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01 DIREITO DO TRABALHO

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01. DIREITO DO TRABALHO: CONCEITO E DIVISÃO.
01.1. Conceito – Amauri Mascaro Nascimento – é o ramo da ciência do direito que tem por objeto as normas, as instituições jurídicas e os princípios que disciplinam as relações de trabalho subordinado, determinam os seus sujeitos e as organizações destinadas à proteção desse trabalho em sua estrutura e atividade. (definição mista).
01.2. Divisão do Direito do Trabalho: 
O Direito do Trabalho assim se divide: 
introdução ao direito do trabalho;
direito internacional do trabalho;
direito individual do trabalho;
direito coletivo do trabalho ou direito sindical;
direito público do trabalho: direito processual do trabalho, direito administrativo do trabalho e direito penal do trabalho.
Muito se discute se o Direito do Trabalho é ramo do Direito Público ou do Direito Privado. De um lado encontram-se os doutrinadores que sustentam ser o Direito do Trabalho ramo do Direito Privado, eis que oriundo do contrato de prestação de serviços do Código Civil. Por outro lado, alguns doutrinadores sustentam se tratar de ramo do Direito Público, na medida em que o grau de intervenção do Estado é tão significativo que as partes não podem livremente contratar. 
02. HISTÓRIA DO DIREITO DO TRABALHO NO MUNDO E NO BRASIL. 
 
O homem sempre trabalhou, mas o Direito do Trabalho é um fenômeno típico da sociedade surgida após a Revolução Industrial. As formas de trabalho anteriores ao nascimento da sociedade industrial podem ser assim resumidas:
02.1. Escravidão: a primeira forma de trabalho foi a escravidão; o escravo não era considerado sujeito de direito, mas objeto (coisa) do direito de propriedade de outrem (dominus). A escravidão, embora fosse regra na Antigüidade, nunca efetivamente deixou de existir em nosso mundo, bastando ver-se que até os dias atuais a escravidão vigora, como forma aceita, em países africanos e asiáticos. 
02.2. Servidão: num segundo momento da história, mas precisamente na Idade Média, surge o sistema de trabalho denominado servidão; esta é uma das características da sociedade feudal, fundada na agricultura e na pecuária e na qual o senhor feudal, na qualidade de possuidor da terra, impunha sistema de trabalho em que o indivíduo, sem ter a condição jurídica de escravo, na realidade não dispunha de sua liberdade, ficando sujeito a severas restrições em troca de uma parcela ínfima da produção capaz de garantir-lhe subsistência e de proteção familiar. A servidão começou a desaparecer no final da Idade Média.
02.3. Corporações de Ofício: - paralelamente à servidão, surgiram as corporações de ofício ou “Associações de Artes e Misteres”. A necessidade de fugir dos campos, onde o poder dos nobres era quase absoluto ia permitindo aos poucos a concentração de massas de população nas cidades; a identidade de profissão, como forma de aproximação entre os homens, obrigava-os a se unir em corporações ou associações, que possuíam suas próprias leis profissionais. Nessa organização, a figura que concentrava o poder, não só profissional, mas também pessoal sobre o trabalhador, era o mestre, proprietário das oficinas. Os mestres tinham sob suas ordens, em rígido sistema de disciplina, os aprendizes e os companheiros, os primeiros menores que eram entregues aos mestres em troca de ensino metódico do ofício ou profissão, e os segundos trabalhadores que produziam em troca de salário, proteção em caso de doença e possibilidade participação do monopólio da profissão. As corporações de ofício foram suprimidas, na Europa, a partir da Revolução Francesa, vez que a igualdade, inclusive de ofício, apregoada por esta era incompatível com o monopólio e o rigor disciplinar das corporações de ofício. 
02.4. Locação: a locação de serviço também era uma das formas de trabalho verificadas na sociedade pré-industrial. Desdobrava-se em:
02.4.1. Locatio Operarum: configurando-se um contrato através do qual uma pessoa se obriga a prestar serviços (promessa de atividade) durante certo tempo a outra mediante remuneração.
02.4.2. Locatio Operis Faciendi: configurando-se um contrato pelo qual alguém se obriga a executar determinada obra (promessa de resultado) a outra pessoa mediante remuneração. 
Observação: A locatio operarum é apontada como precedente da relação de emprego moderna, objeto do Direito do Trabalho. Essas figuras são encontradas nos artigos 593 a 609 do Novo Código Civil Brasileiro. Hoje, a regulamentação do Direito Civil só é válida para prestação de serviços autônomos, pois a prestação de serviços sob subordinação passou a ser objeto do Direito do Trabalho.
