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Comportamento Organizacional Seção 3.4 – Dinâmicas dos grupos e equipes nas organizações Profa. Elaine Testoni Fonte: CINTRA, Josiane; DALBEM, Eloísa. Comportamento organizacional. Londrina: Editora e Distribuidora Educacional S. A., 2016. Pré-aula - Retomada de conteúdo • Grupos e equipes. • Grupos – primários, secundários, formais (grupos de comando, grupos de tarefa ou grupos de afinidade), informais (grupos de interesse e grupos de amizade), homogêneos ou heterogêneos, interativos ou nominais, temporários ou permanentes. • Possibilidades de formação de grupos: segurança, status, autoestima, realização de metas, poder, afiliação. • Propriedades de um grupo: papéis (papéis de conflito, ambiguidade de papéis), normas, coesão (compromisso para com o grupo e as metas), status. Aula - Trabalho em equipe • Quando são eficazes, as equipes podem tomar decisões melhores do que os indivíduos e superar significativamente o melhor membro. • Equipes normalmente podem gerar mais produtividade e inovação e criatividade mais rápidas, especialmente para trabalho complexo. • Elas também podem criar ambientes de trabalho mais gratificantes e locais nos quais as pessoas são atraídas para trabalhar e permanecer. • São as melhores ferramentas individuais que as organizações têm para atender os desafios atuais de desempenho e mudança. Mitos sobre equipes “Equipes são sempre a solução”. “O segredo para o desempenho das equipes é a coesão”. “O líder da equipe é o principal determinante do desempenho”. “Quanto mais melhor”. “Os melhores executores individuais criarão a equipe de maior desempenho”. Características de equipes de alto desempenho • Ser forte o bastante no cumprimento das tarefas, motivado por uma visão inspiradora. • Prevalecer a interdependência das competências entre os integrantes da equipe. • Consciência dessa condição de interdependência, pois o desempenho individual não garantiria o atingimento dos resultados. • A decisão sobre a forma de atingir os objetivos deve ser resultado de consenso entre todos os integrantes da equipe. • Os integrantes devem assumir metas individuais e coletivas. • Predominância de alto nível de satisfação com as tarefas e com a interação entre integrantes. • Percepção coletiva de que o ambiente oferece boa qualidade de vida. • Alta dose de inconformismo produtivo, querendo sempre produzir mais, com elevado nível de criatividade e inovação e permanente senso de urgência. Três critérios para a efetividade das equipes (ALBUQUERQUE; PUENTE-PALÁCIOS, 2004, p. 36) “A satisfação dos membros”. “A sobrevivência da equipe”. “Os resultados produtivos do trabalho em si”. Reflita Tomar decisões individualmente às vezes é um ato complicado. Mas será que em grupo é mais simples? Lembre-se de uma decisão importante que tomou em sua vida. Teve ajuda? Que experiência você tem de tomar decisões em conjunto com outras pessoas? Duas cabeças pensam melhor que uma? Para Soto (2005) A tomada de decisão em equipe tem melhores resultados quando: • a diversidade de ideias e informações é relevante; • o consenso da decisão em grupo é fundamental para que a decisão seja colocada em prática; • a decisão democrática tem significado e valor para o grupo (os membros da equipe se comprometem no desenvolvimento das ações). Para Robbins e Judge (2014) Destacam como pontos fortes da decisão em grupo: • a produção de informações e conhecimentos mais completos; • maior diversidade de pontos de vista; • além de maior aceitação da solução proposta. Pontos fracos: • as pressões de conformidade ou pensamento grupal; • a discussão pode ser dominada por um ou dois membros, nem sempre os mais qualificados, e as decisões são de responsabilidade ambígua, ou seja, é de todos, não é de ninguém. Ambiguidade Aquilo que pode ter mais de um sentido ou significado. Técnicas utilizadas para a tomada de decisão em grupo/equipe Brainstorming presencial ou eletrônico. Técnica nominal de grupo - chegar a uma solução de determinado problema através de uma votação) Técnica Delfos (solicitação e coleta sistemática da opinião de especialistas em um determinado assunto). Mapas de consenso (reuniões de pequenos grupos para coleta de opiniões e estabelecimento de prioridades). (ROBBINS; JUDGE, 2014; SOTO, 2005). Competição “Pretender algo simultaneamente com outrem, rivalizar e concorrer” (FERREIRA, 1987); “Concorrência a uma mesma pretensão por parte de duas ou mais pessoas ou grupos” (HOUAISS & VILLAR, 2001). Cooperação “Atuar, juntamente com os outros, para um mesmo fim; contribuir com trabalho, esforços, auxílio”; significa também “colaboração e ação conjunta” (HOUAISS & VILLAR, 2001). (SATO et al., 2011, p. 3). Assimile Há estudos sobre o comportamento organizacional internacional (Hofsted), mostrando que países ocidentais tendem a ter um perfil mais competitivo, enquanto que países