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Auditoria para Auditor da Sefaz GO Teoria e Exercícios – Aula 05 Professor Marcelo Seco www.pontodosconcursos.com.br | Professor Marcelo Seco 1 Aula 05 Auditoria Riscos e Distorções Professor Marcelo Seco Auditoria para Auditor da Sefaz GO Teoria e Exercícios – Aula 05 Professor Marcelo Seco www.pontodosconcursos.com.br | Professor Marcelo Seco 2 Olá, turma! Vamos, hoje, estudar os riscos associados ao trabalho do auditor externo e o tratamento das distorções que podem ser encontradas na análise das demonstrações contábeis que, repetindo, são o alvo do trabalho de auditoria. Teremos aula extra apenas com questões recentes da FCC. Caros, curtam minha página do Facebook para acessar novidades sobre concursos, resoluções de questões e outras dicas. É um trabalho que estou iniciando, conto com a ajuda de vocês. Eis o link: http://www.facebook.com/professormarceloseco Nosso objetivo: garantir a maioria dos pontos em auditoria na prova objetiva. Temos que trabalhar durante as aulas com uma meta de 90% de acertos nas questões para que, na prova, obtenhamos entre 75% e 80%. Meus caros, não existe o impossível quando o resultado depende apenas de você. E esse é o nosso caso!!! Dedicação, motivação e tranquilidade. É disso que precisamos. Nada é tão difícil que, com coragem, não possa ser conquistado! Júlio César Aula 05 – Riscos e Distorções Auditoria para Auditor da Sefaz GO Teoria e Exercícios – Aula 05 Professor Marcelo Seco www.pontodosconcursos.com.br | Professor Marcelo Seco 3 Estamos na aula 05 e, ao final do curso, eu pretendo que vocês estejam prontos e seguros para DESTRUIR a sabatina de Auditoria. Aula Conteúdo 00 Normas de Auditoria - NBC TAs. Auditoria e Auditor: conceitos, objetivos. Distinção entre auditoria interna, auditoria independente e perícia contábil. 01 Procedimentos de auditoria. Normas de execução dos trabalhos de auditoria. NBC TA 200. 02 Ética profissional. Objetivos gerais do auditor independente. Responsabilidade do Auditor. 03 Concordância com os termos do trabalho de auditoria independente. Planejamento da Auditoria. 04 Documentação de auditoria. Controle de qualidade da auditoria de Demonstrações Contábeis. 05 Avaliação das distorções Identificadas. Execução dos trabalhos de auditoria. Materialidade e Relevância no planejamento e na execução dos trabalhos de auditoria. Auditoria de estimativas Contábeis. Evidenciação. 06 Amostragem e testes. 07 Utilização de trabalhos da auditoria interna. Independência nos trabalhos de auditoria. Relatórios de Auditoria. 08 Eventos subsequentes. 09 Auditoria: Normas de Auditoria Interna - Resolução CFC nº 986/03 (NBC TI 01 - Da auditoria interna). 10 Auditoria no Setor Público Federal. Finalidades e objetivos da auditoria governamental. Formas e tipos (operacional, contábil, gestão, especial). Normas relativas à execução dos trabalhos. 11 Perícia (NBC PP 01). Controle interno. 12 Simulado com 130 questões resolvidas. 13 Rumo ao dia da Prova: Resumo com os principais itens da matéria. Nossas Aulas Auditoria para Auditor da Sefaz GO Teoria e Exercícios – Aula 05 Professor Marcelo Seco www.pontodosconcursos.com.br | Professor Marcelo Seco 4 Apresentação 1 1 – Distorções 5 2 – Resumo dos Riscos em Auditoria Externa 6 3 - Avaliação das distorções identificadas 9 4 - Execução dos trabalhos de auditoria 12 5 - Materialidade e Relevância no planejamento e na execução 12 6 - Auditoria de estimativas Contábeis 14 7 – Evidenciação 19 8 – Mapas Mentais 27 Exercícios Resolvidos 29 Lista das Questões Apresentadas 55 Gabarito 66 Índice Auditoria para Auditor da Sefaz GO Teoria e Exercícios – Aula 05 Professor Marcelo Seco www.pontodosconcursos.com.br | Professor Marcelo Seco 5 1 – Distorções Vamos ver algumas definições importantes para o nosso estudo: Distorção é a diferença entre o que é relatado e o que é exigido (ou esperado). Distorção relevante é aquela que, individualmente ou em conjunto, influencia as decisões econômicas dos usuários. Distorções não corrigidas são as distorções que o auditor detectou durante a auditoria e que não foram corrigidas pela administração. Adiante no curso veremos que a existência de distorções não corrigidas pdem levar o auditor externo a modificar sua opinião no relatório de auditoria. 1.1 – Origem das distorções Distorções nas demonstrações podem ser originadas em fraude ou em erro. Fator distintivo entre fraude e erro, está no fato de o ato ser intencional ou não intencional. Distorções podem ser decorrentes de: imprecisão na coleta ou no processamento de dados; omissão de valor ou divulgação; estimativa contábil incorreta; julgamentos da administração sobre estimativas contábeis que o auditor não considera razoáveis, ou a seleção e aplicação de políticas contábeis que o auditor considera inadequadas. Dois tipos de distorções intencionais (fraudes) são pertinentes para o auditor: informações contábeis fraudulentas apropriação indébita de ativos Auditoria para Auditor da Sefaz GO Teoria e Exercícios – Aula 05 Professor Marcelo Seco www.pontodosconcursos.com.br | Professor Marcelo Seco 6 2 – Breve resumo dos Riscos em Auditoria Externa Já vimos estes conceitos, agora vamos dar uma olhada nas principais características sobre os riscos em auditoria, as mais visadas pelos examinadores. 2.1 - Risco de distorção relevante É o risco de que as DCs já contenham distorção relevante antes da auditoria. Possui dois componentes risco inerente e risco de controle: risco inerente, é a suscetibilidade à distorção; risco de controle, é o risco de que uma distorção possa ocorrer e não ser prevenida, detectada e corrigida tempestivamente pelo controle interno. Esse risco existe independentemente de qualquer auditoria. Trata-se de avaliar o grau de possibilidade de existência de distorções em determinado local. Risco inerente É um risco da entidade, existe independentemente de existir ou não processo de auditoria ou controles internos operantes. É um risco que pode ser agravado pela característica de uma área interna ou pela atividade da entidade. Risco de controle Também é um risco da entidade, relacionado aos controles internos, que existe independentemente de existir ou não processo de auditoria. É o risco de que uma distorção, seja causada por erro ou fraude, não seja prevenida, detectada e corrigida tempestivamente pelo controle interno da entidade. Auditor deve identificar e avaliar os riscos de distorção relevante: no nível das demonstrações contábeis; e no nível de afirmação para classes de transações, saldos de conta e divulgações, para fornecer uma base para a concepção e a execução de procedimentos adicionais de auditoria. Auditoria para Auditor da Sefaz GO Teoria e Exercícios – Aula 05 Professor Marcelo Seco www.pontodosconcursos.com.br | Professor Marcelo Seco 7 Turma, quando estivermos falando em riscos e em obtenção de evidências vamos ver muitas vezes as expressões “nível das demonstrações” e “nível de afirmação”.Professor, o que é isso? Nível das demonstrações – refere-se a riscos, evidências e distorções relacionadas de forma geral às demonstrações contábeis como um todo e que afetam potencialmente muitas afirmações, ou seja, refere-se à própria demonstração. Quando se fala em riscos no nível das demonstrações a chance maior é de que tenham origem em um ambiente de controle interno deficiente. O nível das demonstrações está diretamente relacionado com os testes de controle, que avaliam os controles internos. Nível das afirmações – refere-se a cada fato contábil reconhecido nas DCs. Uma afirmação é um registro, uma conta, um valor. Cada entrada de caixa, é uma afirmação, cada conta a pagar, é uma afirmação, por exemplo. Quando o auditor estiver selecionando suas amostras, estará selecionando “afirmações” para serem auditadas. O nível das afirmações está diretamente relacionado com os testes substantivos, que visam a obter evidências. Ainda estudaremos os procedimentos de controle e substantivos. 2.2 - Risco de detecção É o risco de que os procedimentos executados pelo auditor não detectem uma distorção que possa ser relevante. Esse risco é do auditor. Influencia a natureza, a época e extensão dos procedimentos necessários para reduzir o risco de auditoria ao nível desejado. É o risco de não se encontrar uma distorção relevante existente. Auditoria para Auditor da Sefaz GO Teoria e Exercícios – Aula 05 Professor Marcelo Seco www.pontodosconcursos.com.br | Professor Marcelo Seco 8 A seguinte relação entre riscos e distorções é estabelecida e muito lembrada nas provas: Maior o risco de distorção Menor deve ser o limite de risco de detecção aceitável Maior deve ser a extensão dos procedimentos adotados na auditoria. 