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Epidemiologia e Fisiologia do Parasitismo Epidemiologia Epidemiologia Exemplos de Epidemias • Requeima da batatinha - (Phytophthora infestans ) 1845 – Europa, principalmente Irlanda e Inglaterra – desequilíbrio econ./social – causando a morte de 2 milhões de pessoas e a emigração de 1.0.0. • Míldio da videira - (Plasmopara viticola ) introd. Europa através de mudas importadas da América - graves conseq. aos países vitivinicultores, sobretudo a França. • Ferrugem do cafeeiro - (Hemileia vastatrix) - 1869 (Sri Lanka) – 200 mil ha. área cultivada provocou queda da produção de 50 mil t para zero e a falência do Banco do Oriente; Substituído pelo cultivo do chá. • Gomose da cana - (Xanthomonas vascularum )-1860 - 80 completa destruição de canaviais existentes -L e NE Brasil, afetando drasticamente a economia. • Tristeza dos Citros - 1940 (80% das plantas - C. sinensis x C. aurantium resistentes à gomose, suscetíveis ao vírus, devido à rapidez de disseminação e morte das plantas – ocasionaram eliminação de 9 milhões de árvores e todos os pomares; DEFINIÇÕES ESQUARTEJANDO A DEFINIÇÃO SIMPLIFICANDO Mais conceitos • epidemia poliética – caracteriza aquelas epidemias que necessitam de anos para mostrar significativo aumento na intensidade da doença. • pandemia – caracteriza aquelas epidemias que ocupam uma área extremamente grande, de tamanho quase continental. Fatores para manifestação de epidemias • Hospedeiro • Abióticos • Patógeno Fatores para manifestação de epidemias HOSPEDEIRO Fatores para manifestação de epidemias • Hospedeiro • Níveis de resistência e suscetibilidade genética • Alta densidade de hospedeiros suscetíveis • Plantas geneticamente uniformes – Ex: Puccinia graminis tritici - ferrugem do trigo - uso de uma única cultivar irá favorecer uma epidemia, • Predisposição do hospedeiro – Ex: Idade da planta - Pythium x plantula– tecidos jovens. • Deficiência nutricional • Presença de hospedeiros intermediários Fatores para manifestação de epidemias • Hospedeiro RESISTENTE PATÓGENO Fatores para manifestação de epidemias • Patógeno – Patogenicidade • Agressividade e Virulência. – Potencial de inóculo • Alta capacidade de reprodução (quantidade de inóculo); • N° de propágulos viáveis (eficiência no poder germinativo); • Eficiência de disseminação; • Período de latência - (quanto > latência, < n° ciclos). – Capacidade de sobrevivência • estruturas de resistência. – Períodos • Incubação: deposição até aparecimento dos sintomas. • Latência: deposição até esporulação. • Infeccioso: esporulação até a morte da lesão (epidemias) As fases do ciclo da doença Disseminação Reprodução Colonização Infecção Sobrevivência i m u ni z a ç ã o Ciclo secundário Ciclo primário erradicação proteção exclusão terapia Fase crítica x Variáveis de interesse: Teliósporo (Puccinia sp.) com tubo germinativo e apressórios Esporo da ferrugem aderido a uma folha ??? Fase crítica / Fase de maior interesse: INFECÇÃO Urediniósporo (Hemileia vastatrix) produzindo estruturas de infecção, tubo germinativo ramificado e apressórios, 2 horas após inoculação. Urediniósporo formando apressório sobre o poro estomático ABIÓTICOS Fatores para manifestação de epidemias • Abióticos – Fertilidade do solo: excessos e deficiência. – Temperatura: - condições extremas – calor ou frio afetam a planta e/ou o patógeno. – Umidade: chuva, orvalho, irrigação (excesso ou escassez) – pH do solo: Tomateiro - Fusarium ( solo ácido), Verticillium (alcalino). – Vento: ferimentos, seca superfície planta, disseminação; – Luz: interfere com fotossíntese / reservas nutricionais – Interferência humana – seleção de plantas e material de propagação, densidade e época de plantio, resistência varietal, etc. O conhecimento das relações entre tempo/clima x Doenças Permitem: Aplicação racional de defensivos (somente quando necessário), baseado em informações agrometeorológicas. Redução da contaminação do ambiente e de trabalhadores rurais. Redução de resíduos químicos nos alimentos; Redução do custo de produção. Em geral: INFECÇÃO = f (Temp e DPM) Climas tropicais: INFECÇÃO = f (Chuva) Objetivos da epidemiologia • avaliar os prejuízos absolutos e relativos causados pelas doenças Exemplo 1: Epidemiologia de Mycosphaerella