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Experimento: Medidas Físicas Mateus Novaes RA: ------------ Prof. ----------- Física Experimental I 1º Semestre / 2017 Sumário 3 1. OBJETIVOS Esse experimento tem como objetivo a realização de medidas lineares por diferentes aparelhos, a aplicação da Teoria de Erros e Algarismos Significativos e a comparação dos resultados considerando as precisões de cada aparelho. 2. RESUMO Medir é comparar uma característica de um sistema com referências tidas como padrão, atualmente toma-se por padrão as unidades reguladas pelo Sistema Internacional de Unidades (SI). Nesse experimento foram realizadas as medições das dimensões de três sólidos geométricos por meio de três aparelhos de medição de diferentes precisões, tratando as probabilidades de erros e observando os resultados obtidos. 3. INTRODUÇÃO O que é uma medida? A medida é o resultado do ato de medir, ou seja, é o ato de atribuir um valor numérico a dimensões de objetos ou até mesmo a eventos, ou ainda, podemos dizer que é comparar uma característica de um sistema com referências tidas como padrão. Tão importante quanto a medida é a unidade de medida, sem a qual a magnitude da medida não possui valor científico. Muito pouco relevante é dizer por exemplo que algum objeto tem magnitude dez, e não dizer a unidade dessa magnitude, podendo ser metros, centímetros, joules, quilogramas, ohms, watt, ou qualquer outra. Essas unidades em que as grandezas físicas são medidas devem ser apropriadas e padronizadas para que possam ser comparadas a outras. Padrões de medidas foram estabelecidos primeiramente por conveniência e depois por necessidade. As primeiras unidades de medida estavam associadas a partes do corpo humano, geralmente do rei, como polegada, pés e jardas (algumas ainda utilizadas em alguns países como nos Estados Unidos). Todavia, isso gerava muitos conflitos entre os países onde certamente os tamanhos não eram exatamente iguais. Como unidades e padrões podem ser definidos ou estabelecidas por qualquer pessoa em qualquer parte do planeta, atualmente toma-se por padrão as unidades das grandezas físicas que são reguladas pelo Sistema Internacional de Unidades (SI), um conjunto sistematizado e padronizado de definições para unidades de medida, utilizado em quase todo o mundo, com o objetivo de uniformizar e facilitar as medições e as relações internacionais. Uma medida pode ser definida por três critérios: tamanho (ou a magnitude da medida), dimensão (que é a unidade usualmente utilizada para classificar o tamanho), e incerteza (que é o grau de imprecisão da medida), esses critérios permitem que comparações sejam feitas entre medidas. 4 Mesmo nos casos em que existe uma clara similaridade, ou desigualdade, entre dois objetos, uma medida precisa ajuda a tornar os dados mais confiáveis. Para auxiliar na confiabilidade dos resultados podemos ainda aplicar às medidas a Teoria dos Erros. 3.1. TEORIA DOS ERROS Quando realizamos uma medição de um objeto usando um dado instrumento de medição, estamos comparando a magnitude do objeto com a unidade associada ao instrumento. Isso ocorre frequentemente em experimentos, onde estamos envolvidos com análise de resultados de medições, geralmente expressos em números associados a grandeza física que desejamos medir. Todavia nem sempre se obtém o resultado de forma direta, um exemplo disso é se quisermos calcular o volume de um objeto, primeiramente devemos efetuar a medição da magnitude dimensional desse objeto e então determinar seu volume por meio dos dados obtidos e cálculos algébricos. Podemos perceber então que temos dois tipos de medidas: as diretas, que são caracterizadas por serem expressas por grandezas físicas fundamentais, ou independentes (comprimento, massa, temperatura, etc.), e por ser uma grandeza que resulta da leitura de sua magnitude mediante o uso de instrumento de medida; e as indiretas, que são caracterizadas por serem expressas por grandezas físicas