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Preparações Parenterais Conceito – Preparações parenterais “ São produtos preparados por métodos projetados para assegurar que cumpram as exigências farmacopeicas de esterilidade, pirogênios e outros contaminantes e , quando apropriado, contém inibidores de crescimento de microrganismos. Uma injeção é uma preparação destinada administração parenteral e/ou à reconstituição ou diluição de um produtos parenteral antes da administração “ (USP 23) Preparações Parenterais - USOS -Oferece uma alternativa quando o paciente é incapaz de tomar um medicamento por via oral. - Necessária ou preferida quando requerida uma ação imediata; - Rápida ação do medicamento. - Alguns fármacos devem ser administrados por via parenteral, uma vez que não são terapeuticamente ativos por via oral, tanto pela inativação no TGI como por sofrerem metabolismo de primeira passagem pelo fígado. Preparações Parenterais - USOS - Em alguns caso o fármaco deve ser injetado diretamente em um órgão (músculo, nervo). - Fluídos eletrólitos, nutrientes – pacientes que não podem ingerir alimentos. - São preparações estéreis. - Aplicadas por profissionais. Desvantagens • Produção mais difícil. • Custo elevado. • Equipamentos, instalações e técnicas especiais para o manuseio e administração de produtos parenterais. • Uma vez administrado, o produto parenteral não pode ser removido – difícil ou impossível reversão. • Pode haver dor e dano tecidual associado à administração. Vias de Administração Parenterais Aplicação Local Volume (mL) Exemplos Intravenosa veia Variável Administração de fármacos Nutrição parenteral Intramuscular músculo 0,1 – 5,0 Administração de fármacos e vacinas Subcutânea Sob a pele 1,0 – 1,5 Administração de insulina e vacinas Intradérmica Derme, pele 0,1 – 0,5 Diagnóstico e administração de vacinas Intraarticular Saco sinovial de articulações pequeno Patologias das articulações Intratecal Espaço subaracnóide da medula - Tratamento da meningite e diagnóstico Epidural Espaço epidural da medula espinhal variável Anestesia Intracardíaca Coração pequeno infarto Intraarterial artéria variável Contraste (diagnóstico) e infusão de antineoplásicos de grande volume • As soluções e suspensões de fármacos para injeção são preparadas da mesma maneira que as soluções e suspensões orais, com as seguintes diferenças: Solventes com alta pureza que garantam a segurança do medicamento; O uso de substâncias como tampões, estabilizantes e conservantes, deve possuir justificativa; O uso de corantes é proibido; Os produtos parenterais devem ser esterilizados e livres de pirogênios; Os produtos parenterais devem ser preparados em ambientes controlados, sob rígidos padrões sanitários; Devem ser acondicionados em recipientes herméticos especiais, de alta qualidade e características específicas; Pós estéreis que devem ser transformados em soluções ou suspensões imediatamente antes da injeção são acondicionados como pós liofilizados; Todos os recipientes devem ser preenchidos com um volume ligeiramente maior que o indicado no rótulo. • Art. 307. A produção de preparações estéreis deve ser realizada em áreas limpas, cuja entrada de pessoal e de materiais deve ser feita através de antecâmaras. • Parágrafo único. As áreas devem ser mantidas dentro de padrões de limpeza apropriados e, devem conter sistemas de ventilação que utilizem filtros de eficiência comprovada. RESOLUÇÃO - RDC Nº 17, DE 16 DE ABRIL DE 2010 • Art. 308. As diversas operações envolvidas no preparo dos materiais (por ex.: recipientes e tampas), no preparo do produto, no envase e na esterilização devem ser realizadas em áreas separadas dentro da área limpa. • Art. 309. As operações de fabricação são divididas em duas categorias: a primeira, onde os produtos são esterilizados terminalmente e a segunda, onde parte ou todas as etapas do processo são conduzidas assepticamente. SANITIZAÇÃO • Art. 315. A sanitização das áreas limpas é um aspecto particularmente importante na fabricação de produtos estéreis. • § 1º Essas