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1 UNIVERSIDADE DO VALE DO ITAJAÍ – UNIVALI FELIPE COUTO REISER TRABALHO DE ESTÁGIO ANÁLISE DE CUSTOS E RECEITAS POR COOPERADO NA COOPERATIVA DE CRÉDITO UNICRED LITORAL E NORTE CATARINENSE ITAJAÍ – SC, 2011 2 FELIPE COUTO REISER TRABALHO DE ESTÁGIO ANÁLISE DE CUSTOS E RECEITAS POR COOPERADO NA COOPERATIVA DE CRÉDITO UNICRED LITORAL E NORTE CATARINENSE Trabalho de Estágio desenvolvido para o Estágio Supervisionado do Curso de Administração do Centro de Ciências Sociais Aplicadas da Universidade do Vale do Itajaí. Prof. Orientador: André Graf de Almeida ITAJAÍ – SC, 2011 3 Agradeço primeiramente a Deus por me dar saúde e fé na conclusão de mais uma etapa da vida. A todos os professores pelo conhecimento transmitido. Ao meu Professor Orientador pelo apoio, conselhos e empenho em me auxiliar na elaboração deste trabalho. Aos amigos que estiveram presentes em todos os momentos. A Unicred Litoral e Norte Catarinense, em nome do seu Gerente Ingo Régis pelo incentivo e oportunidade concedidos. Por fim e mais importante, a toda minha família, especialmente meus pais e avós que me proporcionaram todas as condições necessárias, pelo apoio e carinho durante toda minha vida. 4 “Eu errei mais de 9000 arremessos na minha carreira. Perdi quase 300 jogos. Em 26 vezes, confiaram em mim pra fazer a cesta da vitória, e eu errei. Eu falhei uma vez, de novo, e outra vez na minha vida. E é por isso que eu obtive sucesso“ (Michael Jordan) 4 EQUIPE TÉCNICA a) Nome do Estagiário Felipe Couto Reiser b) Área de estágio Financeira c) Supervisor de campo Ingo Régis d) Orientador de estágio Prof. André Graf de Almeida e) Professor responsável pelo estágio Prof. Eduardo Krieger da Silva 5 DADOS DE IDENTIFICAÇÃO DA EMPRESA a) Razão Social Cooperativa de Crédito dos Médicos, Profissionais da Área da Saúde, Contabilistas, Professores e Empresários do Litoral e Norte Catarinense Ltda. b) Endereço Rua Camboriú, 519 – Centro – Itajaí – SC c) Setor de desenvolvimento do estágio Financeiro d) Duração do estágio 240 horas e) Nome e cargo do orientador de campo Ingo Régis – Gerente Administrativo Financeiro f) Carimbo e visto da empresa 6 RESUMO Dentro das instituições financeiras há uma preocupação em ter uma ferramenta de análise de cada cliente, para isto é necessário que sejam consideradas todas as movimentações e despesas através dos serviços fornecidos a eles. Neste sentido que este trabalho conseguiu atingir seu objetivo de analisar os custos e receitas obtidas com cada cooperado e, além disto, conseguiu criar uma ferramenta não só de análise individual, como de gestão estratégica da organização. A abordagem metodológica adotada neste trabalho foi quantitativa com aporte qualitativo, e como tipologia do trabalho foi utilizada a Pesquisa Diagnóstico. A pesquisa foi realizada mediante coleta de dados retirados diretamente do sistema, observações e de informações obtidas em conversas informais junto ao gestor da organização. Os métodos de análise dos dados foram efetuados por meio de análises diretamente dos quadros, figuras, tabelas e principalmente dos gráficos. Os resultados obtidos foram considerados de muita importância para a organização, pois demonstraram a que a empresa deve investir mais no serviço de cobrança, no fornecimento de novos serviços aos Condomínios e prospectar novos clientes através do perfil traçado por área de atuação, assim como investir na criação de uma nova ferramenta que permita efetuar uma análise mais detalhada de cada cooperado, agência e área de atuação nos mesmos moldes das análises feitas neste trabalho, de uma maneira mais rápida e com tudo automatizado por meio de sistemas, que permita ter mais eficiência e que possa apresentar os pontos a serem melhorados assim como neste estudo. Desta maneira, este trabalho foi de grande valia para a organização e para o acadêmico, que viu nele, uma oportunidade para propor uma mudança na organização e demonstrar o interesse em crescer no ambiente organizacional. Palavras-chave: Custo. Receitas. Resultado. 7 LISTAS DE TABELAS Tabela 1 - Agências, Funcionários, Estagiários e Cooperados............................ 39 Tabela 2 - Resultado da Singular........................................................................... 50 Tabela 3 - Resultado da Agência de Itapema...................................................... 51 Tabela 4 - Resultado agência Itapema no mês de Março.................................... 55 Tabela 5 - Resultado agência Itapema no mês de Abril....................................... 56 Tabela 6 - Resultado agência Itapema no mês de Maio...................................... 56 Tabela 7 - Resultado agência Itapema no mês de Junho.................................... 57 Tabela 8 - Resultado Médicos agência Itapema.................................................. 62 Tabela 9: Resultado Dentistas agência Itapema................................................ 63 Tabela 10: Resultado Pessoa Jurídica (Sem Condomínios) agência Itapema.... 64 Tabela 11 - Resultado Contadores agência Itapema........................................... 65 Tabela 12 - Resultado Condomínios agência Itapema......................................... 66 Tabela 13 - Resultado dos demais cooperados da agência Itapema................... 67 8 LISTAS DE FIGURAS Quadro 1 – Técnicas de análise e coleta de dados................................................ 17 Quadro 2 – Diferenças entre bancos e cooperativas.............................................. 35 Figura 1 – Sistema Unicred..................................................................................... 38 Figura 2 - Área de abrangência............................................................................... 39 Figura 3 - Regionalização....................................................................................... 40 Figura 4 - Organograma da organização................................................................ 43 Quadro 3 - Principais produtos e serviços.............................................................. 44 Quadro 4 – Fatores analisados............................................................................... 47 Gráfico 1 - Comparação entre as receitas obtidas.................................................. 52 Gráfico 2 - Comparação entre as despesas............................................................ 53 Gráfico 3: Comparação entre as receitas obtidas com Rendas de Empréstimos... 54 Gráfico 4 - Comparação entre despesas com Aplicações...................................... 54Gráfico 5 - Comparação entre as receitas obtidas nos meses estudados.............. 58 Gráfico 6 - Comparação entre as despesas nos meses estudados........................ 59 Gráfico 7: Comparação entre as rendas de empréstimos nos meses estudados... 59 Gráfico 8 - Comparação entre as despesas com aplicação nos meses estudados 60 Gráfico 9 - Comparação entre os resultados nos meses estudados...................... 61 Gráfico 10 - Resultados das receitas por área de atuação..................................... 68 Gráfico 11 - Resultados das receitas com rendas de empréstimos por área de atuação.................................................................................................................... 68 Gráfico 12 - Resultados das despesas por área de atuação.................................. 69 Gráfico 13 - Resultados das despesas com aplicação por área de atuação.......... 69 Gráfico 14 - Resultados por área de atuação......................................................... 70 9 LISTAS DE ABREVIATURAS E SIGLAS ABC – Activity Based Costing (Custo Baseado em Atividades) BB – Banco do Brasil CCF – Cadastro de Cheque sem Fundo COBAN – Correspondente Bancário CVL – Custo / Volume / Lucro DOC – Documento de Crédito IBGE – Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística IOF – Imposto sobre Operação Financeira PAC – Pontos de Atendimento ao Cooperado RKW – Reichskuratorium für Wirtschaftlichtkeit (Sigla alemâ) TED – Transferência Eletrônica Disponível TI – Tecnologia da Informação 10 SUMÁRIO 1. INTRODUÇÃO.................................................................................................... 12 1.1 Objetivo Geral........................................................................................... 13 1.2 Objetivos Específicos.............................................................................. 14 1.3 Justificativa............................................................................................... 14 1.4 Aspectos Metodológicos......................................................................... 15 1.5 Técnicas de Análise e Coleta dos Dados............................................... 17 2. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA.......................................................................... 18 2.1 Conceitos e funções da Administração................................................. 18 .1.1 Administração Financeira........................................................................... 19 2.2 Custos........................................................................................................ 20 2.2.1 Termos Utilizados....................................................................................... 