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Fisiologia do Exercicio

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volume 09 - número 01 • Jan/Mar 2010 www.at lant icaedi tora.com.br
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F I S I O L O G I A
DO E X E R C Í C I O
Órgão Oficial da Sociedade Brasileira de Fisiologia do Exercício
B r a z i l i a n J o u r n a l o f E x e r c i s e P h y s i o l o g y
ISSN 16778510
ESPORTE
•	 Lesões	em	profissionais	de	ballet	
•	 Antropometria	do	idoso	em	hidroginástica
•	 Fibromialgia	e	exercícios	físicos
•	 Correlação	entre	repetições	no	pulley	
frontal	e	flexões	na	barra	fixa
•	 Exercício	aeróbico	e	prevenção	de	quedas	
em	idosos
NUTRIÇÃO
•	 Avaliação	nutricional	de	atletas	de	
ginástica	rítmica
FISIOLOGIA
•	 Mecanismos	neurofisiológicos	da	educação	
cruzada
•	 Bases	metabólicas	do	crescimento	muscular
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revista_fisiologia_anuncio_M.pdfPage 1 8/1/2010 17:23:53
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volume 09 - número 02 • Abr/Jun 2010 www.at lant icaedi tora.com.br
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Órgão Oficial da Sociedade Brasileira de Fisiologia do Exercício
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ISSN 16778510
FISIOLOGIA
•	 Força	muscular	e	teste	de	esforço
•	 Treinamento	de	força	e	massa	óssea
•	 Treinamento	muscular	inspiratório
•	 Alongamento	e	desempenho	da	força
•	 Bases	metabólicas	da	rabdomiólise	e	atrofia	muscular
ESPORTE
•	 Ginástica	laboral
•	 Treinamento	aeróbio	em	adultos	obesos	e	diabéticos
NUTRIÇÃO
•	 Aspectos	nutricionais	e	atividade	física
GERONTOLOGIA
•	 Processo	do	envelhecimento	humano
ESTERÓIDES
•	 Esteróides	anabolizantes:	benefícios	ou	malefícios
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volume 09 - número 03 • Ju l/Set 2010 www.at lant icaedi tora.com.br
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Órgão Oficial da Sociedade Brasileira de Fisiologia do Exercício
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ISSN 16778510
ESPORTE
•	 Nível	de	desidratação	e	desempenho	físico		
de	árbitro	de	futebol
•	 Exercício	físico	resistido	em	indivíduo	chagásico
NUTRIÇÃO
•	 Avaliação	da	ingestão	nutricional		
de	um	maratonista	de	elite
•	 Composição	corporale	consumo	alimentar		
de	equipe	de	futebol	feminino
•	 Consumo	de	creatina	por	atletas	e	praticantes		
de	atividade	física	
FISIOLOGIA
•	 Flexibilidade	durante	o	ciclo	menstrual		
em	pré-adolescentes
•	 Reprodutibilidade	e	comportamento		
da	frequência	cardíaca
•	 Níveis	plasmáticos	do	HDL-colesterol	no	
treinamento	aeróbio	de	alta	e	baixa	intensidade
BIOLOGIA
•	 Maturação	biológica	de	atletas	de	ginástica	
artística
CRIOTERAPIA
•	 Aplicação	da	bolsa	de	gelo	na	força		
de	preensão	manual
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e Carol Macário – os ícones do fi tness de volta a Salvador
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Alexandre 
Moreira
Sergio Guida
volume 09 - número 04 • Out/Dez 2010 www.at lant icaedi tora.com.br
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Órgão Oficial da Sociedade Brasileira de Fisiologia do Exercício
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ISSN 16778510
ESPORTE
•	 Qualidade	de	vida	dos	tenistas	amadores
•	 Treinamento	de	musculação	e	oclusão	vascular
NUTRIÇÃO
•	 Avaliação	da	perda	hídrica	
•	 Dietas	restritivas	e	suplementos	nutricionais
FISIOLOGIA
•	 Intensidade	auto	selecionada,	percepção		
subjetiva	de	esforço	e	tempo	sob	tensão
•	 Influência	de	diferentes	cadências		
e	intensidades	de	exercício
•	 Diferença	de	rendimento	entre	meninos		
e	meninas	handebolistas
CARDIOLOGIA
•	 Treinamento	elíptico	em	hemiparéticos
•	 Exercício	e	fator	de	risco	cardiovascular
EXPERIMENTAL
•	 Análise	histomorfométrica	do	músculo		
esquelético	de	ratas
ESTERÓIDES
•	 Mecanismos	de	funcionamento	e	efeitos	colaterais
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EDITORIAL
Perspectivas 2010, Walace Monteiro .....................................................................................................................................3
ARTIGOS ORIGINAIS
Estudo sobre lesões em profi ssionais de ballet clássico e contemporâneo em Belo 
Horizonte/MG, Juliana Santos Anselmo, Adelina Lima Rocha, Elisangela Macedo Rufi no, 
Jediane Souza Julio, Luciana Gobira Brandão Justus, Marina Faria de Melo Valladão, 
Roxane Rafaela Macedo dos Santos, Vanderléia Maria de Faria, Vanessa Cristiane Almeida 
Rodrigues, Zilernice Ramires Guimarães Brito, Marcus Vinicius de Mello Pinto ....................................................................4
Avaliação do estado nutricional e satisfação da imagem corporal de jovens atletas 
integrantes da equipe competitiva de ginástica rítmica de um clube de São Paulo, 
Vanessa Quitto Rinaldi, Gabriela de Andrade Moreira Bucheb, Renata Furlan Viebig ..........................................................10
Comparação da autonomia funcional de idosos praticantes e não praticantes de treinamento 
combinado, Raphael Gouveia da Silva Lyra, Leandro Ramiro, Paulo Cesar Nunes-Junior, 
Sebastião David Santos-Filho ...............................................................................................................................................16
Efeito do exercício aeróbico na incidência de quedas em idosos com problemas de saúde, 
Josenei Braga dos Santos, Geórgia Maria F. Benetti, André Junqueira Xavier Eleonora d’Orsi ..............................................24
Correlação entre repetições no pulley frontal e fl exões na barra fi xa, Jaime Flôres 
de Araujo Bastos, Antonio Coppi Navarro, Francisco Navarro..............................................................................................29
Avaliação antropométrica em idosos praticantes de hidroginástica, Danielle Salles Tortola, 
Mariane Takesian, Karla Dias Tomazella, Marina Yazigi Solis, Jaqueline Kremer Pereira, 
Marina Gomes da Costa Fuchs, Monica Milani, Priscila Anacleto de Oliveira, Clara Korukian Freiberg ..............................34
Comparação do VO2 acumulado durante o exercício contínuo e intermitente 
na máxima fase estável de lactato sanguíneo, Luis Fabiano Barbosa, Camila Coelho 
Greco, Benedito Sérgio Denadai .................................................................................................................................. 39
REVISÕES
Possíveis mecanismos neurofi siológicos mediadores da educação cruzada, Daniel Teixeira Belloni, 
Alessandro Carielo de Albuquerque, Bianca K. de Macedo Jakubovic, Júlio Cesar Correa Neto Carias, 
Vernon Furtado da Silva .......................................................................................................................................................45
Bases metabólicas do crescimento muscular, Rodrigo Minoru Manda, Nailza Maestá, 
Roberto Carlos Burini ..........................................................................................................................................................52
COMUNICAÇÃO BREVE
A infl uência da caminhada versus exercícios convencionais sobre a dor e qualidade de vida 
em mulheres com fi bromialgia: um ensaio simples-cego, Izabel Cristina Camargo dos Santos, 
Mariana Conceição Farias de Moraes, Bruna Piergentile, Karin Lima dos Reis de Burgo, Fábio Marcon Alfi eri ....................59
NORMAS DE PUBLICAÇÃO ............................................................................................................................... 62
EVENTOS ................................................................................................................................................................. 64
Índice
volume 9 número 1 - janeiro/março 2010
R e v i s t a B r a s i l e i r a d e
F I S I O L O G I A
DO E X E R C Í C I O
Órgão Oficial da Sociedade Brasileira de Fisiologia do Exercício
B r a z i l i a n J o u r n a l o f E x e r c i s e P h y s i o l o g y
Revista Brasileira de Fisiologia do Exercício - Volume 9 Número 1 - janeiro/março 20102
© ATMC - Atlântica Multimídia e Comunicações Ltda - Nenhuma parte dessa publicação pode ser reproduzida, arquivada 
ou distribuída por qualquer meio, eletrônico, mecânico, fotocópia ou outro, sem a permissão escrita do proprietário do copyri-
ght, Atlântica Editora. O editor não assume qualquer responsabilidade por eventual prejuízo a pessoas ou propriedades ligado à 
confiabilidade dos produtos, métodos, instruções ou idéias expostos no material publicado. Apesar detodo o material publicitário 
estar em conformidade com os padrões de ética da saúde, sua inserção na revista não é uma garantia ou endosso da qualidade ou 
do valor do produto ou das asserções de seu fabricante.