 	 
02.5. O Surgimento do Direito do Trabalho no Mundo:
O Direito do Trabalho nasce com a sociedade industrial e o trabalho assalariado. A revolução tecnológica consubstanciada na invenção das máquinas (máquina de tear, máquina a vapor, etc.) possibilitou que o serviço feito antes por vários trabalhadores, de forma artesanal, fosse feito por poucos deles, causando grande desemprego. Houve, então, o aviltamento dos salários e a depreciação das condições de trabalho. Aos poucos, com o aumento da produção industrial em larga escala, foram aparecendo pequenos aglomerados industriais, que reuniam grande número de trabalhadores em péssimas condições de vida; a reunião desses trabalhadores descontentes gerou o surgimento de grandes movimentos de protesto, muitas vezes violentos, por melhores condições de vida. Tais protestos paralisavam a produção e causavam grandes transtornos sociais, o que fez com que o Estado, que até então não intervinha nessas relações de trabalho assalariado, passou a discipliná-las, garantindo condições mínimas de dignidade nas fábricas. Assim nasceu o Direito do Trabalho. As causas do nascimento da nossa matéria podem assim ser resumidas:
a) causas econômicas: a causa econômica do surgimento do Direito do Trabalho é, como visto, o conjunto de fatores denominados de Revolução Industrial (século XVIII): desenvolvimento tecnológico que gerou produção industrial em larga escala de bens de consumo, em fábricas. 
b) causas políticas: como causa política do surgimento do Direito do Trabalho temos a transformação do Estado de abstencionista para intervencionista. Como visto, o excesso de oferta de mão-de-obra (desemprego) causada pela invenção das máquinas fez com que o tomador de serviços, proprietário dos meios de produção (patrão), pudesse admitir quem quisesse, nas condições que quisesse, cometendo, pois, abusos e impondo condições desumanas para o trabalho nas fábricas, tais como jornadas de 12, 14, 16 horas diárias de trabalho, salários ínfimos e exploração de trabalho de mulheres e menores. Com a revolta dos trabalhadores manifestada em movimentos grevistas o Estado deixou de ser um Estado liberal, que tudo permitia, pois presumia que as partes, trabalhador e patrão, eram formalmente iguais e podiam livremente negociar o conteúdo do contrato de trabalho, para ser um Estado intervencionista, que reconhecia a desigualdade de forças entre os sujeitos da relação de trabalho assalariado e coibia os abusos cometidos pela parte economicamente soberana (empregador), dando garantias mínimas a parte mais fraca (empregado). 
c) causas jurídicas: - o exercício do direito de associação e reivindicação por parte dos trabalhadores atingidos pelas péssimas condições de trabalho nas fábricas (excessivas jornadas de trabalho, salários infames, falta de proteção diante de acidentes de trabalho, etc.), que exigiram um Direito que os protegesse é apontado como causa jurídica. 
d) a idéia de justiça social e o marxismo: motivada pela deterioração das condições de vida dos trabalhadores surgiram doutrinas que influenciaram a criação do Direito do Trabalho: a doutrina social da igreja católica, representada pela Encíclica Rerum Novarum (“coisas novas”) de 1891, até hoje presente em nosso meio, e a doutrina marxista, que pugnou pela união dos trabalhadores e convivência pacífica com os empregadores. 
FONTES DO DIREITO DO TRABALHO.
As fontes do direitodo trabalho são:
08.1. Fontes materiais: são os fatos reais, de ordem social, econômica ou psicológica, que influenciaram na criação da norma. Dependem da investigação das causas sociais que ditaram a criação da norma, o que é objeto da Sociologia Jurídica. 
08.2. Fontes formais: são as formas de exteriorização do Direito consubstanciadas nas regras jurídicas: Constituição, leis, costumes, etc. Classificam-se em:
08.2.1. Fontes formais heterônomas: são normas impostas por agente externo que não participa da relação de emprego. Normalmente são aprovadas pelo Estado: Constituição, leis, decretos, sentença normativa, etc.).
08.2.2. Fontes formais autônomas: são as normas elaboradas pelos próprios agentes interessados. Ex: acordo coletivo de trabalho, convenção coletiva de trabalho, costume.
PRINCÍPIOS INFORMADORES DO DIREITO DO TRABALHO.