derivadas, normalmente composta por mais de uma unidade fundamental, e por serem obtidas a partir da aplicação de uma relação matemática vinculando a grandeza medida com outras grandezas mensuráveis (velocidade, volume, aceleração, etc.). Mas como saber se a medição está correta? Se utilizamos uma régua para medir dado objeto, ajustando a extremidade do objeto com a marcação inicial da régua (zero), a leitura do comprimento desse objeto é feita comparando a sua outra extremidade com as marcações impressas na régua. Porém, se a extremidade não coincide com a marcação dizemos que temos um valor aproximado, de acordo com nosso próprio bom senso. Esse resultado indica que a medida está sujeita a um erro associado ao próprio processo de medição, e embora normalmente não consigamos eliminá- lo podemos minimizá-lo utilizando a Teoria dos Erros, que consiste em adotar um valor numérico como verdadeiro, um valor que se acredite estar mais próximo do real valor da grandeza, e atribuímos a ele uma margem de segurança ou erro. 5 Por se tratar de um erro atribuído ao próprio processo de medida da grandeza, o indicamos como: 𝑥 = 𝑥∗ ± ∆𝑥 (1) onde 𝑥∗ é o valor observado na medição o valor médio de uma série de medições, e ∆𝑥 o erro ou a incerteza da medida, também chamado de erro absoluto. 3.2. ERROS DE MEDIDA 3.2.1. CLASSIFICAÇÃO DOS ERROS Os erros podem ser classificados em grosseiros, sistemáticos ou acidentais. Erros grosseiros são causados pela falta de prática ou distração do observador, podendo ocorrer devido a leitura errada da escala do instrumento utilizado, ou por erros de cálculos. Erros sistemáticos são caracterizados por ocorrerem em medidas sucessivas podendo ter como origem algum defeito no instrumento de medida, ou método de medida errôneo, ou ainda ações de causas externas. Os erros acidentais são causados por causas diversas, como causas temporais que variam durante a observação, que escapam de uma análise devido sua imprevisibilidade. 3.2.2. DESVIO As medidas das grandezas podem ser feitas medindo a grandeza apenas uma vez (a), ou medindo a grandeza várias vezes (b), mantendo as mesmas condições para todas as medidas. No caso (a) a estimativa do erro na medida ∆𝑥 ocorre a partir da precisão do equipamento utilizado e o resultado é dado pela equação (𝑥 ± ∆𝑥). No caso (b) ao considerar que 𝑛 medidas foram realizadas, geralmente todos os valores encontrados não são iguais entre si, e essas diferenças são atribuídas aos erros acidentais. Então o valor mais provável dessa grandeza medida é uma média de todas as medidas realizadas, ou seja, o somatório de todos os valores encontrados dividido pelo número de medidas realizadas, dada pela expressão: �̅� = 1 𝑛 ∑ 𝑥𝑖 𝑛 𝑖=1 (2) Temos então como desvio de uma medida, a diferença entre o valor medido 𝑥𝑖 e o valor médio �̅�, podendo ser um valor positivo ou negativo: 𝜎𝑖 = 𝑥𝑖 − �̅� (3) Outra formade representar o desvio é utilizando o desvio padrão, que mede a dispersão estatística dos valores da grandeza medida, representado por: 𝜎 = ±√ ∑ (𝜎𝑖)2 𝑛 1 𝑛−1 (4) 6 Para uma série de medidas utilizamos o desvio padrão médio: �̅� = ± 𝜎 √𝑛 = ±√ ∑ (𝜎𝑖)2 𝑛 1 𝑛(𝑛−1) (5) que nada mais é do que o desvio padrão de uma grandeza dividido pela raiz quadrada do número de medidas, também conhecido como Erro Aleatório Provável. 4. DESCRIÇÃO DO EXPERIMENTO De posse de três sólidos geométricos, um cubo de madeira, um tubo de cobre, e um cilindro de polímero, buscou-se realizar a medição de suas dimensões, a partir de instrumentos de medição de diferentes precisões: uma régua, cuja precisão é de 0,5mm, um paquímetro de precisão igual a 0,05mm, e um micrômetro com precisão de 0,01mm, no caso do cubo foram feitas as medidas de sua altura, largura e comprimento, já nos casos do cilindro e do tubo, por se tratarem de estruturas circulares, apenas a altura e a largura. Para cada dimensão dos sólidos, as medições foram realizadas dez vezes para cada instrumento utilizado no experimento, e todos dados foram armazenados em tabelas. Com os dados em mãos aplicou-se a Teoria dos Erros e calculou-se o volume de cada sólido. 