2.3 - Risco de auditoria É o risco de que o auditor expresse uma opinião de auditoria inadequada quando as demonstrações contábeis contiverem distorção relevante. Possui dois componentes: risco de distorção relevante risco de detecção É o risco de emitir opinião errada e garantir com segurança razoável que as DCs estão livres de distorção relevante, quando na verdade elas estão cheias de distorção relevante. Formação dos riscos: Risco de auditoria = risco distorção + risco detecção Risco de distorção = risco inerente + risco controle Risco de detecção = risco de auditor não detectar distorção Risco de auditoria = risco distorção + risco detecção Risco de distorção = risco inerente + risco controle Risco de detecção = auditor não detectar distorção Auditoria para Auditor da Sefaz GO Teoria e Exercícios – Aula 05 Professor Marcelo Seco www.pontodosconcursos.com.br | Professor Marcelo Seco 9 2.4 – Como tratar riscos de distorção relevante no nível das DCs enfatizar necessidade de manter o ceticismo profissional; designar pessoal mais experiente ou aqueles com habilidades especiais ou usar especialistas; fornecer mais supervisão; incorporar elementos adicionais de imprevisibilidade na seleção dos procedimentos adicionais de auditoria; efetuar alterações gerais na natureza, época ou extensão dos procedimentos de auditoria como, por exemplo, executar procedimentos substantivos no final do período ao invés de em data intermediária ou modificar a natureza dos procedimentos de auditoria para obter evidência de auditoria mais persuasiva. 3 - Avaliação das distorções identificadas Quando o auditor expressa uma opinião sobre se DCs estão apresentadas adequadamente, em todos os aspectos relevantes, inclui-se a avaliação sobre as distorções possíveis em ajustes de valor, classificação, apresentação e divulgação. O auditor deve avaliar: o efeito de distorções identificadas na auditoria; e o efeito de distorções não corrigidas, se houver, nas demonstrações contábeis. 3.1 - Acumulação de distorções identificadas O auditor deve acumular distorções que não sejam claramente triviais. O auditor pode definir um valor abaixo do qual as distorções seriam consideradas claramente triviais e não precisariam ser acumuladas porque o auditor espera que a acumulação desses valores não teria efeito relevante sobre as demonstrações contábeis. Auditoria para Auditor da Sefaz GO Teoria e Exercícios – Aula 05 Professor Marcelo Seco www.pontodosconcursos.com.br | Professor Marcelo Seco 10 3.2 - Consideração de distorções identificadas no decorrer da auditoria No decorrer da auditoria, analisando as evidências obtidas, o auditor vai fazendo um controle do que está planejado em termos de distorções e materialidade. Determinadas situações podem dar origem à necessidade de revisão do plano de auditoria. O auditor deve avaliar se a estratégia global e o plano de auditoria precisam ser revisados se: a natureza das distorções identificadas e as circunstâncias em que elas ocorreram indicarem que podem existir outras distorções que, em conjunto com as distorções detectadas durante a auditoria, poderiam ser relevantes; ou o conjunto das distorções detectadas durante a auditoria se aproxima da materialidade determinada. Se, por solicitação do auditor, a administração examinou uma classe de transações, saldos contábeis ou divulgação e corrigiu distorções que foram detectadas, o auditor deve executar procedimentos adicionais de auditoria para determinar se continua havendo distorções. 3.3 - Comunicação e correção de distorções O auditor deve comunicar tempestivamente ao nível apropriado da administração todas as distorções detectadas durante a auditoria, a menos que seja proibido por lei ou regulamento. O auditor deve requerer que a administração corrija essas distorções. Se a administração se recusar a corrigir algumas das distorções reportadas pelo auditor, este deve obter o entendimento sobre as razões pelas quais a administração decidiu por não efetuar as correções e deve considerar esse entendimento ao avaliar se as demonstrações contábeis como um todo estão livres de distorções relevantes. Auditoria para Auditor da Sefaz GO Teoria e Exercícios – Aula 05 Professor Marcelo Seco www.pontodosconcursos.com.br | Professor Marcelo Seco 11 3.4 - Avaliação do efeito de distorções não corrigidas Antes de avaliar o efeito de distorções não corrigidas, o auditor deve rever a materialidade. O auditor deve determinar se as distorções não corrigidas são relevantes, individualmente ou em conjunto, considerando: a magnitude e a natureza das distorções; o efeito de distorções não corrigidas relacionadas a períodos anteriores. 3.5 - Representação formal O auditor deve solicitar representação formal da administração e, quando apropriado, dos responsáveis pela governança, sobre se acreditam que os efeitos de distorções não corrigidas são não relevantes, individualmente e em conjunto, para as demonstrações contábeis como um todo. 3.6 - Documentação O auditor deve incluir na documentação de auditoria: o valor abaixo do qual as distorções seriam consideradas claramente triviais; todas as distorções detectadas durante a auditoria e se foram corrigidas; a conclusão do auditor sobre se as distorções não corrigidas são relevantes, individualmente ou em conjunto, e a base para essa conclusão. 3.6 - Tipos de distorção Distorção factual é aquela que não deixa dúvida. Distorções de julgamento são aquelas decorrentes de julgamento da administraçãosobre estimativas contábeis que o auditor não considera razoáveis, ou a seleção ou aplicação de políticas contábeis que o auditor considera inadequadas. Auditoria para Auditor da Sefaz GO Teoria e Exercícios – Aula 05 Professor Marcelo Seco www.pontodosconcursos.com.br | Professor Marcelo Seco 12 Distorção projetada é a melhor estimativa do auditor de distorções em populações, envolvendo a projeção de distorções identificadas em amostras de auditoria para populações inteiras de onde foram extraídas as amostras. Projetar a distorção é considerar a distorção obtida em uma amostra e projetar seus efeitos para o total da população. 4 - Execução dos trabalhos de auditoria. Executar a auditoria é seguir o plano de trabalho inicialmente elaborado, com vistas a obter evidências suficientes e apropriadas, que permitam, ao auditor, elaborar opinião sobre as DCs O processo de auditoria compreende as seguintes fases: Planejamento Execução de procedimentos para obtenção evidências Análise das evidências Elaboração de relatório com opinião sobre as DCs. Para tanto, o auditor deve ter conhecimento da área de atuação da entidade auditada, com vistas a estabelecer: O entendimento do negócio A identificação do que é relevante A definição de materialidade Os riscos As necessidades de evidência A forma de análise das evidências O relatório final. 5 - Materialidade e Relevância no planejamento e na execução Materialidade e relevância estão intrinsecamente ligados. A partir do valor estabelecido para a materialidade que o auditor determina o que é ou não relevante. Já estudamos alguma coisa sobre a materialidade, agora, vamos aprofundar os conhecimentos. Auditoria para Auditor da Sefaz GO Teoria e Exercícios – Aula 05 Professor Marcelo Seco www.pontodosconcursos.com.br | Professor Marcelo Seco 13 5.1 - Materialidade no contexto de auditoria Embora a estrutura de cada relatório financeiros discuta materialidade em termos diferentes (ou seja, em cada demonstração pode haver materialidades diferentes, por conta de normas diferentes), em geral temos que: distorções, incluindo omissões, são consideradas relevantes quando, individualmente ou em conjunto, podem influenciar as decisões econômicas de usuários tomadas com base nas DCs; julgamentos sobre materialidade são feitos à luz das circunstâncias envolvidas, e são afetados pela magnitude e natureza das distorções; julgamentos sobre quais assuntos são relevantes para usuários das DCs são baseados em considerações sobre as necessidades de informações financeiras comuns a usuários como um grupo. Não é considerado o possível efeito de distorções sobre usuários individuais específicos, cujas necessidades podem variar significativamente. Na determinação de materialidade é razoável que o auditor assuma que os usuários: possuem conhecimento razoável de negócios, atividades econômicas, de contabilidade e a disposição de estudar as informações das demonstrações contábeis com razoável diligência; entendem que as demonstrações contábeis são elaboradas, apresentadas e auditadas considerando níveis de materialidade; reconhecem as incertezas inerentes à mensuração de valores baseados no uso de estimativas, julgamento e a consideração sobre eventos futuros; e tomam decisões econômicas razoáveis com base nas informações das demonstrações contábeis. O conceito de materialidade é aplicado pelo auditor em todo o trabalho de auditoria, do planejamento ao relatório. Auditoria para Auditor da Sefaz GO Teoria e Exercícios – Aula 05 Professor Marcelo Seco www.pontodosconcursos.com.br | Professor Marcelo Seco 14 Ao planejar a auditoria, o auditor exerce julgamento sobre a magnitude das distorções que são consideradas relevantes, para: determinar a natureza, a época e a extensão de procedimentos de avaliação de risco; identificar e avaliar os riscos de distorção relevante; e determinar a natureza, a época e a extensão de procedimentos adicionais de auditoria. 