orientais têm traços mais cooperativos. Ou seja, a cultura regional também permeia a cultura organizacional em que as equipes estarão inseridas. Uma organização pode favorecer ou dificultar o trabalho das equipes, oferecendo ou não suporte, recursos e autonomia para tomada de decisões. O sucesso das equipes pode depender de intervenções por parte dos gestores, em pontos que chamaram de “variáveis centrais” do funcionamento das equipes. Variáveis centrais Características das tarefas (ex.: complexidade) Estrutura do trabalho (forma de organização) Características dos membros da equipe (conhecimentos, habilidades, motivação) Características da equipe (distribuição de poder, recursos disponíveis, heterogeneidade) Processo da equipe (coordenação, conflito e outros processos emergentes) Fonte: Adaptado de Puente-Palácios e Gonzalés-Romá (2013, p. 322-323). Seleção de profissionais de uma equipe Para atuar em equipe, as pessoas precisam ter um perfil adequado, habilidades relacionais, comunicação e processos coletivos, e que o conjunto das pessoas também deveria ser analisado. Construção da equipe Diz respeito à análise e reflexão sobre os comportamentos, ações e relações que ocorrem na equipe. O treinamento de equipe remete a programas com objetivo de desenvolver um conjunto de competências, habilidades e atitudes (CHA) na equipe como um todo. Nesse tipo de treinamento, o desenvolvimento é coletivo. Desenvolvimento da liderança em equipe Destaca as estratégias para potencializar a capacidade de liderar. É importante que a liderança seja temporária ou tenha sido escolhida pela própria equipe e que as relações sejam o mais horizontalizadas possível, ou seja, tenha mais proximidade. Intervenção Refere-se à reestruturação/redesenho do trabalho e tem por objetivo alterar o processo de trabalho, tomando como foco, por exemplo, a autonomia, que é a liberdade para a tomada de decisão. Responsabilidade direta pelo trabalho, o que pode ser um fator motivacional, e, também, a flexibilidade da estrutura da equipe em relação à troca periódica ou sobreposição de papéis e a liderança compartilhada. Vieses no processamento de informações Implica na dificuldade de fazer circular as informações mais relevantes que às vezes são de domínio de apenas alguns entre todos os membros da equipe. Inércia Indolência ou folga social, que explica o fato de que algumas pessoas podem diminuir seus esforços individuais quando trabalham em grupo, esperando queos demais mostrem sua contribuição antes. Esse tipo de atitude pode ocorrer, por vezes, como forma de proteção, ou quando as pessoas realmente não querem empreender esforço e esperam que outros assumam sua parte. Conformidade social ou pensamento grupal Diz respeito aos efeitos negativos da coesão. Quando os membros do grupo se esforçam tanto para manter a harmonia que passam a evitar as divergências, o que pode empobrecer as decisões. Como estratégias para enfrentar a conformidade, podemos, por exemplo, incentivar que os membros da equipe sejam avaliadores críticos, proponham objeções, pedindo que os membros discutam questões com pessoas “de fora” e tragam informações. Exemplificando O representante dos operadores veio pedir ajuda ao líder da equipe de produção para solucionar um problema. A situação é a seguinte: alguns operadores de máquinas produzem menos peças do que outros, além disso, geralmente são os que mais demoram a voltar do intervalo do café e do almoço. Embora a equipe sempre consiga alcançar os níveis de produção definidos, aqueles que produzem mais estão sobrecarregados e se sentem incomodados. Relatam já ter reclamado diretamente os colegas “folgados”, mas não tiveram resposta. O que está ocorrendo nesse caso? Quais são as possibilidades de intervenção? Nesse caso ocorre claramente o fenômeno chamado de “indolência social”, pois os trabalhadores deixam de fazer o trabalho sobrecarregando outros, mesmo que a meta de produção da equipe seja cumprida. Primeiramente, o líder precisa esclarecer a situação junto aos operadores “indolentes”, retomando as regras contratuais e do grupo. Além disso, deve manter-se atento, acompanhar e dar feedback aos operários. É interessante buscar uma forma clara de mensurar a produção individual. Futuramente, deve identificar uma maneira de viabilizar recompensas diferenciadas entre os operadores, que privilegiem também o desempenho individual (não precisa ser necessariamente recompensa financeira). Pós-aula – Faça você mesmo Você já passou por uma situação similar? Que tipo de normas e regras podem ser combinadas no início de um trabalho escolar, por exemplo, para organizar as tarefas de forma que todos participem e aprendam, sem sobrecarregar apenas parte dos colegas? Faça as anotações que julgar pertinentes e depois compare e discuta com seus colegas a melhor forma de organização.
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