09.1.Conceito de Princípio: Princípios são proposições básicas fundamentais, típicas, que condicionam todas as estruturas subsequentes da ciência em foco. São os mandamentos nucleares do sistema, ou seja, o seu alicerce. 
09.2. Os Princípios São Divididos em:
09.2.1. Princípios gerais de Direito: são os princípios comuns ao Direito em Geral, aplicável em todos os seus ramos. Ex: princípio da dignidade da pessoa humana, princípio da igualdade, princípio da proibição do enriquecimento sem causa, princípio da proibição do abuso de direito, etc.
09.2.2. Princípios de Direito do Trabalho: são as proposições básicas fundamentais próprias do Direito do Trabalho, visto como um ramo específico do Direito. Podem ser subdivididos em:
09.2.2.1. Princípio próprio de todo o Direito do Trabalho.
09.2.2.2. Princípios setoriais: referem-se a apenas um setor do Direito do Trabalho. Ex: princípio da liberdade de organização sindical.
09.3. Função dos Princípios:
Os princípios servem de critério para a exata compreensão das normas de Direito do Trabalho, de forma a permitir que estas componham um sistema harmônico e integrado. Também servem de inspiração e orientação para o legislador (e os demais agentes capazes de criar normas jurídicas trabalhistas) na tarefa de criação de novas regras jurídicas laborais. Os princípios do Direito do Trabalho desempenham, pois, as seguintes funções:
09.3.1. Função informadora – os princípios servem de inspiração ao legislador e de fundamento para a criação de novas normas de Direito do Trabalho. 
09.3.2. Função normativa: atua como fonte supletiva de Direito, nas hipóteses de lacuna ou omissões da lei.
09.3.3. Função interpretativa: os princípios servem de critério orientador para os intérpretes e aplicadores da lei.
09.4. Princípios constitucionais atrelados ao direito do trabalho:
09.4.1. princípio da dignidade da pessoa humana;
Observação: O Brasil ratificou as seguintes Convenções Internacionais da OIT – Organização Internacional do Trabalho, a saber:
a) nº 29 que trata da abolição do trabalho forçado;
b) nº 105 que trata da abolição do trabalho forçado. 
04.4.2. princípio da valorização social do trabalho;
04.4.3. princípio da função social da propriedade;
04.4.4. princípio do pleno emprego. 
09.5. Os Princípios do Direito do Trabalho São:
09.5.1. Princípio da proteção:
As regras de Direito do Trabalho surgiram para proporcionar superioridade jurídica ao empregado, como forma de compensar sua natural inferioridade em face da superioridade econômica do empregador. São normas que visam, portanto, o equilíbrio, a igualdade real, entre os dois sujeitos da relação jurídica de emprego. Dessa forma, o Direito do Trabalho tem como idéia básica o chamado “princípio da proteção”, que se desmembra em três subprincípios:
1º subprincípio: Princípio do in dubio pro operario: se houver duas ou mais interpretações de uma norma deve o operador do direito optar pela interpretação mais favorável ao empregado.
2º subprincípio: Princípio da aplicação da norma mais favorável ao trabalhador: princípio que rege a solução de problemas de aplicação do direito no caso concreto, diante da pluralidade de fontes de normas (hierarquia das normas).
3º subprincípio: Princípio da aplicação da condição mais benéfica: princípio que se regula a solução de problemas de aplicação de normas no tempo: devem ser resguardadas as vantagens que o trabalhador tem nos casos de alterações prejudiciais das condições de trabalho; é expressão, no Direito do Trabalho, do princípio do direito adquirido, do direito comum, nos termos do artigo 5º, inciso XXXVI, da Constituição Federal de 1988. 
09.5.2. Princípio da primazia da realidade (contrato-realidade): em Direito do Trabalho a verdade real tem prioridade sobre a verdade formal; nesse sentido prevalecem os fatos declinados em juízo, em detrimento dos documentos escritos. O referido princípio está consagrado no artigo 9º, da CLT, in verbis: 
Art. 9º - Serão nulos de pleno direito os atos praticados com o objetivo de desvirtuar, impedir ou fraudar a aplicação dos preceitos contidos na presente Consolidação.
09.5.3. Princípio da irrenunciabilidade dos direitos: o empregado, em princípio, não tem poder de abrir mão dos direitos que lhe são conferidos pelas normas jurídicas, sendo eles, portanto, irrenunciáveis, nos termos do artigo 9º da Consolidação das Leis do Trabalho. Referido princípio tem sido mitigado ante o fenômeno da flexibilização.