Atlântica Editora edita as revistas Fisioterapia Brasil, Enfermagem Brasil, Neurociências e Nutrição Brasil
I.P. (Informação publicitária): As informações são de responsabilidade dos anunciantes.
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Órgão Oficial da Sociedade Brasileira de Fisiologia do Exercício
B r a z i l i a n J o u r n a l o f E x e r c i s e P h y s i o l o g y
Sociedade Brasileira de Fisiologia do Exercício
Corpo Diretivo: Paulo Sérgio C. Gomes (Presidente), Vilmar Baldissera, Patrícia Brum, Pedro Paulo da Silva Soares, 
Paulo Farinatti, Marta Pereira, Fernando Augusto Pompeu
Revista Brasileira de Fisiologia do Exercício está indexada no SIBRADID 
(Sistema Brasileiro de Documentação e Informação Desportiva)
Editor Chefe
Paulo de Tarso Veras Farinatti
Editor Associado
Pedro Paulo da Silva Soares
Walace Monteiro
Conselho Editorial
Amandio Rihan Geraldes (AL)
Antonio Carlos Gomes (PR)
Antonio Cláudio Lucas da Nóbrega (RJ)
Benedito Sérgio Denadai (SP)
Dartagnan Pinto Guedes (PR)
Douglas S. Brooks (EUA)
Emerson Silami Garcia (MG)
Francisco Martins (PB)
Francisco Navarro (SP)
Luiz Carnevali (SP)
Luiz Fernando Kruel (RS)
Martim Bottaro (DF)
Patrícia Chakour Brum (SP)
Paulo Sérgio Gomes (RJ)
Robert Robergs (EUA)
Rosane Rosendo (SC)
Sebastião Gobbi (SP)
Steven Fleck (EUA)
Yagesh N. Bhambhani (CAN)
Vilmar Baldissera (SP)
Todo o material a ser publicado deve ser enviado para o seguinte endereço de e-mail: artigos@atlanticaeditora.com.br
Administração e vendas
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mello@atlanticaeditora.com.br
Assistente de vendas – Atendimento
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e Shalon Representações
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Atendimento
(11) 3361 5595 / 3361 9932
E-mail: assinaturas@atlanticaeditora.com.br
Assinatura
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Editor executivo
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Editor assistente
Guillermina Arias
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Direção de arte
Cristiana Ribas
cristiana@atlanticaeditora.com.br
E-mail: atlantica@atlanticaeditora.com.br
www.atlanticaeditora.com.br
3Revista Brasileira de Fisiologia do Exercício - Volume 9 Número 1 - janeiro/março 2010
Editorial
Perspectivas 2010
Prof. Dr. Walace Monteiro, Editor Associado – RBFEx
A Revista Brasileira de Fisiologia do Exercício (RBFEx) 
completa em 2010 o segundo ano com periodicidade tri-
mestral. Através da ampliação das áreas temáticas, houve um 
aumento da submissão de artigos, concorrendo também para 
uma melhora na qualidade dos trabalhos encaminhados. A 
fi gura do Editor de Área contribuiu para agilizar considera-
velmente o processo de avaliação dos manuscritos. Outro 
aspecto a se destacar diz respeito às mudanças na proporção 
entre trabalhos originais e de revisão. Conseguimos aumentar 
a quantidade relativa de artigos originais, que hoje respon-
dem por 80% dos trabalhos publicados. Em cada número, a 
RBFEx conta com ao menos 10 artigos, dos quais 8 a 9 são 
originais. Isso revela o aumento do interesse dos pesquisado-
res em publicar os resultados dos seus estudos no periódico.
Pesquisadores de várias áreas do conhecimento relaciona-
das às ciências do exercício estão apoiando a revista, através 
do encaminhamento dos seus trabalhos. Grande parte dos 
estudos que publicamos hoje é decorrente de pesquisas reali-
zadas em cursos de pós-graduação stricto-sensu, provenientes 
de diferentes áreas, irmanadas pelo interesse comum na fi -
siologia do exercício. Também se percebe que o interesse na 
revista, antes eminentemente concentrado em pesquisadores 
do eixo Rio-São Paulo, começa a se diversifi car, abrangendo 
outros estados do país. 
O aumento do número de artigos publicados e dos pes-
quisadores interessados em divulgar seus estudos na RBFEX 
representa um passo importante para uma melhor indexação 
do periódico, credenciando-se assim a fomentos por parte dos 
órgãos de fomento em pesquisa e tornando-se prioritário no 
contexto de um sistema que dá pontos aos pesquisadores com 
base na indexação das revistas em que publica. 
Aumentar a qualidade e o número de trabalhos publicados, 
bem como manter a periodicidade da revista são passos funda-
mentais para alcançar esse objetivo. Para isso, convidamos os 
interessados em fi siologia do exercício a encaminharem seus 
trabalhos à RBFEx. Temos a certeza de que, com o apoio de to-
dos, conseguiremos levar a revista ao patamar que ela merece.
Revista Brasileira de Fisiologia do Exercício - Volume 9 Número 1 - janeiro/março 20104
Artigo original
Estudo sobre lesões em profissionais de ballet clássico 
e contemporâneo em Belo Horizonte/MG
Study of injuries in professional dancers of classical and contemporary 
ballet in Belo Horizonte/MG
Juliana Santos Anselmo*, Adelina Lima Rocha*, Elisangela Macedo Rufi no*, Jediane Souza Julio*, Luciana Gobira Brandão 
Justus*, Marina Faria de Melo Valladão*, Roxane Rafaela Macedo dos Santos*, Vanderléia Maria de Faria*, 
Vanessa Cristiane Almeida Rodrigues*, Zilernice Ramires Guimarães Brito*, Marcus Vinicius de Mello Pinto**
*Mestrandas do Programa de Mestrado em Ciências da Reabilitação, pelo Centro Universitário de Caratinga – UNEC/MG, 
**Professor e Pesquisador do Mestrado em Ciências da Reabilitação, do Centro Universitário de Caratinga – UNEC/MG 
Resumo
Este estudo teve o objetivo de identifi car as lesões sofridas por 
profi ssionais de ballet clássico e contemporâneo, comparar estas com 
estudos similares e analisar os aspectos característicos de atletas nestes 
profi ssionais. A amostra pesquisada contou com 21 indivíduos, entre 
homens e mulheres, profi ssionais de ballet clássico e componentes 
de uma companhia de dança contemporânea de Belo Horizonte/
MG. Os resultados mostraram que os bailarinos praticam ballet, 
em média, há 18 anos, e que 84,20% sofreram uma ou mais lesões 
ao longo de sua vida profi ssional. Destes, 63,45% de lesões em 
membros inferiores e 36,55% de membros superiores. O tempo de 
licença para 68,75% destas lesões foi de no máximo três meses. Es-
tudos realizados com diferentes populações encontraram resultados 
semelhantes. Recomenda-se um estudo mais aprofundado sobre as 
possibilidades de se realizar um treinamento desportivo próprio para 
bailarinos que objetive trazer benefícios aos bailarinos e às compa-
nhias, dispensando aos mesmos cuidados de atletas, além de artistas.
Palavras-chave: lesões, ballet, bailarinos, atletas.
Abstract
Th is study aimed to identify the injuries suff ered by professio-
nal dancers of classical and contemporary ballet, to compare with 
similar studies and analyze characteristic aspects of athletes in these 
professionals. Th e sample included 21 individuals, both men and 
women, professional ballet dancers and members of a contemporary 
dance company of Belo Horizonte/MG. Th e results showed that 
ballet dancers have been practicing ballet for 18 years, and that 
84.20% suff ered one or more injuries along their professional life. 
63.45% had upper limb injuries and 36.55% lower limb injuries. 
Duration of treatment of 68% of injuries was not longer than 3 
months. Other studies with a diff erent population have shown 
similar results. We recommend further detailed studies about the 
possibilities of creating a special sport training program for ballet 
dancers that brings benefi ts for dancers and companies, giving them 
treatment and care of athletes, as well as artists. 
Key-words: injuries, ballet, dancers, athletes.
Endereçopara correspondência: Juliana Santos Anselmo, Rua Doutor Maninho, 326, Bloco A - 3º andar, Centro, 35300-019 
Caratinga MG, E-mail: jsanselmo@yahoo.com.br
5Revista Brasileira de Fisiologia do Exercício - Volume 9 Número 1 - janeiro/março 2010
Introdução
Sabe-se que a base da dança é o movimento. Bambirra [1] 
explicita que o movimento é o elemento principal da dança, 
aquele o qual se busca sempre trabalhar, lapidar e aperfeiçoar. 