21 2.2.1.1 Custos......................................................................................................... 21 2.2.1.2 Despesas.................................................................................................... 21 2.2.1.3 Investimento............................................................................................... 22 2.2.1.4 Perdas........................................................................................................ 23 .2.1.5 Desperdício................................................................................................. 23 2.3 Classificação dos Custos........................................................................ 24 2.3.1 Fixos........................................................................................................... 24 2.3.2 Variáveis..................................................................................................... 24 2.3.3 Diretos........................................................................................................ 25 2.3.4 Indiretos...................................................................................................... 25 2.4 Métodos de Custeio.................................................................................. 25 2.4.1 Custeio por Absorção................................................................................. 26 2.4.2 Custeio Variável.......................................................................................... 26 2.4.3 Custeio Padrão........................................................................................... 27 2.4.4 RKW........................................................................................................... 27 2.4.5 ABC............................................................................................................ 28 2.5 Análise custo/volume/lucro..................................................................... 29 2.5.1 Margem de Contribuição............................................................................ 29 11 2.5.2 Ponto de Equilíbrio..................................................................................... 30 2.6 Custo da mão de obra.............................................................................. 31 2.7 Depreciação.............................................................................................. 32 2.8 Instituições Financeiras........................................................................... 33 2.9 Cooperativas............................................................................................. 33 2.9.1 Cooperativas de Crédito............................................................................. 34 2.9.2 Cooperativas de Crédito X Bancos............................................................. 34 2.10 Custo por Cliente...................................................................................... 36 3. CARACTERIZAÇÃO DA ORGANIZAÇÃO........................................................ 37 4. RESULTADOS DA PESQUISA.......................................................................... 47 4.1 Fatores Analisados..................................................................................... 47 4.2 Comparação Singular X Agência Itapema.................................................. 50 4.3 Resultado por Mês...................................................................................... 55 4.4 Resultado por área de atuação.................................................................. 61 5. SUGESTÕES PARA A ORGANIZAÇÃO........................................................... 72 6. CONSIDERAÇÕES FINAIS................................................................................ 74 REFERÊNCIAS....................................................................................................... 78 ASSINATURA DOS RESPONSÁVEIS................................................................... 82 12 1. INTRODUÇÃO O mercado global encontra-se numa era na qual a concorrência e a disputa por cada novo negócio ou cliente é cada vez mais acirrada. As organizações vêm se especializando cada vez mais no atendimento e melhorando a qualidade de seus produtos e serviços, pois é constante a cobrança dos seus clientes por essa evolução. Quem não se adapta a esta nova tendência para no tempo e perde rapidamente o seu espaço no mercado. Em razão dessas tendências, torna-se necessária uma avaliação de cada cliente a fim de melhorar continuamente a imagem da organização e de se prevenir quanto aos prováveis problemas no ambiente macroeconômico da instituição. Neste ponto entra a Administração como ferramenta de análise da situação sistêmica da organização buscando reconhecer no mercado maneiras eficientes de atingir a satisfação dos stakeholders. A Administração Financeiratorna-se, assim, uma técnica de controle eficaz. Neste ponto, entra a Administração como ferramenta de análise da situação sistêmica da organização e busca reconhecer no mercado maneiras eficientes de atingir a satisfação dos stakeholders. Neste caso a Administração Financeira entra como uma técnica utilizada para controlar da forma mais eficaz possível. Dessa forma, o presente trabalho procurou apresentar, por meio de pesquisas e análises, o custo de um associado para a organização e o que pode ser feito para melhorar o atendimento e os lucros mediante uma amostra previamente selecionada. A empresa na qual foi desenvolvido o trabalho, é a Cooperativa de Crédito, Unicred Litoral e Norte Catarinense, uma instituição financeira voltada a atender profissionais da área da saúde, contabilistas, professores e empresários nas seguintes cidades catarinenses: Itajaí, Balneário Camboriú, Itapema, Joinville, Jaraguá do Sul, São Bento do Sul, Canoinhas, Mafra e Porto União, abrangendo uma distância aproximada de 400 km. A empresa oferece os mesmos serviços que os bancos comerciais, adotando um estilo diferente no tratamento e importância aos seus clientes. Num ambiente moderno e muito exigente como o atual, uma instituição financeira que tenha como base o cooperativismo, no qual todos têm os mesmos direitos e os lucros são divididos entre seus cooperados conforme suas 13 movimentações e utilizações de produtos destaca-se dos bancos comerciais que ainda são muito mais utilizados pela população. Os consumidores gostam de ser abordados com um atendimento diferenciado e personalizado, que é um dos principais objetivos das Cooperativas de crédito e deixa o Sistema Unicred muito esperançoso para o futuro. A questão central deste estudo relaciona-se com a medição das despesas e receitas individuais de cada cooperado pertencente a uma determinada agência localizada na cidade de Itapema. Tal medição é tida como uma ferramenta que pode ser muito válida para a organização em futuras mudanças. A análise recaiu sobre os custos diretos e receitas obtidas com as movimentações de cada cooperado, que servirá como ferramenta às operações por ele feitas, considerando vários fatores que podem ser melhorados, com o intuito de, ao final do exercício, proporcionar sobras mais elevadas para a organização. Isso implica, em se tratando de uma Cooperativa, que não visa lucros, distribuir cada vez mais as sobras a seus clientes, além de beneficiar os funcionários que terão uma parcela maior a receber referente à participação nos lucros. É com esse intuito que o Acadêmico espera ter auxiliado a organização a iniciar esta ferramenta de gestão estratégica, inexistente na organização. 1.1 Objetivo Geral De acordo com Roesch (2006, p. 96) “o objetivo geral define o propósito do trabalho”. Portanto este trabalho teve como objetivo geral analisar os custos diretos e receitas por cooperado da agência da cidade de Itapema da Unicred Litoral e Norte Catarinense, no período de Março a Junho do ano de 2011. 14 1.2 Objetivos específicos Após apresentar o objetivo geral do trabalho, são demonstrados objetivos específicos. Segundo Roesch (2006, p. 97), “os objetivos específicos operacionalizam – especificam o modo como se pretendem atingir um objetivo geral”. São determinados objetivos específicos: 1- apurar os custos por cada serviço no período; 2- apurar as receitas por cliente; 3- apurar os custos por cliente; 4- calcular os resultados por cliente obtidos de acordo com a amostra de clientes; 5- apresentar os resultados por grupo de clientes; 6- analisar os resultados obtidos; 1.3 Justificativa As análises, aplicações e desenvolvimento deste trabalho são considerados de grande importância para a organização por diversos fatores. A observação de cada cliente individualmente permite idealizar novos investimentos para aprimorar a qualidade do atendimento e o gerenciamento da carteira de clientes, além de focar em metas para melhorar estratégias da organização e suprir as necessidades de seus clientes, de forma que possam enxergar a instituição como uma parceira tanto nos momentos de necessidade como no crescimento pessoal e profissional. Quanto à empresa, após passar por uma regionalização, ainda está num período de estruturação dos processos, cargos e no atendimento aos cooperados, o que também justifica a necessidade deste estudo para que, por intermédio das análises de cada cliente, possam ser aplicadas algumas alterações nos serviços, priorizando o atendimento personalizado e os resultados da organização. Abre-se, pois, uma oportunidade ao Acadêmico, que atua no departamento financeiro da empresa, de apresentar, ao final, uma ferramenta de análise do cliente e da 15 organização, capaz de proporcionar à instituição um crescimento na qualidade de seu atendimento e também no seu resultado. Para a Universidade a pesquisa é importante para estreitar os laços com a organização, bem como promover o desenvolvimento do Acadêmico com base nos conteúdos abordados em sala de aula. Este tipo de análise é inédito e a idéia partiu da organização, que com bons olhos considera a presente pesquisa como um importante fator para medir a gestão estratégica a ser seguida perante os clientes, o que demonstra a originalidade do tema. A aplicação do trabalho foi totalmente viável para a organização, uma vez que o Acadêmico foi orientado durante todo o processo, recebendo, sem restrições, apoio técnico dos gestores quando necessitou. Por fim, não houve custo algum, uma vez que os dados foram retirados do sistema da empresa. 