09.5.3.1. A flexibilização dos direitos trabalhistas
Conceito – Amauri Mascaro Nascimento – É o afastamento da rigidez de algumas leis para permitir, diante de situações que a exijam, maior dispositividade das partes para alterar ou reduzir as condições de trabalho.
Arnaldo Süssekind - sustenta existir diferença entre Desregulamentação e Flexibilização, a saber:
a) desregulamentação: retirada total da proteção estatal ao trabalhador permitindo a autonomia privada, individual ou coletiva.
b) flexibilização: pressupõe intervenção estatal, ainda que básica, com normas gerais abaixo das quais não se pode conceber a vida do trabalhador com dignidade. 
Arnaldo Süssekind - A transformação da economia e a flexibilização:
Revolução tecnológica – informática e a robótica, o que acarreta desemprego estrutural.
Globalização econômica – internacionalização dos mercados.
Necessidade de redução de custos – concorrência entre os países.
Desregulamentação da economia em algumas regiões do planeta – governos fortes e sindicatos fracos com parcial ou total supressão de direitos trabalhistas.
Desemprego Estrutural: com a finalidade de reduzir o desemprego estrutural tem-se fomentado a utilização da flexibilização dos direitos trabalhistas.
Exemplos de flexibilização das leis trabalhistas:
a) Lei nº 5.107/66 que trata do FGTS como opção à estabilidade decenal.
b) Lei nº 6.019/74 que trata do trabalho temporário.
c) Constituição Federal de 1988, artigo 7º, inciso VI, que trata da redução salarial como regra e da redutibilidade como exceção, desde que feita por meio de acordo coletivo de trabalho ou convenção coletiva de trabalho.
d) Lei nº 10.101/2000 que trata da participação dos lucros desvinculada do salário.
e) Lei nº 9.601/98 que trata da contratação por prazo determinado para admissão de pessoal acima do quadro fixo da empresa, mediante acordo coletivo de trabalho ou convenção coletiva de trabalho.
f) O labor das mulheres em jornada noturna, extraordinária, em ambiente insalubre ou periculoso.
g) Reajustes salariais mediante negociação coletiva e não de forma automática.
h) Lei nº 9.608/98 que trata do trabalho voluntário.
i) Medida Provisória 2.164-41/2001 que trata do trabalho a tempo parcial.
j) Medida Provisória 2.164-41/2001 que trata do Banco de Horas.
k) Medida Provisória 2.164-41/2001 que trata da suspensão do contrato de trabalho por período de dois a cinco meses para participação do empregado em curso ou programa de qualificação profissional oferecido pelo empregador, com duração equivalente à suspensão contratual, mediante previsão em acordo coletivo de trabalho ou convenção coletivade trabalho e aquiescência formal do empregado.
l) Lei nº 11.718/2008 que trata da contratação de pequeno prazo de natureza temporária na área rural.
m) Lei nº 13.189/2015 que trata da possibilidade de redução de salário e de jornada até o limite de 30% (lay-off). Nesse caso, 50% do valor da redução até o limite de 65% do valor da parcela do seguro desemprego será paga pelo FAT – Fundo de Amparo do Trabalhador. 
09.5.3.2. Renúncia e Transação.
Importa, agora, estudar a diferença entre o conceito de renúncia e o conceito de transação.
Renúncia - é o ato jurídico voluntário e unilateral do empregado, no qual este desiste de um direito ou de alguma coisa.
A renúncia pode ser:
antecipada – nula de pleno direito em matéria trabalhista.
na vigência do contrato – desde que não traga prejuízos diretos ou indiretos ao empregado.
após o término do contrato – está condicionada a liberdade de opção do empregado.
Transação – é um ato bilateral, em virtude do qual, mediante concessões recíprocas, as partes interessadas extinguem obrigações litigiosas ou duvidosas. 
Reforma Trabalhista:
O grande chamariz da reforma trabalhista, que foi aprovada pela Lei nº 13.467/2017, foi a aprovação de dispositivo legal que trata da prevalência do negociado com o sindicato sobre o legislado, o que só faz reforçar o menor rigor do princípio da irrenunciabilidade dos direitos trabalhistas. Também foi aprovado dispositivo legal que trata das matérias, as quais não é permitida a negociação coletiva.