5.2 - Materialidade para execução da auditoria Materialidade para execução é diferente de materialidade no contexto. Materialidade para execução é um valor fixado pelo auditor, inferior ao considerado relevante para as demonstrações contábeis como um todo (o do contexto). O auditor faz isso para reduzir adequadamente a um nível baixo a probabilidade de que as distorções não corrigidas e não detectadas em conjunto, excedam a materialidade para as demonstrações contábeis como um todo. Ou seja, nos procedimentos substantivos e de controle, trabalha-se comum valor menor para a materialidade. 5.3 - Revisão no decorrer da auditoria O auditor deve revisar a materialidade no caso de tomar conhecimento de informações durante a auditoria que teriam levado o auditor a determinar inicialmente um valor diferente. Normalmente são circunstâncias não consideradas que pode elevar ou diminuir o valor da materialidade. 6 - Auditoria de estimativas Contábeis. Alguns itens das demonstrações contábeis não podem ser mensurados com precisão, podem ser apenas estimados. Essa forma de mensuração de tais itens das demonstrações contábeis é denominada estimativa contábil. A responsabilidade pela elaboração da estimativa é da administração da entidade. Auditoria para Auditor da Sefaz GO Teoria e Exercícios – Aula 05 Professor Marcelo Seco www.pontodosconcursos.com.br | Professor Marcelo Seco 15 6.1 - Definições Estimativa contábil (valor previsto) É a aproximação de um valor monetário na ausência de um meio de mensuração preciso. O termo é usado para um valor mensurado do valor justo quando existe incerteza de estimativa, bem como para outros valores que requerem estimativas. Estimativa pontual ou intervalo É o valor, ou intervalo de valores, derivado de evidências de auditoria para uso na avaliação da estimativa pontual da administração. Incerteza de estimativa É a suscetibilidade da estimativa contábil e das respectivas divulgações à falta de precisão inerente em sua mensuração. Tendenciosidade da administração É a falta de neutralidade da administração na elaboração e apresentação de informações. Estimativa pontual da administração É o valor selecionado pela administração para registro ou divulgação nas demonstrações contábeis como estimativa contábil. Desfecho de estimativa contábil (valor realizado) É o valor monetário real resultante da resolução da transação, evento ou condição de que trata a estimativa contábil. Auditoria para Auditor da Sefaz GO Teoria e Exercícios – Aula 05 Professor Marcelo Seco www.pontodosconcursos.com.br | Professor Marcelo Seco 16 6.2 - Avaliando as estimativas A natureza e a confiabilidade das informações disponíveis a elaboração de estimativa contábil variam significativamente, afetando o grau de incerteza de estimativa. O grau de incerteza afeta os riscos de distorção relevante de estimativas contábeis, incluindo sua suscetibilidade à tendenciosidade da administração intencional ou não. Uma diferença entre o desfecho da estimativa contábil e o valor originalmente reconhecido ou divulgado nas demonstrações contábeis não representa necessariamente uma distorção nas demonstrações contábeis. Quando tratamos de estimativas, o objetivo do auditor é obter evidência apropriada e suficiente sobre: se as estimativas contábeis, incluindo as de valor justo, são razoáveis; se as respectivas divulgações nas demonstrações contábeis são adequadas, no contexto da estrutura de relatório financeiro aplicável. 6.3 - Respostas aos riscos identificados de distorção relevante Com base nos riscos identificados de distorção relevante, o auditor deve determinar: se a administração aplicou adequadamente as exigências da estrutura de relatório financeiro (a norma de cada demonstração) relevante para a estimativa contábil; e se os métodos para elaborar as estimativas contábeis são apropriados e foram aplicados de maneira uniforme e se as mudanças, se houver, nas estimativas contábeis ou no método de elaboração usado no período anterior são apropriados nas circunstâncias. Auditoria para Auditor da Sefaz GO Teoria e Exercícios – Aula 05 Professor Marcelo Seco www.pontodosconcursos.com.br | Professor Marcelo Seco 17 6.4 - Incerteza de estimativa Para estimativas contábeis que geram riscos significativos, além de outros procedimentos substantivos, o auditor deve avaliar o seguinte: como a administração considerou premissas ou desfechos alternativos e por que os rejeitou ou como a administração tratou de outra forma a incerteza de estimativa ao elaborar a estimativa contábil se as premissas significativas usadas pela administração são razoáveis; quando relevante a intenção e a capacidade da administração de realizar cursos de ação específicos. Se, no julgamento do auditor, a administração não tratou adequadamente os efeitos da incerteza de estimativa nas estimativas contábeis que geram riscos significativos, o auditor deve, se considerar necessário, desenvolver um intervalo para avaliar a razoabilidade da estimativa contábil. 6.5 - Critérios de reconhecimento e mensuração Para estimativas contábeis que geram riscos significativos, o auditor deve obter evidência de auditoria apropriada e suficiente sobre: se a decisão da administração de reconhecer ou não reconhecer, as estimativas contábeis nas demonstrações contábeis; e se a base de mensuração selecionada para as estimativas contábeis está de acordo com as exigências da estrutura de relatório financeiro aplicável. 6.6 - Razoabilidade da estimativa contábil e determinação de distorção O auditor deve avaliar se as estimativas contábeis nas demonstrações contábeis são razoáveis no contexto da estrutura de relatório financeiro aplicável ou se apresentam distorção. Auditoria para Auditor da Sefaz GO Teoria e Exercícios – Aula 05 Professor Marcelo Seco www.pontodosconcursos.com.br | Professor Marcelo Seco 18 Algumas estimativas contábeis envolvem relativamente pouca incerteza de estimativa e podem gerar riscos mais baixos de distorção relevante, por exemplo: estimativas contábeis de entidade com atividades de negócios que não são complexas; estimativas contábeis elaboradas e atualizadas com frequência por estarem relacionadas com transações rotineiras; estimativas contábeis derivadas de dados prontamente disponíveis, como taxas de juros publicadas ou preços de títulos negociados em bolsa. Esses dados podem ser denominados “dados observáveis” no contexto de estimativa contábil do valor justo; estimativa contábil do valor justo onde o método de mensuração determinado pela estrutura de relatório financeiro aplicável é simples e facilmente aplicado ao ativo ou passivo que requer mensuração do valor justo; estimativa contábil do valor justo onde o modelo usado para mensurar a estimativa contábil é bem conhecido ou geralmente aceito, desde que as premissas ou dados no modelo sejam observáveis. Outras estimativas envolvem incerteza relativamente alta, especialmente quando elas são baseadas em premissas significativas, por exemplo: estimativa contábil em relação ao desfecho de litígios; estimativas contábeis do valor justo para instrumentos financeiros derivativos não negociados em bolsa; estimativas contábeis do valor justo para as quais é usado modelo altamente especializado desenvolvido para a entidade ou existem premissas ou dados que não podem ser observados no mercado. O grau de incerteza de estimativa varia com base na natureza da estimativa contábil, na extensão em que há método ou modelo geralmente aceito usado para elaborar essa estimativa e na subjetividade das premissas usadas para elaborar a estimativa contábil. Em alguns casos, a incerteza de estimativa associada a uma estimativa contábil pode ser tão grande que os critérios de reconhecimento na estrutura de relatório financeiro aplicável não são satisfeitos e a estimativa contábil não pode ser elaborada. Auditoria para Auditor da Sefaz GO Teoria e Exercícios – Aula 05 Professor Marcelo Seco www.pontodosconcursos.com.br | Professor Marcelo Seco 19 Nem todos os itens das demonstrações contábeis que requerem mensuração do valor justo envolvem incerteza de estimativa. Por outro lado, pode haver incerteza de estimativa mesmo quando o método de avaliação e os dados são bem definidos. Ou seja, mais uma vez, não existe fórmula mágica, apenas diretrizes a serem observadas pela administração e avaliadas pelo auditor. Estimativas contábeis que não envolvem estimativas do valor justo: provisão para créditos de liquidação duvidosa; obsolescência dos estoques; obrigações por garantia; método de depreciação ou vida útil dos bens; provisão para valor contábil de investimento de recuperação é incerta; desfecho de contratos de longo prazo; custos decorrentes de acordos e sentenças de litígios. Estimativas contábeis que requerem estimativas do valor justo: instrumentos financeiros complexos que não são negociados em mercado ativo e aberto pagamentos baseados em ações; imobilizado destinado à venda; certos ativos ou passivos adquiridos em combinação de negócios, incluindo ágio e ativos intangíveis; transações envolvendo permuta de ativos ou passivos entre partes independentes sem pagamento em dinheiro, por exemplo, uma permuta não monetária de instalações fabris em diferentes linhas de negócios. 