1.4 Aspectos Metodológicos A metodologia serve para descrever como se pretende atingir os objetivos específicos (ROESCH, 2006). Nesta etapa estão destacados os aspectos metodológicos como: caracterização do trabalho, contexto e participantes da pesquisa, procedimentos e instrumentos de coleta, tratamento e análise dos dados. Ou seja, como a pesquisa foi realizada para alcançar seus objetivos. A tipologia deste trabalho de estágio caracteriza-se numa Pesquisa Diagnóstico, que de acordo com Roesch (2006, p.66), “propõe-se levantar e definir problemas ou oportunidades para explorar o ambiente organizacional e de mercado”. Neste caso, o trabalho se enquadra na visão de analisar os resultados conforme a utilização dos serviços por parte dos cooperados e propor melhorias nos processos operacionais e estratégias organizacionais. O acadêmico apurou as receitas e despesas diretas obtidas pela cooperativa com cada cooperado e através destes dados, fez uma análise de cada fator, o que possibilitou sugerir à organização alterações em seus produtos e operações e investimentos para acompanhar o crescimento do mercado, atingindo assim o objetivo como descreve Roesch (2006, p.66), “Como decorrência do diagnóstico, espera-se que no projeto sejam apresentadas soluções à empresa para resolver os problemas levantados”. 16 A metodologia de pesquisa utilizada foi predominantemente de abordagem qualitativa no qual o acadêmico analisou os resultados obtidos por meio de dados do próprio sistema e junto aos gestores através do conhecimento, idéias e opiniões com relação à seleção de cada serviço oferecido. Segundo Richardson (1999, p. 79), “a abordagem qualitativa de um problema, além de ser uma opção do investigador, justifica-se, sobretudo, por ser uma forma adequada para entender a natureza de um fenômeno social”. Roesch (2006, p.130) diz que, Se o propósito do projeto implica medir relações entre variáveis (associação ou causa-efeito), ou avaliar o resultado de algum sistema ou projeto, recomenda-se utilizar preferencialmente o enfoque da pesquisa quantitativa e utilizar amelhor estratégia de controlar o delineamento da pesquisa para garantir uma boa interpretação dos resultados. A pesquisa teve aporte quantitativo, no qual foi feito um levantamento das receitas e despesas que determinados cooperados proporcionam à organização em virtude da utilização dos serviços financeiros. Na visão de Richardson (1999), o método quantitativo representa, em princípio, o propósito de garantir a precisão dos resultados, evitar distorções de análise e interpretação, possibilitando, logicamente, uma margem de segurança quanto às inferências. A estratégia de pesquisa utilizada foi mediante um levantamento descritivo. A pesquisa descritiva, como explica Vergara (2005, p.54), “expõe as características de determinado fenômeno e estabelece correlações entre variáveis definindo sua natureza”. 17 1.5 Técnicas de coleta e análise dos dados Quadro 1: Técnicas de coleta e análise de dados Fonte: Elaborado pelo acadêmico OBJETIVOS ESPECÍFICOS TIPO DE DADOS FONTE INSTRUMENTO DE COLETA DE DADOS PROCEDIMENTO DE APLICAÇÃO ANÁLISE 1 SECUNDÁRIO SISTEMA E GESTORES DA EMPRESA RELATÓRIOS E CONVERSAS COM GESTORES ENTREVISTA E ANÁLISE DE RELATÓRIOS ESTATÍSTICA 2 SECUNDÁRIO SISTEMA DA EMPRESA RELATÓRIOS GERADOS RETIRADO DIRETAMENTE DO SISTEMA ESTATÍSTICA 3 SECUNDÁRIO SISTEMA DA EMPRESA RELATÓRIOS GERADOS RETIRADO DIRETAMENTE DO SISTEMA ESTATÍSTICA 4 SECUNDÁRIO ACADÊMICO RELATÓRIOS GERADOS CÁLCULOS DE ACORDO COM RELATÓRIOS ESTATÍSTICA 5 SECUNDÁRIO ACADÊMICO RELATÓRIOS GERADOS CÁLCULOS DE ACORDO COM RELATÓRIOS ESTATÍSTICA 6 SECUNDÁRIO ACADÊMICO TABELAS E GRÁFICOS ANÁLISES DOS RESULTADOS ANÁLISE DE CONTEÚDO 18 2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA 2.1 Conceito e funções da Administração A alta competitividade e o mercado cada vez mais instável fazem com que as organizações busquem formas de fidelizar os clientes, atendendo as suas exigências com menor custo e maior profissionalismo. Para isto, a administração se torna a chave para o sucesso de qualquer organização, seja com fins lucrativos ou não, pois e ela que mobiliza as pessoas a realizarem tarefas visando um objetivo comum. Todas as instituições seja familiar, governamental ou empresarial são organizações, que por sua vez necessitam ser administradas. Uma organização conforme Hampton (1992, p.8), "é uma combinação intencional de pessoas e de tecnologia para atingir um determinado objetivo". As organizações existem dentro de um meio ambiente e possuem três partes básicas, sendo, pessoas, tarefas e administração. De acordo Maximiano (1995), a organização é uma combinação de esforços individuais com o intuito de alcançar propósitos coletivos e utilizam recursos como pessoas, máquinas e equipamentos, dinheiro, tempo e conhecimentos. Para conseguir êxito nesta combinação de pessoas a fim de alcançar determinado objetivo, e necessário uma interação e utilização eficiente de recursos e pessoas, para isto entra a administração. Maximiano (1995, p. 60), enfatiza que "se a organização e um sistema de recursos que procura atingir objetivos, o processo de tomar decisões sobre os objetivos e a utilização de recursos e a administração". O autor define administração como o "processo que tem como finalidade garantir a eficiência e a eficácia de um sistema". Atendendo assim, os objetivos comuns aos integrantes da organização. A administração segundo Hampton (1992), diz respeito ao trabalho que envolve combinação e direção da utilização de recursos necessários ao alcance dos objetivos específicos da organização. A administração é considerada universal e busca alcançar as metas de forma eficiente e eficaz por meio de planejamento, organização, liderança e controle. Sendo estas as quatro funções administrativas. 19 Assim, percebe-se que as organizações devem ser compostas por pessoas que tenham a capacidade de trabalhar em grupo e que sejam comprometidas com seu desenvolvimento. Sem administração não tem como uma organização sobreviver, é imprescindível que toda organização planeje, organize, lidere a controle seus recursos de forma eficiente. No qual, o líder possui papel fundamental nas funções administrativas. A administração é uma área muito complexa e desafiadora que envolve diversas outras especializações ou áreas, as quais serão abordadas no próximo item. A administração é dividida em cinco áreas: Marketing, Materiais, Produção, Recursos Humanos e Financeira. A seguir serão apresentados os conceitos e funções da área financeira, com ênfase na análise de custos, em razão de este ser o foco do estudo. 2.1.1 Administração Financeira Uma das questões que desperta demasiada preocupação por parte das organizações são as finanças, pois sem capital uma empresa não tem como suprir suas necessidades. Para isto, é imprescindível que as mesmas controlem seus custos, verifiquem a melhor forma de financiamento e decidam sobre os investimentos que trarão maior retorno à organização e aos acionistas. Diante disto, a administração financeira possui um papel indispensável dentro das organizações. A administração financeira segundo Gitman (1987, p. 44), diz respeito à análise e planejamento financeiro, e decisões de investimento e financiamento. Os administradores financeiros desempenham tarefas “como orçamentos, previsões financeiras, administração do caixa, administração do crédito, análise de investimentos e captação de fundos”, auxiliando assim na tomada de decisão. De acordo com Ross, Westerfield e Jordan (2002), a administração financeira diz respeito às maneiras de responder questões sobre quais investimentos em longo prazo realizar, onde obter financiamento para custear os investimentos e como gerir suas operações do dia-a-dia. Sendo o objetivo da administração financeira identificar bens e serviços que criam valor para a empresa, de forma a maximizar seu lucro. 