em eucalípto Avaliar Exemplo 2: Epidemiologia da ferrugem asiática (Phakopsora pakirizi) da soja Phakopsora pakirizi Epidemia X ciclo do patógeno Doença Policíclica Avaliação de doenças Escalas diagramáticas para avaliação de doenças ESCALA DIAGRAMÁTICA (FERRUGEM) Nota 2 (< 3%) Nota 1 (0%) Nota 3 (3 a 6%) Cunha, (2001). ESCALA DIAGRAMÁTICA (Hemileia vastatrix) Nota 6 (25 a 50%) Nota 4 (6 a 12%) Nota 5 (12 a 25%) Cunha, (2001). ESCALA DIAGRAMÁTICA (Cercospora coffeicola) Nota 5 (12 a 25%) Nota 4 (6 a 12%) Nota 3 (3 a 6%) Nota 2 (0 a 3%) Nota 1 (0%) Oliveira, (2001). ESCALA DIAGRAMÁTICA (Cercospora coffeicola) Nota 1 (0%) Nota 2 (1 a 25%) Nota 3 (26 a 50%) Nota 5 (51 a 100%) Boldini, (2001). Taxa de progresso de doenças Curvas de progresso de doenças Padrões de distribuição do patógeno Padrões de distribuição do patógeno 1º - condições experimentais 2º - Patógenos veiculados pelo ar (ferrugem) 3º - Patógenos veiculados pela chuva (patógenos de solo) Padrões de distribuição do patógeno Informações ambientais Variáveis Meteorológicas de Maior Interesse Temperatura Duração do período de molhamento (DPM) Chuva Objetivos Formas de medida Tratamento / interpretação de dados Aplicação Temperatura e Molhamento (DPM) Medidas: A temperatura é facilmente medida, considerando-se a temperatura do ar, no abrigo meteorológico, como representativa da temperatura da folha. A DPM é mais difícil de ser determinada: A medida da DPM é feita através de Instrumentos (princípios mecânicos) - Aspergígrafo ou Sensores (princípios eletrônicos) – Sensor de placa Temperatura e Molhamento (DPM) Medidas: Sensores não são normalmente utilizados em estações meteorológicas, convencional ou automática – difícil de se obter essa informação. Solução: Estimativa – opção mais viável Temperatura e Molhamento (DPM) Métodos de estimativa de DPM... - Diversos métodos: balanço de energia, regressão múltipla com temperatura, vento e UR%, entre outros. - Orvalho é a fonte mais comum de molhamento. Depende do saldo de radiação, temperatura, UR% e vento. - Chuva é outra fonte importante para DPM. - Essas duas variáveis apresentam relação direta com a UR% do ar O mais simples, e não menos preciso DPM = NHUR ≥ 90% Termohigrografo (R$500,00 a R$1500,00) Estimativa da DPM DPM = NHUR ≥ 90% Noite 1 Noite 2 Noite 3 Noite 4 Noite 5 2 horas 4,5 horas 14 horas 11,5 horas 6 horas Interação - Efeito combinado Temperatura e Molhamento DPM = Fator limitante Ocorre ou não ocorre Temperatura = Fator moderador / intensificador Com que velocidade ocorre Exemplo 1: Mal das Folhas da Seringueira (Microcyclus ulei): - T = 24ºC, DPM = 6h para ocorrer infecção - T = 20ºC, DPM > 8h para ocorrer infecção - T = 16ºC, DPM = ?? Não ocorre infecção Interação - Efeito combinadoTemperatura e Molhamento Exemplo 2: A máxima severidade de Ramulose do Algodoeiro (Colletotrichum gossypii var. cephalosporioides): - T = 15ºC, não ocorre - T = 20ºC, ocorre com 50 horas de DPM - T = 25ºC, ocorre com 30 horas de DPM - T = 30ºC, ocorre com 20 horas de DPM - T = 40ºC, não ocorre Efeito - Chuva Climas tropicais: Porquê da importância da chuva. Fator 1: Tempo quente e úmido Temperatura constante (varia pouco) DPM = f ( chuva) Fator 2: Dispersão de inóculo Dissolução de matriz gelatinosa, liberação de esporos Respingos – disseminação para plantas e tecidos adjacentes Logo: INFECÇÃO = f ( chuva) Efeito - Chuva Exemplo 1: Mancha de Alternária, Girassol Exemplo 2: Ramulose, Algodoeiro Influência de Práticas Agrícolas no Microclima e na Ocorrência de Doenças Irrigação Densidade de Plantio Cultivo protegido (estufas) Cobertura Morta Quebra – Vento Sombreamento Influência de Práticas Agrícolas no Microclima e na Ocorrência de Doenças Irrigação – Sistema x microclima Fator Sulco Inundação Gotejo Aspersão Porcentagem do solo umedecido 20 90 30 100 Aumento da DPM em folhas e frutos Não Não Não Sim Diminuição da temperatura das plantas Não Não Não Sim Efeito sobre os fungicidas Não Não Não Lavagem Influência de Práticas Agrícolas no Microclima e na Ocorrência de Doenças Densidade de Plantio X DPM Influência de Práticas Agrícolas no Microclima e na Ocorrência de Doenças Cultivo Protegido Cobertura morta sobre o solo Reduz a retenção de calor pelo solo, aumenta o resfriamento noturno