7 - Evidenciação. Vamos iniciar o estudo da obtenção e análise de evidências definindo alguns termos presentes na norma. Auditoria para Auditor da Sefaz GO Teoria e Exercícios – Aula 05 Professor Marcelo Seco www.pontodosconcursos.com.br | Professor Marcelo Seco 20 7.1 – Definições importantes Registros contábeis Compreendem os registros de lançamentos contábeis e toda sua documentação suporte, seja documentação de origem (uma duplicata), ou documentação gerada (um livro contábil). Adequação da evidência de auditoria É a medida da qualidade da evidência de auditoria, isto é, a sua relevância e confiabilidade para suportar as conclusões em que se fundamenta a opinião do auditor. Evidência de auditoria Compreende as informações utilizadas pelo auditor para chegar às conclusões em que se fundamentam a sua opinião. A evidência de auditoria inclui as informações contidas nos registros contábeis que suportam as demonstrações contábeis e outras informações. Especialista da administração Pessoa ou organização com especialização em uma área, que não contabilidade ou auditoria, cujo trabalho naquela área de especialização é utilizado pela entidade para ajudá-la na elaboração das demonstrações contábeis. Suficiência da evidência de auditoria É a medida da quantidade da evidência de auditoria.A quantidade necessária da evidência de auditoria é afetada pela avaliação do auditor dos riscos de distorção relevante e também pela qualidade da evidência de auditoria. Auditoria para Auditor da Sefaz GO Teoria e Exercícios – Aula 05 Professor Marcelo Seco www.pontodosconcursos.com.br | Professor Marcelo Seco 21 7.2 - Evidência de auditoria apropriada e suficiente O auditor deve definir e executar procedimentos de auditoria que sejam apropriados às circunstâncias com o objetivo de obter evidência de auditoria apropriada e suficiente. 7.3 - Informações a serem utilizadas como evidência de auditoria Ao estabelecer e executar procedimentos de auditoria, o auditor deve considerar a relevância e confiabilidade das informações a serem utilizadas como evidência de auditoria Se as informações a serem utilizadas como evidência de auditoria forem elaboradas com a utilização de um especialista da administração, o auditor deve, na medida necessária, levando em conta a importância do trabalho desse especialista para os propósitos do auditor: avaliar a competência, habilidades e objetividade do especialista; obter entendimento do trabalho do especialista; e avaliar a adequação do trabalho desse especialista como evidência de auditoria para a afirmação relevante. Ao usar informações apresentadas pela entidade, o auditor deve avaliar se as informações são suficientemente confiáveis para os seus propósitos, incluindo, como necessário nas circunstâncias: obter evidência de auditoria sobre a exatidão e integridade das informações; e avaliar se as informações são suficientemente precisas e detalhadas para os fins da auditoria. Para usar trabalho do auditor interno ou de especialista da administração, o auditor externo deve avaliar objetividade e competência de quem o elaborou, pois, embora os trabalhos não sejam seus (do auditor externo), ele assume integralmente os riscos por sua utilização. Auditoria para Auditor da Sefaz GO Teoria e Exercícios – Aula 05 Professor Marcelo Seco www.pontodosconcursos.com.br | Professor Marcelo Seco 22 7.4 - Seleção dos itens para testes para obtenção de evidência Ao definir os testes de controles (controle interno) e os testes de detalhes (análise dos registros, substantivos), o auditor deve determinar meios para selecionar itens a serem testados que sejam eficazes para o cumprimento dos procedimentos de auditoria. 7.5 - Inconsistência ou dúvidas quanto à confiabilidade da evidência O auditor deve determinar quais modificações ou acréscimos aos procedimentos de auditoria são necessários quando: a evidência de auditoria obtida em uma fonte for inconsistente com a obtida em outra; ou o auditor tiver dúvidas quanto à confiabilidade das informações a serem utilizadas como evidência de auditoria, 7.6 - Fontes da evidência de auditoria Evidência de auditoria é obtida pela execução de procedimentos de auditoria (testes substantivos e de controle). Geralmente obtém-se mais segurança com evidência de auditoria consistente obtida a partir de fontes diferentes ou de natureza diferente do que a partir de itens de evidência de auditoria considerados individualmente. Entre as informações de fontes independentes da entidade que o auditor pode usar como evidência de auditoria podem estar confirmações de terceiros, relatórios de analistas e dados comparáveis sobre concorrentes. 7.7 - Procedimentos de auditoria para obtenção de evidência A evidência de auditoria é conseguida pela execução de: procedimentos de avaliação de riscos; e procedimentos adicionais de auditoria, que abrangem: testes de controles, quando exigidos pelas normas de auditoria ou quando o auditor assim escolheu (controle interno); e procedimentos substantivos, inclusive testes de detalhes (afirmações) e procedimentos analíticos substantivos. Auditoria para Auditor da Sefaz GO Teoria e Exercícios – Aula 05 Professor Marcelo Seco www.pontodosconcursos.com.br | Professor Marcelo Seco 23 A evidência de auditoria obtida de auditorias anteriores pode, em certas circunstâncias, fornecer evidência de auditoria apropriada. 7.8 - Procedimentos para obtenção de evidências 7.8.1 - Inspeção Exame de registros ou documentos, internos ou externos, em forma de papel, em forma eletrônica ou em outras mídias, ou o exame físico de um ativo. 7.8.2 - Observação Consiste no exame do processo ou procedimento executado por outros, por exemplo, a observação pelo auditor da contagem do estoque pelos empregados da entidade ou da execução de atividades de controle. 7.8.3 - Confirmação externa Uma confirmação externa representa evidência de auditoria obtida pelo auditor como resposta escrita de terceiro (a parte que confirma) ao auditor, em forma escrita, eletrônica ou em outra mídia. Resposta não recebida Eventualmente o auditor pode não receber resposta a um questionamento feito a terceiros. No caso de resposta não recebida, alguns exemplos de procedimentos alternativos de auditoria que o auditor pode executar incluem: para saldos de contas a receber, examinar recebimentos subsequentes específicos, documentação de embarque e vendas próximas ao final do período; para saldos de contas a pagar, examinar pagamentos subsequentes, correspondência de terceiros e outros registros, como notas de entrada (documentos internos que evidenciem o recebimento de produtos que geraram esses passivos). Auditoria para Auditor da Sefaz GO Teoria e Exercícios – Aula 05 Professor Marcelo Seco www.pontodosconcursos.com.br | Professor Marcelo Seco 24 Circularização – meio para efetuar confirmação externa Circularização é o envio de pedidos de confirmação a terceiros, externos à entidade auditada. Existem dois tipos de pedidos de confirmação: positiva e negativa. Circularização Positiva Há necessidade de resposta da pessoa. Circularização positiva ocorre de duas formas: branco: não se colocam os valores; preto: utilizados saldos ou valores a serem confirmados na data-base indicada. Circularização Negativa Resposta for necessária só em caso de discordância. Se não responder o auditor entende que pessoa concorda com os valores. 7.8.4 - Recálculo Verificação da exatidão matemática de documentos ou registros. O recálculo pode ser realizado manual ou eletronicamente. 7.8.5 - Reexecução Execução independente pelo auditor de procedimentos ou controles que foram originalmente realizados como parte do controle interno da entidade. 7.8.6 - Procedimentos analíticos Avaliação das informações feitas por meio de estudo das relações plausíveis entre dados financeiros e não financeiros. Os procedimentos analíticos incluem também a investigação de flutuações e relações identificadas que sejam inconsistentes com outras informações relevantes ou que se desviem significativamente dos valores previstos. Auditoria para Auditor da Sefaz GO Teoria e Exercícios – Aula 05 Professor Marcelo Seco www.pontodosconcursos.com.br | Professor Marcelo Seco 25 7.8.7 - Indagação Busca de informações junto a pessoas com conhecimento, financeiro e não financeiro, dentro ou fora da entidade. A indagação é utilizada extensamente em toda a auditoria, além de outros procedimentos de auditoria. As indagações podem incluir desde indagações escritas formais até indagações orais informais. A avaliação das respostas àsindagações é parte integral do processo de indagação. No que diz respeito a alguns assuntos, o auditor pode considerar necessário obter representações formais da administração e, quando apropriado, dos responsáveis pela governança, para confirmar respostas a indagações verbais. 