Contudo, o movimento em si, segundo Leal [2] reside como 
necessidade do ser humano desde os primórdios da evolução.
Quando o movimento se une a música, tem-se a dança. 
E ainda, “a dança nasceu com a própria humanidade” [1]. 
Com a descoberta do som e do ritmo, o homem os juntou 
aos seus gestos e movimentos, passando a dançar. Lagoas [3] 
completa dizendo que a mais antiga das artes criada pelo 
homem é a dança. Ele dançava instintivamente em várias 
das manifestações de sua vida. Guimarães & Simas [4] ainda 
relatam que a dança é uma necessidade natural e instintiva 
do homem de exaurir seu estado latente. 
O homem e a dança evoluíram, segundo Verderi [5], ao 
longo da história, juntos nas emoções, nas formas e expressão 
e nos movimentos. Para Nanni [6] este progresso da dança 
não é aleatório, ele obedece a padrões sociais e econômicos 
ou nasce da necessidade do homem de expressar suas emoções 
e sentimentos.
O ballet clássico surgiu destas transformações e adaptações 
culturais da dança. Lagoas [3] diz que o ballet clássico é o 
desenvolvimento e a transformação desta dança primitiva. 
Complementando, a autora ainda afi rma ser o ballet clássico 
uma dança que não se baseia mais no instinto, e sim em passos 
diferentes, com ligações, com gestos e fi guras previamente 
elaboradas. Até os dias atuais, o ballet clássico é dançado 
dentro da técnica desenvolvida há séculos atrás. De acordo 
com Malanga apud Guimarães & Simas [4], certos princípios 
da técnica clássica devem sempre ser mantidos em todos os 
movimentos. Seguindo a mesma ideia, Picon et al. [7] dizem 
que o ballet clássico vem exigindo de seus praticantes, no 
decorrer de sua evolução, desempenhos cada vez mais com-
plexos, sempre com a fi nalidade de manter a sua tradição e o 
grau de difi culdade técnica desta arte.
A dança clássica, consolidada e popularizada em meados 
do século XVII, ganhou novos rumos com o Renascentis-
mo, através da incorporação de novos elementos extraídos 
da arte popular, mesmo com a continuidade das severas 
divisões sociais entre camponeses e nobres [8]. Anos mais 
tarde, com o movimento Impressionista, surgem correntes 
contrárias àquelas que durante décadas sustentaram o ballet 
clássico.
A dança moderna surge neste contexto, no fi nal do sécu-
lo XIX, em oposição à rigidez do ballet clássico e em busca 
da valorização do movimento natural do corpo. Caminada 
[9] aponta a principal precursora deste movimento, Marta 
Graham, que juntamente com outros ícones da dança moder-
na, foram responsáveis pela modifi cação drástica dos padrões 
clássicos de dança, eliminando inclusive as sapatilhas de ponta.
Por sua vez, a dança contemporânea que muito se con-
funde com moderna, busca uma ruptura total com o ballet 
clássico, podendo inclusive abandonar a estética em virtude 
da expressão e transmissão de ideias e sentimentos. Com 
raízes oriundas da dança moderna de Martha Graham, o 
ballet contemporâneo surgiu na década de 60, mas somen-
te começou a se defi nir desenvolvendo uma linguagem 
própria na década de 80, embora contraditoriamente, 
faça muitas referências ao ballet clássico. É importante 
frisar, contudo, que a dança contemporânea não possui 
uma técnica única estabelecida. A criação coreográfi ca dá 
liberdade ao bailarino ou coreógrafo de criar aquilo que 
bem entender.
Atualmente, o ballet clássico é a base para a formação 
de todos os bailarinos profi ssionais. Mesmo aqueles que se 
dedicam exclusivamente à dança contemporânea precisam 
possuir técnica apurada também em dança clássica.
A técnica do ballet, apesar de rigorosa e tradicional, pode 
ser ensinada de diversas formas, que se diferenciam pelos 
métodos de cada escola clássica, dentre elas a Francesa, In-
glesa, Italiana, Russa, Cubana e Americana. Estes métodos 
foram criados e aperfeiçoados, e segundo Bambirra [1] eles 
têm características próprias que não podem deixar de ser 
reconhecidas.
A autora ainda enfatiza que dentro desta variedade de 
métodos existem regras e cuidados necessários e imprescin-
díveis. É importante que o professor conheça a biotipologia 
física daquelas que, com ele pratiquem o ballet clássico, para 
que possa empregar o melhor de cada método às bailarinas. 
Guimarães & Simas [4] mostram ser de extrema importância 
que a técnica do ballet clássico seja inserida no momento 
apropriado, evitando-se a aplicação da técnica pura. Com-
plementando esta ideia, Sampaio [10] indica, como sendo 
um dos principais protagonistas da incidência de lesões nos 
bailarinos clássicos, a aplicação de um método de ensino 
incompatível com as condições musculares do aluno.
Guimarães & Simas [4] dizem ser característico do ballet 
clássico o excesso de repetitividade de movimentos. A repe-
tição da coreografi a, ou de determinada parte da mesma, é 
um erro frequente entre as bailarinas. 
Devido aos períodos de longos ensaios e espetáculos, se-
guidos de curtas etapas de recuperação, é constante perceber 
entre os bailarinos a exaustão, descrita por Koutedakis [11] 
como burnout,ou overtraining que é uma condição clínica ex-
tremamente complexa e de causa indeterminada com sintomas 
que variam de pessoa para pessoa, dentre eles a redução da 
performance física, fadigas constantes e prolongadas, assim 
como diversas alterações emocionais. 
Objetivo
Identifi car as lesões sofridas por profi ssionais de ballet 
clássico e contemporâneo de Belo Horizonte/MG, compa-
rando com estudos similares realizados com outras amostras, 
buscando aspectos predominantes de artistas ou atletas nestes 
profi ssionais.
Revista Brasileira de Fisiologia do Exercício - Volume 9 Número 1 - janeiro/março 20106
Material e métodos
Para fundamentar a pesquisa e possibilitar a análise dos 
dados coletados utilizou-se uma revisão bibliográfi ca de au-
tores e trabalhos que possuíssem estreita relação com o tema 
investigado. A pesquisa qualitativa contou com tratamento 
de dados estatísticos como forma complementar de análise. 
A parte de campo foi realizada com a companhia de dança 
contemporânea “Grupo Corpo”, sediada em Belo Horizonte, 
Minas Gerais. Companhia esta que, apesar de ter sua identida-
de própria de ballet contemporâneo, possui como integrantes 
bailarinos com base de dança clássica. 
De toda a população de bailarinos desta companhia, 21 
indivíduos entre homens e mulheres, estiveram presentes na 
amostra da pesquisa apenas aqueles que estavam atuando 
pela companhia. Foram excluídos, portanto, os bailarinos 
que se encontravam afastados por motivos quaisquer. Os 
entrevistados deveriam ser profi ssionais contratados pelo 
“Grupo Corpo”, devidamente capacitados para exercer a 
função de bailarinos. 
Esta entrevista foi feita sob forma de questionário, o qual 
se apresentou dividido em domínios, onde constaram: tempo 
de profi ssão e prática em dança (pregresso e atual), histórico 
de lesões (pregresso e atual) e o tempo de recuperação das 
mesmas. 
Resultados e discussão
Bailarinos são artistas que utilizam o corpo para expressar 
sua arte e possuem características de verdadeiros atletas. O 
ballet deve ser visto como um movimento no mundo da 
arte, porém através de uma prática complexa e extremamente 
técnica, exigindo do bailarino um desempenho de atleta [4].
O que percebemos ao mergulharmos no mundo da dan-
ça, entretanto, é que os bailarinos, mesmo sabendo de suas 
próprias características físicas, ainda têm uma percepçãoartís-
tica predominante de sua profi ssão. Entretanto, assim como 
atletas, os bailarinos se arriscam a sofrer lesões a todo tempo 
justamente devido às exigências técnicas da dança clássica, e 
sabe-se que vários tipos de lesões são típicos e frequentes nos 
praticantes do ballet. 
“As elevadas amplitudes articulares dos quadris e joelho, e a 
repetitividade desses movimentos podem estar desequilibrando 
grupos musculares, alterando, assim, a biomecânica do corpo 
e comprometendo a função, refl etindo na estrutura corporal, 
podendo aumentar a predisposição a lesões características em 
bailarinos clássicos [4]”.