20 A administração financeira tem estreita relação com a economia e contabilidade, assim como as áreas de recursos humanos, marketing, produção entre outras, pois é ela que disponibiliza subsídios para estas áreas funcionarem (GITMAN, 1987). Assim, é necessária uma forte integração entre todas as áreas da empresa com a de finanças, pois esta tem uma visão geral da organização. A função financeira tem como duas tarefas básicas, a obtenção de recursos nas condições mais favoráveis possíveis e a alocação eficiente destes recursos na empresa. De acordo com Braga (1995, p. 23), esta função diz respeito a “um conjunto de atividades relacionadas com a gestão dos fundos movimentados por todas as áreas da empresa”, sendo responsável pela obtenção dos recursos e pela formulação de estratégias voltadas a otimização de seu uso. Ou seja, cabe a mesma, obter fundos para financiar suas operações e também para realizar investimentos que venham a demandar longo prazo de realização. Assim como alocar de forma eficiente seus recursos, fazendo com que a empresa alcance a rentabilidade desejada e consiga arcar com seus compromissos. O papel da administração financeira é justamente o de dar subsídios a decisões estratégicas que envolvem todo o ambiente organizacional, sendo necessário que se criem cenários e simulações para prever problemas e solucioná- los, buscando assim, a eficiência na utilização dos recursos da empresa. Assim, para alcançar os objetivos da organização em maximizar seus lucros é imprescindível analisar e controlar de forma mais apurada seus custos e despesas, bem como sua margem de contribuição, razão pela qual a contabilidade de custosexerce papel fundamental. 2.2 Custos Como toda organização, com exceção das filantrópicas, tem por objetivo principal obter lucro, é imprescindível a análise, identificação e interpretação das informações financeiras, para planejamento, avaliação e controle do uso apropriado de seus recursos. O que faz da análise de custos uma atividade muito importante para o alcance dos objetivos da organização. 21 2.2.1 Termos Utilizados Existem várias terminologias que vislumbram o ambiente de custos e são costumeiramente utilizadas. A seguir serão apresentados estes termos e suas definições. 2.2.1.1 Custos Na definição de Leone (2000, p. 54), custo “é o consumo de um fator de produção, medido em termos monetários para a obtenção de um produto, de um serviço ou de uma atividade que poderá ou não gerar renda”. Ou seja, o sacrifício feito para obtenção destes produtos ou serviços. Martins (2003) ratifica que custo refere-se ao sacrifício na produção, sendo reconhecido como tal no momento da utilização dos fatores de produção. O termo custos é sintetizado por Passarelli e Bomfim (2004), como gastos relacionados de forma direta com a produção tanto de bens como de serviços, voltados à comercialização. Os quais são levados somente a débito de resultados, desta forma, entende-se como custo, o gasto direto com a produção de um bem ou serviço. 2.2.1.2 Despesas Despesa é todo o gasto necessário para obter receita, como por exemplo, impostos, comissões de vendas. Segundo com Martins (2003, p.26), “as despesas são itens que reduzem o patrimônio líquido e que têm essa característica de representar sacrifícios no processo de obtenção de receitas”. Contabilmente despesa não é sinônimo de custo, sendo que custo está relacionado com o processo produtivo de bens ou serviços, enquanto que despesa de uma forma geral são os gastos com a manutenção das atividades da organização. Perez Junior, Oliveira e Costa (2005), afirmam que todas as 22 despesas estão direta ou indiretamente para a efetivação de receitas, as empresas possuem despesas para gerar receitas e não para produzir seus bens e serviços. As despesas podem ser constituídas pelos grupos de despesas com vendas, administrativas e financeiras. Despesas com vendas são aquelas que oferecem apoio às vendas, como por exemplo, comissões sobre vendas, propaganda, marketing etc. Para Iudícibus, Martins e Gelbcke (2008), as despesas de vendas são os gastos relativos à promoção, posicionamento e distribuição dos produtos da empresa, juntamente com os riscos assumidos pela venda. Despesas administrativas são necessárias para dirigir a empresa, como material de escritório, salários e encargos do pessoal do administrativo. Iudícibus, Martins e Gelbcke (2008) destacam que, as despesas administrativas representam os gastos efetuados para dirigir ou gerir a empresa, compõem-se de várias atividades gerais que beneficiam todas as fases do negócio e objetivo da empresa. As despesas financeiras são gastos referentes aos juros pagos pela empresa, em consequência de empréstimos bancários, descontos de cheques e duplicatas. Iudícibus, Martins e Gelbcke (2008) salientam que as despesas financeiras englobam descontos de títulos, juros pagos sobre contratação de empréstimos, financiamentos, desconto de títulos entre outras operações passíveis a despesas de juros. 2.2.1.3 Investimento São gastos ocorridos em ativo ou despesas e custos que serão imobilizados ou diferidos, e que de acordo com Padoveze (2006), são registrados no ativo da empresa em razão da sua vida útil ou benefícios futuros. Na definição de Bornia (2002), investimento é o valor da compra de insumos que poderão ser utilizados em períodos futuros. Investimento conforme Santos (2005, p. 25), “são todos os bens e direitos, registrados no ativo das empresas para baixa em função de venda, amortização, consumo, desaparecimento, perecimento ou desvalorização”. 23 Assim, investimento é compreendido como o valor utilizado para aquisição de recursos que entrarão para o imobilizado e estarão disponíveis para a organização no futuro, com o intuito de melhorar a qualidade do serviço fornecido. 2.2.1.4 Perdas São ocorrências em situações excepcionais e que fogem da normalidade das operações da empresa (PADOVEZE, 2006). Martins (2003) concorda com Padoveze e ratifica que além do consumo anormal do bem ou serviço, também é feito de forma involuntária. Ainda neste fator, Bornia (2002) afirma que perda diz respeito ao valor de insumos consumidos de forma anormal, sendo separada dos custos e não incorporada ao estoque. Desta forma, perda diz respeito à utilização de recursos não necessários, que não agregam valor à empresa nem ao cliente, e que não acontecem habitualmente, mas que devem sempre ser levados em conta os problemas ocorridos, para que não ocorram novamente e estes recursos sejam utilizados com frequência. Diante disto, é de grande importância que os gestores conheçam estes termos, para analisar de forma correta a utilização dos recursos nas organizações. 2.2.1.5 Desperdício Bornia (2002) destaca que o desperdício é definido como um esforço que além de não agregar valor ao produto, também não serve para suportar diretamente o trabalho efetivo. Este conceito é mais abrangente por reunir as ineficiências normais do processo ao consumo anormal de recursos. Já na visão de Passarelli e Bomfim (2004) pode-se concluir que é um gasto desnecessário ou excessivo de qualquer natureza. 24 2.3 Classificação dos Custos Existem diversos tipos de custos, neste tópico será apresentada a classificação dos custos costumeiramente utilizados nas organizações e suas definições. 2.3.1 Fixos São custos nos quais seu total não varia na proporção do volume produzido (CREPALDI, 2004). Padoveze (2006) classifica custo fixo como os que se mantêm constante na alteração das atividades operacionais. De acordo com Bornia (2002), os custos fixos independem do nível de atividade da empresa, não variam de acordo com alterações no volume de produção. Assim, entende-se por custo fixo, como o custo que sem mantém estável, independente das alterações operacionais e administrativas ocorridas na empresa. 2.3.2 Variáveis São custos proporcionais ao nível de atividade da empresa e de acordo com Leone (2000, p. 73), “somente aparecem quando a atividade ou a produção é realizada”. Bornia (2002), afirma que estes custos estão intimamente ligados com a produção, crescem com o aumento no nível de atividade. Conforme Crepaldi (2004), são custos que variam na proporção do volume produzido. Portanto, são custos que variam juntamente com as alterações nos níveis de produção. 25 2.3.3 Diretos “São facilmente relacionados com as unidades de alocação de custos” (BORNIA, 2002, p. 44). Maher (2001) define custo direto como qualquer custo que pode ser diretamente relacionado com o objeto de custo. Custos diretos de acordo com Leone (2000) são aqueles que conseguem se identificar de forma mais econômica e lógica com as obras. Ou Seja, são os custos fáceis de mensurar e estão diretamente ligados a uma determinada atividade. 2.3.4 Indiretos São custos que de acordo com Maher (2001) e Padoveze (2006), precisam de critérios de alocação, pois não podem ser relacionados de forma direta e/ou objetiva ao objeto de custo. Leone (2000), afirma ser todo custo que depende de taxas de rateio para débito às obras. Em outras palavras Bornia (2002, p.44), define custo indireto como os que “não podem ser facilmente atribuídos às unidades”. Assim, são custos quenão estão diretamente ligados a uma atividade ou objetivo, são custos que necessitam de critérios de rateio. 