7.9 - Informações a serem utilizadas como evidência de auditoria Relevância e confiabilidade A qualidade de toda evidência de auditoria é afetada pela relevância e confiabilidade das informações em que ela se baseia. Relevância A relevância trata da ligação lógica ou influência sobre a finalidade do procedimento de auditoria e, quando apropriado, a afirmação em consideração. Os testes de controle são definidos para avaliar a eficácia operacional dos controles na prevenção, detecção e correção de distorções relevantes no nível da afirmação. Os procedimentos substantivos são definidos para detectar distorções relevantes no nível da afirmação. Eles compreendem testes de detalhes e procedimentos analíticos substantivos. Auditoria para Auditor da Sefaz GO Teoria e Exercícios – Aula 05 Professor Marcelo Seco www.pontodosconcursos.com.br | Professor Marcelo Seco 26 Confiabilidade A confiabilidade das informações a serem utilizadas como evidência de auditoria e, portanto, da própria auditoria, é influenciada pela sua fonte e sua natureza, e as circunstâncias nas quais são obtidas, incluindo os controles sobre sua elaboração e manutenção, quando relevante. Embora reconhecendo que podem existir exceções, as seguintes generalizações sobre a confiabilidade da evidência de auditoria podem ser úteis: a confiabilidade da evidência de auditoria é maior quando ela é obtida de fontes independentes fora da entidade; a confiabilidade da evidência de auditoria gerada internamente é maior quando os controles relacionados, incluindo os controles sobre sua elaboração e manutenção, impostos pela entidade, são efetivos; a evidência de auditoria obtida diretamente pelo auditor é mais confiável do que a evidência de auditoria obtida indiretamente ou por inferência; a evidência de auditoria em forma de documentos, em papel, mídia eletrônica ou de outro tipo, é mais confiável do que a evidência obtida verbalmente; a evidência de auditoria fornecida por documentos originais é mais confiável do que a evidência de auditoria fornecida por fotocópias ou fac- símiles ou por documentos que foram filmados, digitalizados ou transpostos de outra maneira para forma eletrônica, cuja confiabilidade pode depender dos controles sobre sua elaboração e manutenção. Auditoria para Auditor da Sefaz GO Teoria e Exercícios – Aula 05 Professor Marcelo Seco www.pontodosconcursos.com.br | Professor Marcelo Seco 27 8 - Mapas Mentais Auditoria para Auditor da Sefaz GO Teoria e Exercícios – Aula 05 Professor Marcelo Seco www.pontodosconcursos.com.br | Professor Marcelo Seco 28 Este mapa foi repetido porque o Professor julga essencial a sedimentação do conhecimento nele contido em todos os momentos que forem feitas as revisões desta aula. Auditoria para Auditor da Sefaz GO Teoria e Exercícios – Aula 05 Professor Marcelo Seco www.pontodosconcursos.com.br | Professor Marcelo Seco 29 Exercícios Resolvidos Questão 1 – Esaf 2016 Anac – Por Risco Inerente se entende: a) a composição dos riscos de detecção e de auditoria. b) aquele que deriva do conjunto procedimental adotado ao longo de uma auditoria. c) a incapacidade de um sistema de controle em evitar erros ou fraudes. d) aquele vinculado à natureza do objeto analisado. e) o mesmo que risco geral da Auditoria. Risco de distorção relevante Risco de a distorção relevante já existir nas DCs antes da auditoria. Dois componentes: risco inerente risco de controle Risco inerente É um risco da entidade, existe independentemente de existir ou não processo de auditoria ou controles internos operantes. É um risco que pode ser agravado pela característica de uma área interna ou pela atividade da entidade. Risco de controle Também é um risco da entidade, que existe independentemente de existir ou não processo de auditoria. É o risco de que uma distorção, seja causada por erro ou fraude, não seja prevenida, detectada e corrigida tempestivamente pelo controle interno da entidade. Gabarito: D Auditoria para Auditor da Sefaz GO Teoria e Exercícios – Aula 05 Professor Marcelo Seco www.pontodosconcursos.com.br | Professor Marcelo Seco 30 Questão 2 – Esaf 2016 Anac - Por meio da utilização de técnicas e de procedimentos de auditoria, busca-se a produção de evidências que possam comprovar os achados de auditoria. São atributos das evidências: a validade, a confiabilidade, a relevância e a suficiência. Avalie as seguintes sentenças que se referem ao conceito de "evidência" em auditoria: I. Informações circularizadas podem se tornar evidências. II. A realização de cálculos é uma forma de compor uma evidência. III. Os custos para a produção de uma evidência não devem ser levados em consideração durante os trabalhos de auditoria. Sobre as sentenças acima, é correto afirmar que: a) todas estão corretas. b) apenas I e III estão corretas. c) apenas I e II estão corretas. d) apenas II e III estão corretas. e) todas estão incorretas. I – Correta. Cartas de circularização são, de fato, formas de obtenção de evidências. II – Correta. Cálculo é um dos procedimentos substantivos para obtenção de evidências. III - Errada. Os custos devem ser considerados, sempre. Há que se fazer a relação custo benefício em todo o trabalho de auditoria, assim como se faz no trabalho de elaboração das demonstrações contábeis. Gabarito: C Auditoria para Auditor da Sefaz GO Teoria e Exercícios – Aula 05 Professor Marcelo Seco www.pontodosconcursos.com.br | Professor Marcelo Seco 31 Questão 3 – Esaf 2014 AFRFB - Em relação às estimativas contábeis realizadas pela empresa auditada, o auditor independente deve: a) sempre que constatar possível tendenciosidade da administração, concluir que as estimativas contábeis estão inadequadas, ressalvando o relatório. b) periodicamente exigir da administração e de seus advogados carta de responsabilidade pelas estimativas efetuadas, eximindo a auditoria de avaliar os cálculos e premissas. c) revisar os julgamentos e decisões feitos pela administração na elaboração destas estimativas contábeis, para identificar se há indicadores de possível tendenciosidade da administração. d) reavaliar as premissas e cálculos e, quando discordar, determinar a modificação dos valores contabilizados, sob pena de não emitir o relatório de auditoria. e) aceitar os valores apresentados, por serem subjetivos e de responsabilidade da administração e de seus consultores jurídicos ou áreas afins. Letras A e D, erradas. Estimativa inadequada não é, necessariamente, motivo para ressalvar o relatório ou para deixar de emiti-lo. O auditor deve analisar os motivos da inadequação das estimativas e discutir o assunto com a administração. Letras B e E, erradas. A elaboração das estimativas é de responsabilidade da administração. A avaliação da estimativa é de responsabilidade do auditor, que não pode se eximir disso com base em declarações do auditado. Letra C, correta. Avaliando as estimativas Uma diferença entre o desfecho da estimativa contábile o valor originalmente reconhecido ou divulgado nas demonstrações contábeis não representa necessariamente uma distorção nas demonstrações contábeis. O objetivo do auditor é obter evidência apropriada e suficiente sobre: se as estimativas contábeis, incluindo as de valor justo, são razoáveis; se as respectivas divulgações nas demonstrações contábeis são adequadas, no contexto da estrutura de relatório financeiro aplicável. Gabarito: C Auditoria para Auditor da Sefaz GO Teoria e Exercícios – Aula 05 Professor Marcelo Seco www.pontodosconcursos.com.br | Professor Marcelo Seco 32 Questão 4 – Esaf 2014 AFRFB - A empresa Orion S.A. realizou a contagem de seus estoques (inventário físico), em 31 de outubro de 2013. O auditor foi contratado para realizar a auditoria das Demonstrações Contábeis de 31 de dezembro de 2013. Em relação ao inventário, deve o auditor: a) validar a posição apresentada nas demonstrações contábeis de 31 de dezembro de 2013, uma vez que foi atendida a exigência de inventariar os estoques, uma vez ao ano. b) solicitar nova contagem de inventário em 31 de dezembro de 2013 ou na data do início dos trabalhos de auditoria, sendo sempre obrigatória sua presença e participação na contagem física e aprovação dos procedimentos de inventário. c) exigir que seja elaborada nota explicativa evidenciando a posição do inventário em 31 de outubro de 2013, ressalvando a posição do inventário em 31 de dezembro de 2013, esclarecendo que não houve contagem das posições de estoques entre 31 de outubro e 31 de dezembro de 2013. d) executar procedimentos para obter evidência de auditoria de que as variações no estoque, entre 31 de outubro de 2013 e 31 de dezembro de 2013, estão adequadamente registradas. e) limitar sua avaliação a posição de estoques apresentada em 31 de outubro de 2013, restringindo o escopo de seu trabalho na área de estoques, aos saldos apresentados nesta data. Vamos lá! Para fazer o trabalho, o auditor deve obter evidências de que os valores reconhecidos no estoque, nas duas datas, estão livres de distorção relevante. Não é possível simplesmente validar ou invalidar os valores apresentados. Como ele pode verificar a pertinência dos valores apurados em outubro e em dezembro? Refazer os inventários é impossível. Resta