Brinck & Nery [12] dizem que os bailarinos mais bem 
preparados fi sicamente, capacitados a suportar a máxima 
solicitação de tendões, ligamentos e músculos, poderão ter 
incrível melhora em sua performance. Peculiaridades que 
fazem parte da preparação de um atleta.
Mesmo que existam diferenças entre os diversos tipos de 
dança que utilizam o ballet clássico como base técnica, dife-
renças também entre estas e os desportos em si, existem inú-
meras semelhanças entre o esporte e a performance artística da 
dança. Koutedakis & Jamurtas [13] descrevem a dança como 
um fenômeno complexo que depende de vários elementos 
que, direta ou e indiretamente, têm seus efeitos específi cos. 
Os autores apontam que em nível profi ssional os bailarinos 
além de possuir excelente técnica e estética artística, devem 
estar psicologicamente preparados para lidar com situações 
de stress, evitar ao máximo as lesões, e buscar sempre estar 
em sua perfeita forma física.
A prática do ballet pode ser vista como um trabalho 
muito desgastante para a musculatura em geral e partindo 
deste pressuposto, o treinamento de força é peça fundamental 
para bailarinos. De acordo com Brinck & Nery [12] é grande 
o grau de benefício que um programa de treinamento de 
potência muscular pode transferir para o desempenho de 
um atleta. Apenas dançar não é o sufi ciente, o bailarino deve 
superar seus limites técnicos e físicos adotando a prática da 
preparação física diária no seu ensaio técnico, tanto para 
melhorar sua performance, quanto para aliviar e prevenir 
suas possíveis lesões.
Além de ser uma atividade física intensa como qualquer 
outra, o ballet exige de seus praticantes ampla e complexa 
movimentação, quase sempre com posições antianatômicas, 
além de um enorme número de repetições de um mesmo 
movimento. Estas repetições não se esgotam nem mesmo 
com a fadiga muscular, pois os bailarinos se mostram sempre 
determinados a atingir a perfeição. Segundo Sampaio [10], o 
bailarino precisa reconhecer suas virtudes e também os seus 
pontos frágeis, seus limites, para que possam ser trabalhados 
e superados, ou até mesmo para que se possa viver em har-
monia com eles.
Em suas pesquisas, os autores Picon et al. [7] mostram que 
existem inúmeros estudos acerca de lesões típicas decorrentes 
do ballet, e que mesmo assim as fortes tradições da prática são 
mantidas, assim como os paradigmas contidos nesta arte. Ao 
contrário, no âmbito esportivo, a ciência se mostra, cada vez 
mais, uma grande aliada na busca por tecnologias de vestuário 
e treinamento, sempre buscando melhorar a performance dos 
praticantes e garantir sua integridade física.
Barcellos & Imbiriba [14] afi rmam que no uso da sapatilha 
de ponta, os pés não devem ser comprimidos, preservando o 
posicionamento dos dedos entre si, mantendo sua estrutura 
anatômica, o que possibilita a elevação en pointé, formando 
uma continuidade dos pés, pernas, tronco e cabeça. Caso 
contrário pode haver um comprometimento dos músculos e 
ligamentos envolvidos.
Segundo Antunes [15], a desinformação sobre o próprio 
corpo, suas virtudes, capacidades e exigências, aumenta o 
número de lesões, uma vez que muitos professores se mos-
tram despreparados para orientar seus alunos em questões 
anatômicas, cinesiológicas e fi siológicas, que estão diretamente 
7Revista Brasileira de Fisiologia do Exercício - Volume 9 Número 1 - janeiro/março 2010
relacionadas ao rendimento técnico, dando o máximo de 
segurança. Complementando esta ideia Sampaio [10] diz:
“Hoje (e cada vez mais no futuro) temos que estar preparados 
para lidar com o corpo alheio. Não podemos fi car presos apenas 
a banalidades estéticas (...). Temos responsabilidades sobre as 
pessoas que muitas vezes chegam as nossas mãos ainda criança, 
tendo todo o seu desenvolvimento anatômico por acontecer.”
Por trabalhar com seres humanos envolvidos em uma prá-
tica tão complexa como a dança, os professores e profi ssionais 
da área de saúde devem estar atentos à especifi cidade de cada 
bailarino, sua estrutura corporal, suas habilidades para o ballet 
e seu limite de treinamento. Bambirra [1] diz que a didática 
massifi cada para o ensino do ballet tira a individualidade do 
bailarino. O professor tem que saber tirar do aluno o que ele tem 
para dar, contribuindo para o seu desenvolvimento saudável.
O primeiro domínio a ser investigado, tempo de profi ssão e 
prática em dança, contou com interrogações sobre o tempo de 
prática em dança e a frequência semanal com que o bailarino 
se apresenta para as aulas de ballet clássico da companhia (a 
presença dos mesmos, nesta aula anterior aos ensaios, não 
era obrigatória).
Quadro 1 - Tempo de profi ssão e prática de dança.
Tempo médio de prática de dança 18 anos
Presença média nas aulas de Ballet 
clássico
3,57 vezes/semana
O Quadro 1 nos mostra que os bailarinos estão envolvi-
dos no mundo da dança há muitos anos (18 em média). A 
profi ssionalização na dança não acontece subitamente. São 
necessários, em média, 10 anos de estudos sobre o ballet clás-
sico, moderno e contemporâneo, além de outras práticas de 
dança. Kadel et al. apud Guimarães & Simas [4] explica que 
a formação de um bailarino clássico se inicia precocemente 
por ser necessário que se desenvolvam amplamente habili-
dades físicas como força, amplitude articular, fl exibilidade, 
resistência, coordenação, velocidade e equilíbrio, buscando 
uma performance adequada. 
Portanto, são vários anos praticando exaustivamente as 
mesmas técnicas, passos e coreografi as, com poucas modi-
fi cações. A diversifi cação acontece a partir do momento em 
que o bailarino já está mais maduro, e o coreógrafo se sente 
livre para extrapolar as linhas clássicas.
Confi rmando este fato, Schafl e apud Guimarães & Simas 
[4] diz que a dança se caracteriza por movimentos altamente 
repetitivos, e com elevadíssimas amplitudes articulares, o 
que acaba por desequilibrar diversos grupos musculares. A 
biomecânica do corpo acaba por se alterar, o que refl ete na 
estrutura corporal e na predisposição a lesões típicas e carac-
terísticas da prática. 
A não assiduidade perante a parte técnica específi ca – a 
aula de ballet clássico – pode ser percebida pela média apre-
sentada para a frequência em aulas semanais (3,57), uma 
vez que estas aulas são oferecidas 5 dias por semana. Este 
fator pode ser um resultado dos longos anos de dança, que 
acabam por desencadear um desinteresse pelo ballet clássico 
em alguns bailarinos, agora envolvidos com a dança moderna 
e contemporânea. A presença nas aulas não é obrigatória, e 
por ela se iniciar logo de manhã, muitos preferem dormir até 
mais tarde, ou resolver qualquer outro assunto, a fazer a aula 
de ballet. Alguns bailarinos relataram que nunca presenciam 
estas aulas, por não sentirem relação direta entre a aula de 
ballet clássico e as coreografi as dançadas por eles, extrema-
mente contemporâneas. Houve ainda, quem achasse a aula 
totalmente voltada para a especifi cidade do grupo feminino, 
faltando exercícios e técnicas específi cas aos homens.
É importante relembrar e ressaltar, neste ponto, que um 
dos princípios propostos pela teoria do treinamento despor-
tivo é o da especifi cidade, onde a transferência positivado 
treinamento para a performance do atleta somente ocorrerá 
em casos onde o treino possua relação direta e específi ca com 
o esporte [16-21].
Os resultados obtidos com o domínio Histórico de lesões 
foram agrupados nas Figuras 1 a 4.
Figura 1 - Incidência de lesões, em caráter quantitativo, entre os 
bailarinos entrevistados.
36,84%
15,79%
15,78%
31,58% Nunca sofreram
lesões
1 lesão
2 lesões
3 ou mais lesões
Observando os dados da Figura 1 podemos perceber como 
a grande maioria dos bailarinos (84,20%) já se lesionou em 
sua prática de dança. Percebe-se uma relação com a vida 
de um atleta, pois em ambos os casos a grande presença de 
lesões é notória. A diferença está nos cuidados que um atleta 
recebe, tanto na prevenção de lesões quanto na recuperação 
das mesmas.
Para Leal [2] a profi laxia deveria ser adotada como hábito 
permanente de uma companhia de dança, através de um 
treinamento muscular cotidiano, buscando evitar este alto 
índice de lesões características entre os bailarinos. Entretanto, 
o que podemos observar na maioria das companhias de dança 
do nosso país é a ausência de uma equipe de profi ssionais 
preparada para atender os bailarinos.