2.4 Métodos de custeio Custeio significa método de apropriação de custos, os mais conhecidos são: custeio por absorção, custeio variável, custeio padrão, RKW e ABC. 26 2.4.1 Custeio por absorção Neste método, são considerados tanto os custos fixos quanto os variáveis. E conforme Padoveze (2006) é o mais utilizado, pois é um critério fiscal e legal em quase todo o mundo, já que incorpora os custos fixos e indiretos aos produtos. Existindo mais de um produto, é necessário adotar critérios de rateio aos custos indiretos. Esse método de custeio é classificado por Bornia (2002), em integral e ideal. No qual, no integral são alocados os custos totais aos produtos e relaciona-se com a avaliação de estoques. Ou seja, atende às exigências da contabilidade financeira para avaliação de estoques. No custeio ideal, todos os custos também são computados como custo do produto, no entanto, os desperdícios não são alocados. Desta forma, auxilia o controle de custo e o processo de melhoria contínua da empresa. O custeio por absorção afirma Maher (2001, p. 360), é um sistema “no qual tanto os custos fixos como os variáveis de produção são considerados custo do produto”. Crepaldi (2004) enfatiza que neste método os custos de produção podem ser apropriados diretamente como a mão-de-obra, ou indiretamente como custos indiretos de fabricação, e os gastos que não fazem parte do processo produtivo como as despesas, são excluídos. Assim, observa-se que o critério de custeio por absorção considera tanto os custos variáveis quanto os fixos somente de produção, como composto do custo do produto. 2.4.2 Custeio variável Esta forma de custeio leva em consideração somente os custos variáveis de produção. Bornia (2002, p. 56), afirma que “pode-se dizer que o custeio variável está relacionado com a utilização de custos para apoio as decisões de curto prazo, em que os custos variáveis tornam-se relevantes e os custos fixos não”. 27 No critério de custeio variável conforme afirmam Maher (2001) e Martins (2003), apenas os custos variáveis, tanto diretos quanto indiretos, são atribuídos às unidades produzidas. Sendo os custos fixos considerados como despesas do período. Este critério explica Leone (2000), envolve também conceitos de custo direto, por isso à denominação de custeio direto é mais utilizada. O autor também enfatiza que o critério é seletivo quanto aos custos que deverão ser debitados como custo do produto, processo ou serviço, e que para o custo chegar a esta classificação é preciso atender a duas qualificações ao mesmo tempo: ser diretamente relacionado ao objeto de custo e ser variável quanto a um parâmetro operacional significativo. Sendo seu objetivo principal determinar a contribuição marginal. Com isto, nota-se que o critério de custo variável/direto, considera somente os custos variáveis, tanto diretos quanto indiretos, como custo do produto. 2.4.3 Custeio padrão O moderno conceito de custo-padrão (ou custo standard) predetermina o custo do produto ou linha de produto com base em análises e estudos de engenharia dos processos de fabricação em condições normais de operação. Condições normais de operação pressupõem um cenário de bom desempenho operacional, considerando eventuais deficiências, mas com metas possíveis de serem alcançadas (HOJI, 2010). 2.4.4 RKW O Custeio RKW ou Reichskuratorium für Wirtschaftlichtkeit, que representa uma sigla alemã que segundo Vartanian (2000), representava um antigo conselho governamental alemão para assuntos econômicos e consiste no rateio dos custos de 28 produção e também de todas as despesas (administrativas, financeiras e de vendas) aos produtos. 2.4.5 ABC Este método diz respeito à alocação dos custos indiretos às atividades da empresa e depois aos produtos ou serviços. No qual é uma sigla em inglês, Activity Based Costing ou em português, Custo Baseado em Atividades. Martins (2003, p. 87), afirma que este método “procura reduzir sensivelmente as distorções provocadas pelo rateio arbitrário dos custos indiretos”, sendo uma importante ferramenta utilizada na gestão de custos. De acordo com Maher (2001), Passarelli e Bomfim (2004), Bornia (2002) e Padoveze (2006), nesta forma de custeio primeiramente são atribuídos os custos das várias atividades significantes da empresa e depois alocados aos produtos. O custeio por atividades baseia-se no conceito de que os produtos consomem atividades e estas consomem recursos. Este método fornece medidas detalhadas de custos e conforme Maher (2001), por fornecer mais informações sobre os custos dos produtos, exige maior trabalho em registro dos dados. Sua idéia básica de acordo com Bornia (2002, p. 121), “é tomar os custos das várias atividades da empresa e entender seu comportamento, encontrando bases que representem as relações entre os produtos e estas atividades”, agindo assim como direcionador do custo. O objetivo deste método é atribuir o custeamento dos produtos mediante medidas corretas e criteriosas dos custos indiretos dos produtos ou serviços. Sendo suas fases, alocar os custos nas várias atividades da empresa e atribuir os custos aos produtos (PASSARELLI; BOMFIM, 2004; PADOVEZE, 2006). Assim, nota-se que o método de custeio por atividades permite apurar os custos de forma mais precisa, auxiliando o controle dos custos das atividades mais relevantes. 29 2.5 Análise custo/volume/lucro Os administradores precisam entender a relação dos custos e volumes produzidos e vendidos juntamente com o seu lucro, de forma a tomar decisão e prever a utilização deste lucro. Diante disto, têm-se como instrumento a análise custo/volume/lucro (CVL). Esta análise é um conjunto de procedimentos que de acordo com Bornia (2002, p. 71), “determina a influência no lucro provocado por alterações nas quantidades vendidas e nos custos”. Através desta análise é possível projetar o lucro a ser obtido em vários níveis possíveis de produção e venda, assim como o impacto sobre o lucro na modificação de preço de venda. Conforme constata Crepaldi (2004), a análise CVL tem por base o custeio variável, podendo assim determinar a quantidade mínima de produção e vendas para que a empresa não tenha prejuízos. A análise CVL, destaca Maher (2001, p. 432), “é o estudo das inter-relações entre custos e volume, e da forma como eles impactam o lucro”. Ou seja, é destinada a entender como se relacionam os custos, volume e lucro, auxiliando também na elaboração de orçamentos e a expandir as facilidades de produção. 2.5.1 Margem de contribuição Para uma tomada de decisão mais eficiente, as empresas devem saber o quanto é necessário vender para cobrir todos os seus custos e despesas e ainda obter lucro, o que faz da margem de contribuição uma importante ferramenta gerencial. Segundo Santos (2005, p. 48), margem de contribuição diz respeito à “contribuição para cobrir o custo fixo e proporcionar lucro”. A margem de contribuição de acordo com Bornia (2002, p. 72), “é o montante de vendas diminuídas dos custos variáveis”, unitariamente, “é o preço de venda menos os custos variáveis do produto”. Padoveze (2006), afirma que margem de contribuição é a diferença entre as receitas e os custos e despesas variáveis tanto de forma total quanto unitária, sendo um instrumento fundamental para decisões de curto prazo. 30 A parcela do preço de venda que ultrapassa os custos e despesas variáveis e contribui para absorção dos custos fixos e formação do lucro, é denominada como margem de contribuiçãoafirma Crepaldi (2004). Assim, entende-se por margem de contribuição como a parcela do preço que irá contribuir para a absorção dos custos e despesas fixas e gerar lucro. 2.5.2 Ponto de equilíbrio As empresas devem conhecer sua capacidade mínima de operação para não ter prejuízo, o que faz o cálculo do ponto de equilíbrio uma importante ferramenta gerencial. De acordo com Santos (2005), para a empresa verificar a quantidade mínima de vendas necessária para obter determinado lucro, é preciso calcular o ponto de equilíbrio. O ponto de equilíbrio conforme Maher (2001) e Bornia (2002) é o nível de venda onde o lucro é zero. Crepaldi (2004), afirma que a empresa está em ponto de equilíbrio quando ela não tem lucro nem prejuízo, ou seja, as receitas totais são iguais aos custos e despesas totais. O lucro da empresa se dará a partir de volumes adicionais de vendas. Para Bornia (2002), existem três pontos de equilíbrio, que são: contábil, econômico e financeiro. O ponto de equilíbrio contábil leva em conta todos os custos e despesas contábeis vinculados ao funcionamento da empresa. No econômico, são incluídos aos custos e despesas fixos, os custos de oportunidade referente ao capital próprio. E no financeiro, os custos são considerados desembolsos, ou seja, ônus para a organização. Portanto, entende-se por ponto de equilíbrio como o nível mínimo em que a empresa pode operar de forma a cobrir seus custos e despesas com lucro nulo, ou seja, sem ganhar nem perder dinheiro. 