ao auditor verificar se a variação do saldo entre os dois levantamentos está retratada nos lançamentos contábeis. Pode, ainda, determinar novo inventário, na data atual, fazendo também a conferência dos valores obtidos com os registros contábeis. Gabarito: D Auditoria para Auditor da Sefaz GO Teoria e Exercícios – Aula 05 Professor Marcelo Seco www.pontodosconcursos.com.br | Professor Marcelo Seco 33 Questão 5 – FCC 2013 Sefaz SP - Uma demonstração contábil apresenta distorções relevantes, quando o valor de distorções: A) não corrigidas, individualmente ou em conjunto, supera o valor de R$ 10.000.000,00. B) corrigidas não foi divulgado nas notas explicativas e supera a materialidade global estabelecida pelo auditor. C) corrigidas, individualmente ou em conjunto, é maior que a materialidade global estabelecida para o trabalho. D) não corrigidas, individualmente, é menor que a materialidade global. E) não corrigidas, individualmente ou em conjunto, é maior que a materialidade global estabelecida para o trabalho. Materialidade Ao considerar a materialidade, o auditor avalia quais fatores podem influenciar as decisões dos usuários previstos. A materialidade é considerada no contexto de fatores quantitativos e qualitativos, como a magnitude relativa, a natureza e a extensão dos efeitos desses fatores na avaliação ou na mensuração do objeto e os interesses dos usuários previstos. A materialidade é um conceito que se estabelece para cada trabalho, não havendo valor pré-fixado para decidir o que é e o que não é material. Ao estabelecer a materialidade global, o auditor chega a um número a partir do qual entende que as distorções são relevantes, ou seja, afetarão o julgamento do usuário. Se as distorções não corrigidas, superarem o valor estabelecido para a materialidade, o auditor entende que as DCs apresentam distorção relevante. Gabarito: E Questão 6 – Esaf 2010 ISS Rio - Assinale a opção falsa a respeito dos assuntos que, se bem equacionados, ajudam o auditor a reduzir o risco de detecção em uma auditoria. a) Formação de equipes de trabalho com pessoal preparado. b) Revisão e supervisão dos trabalhos de auditoria realizados. c) Aplicação do ceticismo profissional. d) Planejamento adequado dos trabalhos de auditoria. e) Diminuição do escopo de exame e redução do número de transações. Auditoria para Auditor da Sefaz GO Teoria e Exercícios – Aula 05 Professor Marcelo Seco www.pontodosconcursos.com.br | Professor Marcelo Seco 34 Como tratar riscos de distorção relevante no nível das DCs enfatizar necessidade de manter o ceticismo profissional; designar pessoal mais experiente ou aqueles com habilidades especiais ou usar especialistas; fornecer mais supervisão; incorporar elementos adicionais de imprevisibilidade na seleção dos procedimentos adicionais de auditoria; efetuar alterações gerais na natureza, época ou extensão dos procedimentos de auditoria como, por exemplo, executar procedimentos substantivos no final do período ao invés de em data intermediária ou modificar a natureza dos procedimentos de auditoria para obter evidência de auditoria mais persuasiva. O risco de detecção é o risco de não se encontrar uma distorção relevante que exista nas DCs. Entre as alternativas, a única não listada entre as formas de tratar o risco de distorção relevante é a letra D, planejamento. O planejamento é fase essencial da auditoria, mas não é forma de tratamento de riscos. E a letra E? Como explicamos isso? A letra E trata de alterações nos procedimentos de auditoria que, no caso, consistiriam na redução do escopo dos trabalhos e na redução do volume de transações a serem auditadas. Se o auditor entende que está exposto ao risco de detecção e, por exemplo, não pode fazer modificações na equipe, pode optar por reduzir o escopo do trabalho e a quantidade de transações a serem analisadas o que poderá fazer com que a auditoria seja feita em um nível mais apurado de detalhe, diminuindo o risco de detecção e, por consequência, o risco de auditoria. Talvez você tenha pensado em diminuição do número de transações a serem utilizadas na amostra, mas, na verdade, o examinador referiu-se ao número de transações a serem auditadas. Auditoria para Auditor da Sefaz GO Teoria e Exercícios – Aula 05 Professor Marcelo Seco www.pontodosconcursos.com.br | Professor Marcelo Seco 35 Exemplificando: Suponhamos que o auditor se depare com um trabalho em que terá que analisar 600 mil de transações. Contudo, sua equipe só tem condições de analisar uma amostra de 5 mil transações. Então, ele resolve diminuir o escopo, estabelecendo que serão analisadas apenas as transações com valor superior a 2 mil reais. Isso reduz a quantidade de transações auditáveis para, por exemplo, 50 mil transações, das quais ele poderá analisar 5 mil. Diminuiu-se o escopo, mas o percentual de amostragem subiu, diminuindo o risco de detecção. Lembra-se da relação entre risco e distorção? A seguinte relação entre riscos e distorções é estabelecida e muito lembrada nas provas: Maior o risco de distorção Menor deve ser o limite de risco de detecção aceitável Maiordeve ser a extensão dos procedimentos adotados na auditoria. No exemplo que eu dei, o auditor aumentou percentualmente a extensão dos procedimentos no grupo que ele entendia haver maior risco. Deixou de analisar muitas transações abaixo de 2 mil, mas analisou um percentual muito maior de transações acima de 2 mil. Gabarito: D Auditoria para Auditor da Sefaz GO Teoria e Exercícios – Aula 05 Professor Marcelo Seco www.pontodosconcursos.com.br | Professor Marcelo Seco 36 Questão 7 – Esaf 2010 Susep - Com relação aos níveis de relevância determinados em um processo de auditoria externa, é verdadeiro afirmar que: a) o processo de avaliação de relevância deve sempre considerar os níveis de risco e as distorções identificadas, não sendo permitido considerar nos limites eventuais distorções não identificadas ou projetadas. b) o auditor, em nenhuma hipótese, pode estabelecer nível de relevância abaixo dos determinados no planejamento. c) não se devem considerar as avaliações de risco e relevância no seu conjunto, sendo sempre avaliadas individualmente. d) os níveis de relevância estabelecidos no planejamento devem ser mantidos, independentemente dos fatores encontrados, durante a realização dos trabalhos. e) se a administração da entidade auditada negar-se a ajustar as demonstrações contábeis e os procedimentos de auditoria adicionais, de forma a não permitir concluir que o montante agregado das distorções seja irrelevante, deve o auditor considerar os efeitos no seu parecer. Comunicação e correção de distorções O auditor deve comunicar tempestivamente ao nível apropriado da administração todas as distorções detectadas durante a auditoria, a menos que seja proibido por lei ou regulamento. O auditor deve requerer que a administração corrija essas distorções. Se a administração recusar-se a corrigir algumas das distorções reportadas pelo auditor, este deve obter o entendimento sobre as razões pelas quais a administração decidiu por não efetuar as correções e deve considerar esse entendimento ao avaliar se as demonstrações contábeis como um todo estão livres de distorções relevantes. Gabarito: E Questão 8 – Esaf 2010 Susep - As estimativas contábeis reconhecidas nas demonstrações contábeis da empresa são de responsabilidade: a) dos auditores externos. b) dos advogados. c) da auditoria interna. d) do conselho de administração. e) da administração da empresa. Auditoria para Auditor da Sefaz GO Teoria e Exercícios – Aula 05 Professor Marcelo Seco www.pontodosconcursos.com.br | Professor Marcelo Seco 37 Auditoria de estimativas Contábeis. Alguns itens das demonstrações contábeis não podem ser mensurados com precisão, podem ser apenas estimados. Essa forma de mensuração desses itens das demonstrações contábeis é denominada estimativa contábil. A responsabilidade pela elaboração da estimativa é da administração da entidade. Gabarito: E Questão 9 – Esaf 2009 AFRFB - O auditor, ao avaliar as provisões para processos trabalhistas elaboradas pela Empresa Projeções S.A., percebeu que nos últimos três anos, os valores provisionados ficaram distantes dos valores reais. Dessa forma, deve o auditor: a) estabelecer novos critérios para realização das estimativas pela empresa, no período. b) determinar que a administração apresente novos procedimentos de cálculos que garantam os valores registrados. c) ressalvar o parecer, por inadequação dos procedimentos, dimensionando os reflexos nas demonstrações contábeis. d) exigir que seja feita uma média ponderada das perdas dos últimos três anos, para estabelecer o valor da provisão. e) avaliar se houve o ajuste dos procedimentos, para permitir estimativas mais apropriadas no período. O auditor não faz estimativas, nem determina métodos a serem utilizados. Isso tudo é responsabilidade da administração da auditada. No caso descrito o auditor deve verificar se a entidade procedeu aos ajustes necessários na forma de estabelecer as estimativas envolvidas, com vistas a analisar se os problemas