Os motivos que podem ocasionar lesões em bailarinos são 
diversos. Sampaio [10] enumerou os principais fatores que 
levam os bailarinos a se lesionarem ao longo de sua prática 
com o ballet clássico: a) trabalho muscular incorreto; b) 
aquecimento inadequado antes da atividade física; c) tenta-
tiva de aumentar a angulação de en-dehors pelos pés, e não 
pelo quadril; d) trabalho prématuro da posição en pointé; e) 
Revista Brasileira de Fisiologia do Exercício - Volume 9 Número 1 - janeiro/março 20108
aplicação de um método de ensino que não corresponde às 
condições musculares do aluno, entre outros.
Muitas lesões também são oriundas da prática do próprio 
ballet contemporâneo, que além destas enumeradas podemos 
considerar: os saltos, sem a correta absorção de impacto; os 
“portés” (partes da coreografi a em que os bailarinos precisam 
elevar, ou carregar, outro bailarino); os movimentos que 
exigem elevadas amplitudes articulares e posições antianatô-
micas; entre outros. 
Na amostra pesquisada, apenas 15,79% dos bailarinos 
relataram nunca terem sofrido lesões, ao passo que 31,58% 
já sofreram mais de 3 lesões ao longo de sua vida. A gravidade 
e o tipo destas lesões relatadas foram as mais variadas, e são 
apresentadas na Figura 2.
Figura 2 - Incidência de lesões, em caráter qualitativo, indicando 
os tipos de lesões e o percentual das mesmas entre os bailarinos 
entrevistados.
(9,37%); ruptura do ligamento do ombro (6,25%); pulso 
aberto (3,11%); estiramento do ligamento medial do olécrano 
(3,11%); contratura muscular lombar (3,11%).
O estudo realizado por Guimarães & Simas [4], que bus-
cou analisar as lesões mais frequentes em bailarinas clássicas, 
concluiu que o ballet possui seu próprio conjunto de lesões 
associadas, no qual as mais comuns são as de pé e tornozelo, 
seguidas das de joelho e quadril e, por último, as de membro 
superior. Resultados muito semelhantes aos apresentados por 
esta pesquisa.
Para Young apud Guerra [22] as entorses em inversão de 
tornozelo são as mais comuns na dança, uma vez que a ex-
tremidade distal do corpo é a responsável pelo apoio de toda 
a estrutura corporal, sendo, portanto intensa a sobrecarga 
nessa região. Confi rmando esta colocação, a lesão de maior 
representatividade nesta pesquisa foi exatamente a entorse de 
tornozelo, com 16,61% dos relatos.
Os resultados aqui obtidos ainda se encontram com os 
dados apresentados por Antunes [15] que afi rma serem lesões 
frequentes em bailarinos: a tendinite no tendão de Aquiles; 
fraturas por estresse da tíbia e metatarsos; lesões ligamentares 
relacionadas com entorses de tornozelo e do pé; entre outros.
Em estudos realizados na Inglaterra por Koutedakis et al. 
[23] foram apresentados dados, onde durante um período de 
2 anos, 335 lesões foram documentadas em 159 bailarinos 
profi ssionais. Uma média de 2,10 lesões por bailarino neste 
período. A coluna lombar foi apresentada como o local 
anatômico de maior incidência de lesões, e que juntamente 
com a pelve, pernas, joelhos e pés representam mais de 90% 
das lesões documentadas. Já nesta pesquisa, a soma de lesões 
nestes locais representa quase 80% do total de lesões.
Para buscar entender a gravidade das lesões apresentadas, 
e sua relação com os cuidados dispensados as mesmas pelos 
bailarinos, questionou-se o tempo de afastamento da profi s-
são ocasionado por estas lesões. Este resultado é mostrado 
na Figura 3. 
Figura 3 - Tempo que cada percentual de bailarinos precisou se 
afastar da profi ssão para se recuperar da(s) lesão(ões).
9,37%
3,11%
3,11%
3,11%
6,25%
6,25%
3,11%
12,50%
9,37%
3,11%
6,25%
12,50%
16,61%
6,25%
Ruptura de ligamentos 
do joelho
Entorse tornozelo
Protusão/Hérnia Lombar 
Tendinite Aquiles
Pulso aberto
Protusão/Hérnia cervical
Fratura Metatarso
Bursite Joelho
Ligamento do ombro 
Estiramento do Psoas
Estiramento ligamento
medial olécrano
Contratura muscular Lombar
Osteocondral Pilão Tibial
Fratura por estress da Tíbia
De acordo com a Figura 2, percebe-se que a incidência de 
lesões, em caráter qualitativo, dentro da amostra pesquisada, 
apontando um maior índice de lesões nos membros inferiores, 
sendo representados por 63,45% do total de lesões relatadas. 
Dentre elas foram relatadas: entorse de tornozelo (16,61%); 
fratura do metatarso (12,50%); fratura da tíbia (9,37%); 
ruptura de ligamentos do joelho (6,25%); infl amação no ten-
dão de Aquiles (6,25%); estiramento do ílio-psoas (6,25%); 
bursite no joelho (3,11%); osteocondral pilão-tibial (3,11%).
Em menor porcentagem, mas também em grande es-
cala, apareceram lesões de membros superiores, tais como: 
protusão/hérnia lombar (12,50%); protusão/hérnia cervical 
0%
5%
10%
15%
20%
25%
30%
35%
%
 d
e 
ba
ila
rin
os
 
en
tre
vi
sta
do
s
Menos
de 01
1 2 3 11 12 24
Tempo afastado para recuperação (em meses)
Ao observar este gráfi co podemos perceber que o perí-
odo em que os bailarinos se ausentam da profi ssão é, em 
sua maioria, relativamente pequeno dado à gravidade das 
lesões apresentadas. Os resultados da entrevista mostraram 
que 68,75% dos bailarinos retomaram as atividades em 
9Revista Brasileira de Fisiologia do Exercício - Volume 9 Número 1 - janeiro/março 2010
no máximo 3 meses. Um dos motivos por se afastarem por 
tempo insufi ciente é que mesmo tendo todos os seus direitos 
mantidos, alguns temem perder seu “papel” em determinado 
espetáculo para o bailarino que o substitui, enquanto tenta 
se recuperar de sua lesão. Com isso, o bailarino se sente re-
cuperado, e retoma suas atividades normais antes mesmo de 
curar totalmente sua lesão. Informalmente, durante o período 
de observação, alguns bailarinos ainda relataram que, mesmo 
recebendo o seu salário fi xo quando estão afastados, deixam de 
receber os cachês por apresentação, sendo este outro motivo 
pelo curto espaço de tempo ausente.
A presença de dores, representada na Figura 4, pode ser 
um indicador de que a lesão não foi totalmente recuperada.
Figura 4 - Porcentagem de bailarinos entrevistados que ainda sente 
algum tipo de dor crônica, incômodo ou impedimento, causados 
pelas lesões sofridas.
avaliar o bailarino e perceber se o mesmo está ou não em 
sua melhor condição física e psicológica, além de tratá-lo da 
forma correta, entendendo o bailarino como um atleta que 
necessita de cuidados específi cos. 
Referências
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31,25%
68,75%
Sim, ainda sente dores
Não sente mais dores
Conclusão
Os resultados mostraram que os profi ssionais de ballet 
clássico e contemporâneo do “Grupo Corpo“ estão envolvi-
dos há muitos anos com a dança, e em sua maioria possuem 
lesões características de bailarinos, e ainda não gastam o tempo 
ideal de recuperação antes de reiniciarem suas atividades. Esta 
realidade identifi cada na amostra pesquisada é equivalente à 
realidade de outras populações já estudadas anteriormente. 
Conclui-se então que, os bailarinos se percebem e se 
preparam exclusivamente como artistas, desprezando a sua 
condição de atleta e os cuidados necessários para seu melhor 
desempenho, além da prevenção e minimização das lesões 
típicas da prática.
Recomenda-se um estudo mais aprofundado sobre as pos-
sibilidades de se realizar um treinamento desportivo próprio 
para bailarinos, onde sejam atendidas as suas necessidades 
técnicas e biomecânicas. Um trabalho que objetive trazer 
benefícios aos bailarinos, às academias, aos professores e às 
companhias, na tentativa de vencer este paradigma apresen-
tado, mostrando aos mesmos sua condição de artista e ao 
mesmo tempo, atleta. 