áreas devem ser limpas e sanitizadas frequentemente, de acordo com um programa específico aprovado pela Garantia da Qualidade. • § 2º As áreas devem ser monitoradas regularmente para a detecção do surgimento de microrganismos resistentes. • § 3º Tendo em vista a limitada eficácia da radiação ultravioleta, esta não deve ser utilizada como substituta nas operações de desinfecção química. • Art. 316. Os desinfetantes e os detergentes devem ser monitorados para detectar possível contaminação microbiana; sua eficácia deve ser comprovada; as diluições devem ser mantidas em recipientes previamente limpos e não devem ser guardadas por longos períodos de tempo, a menos que sejam esterilizadas. • Art. 317. Deve ser realizado um controle microbiológico das diferentes classes das áreas limpas durante a operação. FABRICAÇÃO DE PREPARAÇÕES ESTÉREIS Art. 319. As áreas limpas para a fabricação de produtos estéreis são classificadas de acordo com as suas condições ambientais. • I - grau A: zona de alto risco operacional, por exemplo, envase e conexões assépticas. Normalmente estas operações devem ser realizadas sob fluxo unidirecional. Os sistemas de fluxo unidirecional devem fornecer uma velocidade de ar homogênea; • II - grau B: em áreas circundantes às de grau A para preparações e envase assépticos; e • III - grau C e D: áreas limpas onde são realizadas etapas menos críticas na fabricação de produtos estéreis. O número de trocas totais do ar da área deve ser no mínimo de 20 trocas/hora em uma sala com padrão de fluxo de ar adequado e com filtros de alta eficiência de retenção de partículas apropriados (filtros HEPA - high efficiency particule air). Sistema de classificação do ar na área limpa destinada a produção de produtos estéreis Nº máx permitido de partículas/m 3 Em descanso Em operação Grau 0,5 – 5,0 m > 5,0 m 0,5 – 5,0 m > 5,0 m A 3.500 0 3.500 0 B 3.500 0 350.000 2.000 C 350.000 2.000 3.500.000 20.000 D 3.500.000 20.000 Não definido Não definido Produtos Esterilizados Terminalmente • Art. 324. O envase dos produtos esterilizados terminalmente deve ser feito em um ambiente, no mínimo, grau C. • Art. 325. O preparo de outros produtos estéreis, isto é, pomadas, cremes, suspensões e emulsões, assim como os enchimentos dos respectivos recipientes devem ser conduzidos, em geral, em ambiente de grau C, antes da esterilização final. Preparação Asséptica • Art. 327. O manuseio de matérias-primas estéreis e materiais, a não ser que sujeitos a esterilização ou filtração esterilizante, deve ser realizado em um ambiente grau A circundado por um ambiente grau B. • Art. 329. O manuseio e envase de produtos preparados assepticamente, assim como o manuseio de equipamentos previamente esterilizados deve ser feito em um ambiente grau A, circundado por um ambiente grau B. • Art. 330. A transferência de recipientes parcialmente fechados, tais como os utilizados em liofilização, deve ser realizada em ambiente grau A. Produção • Art. 332. Devem ser tomadas precauções no sentido de minimizar a contaminação durante todas as etapas de produção, incluindo as etapas anteriores à esterilização. • Art. 333. Preparações contendomicroorganismos vivos não podem ser produzidas ou envasadas nas áreas utilizadas para a produção de outros medicamentos. • Parágrafo único. Vacinas feitas com microrganismos inativados ou com extratos bacterianos podem ser envasadas, após sua inativação, nas mesmas instalações de outros medicamentos, desde que os procedimentos de inativação e limpeza sejam validados. • Art. 334. A validação dos processos assépticos deve incluir a simulação desses, utilizando meios de cultura. • Art. 336. As fontes de provisão de água, os equipamentos de tratamento de água e a água tratada devem ser monitorados regularmente quanto à presença de contaminantes químicos e biológicos e, quando for o caso, deve também ser feito o controle para endotoxinas, a fim de que a água atenda às especificações apropriadas para seu uso. • Art. 337. As atividades desenvolvidas nas áreas limpas devem ser as mínimas