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F I S I O L O G I A DO E X E R C Í C I O F I S I O L O G I A DO E X E R C Í C I O F I S I O L O G I A DO E X E R C Í C I O F I S I O L O G I A DO E X E R C Í C I O F I S I O L O G I A DO E X E R C Í C I O F I S I O L O G I A DO E X E R C Í C I O F I S I O L O G I A DO E X E R C Í C I O F I S I O L O G I A DO E X E R C Í C I O F I S I O L O G I A DO E X E R C Í C I O F I S I O L O G I A DO E X E R C Í C I O F I S I O L O G I A DO E X E R C Í C I O F I S I O L O G I A DO E X E R C Í C I O F I S I O L O G I A DO E X E R C Í C I O F I S I O L O G I A DO E X E R C Í C I O F I S I O L O G I A DO E X E R C Í C I O F I S I O L O G I A DO E X E R C Í C I O F I S I O L O G I A DO E X E R C Í C I O F I S I O L O G I A DO E X E R C Í C I O F I S I O L O G I A DO E X E R C Í C I O F I S I O L O G I A DO E X E R C Í C I O F I S I O L O G I A DO E X E R C Í C I O F I S I O L O G I A DO E X E R C Í C I O F I S I O L O G I A DO E X E R C Í C I O F I S I O L O G I A DO E X E R C Í C I O F I S I O L O G I A DO E X E R C Í C I O F I S I O L O G I A DO E X E R C Í C I O F I S I O L O G I A DO E X E R C Í C I O F I S I O L O G I A DO E X E R C Í C I O volume 09 - número 01 • Jan/Mar 2010 www.at lant icaedi tora.com.br R e v i s t a B r a s i l e i r a d e F I S I O L O G I A DO E X E R C Í C I O Órgão Oficial da Sociedade Brasileira de Fisiologia do Exercício B r a z i l i a n J o u r n a l o f E x e r c i s e P h y s i o l o g y ISSN 16778510 ESPORTE • Lesões em profissionais de ballet • Antropometria do idoso em hidroginástica • Fibromialgia e exercícios físicos • Correlação entre repetições no pulley frontal e flexões na barra fixa • Exercício aeróbico e prevenção de quedas em idosos NUTRIÇÃO • Avaliação nutricional de atletas de ginástica rítmica FISIOLOGIA • Mecanismos neurofisiológicos da educação cruzada • Bases metabólicas do crescimento muscular R e v i s t a B r a s i l e i r a d e F I S I O L O G I A D O E X E R C Í C I O vo lu m e 0 9 - n ú m e ro 0 1 • Ja n / M a r 2 0 1 0 VII VII VII VII 85 Cursos Certificado para Curso Tradução Simultânea Cursos ministrados por autores da Phorte Editora VII EncontroInternacional Esporte e Atividade Física VIIVIIVII EVII EEncEnEE rocontrcontrtt 23/07 à 01/08/2010 São Paulo Telefone: (011) 2714-5678 skype: instituto.phorte.educacao www.encontrophorte.com.br encontro@institutophorte.com.br C M Y CM MY CY CMY K revista_fisiologia_anuncio_M.pdfPage 1 8/1/2010 17:23:53 F I S I O L O G I A DO E X E R C Í C I O F I S I O L O G I A DO E X E R C Í C I O F I S I O L O G I A DO E X E R C Í C I O F I S I O L O G I A DO E X E R C Í C I O F I S I O L O G I A DO E X E R C Í C I O F I S I O L O G I A DO E X E R C Í C I O F I S I O L O G I A DO E X E R C Í C I O F I S I O L O G I A DO E X E R C Í C I O F I S I O L O G I A DO E X E R C Í C I O F I S I O L O G I A DO E X E R C Í C I O F I S I O L O G I A DO E X E R C Í C I O F I S I O L O G I A DO E X E R C Í C I O F I S I O L O G I A DO E X E R C Í C I O F I S I O L O G I A DO E X E R C Í C I O F I S I O L O G I A DO E X E R C Í C I O F I S I O L O G I A DO E X E R C Í C I O F I S I O L O G I A DO E X E R C Í C I O F I S I O L O G I A DO E X E R C Í C I O F I S I O L O G I A DO E X E R C Í C I O F I S I O L O G I A DO E X E R C Í C I O F I S I O L O G I A DO E X E R C Í C I O F I S I O L O G I A DO E X E R C Í C I O F I S I O L O G I A DO E X E R C Í C I O F I S I O L O G I A DO E X E R C Í C I O F I S I O L O G I A DO E X E R C Í C I O F I S I O L O G I A DO E X E R C Í C I O F I S I O L O G I A DO E X E R C Í C I O F I S I O L O G I A DO E X E R C Í C I O volume 09 - número 02 • Abr/Jun 2010 www.at lant icaedi tora.com.br R e v i s t a B r a s i l e i r a d e F I S I O L O G I A DO E X E R C Í C I O Órgão Oficial da Sociedade Brasileira de Fisiologia do Exercício B r a z i l i a n J o u r n a l o f E x e r c i s e P h y s i o l o g y ISSN 16778510 FISIOLOGIA • Força muscular e teste de esforço • Treinamento de força e massa óssea • Treinamento muscular inspiratório • Alongamento e desempenho da força • Bases metabólicas da rabdomiólise e atrofia muscular ESPORTE • Ginástica laboral • Treinamento aeróbio em adultos obesos e diabéticos NUTRIÇÃO • Aspectos nutricionais e atividade física GERONTOLOGIA • Processo do envelhecimento humano ESTERÓIDES • Esteróides anabolizantes: benefícios ou malefícios R e v i s t a B r a s i l e i r a d e F I S I O L O G I A D O E X E R C Í C I O vo lu m e 0 9 - n ú m e ro 0 2 • A b r/ Ju n 2 0 1 0 A maior fonte de informação e desenvolvimento profissional da América Latina para o setor de fitness, saúde e bem-estar. O Instituto Fitness Brasil é uma ONG que tem como missão oferecer saúde e bem-estar à sociedade através do fornecimento de conteúdo, do desenvolvimento e atualização de profissionais, da atuação em políticas públicas e do aval de qualidade para produtos e serviços ligados ao bem-estar. Os congressos e conferências da Fitness Brasil, que há mais de 20 anos atualizam profissionais, têm seu conteúdo formatado e chancelado pelo Instituto Fitness Brasil, assim como a revista Fitness Business, principal fonte de informação de negócios do setor, e a Rede de Ensino Desportivo, que leva educação à distância para milhares de profissionais em todo o país. InstItuto FItness BrasIl. 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número 03 • Ju l/Set 2010 www.at lant icaedi tora.com.br R e v i s t a B r a s i l e i r a d e F I S I O L O G I A DO E X E R C Í C I O Órgão Oficial da Sociedade Brasileira de Fisiologia do Exercício B r a z i l i a n J o u r n a l o f E x e r c i s e P h y s i o l o g y ISSN 16778510 ESPORTE • Nível de desidratação e desempenho físico de árbitro de futebol • Exercício físico resistido em indivíduo chagásico NUTRIÇÃO • Avaliação da ingestão nutricional de um maratonista de elite • Composição corporale consumo alimentar de equipe de futebol feminino • Consumo de creatina por atletas e praticantes de atividade física FISIOLOGIA • Flexibilidade durante o ciclo menstrual em pré-adolescentes • Reprodutibilidade e comportamento da frequência cardíaca • Níveis plasmáticos do HDL-colesterol no treinamento aeróbio de alta e baixa intensidade BIOLOGIA • Maturação biológica de atletas de ginástica artística CRIOTERAPIA • Aplicação da bolsa de gelo na força de preensão manual R e v i s t a B r a s i l e i r a d e F I S I O L O G I A D O E X E R C Í C I O vo lu m e 0 9 - n ú m e ro 0 3 • Ju l/ S e t 2 0 1 0 15 a 17 de outubro de 2010 Centro de Convenções da Bahia Salvador, BA EXPLORE SEU TALENTO NO MAIOR CONGRESSO DE FITNESS E BEM-ESTAR DA REGIÃO INFORMAÇÕES E INSCRIÇÕES: (71) 3018 1992 • (11) 5095 2699 • www.fi tnessbrasil.com.br Marca esportiva Equipamento MARCAS OFICIAIS APOIO REALIZAÇÃO Pilates Tecido Bebida esportiva Rádio Corrida e Esportes: o melhor conteúdo da área com Alexandre Moreira, Lisia Kiehl, Tavicco Moscatello e Marilândio Ponchet Fitness e Ginástica: Cida Conti, Inelia Garcia, Monica Tagliari e Carol Macário – os ícones do fi tness de volta a Salvador Encontro Nacional de Biomecânica: Julio Serrão, Sergio Guida e Mario Charro reunidos em um único curso E ainda: Musculação e Personal training • Carreira • Treinamento Funcional • Nutrição • Recreação e Escolar • Fisioterapia • Natação e Hidroginástica EXPO FITNESS BRASIL Venha conferir centenas de ofertas do mercado de fi tness, saúde e bem-estar: Artigos esportivos Acessórios Avaliação física Editoras e publicações Pilates • Moda fi tness • Equipamentos Suplementos nutricionais ENTRADA FRANCA Julio Serrão Cida Conti Monica Tagliari Inelia Garcia Alexandre Moreira Sergio Guida volume 09 - número 04 • Out/Dez 2010 www.at lant icaedi tora.com.br R e v i s t a B r a s i l e i r a d e F I S I O L O G I A DO E X E R C Í C I O Órgão Oficial da Sociedade Brasileira de Fisiologia do Exercício B r a z i l i a n J o u r n a l o f E x e r c i s e P h y s i o l o g y ISSN 16778510 ESPORTE • Qualidade de vida dos tenistas amadores • Treinamento de musculação e oclusão vascular NUTRIÇÃO • Avaliação da perda hídrica • Dietas restritivas e suplementos nutricionais FISIOLOGIA • Intensidade auto selecionada, percepção subjetiva de esforço e tempo sob tensão • Influência de diferentes cadências e intensidades de exercício • Diferença de rendimento entre meninos e meninas handebolistas CARDIOLOGIA • Treinamento elíptico em hemiparéticos • Exercício e fator de risco cardiovascular EXPERIMENTAL • Análise histomorfométrica do músculo esquelético de ratas ESTERÓIDES • Mecanismos de funcionamento e efeitos colaterais R e v i s t a B r a s i l e i r a d e F I S I O L O G I A D O E X E R C Í C I O vo lu m e 0 9 - n ú m e ro 0 4 • O u t/ D e z 2 0 1 0 EDITORIAL Perspectivas 2010, Walace