7 5. RESULTADOS E DISCUSSÃO Para melhor análise dos resultados, organizou-se os dados obtidos em tabelas exposta a seguir. Dados do cubo de madeira para medidas realizadas com a régua: Dados do cubo de madeira para medidas realizadas com o paquímetro: 8 Dados do cubo de madeira para medidas realizadas com o micrômetro: Dados do tubo de cobre para medidas realizadas com a régua: 9 Dados do tubo de cobre para medidas realizadas com o paquímetro: Dados do tubo de cobre para medidas realizadas com o micrômetro: 10 Dados do cilindro de polímero para medidas realizadas com a régua: Dados do cilindro de polímero para medidas realizadas com o paquímetro: 11 Dados do cilindro de polímero para medidas realizadas com o micrômetro: As medidas feitas com a régua demonstraram bastante imprecisão para a magnitude dos objetos medidos e maior erro propagado nos cálculos, pois por várias vezes os valores obtidos se davam por aproximações, por falta de maior precisão em sua escala. Ao se comparar os resultados obtidos com a régua, com os resultados do equipamento mais preciso utilizado no experimento, o micrômetro, vê-se que as aproximações realizadas nas medições com a régua prejudicam de forma significativa a observação do objeto real. Devemos considerar também que os sólidos analisados não são totalmente homogêneos e quanto mais preciso o equipamento melhor se nota essa característica, como podemos analisar no caso da medição do diâmetro interno do tubo com o micrômetro, a medida 1 = 21,240mm e a medida 7 = 20,140mm, em diferentes posições dos sólidos podemos encontrar diferentes valores para a mesma medida uns com mais outras com menos variação. Por essa razão os volumes dos sólidos foram calculados com os valores médios de cada medida, para que dentro do universo de informações coletadas se chegasse a um resultado mais próximo possível do real objeto. 6. CONCLUSÃO Com a análise dos resultados percebe-se que diversos equipamentos podem nos auxiliar na tomada de medidas de grandezas físicas lineares, régua, paquímetro, micrômetro, entre outros de maior ou menor escala, porém a escolha do equipamento 12 adequado para cada situação se faz tão importante quanto a própria medição correta das dimensões. O equipamento correto irá permitir uma melhor análise do objeto observado, uma vez que a precisão do equipamento irá possibilitar que se chegue a resultados mais próximos da realidade. Quanto mais precisa a escala do equipamento utilizado, maior a probabilidade de que se chegue a resultados bem próximos do objeto real, pois essa precisão nos possibilitará a coleta de dados com menor probabilidade de erro, o que por sua vez nos permite obter um menor o erro propagado nos cálculos. Todavia, uma alta precisão deve ser observada principalmente em casos de peças de menores tamanhos ou que precisem de ajustes finos, ou que componham um objeto maior e precisam encaixes precisos. Os instrumentos de uma forma geral possuem uma precisão considerável de acordo com a magnitude de medidas que se propõem a realizar, ou para que lhes são apropriadas. O que nos faz ressaltar que não tem razão de utilizar por exemplo, uma régua para medir um campo de futebol, ou uma trena para medir a espessura de uma engrenagem de relógio de pulso. 7. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS Schmelkin, Liora Pedhazur (1991). Measurement, Design, and Analysis: An Integrated Approach. Hillsdale, NJ: Lawrence Erlbaum Associates. Halliday, David (2008). Fundamentos de física, volume 1: Mecânica. Rio de Janeiro: LTC. BIPM, Bureau International des Poids et Mesures (2007). SI - Sistema Internacional de Unidades (PDF) (revista) 8ª ed. Rio de Janeiro: INMETRO - Instituto Nacional de Metrologia, Normalização e Qualidade Industrial. Associação Brasileira de Normas Técnicas. Rio de Janeiro, ABNT,1978.
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