e, consequentemente, a DPM. Influência de Práticas Agrícolas no Microclima e na Ocorrência de Doenças Quebra-vento Sombreamento Área sombreada: balanço de radiação e temperatura Avanços epidemiológicos Sistemas de alerta Sistemas de alerta - Estações de Aviso Fitossanitário Sistema de previsão da ocorrência de doenças baseado no princípio de que os sintomas da doença que a planta apresenta são resultado do processo de INFECÇÃO que ocorreu em um período anterior. Germinação Penetração Lesões Colonização Período de infecção condicionado pela T e pela DPM Sintoma Visível Período Latente: varia de 7 a 14 dias TºC TºC de 20º x DPM de 7 horas = INFECÇÃO LEVE TºC de 25º x DPM de 12 horas = INFECÇÃO FORTE 20ºC DPM = 17h Fazer a soma de 7 dias 3+1+0+0+0+1+3 = 8 Sistemas de alerta Sistemas de alerta Sistemas de alerta Sistemas de alerta Sistemas de alerta Análises de imagens de vídeo por computador • A geração e análise de imagens de cores e formas diferentes, com determinação de sua área e perímetro, • Consiste em: – obtenção da imagem de uma amostra com câmera de vídeo, – transferência desta imagem para microcomputador através de um conversor – análise da imagem gerada com avaliação das áreas sadia e doente. A = reboleira característica, B = aquisição das medidas utilizando espectrorradiômetro portátil (Modelo SE590). Utilização de medidas de espectrorradiometria, em uma área infestada por Heterodera glycines, plantada com soja, 112 dias após o plantio. Sensoriamento remoto • Conjunto de técnicas capazes de propiciar informações de um objeto sem que haja contato físico com este objeto. – As propriedades radiantes de tecido de plantas sadias diferem daquelas de tecidos de plantas doentes. – tecidos infectados apresentam menor reflectância na região do infravermelho (comprimento de onda maior que 0,7 µm) • Técnicas disponíveis – fotografia áerea • filmes coloridos infravermelhos (cuidado com fatores abióticos) – radiômetros • medir a reflectância das folhagens. Fisiologia do parasitismo Estima-se que, de aproximadamente 100.000 espécies de fungos, apenas 10% são capazes de colonizar tecidos vegetais. Uma fração ainda menor é representada por espécies capazes de causar doenças. Assim sendo, resistência é a regra na maioria das interações planta-patógeno. Nesse contexto, o reconhecimento do microrganismo pela planta é fundamental para o desencadeamento de respostas celulares que abortarão o processo de infecção e/ou colonização. Sem o reconhecimento, o microrganismo pode invadir a planta e causar doenças (Knogge, 1996; Leite et al., 1997). INTRODUÇÃO Interação patógeno-planta Ataque do patógeno Reconhecimento patógeno-hospedeiro PERCEPÇÃO TRANSDUÇÃ O TRADUÇÃ O TRANSCRIÇÃO INTERAÇÃO PLANTA-PATÓGENO Interações compatíveis = doença Interações incompatíveis = resistência Resistência de não-hospedeiro Compatibilidade básica (interação toxina- receptor) Interação gene-a-gene (genes dominantes R e Avr) NÍVEIS DE ESPECIFICIDADE DA INTERAÇÃO: 1)Ausência de sítios sensíveis a toxinas. 2)Ausência de substâncias essenciais para o patógeno infectar e sobreviver. Ex.: fatores nutricionais. 3)Presença de substâncias tóxicas ao patógeno na planta. Ex.: saponinas RESISTÊNCIA DE NÃO-HOSPEDEIRO Toxinas T COMPATIBILIDADE BÁSICA (Interação Toxina x Receptor) INTERAÇÃO GENE-A-GENE (Interação AVR x R) Defesa da planta Indução de resistência de plantas Nome Químico: [sulfo-metil-ester do ácido benzo (1,2,3) thiadiazole -7- carbotiótico] (Grupo químico:BTH) Nome comum: Acibenzolar – S - metil Não foi irritante a coelhos (pele e olhos); Não carcinogênico e mutagênico; Baixa toxicidade aguda a ratos; Estrutura Química: Características do Bion® Signal Recognition Benzoic acid Peroxidases, Polyphenol oxidases, Phytoalexins, PR Proteins H2O2 BA2H •SAR requer um período de tempo entre a exposição ao agente indutor e a resposta da planta; •Seu efeito pode durar alguns dias (ativação temporária:R:R:R?); •É de amplo espectro e inespecífica; •Entretanto, é uma resistência parcial; • Alta estabilidade (baixa pressão de seleção sobre o patógeno); •SAR deve ser vista como uma ferramenta adicional no manejo integrado de doenças. Entrevista no Jô - Fitopatologista Trabalho em equipe SEMINÁRIOS
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