Monteiro .....................................................................................................................................3 ARTIGOS ORIGINAIS Estudo sobre lesões em profi ssionais de ballet clássico e contemporâneo em Belo Horizonte/MG, Juliana Santos Anselmo, Adelina Lima Rocha, Elisangela Macedo Rufi no, Jediane Souza Julio, Luciana Gobira Brandão Justus, Marina Faria de Melo Valladão, Roxane Rafaela Macedo dos Santos, Vanderléia Maria de Faria, Vanessa Cristiane Almeida Rodrigues, Zilernice Ramires Guimarães Brito, Marcus Vinicius de Mello Pinto ....................................................................4 Avaliação do estado nutricional e satisfação da imagem corporal de jovens atletas integrantes da equipe competitiva de ginástica rítmica de um clube de São Paulo, Vanessa Quitto Rinaldi, Gabriela de Andrade Moreira Bucheb, Renata Furlan Viebig ..........................................................10 Comparação da autonomia funcional de idosos praticantes e não praticantes de treinamento combinado, Raphael Gouveia da Silva Lyra, Leandro Ramiro, Paulo Cesar Nunes-Junior, Sebastião David Santos-Filho ...............................................................................................................................................16 Efeito do exercício aeróbico na incidência de quedas em idosos com problemas de saúde, Josenei Braga dos Santos, Geórgia Maria F. Benetti, André Junqueira Xavier Eleonora d’Orsi ..............................................24 Correlação entre repetições no pulley frontal e fl exões na barra fi xa, Jaime Flôres de Araujo Bastos, Antonio Coppi Navarro, Francisco Navarro..............................................................................................29 Avaliação antropométrica em idosos praticantes de hidroginástica, Danielle Salles Tortola, Mariane Takesian, Karla Dias Tomazella, Marina Yazigi Solis, Jaqueline Kremer Pereira, Marina Gomes da Costa Fuchs, Monica Milani, Priscila Anacleto de Oliveira, Clara Korukian Freiberg ..............................34 Comparação do VO2 acumulado durante o exercício contínuo e intermitente na máxima fase estável de lactato sanguíneo, Luis Fabiano Barbosa, Camila Coelho Greco, Benedito Sérgio Denadai .................................................................................................................................. 39 REVISÕES Possíveis mecanismos neurofi siológicos mediadores da educação cruzada, Daniel Teixeira Belloni, Alessandro Carielo de Albuquerque, Bianca K. de Macedo Jakubovic, Júlio Cesar Correa Neto Carias, Vernon Furtado da Silva .......................................................................................................................................................45 Bases metabólicas do crescimento muscular, Rodrigo Minoru Manda, Nailza Maestá, Roberto Carlos Burini ..........................................................................................................................................................52 COMUNICAÇÃO BREVE A infl uência da caminhada versus exercícios convencionais sobre a dor e qualidade de vida em mulheres com fi bromialgia: um ensaio simples-cego, Izabel Cristina Camargo dos Santos, Mariana Conceição Farias de Moraes, Bruna Piergentile, Karin Lima dos Reis de Burgo, Fábio Marcon Alfi eri ....................59 NORMAS DE PUBLICAÇÃO ............................................................................................................................... 62 EVENTOS ................................................................................................................................................................. 64 Índice volume 9 número 1 - janeiro/março 2010 R e v i s t a B r a s i l e i r a d e F I S I O L O G I A DO E X E R C Í C I O Órgão Oficial da Sociedade Brasileira de Fisiologia do Exercício B r a z i l i a n J o u r n a l o f E x e r c i s e P h y s i o l o g y Revista Brasileira de Fisiologia do Exercício - Volume 9 Número 1 - janeiro/março 20102 © ATMC - Atlântica Multimídia e Comunicações Ltda - Nenhuma parte dessa publicação pode ser reproduzida, arquivada ou distribuída por qualquer meio, eletrônico, mecânico, fotocópia ou outro, sem a permissão escrita do proprietário do copyri- ght, Atlântica Editora. O editor não assume qualquer responsabilidade por eventual prejuízo a pessoas ou propriedades ligado à confiabilidade dos produtos, métodos, instruções ou idéias expostos no material publicado. Apesar detodo o material publicitário estar em conformidade com os padrões de ética da saúde, sua inserção na revista não é uma garantia ou endosso da qualidade ou do valor do produto ou das asserções de seu fabricante. Atlântica Editora edita as revistas Fisioterapia Brasil, Enfermagem Brasil, Neurociências e Nutrição Brasil I.P. (Informação publicitária): As informações são de responsabilidade dos anunciantes. R e v i s t a B r a s i l e i r a d e F I S I O L O G I A DO E X E R C Í C I O Órgão Oficial da Sociedade Brasileira de Fisiologia do Exercício B r a z i l i a n J o u r n a l o f E x e r c i s e P h y s i o l o g y Sociedade Brasileira de Fisiologia do Exercício Corpo Diretivo: Paulo Sérgio C. Gomes (Presidente), Vilmar Baldissera, Patrícia Brum, Pedro Paulo da Silva Soares, Paulo Farinatti, Marta Pereira, Fernando Augusto Pompeu Revista Brasileira de Fisiologia do Exercício está indexada no SIBRADID (Sistema Brasileiro de Documentação e Informação Desportiva) Editor Chefe Paulo de Tarso Veras Farinatti Editor Associado Pedro Paulo da Silva Soares Walace Monteiro Conselho Editorial Amandio Rihan Geraldes (AL) Antonio Carlos Gomes (PR) Antonio Cláudio Lucas da Nóbrega (RJ) Benedito Sérgio Denadai (SP) Dartagnan Pinto Guedes (PR) Douglas S. Brooks (EUA) Emerson Silami Garcia (MG) Francisco Martins (PB) Francisco Navarro (SP) Luiz Carnevali (SP) Luiz Fernando Kruel (RS) Martim Bottaro (DF) Patrícia Chakour Brum (SP) Paulo Sérgio Gomes (RJ) Robert Robergs (EUA) Rosane Rosendo (SC) Sebastião Gobbi (SP) Steven Fleck (EUA) Yagesh N. Bhambhani (CAN) Vilmar Baldissera (SP) Todo o material a ser publicado deve ser enviado para o seguinte endereço de e-mail: artigos@atlanticaeditora.com.br Administração e vendas Antonio Carlos Mello mello@atlanticaeditora.com.br Assistente de vendas – Atendimento Márcia P. Nascimento marcia@atlanticaeditora.com.br Atlântica Editora e Shalon Representações Praça Ramos de Azevedo, 206/1910 Centro 01037-010 São Paulo SP Atendimento (11) 3361 5595 / 3361 9932 E-mail: assinaturas@atlanticaeditora.com.br Assinatura 1 ano (4 edições ao ano): R$ 160,00 Editor executivo Dr. Jean-Louis Peytavin jeanlouis@atlanticaeditora.com.br Editor assistente Guillermina Arias guillermina@atlanticaeditora.com.br Direção de arte Cristiana Ribas cristiana@atlanticaeditora.com.br E-mail: atlantica@atlanticaeditora.com.br www.atlanticaeditora.com.br 3Revista Brasileira de Fisiologia do Exercício - Volume 9 Número 1 - janeiro/março 2010 Editorial Perspectivas 2010 Prof. Dr. Walace Monteiro, Editor Associado – RBFEx A Revista Brasileira de Fisiologia do Exercício (RBFEx) completa em 2010 o segundo ano com periodicidade tri- mestral. Através da ampliação das áreas temáticas, houve um aumento da submissão de artigos, concorrendo também para uma melhora na qualidade dos trabalhos encaminhados. A fi gura do Editor de Área contribuiu para agilizar considera- velmente o processo de avaliação dos manuscritos. Outro aspecto a se destacar diz respeito às mudanças na proporção entre trabalhos originais e de revisão. Conseguimos aumentar a quantidade relativa de artigos originais, que hoje respon- dem por 80% dos trabalhos publicados. Em cada número, a RBFEx conta com ao menos 10 artigos, dos quais 8 a 9 são originais. Isso revela o aumento do interesse dos pesquisado- res em publicar os resultados dos seus estudos no periódico. Pesquisadores de várias áreas do conhecimento relaciona- das às ciências do exercício estão apoiando a revista, através do encaminhamento dos seus trabalhos. Grande parte dos estudos que publicamos hoje é decorrente de pesquisas reali- zadas em cursos de pós-graduação stricto-sensu, provenientes de diferentes áreas, irmanadas pelo interesse comum na fi - siologia do exercício. Também se percebe que o interesse na revista, antes eminentemente concentrado em pesquisadores do eixo Rio-São Paulo, começa a se diversifi car, abrangendo outros estados do país. O aumento do número de artigos publicados e dos pes- quisadores interessados em divulgar seus estudos na RBFEX representa um passo importante para uma melhor indexação do periódico, credenciando-se assim a fomentos por parte dos órgãos de fomento em pesquisa e tornando-se prioritário no contexto