possíveis, especialmente quando estiverem sendo realizadas operações assépticas. • Art. 341. O tempo entre o início do preparo de uma determinada solução e sua esterilização deve ser o menor possível. • Art. 347. Qualquer procedimento novo de fabricação deve ser validado para comprovação de sua eficácia. • Parágrafo único. A validação deve ser repetida a intervalos regulares ou quando forem feitas modificações significativas no processo ou nos equipamentos. Excedentes recomendados para produtos parenterais oficiais Volume no rótulo (mL) Volume excedente para líquidos fluidos (mL) Volume excedente para líquidos viscosos (mL) 0,5 0,10 0,12 1,0 0,10 0,15 2,0 0,15 0,25 5,0 0,30 0,50 10,0 0,50 0,70 20,0 0,60 0,90 30,0 0,80 1,20 50,0 ou mais 2% 3% Tipos de Injetáveis (USP) 1. Injeção – líquidos constituídos por solução de fármacos. 2.Para injeção – pós que, com a adição veículos adequados, geram soluções (cefuroxima). 3.Emulsão Injetável – preparação líquida de um fármaco dissolvido ou disperso em um sistema emulsionado (propofol). 4.Suspensão Injetável – sólido suspenso (acetato de metilprednisolona). 5.Para suspensão injetável – pós que, com a adição veículos adequados geram suspensões (ipenem e cilastina). A preparação de um medicamento parenteral depende: • Natureza do fármaco. • Propriedades Físico-Químicas • Considerações Terapêuticas. Solventes e Veículos para os Injetáveis Água para injeção Água estéril para injeção Água bacteriostática para injeção Solventes e Veículos para os Injetáveis Água para injeção • Água – purificada por destilação ou osmose reversa. • Presença de sólidos totais - 1mg/100ml. • Livre de pirogênios • Água 24 horas após a sua coleta. Água purificada para Injeção: Obtenção por Osmose Reversa (OR) As moléculas de água que entram no polímero são transportadas de um sítio de ligação ao próximo por pressão. Devido à camada de água fina e fortemente adsorvida à superfície das membranas, os sais, em grande quantidade, são repelidos da superfície, sendo que os íons de maior valência são repelidos em maior grau, causando a separação dos íons da água. As moléculas orgânicas são repelidas por um mecanismo de peneira relacionado com seu tamanho e forma. Mecanismos de separação (OR):Polímero possui grupos funcionais que realizam ligações de pontes de hidrogênio com a água. Efetividade nominal das membranas de Osmose Reversa Modelo de Equipamento Construído em aço inoxidável, o equipamento permite acoplar duas unidades para se obter um tratamento de osmose reversa de duplo passo. A velocidade de fluxo nominal é de 500 litros por hora Solventes e Veículos para os Injetáveis Água estéril para injeção • Livre de pirogênios. • Não deve conter substâncias antimicrobianas e adjuvantes. • Armazenada em recipiente de 1 litro. • Podem conter uma quantidade de sólidos totais. Água estéril para injeção Utilizadas na reconstituição de muito antibióticos. Ex.: ampicilina sódica estéril Água bacteriostática para USP • Agentes antimicrobianos. • Acondicionado em seringas ou frascos de no máximo 30 mL. • Permite o uso do frasco em múltiplas doses. • Devido a presença de agentes antimicrobianos devem ser usadas em soluções parenterais de pequenos volumes. • Não usar em neonatos Veículos não aquosos • Veículo selecionado não pode ser irritante ou tóxico. • Não apresentar ação farmacológica. • Não interferir na atividade do fármaco. • Avaliar propriedades físico-químicas do solvente utilizado (pH,viscosidade, fluidez, ponto de ebulição) Exemplos de veículos não aquosos • Óleos vegetais (milho, algodão, amendoim e gergelim). • Glicerina • Polietilenoglicol • Propilenoglicol • Etanol DE MODO GERAL Injeções oleosas são administradas por via IM, não devem ser administrados por via IV. EXEMPLOS: Progesterona – amendoim ou gergelim Cipionato de Testosterona – semente de algodão Apresentação de Furosemida Solução Injetável Solução injetável 10mg/mL Embalagens contendo 5, 50 e 60 ampolas com 2mL. USO ADULTO E PEDIÁTRICO USO INTRAMUSCULAR OU INTRAVENOSO COMPOSIÇÃO Cada mL da solução injetável contém: furosemida...............................................10mg Veículo q.s.p............................................1mL Excipientes: água para injeção e hidróxido de sódio. MÉTODOS DE ESTERILIZAÇÃO •VAPOR •CALOR SECO •FILTRAÇÃO •GÁS •RADIAÇÃO IONIZANTE VAPOR – Método de vapor sob pressão Destruição ocorre por destruição e coagulação de alguma proteína essencial ao microrganismo. 