31 2.6 Custo da mão de obra Os gestores devem ter pleno conhecimento da proporção dos custos com mão-de-obra no produto/serviço e no resultado da empresa. Desta forma, Martins (2003), destaca a diferença entre mão-de-obra direta e indireta. Em que, a direta diz respeito ao pessoal que trabalha diretamente no produto em elaboração, de fácil identificação de tempo e de quem executou o trabalho. Caso necessite de critérios de rateio, ou alguma estimativa de alocação, a mão-de-obra é tida como indireta. De acordo com Crepaldi (2004), o custo de mão-de-obra direta, é todo custo envolvendo salário, encargos sociais, férias, 13º salário dos empregados que trabalham diretamente na transformação do material direto em produto acabado. Se não for possível identificar de forma direta o custo, precisando ratear a mão-de-obra aos produtos, a mesma é denominada indireta, como no caso da ociosidade normal. Existem muitos outros empregados que conforme Passarelli e Bomfim (2004, p. 81), representam custos indiretos ao produto acabado, como “o pessoal de manutenção, controle e planejamento da produção, movimentação de materiais, relações industriais, entre outros”. Os mesmos afirmam ainda, que o fator que determinará como deve ser distribuído o salário do pessoal da fábrica não é a classificação dos empregados, mas um relatório ou apontamento com as atividades executadas. Sendo, o salário do pessoal da administração e vendas, considerado como despesa operacional e não custo. As análises do custo de mão-de-obra direta no Brasil, afirma Bruni (2006), devem considerar os gastos com encargos trabalhistas sociais que incidem na folha de pagamento, os quais devem ser incorporados de forma variável. Os encargos sociais de acordo com Crepaldi (2004, p. 57), “são os gastos da empresa incidentes sobre a folha de pagamento que não correspondem a um trabalho efetivo do funcionário”, e dividem-se em: sem contraprestação de serviço (férias, 13º salário, descanso remunerado semanal, feriados) e contribuições sociais (fundos para desenvolvimento de atividades sociais). Quanto à classificação do custo com mão-de-obra direta em fixo ou variável, Martins (2003), afirma que, pela legislação trabalhista brasileira definir contratualmente um mínimo de 220 horas/mês de trabalho, a folha de pagamento de acordo com este contrato é fixa. No entanto se o funcionário ficar algum tempo 32 ocioso ou fizer outras atividades não relacionadas diretamente ao produto, o custo direto é tido como variável. 2.7 Depreciação É importante que a empresa leve em consideração ao avaliar seu resultado o resíduo ocasionado pela depreciação de seus imobilizados. De acordo com Bornia (2002), depreciação representa a perda de valor do bem no período considerado, no qual o tempo considerado é cronológico, fazendo com que a depreciação seja constante, um custo fixo. O autor afirma ainda, que existem vários métodos para chegar ao resultado da depreciação, mas o mais usado é o linear, em que a depreciação é o valor de bem dividido pela vida útil. A depreciação conforme Santos (2005, p. 123), representa a remuneração pelo trabalho prestado do imobilizado, resultando em perda de eficiência pela vida útil média esperada. Assim, “o bem é depreciado em função do uso e da ação de elementos da natureza que poderá torná-lo inadequado e também obsoleto”. O subsistema que auxilia o cálculo da depreciação afirma Padoveze (2006), é denominado controle patrimonial, sendo importante alocar e orçar estes gastos por centro de custos, devido à necessidade de atribuir responsabilidades pelo uso dos bens. Os custos e despesas patrimoniais são denominados de depreciação, “que não é um custo ou despesa desembolsável financeiramente”. É considerada um tipo de fundo de poupança que tem por fim a reposição dos bens patrimoniais do ativo permanente no término de sua vida útil, e dependendo de seu uso, a depreciação pode ser mais acelerada. Sendo constituídos “grupos de bens patrimoniais imóveis, móveis e utensílios, máquinas e equipamentos, instalações, ferramentas, veículos, etc.” (BEULKE E BERTÓ, 2006, p. 71). A quota de depreciação expõe Santos (2005), é determinada mediante aplicação da taxa anual sobre o custo de aquisição do bem depreciável, a qual será fixada em função do prazo de utilização do mesmo. Os encargos de depreciação devem ser contabilizados mensalmente e conforme o autor, não há imobilização de 33 bens com vida útil inferior a um ano e/ou com valor inferior a R$ 326,61 (trezentos e vinte e seis reais e sessenta e um centavos). Diante disto, nota-se a importância de a empresa contabilizar e analisar mensalmente os custos e despesas com depreciação para planejamento de seu imobilizado e apuração de resultado. 2.8 Instituições Financeiras De acordo com FONSECA (1970), cada país deve ter um sistema financeiro que guarde proporção com seu grau de desenvolvimento e sua força econômica, nem maior, nem menor. Neste sentido, as Instituições financeiras exercem papéis importantes do panorama do mercado financeiro brasileiro a atividade de intermediação financeira deve, entre outros, minimizar a incerteza e os riscos a níveis compatíveis com as exigências de maximização dos ganhos, tendo que proporcionar cada vez mais segurança e agilidade no julgamento e previsão de melhores retornos. Neste sentido que entram as cooperativas de crédito, a fim de proporcionar aos seus cooperados serviços melhores e mais rentáveis que os bancos comerciais. 2.9 Cooperativas De acordo com a Aliança Cooperativa Internacional (ACI) em seu Congresso Centenário em 1995, citado em Meinen e Loredo de Souza (2010, p.33), “Cooperativa é uma associação autônoma de pessoas que se unem, voluntariamente, para satisfazer aspirações e necessidades econômicas, sociais e culturais comuns, por meio de uma empresa de propriedade coletiva e democraticamente gerida”. Outra definição elaborada desta vez por Meinen e Loredo de Souza (2010, p33), “O método de atividade na sociedade cooperativa consiste na prática de atos que diminuam o custo da produção, de jeito a haver vantagem para os 34 sócios, que são os consumidores, ou que levem à obtenção demelhor preço para os produtores, pois os produtores são os sócios, ou a conclusões de empréstimos com menores interesses.” Por fim pode-se ser citada mais uma definição de Meinen e Loredo de Souza (2010, p. 37): “O cooperativismo, por definição, reúne valores e práticas que o vinculam a uma existência sustentável. Como movimento socioeconômico que visa ao bem estar social, cultiva, em essência, a democracia, a solidariedade, a independência e a autonomia. Trata-se, por assim dizer, de uma verdadeira filosofia vida.” 2.9.1 Cooperativas de Crédito Para definir uma Cooperativa de Crédito Meinen e Loredo de Souza (2010), enumeram vários fatores característicos, portanto pode-se definir uma Cooperativa de Crédito como uma sociedade de pessoas, que possuem os mesmos direitos perante as decisões, distribuições e política, no qual o preço das operações e serviços visa somente à cobertura dos custos, o relacionamento é personalizado / individual, com o apoio da tecnologia da informação, está comprometida com as comunidades e usuários, as sobras são distribuídas entre os cooperados, considerando a proporção das operações individuais, reduzindo ainda mais o preço final pago pelos cooperados e por fim, o lucro está fora de seu objetivo. 2.9.2 Cooperativas de crédito X Bancos De acordo com Meinen e Loredo de Souza (2010, p.38), “A cooperativa de crédito nasce da vontade e da necessidade de um grupo de pessoas, que se congregam (elegem uma sociedade ou fórum comum) para a troca (exercício da mutualidade) de soluções. Já a instituição financeira surge da vontade do dono do capital (ou do negócio) – sem qualquer consulta ao usuário – com o único objetivo de ampliar (rentabilizar) o capital investido.” 35 Assim pode-se concluir que nas cooperativas prevalece o interesse dos associados, já nos Bancos, prevalece o interesse dos acionistas. Abaixo podemos perceber mais algumas diferenças entre eles: Quadro 2: Diferenças entre Bancos e Cooperativas BANCOS COOPERATIVAS DE CRÉDITO São sociedades de capital São sociedades de pessoas O poder é exercido na proporção do número de O voto tem peso igual para todos (uma pessoa, Ações um voto) As deliberações são concentradas As decisões são partilhadas entre muitos O administrador é um 3º (homem do mercado) O administrador é do meio (cooperativado) O usuário das operações é mero cliente O usuário é o próprio dono O usuário não exerce qualquer influência na definição do preço dos produtos Toda política operacional é decidida pelos próprios usuários/donos Podem tratar distintamente cada cliente Não podem distinguir: o que vale para um, vale para todos Preferem o poupador e a grandes corporações Não discriminam, voltando-se mais para os menos abastados Priorizam os grandes centros (embora não tenham Não restringem, tendo forte atuação nas limitação geográfica) comunidades Têm propósitos mercantilistas A mercancia não é cogitada A remuneração das operações e dos serviços não O preço das operações e dos serviços visa à tem parâmetro/limite cobertura de custos Atendem em massa, priorizando, ademais, o Autoserviço O relacionamento é personalizado/ individual, com o apoio da informática Não têm vínculo com a comunidade e o Estão comprometidas com as comunidades e os usuários público-alvo Avançam pela competição Desenvolvem-se pela cooperação Visam ao lucro por excelência O lucro está fora de seu objeto O resultado é de poucos donos (nada é dividido As sobras são distribuídas entre os associados de com clientes) acordo com as movimentações No plano societário, são regulados pela Lei das São reguladas pela Lei Cooperativista Sociedades Anônimas Fonte: Meinen e Loredo de Souza (2010, p.39) 36 2.10 Custo por cliente Segundo Kriger (2002), um sistema de custos por cliente, permite uma visualização dos fornecedores mais lucrativos para a empresa, direcionando os esforços na construção de parcerias no outro extremo da cadeia. Junto disso, há a possibilidade de se localizar Informações complementares em um sistema ABC, que mostra outro comportamento diferenciado dos clientes, separando aqueles com os quais o relacionamento da empresa era lucrativo daqueles com os quais isso não acontece. Na versão de ISAIA (1995) custos para o cliente são custos com que o cliente arca por atrasos na entrega ou no atendimento, ou ainda por problemas de má qualidade do produto, entre eles estão os custos relativos a atrasos na entrega do produto, gastos com horas extras porque as programações não foram obedecidas, custos que incorrem devido à parada dos equipamentos e custos de reparos após a garantia. 