foram tratados e se as estimativas estão mais confiáveis para o período em análise. Gabarito: E Auditoria para Auditor da Sefaz GO Teoria e Exercícios – Aula 05 Professor Marcelo Seco www.pontodosconcursos.com.br | Professor Marcelo Seco 38 Questão 10 – FGV 2011 Sefaz RJ Auditor - Tendo em vista o que determina o Conselho Federal de Contabilidade, e considerando a doutrina, assinale a alternativa correta. A) A evidência de auditoria é mais confiável quando é obtida de fontes independentes externas à entidade. Nesse sentido, as normas de auditoria requerem que o auditor obtenha evidência de auditoria mais persuasiva quanto menor o risco avaliado. B) Em algumas situações, a administração se recusa a permitir que o auditor envie solicitações de confirmação. Nesses casos, o auditor deve evitar a execução de procedimentos alternativos de auditoria. C) Resposta não recebida é quando a parte que confirma não responde ou não responde de maneira completa a uma solicitação de confirmação positiva, ou a devolução de uma solicitação de confirmação não entregue (devolução pelo correio, por exemplo, para um destinatário não localizado). D) Os procedimentos de confirmação externa são frequentemente usados para confirmar ou solicitar informações relativas a saldos contábeis e seus elementos. Não se recomenda, contudo, o uso para confirmar os termos de acordos, contratos ou transações entre a entidade e outras partes, ou para confirmar a ausência de certas condições como um “acordo paralelo” (side letter). E) As confirmações negativas fornecem evidência de auditoria mais persuasiva que as confirmações positivas. Letra A, errada. A primeira parte está certa. Mas no final, devemos considerar que, quanto maior o risco, mais persuasiva deve ser a evidência. Letra B, errada. Essa é uma situação grave que deve ser discutida com a administração e com a governança. Se a recusa persistir, o auditor pode considerar alterações em seu relatório. Letra D, errada. A confirmação externa pode ser utilizada, sim, para os casos apontados na alternativa. Letra E, errada. São tipos diferentes de circularização (confirmação) que podem ser usados com a mesma efetividade, dependendo do caso em tela. Gabarito: C Auditoria para Auditor da Sefaz GO Teoria e Exercícios – Aula 05 Professor Marcelo Seco www.pontodosconcursos.com.br | Professor Marcelo Seco 39 Questão 11 – FCC 2014 Sefaz PE - Na realização de auditoria das Contas a Receber da Indústria de Tecidos Duradouros S.A., a administração não permitiu que o auditor enviasse solicitações de confirmação externa de saldos, para obtenção de evidência de auditoria. Nestas condições, entre outras medidas previstas nas normas de auditoria, deve o auditor (A) desacatar a decisão da administração da empresa e solicitar a confirmação dos saldos das duplicatas a receber junto aos devedores. (B) executar procedimentos alternativos de auditoria definidos para obter evidência de auditoria relevante e confiável. (C) registrar no programa de auditoria que o procedimento referente à solicitação de confirmação externa não foi realizado. (D) comunicar o fato ao conselho fiscal da empresa, solicitando providências para obtenção das informações desejadas. (E) registrar no relatório de auditoria que o procedimento de solicitações de confirmações externas não foi executado. No caso da administração se recusar a permitir que o auditor envie solicitações deconfirmação, o auditor deve: indagar sobre as razões da recusa da administração e procurar evidência de auditoria sobre sua validade e razoabilidade; avaliar as implicações da recusa da administração na avaliação do auditor dos riscos significativos de distorção relevante, incluindo o risco de fraude, e sobre a natureza, época e extensão de outros procedimentos de auditoria; e executar procedimentos alternativos de auditoria definidos para obter evidência de auditoria relevante e confiável. Gabarito: B Auditoria para Auditor da Sefaz GO Teoria e Exercícios – Aula 05 Professor Marcelo Seco www.pontodosconcursos.com.br | Professor Marcelo Seco 40 Questão 12 – FCC 2013 TRT 15 - A empresa Solution S.A. tem faturado nos últimos três anos, R$ 3.000.000,00 por mês. Em dezembro de 2012 perdeu o cliente Evolution S.A., que mantinha compras anuais de R$ 4.500.000,00. Divulgou para o mercado, em dezembro de 2012, em suas projeções, que terá crescimento nos próximos 5 anos de 15%. O departamento comercial apresentou informações para os usuários internos da empresa Solution, afirmando que não há expectativas de mudança nas vendas. Diante dos fatos apresentados as demonstrações contábeis de: a) 2012 estão afetadas de forma material. b) 2013 estão afetadas de forma material. c) 2012 estão afetadas pela relevância. d) 2012 e 2013 não sofrem influência ou impacto. e) 2012 e 2013 estão afetadas pela materialidade dos fatos. Muito bem! Relevância e materialidade são conceitos que devem ser definidos caso a caso pelo Auditor. Em cada trabalho, de acordo com as características da entidade, ele vai decidir o que é relevante. Materialidade A materialidade é um conceito baseado na natureza e na magnitude dos valores no contexto de uma entidade em particular. Não se pode especificar um limite quantitativo uniforme para materialidade ou predeterminar o que seria julgado material para uma situação particular. Relevância Informação relevante é aquela capaz de fazer diferença nas decisões dos usuários. Essa capacidade de fazer diferença em uma decisão independe de que o usuário decida ou não levar em consideração a informação e independe, O problema é que as DCs estão divulgando um crescimento das vendas, provavelmente nas notas explicativas. E o departamento comercial informou internamente que a realidade é outra: perda de cliente e ausência de crescimento nas vendas. A informação não está condizente com a realidade dos fatos, dado que uma perda de 12,5% no faturamento, sem previsão de recuperação, afetaria, com certeza, as decisões dos usuários. Auditoria para Auditor da Sefaz GO Teoria e Exercícios – Aula 05 Professor Marcelo Seco www.pontodosconcursos.com.br | Professor Marcelo Seco 41 CPC 00 Para ser considerada útil, a informação deve possuir as características fundamentais de relevância e de representação fidedigna. E somente a existência simultânea dessas duas características é que permite que se considere útil uma informação. O mais correto seria dizer que as informações de 2012 foram afetadas em sua fidedignidade e, por consequência, em sua utilidade. Mas a banca houve por bem afirmar que a não divulgação de uma informação relevante afetou a relevância. Gabarito: C Questão 13 – FCC 2013 TRT 15 - NÃO é um indicador de possível tendenciosidade da Administração, com relação a estimativas contábeis: a) mudanças em estimativa contábil ou no método de elaboração da demonstração contábil, quando a Administração fez uma avaliação subjetiva de que houve mudança nas circunstâncias. b) utilização das premissas da própria entidade para estimativas contábeis do valor justo, quando eles são inconsistentes com premissas do mercado observáveis. c) seleção ou elaboração de premissas significativas que produzem uma estimativa pontual favorável para os objetivos da Administração. d) dimensionamento da provisão para contingências tributárias fundamentada na posição de probabilidade de sucesso dos processos apresentada pelos advogados da empresa. e) seleção de estimativa pontual, que pode indicar um padrão de otimismo ou pessimismo. Letra A, errada. Isso não pode ocorrer. As mudanças de estimativas devem ser feitas com base em avaliações objetivas e bem fundamentadas. Letra B, errada. As premissas da entidade devem ser consistentes com as observáveis no mercado. Letra C, errada. Não se podem selecionar apenas as premissas que atendam aos interesses da administração, deixando as negativas de lado. Auditoria para Auditor da Sefaz GO Teoria e Exercícios – Aula 05 Professor Marcelo Seco www.pontodosconcursos.com.br | Professor Marcelo Seco 42 Letra D, correta. Esse tipo de estimativa é válido, desde que atendidas as demais condições estabelecidas para o cálculo de estimativas. Letra E, errada. As seleções de parâmetro para estimativas devem ser neutras, sem padrões otimistas ou pessimistas. Gabarito: D Questão 14 – Esaf 2010 ISS Rio - Para a obtenção de informações junto a pessoas ou entidades conhecedoras da transação, dentro ou fora da entidade, o procedimento de auditoria a ser aplicado é: a) inspeção. b) observação. c) revisão analítica. d) confirmação. e) solicitação de informações. No caso exposto, a obtenção de informações poderia ser feita por indagação (entrevista) ou confirmação (que inclui a circularização). Como não temos indagação entre as alternativas, ficamos com a letra D, confirmação. Gabarito: D Questão 15 – FGV 2014 Sefaz Cuiabá - Sobre estimativas contábeis, de acordo com a NBC TA 540 – Auditoria de Estimativas Contábeis, assinale a afirmativa correta. (A) A diferença entre o desfecho da estimativa contábil e o valor originalmente reconhecido ou divulgado nas demonstrações