de um sistema que dá pontos aos pesquisadores com base na indexação das revistas em que publica. Aumentar a qualidade e o número de trabalhos publicados, bem como manter a periodicidade da revista são passos funda- mentais para alcançar esse objetivo. Para isso, convidamos os interessados em fi siologia do exercício a encaminharem seus trabalhos à RBFEx. Temos a certeza de que, com o apoio de to- dos, conseguiremos levar a revista ao patamar que ela merece. Revista Brasileira de Fisiologia do Exercício - Volume 9 Número 1 - janeiro/março 20104 Artigo original Estudo sobre lesões em profissionais de ballet clássico e contemporâneo em Belo Horizonte/MG Study of injuries in professional dancers of classical and contemporary ballet in Belo Horizonte/MG Juliana Santos Anselmo*, Adelina Lima Rocha*, Elisangela Macedo Rufi no*, Jediane Souza Julio*, Luciana Gobira Brandão Justus*, Marina Faria de Melo Valladão*, Roxane Rafaela Macedo dos Santos*, Vanderléia Maria de Faria*, Vanessa Cristiane Almeida Rodrigues*, Zilernice Ramires Guimarães Brito*, Marcus Vinicius de Mello Pinto** *Mestrandas do Programa de Mestrado em Ciências da Reabilitação, pelo Centro Universitário de Caratinga – UNEC/MG, **Professor e Pesquisador do Mestrado em Ciências da Reabilitação, do Centro Universitário de Caratinga – UNEC/MG Resumo Este estudo teve o objetivo de identifi car as lesões sofridas por profi ssionais de ballet clássico e contemporâneo, comparar estas com estudos similares e analisar os aspectos característicos de atletas nestes profi ssionais. A amostra pesquisada contou com 21 indivíduos, entre homens e mulheres, profi ssionais de ballet clássico e componentes de uma companhia de dança contemporânea de Belo Horizonte/ MG. Os resultados mostraram que os bailarinos praticam ballet, em média, há 18 anos, e que 84,20% sofreram uma ou mais lesões ao longo de sua vida profi ssional. Destes, 63,45% de lesões em membros inferiores e 36,55% de membros superiores. O tempo de licença para 68,75% destas lesões foi de no máximo três meses. Es- tudos realizados com diferentes populações encontraram resultados semelhantes. Recomenda-se um estudo mais aprofundado sobre as possibilidades de se realizar um treinamento desportivo próprio para bailarinos que objetive trazer benefícios aos bailarinos e às compa- nhias, dispensando aos mesmos cuidados de atletas, além de artistas. Palavras-chave: lesões, ballet, bailarinos, atletas. Abstract Th is study aimed to identify the injuries suff ered by professio- nal dancers of classical and contemporary ballet, to compare with similar studies and analyze characteristic aspects of athletes in these professionals. Th e sample included 21 individuals, both men and women, professional ballet dancers and members of a contemporary dance company of Belo Horizonte/MG. Th e results showed that ballet dancers have been practicing ballet for 18 years, and that 84.20% suff ered one or more injuries along their professional life. 63.45% had upper limb injuries and 36.55% lower limb injuries. Duration of treatment of 68% of injuries was not longer than 3 months. Other studies with a diff erent population have shown similar results. We recommend further detailed studies about the possibilities of creating a special sport training program for ballet dancers that brings benefi ts for dancers and companies, giving them treatment and care of athletes, as well as artists. Key-words: injuries, ballet, dancers, athletes. Endereçopara correspondência: Juliana Santos Anselmo, Rua Doutor Maninho, 326, Bloco A - 3º andar, Centro, 35300-019 Caratinga MG, E-mail: jsanselmo@yahoo.com.br 5Revista Brasileira de Fisiologia do Exercício - Volume 9 Número 1 - janeiro/março 2010 Introdução Sabe-se que a base da dança é o movimento. Bambirra [1] explicita que o movimento é o elemento principal da dança, aquele o qual se busca sempre trabalhar, lapidar e aperfeiçoar. Contudo, o movimento em si, segundo Leal [2] reside como necessidade do ser humano desde os primórdios da evolução. Quando o movimento se une a música, tem-se a dança. E ainda, “a dança nasceu com a própria humanidade” [1]. Com a descoberta do som e do ritmo, o homem os juntou aos seus gestos e movimentos, passando a dançar. Lagoas [3] completa dizendo que a mais antiga das artes criada pelo homem é a dança. Ele dançava instintivamente em várias das manifestações de sua vida. Guimarães & Simas [4] ainda relatam que a dança é uma necessidade natural e instintiva do homem de exaurir seu estado latente. O homem e a dança evoluíram, segundo Verderi [5], ao longo da história, juntos nas emoções, nas formas e expressão e nos movimentos. Para Nanni [6] este progresso da dança não é aleatório, ele obedece a padrões sociais e econômicos ou nasce da necessidade do homem de expressar suas emoções e sentimentos. O ballet clássico surgiu destas transformações e adaptações culturais da dança. Lagoas [3] diz que o ballet clássico é o desenvolvimento e a transformação desta dança primitiva. Complementando, a autora ainda afi rma ser o ballet clássico uma dança que não se baseia mais no instinto, e sim em passos diferentes, com ligações, com gestos e fi guras previamente elaboradas. Até os dias atuais, o ballet clássico é dançado dentro da técnica desenvolvida há séculos atrás. De acordo com Malanga apud Guimarães & Simas [4], certos princípios da técnica clássica devem sempre ser mantidos em todos os movimentos. Seguindo a mesma ideia, Picon et al. [7] dizem que o ballet clássico vem exigindo de seus praticantes, no decorrer de sua evolução, desempenhos cada vez mais com- plexos, sempre com a fi nalidade de manter a sua tradição e o grau de difi culdade técnica desta arte. A dança clássica, consolidada e popularizada em meados do século XVII, ganhou novos rumos com o Renascentis- mo, através da incorporação de novos elementos extraídos da arte popular, mesmo com a continuidade das severas divisões sociais entre camponeses e nobres [8]. Anos mais tarde, com o movimento Impressionista, surgem correntes contrárias àquelas que durante décadas sustentaram o ballet clássico. A dança moderna surge neste contexto, no fi nal do sécu- lo XIX, em oposição à rigidez do ballet clássico e em busca da valorização do movimento natural do corpo. Caminada [9] aponta a principal precursora deste movimento, Marta Graham, que juntamente com outros ícones da dança moder- na, foram responsáveis pela modifi cação drástica dos padrões clássicos de dança, eliminando inclusive as sapatilhas de ponta. Por sua vez, a dança contemporânea que muito se con- funde com moderna, busca uma ruptura total com o ballet clássico, podendo inclusive abandonar a estética em virtude da expressão e transmissão de ideias e sentimentos. Com raízes oriundas da dança moderna de Martha Graham, o ballet contemporâneo surgiu na década de 60, mas somen- te começou a se defi nir desenvolvendo uma linguagem própria na década de 80, embora contraditoriamente, faça muitas referências ao ballet clássico. É importante frisar, contudo, que a dança contemporânea não possui uma técnica única estabelecida. A criação coreográfi ca dá liberdade ao bailarino ou coreógrafo de criar aquilo que bem entender. Atualmente, o ballet clássico é a base para a formação de todos os bailarinos profi ssionais. Mesmo aqueles que se dedicam exclusivamente à dança contemporânea precisam possuir técnica apurada também em dança clássica. A técnica do ballet, apesar de rigorosa e tradicional, pode ser ensinada de diversas formas, que se diferenciam pelos métodos de cada escola clássica, dentre elas a Francesa, In- glesa, Italiana, Russa, Cubana e Americana. Estes métodos foram criados e aperfeiçoados, e segundo Bambirra [1] eles têm características próprias que não podem deixar de ser reconhecidas. A autora ainda enfatiza que dentro desta variedade de métodos existem regras e cuidados necessários e imprescin- díveis. É importante que o professor conheça a biotipologia física daquelas que, com ele pratiquem o ballet clássico, para que possa empregar o melhor de cada método às bailarinas. Guimarães & Simas [4] mostram ser de extrema importância que a técnica do ballet clássico seja inserida no momento apropriado, evitando-se a aplicação da técnica pura. Com- plementando esta ideia, Sampaio [10] indica, como sendo um dos principais protagonistas da incidência de lesões nos bailarinos clássicos, a aplicação de um método de ensino incompatível com as condições musculares do aluno. Guimarães & Simas [4] dizem ser característico do ballet clássico o excesso de repetitividade de movimentos. A repe- tição da coreografi a, ou de determinada parte da mesma, é um erro frequente entre as bailarinas. Devido aos períodos de longos ensaios e espetáculos, se- guidos