37 3. CARACTERIZAÇÃO DA ORGANIZAÇÃO Neste item será descrito a caracterização da empresa pesquisada abordando sua fundação, histórico, objetivos, missão, visão, valores, natureza, organograma, fluxograma, clientes, funcionários, equipamentos utilizados e seus principais serviços, fornecedores e concorrentes, considerando informações obtidas mediante um histórico que a organização preserva e de entrevistas informais com o gerente administrativo financeiro. A UNICRED caracteriza-se como uma instituição financeira, formada por uma sociedade de pessoas, com forma e natureza jurídica próprias, de natureza civil, sem fins lucrativos e não sujeita a falência, normalizada pela legislação cooperativista, ou seja, o Sistema Unicred abrange um conjunto de cooperativas localizadas em diferentes regiões do país, sendo que cada uma é administrada por seus diretores e tem autonomia própria. O objetivo é propiciar crédito e prestar serviços de modo mais simples e vantajoso para seus associados como, por exemplo: conceder empréstimos com juros bem menores e com menos exigências do que o mercado. O Sistema Unicred conta hoje com 109 Singulares em 24 estados da Federação com seus 466 Pontos de Atendimento ao Cooperado (PAC), 09 Centrais ou Regionais e a Confederação Nacional, com sede em São Paulo, atendendo mais de 240.000 (duzentos e quarenta mil) associados em todo o Brasil, como mostra a figura n° 1: 38 Figura 1: Sistema Unicred. Fonte: www.unicred.com.br A Unicred Litoral e Norte Catarinense é uma singular da região do Litoral e Norte Catarinense, que responde à Unicred Central de Santa Catarina e tem sua sede localizada na Rua Camboriú, nº. 519, no Centro de Itajaí, com 12 funcionários e 5 estagiários e suas agências distribuídas de acordo com o quadro abaixo: 39 Tabela 1: Agências, Funcionários, Estagiários e Cooperados. AGÊNCIA Nº DE FUNCIONÁRIOS Nº DE ESTAGIÁRIOS Nº DE COOPERADOS ITAJAÍ 13 3 1821 BALN. CAMBORIÚ 8 1 990 ITAPEMA 3 1 353 JOINVILLE 12 3 2371 JOINVILLE / CHU* 5 0 803 JARAGUÁ DO SUL 5 1 520 SÃO BENTO DO SUL 4 1 435 CANOINHAS 2 0 259 MAFRA 4 1 438 PORTO UNIÃO 3 1 342 Fonte: Elaborado pelo acadêmico. * CHU: Agência localizada dentro do Hospital da Unimed na cidade de Joinville. A área de abrangência da Unicred Litoral e Norte Catarinense é a maior do estado de Santa Catarina, com uma distância aproximada de 400 km entre Itapema e Porto União, como ilustra a figura abaixo: Figura 2: Área de abrangência. Fonte: Arquivos da empresa. 40 A organização é o resultado da Regionalização de duas Singulares, que anteriormente eram a Unicred Litoral, que abrangia as cidades de Itajaí, Balneário Camboriú e Itapema e a Unicred Norte Catarinense,que também era o resultado de uma regionalização de duas Singulares, a Unicred Norte Catarinense e a Unicred Planalto Norte, no qual atendiam as cidades de Joinville, Jaraguá do Sul, São Bento do Sul, Canoinhas, Mafra e Porto União. A Unicred Litoral foi fundada em 12 de agosto de 1993 e a Unicred Norte Catarinense foi fundada em 05 de Junho de 1996. Em 16 de Abril de 2009 ocorreu a regionalização das duas, tornando assim a Unicred Litoral e Norte Catarinense, conforme ilustra a figura nº 2: Figura 3: Regionalização. Fonte: Elaborado pelo acadêmico. A iniciativa em Santa Catarina surgiu em Itajaí, por parte dos Doutores Oswaldo Roberto de Oliveira, Luiz Antonio Silveira Flores e Eduardo Marques Brandão com a intenção de criar uma cooperativa de crédito na região. Após conhecerem a primeira Unicred do Brasil na cidade de Cascas (RS), decidiram convidar alguns colegas para implantar a Cooperativa na cidade de Itajaí (SC). 41 Cabe destacar que a Unicred Litoral e Norte é uma cooperativa de crédito “mútuo” e que, portanto, precisa estar vinculada a um grupo fechado de profissionais de acordo com o seu Estatuto Social. No primeiro momento, foi criada uma Cooperativa exclusiva para médicos, com a ajuda da Unimed Litoral em Itajaí. Em abril de 2001, surgiu a possibilidade de ampliação do quadro social e em Assembléia Geral foi modificado o Estatuto Social, permitindo assim a entrada de outras categorias de profissionais da saúde. No final de 2006, houve uma nova abertura do quadro social, possibilitando a entrada de contabilistas. E por fim, no início do ano de 2010 ocorreu a última abertura do quadro social, aprovada pelo Banco Central do Brasil, abrindo um leque ainda maior referente à abrangência de clientes que passaram a poder se associar a empresa, sendo autorizada a entrada de Professores e Empresários, o que acarretou na alteração da razão social para Cooperativa de Crédito dos Médicos, Profissionais da Saúde, Contabilistas, Professores e Empresários do Litoral e Norte Catarinense. A sede da organização foi inaugurada em julho de 2007, muito mais ampla que as anteriores, com 1.288 m2, divididos em 4 andares, nos quais 2 deles são ocupados pela agência de Itajaí e 2 pela própria Sede, visando ainda mais o crescimento da cooperativa. A Unicred, que iniciou suas atividades com 23 cooperados conta hoje com mais de 7.500 cooperados entre pessoas físicas e jurídicas. Seu quadro atual é composto de 71 funcionários e 16 estagiários. Possui estrutura própria de informática, e tem como diferencial o atendimento personalizado, proporcionando aos cooperados maior segurança em suas transações financeiras. A missão representa a razão de ser de uma empresa, é sua orientação central. Conforme afirma Tachizawa e Rezende (2000.p.39), “Define a razão de ser da organização, para que ela serve qual a justificativa de sua existência para a sociedade [...].” Sendo assim a missão da Unicred Litoral é: “Oferecer soluções econômicas e financeiras, com produtos e serviços competitivos e de qualidade, fortalecendo o relacionamento com os cooperados do sistema Unicred em Santa Catarina por meio dos princípios cooperativistas.” 42 Visão significa como a empresa espera ser no futuro, como afirmam Tachizawa e Rezende (2000, p.39), “pode ser definida como um macro objetivo, não quantificável, de longo prazo. Onde e como a organização espera estar no futuro.” A Visão da Unicred Litoral é: “Ser a principal instituição financeira para o cooperado, consolidando sua marca no mercado.” Os valores são os aspectos definidos pela empresa, considerados pontos de maior importância para seu relacionamento com o mercado. Como enfatiza Tachizawa e Rezende (2000, p. 39), “conjunto de doutrinas, credos, padrões éticos e princípios que orientam as ações da organização ao longo do tempo e independe das metas, dos objetivos e das estratégias por ela adotados”. Os valores definidos da Unicred Litoral são: · Atendimento personalizado: conhecer seus associados na sua capacidade e suas necessidades, · Segurança: garantir que as operações estejam amparadas nas leis e regulamentos, com vistas à liquidez e sigilo das informações, · Transparência: facilitar o acesso dos associados, colaboradores e comunidade as informações referentes às ações e resultados da Cooperativa, · Qualidade: Excelência e agilidade nos produtos, serviços e no atendimento, · Recursos Humanos: valorizar e desenvolver o patrimônio humano, · Cooperativismo: difundir, junto aos associados, e preservar os princípios cooperativistas, · Preservar a liquidez econômica da Cooperativa. A estrutura organizacional é representada pelo organograma, podendo ser uma representação gráfica ou das áreas que compõe unidades distribuídas em hierarquias. O conceito de organograma é apresentado pelos autores Lacombe (2007, p.104) como uma “representação gráfica simplificada da estrutura organizacional de uma instituição, especificando os seus órgãos, seus níveis hierárquicos e as principais relações formais entre eles”. 43 Figura 4: Organograma da organização. Fonte: Arquivo da empresa. Por se tratar de uma cooperativa, no topo de seu organograma está a Assembléia Geral composta por seus cooperados e em seguida o Conselho Fiscal e de Administração, posteriormente a Diretoria, composta por três membros (Diretor Administrativo, Financeiro e Presidente), na sequência estão os colaboradores, representados pela Assistente de diretoria e controladoria, Gerente geral, TI, Gerentes de Negócio e Administrativo, Supervisores de PAC e de área, escriturários e caixas. 