Ressalta-se ainda, a importância da presença de uma 
equipe multiprofi ssional composta por professores de dança 
altamente qualifi cados, profi ssionais de educação física, nutri-
cionistas, médicos, fi sioterapeutas e psicólogos, que poderiam 
evitar o alto índice de dores crônicas nos mesmos e melhorar 
seu desempenho artístico. Esta equipe seria responsável por 
Revista Brasileira de Fisiologia do Exercício - Volume 9 Número 1 - janeiro/março 201010
Artigo original
Avaliação do estado nutricional e satisfação 
da imagem corporal de jovens atletas integrantes 
da equipe competitiva de ginástica rítmica 
de um clube de São Paulo
Assessment of nutritional status and body image satisfaction 
of young competitive athletes of a rhythmic gymnastics team 
of a club in São Paulo
Vanessa Quitto Rinaldi*, Gabriela de Andrade Moreira Bucheb*, Renata Furlan Viebig, M.Sc.**
*Graduandas em Nutrição do Centro Universitário São Camilo, **Nutricionista, Especialista em Nutrição Clínica e Dietoterapia, 
Doutoranda do Departamento de Medicina Preventiva da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo, Docente do curso 
de Graduação em Nutrição, Centro Universitário São Camilo/São Paulo/SP
Resumo
Este estudo visou avaliar o estado nutricional de jovens atletas da 
equipe competitiva de ginástica rítmica de um clube de São Paulo, 
com ênfase na imagem corporal. Foram analisadas 10 atletas de 9 a 
12 anos, através da aplicação de questionário tipo anamnese comple-
to contemplando imagem corporal, e da realização da antropometria. 
Após aferidas todas as medidas foram calculadas a circunferência 
muscular do braço (CMB), área muscular do braço (AMB) e área 
muscular do braço corrigida (AMBc) e estimada a porcentagem 
de gordura corporal. Dentre os resultados obtidos foram ressalta-
dos que 9 ginastas ainda não apresentaram a menarca, 40% não 
demonstraram satisfação com a imagem corporal e metade estava 
com porcentagem de gordura corporal abaixo do recomendado. No 
geral, as ginastas estudadas apresentaram-se eutrófi cas em relação 
aos indicadores utilizados, e sem desvio signifi cativo de imagem 
corporal. Porém é recomendado o acompanhamento nutricional e 
consideram-se pertinentes estudos que abranjam hábitos alimentares 
mais detalhados.
Palavras-chave: estado nutricional, imagem corporal, ginastas, 
antropometria.
Abstract 
Th is study aimed to assess the nutritional status of young com-
petitive athletes of a rhythmic gymnastics team of a club in São 
Paulo, with emphasis on their body image. We examined 10 athletes, 
9-12 years old, through the application of standard questionnaire 
including full body image, and anthropometry. Were calculated 
arm muscle circumference (AMC), arm muscle area (AMA), and 
corrected arm muscle area (CAMA) and the body fat percentage was 
estimated. Th e results highlighted that 9 gymnasts have not attained 
menarche, 40% showed no satisfaction with body image and half 
had body fat percentage below the recommended. In general, the 
gymnasts were considered eutrophic, with no signifi cant deviation 
of body image. However it is recommended nutritional follow-up 
and more relevant studies that include more detailed dietary habits.
Key-words: nutritional status, body image, gymnastis, 
anthropometry.
Endereço para correspondência: Vanessa Quitto Rinaldi, Rua Rodrigues Ferreira, 53 Pirituba 05159-130 São Paulo SP, Tel: (11) 9810-
9296, E-mail: vanessaquitto@terra.com.br
11Revista Brasileira de Fisiologia do Exercício - Volume 9 Número 1 - janeiro/março 2010
Introdução 
A Ginástica Rítmica (GR) começou a ser praticada ao fi nal 
da Primeira Guerra Mundial, quando várias escolas inovavam 
os exercícios tradicionais da ginástica artística, misturando-os 
com música e criando uma nova modalidade esportiva. Em 
1946, na Rússia, surgiu o termo “rítmico”, devido à utilização 
da música e da dança durante a execução dos movimentos. 
Mais tarde, em 1975, passou a ser denominada Ginástica 
Rítmica Desportiva (GRD), estabelecendo-se defi nitivamente 
sua característica competitiva [1]. 
A GR tornou-se um esporte olímpico ofi cial em 1984, 
somente comcompetições individuais, apenas nos Jogos 
Olímpicos de Atlanta, em 1996, incluíram-se as competições 
de conjunto. A GR é o exercício de solo da ginástica artística 
com adereços de mão em que as atletas combinam música 
com exercícios de equilíbrio e fl exibilidade em cada um dos 
aparelhos: maças, bola, fi ta, corda e arco. Esta modalidade 
esportiva relaciona três elementos: corpo, música e aparelho. 
Os elementos corporais são a base indispensável dos exercícios 
individuais e conjuntos. Fazem parte dos elementos corporais 
obrigatórios: andar, correr, saltar, saltitar, balancear, circundu-
zir, girar, equilibrar, ondular, executar pré-acrobáticos, lançar 
e recuperar, sendo que os exercícios devem ser acompanhados 
por estímulo musical [1,2].
O nível técnico da GR tem evoluído signifi cativamente 
no Brasil, graças à seriedade do trabalho realizado pelas 
técnicas brasileiras, e apoio recebido de técnicos e coreógra-
fos provenientes de países onde a GR é mais desenvolvida, 
principalmente da Europa. Aos poucos, este esporte vem 
se popularizando em nosso país, sendo que o número de 
praticantes cresce a cada ano e os locais oferecidos para a sua 
prática têm aumentado. Além disso, o nível dos profi ssionais 
especializados, cujo número é ainda relativamente pequeno, 
tem melhorado sensivelmente, porém, mesmo com os bons 
resultados conquistados em competições internacionais, 
ainda são encontradas muitas difi culdades para um maior 
desenvolvimento da modalidade no Brasil [3].
A GR é uma modalidade esportiva de alta difi culdade 
técnica, em que o alto nível de desempenho é comumente 
alcançado em idade muito jovem, de maneira que pressupõe 
a necessidade do início do treinamento tão cedo quanto 
possível. Os treinamentos iniciam-se em média aos seis anos 
de idade. Nessa idade, as crianças possuem um potencial de-
senvolvimentista para estar no estágio amadurecido da maior 
parte das habilidades motoras fundamentais. A introdução de 
aparelhos deve ser feita de forma lúdica para que a criança vá 
se adaptando às características de cada um [4].
É importante que crianças e adolescentes fi sicamente ati-
vos consumam energia e nutrientes sufi cientes para alcançar 
suas necessidades de crescimento, manutenção de tecidos e 
para o desempenho de suas atividades intelectuais e físicas. 
Atualmente a participação cada vez mais precoce de jovens em 
eventos competitivos e seu envolvimento em programas de 
treinamento bastante intensos fazem com que os profi ssionais 
da saúde devam estar atentos à adoção de comportamentos 
alimentares que podem trazer consequências deletérias à 
saúde, tais como desidratação, práticas de controle de peso 
inadequadas, distúrbios alimentares e uso indiscriminado de 
substâncias encaradas como ergogênicas [5,6].
Dessa forma, a alimentação adequada é fundamental 
para a manutenção da saúde e para um ótimo desempenho 
esportivo de jovens ginastas. A alimentação balanceada aliada 
à atividade física pode aperfeiçoar o potencial genético de 
crescimento e desenvolvimento. As atletas de GR apresentam 
necessidades aumentadas devido ao crescimento, desenvol-
vimento maturacional, manutenção de tecidos, atividades 
intelectuais, além do treinamento extenuante. Dessa forma, 
as necessidades calóricas e nutricionais devem ser estimadas 
baseadas na ingestão alimentar diária, idade e atividade física 
[4,5].
A literatura relata que atletas jovens do sexo feminino que 
praticam esportes que exigem um peso corporal baixo, como 
ginastas, possuem tipicamente uma dieta hipocalórica e um 
intenso gasto energético durante o treinamento físico e no 
próprio evento competitivo. Esta conduta pode prejudicar o 
estado nutricional por defi ciências energéticas resultando em 
falhas no crescimento, atraso na puberdade, esgotamento das 
reservas de glicogênio e fadiga [4,7,8].
O treinamento físico nas diversas modalidades despor-
tivas femininas, como a GR, proporciona, por um lado, 
o desenvolvimento físico harmonioso e atlético, mas por 
outro lado, as expõem a problemas específi cos da categoria 
de atletas. Um desses problemas denomina-se transtorno 
do comportamento alimentar (TCA), que é caracteriza-
do por uma perturbação persistente do comportamento 
relacionado com a alimentação. Esse transtorno provoca 
alterações nos hábitos alimentares, prejudicando a saúde 
física, psicológica e social do indivíduo. Os TCA compre-
endem a anorexia nervosa e a bulimia nervosa que atingem, 
sobretudo, mulheres jovens e adolescentes, que representam 
90% dos casos [9].