de curtas etapas de recuperação, é constante perceber entre os bailarinos a exaustão, descrita por Koutedakis [11] como burnout,ou overtraining que é uma condição clínica ex- tremamente complexa e de causa indeterminada com sintomas que variam de pessoa para pessoa, dentre eles a redução da performance física, fadigas constantes e prolongadas, assim como diversas alterações emocionais. Objetivo Identifi car as lesões sofridas por profi ssionais de ballet clássico e contemporâneo de Belo Horizonte/MG, compa- rando com estudos similares realizados com outras amostras, buscando aspectos predominantes de artistas ou atletas nestes profi ssionais. Revista Brasileira de Fisiologia do Exercício - Volume 9 Número 1 - janeiro/março 20106 Material e métodos Para fundamentar a pesquisa e possibilitar a análise dos dados coletados utilizou-se uma revisão bibliográfi ca de au- tores e trabalhos que possuíssem estreita relação com o tema investigado. A pesquisa qualitativa contou com tratamento de dados estatísticos como forma complementar de análise. A parte de campo foi realizada com a companhia de dança contemporânea “Grupo Corpo”, sediada em Belo Horizonte, Minas Gerais. Companhia esta que, apesar de ter sua identida- de própria de ballet contemporâneo, possui como integrantes bailarinos com base de dança clássica. De toda a população de bailarinos desta companhia, 21 indivíduos entre homens e mulheres, estiveram presentes na amostra da pesquisa apenas aqueles que estavam atuando pela companhia. Foram excluídos, portanto, os bailarinos que se encontravam afastados por motivos quaisquer. Os entrevistados deveriam ser profi ssionais contratados pelo “Grupo Corpo”, devidamente capacitados para exercer a função de bailarinos. Esta entrevista foi feita sob forma de questionário, o qual se apresentou dividido em domínios, onde constaram: tempo de profi ssão e prática em dança (pregresso e atual), histórico de lesões (pregresso e atual) e o tempo de recuperação das mesmas. Resultados e discussão Bailarinos são artistas que utilizam o corpo para expressar sua arte e possuem características de verdadeiros atletas. O ballet deve ser visto como um movimento no mundo da arte, porém através de uma prática complexa e extremamente técnica, exigindo do bailarino um desempenho de atleta [4]. O que percebemos ao mergulharmos no mundo da dan- ça, entretanto, é que os bailarinos, mesmo sabendo de suas próprias características físicas, ainda têm uma percepçãoartís- tica predominante de sua profi ssão. Entretanto, assim como atletas, os bailarinos se arriscam a sofrer lesões a todo tempo justamente devido às exigências técnicas da dança clássica, e sabe-se que vários tipos de lesões são típicos e frequentes nos praticantes do ballet. “As elevadas amplitudes articulares dos quadris e joelho, e a repetitividade desses movimentos podem estar desequilibrando grupos musculares, alterando, assim, a biomecânica do corpo e comprometendo a função, refl etindo na estrutura corporal, podendo aumentar a predisposição a lesões características em bailarinos clássicos [4]”. Brinck & Nery [12] dizem que os bailarinos mais bem preparados fi sicamente, capacitados a suportar a máxima solicitação de tendões, ligamentos e músculos, poderão ter incrível melhora em sua performance. Peculiaridades que fazem parte da preparação de um atleta. Mesmo que existam diferenças entre os diversos tipos de dança que utilizam o ballet clássico como base técnica, dife- renças também entre estas e os desportos em si, existem inú- meras semelhanças entre o esporte e a performance artística da dança. Koutedakis & Jamurtas [13] descrevem a dança como um fenômeno complexo que depende de vários elementos que, direta ou e indiretamente, têm seus efeitos específi cos. Os autores apontam que em nível profi ssional os bailarinos além de possuir excelente técnica e estética artística, devem estar psicologicamente preparados para lidar com situações de stress, evitar ao máximo as lesões, e buscar sempre estar em sua perfeita forma física. A prática do ballet pode ser vista como um trabalho muito desgastante para a musculatura em geral e partindo deste pressuposto, o treinamento de força é peça fundamental para bailarinos. De acordo com Brinck & Nery [12] é grande o grau de benefício que um programa de treinamento de potência muscular pode transferir para o desempenho de um atleta. Apenas dançar não é o sufi ciente, o bailarino deve superar seus limites técnicos e físicos adotando a prática da preparação física diária no seu ensaio técnico, tanto para melhorar sua performance, quanto para aliviar e prevenir suas possíveis lesões. Além de ser uma atividade física intensa como qualquer outra, o ballet exige de seus praticantes ampla e complexa movimentação, quase sempre com posições antianatômicas, além de um enorme número de repetições de um mesmo movimento. Estas repetições não se esgotam nem mesmo com a fadiga muscular, pois os bailarinos se mostram sempre determinados a atingir a perfeição. Segundo Sampaio [10], o bailarino precisa reconhecer suas virtudes e também os seus pontos frágeis, seus limites, para que possam ser trabalhados e superados, ou até mesmo para que se possa viver em har- monia com eles. Em suas pesquisas, os autores Picon et al. [7] mostram que existem inúmeros estudos acerca de lesões típicas decorrentes do ballet, e que mesmo assim as fortes tradições da prática são mantidas, assim como os paradigmas contidos nesta arte. Ao contrário, no âmbito esportivo, a ciência se mostra, cada vez mais, uma grande aliada na busca por tecnologias de vestuário e treinamento, sempre buscando melhorar a performance dos praticantes e garantir sua integridade física. Barcellos & Imbiriba [14] afi rmam que no uso da sapatilha de ponta, os pés não devem ser comprimidos, preservando o posicionamento dos dedos entre si, mantendo sua estrutura anatômica, o que possibilita a elevação en pointé, formando uma continuidade dos pés, pernas, tronco e cabeça. Caso contrário pode haver um comprometimento dos músculos e ligamentos envolvidos. Segundo Antunes [15], a desinformação sobre o próprio corpo, suas virtudes, capacidades e exigências, aumenta o número de lesões, uma vez que muitos professores se mos- tram despreparados para orientar seus alunos em questões anatômicas, cinesiológicas e fi siológicas, que estão diretamente 7Revista Brasileira de Fisiologia do Exercício - Volume 9 Número 1 - janeiro/março 2010 relacionadas ao rendimento técnico, dando o máximo de segurança. Complementando esta ideia Sampaio [10] diz: “Hoje (e cada vez mais no futuro) temos que estar preparados para lidar com o corpo alheio. Não podemos fi car presos apenas a banalidades estéticas (...). Temos responsabilidades sobre as pessoas que muitas vezes chegam as nossas mãos ainda criança, tendo todo o seu desenvolvimento anatômico por acontecer.” Por trabalhar com seres humanos envolvidos em uma prá- tica tão complexa como a dança, os professores e profi ssionais da área de saúde devem estar atentos à especifi cidade de cada bailarino, sua estrutura corporal, suas habilidades para o ballet e seu limite de treinamento. Bambirra [1] diz que a didática massifi cada para o ensino do ballet tira a individualidade do bailarino. O professor tem que saber tirar do aluno o que ele tem para dar, contribuindo para o seu desenvolvimento saudável. O primeiro domínio a ser investigado, tempo de profi ssão e prática em dança, contou com interrogações sobre o tempo de prática em dança e a frequência semanal com que o bailarino se apresenta para as aulas de ballet clássico da companhia (a presença dos mesmos, nesta aula anterior aos ensaios, não era obrigatória). Quadro 1 - Tempo de profi ssão e prática de dança. Tempo médio de prática de dança 18 anos Presença média nas aulas de Ballet clássico 3,57 vezes/semana O Quadro 1 nos mostra que os bailarinos estão envolvi- dos no mundo da dança há muitos anos (18 em média). A profi ssionalização na dança não acontece subitamente. São necessários, em média, 10 anos de estudos sobre o ballet clás- sico, moderno e contemporâneo, além de outras práticas de dança. Kadel et al. apud Guimarães & Simas [4] explica que a formação de um bailarino clássico se inicia precocemente por ser necessário que se desenvolvam amplamente habili- dades físicas como força, amplitude articular, fl exibilidade, resistência, coordenação, velocidade e equilíbrio, buscando uma performance adequada. Portanto, são vários anos praticando exaustivamente as mesmas técnicas, passos e coreografi as, com poucas modi- fi cações. A diversifi cação acontece a partir do momento em que o bailarino já está mais maduro, e o coreógrafo se sente livre para extrapolar as linhas clássicas. Confi