09.5.4. Princípio da continuidade da relação de emprego: presume-se que o contrato de trabalho terá validade por tempo indeterminado, ou seja, que haverá a continuidade da relação de emprego no tempo. O contrário, ou seja, os contratos por prazo determinado dependem de prova escrita e da existência de condições especiais que justifiquem a transitoriedade do vínculo. Nesse sentido a Súmula 212 do TST, a saber:
DESPEDIMENTO. ÔNUS DA PROVA. 
O ônus de provar o término do contrato de trabalho, quando negados a prestação de serviço e o despedimento, é do empregador, pois o princípio da continuidade da relação de emprego constitui presunção favorável ao empregado. 
09.5.5. Princípio da integralidade do salário: o salário é impenhorável, salvo para pagamento de pensão alimentícia decorrente de decisão judicial (artigo 833, inciso IV, parágrafo 2º, do Novo Código de Processo Civil). 
09.5.6. Princípio da intangibilidade do salário: a legislação trabalhista veda ao empregador que faça descontos abusivos no salário do empregado. Nos termos do artigo 462 da Consolidação das Leis do Trabalho somente é possível efetuar descontos nos salários dos empregados, desde que previstos em lei ou instrumento coletivo de trabalho. O Tribunal Superior do Trabalho houve por bem aprovar a Súmula 342 que além dos descontos previsto em lei ou instrumento coletivo de trabalho é possível o desconto do salário do empregado, desde que por este prévia e expressamente autorizado por escrito, de plano de assistência odontológica, médico-hospitalar, de seguro, de previdência privada, de entidade cooperativa, cultural ou recreativo-associativa de seus empregados. Importante ressaltar que o Brasil ratificou a Convenção Internacional nº 95 da OIT – Organização Internacional do Trabalho que trata da proteção do salário.
09.5.7. Princípio da não discriminação: é vedada a diferenciação salarial, de exercício de funções e de critério de admissão por motivo de sexo, idade, cor ou estado civil (artigo 7º, inciso XXX, da Constituição Federal de 1988), proibição de qualquer discriminação no tocante a salário e critérios de admissão do trabalhador portador de deficiência (artigo 7º, inciso XXXI, da Constituição Federal de 1988) e proibição de distinção entre trabalho manual, técnico e intelectual ou entre os profissionais respectivos (artigo 7º, inciso XXXII, da Constituição Federal de 1988). 
1ª Observação: a Lei nº 11.644/2008 inseriu o artigo 442-A na Consolidação das Leis do Trabalho que trata da impossibilidade de exigência pelo empregador, na contratação de empregado candidato a emprego, experiência prévia por tempo superior a seis meses no mesmo tipo de atividade. 
2ª Observação: Discriminação por uso de tatuagem
18/08/2016
Tatuagens não podem excluir candidatos em concursos, diz STF.
Supremo Tribunal Federal diz que exclusão é uma forma de discriminação. Decisão foi provocada pelo julgamento do caso de um bombeiro de SP.
O Supremo Tribunal Federal tomou uma decisão que atinge todos concursos públicos. Nenhum candidato poderá ser reprovado porque tem uma tatuagem. Essa decisão foi provocada pelo julgamento do caso de um bombeiro de São Paulo.
Faz oito anos que o Henrique Carvalho da Silveira esperava pela decisão que o Supremo Tribunal Federal anunciou na tarde desta quinta-feira (18), em Brasília. Editais não podem conter restrição a pessoas com tatuagem.
Henrique queria ser bombeiro da Polícia Militar de São Paulo. O edital do concurso da PM dizia que são permitidas as tatuagens não aparentes quando o policial estivesse com uniforme. O Henrique tem uma tatuagem na perna e não achou que isso seria um problema, mas foi. Ele passou em todos os exames. Até chegar ao exame médico.
Henrique foi para a Justiça, ganhou em primeira instância e trabalhou como bombeiro. O Estado de São Paulo recorreu e o caso foi parar no Supremo Tribunal Federal. 
Por sete votos a um, o Supremo Tribunal Federal decidiu que concursos públicos não podem excluir candidatos que tenham tatuagem porque é uma forma de discriminação. O ministro Luiz Fux, relator da ação, afirmou que tatuagem não é sinal de inaptidão profissional e que as tatuagens de Henrique não afetam a honra pessoal, o pudor ou o decoro exigido dos militares para o exercício do cargo. 
"As minhas notas, meu comportamento na escola, isso não fez diferença", fala Henrique.
O Supremo faz uma ressalva: tatuagens obscenas que preguem ideologias terroristas ou de violência, criminalidade, discriminação de raça, credo, sexo ou origem podem ser um obstáculo ao acesso a uma função pública.
