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Técnicas de Confeitaria Massas e cremes básicos Chocolate Caldas de açúcar e merengues Massas Básicas Massas o Torta o Pâte a Choux o Pâte Feuillete – Massa folhada o Bolo o Biscoito Torta Brisée, Sucrée e Sablée Brisée, Sucrée e Sablée o Feitas a base de farinha de trigo, manteiga e algum elemento líquido (água, ovos ou leite) o A proporção de ingredientes e a técnica utilizada diferenciarão os tipos básicos de massa o Textura: • leve • crocante • “derrete na boca” • pesada • dura Brisée, Sucrée e Sablée o Técnicas: • Crémage • Sablage o Crémage: os líquidos são emulsionados com a gordura e o açúcar, juntando-se a farinha por último o Sablage: a manteiga gelada é incorporada a farinha, obtendo-se um granulado semelhante a areia (sablé) Brisée, Sucrée e Sablée o Diferentemente do pão, o objetivo não é uma massa estruturada e elástica o Não é necessário trabalhar a massa demais, apenas o suficiente para formar a massa o Há desenvolvimento de glúten, porém de forma controlada Brisée, Sucrée e Sablée “A temperatura de alguns ingredientes, principalmente manteiga, leite e ovos, muitas vezes interfere no resultado da preparação” (SEBESS, Mariana. Técnicas de Confeitaria Profissional) Massas crocantes Brisée e Sucrée Brisée e Sucrée o Deve-se utilizar manteiga gelada o Pequenos pedaços de manteiga se mantém no meio da massa após a adição do líquido o Camadas de gordura e farinha serão formadas, resultando na formação de folhas de massa separadas por camadas de ar o O resultado é uma massa de textura crocante Massas arenosas Sablée Sablée o Deve-se utilizar manteiga en pommade o Os ingredientes secos serão impermeabilizados pela manteiga, resultando numa massa uniforme o Apenas redes curtas de glúten se formarão, tornando a massa quebradiça e com textura que “derrete na boca” Pâte a choux Pâte a choux o Massa cozida feita a base de água, manteiga, ovos e farinha o O resultado é uma massa aerada e leve o Base para éclair, carolinas e profiteroles Pâte a choux Na primeira etapa do preparo, no fogão, busca-se desidratar a mistura da massa e expandir o amido da farinha para que mais líquido seja absorvido, após essa etapa são adicionados os ovos Pâte a choux No forno, a água restante na massa se transformará em vapor e os ovos coagularão juntamente com o glúten da farinha, formando uma rede que aprisionará o vapor resultando em uma massa leve e parcialmente oca Pâte feuillete Pâte feuillete o A base de manteiga, farinha e água o Apresenta-se em folhas/camadas o Durante a cocção, as folhas são separadas conforme o vapor é liberado e aprisionado nas camadas de gordura, proporcionando crescimento e crocância Pâte feuillete o O preparo dessa massa exige precisão e cuidado pois é delicada devido a grande quantidade de manteiga utilizada nela o Todos os passos devem ser respeitados para que a massa folheie de forma correta o Quanto mais gelada a massa estiver ao entrar no forno, melhor Bolos Bolos o Usando proporções adequadas de farinha, ovos e açúcar é possível fazer um bolo o Agregando-se outros ingredientes e alterando-se as quantidades, é possível produzir novas receitas Bolos o Massas batidas de estrutura cremosa: • Massas pesadas, estrutura não muito aerada • Necessária a adição de fermento em pó ou bicarbonato de sódio • Ex.: bolo inglês, plum cake (bolo de frutas), quatre quarts, madeleines, financiers e brownies madeleines financier brownie Bolos o Massas batidas de estrutura aerada: • Aeração através do batimento mecânico dos ovos, processo que incorpora muito ar a massa • Massas de consistência leve e frágil • Ex.: genoise Bolos o Tipos: • Genoise • Massa com oleaginosas • Massa com gordura • Massa rica Genoise Genoise o Pão-de-ló o Sponge cake o Massa muito elástica a base de ovos, farinha e açúcar, com ou sem manteiga o Considerada a massa base da confeitaria Genoise o As claras são responsáveis pela umidade e pela textura muito aerada da massa o As gemas conferem sabor e gordura (traz maciez para a massa) o A farinha dá estrutura o O açúcar dá sabor e cor Genoise o A massa mais comum leva igual quantidade de gemas e claras o Com mais claras: massa mais aerada e leve o Com mais gemas: massa mais densa o Manteiga: massa mais