rmando este fato, Schafl e apud Guimarães & Simas [4] diz que a dança se caracteriza por movimentos altamente repetitivos, e com elevadíssimas amplitudes articulares, o que acaba por desequilibrar diversos grupos musculares. A biomecânica do corpo acaba por se alterar, o que refl ete na estrutura corporal e na predisposição a lesões típicas e carac- terísticas da prática. A não assiduidade perante a parte técnica específi ca – a aula de ballet clássico – pode ser percebida pela média apre- sentada para a frequência em aulas semanais (3,57), uma vez que estas aulas são oferecidas 5 dias por semana. Este fator pode ser um resultado dos longos anos de dança, que acabam por desencadear um desinteresse pelo ballet clássico em alguns bailarinos, agora envolvidos com a dança moderna e contemporânea. A presença nas aulas não é obrigatória, e por ela se iniciar logo de manhã, muitos preferem dormir até mais tarde, ou resolver qualquer outro assunto, a fazer a aula de ballet. Alguns bailarinos relataram que nunca presenciam estas aulas, por não sentirem relação direta entre a aula de ballet clássico e as coreografi as dançadas por eles, extrema- mente contemporâneas. Houve ainda, quem achasse a aula totalmente voltada para a especifi cidade do grupo feminino, faltando exercícios e técnicas específi cas aos homens. É importante relembrar e ressaltar, neste ponto, que um dos princípios propostos pela teoria do treinamento despor- tivo é o da especifi cidade, onde a transferência positivado treinamento para a performance do atleta somente ocorrerá em casos onde o treino possua relação direta e específi ca com o esporte [16-21]. Os resultados obtidos com o domínio Histórico de lesões foram agrupados nas Figuras 1 a 4. Figura 1 - Incidência de lesões, em caráter quantitativo, entre os bailarinos entrevistados. 36,84% 15,79% 15,78% 31,58% Nunca sofreram lesões 1 lesão 2 lesões 3 ou mais lesões Observando os dados da Figura 1 podemos perceber como a grande maioria dos bailarinos (84,20%) já se lesionou em sua prática de dança. Percebe-se uma relação com a vida de um atleta, pois em ambos os casos a grande presença de lesões é notória. A diferença está nos cuidados que um atleta recebe, tanto na prevenção de lesões quanto na recuperação das mesmas. Para Leal [2] a profi laxia deveria ser adotada como hábito permanente de uma companhia de dança, através de um treinamento muscular cotidiano, buscando evitar este alto índice de lesões características entre os bailarinos. Entretanto, o que podemos observar na maioria das companhias de dança do nosso país é a ausência de uma equipe de profi ssionais preparada para atender os bailarinos. Os motivos que podem ocasionar lesões em bailarinos são diversos. Sampaio [10] enumerou os principais fatores que levam os bailarinos a se lesionarem ao longo de sua prática com o ballet clássico: a) trabalho muscular incorreto; b) aquecimento inadequado antes da atividade física; c) tenta- tiva de aumentar a angulação de en-dehors pelos pés, e não pelo quadril; d) trabalho prématuro da posição en pointé; e) Revista Brasileira de Fisiologia do Exercício - Volume 9 Número 1 - janeiro/março 20108 aplicação de um método de ensino que não corresponde às condições musculares do aluno, entre outros. Muitas lesões também são oriundas da prática do próprio ballet contemporâneo, que além destas enumeradas podemos considerar: os saltos, sem a correta absorção de impacto; os “portés” (partes da coreografi a em que os bailarinos precisam elevar, ou carregar, outro bailarino); os movimentos que exigem elevadas amplitudes articulares e posições antianatô- micas; entre outros. Na amostra pesquisada, apenas 15,79% dos bailarinos relataram nunca terem sofrido lesões, ao passo que 31,58% já sofreram mais de 3 lesões ao longo de sua vida. A gravidade e o tipo destas lesões relatadas foram as mais variadas, e são apresentadas na Figura 2. Figura 2 - Incidência de lesões, em caráter qualitativo, indicando os tipos de lesões e o percentual das mesmas entre os bailarinos entrevistados. (9,37%); ruptura do ligamento do ombro (6,25%); pulso aberto (3,11%); estiramento do ligamento medial do olécrano (3,11%); contratura muscular lombar (3,11%). O estudo realizado por Guimarães & Simas [4], que bus- cou analisar as lesões mais frequentes em bailarinas clássicas, concluiu que o ballet possui seu próprio conjunto de lesões associadas, no qual as mais comuns são as de pé e tornozelo, seguidas das de joelho e quadril e, por último, as de membro superior. Resultados muito semelhantes aos apresentados por esta pesquisa. Para Young apud Guerra [22] as entorses em inversão de tornozelo são as mais comuns na dança, uma vez que a ex- tremidade distal do corpo é a responsável pelo apoio de toda a estrutura corporal, sendo, portanto intensa a sobrecarga nessa região. Confi rmando esta colocação, a lesão de maior representatividade nesta pesquisa foi exatamente a entorse de tornozelo, com 16,61% dos relatos. Os resultados aqui obtidos ainda se encontram com os dados apresentados por Antunes [15] que afi rma serem lesões frequentes em bailarinos: a tendinite no tendão de Aquiles; fraturas por estresse da tíbia e metatarsos; lesões ligamentares relacionadas com entorses de tornozelo e do pé; entre outros. Em estudos realizados na Inglaterra por Koutedakis et al. [23] foram apresentados dados, onde durante um período de 2 anos, 335 lesões foram documentadas em 159 bailarinos profi ssionais. Uma média de 2,10 lesões por bailarino neste período. A coluna lombar foi apresentada como o local anatômico de maior incidência de lesões, e que juntamente com a pelve, pernas, joelhos e pés representam mais de 90% das lesões documentadas. Já nesta pesquisa, a soma de lesões nestes locais representa quase 80% do total de lesões. Para buscar entender a gravidade das lesões apresentadas, e sua relação com os cuidados dispensados as mesmas pelos bailarinos, questionou-se o tempo de afastamento da profi s- são ocasionado por estas lesões. Este resultado é mostrado na Figura 3. Figura 3 - Tempo que cada percentual de bailarinos precisou se afastar da profi ssão para se recuperar da(s) lesão(ões). 9,37% 3,11% 3,11% 3,11% 6,25% 6,25% 3,11% 12,50% 9,37% 3,11% 6,25% 12,50% 16,61% 6,25% Ruptura de ligamentos do joelho Entorse tornozelo Protusão/Hérnia Lombar Tendinite Aquiles Pulso aberto Protusão/Hérnia cervical Fratura Metatarso Bursite Joelho Ligamento do ombro Estiramento do Psoas Estiramento ligamento medial olécrano Contratura muscular Lombar Osteocondral Pilão Tibial Fratura por estress da Tíbia De acordo com a Figura 2, percebe-se que a incidência de lesões, em caráter qualitativo, dentro da amostra pesquisada, apontando um maior índice de lesões nos membros inferiores, sendo representados por 63,45% do total de lesões relatadas. Dentre elas foram relatadas: entorse de tornozelo (16,61%); fratura do metatarso (12,50%); fratura da tíbia (9,37%); ruptura de ligamentos do joelho (6,25%); infl amação no ten- dão de Aquiles (6,25%); estiramento do ílio-psoas (6,25%); bursite no joelho (3,11%); osteocondral pilão-tibial (3,11%). Em menor porcentagem, mas também em grande es- cala, apareceram lesões de membros superiores, tais como: protusão/hérnia lombar (12,50%); protusão/hérnia cervical 0% 5% 10% 15% 20% 25% 30% 35% % d e ba ila rin os en tre vi sta do s Menos de 01 1 2 3 11 12 24 Tempo afastado para recuperação (em meses) Ao observar este gráfi co podemos perceber que o perí- odo em que os bailarinos se ausentam da profi ssão é, em sua maioria, relativamente pequeno dado à gravidade das lesões apresentadas. Os resultados da entrevista mostraram que 68,75% dos bailarinos retomaram as atividades em 9Revista Brasileira de Fisiologia do Exercício - Volume 9 Número 1 - janeiro/março 2010 no máximo 3 meses. Um dos motivos por se afastarem por tempo insufi ciente é que mesmo tendo todos os seus direitos mantidos, alguns temem perder seu “papel” em determinado espetáculo para o bailarino que o substitui, enquanto tenta se recuperar de sua lesão. Com isso, o bailarino se sente re- cuperado, e retoma suas atividades normais antes mesmo de curar totalmente sua lesão. Informalmente, durante o período de observação, alguns bailarinos ainda relataram que, mesmo recebendo o seu salário fi xo quando estão afastados, deixam de receber os cachês por apresentação, sendo este outro motivo pelo curto espaço de tempo ausente. A presença de dores, representada na Figura 4, pode ser um indicador de que a lesão não foi totalmente recuperada. Figura 4 - Porcentagem de bailarinos entrevistados que ainda sente algum tipo de dor crônica, incômodo ou impedimento, causados pelas lesões sofridas. avaliar o bailarino e perceber se o mesmo está ou não em sua melhor condição física e psicológica, além de tratá-lo da forma correta, entendendo o bailarino como um atleta que necessita de cuidados específi cos. Referências 1. Bambirra W. Dançar & sonhar: a didática do ballet infantil. Belo Horizonte: Del Rey; 1993. 