o caso de acordo com a 
analogia, os costumes e os princípios gerais de Direito.
 Analogia: o juiz ao decidir uma questão faz uso de outra norma que prevê 
uma hipótese distinta, mas semelhante ao caso sob judice.
 Costume: é fonte jurídica secundária, é a longa 
prática reiterada de determinados atos, uniformes, 
públicos e morais.
LINDB – integração da norma
 Princípios gerais do Direito: os princípios gerais do Direito são postulados que 
norteiam o nosso ordenamento jurídico. Podem estar expressos na norma ou 
decorrerem de uma análise sistemática do ordenamento jurídico.
 Equidade: não encontrando o juiz nenhum caso análogo, não conseguindo se 
socorrer dos costumes e, por fim, de princípios gerais do Direito, poderá servir-se 
da equidade (ideal de justiça). Poder discricionário do juiz.
LINDB – integração da norma
 Direito intertemporal: conflitos gerados pela transição entre a antiga e a nova 
norma. Solução por dispositivos transitórios e pela retroatividade ou irretroatividade 
da lei nova.
 Retroatividade: é retroativa uma norma nova que atinge os efeitos de atos que 
foram praticados na égide da norma anterior.
 Irretroatividade: irretroativa é a norma nova que não alcança atos praticados na 
vigência da norma anterior.
 Previsão legal: a lei em vigor terá efeito imediato e geral, 
respeitados o ato jurídico perfeito, o direito adquirido e a 
coisajulgada (art. 6º).
LINDB – irretroatividade e retroatividade da lei
 Ato jurídico perfeito: é aquele que se realizou na vigência da lei que o contemplou, 
de acordo com os preceitos legais que o regeram.
 Direito adquirido: é aquele que já está incorporado ao patrimônio de seu titular que 
pode usufruir de seu direito consolidado em uma lei anterior, mesmo que ela já 
tenha sido revogada. Exceção: lei penal mais benéfica.
 Coisa julgada: é um efeito dos julgamentos, porque no processo implica na 
imutabilidade e na impossibilidade de se se rediscutir uma 
sentença judicial. Uma vez transitada a sentença, é como 
se ela fizesse uma lei individual. Exceção: ação rescisória.
LINDB – irretroatividade e retroatividade da lei
 O erro de Direito e a ignorância da lei podem ser alegados para anulação de 
negócio jurídico
porque
 O erro de Direito pode viciar o consentimento na realização de um negócio jurídico, 
quando for o único ou principal motivo que lhe deu causa.
Assinale a alternativa correta:
a) As duas assertivas são falsas.
b) A primeira é falsa.
c) A primeira é verdadeira. 
d) As duas são verdadeiras e a segunda justifica primeira.
e) As duas são verdadeiras e a segunda não 
justifica a primeira.
Interatividade
 Territorialidade e extraterritorialidade: aplicação da norma em seu próprio país e 
aplicação da norma além de seus limites de origem ou do Estado.
 Lex domicilii: a lei do domicílio rege o estatuto pessoal. A lei do país em que for 
domiciliada a pessoa determina as regras sobre o começo e o fim da 
personalidade, o nome, a capacidade e os direitos de família. 
 Casamento: aplica-se a lei do local da celebração do ato. Se realizado no Brasil, 
independe da nacionalidade dos nubentes. Se realizado no 
estrangeiro não poderá afrontar lei brasileira. Para 
invalidação aplica-se a lei do primeiro domicílio conjugal.
LINDB – estabilidade das relações extraterritoriais
 Regime de bens: o regime de bens, legal ou convencional, obedece à lei do país 
em que tiverem os nubentes domicílio, e, se este for diverso, a do primeiro 
domicílio conjugal.
 Filhos incapazes: salvo o caso de abandono, o domicílio conjugal estende-se aos 
filhos não emancipados.
 Qualificação dos bens: rege-se pela lei do local onde se encontrarem situados. 
Quando bens móveis em trânsito aplica-se a lei do domicílio 
do proprietário. Para aeronaves e embarcações aplica-se a 
lei do pavilhão (país de matrícula).
LINDB – estabilidade das relações extraterritoriais
 Qualificação das obrigações: para obrigações convencionais quanto à forma, 
aplica-se a lei do local de constituição da obrigação. No contrato de trabalho, 
aplicar-se-á a lei do local onde o serviço será executado ou prestado.
 Morte e sucessão: aplica-se a lei do último domicílio do falecido, pois foi onde se 
operou a extinção de sua personalidade, cujos direitos e deveres serão 
transferidos, independente de sua nacionalidade ou situação dos bens.
 Sociedade ou fundação: aplica-se a lei vigente do local 
no qual se constituiu a sociedade ou a fundação, 
portanto, aplica-se o princípio da territorialidade, local 
onde a pessoa jurídica teve sua formação.
LINDB – estabilidade das relações extraterritoriais
 Conflito de jurisdição: se não houver foro de eleição, o réu sendo domiciliado no 
Brasil ou se aqui tiver de ser cumprida a obrigação, será competente a justiça 
brasileira. Será competente a justiça brasileira quando se tratar de ações sobre 
bens imóveis situados no território brasileiro.
 Cooperação internacional: prestação recíproca de auxílios, no que concerne ao 
cumprimento de citações, notificações e decisões vindas do exterior.
 Fato estrangeiro: prova do fato ocorrido no exterior será 
admitida no Brasil se for produzida por meio conhecido 
pelo nosso Direito pátrio, caso contrário, será inaplicável.
LINDB – estabilidade das relações extraterritoriais
Decisões estrangeiras: será executada no Brasil a sentença proferida no estrangeiro, 
que reúna os seguintes requisitos:
a) haver sido proferida por juiz competente;
b) terem sido as partes citadas ou haver-se legalmente verificado à revelia;
c) ter passado em julgado e estar revestida das formalidades necessárias para a 
execução no lugar em que foi proferida;
d) estar traduzida por intérprete autorizado;
e) ter sido homologada pelo Superior Tribunal de Justiça.
LINDB – estabilidade das relações extraterritoriais
 Limites à extraterritorialidade: lei, atos e sentenças de outro país, bem como 
quaisquer declarações de vontade, não terão eficácia no Brasil, quando ofenderem 
a soberania nacional, a ordem pública e os bons costumes.
 Autoridades consulares: no exterior, em relação aos brasileiros, as autoridades 
consulares poderão realizar casamentos (nubentes brasileiros), exercer a função 
de tabelião e de oficial de registro civil. Não há a necessidade de que o brasileiro 
esteja residindo no exterior e a lei a ser aplicada será a brasileira.
LINDB – estabilidade das relações extraterritoriais
A venda de determinado bem imóvel ocorreu por instrumento particular no exterior, 
cuja prova a ser feita em nosso Direito pátrio exige que seja por escritura pública. 
Nesse caso:
a) Aplica-se a lei da situação do imóvel, admitindo-se a prova por 
instrumento particular.
b) Não se admite no Direito pátrio prova de fato ocorrido do exterior.
c) Aplica-se, obrigatoriamente, a lei do domicílio do proprietário.
d) Necessita de homologação pelo STJ.
e) A prova do fato ocorrido no exterior não será admitida 
no Brasil, pois não foi produzida por meio conhecido 
pelo nosso Direito pátrio.
Interatividade
ATÉ A PRÓXIMA!

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