saborosa e que se conserva por mais tempo, porém é mais pesada Massa com oleaginosas Massa com oleaginosas o Parte do mesmo princípio da genoise, mas no lugar de parte da farinha utiliza-se oleaginosas moídas o Obtém-se uma massa saborosa e densa o A gordura das oleaginosas confere umidade a massa o Menos elástica que a genoise o Textura granulosa e quebradiça Massa com oleaginosas o Para produzir farinha de oleaginosas, a proporção é de 30g de amido de milho para 500g de oleaginosa o O amido impede que muito óleo seja liberado ao processá-las Massa com gordura Massa com gordura o É a massa de bolo tradicional o A proporção dos ingredientes básicos é diferente e pode variar: mais gordura e menos ovos o Há sempre a adição de fermento químico e líquido o Pode-se substituir a farinha de trigo por outro tipo, como fubá e fécula de batata Massa com gordura o A técnica utilizada aqui é a cremage: • Manteiga e açúcar são batidos • Ovos são adicionados um a um • Os ingredientes secos são peneirados, exceto o fermento • Ingredientes secos e líquidos são adicionados alternadamente na mistura de manteiga • O fermento deve ser apenas incorporado a massa no final do preparo, sendo o último passo • O forno deve estar pré-aquecido sempre amanteigada fubá cenoura Massa rica Massa rica o Quatre quarts o Pound cake o Massa que leva farinha, ovos, açúcar e manteiga em proporções iguais o Resulta em uma massa densa, rica e úmida o Comumente aromatizada, a raspa de cítricos é o mais utilizado para esse fim, assim como essência de baunilha, bebidas destiladas e frutas secas Laranja e cranberry cereja Biscoitos Biscoitos o Massa seca, crocante e amanteigada o Existem três tipos de massa de biscoito: • Aerados – biscoito champagne • Cremosos – cookies • Telhas – tuille Cremes básicos Cremes básicos o Misturas elaboradas a partir de produtos lácteos, gorduras, aromatizantes, edulcorantes e ovos o Elaboração delicada o É importante utilizar matérias primas frescas e de qualidade para a produção dos cremes básicos, assim como utensílios e equipamentos limpos e desengordurados Cremes básicos o Tipos: • Creme anglaise • Creme patissier • Creme chantilly • Creme legere • Creme brulée • Creme bavarois • Creme au citron • Creme au caramel • Curds • Ganache • Frangipane • Creme de manteigaCreme anglaise Creme anglaise o É considerado uma das bases da confeitaria o Feito a base de creme de leite ou leite, açúcar, gemas e baunilha o Usualmente serve de acompanhamento para sobremesas, conferindo cremosidade, umidade e suavizando o sabor Creme anglaise o Além da baunilha, é possível saborizar o creme anglaise com: • Café • Raspas de cítricos • Especiarias Creme anglaise o A partir dessa receita-base é possível produzir: • Creme brulée • Creme caramel • Creme patissier • Creme bavarois o Os preparos se diferem pela técnica e pela proporção dos ingredientes Creme patissier Creme patissier o Uma das preparações mais utilizadas na confeitaria o A base de leite, açúcar, gemas e amido o Leva-se ao fogo engrossar e é utilizado frio em muitas preparações Creme patissier o Pode ser aromatizado com uma infinidade de produtos, como: • Baunilha • Chocolate • Café • Doce de leite • Caramelo • Licor ou aguardente • Suco de frutas Chantilly Chantilly o Produto a base de creme de leite fresco e açúcar o Pode ser saborizado com: • Raspas cítricas • Chocolate • Baunilha • Café • Doce de leite Chantilly o Ao ser batido, o creme incorpora borbulhas de ar por meio da ação mecânica. Essas borbulhas são estabilizadas pelos glóbulos de gordura que a elas aderem o O teor de gordura necessário é de 30% a 40% o Ao utilizar ingredientes gelados a 10ºC é possível estabilizar as bolhas de ar mais rapidamente pois a gordura é mais viscosa a essa temperatura Creme legere Creme legere o É obtido a partir da mistura do creme patissier com chantilly, podendo ser adicionado ou não de gelatina o Textura cremosa, aveludada, lisa, uniforme e aerada o É utilizado como recheio de bolos, tortas, massas ou simplesmente como elemento de decoração em sobremesas Creme brulée Creme brulée o Creme catalana o Burnt cream o Do francês, a palavra brulée significa queimado o A base de creme de leite fresco, baunilha, gemas, ovos e açúcar o A principal característica