2. Leal MRM. Preparação física na dança. Rio de Janeiro: Sprint; 1998. 3. Lagôas L. Giselle e outras histórias de Ballet. 3ªed.Rio Janeiro: Nórdica; 1989. 4. Guimarães ACA, Simas JPN. Lesões no ballet clássico. Rev Ed Física Maringá 2001;12(2):89-96. 5. Verderi EBLP. Dança na escola. 2ª ed. Rio de Janeiro: Sprint; 2000. 6. Nanni D. Dança-Educação: Pré-escola à universidade. 4ª ed. Rio Janeiro: Sprint; 2003. 7. Picon AP, Lobo da Costa PH, Sousa F, Sacco ICN, Amadio AC. 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Recomenda-se um estudo mais aprofundado sobre as pos- sibilidades de se realizar um treinamento desportivo próprio para bailarinos, onde sejam atendidas as suas necessidades técnicas e biomecânicas. Um trabalho que objetive trazer benefícios aos bailarinos, às academias, aos professores e às companhias, na tentativa de vencer este paradigma apresen- tado, mostrando aos mesmos sua condição de artista e ao mesmo tempo, atleta. Ressalta-se ainda, a importância da presença de uma equipe multiprofi ssional composta por professores de dança altamente qualifi cados, profi ssionais de educação física, nutri- cionistas, médicos, fi sioterapeutas e psicólogos, que poderiam evitar o alto índice de dores crônicas nos mesmos e melhorar seu desempenho artístico. Esta equipe seria responsável por Revista Brasileira de Fisiologia do Exercício - Volume 9 Número 1 - janeiro/março 201010 Artigo original Avaliação do estado nutricional e satisfação da imagem corporal de jovens atletas integrantes da equipe competitiva de ginástica rítmica de um clube de São Paulo Assessment of nutritional status and body image satisfaction of young competitive athletes of a rhythmic gymnastics team of a club in São Paulo Vanessa Quitto Rinaldi*, Gabriela de Andrade Moreira Bucheb*, Renata Furlan Viebig, M.Sc.** *Graduandas em Nutrição do Centro Universitário São Camilo, **Nutricionista, Especialista em Nutrição Clínica e Dietoterapia, Doutoranda do Departamento de Medicina Preventiva da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo, Docente do curso de Graduação em Nutrição, Centro Universitário São Camilo/São Paulo/SP Resumo Este estudo visou avaliar o estado nutricional de jovens atletas da equipe competitiva de ginástica rítmica de um clube de São Paulo, com ênfase na imagem corporal. Foram analisadas 10 atletas de 9 a 12 anos, através da aplicação de questionário tipo anamnese comple- to contemplando imagem corporal, e da realização da antropometria. Após aferidas todas as medidas foram calculadas a circunferência muscular do braço (CMB), área muscular do braço (AMB) e área muscular do braço corrigida (AMBc) e estimada a porcentagem de gordura corporal. Dentre os resultados obtidos foram ressalta- dos que 9 ginastas ainda não apresentaram a menarca, 40% não demonstraram satisfação com a imagem corporal e metade estava com porcentagem de gordura corporal abaixo do recomendado. No geral, as ginastas estudadas apresentaram-se eutrófi cas em relação aos indicadores utilizados, e sem desvio signifi cativo de imagem corporal. Porém é recomendado o acompanhamento nutricional e consideram-se pertinentes estudos que abranjam hábitos alimentares mais detalhados. Palavras-chave: estado nutricional, imagem corporal, ginastas, antropometria. Abstract Th is study aimed to assess the nutritional status of young com- petitive athletes of a rhythmic gymnastics team of a club in São Paulo, with emphasis on their body image. We examined 10 athletes, 9-12 years old, through the application of standard questionnaire including full body image, and anthropometry. Were calculated arm muscle circumference (AMC), arm muscle area (AMA), and corrected arm muscle area (CAMA) and the body fat percentage was estimated. Th e results highlighted that 9 gymnasts have not attained menarche, 40% showed no satisfaction with body image and half had body fat percentage below the recommended. In general, the gymnasts were considered eutrophic, with no signifi cant deviation of body image. However it is recommended nutritional follow-up and more relevant studies that include more detailed dietary habits. Key-words: nutritional status, body image, gymnastis, anthropometry. Endereço para correspondência: Vanessa Quitto Rinaldi, Rua Rodrigues Ferreira, 53 Pirituba 05159-130 São Paulo SP, Tel: (11) 9810- 9296, E-mail: vanessaquitto@terra.com.br 11Revista Brasileira de Fisiologia do Exercício - Volume 9 Número 1 - janeiro/março 2010 Introdução A Ginástica Rítmica (GR) começou a ser praticada ao fi nal da Primeira Guerra Mundial, quando várias escolas inovavam os exercícios tradicionais da ginástica artística, misturando-os com música e criando uma nova modalidade esportiva. Em 1946, na Rússia, surgiu o termo “rítmico”, devido à utilização da música e da dança durante a execução dos movimentos. Mais tarde, em 1975, passou a ser denominada Ginástica Rítmica Desportiva (GRD), estabelecendo-se defi nitivamente sua característica competitiva [1]. A GR tornou-se um esporte olímpico ofi cial em 1984, somente comcompetições individuais, apenas nos Jogos Olímpicos de Atlanta, em 1996, incluíram-se as competições de conjunto. A GR é o exercício de solo da ginástica artística com adereços de mão em que as atletas combinam música com exercícios de equilíbrio e fl exibilidade em cada um dos aparelhos: maças, bola, fi ta, corda e arco. Esta modalidade esportiva relaciona três elementos: corpo, música e aparelho. Os elementos corporais são a base indispensável dos exercícios individuais e conjuntos. Fazem parte dos elementos corporais obrigatórios: andar, correr, saltar, saltitar, balancear, circundu- zir, girar, equilibrar, ondular, executar pré-acrobáticos, lançar e recuperar, sendo que os exercícios devem ser acompanhados por estímulo musical [1,2]. O nível técnico da GR tem evoluído signifi cativamente no Brasil, graças à seriedade do trabalho realizado pelas técnicas brasileiras, e apoio recebido de técnicos e coreógra- fos provenientes de países onde a GR é mais desenvolvida, principalmente da Europa. Aos poucos, este esporte vem se popularizando em nosso país, sendo que o número de praticantes cresce a cada ano e os locais oferecidos para a sua prática têm aumentado. Além disso, o nível dos profi ssionais especializados, cujo número é ainda relativamente pequeno, tem melhorado sensivelmente, porém, mesmo com os bons resultados conquistados em competições internacionais, ainda são encontradas muitas difi culdades para um maior desenvolvimento da modalidade no Brasil [3]. A GR é uma modalidade esportiva de alta difi culdade técnica, em que o alto nível de desempenho é comumente alcançado em idade muito jovem, de maneira que pressupõe a necessidade do início do treinamento tão cedo quanto possível. Os treinamentos iniciam-se em média aos seis anos de idade. Nessa idade, as crianças possuem um potencial de- senvolvimentista para estar no estágio amadurecido da maior parte das habilidades motoras fundamentais. A introdução de aparelhos deve ser feita de forma lúdica para que a criança vá se adaptando às características de cada um [4]. É importante que crianças e adolescentes fi sicamente ati- vos consumam energia e nutrientes sufi cientes para alcançar suas necessidades de crescimento, manutenção de tecidos e para o desempenho de suas atividades intelectuais e físicas. Atualmente a participação cada vez mais precoce de jovens em eventos competitivos e seu envolvimento em programas de treinamento bastante intensos fazem com que os profi ssionais da saúde devam estar atentos à adoção de comportamentos alimentares que podem trazer consequências deletérias à saúde, tais como desidratação, práticas de controle de peso inadequadas, distúrbios alimentares e uso indiscriminado de substâncias encaradas como ergogênicas [5,6]. Dessa forma, a alimentação adequada é fundamental para a manutenção da saúde e para um ótimo desempenho esportivo de jovens ginastas. A alimentação balanceada aliada à atividade física pode aperfeiçoar o potencial genético de crescimento e desenvolvimento. As atletas de GR apresentam necessidades aumentadas devido ao crescimento, desenvol- vimento maturacional, manutenção de tecidos, atividades intelectuais, além do treinamento extenuante. Dessa forma, as necessidades calóricas e nutricionais devem ser estimadas baseadas na ingestão alimentar diária, idade e atividade física [4,5]. A literatura relata que atletas jovens do sexo feminino que praticam esportes que exigem um peso corporal