A tendência de instalação do TCA tem sido principalmen-
te relatada em âmbito esportivo, entre mulheres atletas justa-
mente de modalidades que enfatizam reduzida percentagem 
de gordura para melhorar o desempenho e estética. Acredita-se 
que a busca pelo desempenho, expressa por pressões externas 
dos técnicos, treinadores, patrocinadores, administradores e 
familiares no anseio por melhores resultados, acarreta estresse 
físico e mental nas atletas, criando ambiente para o desenvol-
vimento dos TCA [10].
Em atletas, embora a prevalência de anorexia nervosa e 
bulimia nervosa ainda não seja sufi cientemente conhecida, 
especialmente no Brasil, pesquisas realizadas demonstraram 
uma frequência aumentada (de 15 a 62%), sobretudo em 
modalidades desportivas específi cas. Sabe-se, ainda, que a 
adoção de dietas restritivas em idade precoce, sobretudo, se 
essa prática se dá sem a supervisão de um profi ssional, pode 
Revista Brasileira de Fisiologia do Exercício - Volume 9 Número 1 - janeiro/março 201012
desencadear TCA, causando danos importantes à saúde e, 
por conseguinte, ao desempenho atlético. A GR, entre outras 
modalidades, tem sido indicada, por pesquisas realizadas nessa 
área, como as de maior incidência de transtornos alimentares 
e de comportamentos considerados precursores dos mesmos. 
A estreita relação imagem corporal e desempenho físico faz 
com que as atletas sejam um grupo particularmente vulnerável 
à instalação desses transtornos, tendo em vista a ênfase dada 
ao controle de peso [11-12].
Assim, para atletas de GR, a avaliação antropométrica 
e dos hábitos alimentares é muito importante, pois este é 
um dos esportes que preconizam o baixo peso corporal e 
supervalorizam a estética, utilizando-a como critério para a 
obtenção de bons resultados em competições, assim como 
também acontece na natação sincronizada, corrida e no 
balé [13,14].
Dessa forma, o presente estudo teve como objetivo avaliar 
o estado nutricional de jovens atletas da equipe competitiva 
de GR de um clube de São Paulo, com ênfase na imagem 
corporal.
Material e métodos
A amostra foi composta por 10 atletas do sexo feminino, 
de 9 a 12 anos, pertencentes à equipe competitiva de ginástica 
rítmica de um clube da cidade de São Paulo. As ginastas trei-
navam por 4 horas e 30 minutos, diariamente, no período da 
tarde, durante 6 dias por semana. O estudo foi realizado entre 
abril e junho de 2009, e divididos em etapas descritas a seguir.
Etapa 1 - Questionário de anamnese, que con-
templava satisfação com a imagem corporal
Foi elaborado e aplicado, um questionário tipo anamnese 
completo, no qual foram abordados dados pessoais, história 
social, história na modalidade, abrangendo questões como: 
com qual idade iniciou o esporte, o motivo, se há apoio dos 
pais, satisfação com o desempenho e se pretende ser atleta 
profi ssional. Foram feitas perguntas sobre saúde em geral, 
nutrição abrangendo quantas refeições diárias as atletas 
realizavam, se já fez uso de dietas para emagrecer ou para 
qualquer outro fi m. Por fi m, foi avaliada a satisfação com 
a imagem corporal das ginastas por meio da aplicação de 
uma escala de silhuetas femininas numeradas de 1 a 12, em 
ordem crescente, sendo a número 1 a mais magra (Figura 
1). Nesta parte da anamnese, a atleta observava por algunssegundos a imagem e escolhia a que se assemelhava com ela, 
e marcava a opção. Novamente, a ginasta analisava a fi gura 
e apontava qual das silhuetas ela gostaria de ter. Logo após 
a escolha das imagens, foi feita uma pergunta a respeito 
do grau de importância que a imagem corporal exercia em 
relação à prática de ginástica rítmica, fi nalizando assim o 
questionário de anamnese. 
Figura 1 - Imagem para análise da satisfação com a imagem 
corporal.
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12
Figura adaptada de: Kakeshita e Almeida [15]. 
Etapa 2 - Avaliação antropométrica
Após a aplicação da anamnese completa, foi realizada a 
avaliação antropométrica de todas as atletas. Para a aferição 
das medidas, foi adaptada uma sala de avaliação próxima à 
área da prática de atividade física e as medidas antropométricas 
foram realizadas em dois dias, de maneira individualizada. 
Foram tomadas medidas da massa corporal (kg), estatura (cm), 
dobras cutâneas (mm) e circunferências corporais (cm). As 
medições foram realizadas antes dos treinamentos, no período 
da tarde e descritas a seguir: 
• Estatura: mensurada com auxílio de uma fi ta inelástica 
com precisão de 0,1 mm, fi xada a uma parede sem rodapé, 
estando as atletas descalças, em posição ortostática, com os 
pés juntos, para maior precisão foi utilizado um esquadro.
• Peso corpóreo: foi obtido empregando-se uma balança 
digital médica Geratherm ® com precisão de até 100 gra-
mas, estando as atletas descalças uniforme de treinamento 
(colan).
• Dobras cutâneas: para a avaliação das dobras cutâneas tri-
cipital, bicipital, subescapular, suprailíaca, abdominal, da 
coxa medial e da panturrilha, utilizou-se um adipômetro 
da marca Sanny® com precisão de 0,5 mm.
• Circunferências: os perímetros corporais (punho, braço, 
cintura, quadril, abdominal, coxa medial e panturrilha) fo-
ram medidos com uma fi ta métrica inelástica, com precisão 
de 0,1 mm. Estas medidas foram aferidas do lado direito 
do corpo, sendo realizadas três mensurações alternadas 
em cada local e o valor médio utilizado como escore fi nal. 
Após coletar os dados relacionados à antropometria, fo-
ram calculadas a circunferência muscular do braço (CMB), 
a área muscular do braço (AMB) e a área muscular do braço 
corrigida, utilizando as fórmulas seguintes:
CMB (cm) = CB - (PCT x 0,314)
AMB - 6,5 cm2
AMB = (CMB) 2
 12,57
Foi estimada a porcentagem de gordura corporal, por 
meio da equação de Slaughter et al. [16] para crianças e 
adolescentes do sexo feminino. Os resultados obtidos foram 
avaliados de acordo com os pontos de corte de Deurenberg 
et al. [17], que classifi ca o percentual de gordura até 12% 
como excessivamente baixo; de 12,01 a 15% como baixo; de 
13Revista Brasileira de Fisiologia do Exercício - Volume 9 Número 1 - janeiro/março 2010
15,01 a 25% como adequado (normal); de 25,01 a 30% como 
moderadamente alto; de 30,01 a 36% como alto e acima de 
36,01% como excessivamente alto. 
Ainda foram determinados o Índice de Massa Corpórea 
(IMC), os indicadores Altura para Idade (A/I), Peso para Idade 
(P/I) e IMC para Idade (IMC/I), sendo estes classifi cados 
por WHO [18].
Resultados
Foram estudadas 10 atletas da equipe competitiva de GR, 
com idade média de 10 anos e 6 meses, todas eram estudan-
tes, sendo que 70% cursavam o Ensino Fundamental II em 
colégio particular.
Com relação aos motivos para a prática da modalidade, 
notou-se que 50% das ginastas não pretendiam ser atletas 
profi ssionais e almejavam ter outras profi ssões, praticando 
a GR apenas como hobby. Duas ginastas pretendem ser 
economistas, uma médica, uma arquiteta e outra veterinária.
A Figura 2 mostra as respostas das ginastas sobre sua saúde 
e sintomas durante e após o treinamento. 
Figura 2 - Problemas de saúde e sintomas relatados pelas atletas de 
G.R de um clube da região Norte de São Paulo, 2009.
com silhuetas, na qual era apontada a que a ginasta se achava 
semelhante e posteriormente, como gostaria de estar parecida.
Figura 3 - Imagem corporal relatada pelas atletas de G.R de um 
clube da região Norte de São Paulo, 2009.
0
1
2
3
4
5
6
7
8
9
10
At
le
ta
s
Gastrite
Colesterol alto
Fraqueza
Dor de cabeça
Doente com facilidade
Quando abordado se as ginastas já haviam passado pela 
menarca, 9 responderam que não, e uma relatou ter tido 
menstruação apenas uma vez (de maneira irregular).
Duas atletas relataram já terem se consultado com um 
nutricionista e 70% das ginastas nunca fi zeram dieta. A 
maioria das ginastas (70%) relatou fazer 5 refeições ao dia, 
porém, três disseram ter o hábito de fazer apenas 3 refeições 
diárias. Sobre o consumo de água, 90% consideraram que 
fazem consumo abaixo do que deveriam.