dessa preparação é a crosta de açúcar queimado, feita com auxílio de um maçarico ao final do preparo Creme bavarois Creme bavarois o Mistura de creme anglaise, gelatina e creme de leite batido o Pode ser saborizado e aromatizado, além de ser apresentado de diferentes formas, assim como também pode ser utilizado como acompanhamento o Textura semelhante a de uma mousse Creme patissier au citron Creme caramel Curds Curds “Creme a base de suco de frutas ácidas, geralmente limão, espessado com ovo e manteiga (também pode conter amido). Tem sabor intenso da fruta com a qual foi feito e textura firme, de corte. Perfeito para bolos e recheios de tortas ” (KÖVESI, Beth (et. al.). 400G ) Ganache Ganache o Basicamente é a mistura, em partes iguais, de chocolate em barra e creme de leite o É muito utilizada na confeitaria como recheio, cobertura, decoração e para a preparação de trufas o Mais chocolate: mais firme ela será quando fria o Mais creme de leite: mais fluida o O uso de manteiga é opcional e confere brilho e proporciona uma textura mais aveludada a ganache Creme frangipane Creme frangipane o Creme a base de amêndoas, açúcar e ovo o Deve ser assado sempre para terminar seu cozimento o É utilizado para rechear tortas e bolos Creme de manteiga Creme de manteiga “Muito usado em produções clássicas, principalmente francesas, é um creme à base de manteiga, gemas e açúcar que pode ser aromatizado e entrar em recheios e coberturas. Deve ter textura cremosa e ser feito com manteiga de primeira qualidade.” (KÖVESI, Beth (et. al.). 400G ) Creme de manteiga o Existem diversos métodos para a elaboração desse creme: • A inglesa: leva creme anglaise na preparação • A base de merengue italiano: a manteiga é adicionada ao merengue italiano morno • A base de pâte a bombe: utiliza calda de açúcar e gemas batidos Chocolate Chocolate o Chocolate é a dispersão das finas partículas de sólidos (cacau, açúcar, leite em pó) em manteiga de cacau o Castanhas e produtos a base de castanha são usados frequentemente durante o processamento do chocolate Chocolate o Tipos: • Cacau em pó • Chocolate em pó • Chocolate amargo (puro) – 70% a 100% cacau • Chocolate meio amargo – a partir de 35% cacau • Chocolate ao leite – até 20% cacau • Chocolate branco – não contém massa de cacau • Cobertura – alto percentual de manteiga de cacau • Cobertura hidrogenada – manteiga de cacau substituída por gordura hidrogenada Chocolate “A temperagem, ou pré-cristalização, consiste no resfriamento lento e gradual do chocolate, de tal modo que formam-se cristais de manteiga de cacau uniformemente. Isso evita que a manteiga de cacau se separe da massa de cacau, garantindo ao chocolate uma estrutura final compacta e homogênea. Esse processo garante a secagem rápida do chocolate, brilho da superfície, textura macia e prazo de conservação prolongado.” (KÖVESI, Beth (et. al.). 400G ) Chocolate “Três fatores são importantes na temperagem do chocolate: o tempo, a temperatura e o movimento. O chocolate deve ser derretido até no máximo 45ºC.” (KÖVESI, Beth (et. al.). 400G ) Chocolate o Pré-cristalização do chocolate é o processo de obtenção da forma correta de cristal. o Através da pré-cristalização correta, obtemos: • Brilho • Contração • Dureza • Liberação de aromas • Suavidade na boca • Tempo de prateleira prolongado • Bom snap Chocolate o Técnicas de pré-cristalização: • Tablagem • Indução Tablagem o Consiste em trabalhar o chocolate com movimentos contínuos sobre uma mesa de granito, até que atinja as determinadas temperaturas: - Chocolate branco – 27°C a 28°C - Chocolate ao leite – 28°C a 29°C - Chocolate amargo – 29°C a 30°C Indução o Trabalha-se da seguinte maneira: - Utilizar callets ou picar chocolate em tamanhos pequenos e similares - Mesclar, de pouco em pouco, os callets, até que a temperatura do chocolate derretido previamente atinja aproximadamente 30°C - Fazer a tablagem em seguida Caldas de açúcar Caldas de açúcar “Quando se mistura água com açúcar formando uma solução saturada e esta em seguida é levada para aquecer; obtém-se uma calda de açúcar. À medida que cozinha, a calda vai ficando mais densa e se prestando a diferentes usos. A proporção é de uma parte de água para duas de açúcar.” (KÖVESI, Beth (et. al.). 