baixo, como ginastas, possuem tipicamente uma dieta hipocalórica e um intenso gasto energético durante o treinamento físico e no próprio evento competitivo. Esta conduta pode prejudicar o estado nutricional por defi ciências energéticas resultando em falhas no crescimento, atraso na puberdade, esgotamento das reservas de glicogênio e fadiga [4,7,8]. O treinamento físico nas diversas modalidades despor- tivas femininas, como a GR, proporciona, por um lado, o desenvolvimento físico harmonioso e atlético, mas por outro lado, as expõem a problemas específi cos da categoria de atletas. Um desses problemas denomina-se transtorno do comportamento alimentar (TCA), que é caracteriza- do por uma perturbação persistente do comportamento relacionado com a alimentação. Esse transtorno provoca alterações nos hábitos alimentares, prejudicando a saúde física, psicológica e social do indivíduo. Os TCA compre- endem a anorexia nervosa e a bulimia nervosa que atingem, sobretudo, mulheres jovens e adolescentes, que representam 90% dos casos [9]. A tendência de instalação do TCA tem sido principalmen- te relatada em âmbito esportivo, entre mulheres atletas justa- mente de modalidades que enfatizam reduzida percentagem de gordura para melhorar o desempenho e estética. Acredita-se que a busca pelo desempenho, expressa por pressões externas dos técnicos, treinadores, patrocinadores, administradores e familiares no anseio por melhores resultados, acarreta estresse físico e mental nas atletas, criando ambiente para o desenvol- vimento dos TCA [10]. Em atletas, embora a prevalência de anorexia nervosa e bulimia nervosa ainda não seja sufi cientemente conhecida, especialmente no Brasil, pesquisas realizadas demonstraram uma frequência aumentada (de 15 a 62%), sobretudo em modalidades desportivas específi cas. Sabe-se, ainda, que a adoção de dietas restritivas em idade precoce, sobretudo, se essa prática se dá sem a supervisão de um profi ssional, pode Revista Brasileira de Fisiologia do Exercício - Volume 9 Número 1 - janeiro/março 201012 desencadear TCA, causando danos importantes à saúde e, por conseguinte, ao desempenho atlético. A GR, entre outras modalidades, tem sido indicada, por pesquisas realizadas nessa área, como as de maior incidência de transtornos alimentares e de comportamentos considerados precursores dos mesmos. A estreita relação imagem corporal e desempenho físico faz com que as atletas sejam um grupo particularmente vulnerável à instalação desses transtornos, tendo em vista a ênfase dada ao controle de peso [11-12]. Assim, para atletas de GR, a avaliação antropométrica e dos hábitos alimentares é muito importante, pois este é um dos esportes que preconizam o baixo peso corporal e supervalorizam a estética, utilizando-a como critério para a obtenção de bons resultados em competições, assim como também acontece na natação sincronizada, corrida e no balé [13,14]. Dessa forma, o presente estudo teve como objetivo avaliar o estado nutricional de jovens atletas da equipe competitiva de GR de um clube de São Paulo, com ênfase na imagem corporal. Material e métodos A amostra foi composta por 10 atletas do sexo feminino, de 9 a 12 anos, pertencentes à equipe competitiva de ginástica rítmica de um clube da cidade de São Paulo. As ginastas trei- navam por 4 horas e 30 minutos, diariamente, no período da tarde, durante 6 dias por semana. O estudo foi realizado entre abril e junho de 2009, e divididos em etapas descritas a seguir. Etapa 1 - Questionário de anamnese, que con- templava satisfação com a imagem corporal Foi elaborado e aplicado, um questionário tipo anamnese completo, no qual foram abordados dados pessoais, história social, história na modalidade, abrangendo questões como: com qual idade iniciou o esporte, o motivo, se há apoio dos pais, satisfação com o desempenho e se pretende ser atleta profi ssional. Foram feitas perguntas sobre saúde em geral, nutrição abrangendo quantas refeições diárias as atletas realizavam, se já fez uso de dietas para emagrecer ou para qualquer outro fi m. Por fi m, foi avaliada a satisfação com a imagem corporal das ginastas por meio da aplicação de uma escala de silhuetas femininas numeradas de 1 a 12, em ordem crescente, sendo a número 1 a mais magra (Figura 1). Nesta parte da anamnese, a atleta observava por algunssegundos a imagem e escolhia a que se assemelhava com ela, e marcava a opção. Novamente, a ginasta analisava a fi gura e apontava qual das silhuetas ela gostaria de ter. Logo após a escolha das imagens, foi feita uma pergunta a respeito do grau de importância que a imagem corporal exercia em relação à prática de ginástica rítmica, fi nalizando assim o questionário de anamnese. Figura 1 - Imagem para análise da satisfação com a imagem corporal. 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 Figura adaptada de: Kakeshita e Almeida [15]. Etapa 2 - Avaliação antropométrica Após a aplicação da anamnese completa, foi realizada a avaliação antropométrica de todas as atletas. Para a aferição das medidas, foi adaptada uma sala de avaliação próxima à área da prática de atividade física e as medidas antropométricas foram realizadas em dois dias, de maneira individualizada. Foram tomadas medidas da massa corporal (kg), estatura (cm), dobras cutâneas (mm) e circunferências corporais (cm). As medições foram realizadas antes dos treinamentos, no período da tarde e descritas a seguir: • Estatura: mensurada com auxílio de uma fi ta inelástica com precisão de 0,1 mm, fi xada a uma parede sem rodapé, estando as atletas descalças, em posição ortostática, com os pés juntos, para maior precisão foi utilizado um esquadro. • Peso corpóreo: foi obtido empregando-se uma balança digital médica Geratherm ® com precisão de até 100 gra- mas, estando as atletas descalças uniforme de treinamento (colan). • Dobras cutâneas: para a avaliação das dobras cutâneas tri- cipital, bicipital, subescapular, suprailíaca, abdominal, da coxa medial e da panturrilha, utilizou-se um adipômetro da marca Sanny® com precisão de 0,5 mm. • Circunferências: os perímetros corporais (punho, braço, cintura, quadril, abdominal, coxa medial e panturrilha) fo- ram medidos com uma fi ta métrica inelástica, com precisão de 0,1 mm. Estas medidas foram aferidas do lado direito do corpo, sendo realizadas três mensurações alternadas em cada local e o valor médio utilizado como escore fi nal. Após coletar os dados relacionados à antropometria, fo- ram calculadas a circunferência muscular do braço (CMB), a área muscular do braço (AMB) e a área muscular do braço corrigida, utilizando as fórmulas seguintes: CMB (cm) = CB - (PCT x 0,314) AMB - 6,5 cm2 AMB = (CMB) 2 12,57 Foi estimada a porcentagem de gordura corporal, por meio da equação de Slaughter et al. [16] para crianças e adolescentes do sexo feminino. Os resultados obtidos foram avaliados de acordo com os pontos de corte de Deurenberg et al. [17], que classifi ca o percentual de gordura até 12% como excessivamente baixo; de 12,01 a 15% como baixo; de 13Revista Brasileira de Fisiologia do Exercício - Volume 9 Número 1 - janeiro/março 2010 15,01 a 25% como adequado (normal); de 25,01 a 30% como moderadamente alto; de 30,01 a 36% como alto e acima de 36,01% como excessivamente alto. Ainda foram determinados o Índice de Massa Corpórea (IMC), os indicadores Altura para Idade (A/I), Peso para Idade (P/I) e IMC para Idade (IMC/I), sendo estes classifi cados por WHO [18]. Resultados Foram estudadas 10 atletas da equipe competitiva de GR, com idade média de 10 anos e 6 meses, todas eram estudan- tes, sendo que 70% cursavam o Ensino Fundamental II em colégio particular. Com relação aos motivos para a prática da modalidade, notou-se que 50% das ginastas não pretendiam ser atletas profi ssionais e almejavam ter outras profi ssões, praticando a GR apenas como hobby. Duas ginastas pretendem ser economistas, uma médica, uma arquiteta e outra veterinária. A Figura 2 mostra as respostas das ginastas sobre sua saúde e sintomas durante e após o treinamento. Figura 2 - Problemas de saúde e sintomas relatados pelas atletas de G.R de um clube da região Norte de São Paulo, 2009. com silhuetas, na qual era apontada a que a ginasta se achava semelhante e posteriormente, como gostaria de estar parecida. Figura 3 - Imagem corporal relatada pelas atletas de G.R de um clube da região Norte de São Paulo, 2009. 