“Todos os casos no Brasil valerão a partir dessa decisão, ou seja, qualquer concurso público de militar ou não, não poderá restringir o candidatos por ele possuir tatuagem", afirma o advogado Vicente de Paulo Massaro.
3ª Observação: o Brasil ratificou as seguintes Convenções Internacionais aprovadas pela OIT – Organização Internacional do Trabalho em matéria de não discriminação: 
a) nº 19 que trata da igualdade de tratamento entre estrangeiros e nacionais em acidentes do trabalho;
b) nº 100 que trata do pagamento de salário igual para trabalho de igual valor entre o homem e a mulher;
c) nº 111 que trata da discriminação em matéria de emprego e ocupação;
d) nº 118 que trata da igualdade de tratamento entre nacionais e estrangeiros em previdência social; 
e) nº 159 que trata da reabilitação profissional e emprego de pessoas deficientes.
09.5.8. Princípio da irredutibilidade do salário: o salário não pode ser reduzido; não significa dizer que a correção do salário é automática pelos índices inflacionários. Significa dizer que a irredutibilidade é nominal e não real. 
09.5.9. Princípio da inalterabilidade das condições contratuais: as alterações contratuais somente podem ocorrer no curso do contrato por mútuo consentimento e, ainda assim, desde que não resultem, direta ou indiretamente, prejuízos ao empregado, consoante o previsto no artigo 468, caput, da Consolidação das Leis do Trabalho. 
09.5.10. Princípio da liberdade sindical: ninguém é obrigado a filiar-se a qualquer sindicato. 
09.5.11. Convenção Internacional da OIT – Organização Internacional do Trabalho ratificada pelo Brasil:
-o Brasil ratificou a Convenção Internacional nº 98 da OIT – Organização Internacional do Trabalho que trata do direito de sindicalização e de negociação coletiva. 
09.6. Princípios Contratuais Oriundos do Direito Civil Aplicáveis ao Contrato de Emprego:
 
Existem alguns princípiosque são específicos para o Direito Individual do Trabalho, ou mais precisamente, para o seu principal instituto: o contrato de emprego - vínculo jurídico que une o empregado e o empregador. Esses princípios foram criados para serem aplicados aos contratos de Direito Civil, mas também se aplicam ao contrato de emprego, com algumas limitações. São eles:
09.6.1. Princípio da autonomia da vontade: em Direito do Trabalho esse princípio vem expresso no artigo 444 da Consolidação das Leis do Trabalho. A autonomia da vontade em Direito do Trabalho funciona de forma suplementar de criação de normas em comparação com as regras estatais, ao contrário do que ocorre com o Direito Civil. Isso quer dizer que em Direito do Trabalho o conteúdo do contrato de emprego é constituído majoritariamente por regras imperativas, sobre as quais as partes não podem negociar, existindo apenas um pequeno espaço para que a vontade das partes se manifeste: em princípio, as partes podem como manifestação da autonomia da vontade, criar condições mais favoráveis do que aquelas previstas em lei e, excepcionalmente, nos casos de autorizados na Constituição Federal de 1988, negociarem para reduzir vantagens (artigo 7º - redução de salários, compensação ou redução de jornada de trabalho). 
09.6.2. Princípio da força obrigatória dos contratos: Quando for permitido às partes da relação de emprego criar condições de trabalho, essa manifestação de vontade terá força de lei entre os contratantes: os contratos devem ser cumpridos pelas partes nos termos em que foram ajustados (pacta sunt servanda), salvo condições especiais (a ocorrência de fatos imprevisíveis que acarretem grande desequilíbrio entre os contratantes pode autorizar em casos especiais o descumprimento dos acordos - a chamada teoria da imprevisão ou cláusula rebus sic stantibus). Isso que dizer que, se o empregador, no contrato de emprego, ou no acordo ou convenção coletiva, ou no regulamento de empresa, der ao empregado determinada vantagem ao empregado que não era obrigatória por lei (por exemplo, abono assiduidade), terá que cumpri-la integralmente, da forma como foi pactuada.
09.6.3. Princípio da exceção do contrato não cumprido: nenhum dos contratantes pode exigir o implemento da obrigação da outra parte sem cumprir a sua. Exemplo: o artigo 459 da Consolidação das Leis do Trabalho diz que o empregado recebe salários até o 5º dia útil seguinte ao mês trabalhado. O empregado não pode exigir o salário (contraprestação devido pelo empregador) antes de cumprir a obrigação pactuada (executar os serviços).

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