400G ) Caldas de açúcar o Pontos de calda: • Calda rala ou fio leve • Fio forte • Ponto de cabelo • Pérola ou gota • Bala mole • Ponto de voar • Ponto assoprado • Pasta ou espelho • Bala dura • Caramelo Calda rala o 101ºC o Ao retirar um pouco de calda com uma colher ou garfo, um fio fino se forma, acompanha os movimentos da mão e pode até formar desenhos se for derramado sobre uma superfície lisa. o Base para cremes e docinhos. Fio forte o 103°C o A calda escorre da colher ou garfo em fios grossos que custam a cair. o Mergulhe os dedos em água com gelo e coloque um pouco decalda entre o polegar e o indicador, quando afastados, deve formar um fio sem grande resistência. o Usado em compotas. Ponto de cabelo o 106°C o Mergulhe os dedos em água com gelo e coloque um pouco de calda entre o polegar e o indicador. Ao abrir, um fio mais resistente do que o formado no ponto de fio se forma. o Base para doces em pasta, geleias e recheios. Pérola ou gota o 108°C o Ao retirar um pouco da calda com uma colher de pau. Forma-se um fio ainda mais resistente do que o do ponto de cabelo. Na extremidade, forma-se uma bola semelhante a uma pérola ou uma gota o Usado para ovos moles Bala mole o 110°C • Ao passar uma colher de pau no fundo da panela, forma-se um sulco (na doçaria portuguesa chama-se "ponto de estrada") • Outra maneira de identificar é pingar um pouco da calda em água fria e com os dedos formar uma bola de pouca resistência ou mole • Base para balas, rapaduras e doces em pasta Ponto de voar o 112°C o Retirando um pouco da calda com uma colher ou escumadeira, formam-se bolas (como bolhas de sabão) que se desprendem ao assoprar o Utilizada em glacês de frutas, fondants e merengues Ponto assoprado o 115°C o A calda forma bolas maiores e mais resistentes do que as do ponto de voar, que ficam presas a uma escumadeira o Usada para fazer fio de ovos Pasta ou espelho o 117°C o Ponto que se consegue quando a calda escorre de um garfo em lâminas o Base para frutas cristalizadas, bom-bocado e baba- de-moça Bala dura o 125°C o Ao colocar um pouco da calda num recipiente com água fria, esta se solidifica imediatamente e adquire uma consistência quebradiça o Base para balas de coco e de ovos e para espelhar doces Caramelo o 145°C • Nesse ponto a calda tem uma aparência vítrea, uma tonalidade dourada e um perfume característico de caramelo • É usada para forrar fôrmas para pudins e como base para cremes, pavês e pralinés Merengue Merengue o Mistura de claras de ovo batidas juntamente com açúcar formando uma preparação aerada e estável o É um ingrediente básico em confeitaria o Comumente utilizado como cobertura de bolos e como ingrediente de diversas sobremesas o Pode ser assado, caracterizando outro tipo de sobremesa, como a pavlova o Adicionado de farinha de amêndoas e corantes ou cacau obtém-se os famosos macarons Merengue o Ao batermos as claras, as moléculas de proteína se ligam e formam uma frágil rede que aprisiona o ar, porém essa rede não tem estabilidade suficiente, e em poucos minutos a rede colapsa o Quando assamos o merengue, as proteínas se coagulam com a temperatura, aprisionando o ar Merengue o Proporção básica: 1 parte de claras para 2 partes de açúcar o Tipos: • Francês • Suíço • Italiano Merengue francês o É o mais simples e o menos estável, pois não é levado ao fogo. o Aerar as claras, em seguida adicionar o açúcar enquanto prossegue o batimento até obter o ponto desejado o Ideal para a preparação de suspiros Merengue suíço o Primeiramente a mistura de claras e açúcar é levada ao banho-maria até atingir 60°C (temperatura de pasteurização) o Em seguida, levar o merengue a batedeira e bater até que esfrie o Excelente para assar Merengue italiano o Preparado com a adição de uma calda de açúcar (a 115°C) as claras batidas. o É o merengue mais estável o Utilizado na composição de mousses, buttercream e cobertura para bolos e tortas o Produz ótimas decorações ao ser maçaricado o Não é adequado para ser assado Macaron Macaron o Pequenos suspiros de amêndoas com exterior crocante e interior macio o Frequentemente recheados com ganache ou creme de manteiga de variadas cores e sabores o Preparados a partir do merengue francês ao qual se acrescentam farinha de amêndoas e açúcar de confeiteiro