0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 At le ta s Gastrite Colesterol alto Fraqueza Dor de cabeça Doente com facilidade Quando abordado se as ginastas já haviam passado pela menarca, 9 responderam que não, e uma relatou ter tido menstruação apenas uma vez (de maneira irregular). Duas atletas relataram já terem se consultado com um nutricionista e 70% das ginastas nunca fi zeram dieta. A maioria das ginastas (70%) relatou fazer 5 refeições ao dia, porém, três disseram ter o hábito de fazer apenas 3 refeições diárias. Sobre o consumo de água, 90% consideraram que fazem consumo abaixo do que deveriam. Quando questionadas sobre a satisfação com o corpo, 40% disseram não estarem satisfeitas. A Figura 3 mostra o resul- tado da questão que foi respondida com o auxílio da fi gura 0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 At le ta s Se enxergam número a mais Se enxergam número a menos Se enxergam igual A Tabela I mostra os resultados antropométricos obtidos através das aferições. A análise do estado nutricional das ginastas, segundo o Índice de Massa Corpórea para Idade (IMC/I), mostrou que 90% encontravam-se classifi cadas entre os percentis 3 e 85, estando, portanto com IMC adequado. Uma atleta encontrava-se acima do percentil 97, determinando obesidade [18]. A média de Índice de Massa Corpórea encontrada foi de 17,2 kg/m2. Nenhuma das gi- nastas apresentou-se abaixo do percentil 3. Para o Índice Altura para Idade (A/I), observou-se que 90% das ginastas encontravam-se acima do percentil 3, determinando altura adequada para idade, e apenas uma, representando 10%, foi considerada com baixa estatura para idade [18]. A composição corpórea das atletas foi aferida por meio da análise do percentual de gordura corporal, cujo valor médio observado entre as ginastas foi de 15,6%, o que segundo Deurenberg et al. [17] é considerada adequada. Porém, quatro ginastas foram classifi cadas com baixa porcentagem de gor- dura corporal e uma como excessivamente baixa. Nenhuma ginasta teve a classifi cação como moderadamente alta, como alta e nem como excessivamente alta. Quando analisada a Circunferência Muscular do Braço (CMB), uma das ginastas foi classifi cada como percentil maior que 95, determinando musculatura desenvolvida, devido à prática esportiva. Em relação à somatória das dobras tricipital e subescapular, uma ginasta foi classifi cada entre o percentil 5 e 10, determinando risco para desnutrição e 3 ginastas foram classifi cadas abaixo do percentil 5, determinando desnutrição. A análise da circunferência do braço (CB) pôde revelar o risco para desnutrição de uma ginasta, que foi classifi ca no percentil 10. A ginasta que apresentou risco para desnutrição Revista Brasileira de Fisiologia do Exercício - Volume 9 Número 1 - janeiro/março 201014 em relação à CB, também foi classifi cada como desnutrição na somatória das dobras cutâneas tricipital e subescapular. Tabela I - Valores médios, mínimos e máximos obtidos a partir das mensurações efetuadas nas jovens atletas. Parâmetros Média Mínimo Máximo Peso (kg) 35,6 28,7 42,0 Atura (m) 1,4 1,3 1,6 IMC kg/m2 17,2 15,0 20,6 Circunferência do braço (cm) 21,6 19,0 24,4 Dobra cutânea tricipital (mm) 9,2 6,0 16,0 Área muscular do braço (cm2) 28,1 24,2 31,8 Circunferência muscular do braço (cm) 18,7 18,0 20,0 Dobra cutânea tricipital + do- bra cutânea subescapular (mm) 16,4 10,0 24,0 Dobra cutânea coxa medial (mm) 10,7 3,0 16,0 Dobra cutânea abdominal (mm) 10,2 6,0 18,0 Dobra cutânea panturrilha (mm) 3,4 2,0 5,0 Circunferência do quadril (cm) 73,9 68,0 81,2 Circunferência panturrilha (cm) 29,3 26,0 31,5 Circunferência cintura (cm)59,6 56,5 64,3 Circunferência coxa medial (cm) 42,6 38,3 48,0 % gordura corporal 15,6 9,5 21,9 Discussão No geral, as ginastas estudadas apresentaram-se eutrófi cas em relação ao indicador Índice de Massa Corpórea para Idade (IMC/I). Porém, 10% foram classifi cadas como estando em obesidade. Entretanto, embora com os valores adequados de IMC, foi observado que 40% das ginastas não estavam satisfeitas com sua imagem corporal, apontando silhuetas que não correspondiam a sua. Por outro lado, 40% das ginastas estudadas apresentaram valores de percentual de gordura baixa, e 10% excessivamente baixos, representando metade da equipe. Em relação à menarca, segundo o estudo de Duarte & Duarte, a idade média da sua ocorrência em adolescente da cidade de São Paulo é de 12 anos e dois meses, porém, o estu- do de Vivolo et al., mostra que a média de idade da menarca entre atletas praticantes de Ginástica Rítmica é de 12 anos e sete meses. O presente estudo mostra que 20% da população estudada tinham idade superior que as mencionadas ante- riormente, sendo que metade relatou a ausência da menarca e metade mencionou irregularidades menstruais. Entretanto, esses aspectos não são exclusivos das ginastas, pois, investigações com atletas de diferentes esportes (tênis e natação) têm indi- cado menarca tardia e esta tem sido atribuída ao treinamento intenso. Vários fatores infl uenciam na idade de menarca, como a predisposição genética, condutas dietéticas restritivas, baixo peso e/ou baixo percentual de gordura corporal, visto em 50% das ginastas estudadas, especialmente entre os 20% que apre- sentaram irregularidades menstruais ou ausência de menarca. O excesso de treinamento é considerado um determinante fundamental, quando se avalia esse fenômeno entre as atletas. Weimann et al. concluíram ainda, que a associação do treino físico intenso e de competição, das ginastas do sexo feminino, e uma nutrição inadequada podem alterar o padrão normal de desenvolvimento pubertário das atletas [19-23]. A respeito da condição corporal, o presente estudo constatou um percentual médio de gordura de 15,6%, valor que se aproxima do encontrado por Ribeiro et al., em um estudo com atletas femininas de ginástica olímpica de duas cidades brasileiras. Os pesquisadores encontraram no Rio de Janeiro, percentuais de gordura médios de 16,5%. Em outro estudo realizado por Bernardot e Czerwinski, obteve-se um valor médio de 9,2% de percentual de gordura nas atletas da Associação Independente de Clubes de Ginastas dos EUA, valor abaixo do presente estudo. Já comparadas a adolescentes não atletas de Londrina Paraná, os valores médios mostrados no estudo de Guedes, em 1994, foi de 21,8% de gordura corpórea, superior aos valores observados nas ginastas desta pesquisa. O estudo realizado por Reggiani et al. sobre o estado nutricional e composição corporal de 26 ginastas com média de idade de 12 anos, concluiu que o percentual de massa gorda era reduzida e se encontrava abaixo do recomendável, assim como no presente estudo [13,24-27]. Silva [28] defende que para estas ginastas, a manutenção do reduzido peso corporal e de uma reduzida percentagem de gordura corporal, torna-se algo imperativo para o sucesso neste esporte, o que está em conformidade com os valores en- contrados de porcentagem de gordura corporal da população estudada. Ressaltando que o excesso de peso não contribui para uma atleta que pretende seguir carreira profi ssional, isso porque, é um esporte que exige fl exibilidade, agilidade e leveza, o que leva a maioria das ginastas a se motivarem para obterem o que tanto desejam, levando a restrição alimentar a situações extremas para conseguirem aquilo que querem a redução do seu peso. As dores de cabeça, fraqueza e a baixa imunidade, relatadas como problemas de saúde das ginastas, podem ser justifi cados pela dieta inadequada, com destaque para a provável baixa ingestão de energia e micronutrientes, como o ferro, zinco, vitaminas A e C, associados ao fracionamento errôneo das refeições. Ao mesmo tempo, foram constatados problemas como gastrite e colesterol alto, reforçando a má alimentação de algumas atletas, acarretando problemas crônicos precoce- mente [29]. Conclusão No presente trabalho verifi cou-se que as atletas estudadas apresentaram-se, em geral, eutrófi cas e sem desvio signifi cativo de imagem corporal. Porém, é recomendado o acompanha- mento com nutricionistas para constante avaliação do estado nutricional das ginastas. Consideram-se pertinentes, além da antropometria e imagem corporal, estudos que abranjam 15Revista Brasileira de Fisiologia do Exercício - Volume 9 Número 1 - janeiro/março 2010 hábitos alimentares detalhados de ginastas rítmicas, para pre- venir desvios nutricionais e, como consequência, melhorar as condições de alimentação e rendimento no esporte praticado. Referências 1. Molinari AMP. Ginástica rítmica: esporte, história e desenvol- vimento – 2009. [citado 2009 Abril 14]. Disponível em URL: http://www.cdof.com.br/esportes4.htm 2. Mendes EH, Hein F, Kleinschmidt F, Nuñes JCL, Kochepka S. Ginástica rítmica, sua origem e evolução em Marechal Cândido Rondon/PR. Caderno de Educação Física: Estudos e Refl exões 2005;5:119-124. 3. Lanaro Filho P, Bohme MTS. Detecção, seleção e promoção de talentos esportivos em ginástica rítmica desportiva: um estudo de revisão. Rev Paul Educ Fís 2001;15(2):154-68. 4. Viebig RF, Polpo NA, Corrêa PH. 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