44 O organograma da empresa tem uma representação dos colegiados, como sustenta Lacombe (2007), os colegiados devem ser representados graficamente, mediante duas formas: soltos, nos níveis superiores do organograma, ou em linhas ou assessoria, conforme sua função, ligados ao órgão ao qual se vinculam. A seguir evidenciam-se os principais produtos e serviços que a Unicred Litoral oferece aos seus cooperados: Quadro 3: Principais produtos e serviços PRINCIPAIS PRODUTOS E SERVIÇOS Previdência privada Débito automático Agendamento de boletos via internet Custódia de cheques Assessoria financeira Aplicações financeiras Financiamentos Empréstimos Taxas menores que as praticadas no mercado Seguros Internet Banking (Unicred Net) Atendimento personalizado Talão de Cheque Cartão de Crédito e Débito Transferências (DOC, TED e Entre contas) Extratos Pagamento de títulos e convênios Simulações Distribuição das sobras Fonte: Elaborado pelo acadêmico. 45 A Unicred destaca-se de seus concorrentes, porque presta seus serviços com vantagens personalizadas para cada tipo de necessidade. Oferecendo melhores taxas em seus produtos, qualidade no atendimento e assessoria financeira. Entre seus fornecedores ou parceiros estão algumas instituições financeiras como: Banco do Brasil e Bradesco Cartões, possibilitando ao Sistema Unicred o seu funcionamento como instituição financeira e proporcionando serviços como: cartões de crédito, talões de cheque, sistema para pagamentos (COBAN) e débitos automáticos. Seus principais concorrentes são os bancos e as demais instituições financeiras da região. A diferença é que os bancos visam o lucro e dessa forma podem investir muito mais em marketing e tecnologia. Em contrapartida a Unicred Litoral e Norte Catarinense tem como diferencial competitivo suas taxas e tarifas, as mais baixas do mercado, além de ser menos burocrática na liberação de crédito e da qualidade do seu atendimento. Quando a pessoa se associa à Unicred, torna-se “dona do negócio”, tendoo direito às sobras (lucro) no final do exercício divididas entre todos de acordo com suas movimentações. Além disso, a Unicred Litoral e Norte Catarinense não cobra por talão de cheques, extratos, renovação cadastral, contrato de cheque especial, taxa de manutenção de conta, entre outros serviços. Após a regionalização, Unicred Litoral e Norte Catarinense traçou um objetivo muito ousado, mas que com muito trabalho pode ser alcançado, que é ser um dia a Singular número 1 no Brasil no ranking feito pela Unicred do Brasil. Antes de haver a regionalização as singulares ocupavam na faixa da 17ª a 23ª colocação no ranking nacional e do 3º ao 5º no ranking estadual, após a regionalização, a organização já conseguiu estar em 4º lugar no ranking nacional e em 2º no ranking estadual. Atualmente ela está em 9º lugar no ranking nacional e em 3º no ranking estadual, mas a equipe de colaboradores já demonstrou uma grande capacidade de crescimento e a prospecção para o ano de 2012 é que ela volte a ocupar o 4º lugar e possivelmente estar entre as 3 maiores do Brasil e ser a 1ª no estado. Isto demonstra que essa união das duas organizações, foi feita para se tornar uma muito mais forte e com melhores resultados. 46 A agência na qual foi realizada a análise é a agência da cidade de Itapema, uma das menores agências da singular e que possui um número pequeno de funcionários. A cidade de Itapema, segundo o censo feito pelo IBGE em 2010, possui aproximadamente 45.000 habitantes e tem como principal atração o turismo, principalmente no verão, pois é uma cidade com várias atrações e uma bela praia, além de estar a menos de 15 minutos de Balneário Camboriú, uma das principais cidades turísticas no Brasil. 47 4. RESULTADOS DA PESQUISA 4.1 Fatores Analisados Este capítulo é considerado um dos pontos mais importantes, pois representa o desenvolvimento do trabalho e no qual são apresentados os resultados obtidos através da coleta de dados. Os dados obtidos estão demonstrados por tabelas e gráficos que representam o resultado final das receitas e despesas abordando uma visão geral da organização e mais especificamente da agência de Itapema que é o centro do trabalho. A seguir são apresentados os fatores que foram levantados para estudo. Quadro 4: Fatores analisados FATORES DESPESAS COM APLICAÇÃO FOLHA DE CHEQUE INTEGRALIZAÇÃO DE CAPITAL IOF JUROS ADIANTAMENTO A DEPOSITANTE JUROS CHEQUE ESPECIAL RENDAS COBAN - CONVÊNIOS RENDAS COM VENDAS DE SEGURO RENDAS EMPRÉSTIMOS RENDAS PAGAMENTOS NOVA COMPE TARIFA ADIANTAMENTO A DEPOSITANTE TARIFA CHEQUE MAIOR TARIFA COBRANÇA TARIFA DE CÓPIA DE CHEQUE TARIFA DE DOC / TED TARIFA DE EXCLUSÃO DO CCF TARIFA DE MANUTENÇÃO DE CONTA NO BB TARIFA DEVOLUÇÃO DE CHEQUE Fonte: Elaborado pelo acadêmico. 48 Tais fatores determinam o resultado por cada cooperado e, consequentemente, o resultado gerado para a organização. Sendo assim, não foram consideradas despesas e receitas gerais da organização, eis que precisaria ser feito um rateio por cada serviço utilizado por cada um dos cooperados, o que se tornaria inviável. Cada fator deste é específico e representa serviços diferentes fornecidos pela organização, conforme a seguir detalhado. As despesas com aplicações foram retiradas diretamente do sistema por meio de relatórios e representam o valor que a Cooperativa paga a seus clientes por suas aplicações em fundos de investimentos. Já em relação às folhas de cheque, o cálculo foi feito por cada folha de cheque que foi compensada no período, não sendo cobrada nenhuma tarifa do cooperado, custando, para a singular, R$0,07 (sete centavos) a confecção de cada folha. As Receitas obtidas com a integralização de capital foram calculadas de acordo com o valor que o cooperado já havia integralizado até o final do período estudado. Sobre este valor não há nenhuma despesa nem custo, a Cooperativa o aplica em fundos de investimentos no mercado financeiro obtendo uma taxa média de retorno de 0,80% sobre o valor aplicado. O IOF – Imposto sobre Operação Financeira - foi considerado tanto nas receitas como nas despesas pelo fato de ser um imposto cobrado pelo governo que representa 0,38% do valor de cada operação financeira, portanto este valor é somente repassado para o governo e não representa nenhuma receita ou despesa para a empresa. Os juros cobrados dos clientes são a principal fonte de renda das instituições financeiras, entre eles temos os Juros de Adiantamento a Depositante, que é cobrado do cooperado quando ele excede o limite de cheque especial e fica com a conta negativa. Junto destes juros, é cobrada uma Tarifa de Adiantamento a Depositante, na qual é debitado R$ 15,00 (quinze reais) cada vez que o cliente fique com a conta nesta situação. Ainda em relação aos juros, existem os Juros de Cheque Especial, que é um serviço oferecido pelas instituições financeiras que fornecem um limite para seus clientes usarem além do seu saldo. A taxa de juros de Cheque Especial aplicada na Unicred Litoral e Norte atualmente é 5% sobre o valor que for utilizado do limite. 49 Toda instituição financeira recebe por cada pagamento feito em suas agências, neste ponto foram levantados dois fatores, as Rendas do COBAN – Correspondente Bancário, neste caso especificamente o Correspondente Bancário do Banco do Brasil - referente ao pagamento de Convênios (Água, Luz, Telefone e Impostos), que é recebido R$ 0,30 (trinta centavos) por cada convênio pago, tanto na agência quanto via Internet Banking e Terminais de Auto-Atendimento. O mesmo procedimento ocorre no pagamento de Títulos, especialmente no fator Rendas Pagamentos Nova Compe no Quadro 4. Neste fator é recebido R$ 0,98 (noventa e oito centavos) por cada título pago também tanto nas agências quanto via Internet Banking e Terminais de Auto-Atendimento. A liquidação dos títulos é feita diretamente pelo próprio Sistema de Compensação da Unicred Central SC. Outro tipo de renda que aparece no Quadro 4 são as Rendas com Vendas de Seguro, que se encontra em processo de iniciação na Unicred, dados estes que foram retirados pelo sistema da Corretora própria da Cooperativa. O fator que dá mais retorno singular são as Rendas com Empréstimos, que são o grande trunfo das instituições financeiras para obter lucros enormes no mundo inteiro. Os valores foram retirados mediante relatórios diretamente do sistema e são os juros pagos pelos cooperados pelos empréstimos que efetuam perante a Unicred. Também existem as Tarifas cobradas pelos serviços fornecidos. Primeiramente, de acordo coma Tabela 2, é a Tarifa de Cheque Maior, que é uma tarifa cobrada dos cooperados que emitem cheques acima de R$ 5.000,00 (cinco mil reais) e seu valor varia de acordo com o valor do cheque. A Tarifa de Cobrança é cobrada de cooperados que emitem boletos para seus clientes, o que ocorre com grande frequência com os Condomínios, público que representa cerca de 30% dos cooperados da agência de Itapema. A tarifa cobrada referente ao serviço de Cobrança na época do estudo era de R$ 1, 56 (um real e cinquenta e seis centavos) e que mudou desde Agosto de 2011 para R$ 1, 66 (um real e sessenta e seis centavos) por título. Assim como o IOF, trata-se de uma tarifa que é repassada, nesse caso, ao Banco do Brasil. Ainda referente às tarifas, há a Tarifa de Cópia de Cheque, cobrada quando o cooperado solicita a cópia de um cheque já compensado e seu valor é de R$ 6,00 (seis reais). A Tarifa de DOC (Documento de Crédito) e TED (Transferência Eletrônica Disponível) que é R$ 6,00 (seis reais) na singular, cobrada quando o cliente faz uma transferência
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