contábeis representa uma distorção. (B) O auditor deve revisar o desfecho das estimativas contábeis incluídas nas demonstrações contábeis do período anterior, de modo a questionar os julgamentos feitos nesse período. (C) O potencial para tendenciosidade da administração intencional é inerente em decisões subjetivas, que são, muitas vezes, necessárias na elaboração de estimativa contábil. Auditoria para Auditor da Sefaz GO Teoria e Exercícios – Aula 05 Professor Marcelo Seco www.pontodosconcursos.com.br | Professor Marcelo Seco 43 (D) As estimativas contábeis do valor justo, para as quais é usado modelo especializado desenvolvido para a entidade, envolvem pequena incerteza e podem gerar riscos mais baixos de distorção relevante. (E) O auditor deve revisar as estimativas contábeis para identificar se há indicadores de possível tendenciosidade da administração, de modo a concluir sobre a razoabilidade de estimativas contábeis individuais. Letra A, errada. A norma diz, literalmente: Uma diferença entre o desfecho da estimativa contábil e o valor originalmente reconhecido ou divulgado nas demonstrações contábeis não representa necessariamente uma distorção nas demonstrações contábeis. Este é especialmente o caso para estimativas contábeis ao valor justo, pois qualquer desfecho observado é invariavelmente afetado por eventos ou condições posteriores à data em que a mensuração é estimada para fins das demonstrações contábeis. Letra B, errada. O auditor deve se preocupar com as estimativas do período que está auditando. Além disso, o desfecho é o resultado final do item. Se o período já foi auditado, depreende-se que o valor apresentado nas DCs estava correto. Éclaro que o auditor pode olhar as estimativas de períodos anteriores, mas não foi isso que a assertiva disse. Ela está dizendo que o auditor vai revisar os desfechos das estimativas de períodos passados. Desfecho é o final. Previsto x realizado. Ele não vai auditar isso e nem revisar as estimativas passadas, pois isso já foi feito no período anterior. Vai, no máximo, utilizar como base para sua análise presente (foi esse, inclusive, o exemplo que você deu). Perceba que, revisar é bastante diferente de considerar. Letra C, correta. Tendenciosidade da administração É a falta de neutralidade da administração na elaboração e apresentação de informações. Auditoria para Auditor da Sefaz GO Teoria e Exercícios – Aula 05 Professor Marcelo Seco www.pontodosconcursos.com.br | Professor Marcelo Seco 44 Letra D, errada. Incerteza e risco são maiores nesse caso. Estimativas que envolvem incerteza relativamente alta: estimativa contábil em relação ao desfecho de litígios; estimativas contábeis do valor justo para instrumentos financeiros derivativos não negociados em bolsa; estimativas contábeis do valor justo para as quais é usado modelo altamente especializado desenvolvido para a entidade ou existem premissas ou dados que não podem ser observados no mercado. Letra E, errada. De novo o verbo revisar. O auditor não revisa estimativas. Se você aceitar isso estará dizendo que ele vai fazer algo parecido como calcular, elaborar, preparar, uma estimativa, só que o estará fazendo em segunda instância, digamos assim. A norma não permite isso. Quem deve fazer as estimativas é a entidade. O auditor apenas as avalia. A norma traz as ações que o auditor deve tomar nos casos de estimativas mais sensíveis, de riscos significativos, e entre elas não está a revisão de estimativas. Considere o exemplo de uma estimativa de taxa de desconto. O auditor não vai calcular a taxa de desconto ideal. Ele vai apenas pedir à entidade que reveja sua estimativa, caso ache que está fora do padrão. Incerteza de estimativa Para estimativas contábeis que geram riscos significativos, além de outros procedimentos substantivos, o auditor deve avaliar o seguinte: como a administração considerou premissas ou desfechos alternativos e por que os rejeitou ou como a administração tratou de outra forma a incerteza de estimativa ao elaborar a estimativa contábil se as premissas significativas usadas pela administração são razoáveis; quando relevante a intenção e a capacidade da administração de realizar cursos de ação específicos. Se, no julgamento do auditor, a administração não tratou adequadamente os efeitos da incerteza de estimativa das estimativas contábeis que geram riscos significativos, o auditor deve, se considerado necessário, desenvolver um intervalo para avaliar a razoabilidade da estimativa contábil. Gabarito: C Auditoria para Auditor da Sefaz GO Teoria e Exercícios – Aula 05 Professor Marcelo Seco www.pontodosconcursos.com.br | Professor Marcelo Seco 45 Questão 16 – Esaf 2010 CVM - Assinale opção falsa a respeito das evidências de auditoria. a) A quantidade necessária de evidência de auditoria é afetada pela avaliação dos riscos de distorção. b) A qualidade é fator importante para determinar a suficiência das evidências. c) A opinião do auditor é sustentada nas evidências de auditoria. d) As auditorias anteriores não podem ser uma fonte de evidência segura se tiver sido executada por outra entidade de auditoria. e) A forma primária de obtenção de evidência é a partir de procedimentos de auditoria executados durante o curso da auditoria. Todas corretas e estudadas durante a aula, exceto a letra D. As auditorias anteriores podem e devem ser utilizadas pelo auditor atual, desde que tomados os devidos cuidados, relacionados principalmente aos casos que estudaremos na próxima aula de auditoria inicial. Existe um “não" escondido ali. Cuidado com as cascas de banana do examinador. De fato, elas podem, e isso torna a assertiva errada. Portanto, é o nosso gabarito. O fato de a letra D estar flagrantemente errada serviria como fator para você deixar a B de lado, ainda que existissem dúvidas sobre ela. Mesmo assim, vamos falar um pouco sobre a letra B, que está correta: Suficiência é fator de quantidade. Adequação é fator de qualidade. Vamos ver o que a norma diz: Evidências de auditoria são as informações utilizadas pelo auditor para fundamentar suas conclusões em que se baseia a sua opinião. As evidências de auditoria incluem informações contidas nos registros contábeis subjacentes às demonstrações contábeis e outras informações. Auditoria para Auditor da Sefaz GO Teoria e Exercícios – Aula 05 Professor Marcelo Seco www.pontodosconcursos.com.br | Professor Marcelo Seco 46 Para fins das NBC TAs: (i) a suficiência das evidências de auditoria é a medida da quantidade da evidência de auditoria. A quantidade necessária da evidência de auditoria é afetada pela avaliação do auditor dos riscos de distorção relevante e também pela qualidade de tal evidência; (ii) a adequação da evidência de auditoria é a medida da qualidade da evidência de auditoria; isto é, sua relevância e confiabilidade no fornecimento de suporte às conclusões em que se baseia a opinião do auditor. Veja que o grifo vermelho relaciona a quantidade à qualidade e foi a isso que a banca se apegou para dar como correta a letra B. Ou seja, adequação e suficiência estão relacionadas. Gabarito: D Questão 17 – Esaf 2010 Susep - O auditor interno, ao realizar seus testes, efetuou o acompanhamento dos inventários físicos, confrontou as notas fiscais do período com os registros e realizou a circularização dos advogados internos e externos. Esses procedimentos correspondem respectivamente a: a) investigação, inspeção e observação. b) inspeção, observação e investigação. c) confirmação, investigação e observação. d) circularização, observação e inspeção. e) observação, Inspeção e investigação. acompanhamento dos inventários - Observação confrontação de notas fiscais - Inspeção circularização dos advogados internos e externos – A banca chamou de investigação, mas, o mais correto, seria confirmação. Gabarito: E Auditoria para Auditor da Sefaz GO Teoria e Exercícios – Aula 05 Professor Marcelo Seco www.pontodosconcursos.com.br | Professor Marcelo Seco 47 Questão 18 – Esaf 2009 AFRFB – A empresa Grandes Resultados S.A. possui prejuízos fiscais apurados nos últimos três anos. A empresa estava em fase pré-operacional e agora passou a operar em plena atividade. As projeções para os próximos cinco anos evidenciam lucros. O procedimento técnico básico que aplicado pelo auditor constataria esse evento seria: a) ocorrência. b) circularização. c) exame documental. d) inspeção física. e) inventário físico. O procedimento para constatar a situação descrita é o exame dos documentos que levaram a esse entendimento por parte da administração. Gabarito: C Questão 19 – Esaf 2009 Apofp SP - Os testes de observância têm por objeto de análise: a) as contas patrimoniais e de resultado. b) os procedimentos de controle de custos adotados pela administração. c) as contas patrimoniais, apenas. d) os procedimentos de controle interno estabelecidos pela administração. e) as contas de resultado, apenas. Testes de observância não mais existem nas novas normas. Hoje são chamados de testes de controle, e sua função é avaliar
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