100°C Autoclaves CALOR SECO Menos efetiva que o calor úmido. Temperaturas mais altas e períodos mais longos. 150° - 170°C Por filtração • Remoção física por adsorção sobre o meio filtrante ou por mecanismos de peneiramento. Millipore Membrana plástica com ésteres de celulose Por filtração Desvantagens Rompimento da membrana durante o processo ou manuseio. Maior tempo de filtração principalmente líquidos viscosos. Vantagem Não requer aquecimento. Esterilização por gás • Óxido de etileno ou óxido de propileno diluídos a um gás inerte. • Altamente inflamáveis • Age interferindo no metabolismo das células bacterianas. Radiação ionizante • Limitada - equipamento especializado e aos efeitos das radiações sobre produtos e embalagens. • Alterações das substâncias essenciais aos microrganismos • Destruição de estruturas vitais da célula (nucleoproteínas) • Destruição completa e irreversível. TESTES DE ESTERILIDADES Teste para Pirogênios (USP) • Coelhos sadios – (mantidos em condições ambientais e alimentação adequada antes dos testes). • A temperatura dos coelhos não podem diferir entre si 1°C – e não podem estar elevadas. • Injetar na veia da orelha do coelho – avaliar a temperatura em intervalos de 30 minutos, entre 1 hora a 3 horas após a injeção. • Se nenhum coelho apresentar elevação de temperatura de 0,5°C ou mais, o produtos atende ao requisito de ausência de pirogênios. 10mL/Kg. Teste do lisado de amebócitos de Limulus • Extrato obtido das células de um crustáceo (Limulus polyphenus) – apresenta um sistema de proteínas e enzimas que coagulam na presença de baixos níveis de lipopolissacarídeos. • Substitui o teste do pirogênio em coelhos. • Alguns produtos parenterais não podem ser testados por esse métodopois interferem no resultados – Exemplos: cloridrato de prometazina; oxaciclina sódica. Preparação industrial de produtos parenterais • Fármaco utilizado. • Seleção dos adjuvantes. • Procedimentos assépticos rígidos –(usos de luzes UV). • Nas indústrias (local apropriado). • Livres de qualquer material particulado não dissolvido. • Injetáveis na forma de pós – esterilização por calor seco Exemplos Sem adjuvantes farmacêuticos: • Ampicilina sódica • Penicilina G benzatina • Sulfato de estreptomicina Exemplos Com adjuvantes farmacêuticos: • Sulfato de vinblastina • Ciclofosfamida • Penicilina G potássica Acondicionamento e armazenamento de injetáveis • Não podem interagir com a preparação. Vidro são indicados nas monografias • Recipiente de dose única • Recipiente de doses múltiplas Seringas descartáveis dose única Produtos Injetáveis Seringas pré-cheias • Máquina de inspeção semiautomática para produtos parenterais. • Fonte de luz contra um fundo escuro- detecta partículas de até 50 µm. • Partículas refletoras como fragmentos de vidros 25 µm. • Partículas menores exame microscópico – Coulter Counter Mede por impedância – partículas em baixa concentração – a altura do impulso é proporcional ao volume da partícula detectada. Zona de detecção Medida através de transferência de energia. Preenchimento e tamponameto • ANSEL, H. C. et al. Farmacotécnica: formas farmacêuticas & sistemas de liberação de fármacos. São Paulo: Editorial Premier, 2000. • LACHMAN, L. et al. Teoria e prática na indústria farmacêutica vol I e II. Lisboa: Calouste Gulbenkian. 2001. • AULTON, M.E. Delineamento de formas farmacêuticas. 2. ed. Porto Alegre: ArtMed, 2005. • BRASIL. RDC n° 17/10 (Determina a todos os estabelecimentos fabricantes de medicamentos, o cumprimento das diretrizes estabelecidas no Regulamento Técnico das Boas Práticas para a Fabricação de Medicamentos.)
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