Quando questionadas sobre a satisfação com o corpo, 40% 
disseram não estarem satisfeitas. A Figura 3 mostra o resul-
tado da questão que foi respondida com o auxílio da fi gura 
0
1
2
3
4
5
6
7
8
9
10
At
le
ta
s
Se enxergam número a mais
Se enxergam número a menos
Se enxergam igual
A Tabela I mostra os resultados antropométricos obtidos 
através das aferições. A análise do estado nutricional das 
ginastas, segundo o Índice de Massa Corpórea para Idade 
(IMC/I), mostrou que 90% encontravam-se classifi cadas 
entre os percentis 3 e 85, estando, portanto com IMC 
adequado. Uma atleta encontrava-se acima do percentil 97, 
determinando obesidade [18]. A média de Índice de Massa 
Corpórea encontrada foi de 17,2 kg/m2. Nenhuma das gi-
nastas apresentou-se abaixo do percentil 3. 
Para o Índice Altura para Idade (A/I), observou-se que 
90% das ginastas encontravam-se acima do percentil 3, 
determinando altura adequada para idade, e apenas uma, 
representando 10%, foi considerada com baixa estatura para 
idade [18].
A composição corpórea das atletas foi aferida por meio da 
análise do percentual de gordura corporal, cujo valor médio 
observado entre as ginastas foi de 15,6%, o que segundo 
Deurenberg et al. [17] é considerada adequada. Porém, quatro 
ginastas foram classifi cadas com baixa porcentagem de gor-
dura corporal e uma como excessivamente baixa. Nenhuma 
ginasta teve a classifi cação como moderadamente alta, como 
alta e nem como excessivamente alta.
Quando analisada a Circunferência Muscular do Braço 
(CMB), uma das ginastas foi classifi cada como percentil maior 
que 95, determinando musculatura desenvolvida, devido à 
prática esportiva. Em relação à somatória das dobras tricipital 
e subescapular, uma ginasta foi classifi cada entre o percentil 5 
e 10, determinando risco para desnutrição e 3 ginastas foram 
classifi cadas abaixo do percentil 5, determinando desnutrição. 
A análise da circunferência do braço (CB) pôde revelar o 
risco para desnutrição de uma ginasta, que foi classifi ca no 
percentil 10. A ginasta que apresentou risco para desnutrição 
Revista Brasileira de Fisiologia do Exercício - Volume 9 Número 1 - janeiro/março 201014
em relação à CB, também foi classifi cada como desnutrição 
na somatória das dobras cutâneas tricipital e subescapular.
Tabela I - Valores médios, mínimos e máximos obtidos a partir das 
mensurações efetuadas nas jovens atletas.
Parâmetros Média Mínimo Máximo
Peso (kg) 35,6 28,7 42,0
Atura (m) 1,4 1,3 1,6
IMC kg/m2 17,2 15,0 20,6
Circunferência do braço (cm) 21,6 19,0 24,4
Dobra cutânea tricipital (mm) 9,2 6,0 16,0
Área muscular do braço (cm2) 28,1 24,2 31,8
Circunferência muscular do 
braço (cm)
18,7 18,0 20,0
Dobra cutânea tricipital + do-
bra cutânea subescapular (mm)
16,4 10,0 24,0
Dobra cutânea coxa medial (mm) 10,7 3,0 16,0
Dobra cutânea abdominal (mm) 10,2 6,0 18,0
Dobra cutânea panturrilha (mm) 3,4 2,0 5,0
Circunferência do quadril (cm) 73,9 68,0 81,2
Circunferência panturrilha (cm) 29,3 26,0 31,5
Circunferência cintura (cm)59,6 56,5 64,3
Circunferência coxa medial (cm) 42,6 38,3 48,0
% gordura corporal 15,6 9,5 21,9
Discussão
No geral, as ginastas estudadas apresentaram-se eutrófi cas 
em relação ao indicador Índice de Massa Corpórea para Idade 
(IMC/I). Porém, 10% foram classifi cadas como estando em 
obesidade. Entretanto, embora com os valores adequados 
de IMC, foi observado que 40% das ginastas não estavam 
satisfeitas com sua imagem corporal, apontando silhuetas que 
não correspondiam a sua. Por outro lado, 40% das ginastas 
estudadas apresentaram valores de percentual de gordura 
baixa, e 10% excessivamente baixos, representando metade 
da equipe. 
Em relação à menarca, segundo o estudo de Duarte & 
Duarte, a idade média da sua ocorrência em adolescente da 
cidade de São Paulo é de 12 anos e dois meses, porém, o estu-
do de Vivolo et al., mostra que a média de idade da menarca 
entre atletas praticantes de Ginástica Rítmica é de 12 anos e 
sete meses. O presente estudo mostra que 20% da população 
estudada tinham idade superior que as mencionadas ante-
riormente, sendo que metade relatou a ausência da menarca 
e metade mencionou irregularidades menstruais. Entretanto, 
esses aspectos não são exclusivos das ginastas, pois, investigações 
com atletas de diferentes esportes (tênis e natação) têm indi-
cado menarca tardia e esta tem sido atribuída ao treinamento 
intenso. Vários fatores infl uenciam na idade de menarca, como 
a predisposição genética, condutas dietéticas restritivas, baixo 
peso e/ou baixo percentual de gordura corporal, visto em 50% 
das ginastas estudadas, especialmente entre os 20% que apre-
sentaram irregularidades menstruais ou ausência de menarca. 
O excesso de treinamento é considerado um determinante 
fundamental, quando se avalia esse fenômeno entre as atletas. 
Weimann et al. concluíram ainda, que a associação do treino 
físico intenso e de competição, das ginastas do sexo feminino, 
e uma nutrição inadequada podem alterar o padrão normal de 
desenvolvimento pubertário das atletas [19-23].
A respeito da condição corporal, o presente estudo 
constatou um percentual médio de gordura de 15,6%, valor 
que se aproxima do encontrado por Ribeiro et al., em um 
estudo com atletas femininas de ginástica olímpica de duas 
cidades brasileiras. Os pesquisadores encontraram no Rio de 
Janeiro, percentuais de gordura médios de 16,5%. Em outro 
estudo realizado por Bernardot e Czerwinski, obteve-se um 
valor médio de 9,2% de percentual de gordura nas atletas da 
Associação Independente de Clubes de Ginastas dos EUA, 
valor abaixo do presente estudo. Já comparadas a adolescentes 
não atletas de Londrina Paraná, os valores médios mostrados 
no estudo de Guedes, em 1994, foi de 21,8% de gordura 
corpórea, superior aos valores observados nas ginastas desta 
pesquisa. O estudo realizado por Reggiani et al. sobre o estado 
nutricional e composição corporal de 26 ginastas com média 
de idade de 12 anos, concluiu que o percentual de massa gorda 
era reduzida e se encontrava abaixo do recomendável, assim 
como no presente estudo [13,24-27].
Silva [28] defende que para estas ginastas, a manutenção 
do reduzido peso corporal e de uma reduzida percentagem 
de gordura corporal, torna-se algo imperativo para o sucesso 
neste esporte, o que está em conformidade com os valores en-
contrados de porcentagem de gordura corporal da população 
estudada. Ressaltando que o excesso de peso não contribui 
para uma atleta que pretende seguir carreira profi ssional, 
isso porque, é um esporte que exige fl exibilidade, agilidade e 
leveza, o que leva a maioria das ginastas a se motivarem para 
obterem o que tanto desejam, levando a restrição alimentar 
a situações extremas para conseguirem aquilo que querem a 
redução do seu peso.
As dores de cabeça, fraqueza e a baixa imunidade, relatadas 
como problemas de saúde das ginastas, podem ser justifi cados 
pela dieta inadequada, com destaque para a provável baixa 
ingestão de energia e micronutrientes, como o ferro, zinco, 
vitaminas A e C, associados ao fracionamento errôneo das 
refeições. Ao mesmo tempo, foram constatados problemas 
como gastrite e colesterol alto, reforçando a má alimentação 
de algumas atletas, acarretando problemas crônicos precoce-
mente [29].
Conclusão
No presente trabalho verifi cou-se que as atletas estudadas 
apresentaram-se, em geral, eutrófi cas e sem desvio signifi cativo 
de imagem corporal. Porém, é recomendado o acompanha-
mento com nutricionistas para constante avaliação do estado 
nutricional das ginastas. Consideram-se pertinentes, além 
da antropometria e imagem corporal, estudos que abranjam 
15Revista Brasileira de Fisiologia do Exercício - Volume 9 Número 1 - janeiro/março 2010
hábitos alimentares detalhados de ginastas rítmicas, para pre-
venir desvios nutricionais e, como consequência, melhorar as 
condições de alimentação e rendimento no esporte praticado.
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